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Lista de Exerćıcios Interpolação polinomial e ajuste de curvas Questão 1 Considere a tabela x 0 0,15 0,22 0,3 0,4 0,5 0,6 0,75 0,8 ex 1 1,1618 1,2461 1,3499 1,4918 1,6487 1,8221 2,1170 2,2255 (a) Quais pontos da tabela você usaria para estimar o valor ex em x = 0, 45, através de um polinômio interpolador do segundo grau ? Justifique. (b) Esta escolha seria diferente, dependendo do polinômio interpolador (Lagrange ou Newton) empregado ? Justifi- que. (c) Avalie e0,45 através de um polinômio interpolador de Lagrange de grau 2, empregando os pontos indentificados em (a). (d) Estime o erro máximo de interpolação para o valor obtido em c), no intervalo considerado. (a) Os pontos 0,4 e 0,5, pois o valor a ser estimado não deve ser extrapolado fora do valor estimado. O terceiro ponto é o mais próximo de 0,45, e no caso tanto faz ser 0,3 ou 0,6. (b) Não seria. Existe um único polinômio interpolador de grau 2 com 3 pontos espećıficos, então ambos os métodos obteriam o mesmo polinômio (c) Via Lagrange, escolhendo 0,3: L2(x) = y0 (x− x1)(x− x2) (x0 − x1)(x0 − x2) + y1 (x− x0)(x− x2) (x1 − x0)(x1 − x2) + y2 (x− x0)(x− x1) (x2 − x0)(x2 − x1) L2(x) = 1, 3499 (0, 45− 0, 4)(0, 45− 0, 5) (0, 3− 0, 4)(0, 3− 0, 5) + 1, 4918 (0, 45− 0, 3)(0, 45− 0, 5) (0, 4− 0, 3)(0, 4− 0, 5) + 1, 6487 (0, 45− 0, 3)(0, 45− 0, 4) (0, 5− 0, 3)(0, 5− 0, 4) L2(x) = 1, 56837 Se fizer a mesma conta mas escolhendo 0.6, o valor é 1,56819 (d) Usamos grau n = 2 (3 pontos), a derivada de terceira de ex é ex. A fórmula do erro: Tn(x) = fn+1(ξ) (n+ 1)! n∏ i=0 (x− xi), x0 < ξ, xn A escolha de ξ é o valor dentro do intervalo considerado que fornece o máximo valor de fn+1. Assim, utilizando 0,3, ξ = 0, 5: T2(0, 45) = e0,5 3! (0, 45− 0, 3)(0, 45− 0, 4)(0, 45− 0, 5) T2(0, 45) = 0, 0001030 Atenção: Se escolher acima o ponto 0,6, o erro teórico pode ficar menor que o erro real caso você arredonde os cálculos para 4 casas decimais. Se usar a função original e calcular o y com maior precisão, funciona. Abaixo estão os resultados de cálculos usando R, com maior precisão: 1 Escolhendo 0.3: L2(0.45) = 1.56841, T2(0.45) = -0.00010, |e^0.45 - L2(0.45)| < T2(0.45): 0.0000945 < 0.0001030 Escolhendo 0.6: L2(0.45) = 1.56821, T2(0.45) = 0.00011, |e^0.45 - L2(0.45)| < T2(0.45): 0.0001018 < 0.0001139 Questão 2 Considere os pontos na tabela abaixo. O polinômio P3(x) = −2 + 2x+ x2 + x3 passa pelos pontos (xi, yi) para i ∈ {0, 1, 3, 4}. i 0 1 2 3 4 xi -2 -1 0 1 2 yi -10 -4 -4 2 14 (a) Encontre um polinômio interpolador de grau não superior a 4 que passa por todos os pontos da tabela, usando o mı́nimo esforço computacional. (b) Determine P4(1, 5). (a) No ajuste do polinômio interpolador acima, utilizamos os pontos onde x = (−2,−1, 1, 2). Agora queremos calcular um novo polinômio com o novo ponto onde x = 0. O ponto extra que está entrando está no meio dos pontos utilizados no polinômio de grau 3 dado ali em cima. Porém, note que não é necessário que os pontos estejam em ordem crescente para serem interpolados. Vamos então colocar o ponto do meio no final, assim x = (−2,−1, 1, 2, 0). e y = (−10,−4, 2, 14,−4). O espaçamento de x não é constante (sendo (1, 2, 1,−2)), portanto não é posśıvel utilizar Gregory-Newton. Po- deŕıamos começar o processo de interpolação do zero com Gregory Newton, reordenando os pontos, mas é posśıvel resolver o problema com menos esforço computacional ao utilizar o método de Newton: basta calcular as diferenças divididas e adicionar mais um termo ao polinômio dado acima. A fórmula de Newton é dada por: Pn(x) = y0 + n∑ i=1 ⊥∆iy0 i−1∏ j=0 (x− xj) O ponto (x4, y4) = (0,−4) só é necessário no último termo para calcular ⊥∆4y0. Todo o resto da fórmula só depende dos pontos (x0, y0), . . . , (x3, y3). Assim podemos reescrever como: P4(x) = P3(x) +⊥∆4y0 3∏ j=0 (x− xj) = P3(x) +⊥∆4y0(x− x0)(x− x1)(x− x2)(x− x3) = P3(x) +⊥∆4y0(x+ 2)(x+ 1)(x− 1)(x− 2) = P3(x) +⊥∆4y0(x2 + 3x+ 2)(x2 − 3x+ 2) = P3(x) +⊥∆4y0(x4 − 5x2 + 4) Aqui não temos escapatória: para calcular ⊥∆4y0, é necessário calcular toda a tabela de diferenças divididas: i xi yi ⊥∆y0 ⊥∆2y0 ⊥∆3y0 ⊥∆4y0 0 -2 -10 6 -1 1 -1/2 1 -1 -4 3 3 0 2 1 2 12 3 3 2 14 9 4 0 -4 O polinômio então é dado por: P4(x) = x 3 + x2 + 2x− 2− 1 2 (x4 − 5x2 + 4) = −1 2 x4 + x3 + 7 2 x2 + 2x− 4 2 (b) Avaliando o polinômio acima em 1,5, temos que P4(1, 5) = 7, 71875. Questão 3: Utilize interpolação inversa via polinômio de grau 1, para encontrar uma aproximação para a raiz de f(x) = x− e−x, considerando os pontos da tabela abaixo: i 0 1 2 3 xi 0,3 0,4 0,5 0,6 xi − e−xi -0,44082 -0,27032 -0,10653 0,05119 Basta pegar 0,5 e 0,6, calcular a reta que passa entre estes pontos (achar b0 e b1 em y = b0 + b1x) e depois fazer 0 = b0 + b1x para aproximar a raiz: [ 1 0, 5 1 0, 6 ] [ b0 b1 ] = [ −0, 10653 0, 05119 ] A solução é b0 = −0, 89513 e b1 = 1.57720. A reta é y = −0, 89513 + 1, 5772x. A estimativa de raiz é dada por: −0, 89513 + 1, 5772x = 0 → x = 0, 89513 1, 57720 = 0, 5675437 Questão 4: Construa as diferenças divididas associadas à tabela abaixo e responda: i xi yi f [xi, xi+1] f [xi, . . . , xi+2] f [xi, . . . , xi+3] f [xi, . . . , xi+4] 0 1,0 0,7651 1 1,3 0,6200 2 1,6 0,4554 3 1,9 0,2818 4 2,2 0,1104 (a) A tabela de diferenças divididas permite escrever o (único) polinômio interpolador dos cinco pontos {(xi, yi) : i = 0, 1, . . . , 4} por meio de duas expressões. Quais são elas ? (b) Estime o valor da função f(x) em x = 1, 2, por meio de um polinômio de Newton de grau 2, considerando a escolha apropriada dos pontos de interpolação. i xi yi f [xi, xi+1] f [xi, . . . , xi+2] f [xi, . . . , xi+3] f [xi, . . . , xi+4] 0 1,0 0,7651 -0,48367 -0,10833 0,06481 0,0036 1 1,3 0,6200 -0,54867 -0,05000 0,06914 2 1,6 0,4554 -0,57867 0,01222 3 1,9 0,2818 -0,57133 4 2,2 0,1104 (a) Pode-se usar a fórmula de Newton para interpolação, que usa diretamente a diferença dividida. Pode-se também usar a relação ⊥∆kyi = ∆ kyi k!hk para obter as diferenças finitas correspondentes e usar o método de Gregory-Newton, já que os pontos são igualmente espaçados. (b) Utilizando 1,2, os pontos ideais são 1,0, 1,3 e 1,6. Dá pra reaproveitar só a parte superior esquerda da tabela de diferenças divididas. Assim fica: Pn(x) = y0 + n∑ k=1 ⊥∆ky0 k−1∏ j=0 (x− xj) = y0 +⊥∆1y0(x− x0) +⊥∆2y0(x− x0)(x− x1) = 0, 7651− 0, 48367(1, 2− 1, 0)− 0, 10833(1, 2− 1, 0)(1, 2− 1, 3) = 0, 6705326 3 Questão 5 Seja f(x) um polinômio de grau p. Considere k pontos {(xi, f(xi)) : i = 0, 1, . . . , k − 1}, onde k ≥ p+ 2, tais que xi 6= xj para i 6= j. Qual é o valor das diferenças divididas f [x0, . . . , xp+1], . . . , f [x0, . . . , xk−1] ? Justifique sua resposta. O valor é zero devido ao Teorema 3.1 no livro: se y = f(x) for um polinômio de grau n, então suas diferenças divididas de ordem n+ 1 são identicamente nulas, ou seja, zero. Questão 6 Considere os pontos apresentados na Questão 2: i 0 1 2 3 4 xi -2 -1 0 1 2 yi -10 -4 -4 2 14 É posśıvel utilizar o polinômio interpolador de Gregory-Newton para avaliar P2(x) em x = 1, 5 ? Em caso positivo, apresente o valor de P2(1, 5) utilizando o polinômio de Gregory-Newton. Sim, pois os pontos são igualmente espaçados. Para P2(x), utilizamos 4 pontos que devem ser os pontos i = 2, 3, 4. Os pontos são (x0, y0) = (0,−4), (x1, y1) = (1, 2) e (x2, y2) = (2, 14). h = 1 u(x) = x− x0 h = x− 0 1 u(1, 5) = 1, 5 Diferenças finitas: i xi yi ∆yi ∆ 2yi 0 0 -4 6 6 1 1 2 12 2 2 14 O polinômio de Gregory Newton: Pn(x) = y0 + n∑ i=1 ∆iy0 i! i−1∏ j=0 (ux − j) P2(x) = −4 + 6 1 (1, 5− 0) + 6 2 (1, 5− 0)(1, 5− 1)+ P4(x) = −4 + 9 + 2, 25 = 7, 25 Na versão anterior do gabarito eu havia calculado P4(x) ao invés de P2(x). Não era o que a questão tinha pedido, então refiz acima os cálculos corretos mas mantive abaixo os cálculos (também corretos) para P4(x): h = 1 u(x) = x− x0 h = x+ 2 1 u(1, 5) = 3, 5Diferenças finitas: i xi yi ∆yi ∆ 2yi ∆ 3yi ∆ 4yi 0 -2 -10 6 -6 12 -12 1 -1 -4 0 6 0 2 0 -4 6 6 3 1 2 12 4 2 14 4 O polinômio P4(x): P4(x) = −10 + 6 1 (3, 5− 0) + −6 2 (3, 5− 0)(3, 5− 1)+ 12 6 (3, 5− 0)(3, 5− 1)(3, 5− 2) + −12 24 (3, 5− 0)(3, 5− 1)(3, 5− 2)(3, 5− 3) P4(x) = −10 + 21− 26, 25 + 26, 25− 3, 28125 = 7, 71875 Questão 7 Considere um conjunto de pares de pontos (xi, yi) obtidos experimentalmente. Busca-se obter uma relação semidetemińıstica utilizando ajuste de curvas. Foram feitas 4 modelagens matemáticas, em que foram obtidos os seguintes valores mostrados na tabela abaixo. Qual modelo deve ser escolhido? Justifique sua resposta. g b0 b1 b2 b3 b4 1−R2 s2 1 4, 222× 100 2, 920× 103 8, 58× 10−4 3, 65× 10−4 2 −6, 513× 101 6, 034× 103 1, 034× 101 9, 86× 10−7 4, 61× 10−7 3 −7, 182× 101 6, 211× 103 1, 151× 101 −1.940× 10−3 9, 83× 10−7 5, 11× 10−7 4 3, 520× 102 −1, 963× 103 −6, 986× 101 2, 676× 10−1 −1, 486× 10−4 9, 72× 10−7 5, 68× 10−7 O modelo 2 deve ser escolhido pois a ordem de grandeza de 1 − R2 é a mesma dos outros modelos que usam mais parâmetros e a variância residual começa a oscilar a partir do terceiro modelo. Questão 8 Considere a tabela abaixo, com valores observados de uma função f(t) que representa o consumo de água em uma cidade no peŕıodo t = 0, 1, 2, 3, 4. Deseja-se prever o consumo de água da cidade para t = 5. (a) Obtenha a reta f(t) = at+ b que melhor ajusta o conjunto de pontos dados. (b) Com a reta obtida, estime f(5). (c) Calcule a soma dos quadrados dos erros. (d) Calcule também R2 e s2. (e) Alguma forma de interpolação polinomial seria adequada para avaliar f(5) ? Justifique. ti 0 1 2 3 4 f(ti) 11,0 10,5 10,3 10,2 10,8 (a) Ajuste de curvas: ∑ ti 0 1 2 3 4 10 yi 11,0 10,5 10,3 10,2 10,8 52,8 t2i 0 1 4 9 16 30 tiyi 0 10,5 20,6 30,6 43,2 104,9 O sistema de equações normais: [ n ∑ t∑ t ∑ t2 ] [ b0 b1 ] = [ ∑ y∑ ty ] [ 5 10 10 30 ] [ b0 b1 ] = [ 52, 8 104, 9 ] Ao resolver obtemos b0 = 10, 7, b1 = −0, 07, e a equação é f(t) = 10, 7− 0, 07t (b) f(5) = 10, 7− 0, 07 · 5 = 10, 35. 5 (c) A soma dos reśıduos: ti 0 1 2 3 4 yi 11,00 10,50 10,30 10,20 10,80 ui 10,70 10,63 10,56 10,49 10,42 di 0,30 -0,13 -0,26 -0,29 0,38 d2i 0,09 0,0169 0,0676 0,0841 0,1444∑ d2i = 0, 403 (d) Cálculos: s2 = 0, 403 5− 2 = 0, 13433 R2 = 1− D(a, b)∑ i y 2 i − 1n ( ∑ i yi) 2 = 1− 0, 403 558, 02− 15 (52, 8)2 = 0, 1084 (e) Não seria ideal usar um polinômio interpolador pois o valor a ser avaliado, f(5), está fora do intervalo dos pontos x originais. Questão 9 Dado um conjunto de pontos {(xi, yi) : i = 1, . . . , n}: (a) Determine o conjunto de equações normais que permita fazer o ajuste u(x) = acos(x) + bex + c. (b) Interprete a equação do sistema de equações normais relativa à derivada parcial da função desvio em relação ao parâmetro c. Quais são suas consequências geométricas ? (c) O mesmo fato seria observado pelo ajuste se o modelo fosse u(x) = acos(x) + bex ? (a) Impondo que as derivadas parciais do desvio ∑n i=1(yi − u(xi))2 em relação aos parâmetros a, b, c (nesta ordem) se anulam obtemos o sistema linear: ∑i cos2(xi) ∑i exi cos(xi) ∑i cos(xi)∑ i e xi cos(xi) e 2xi cos(xi) ∑ i e xi∑ i cos(xi) ∑ i e xi n ab c = ∑i yi cos(xi)∑ i yie xi∑ i yi (b) ∂D(a,b,c)∂c = 0→ ∑ i(yi − (acos(xi) + bexi + c)) = 0, logo a soma dos desvios é nula. (c) Não, pois o sistema de equações normais não envolveria a restrição acima. Questão 10 Após uma linearização do modelo y = 1 abx , escreva as equações normais, ou seja, o sistema a ser resolvido para ajustar os valores dos parâmetros a e b a um conjunto de n pontos (x1, y1), . . . , (xn, yn). Linearizando o modelo: y = 1 abx 1 y = abx ln 1 y = ln a+ x ln(b) A matriz de equações normais substituindo y por ln 1y , a por ln a e b por ln b, fica: 6 ( n ∑ xi∑ xi ∑ x2i )( ln a ln b ) = ( ∑ ln 1yi∑ xi ln 1 yi ) Questão 11 Considere os pontos: x -3 -1 1 3 5 y 12,5 1,5 2,5 13,0 38,0 Considere o modelo de regressáo u(x) = bx2. Ache, pelo método dos quadrados mı́nimos, o valor ótimo de b. Calcule u(7). A função de erro é D(x) = 5∑ i=1 (yi − bx2)2 Derivando em relação a b e igualando a zero: −2 5∑ i=1 (yi − bx2)x2 = 0 5∑ i=1 (yi − bx2)x2 = 0 b 5∑ i=1 x4 = 5∑ i=1 yix 2 x -3 -1 1 3 5 ∑ x = 5 y 12,5 1,5 2,5 13,0 38,0 ∑ y = 67, 5 x2 9 1 1 9 25 ∑ x2 = 45 x4 81 1 1 81 625 ∑ x4 = 789 yx2 112,5 1,5 2,5 117,0 950,0 ∑ yx2 = 1183, 5 b = 1183, 5/789 = 1, 5 u(7) = 1, 5× 72 = 73, 5 7
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