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Pirassununga 
2017 
 
KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: 
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM 
TDAH 
 
 
 
Pirassununga 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: 
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM 
TDAH 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Anhanguera Educacional, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Pedagogia. 
Orientadora: Sidnéa Castro 
 
KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: 
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM 
TDAH 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Anhanguera Educacional, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Pedagogia. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof.ª Renata Tereza da Silva Ferreira 
 
 
Prof.ª Tânia Cristina Caramigo 
 
 
Prof.ª Élka Paccelli Scherma 
 
Pirassununga,07 de dezembro de2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus pela força e 
amparo de sempre, a minha família por 
participar dos meus tropeços, das minhas 
batalhas e das minhas conquistas. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Em primeiro lugar a Deus pelas graças que derrama todos os dias sobre mim 
e minha família, por nunca me desamparar e principalmente pela sabedoria e 
discernimento para lidar com as situações problemas do dia a dia. 
Aos meus familiares por todo apoio, incentivo e colaboração ao longo de 
minha vida e jornada na formação acadêmica. 
A todos os professores pela paciência, dedicação, companheirismo, incentivo 
e seu grande desprendimento em me ajudar. 
Aos colegas da turma pela amizade construída no decorrer do curso e pela 
valiosa ajuda. 
E a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram com a minha 
formação pessoal e acadêmica. 
 
 
DE OLIVEIRA, KARINA PEREIRA . A importância do apoio pedagógico ao aluno 
com TDAH. 2017.29. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) 
– Anhanguera Educacional, Pirassununga, 2017. 
 
 
RESUMO 
 
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um Transtorno 
Funcional Específico que leva crianças e adolescentes a prejuízos acadêmicos e 
sociais devido aos sintomas de desatenção hiperatividade e impulsividade. Este 
trabalho tem como objetivo refletir sobre a importância da escola atender de modo 
diferenciado os alunos portadores de necessidades educacionais específicas e fazer 
análise das possíveis ações a serem desenvolvidas pela Pedagoga na intervenção, 
contendo fundamentação teórica e sugestões de atividades para serem 
desenvolvidas com a finalidade de auxiliar o trabalho com alunos com TDAH. 
Disponibilizar o uso de estratégias diferenciadas para o atendimento destes alunos, 
observando que a atuação do professor é fundamental para o desenvolvimento, 
aprendizagem e superação das limitações e das dificuldades apresentadas pelos 
alunos com TDAH. 
 
. 
 
 
Palavras-chave: TDAH; Pedagogo; Intervenção; Professor; Desafio. 
 
 
 
 
 
DE OLIVEIRA, KARINA PEREIRA. The Importance of Pedagogical Support to 
Students with ADHD. 2017. 29. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em 
Pedagogia) – Anhanguera Educacional, Pirassununga, 2017. 
ABSTRACT 
 
Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is a Specific Functional Disorder that 
leads children and adolescents to academic and social impairment due to the 
symptoms of inattention, hyperactivity and impulsivity. This work aims to reflect on 
the importance of the school to attend in a differentiated manner the students with 
specific educational needs and to analyze the possible actions to be developed by 
the Pedagogue in the intervention, containing theoretical foundation and suggestions 
of activities to be developed with the purpose of help with ADHD students. Provide 
the use of differentiated strategies for the care of these students, noting that the 
teacher's performance is fundamental for the development, learning and overcoming 
of the limitations and difficulties presented by students with ADHD. 
 
 
Keywords: ADHD; Pedagogue; Intervention; Teacher; Challenge. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 
1 CONCEITO DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS ......................... 11 
1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE ................ 12 
2 CAUSAS E IMPLICAÇÕES DO TDAH NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO 17 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
O TDAH é uma doença que afeta cerca de 5 % da população escolar, 
prejudicando o desenvolvimento do aluno e as relações sociais. O aluno apresenta 
indisciplina e baixo rendimento escolar. As principais características da criança com 
TDAH são: dificuldade para sustentar a atenção por um determinado tempo, 
agitação e impulsividade. Algumas características que prejudicam o desempenho 
escolar da criança são: dificuldade em manter a atenção nas atividades que exigem 
concentração, dificuldade em finalizar tarefa, baixo desempenho nas avaliações, 
trabalhos desorganizados, dificuldade em ficar sentado, fala constante, atrapalha o 
andamento das atividades gerais com brincadeiras e produz barulhos em momentos 
inadequados. 
Esta pesquisa bibliográfica busca compreender o TDAH, os melhores 
métodos ou teorias capazes de garantir a aprendizagem eficaz, de forma que esta 
seja capaz de incitar a reflexão sobre a importância que a escola representa na 
formação e socialização dos sujeitos, defendendo a escola na perspectiva de 
instituição educacional, capaz de efetivar a participação destes indivíduos no 
contexto social, atendendo de modo diferenciado, esses alunos portadores de 
necessidades educacionais específicas. 
Faz-se necessária a reflexão sobre as principais dificuldades encontradas 
pelos professores, nas práticas pedagógicas junto a essa clientela. Devemos 
considerar que o professor que ensina a alunos que apresentam TDAH também 
necessita adaptar seu processo de ensino para atender as necessidades do aluno, 
devendo ser flexível e dinâmico nas aulas, através de uma metodologia que facilite a 
aprendizagem do estudante por meio de adequações curriculares. Diante deste 
contexto e da necessidade de minimizar as dificuldades específicas dos alunos com 
TDAH, qual a relevância do apoio pedagógico no processo de aprendizagem? 
Esta revisão bibliográfica tem como objetivo geral compreender o que é o 
TDAH, o que são dificuldades de aprendizagem e as implicações desse transtorno 
no processo de aprendizagem do aluno, para isso será necessário, conceituar e 
esclarecer o que são necessidades especiais, definindo o TDAH, identificar as 
causas e implicações do TDAH no processo de escolarização e analisar a 
importância do trabalho diferenciado realizado pelo professor. 
10 
 
 
 
 No primeiro capítulo será abordado o conceito de necessidades especiais, 
abordando ainda a definição de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. 
 No segundo capítulo identificaremos as causas e as implicações do TDAH no 
processo de escolarização. 
 No terceiro capítulo realizar-se-á a análise da importância do trabalho 
diferenciado realizado pelo professor e da intervenção pontual no processo de 
aprendizagem. 
 Considerando as intervenções significativas como meio de garantia na 
aprendizagem do aluno com TDAH, refletindo sobre o processo ensino – 
aprendizagem, repensando na proposta de uma avaliação mais ampla para estes 
alunos,em consonância às leis da Educação Especial no Brasil e os estudiosos 
Rohde, Silva, Bonadio, Belli, entre outros. Promovendo estudo capaz de auxiliar na 
compreensão da relação entre TDAH e as atuais práticas pedagógicas, 
possibilitando reflexão sobre a importância do conhecimento do transtorno, os limites 
e os desafios que o profissional de educação precisa superar junto com a escola e 
com a família para ajudar na aprendizagem dessas crianças. Espera-se que ao final 
deste trabalho, compreenda-se que olhar para o indivíduo, antes de ver sua 
deficiência ou dificuldade é essencial. 
 
11 
 
 
 
1 CONCEITO DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 
 
De acordo com a LDB nº 9.394/96 em seu Capítulo V, artigo 58: 
 
A educação especial refere-se à modalidade de educação escolar 
“oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos 
portadores de necessidades especiais”. (BRASIL, 1996). 
 
Fundamentada neste artigo, a Resolução nº 95, de 21-11-2000, do C.E.E. do 
Estado de São Paulo, no seu artigo 1º, considera: 
 
“Alunos com necessidades educacionais especiais aqueles que apresentam 
significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais decorrentes de 
fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente ou temporário, que 
resultem em dificuldades ou impedimentos no desenvolvimento do seu 
processo ensino-aprendizagem.” (BRASIL. MEC. SEESP, 00) 
 
Ou seja, os alunos que necessitem de apoio específico para seu 
desenvolvimento social, dependendo de suas limitações físicas, motoras, sensoriais, 
cognitivas, síndromes ou transtornos diversos. Desta forma, são crianças que 
apresentam características pessoais diferentes e que não fazem parte do padrão 
social, intelectual e comportamental ditos “normais”. 
Segundo o consenso popular a criança cujo desempenho não se aproxima do 
padrão de “normalidade”, ou seja, diferente do esperado, a criança tornar-se 
merecedora de atenção especial, por parte dos pais, professores ou profissionais da 
saúde. Com base nos aspectos legais a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de número 
9.394/96, no capítulo V, trata e específica o direito do alunos com necessidades 
especiais e o dever da instituição escolar em assegurar a adequação no processo 
de ensino. 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades; 
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa 
escolar para os superdotados; 
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 
(BRASIL, 1996). 
 
12 
 
 
 
Este artigo sobre educação especial, busca garantir a flexibilização do 
currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e organização de apoio e 
atendimento aos alunos de acordo com as necessidades específicas. Estes sem 
dúvida são fatores fundamentais para a garantia do bom atendimento dentro do 
espaço escolar. 
A escola identifica o comportamento do aluno, mas só os especialistas da 
área, como médicos, psicólogos, psicopedagogos podem diagnosticar a 
necessidade educacional especial do aluno. 
Em diversos casos o diagnóstico é precário e equivocado, rotulando e 
classificando o aluno indevidamente, muitas vezes tal fato se associa ao total 
desconhecimento e despreparo do educadores sobre o que é esse distúrbio de 
aprendizagem e consequentemente resulta em experiências desastrosas para a 
criança. 
Quando constatado que a criança é portadora de alguma dificuldade de 
aprendizagem, em grau leve, moderado ou severo provoca ansiedade tanto na 
família quanto na escola e nos profissionais de educação, pois sabe-se que tal 
limitação acarretará em problemas de ajustamento social e na aprendizagem, 
considerando que a convivência e a vivência humana se dá por meio da leitura e da 
escrita. Fato cultivado e enraizado na nossa cultura. 
Após esse diagnóstico espera-se que a escola busque estratégias para 
adequação das práticas pedagógicas, de modo que esta favoreça o desempenho do 
aluno, levando em consideração seu ritmo, limite e tempo de execução da atividade. 
 
1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
 
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, denominado TDAH, 
classifica-se como problema de saúde mental caracterizado por sintomas de 
desatenção, hiperatividade e impulsividade no campo familiar, escolar e social. Após 
a metade do século XIX, iniciou-se os estudos sobre as causa e progressivamente 
abandonou-se as noções de falha disciplinar como principal motivo do Transtorno. 
13 
 
 
 
Passando por diferentes denominações, de acordo com Poeta e Rosa Neto (2004, 
p.150): 
Este transtorno tem aparecido com variações na sua nomenclatura no 
decorrer da história, incluindo algumas denominações como “Lesão 
Cerebral Mínima”; “Reação Hipercinética da Infância”, no DSM-II; “Distúrbio 
do Déficit de Atenção”, no DSM-III; “Distúrbio de Hiperatividade com Déficit 
de Atenção”, no DSM-III-R; “Transtornos Hipercinéticos”, na CID-10; e 
“Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade”, no DSM-IV. (POETA e 
ROSA NETO, 2004, pg150). 
 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado hoje o 
distúrbio infantil mais comum, sendo ainda a principal causa do fracasso escolar. No 
entanto, pesquisas recentes destinadas a esta questão comprovaram que este 
distúrbio permanece na adolescência e na idade adulta. A existência deste 
transtorno na fase adulta foi reconhecida oficialmente em 1980 pela Associação de 
Psiquiatria Americana. Pesquisas publicadas pela ABDA (2007) revelam que 
crianças com TDAH apresentam alterações na região frontal orbital e suas conexões 
com o resto do cérebro. Considerando que a região frontal orbital é uma das mais 
desenvolvidas no ser humano em relação às outras espécies animais, sendo ainda 
responsável pela inibição do comportamento, isto é, capaz de balizar, controlar ou 
inibir comportamentos inadequados, pela capacidade de prestar atenção, 
memorização, autocontrole, organização e planejamento. Ao que tudo indica a 
alteração nesta região cerebral está no funcionamento de um sistema de 
substâncias químicas denominadas neurotransmissoras, principalmente dopamina e 
noradrenalina, responsáveis por passarem as informação entre as células nervosas 
(neurônios). 
De acordo com Rohde e Benczik (1999, p. 42): 
 
Os principais relatos dos pais e professores com relação a esta criança é 
que ela não consegue se concentrar nas atividades escolares, no entanto 
conseguem ficar quietos e concentrados quando algo lhes interessa. 
 
Isso ocorre pelo fato da atenção e do controle motor serem extremamente 
dependentes da motivação e dos estímulos individualizados. Em contra partida a 
capacidade de focar a atenção e controlar a motricidade em ambientes com 
excessos de estímulos, como por exemplo a sala de aula com muitos alunos, ou 
inúmeras atividades desinteressantes geram a inquietação e desatenção na criança 
ou adolescente com TDAH. 
14 
 
 
 
Alguns estudos/pesquisas têm buscado respostas sobre as possíveis causas 
para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, como a hereditariedade, 
problemas na gestação ou no parto, exposição a substâncias tóxicas ou problemas 
familiares. Vale ressaltar que Rohde e Benczik (1999, p.58) afirma que “é importante 
lembrar que muitas destas pesquisas somente mostram uma associação entre estes 
fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito”. 
O Transtornodo Déficit de Atenção e Hiperatividade é caracterizado por dois 
grupos de sintomas: Déficit de Atenção e Hiperatividade e Impulsividade de acordo 
com os critérios do DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria. 
 
Os sintomas que fazem parte do grupo de déficit de atenção são: 
• Dificuldades em fixar atenção a detalhes; 
• Dificuldades em manter a atenção nas tarefas diárias ou brincadeiras; 
• Dificuldades de ouvir falas indiretas; 
• Dificuldades na compreensão das instruções, podendo não terminar as 
tarefas escolares ou domésticas por não compreenderem as instruções; 
• Dificuldades em organizar as tarefas e atividades; 
• Hábito de evitar as tarefas que exijam esforço mental por um período; 
• Hábito de perder objetos úteis na realização das tarefas ou atividades; 
• Distrai-se facilmente com estímulos exteriores; 
• Hábito de desligar-se nas atividades cotidianas. (DSM–IV, 2013, pg.73) 
 
 Os sintomas que fazem parte do grupo da hiperatividade-impulsividade são: 
 
a) Hiperatividade 
• Ter as mãos ou os pés inquietos ou se contorcer nos assentos; 
• Sair da carteira na sala de aula ou situações em que precisa esperar 
sentado; 
• Correr, subir e descer escadas de maneira persistente, em situações 
impróprias (em adolescentes ou adultos, isso pode ser limitado a sensações 
subjetivas de inquietação); 
• Dificuldade para brincar ou se envolver em atividades tranquilas; 
• Estar sempre muito ativo ou de agir como se "movido por um motor"; 
• Fala excessiva. (DSM–IV, 2013, pg.73) 
 
b) Impulsividade 
• Falar abruptamente ou de responder antes que as perguntas sejam 
terminadas; 
• Dificuldades em esperar a vez; 
• Interromper ou se intrometer em experiências alheias (conversas ou 
jogos); Estes sintomas normalmente iniciam antes dos sete anos, no 
entanto, n maioria das vezes são diagnosticados após o ingresso da criança 
na escola, pois este é o momento em que os sintomas de desatenção, 
hiperatividade e impulsividade são percebidos pelo professor ao realizar a 
comparação com as outras crianças da mesma idade. (DSM–IV, 2013, 
pg.73) 
 
15 
 
 
 
O DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) 
subdivide o TDAH em três tipos: 
1) TDAH com predomínio de sintomas de desatenção: com taxa mais 
elevada de prejuízo acadêmico e maior frequência no sexo feminino; 
2) TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade: 
crianças mais agressivas e impulsivas que tendem a apresentar altos 
índices de impopularidade e rejeição pelos colegas; 
3) TDAH combinado: apresenta maior prejuízo no funcionamento global 
quando comparado aos outros dois tipos. Apresentado por meninos em 
maior frequência. A proporção é de até dois meninos para cada menina. As 
meninas têm menos sintomas de hiperatividade-impulsividade que os 
meninos, embora sejam igualmente desatentas, o que fez com que se 
acreditasse que o Transtorno só ocorresse em sexo masculino. (RODHE, 
HALPERN, 2004, p. 65) 
 
O diagnóstico desse transtorno é clínico, feito por profissional da Saúde 
Mental (Psicólogo, Psiquiatra, Neurologista), para tal é necessário a investigação do 
histórico da criança com uma ou mais pessoas significativas. No caso de crianças e 
adolescentes, as informações ofertados pelo professores e pelos pais são de 
extrema importância, diferente dos adultos, que necessitam de informações dos 
parentes próximos e cônjuges para auxiliar no diagnóstico conclusivo. Realizar 
escala de avaliação, atribuindo pontos aos sintomas, são de grande utilidade para 
direcionar a investigação diagnóstica. 
Outra característica marcante do Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade em crianças é a apresentação de outros problemas de saúde mental, 
como problemas de comportamento, ansiedade e depressão, chamados de 
comorbidades. Rodhe e Benczik (1999, p. 46) citam como “comorbidade a 
ocorrência em conjunto de dois ou mais problemas de saúde” e destacam que o 
TDAH é acompanhado com alta frequência de outros problemas de saúde mental e 
nos adultos estima-se que essa frequência seja maior ainda. 
Para Rohde e Halpern (2004, p. 66): 
 
Pesquisas mostram uma alta prevalência de comorbidade entre o TDAH e 
os transtornos disruptivos do comportamento (transtorno de conduta e 
transtorno opositor desafiante), situada em torno de 30 a 50%. A taxa de 
comorbidade também é significativa com as doenças: a) depressão (15 a 
20%); b) transtornos de ansiedade (em torno de 25%); c) transtornos da 
aprendizagem (10 a 25%). 
 
De acordo com Facion (2005) algumas terapias apresentam melhores 
resultados no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, 
sendo elas: a Farmacoterapia, a Psicoterapia, a Medicina Comportamental, a Dieta 
16 
 
 
 
Livre de Fosfato, os Treinos de Autoinstrução e a Orientação para Pais e 
Professores. 
Até o ano de 2007, o TDAH estava entre as Condutas Típicas, motivo pelo 
qual estava citado nos documentos oficiais do Ministério da Educação e Cultura, 
considerando que os educandos com necessidades educacionais especiais na área 
de condutas típicas apresentavam dificuldades na adaptação escolar, e que estas 
poderiam estar ou não associadas a limitações no processo de desenvolvimento, 
fato este que dificultava o progresso satisfatório do aluno, pois ele não conseguia 
acompanhar as atividades curriculares a contento. 
É importante ressaltar que estes alunos geralmente, não apresentam 
comprometimento ou atraso intelectual, no entanto convivem com a dificuldade de 
adaptação ao contexto familiar, escolar e comunitário. Diante deste fato, embora a 
criança não apresente o comprometimento intelectual, ele possui a aprendizagem 
prejudicada, pois não consegue se concentrar e terminar as atividades propostas, 
pois apresenta dificuldade em sentar e concentrar-se nas atividades. As 
interferências e pedidos do professor não surtem efeito, pois a criança distrai-se com 
facilidade, fala excessiva durante a aula, e possui a noção de perigo abalada, é 
muito desorganizado com seu material escolar e pertences. 
Em janeiro de 2008 o MEC elaborou novo documento, intitulado “Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva” onde realiza 
a mudança na classificação do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, e 
denomina-o como Transtorno Funcional Específico. 
Diante desta nova perspectiva de educação inclusiva, a educação especial 
passou a constituir a proposta pedagógica das unidades escolares, definindo como 
público alvo alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação. Em se tratando de transtornos funcionais específicos, a 
educação especial atua de maneira articulada ao ensino comum, realizando 
atendimentos em salas de recursos, preferencialmente no contra turno, ofertando o 
atendimento que priorize as necessidades educacionais especiais destes alunos, de 
forma a desenvolver suas habilidades integralmente. Fazem parte dos transtornos 
funcionais específicos a dislexia, a disortografia, a disgrafia, a discalculia, o 
transtorno de atenção e hiperatividade, dentre outros. 
 
17 
 
 
 
2 CAUSAS E IMPLICAÇÕES DO TDAH NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO 
 
A escola tem papel fundamental na sociedade como fonte de formação e 
socialização dos sujeitos, sendo de suma importância a garantia de inserção de 
todos os alunos neste espaço, inclusive os que apresentam deficiência, transtornos 
e dificuldades de aprendizagem. 
O TDAH é assunto frequente no cotidiano das escolas, decorrente do 
crescente número de alunos com este transtorno. Este aumento de casos gera 
inquietação na família, nos profissionais da educação e da saúde, pois é um tema 
pouco explorado e com muitas incertezas. Na tentativa de minimizar as 
consequências deste transtorno em sala de aula, é necessário buscar 
aprofundamento sobre o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade,suas causas, como diagnosticar, quais os possíveis tratamentos e metodologias 
adequadas que proporcionem o desenvolvimento do aluno de maneira integral. 
Fortunato (2011, p.9) afirma que: 
O professor deve unir saber teórico com práticas pedagógicas que revelem 
o ensino no sentido de instigar os estudantes com TDAH, a “descobrirem-se 
diante do mundo”. Práticas pedagógicas que demonstrem o ensino no 
sentido de “fazer descobrir”, “levar a pensar”, “saber e ter coragem” de usar 
as ideias projetadas pelos estudantes, respeitando suas hipóteses na 
construção de conhecimentos. 
 
Para Belli (2008, p.14) 
O transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um tema de 
estudo em vários países e vem recebendo inúmeras nomenclaturas desde 
1860: Irrequieta Philllips, Doença de Still, Distúrbio de impulso, Lesão 
Mínima do Cérebro, Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da 
Infância. 
 
Desta forma, a nomenclatura (TDA) referente ao Transtorno de Déficit de 
Atenção surgiu pela primeira vez em 1980, no Manual Diagnóstico e Estatístico dos 
Distúrbios Mentais - Terceira edição (DSM-III) que descreve a dificuldade de 
concentração e atenção como ponto central desse transtorno. Em 1987, o 
Transtorno de Déficit de Atenção foi renomeado para TDAH, onde se buscava o 
resgatar na ênfase da hiperatividade e na impulsividade, sintomas que haviam sido 
diminuídos. 
Os sintomas do TDAH podem ser observados em várias fases do 
desenvolvimento da criança, no entanto torna-se evidente na fase pré-escolar e 
18 
 
 
 
escolar, quando a impulsividade da criança ou adolescente compromete suas 
atividades diárias, relações pessoais e interpessoais na escola, no trabalho e em 
casa. 
Diversos estudos buscam informações sobre o desenvolvimento do 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, detectando que as possíveis 
causas são de conotação genética ou disfunção orgânica, pois envolve diversas 
áreas do cérebro e o estado psicológico é um fator determinante, no entanto a 
maioria dos indivíduos que apresentam a hiperatividade tem associados ambos os 
fatores, ou seja, orgânicos e psicológicos, normalmente, existe mais de um caso de 
TDAH na mesma família segundo Belli (2008, p.18): 
Tais sintomas podem ter traços de hereditariedade, causado por 
desequilíbrios químicos entre a dopamina e a noradrenalina, que estão 
deficitárias, não é um transtorno restrito a uma determinada região, raça ou 
cultura, sendo que todas as culturas e grupos éticos possuem crianças com 
o TDAH. 
 
Para Rohde e Benczik (1999, p.62) 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma vulnerabilidade 
herdada, manifestando-se de acordo com a presença de desencadeadores 
ambientais. Quanto mais forte a carga genética, menor a importância dos 
desencadeadores ambientais. 
 
 Em contrapartida, Jones (2004,p.10) menciona estudos em que: 
A principal causa para o desenvolvimento do TDAH é o meio, as condições 
e estímulos que a criança recebe nas relações sociais, na qual os muitos 
elementos da vida moderna contribuem para o problema da hiperatividade. 
 
O ritmo da vida moderna é muito rápido. Atualmente precisamos lidar com um 
verdadeiro bombardeio de informações, estímulos e entretenimento oferecidos pela 
televisão, jogos de computador, atividades organizadas, clubes e mídia em geral. 
Fatores que estimulam mentalmente e nos privam de exercícios físicos capazes de 
cansar saudavelmente as crianças. 
Crianças quando muito estimuladas podem desenvolver dificuldade na 
habilidade de concentração, rotinas e disciplinas. Outro fator capaz de contribuir 
para o desenvolvimento do TDAH é a educação, crianças pertencentes a famílias 
instáveis, caóticas, desarmônicas, e que não recebem a atenção necessária para 
aprender brincadeiras construtivas, podem tornar-se hiperativas ou desenvolver 
problemas de comportamento. 
19 
 
 
 
De acordo com Sam Goldstein e Michael Goldstein (1996) são utilizadas três 
tipos de intervenção com crianças hiperativas, sendo a primeira o uso de 
medicamento. A segunda e a terceira técnicas não médicas, utilizadas por pais e 
professores após compreensão do transtorno e das intervenções possíveis. 
Estabelecer rotina constante matinal ou noturna é um exemplo, outra técnica 
possível de uso é a utilização de estratégias de desenvolvimento de habilidades 
capazes de ajudar a criança hiperativa a fixar a atenção de modo afetivo, planejado, 
para que seja capaz de ficar sentada e controlar as emoções. Essas intervenções 
permitem que a criança funcione de modo mais efetivo. 
Atualmente o uso de estimulantes, principalmente da Ritalina tem sido 
sugerido frequentemente para o tratamento de crianças com TDAH, no entanto, o 
medicamento sozinho é ineficaz, pois existem muitos problemas experimentados 
pelas crianças com TDAH. É importante ainda ressaltar que estes medicamentos 
podem causar efeitos colaterais que prejudicam o crescimento, dependência de 
drogas e álcool, perda do apetite, dificuldade de dormir e agitação, irritabilidade, 
convulsões, alucinações, tiques e outros problemas comportamentais não vistos até 
o início do tratamento, sintomas estes que só desapareceram após a interrupção do 
medicamento. 
Segundo Bonadio e Mori (2013) as crianças com TDAH evitam atividades de 
leitura, jogos e brincadeiras que exigem atenção, persistência e organização para 
sua realização e conclusão, visto que os ruídos e estímulos despercebidos por 
outras crianças atraem a atenção delas, o que faz com que interrompam a atividade 
que estão realizando, portanto, nestes casos a intervenção psicopedagogica é de 
extrema importância. Vale ressaltar que grande parte das crianças e adolescentes 
com TDAH são diagnosticadas tardiamente, por isto as lacunas de aprendizagem 
que necessitam ser abordadas por trabalho de reconstrução de habilidades e 
conteúdos já existem. Desta forma, Rohde e Benczik (1999) sugerem que as 
reconstruções dessas habilidades sejam feitas pelo profissional especializado 
(psicopedagogo ou fonoaudiólogo), visto que o tratamento sintomatológico ou de 
reforço de conteúdo não minimiza as lacunas de aprendizagem que ficaram. O 
trabalho em conjunto do profissional especializado, do professor e da família, sem 
dúvida é o mais recomendado, para que minimize novas lacunas. 
20 
 
 
 
Vale ressaltar que a criança com dificuldade de concentração executa as 
atividades escolares de forma mais lenta quando comparada às outras crianças, e 
em vários momentos não as finalizam, gerando desmotivação, sentimentos de 
inferioridade e incapacidade, fatos que podem causar bloqueios e traumas ao longo 
de sua vida social. É importância que todos os envolvidos trabalhem em regime de 
colaboração para acontecer à superação de limites e a promoção da aprendizagem. 
O trabalho dos profissionais da educação precisa ser coletivo e articulado com as 
políticas sociais e econômicas, com o intuito de assegurar que todos os alunos, sem 
qualquer forma de discriminação, tenham as mesmas oportunidades de 
aprendizagem e se desenvolvam plenamente em todas as suas capacidades e 
potencialidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 O TRABALHO DIFERENCIADO DO PROFESSOR 
 
O professor tem papel fundamental no processo de aprendizagem dos alunos, 
ele é o responsável e, em vários momentos o primeiro a perceber que existe alguma 
alteração no comportamento esperado de seus alunos, portanto a formação dos 
profissionais da educação, é influenciada pelas mudanças ocorridas na sociedade, 
no mundo do trabalho e na economia do país, sendo de extrema importância o 
investimento na formação contínua. 
A formação inicial dos profissionais da educação básica ocorre nas 
instituições de ensino superior, credenciadas e reconhecidas pelo MEC, podendo 
ser na modalidade presencial, semipresencial ou à distância, na qual a instituiçõesde ensino superior é responsável pela relação entre teoria e prática e garantia da 
qualidade social, política e pedagógica necessária. 
Por tanto, a formação de professores deve beneficiar diferentes formas de 
estudo e conteúdo, proporcionando ao futuro professor formação que garanta o 
estudo teórico de qualidade e a capacidade de reflexão crítica sobre os processos 
políticos e educacionais, pois ao adquirir competência o professor ganha também 
condições de perceber, dentro da escola, os obstáculos que se opõem à sua ação, 
ofertando assim atendimento de qualidade aos alunos. 
Atualmente, temos encontrado um público diferente nas escolas, e a inclusão 
é fruto da mudança do pensar da sociedade, das concepções de progresso das 
políticas públicas e movimentos sociais que buscaram a consolidação dos direitos de 
todos na sociedade. De maneira que, não basta apenas ofertar a vaga ao aluno com 
algum tipo de transtorno ou deficiência, é necessário que oferte condições de 
acesso e permanência ao mesmo. 
O professor hoje, não pode se deter em planejamentos padrões, ao contrário, 
precisa se ater as necessidades específicas dos alunos, criando novas formas de 
22 
 
 
 
apresentação do conteúdo escolar, proporcionando maior compreensão e condições 
de aprendizagem a todos os alunos. 
Para que a oferta de aprendizagem seja qualitativa e atinja o maior número 
possível de alunos, o professor deve ser conhecedor da necessidade do aluno e 
empenhado em sua formação inicial e continuada. 
Em sala de aula, o professor reformula o formato da aula de acordo com sua 
clientela, oferecendo atividades dinâmica e objetiva, capazes de desenvolver a 
integração dos alunos e a motivação. 
Quando o grupo possui alunos com TDAH, as atividades precisam ser claras, 
diretas, objetivas de maneira que estas respeitem o ritmo e desenvolvam o interesse 
do aluno. Também será imprescindível que o professor esteja próximo ao aluno 
estabelecendo combinados, trabalhando a importância das regras e limites, 
promovendo o desenvolvimento da autoestima e propiciando ao aluno a capacidade 
de descobrir por si mesmo quais as melhores estratégias de desenvolvimento da sua 
aprendizagem. Neste momento o professor repensa sua prática e faz os ajustes que 
julga necessário. 
Embora alguns professores avaliem as adaptações curriculares como medida 
“empobrecedora das expectativas educacionais”, algumas vezes elas são as únicas 
alternativas possíveis para atender qualitativamente os alunos, sendo esta, uma 
forma capaz de evitar a exclusão. Adaptar o currículo e a forma de avaliar é ofertar 
ao aluno o que ele realmente precisa. 
É importante ressaltar que o aluno hiperativo não é menos inteligente que os 
outros, ele possui a mesma capacidade que os demais, no entanto, seu principal 
empecilho é a impulsividade e a falta de atenção, ferramentas essenciais para o 
processo de ensino aprendizagem. 
A criança hiperativa responde melhor ao reforço positivo, sendo capaz de 
seguir comandos simples, pois tem muita dificuldade em obedecer e aceitar 
condutas de punição. 
Cabe ao educador perceber as necessidades e dificuldades dos seus alunos, 
realizar a análise das possibilidades de alteração da sua metodologia, adaptar o 
currículo e atividades, rever a maneira de conduzir as aulas, criar avaliações 
diferenciadas e diversificar a aplicação para melhor atender seu público. 
23 
 
 
 
Geralmente, procedimentos simples como: ler as questões, fazer questionamentos 
orais, são suficientes para que os resultados sejam próximos a realidade. 
O professor deve utilizar os mais variados métodos de ensino, para atingir o 
maior número de crianças possíveis. Esses métodos devem ser baseados no uso de 
todos os canais sensoriais da criança, ou seja: audição, visão, memória, tato e 
paladar, para desenvolver tanto na escrita quanto na leitura e sua percepção de 
mundo. 
As mudanças não se restringem apenas à didática, ela invade o espaço físico 
da sala de aula, tornando o ambiente um facilitador de aprendizagem. A organização 
das carteiras e os trabalhos em grupos permitem aos alunos interagir ativamente, 
proporcionando o desenvolvimento significativo. 
Quando o professor atua de maneira positiva, flexível e adequada frente às 
dificuldades de aprendizagem apresentadas ele auxilia o aluno a enfrentar os 
desafios que antes se constituíam como barreiras intransponíveis e desanimadoras 
para ele. 
De acordo com Silva (2003 p.261) o indivíduo com TDAH tem capacidade de 
um grande futuro profissional e acadêmico, destacando que: 
 
Conhecer e entender o próprio comportamento é fundamental para uma 
mudança de perspectiva que possibilite um redirecionamento em sua vida. 
É importante ao TDAH aceitar o seu modo de ser e acreditar sinceramente 
em seus talentos, transformando assim potencialidades criativas em atos 
criativos. Ele tem que adquirir confiança para buscar seu espaço nesse 
novo sistema de trabalho, pois para se adaptar bem a essa viagem ao 
futuro, é preciso levar na bagagem, junto à criatividade, a coragem e a 
perseverança: a coragem de errar e a perseverança de continuar tentando. 
É necessário que tenha um ideal firme e que creia no seu próprio sonho 
para torná-lo real. 
 
O trecho acima nos permite acreditar que o trabalho de pais, de professores e 
de toda a equipe que acompanha essas crianças com TDAH, pode contribuir 
significativamente para o sucesso acadêmico do aluno, sendo necessário ressaltar 
que o trabalho com este público deve ser diferenciado, pois há que se proporcionar 
atividades variadas que ocupem a criança o maior período de tempo possível, 
ofertando ainda a liberdade de escolha e de movimentos. 
O professor deve ainda estabelecer regras e rotina, oferecer ao aluno um 
ambiente tranquilo, evitar muitos distrativos, instruir a criança com ordens curtas e 
claras. Desenvolver atividades ou jogos diferentes para estimular o interesse são 
24 
 
 
 
ideais, deve-se ainda ter o cuidado de ofertar a esse aluno a companhia de crianças 
mais calmas e tranquila em sala de aula. 
Devemos considerar ainda que o vínculo afetivo que o professor estabelece 
com seus alunos propiciam um local agradável de aprendizagem, trabalhar de 
maneira construtiva auxilia no desenvolvimento das habilidades dos alunos. 
A prática do professor está diretamente ligada ao desempenho do aluno, por 
isso é fundamental que se invista na formação continuada do professor e que a 
escola esteja preparada para receber estes alunos, uma vez que a inclusão é 
realidade no nosso país. 
Cabe ainda ressaltar que é o professor que definirá a melhor maneira de lidar 
com os alunos hiperativos e seus familiares, a fim de proporcionar qualidade no 
ensino e melhor socialização, afinal todos nós somos diferentes e emanamos 
necessidades específicas. 
 
25 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O professor deve criar condições estimuladoras e desafiadoras à reflexão dos 
educandos, contribuindo assim para a formação de pessoas capazes de buscar 
alternativas criativas para solucionar os problemas que surgem. 
Se a intenção dos educadores for colaborar na formação de pessoas 
repetidoras da realidade, nossa forma de atuar será contrária à reflexão, à 
criatividade, à crítica, e à troca de experiências. Ou seja, nesta concepção o 
conhecimento se apresenta como algo acabado, que não precisa ser revisto. 
Se, ao contrário, deseja-se contribuir com a formação dos seres críticos, 
participantes, criativos e que busquem renovação constante de si mesmo e da 
sociedade, teremos os alunos como o centro da ação educativa. Esta será composta 
de reflexão, criatividade, crítica e troca de experiências. Neste caso, a didática 
utilizada será aquela capaz de favorecer a troca ampla e aberta de experiências, 
explorando as várias linguagens do ser humano. De forma que educadores e 
educandos crescerão e aprendam juntos. 
Durante o processode ensino-aprendizagem as atividades lúdicas são 
estratégias e/ou materiais privilegiados, facilitadores no momento de aplicação e 
execução de atividades que tenha como objetivo garantir o desenvolvimento pessoal 
e a cooperação. Com base no pressuposto da qualidade do suporte, o planejar, 
preparar e dirigir atividades lúdicas exitosas se faz necessário, bem como a análise 
da mensagem, de maneira que ao transmitir para as crianças um conteúdo 
educacional este esteja adequado e desejável. Podendo assim, entrelaçar suporte e 
mensagem, de forma a produzir um veículo adequado à formação de cidadãos 
plenos, autoconfiantes, éticos e construtivos. 
Os objetivos deste estudo foram: explicitar a importância da relação professor 
x aluno com TDAH; a importância do atendimento diferenciado ao aluno em sala de 
aula; as modificações nos planejamentos e nas aulas, assim como o convívio do 
aluno com TDAH e os demais alunos da classe; e como o professor observa o 
rendimento e o atendimento ofertado a essa criança. 
Ao longo deste estudo foi possível observar o professor atual em busca da 
qualidade do ensino oferecido ao seu aluno com TDAH, em busca de auxílio para 
26 
 
 
 
melhorar sua ação pedagógica e avaliando as novas possibilidades capazes de 
contribuir com as aulas. 
O grande número de alunos atendidos por sala é uma preocupação dos 
professores, pois isso dificulta o trabalho e a aprendizagem do aluno com TDAH. 
Entendemos que a medicação não é a solução do transtorno, embora haja a defesa 
de que ela contribui para amenizar o quadro. 
A utilização de metodologia e recursos que permitam uma performance mais 
adequada no atendimento ao aluno com TDAH é primordial. O estudo sobre 
intervenções no contexto escolar precisa ser aprofundado para que se desenvolva 
atividades que trabalhem com as necessidades desses alunos, garantindo 
aprendizagem real e significativa, ou seja, é importante que os métodos utilizados 
nas escolas sejam analisados e repensados, visto que, esses alunos não estão 
recebendo a atenção necessária, capaz de contribuir ao acesso do conhecimento. 
Quanto à formação docente é necessário cursos de extensão que viabilizem a 
qualificação com o objetivo de melhor atendimento aos alunos com TDAH, ou outras 
necessidades específicas. 
Somente na escola a criança tem a possibilidade de apropriação do 
conhecimento cientifico construído historicamente pela humanidade, de forma 
sistematizada, planejada, com objetivo possibilitar a aquisição dos conteúdos 
científicos. Cabe ao professor propiciar ao aluno a partir de seus saberes teóricos e 
práticos, mudanças de postura com ensino participativo, solidário, democrático, 
criativo e reflexivo, organizado no ambiente escolar. 
Determinar as prioridades, ser compreensivo, paciente, acreditar no potencial 
da criança, elogiar seus acertos e auxiliar na superação das dificuldades, evitar 
aulas repetitivas/cansativas, auxiliar e incentivar o aluno para que conclua suas 
tarefas, trabalhar em regime de colaboração com a família do aluno. Propiciar a 
relação do aluno com TDAH e o restante da sala e com o conteúdo para que ele se 
sinta parte atuante do ambiente, sendo a escola local prazeroso. Conclui-se que o 
professor é o agente mediador entre conhecimento e aluno, sendo a figura capaz de 
desenvolver as funções psicológicas superiores, que são responsáveis pelo controle 
da conduta e da vontade, essenciais para a aprendizagem e para o desenvolvimento 
do aluno. 
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Diante do exposto, compreende-se que as atividades precisam ser objetivas, 
claras, sem muitos distrativos, com intervenções pontais, por meio desta proposta de 
trabalho o professor introduzir os conteúdos de forma diferenciada e bastante ativa. 
O educador precisa ter os objetivos claros, preparar o material com antecedência e 
refletir sobre as intervenções possíveis, pois assim, será proporcionado ao aluno 
condições de apreensão dos conteúdos de maneira significativa e agradável, pois o 
aluno construirá seu conhecimento de forma significativa e agradável. 
28 
 
 
 
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SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das 
pessoas distraídas impulsivas e hiperativas. São Paulo: Editora Gente, 2003. 
 
 
 
 
	INTRODUÇÃO
	1 CONCEITO DE necessidades EDUCACIONAIS ESPECIAIS
	1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
	2 Causas e implicações do TDAH no processo de escolarização
	CONsiderações finais
	REFERÊNCIAS

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