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Pirassununga 2017 KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A IMPORTÂNCIA DO APOIO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM TDAH Pirassununga 2017 KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A IMPORTÂNCIA DO APOIO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM TDAH Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia. Orientadora: Sidnéa Castro KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA KARINA PEREIRA DE OLIVEIRA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A IMPORTÂNCIA DO APOIO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM TDAH Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia. BANCA EXAMINADORA Prof.ª Renata Tereza da Silva Ferreira Prof.ª Tânia Cristina Caramigo Prof.ª Élka Paccelli Scherma Pirassununga,07 de dezembro de2017 Dedico este trabalho a Deus pela força e amparo de sempre, a minha família por participar dos meus tropeços, das minhas batalhas e das minhas conquistas. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus pelas graças que derrama todos os dias sobre mim e minha família, por nunca me desamparar e principalmente pela sabedoria e discernimento para lidar com as situações problemas do dia a dia. Aos meus familiares por todo apoio, incentivo e colaboração ao longo de minha vida e jornada na formação acadêmica. A todos os professores pela paciência, dedicação, companheirismo, incentivo e seu grande desprendimento em me ajudar. Aos colegas da turma pela amizade construída no decorrer do curso e pela valiosa ajuda. E a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram com a minha formação pessoal e acadêmica. DE OLIVEIRA, KARINA PEREIRA . A importância do apoio pedagógico ao aluno com TDAH. 2017.29. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Anhanguera Educacional, Pirassununga, 2017. RESUMO O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um Transtorno Funcional Específico que leva crianças e adolescentes a prejuízos acadêmicos e sociais devido aos sintomas de desatenção hiperatividade e impulsividade. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a importância da escola atender de modo diferenciado os alunos portadores de necessidades educacionais específicas e fazer análise das possíveis ações a serem desenvolvidas pela Pedagoga na intervenção, contendo fundamentação teórica e sugestões de atividades para serem desenvolvidas com a finalidade de auxiliar o trabalho com alunos com TDAH. Disponibilizar o uso de estratégias diferenciadas para o atendimento destes alunos, observando que a atuação do professor é fundamental para o desenvolvimento, aprendizagem e superação das limitações e das dificuldades apresentadas pelos alunos com TDAH. . Palavras-chave: TDAH; Pedagogo; Intervenção; Professor; Desafio. DE OLIVEIRA, KARINA PEREIRA. The Importance of Pedagogical Support to Students with ADHD. 2017. 29. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Anhanguera Educacional, Pirassununga, 2017. ABSTRACT Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is a Specific Functional Disorder that leads children and adolescents to academic and social impairment due to the symptoms of inattention, hyperactivity and impulsivity. This work aims to reflect on the importance of the school to attend in a differentiated manner the students with specific educational needs and to analyze the possible actions to be developed by the Pedagogue in the intervention, containing theoretical foundation and suggestions of activities to be developed with the purpose of help with ADHD students. Provide the use of differentiated strategies for the care of these students, noting that the teacher's performance is fundamental for the development, learning and overcoming of the limitations and difficulties presented by students with ADHD. Keywords: ADHD; Pedagogue; Intervention; Teacher; Challenge. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 1 CONCEITO DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS ......................... 11 1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE ................ 12 2 CAUSAS E IMPLICAÇÕES DO TDAH NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 25 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28 9 INTRODUÇÃO O TDAH é uma doença que afeta cerca de 5 % da população escolar, prejudicando o desenvolvimento do aluno e as relações sociais. O aluno apresenta indisciplina e baixo rendimento escolar. As principais características da criança com TDAH são: dificuldade para sustentar a atenção por um determinado tempo, agitação e impulsividade. Algumas características que prejudicam o desempenho escolar da criança são: dificuldade em manter a atenção nas atividades que exigem concentração, dificuldade em finalizar tarefa, baixo desempenho nas avaliações, trabalhos desorganizados, dificuldade em ficar sentado, fala constante, atrapalha o andamento das atividades gerais com brincadeiras e produz barulhos em momentos inadequados. Esta pesquisa bibliográfica busca compreender o TDAH, os melhores métodos ou teorias capazes de garantir a aprendizagem eficaz, de forma que esta seja capaz de incitar a reflexão sobre a importância que a escola representa na formação e socialização dos sujeitos, defendendo a escola na perspectiva de instituição educacional, capaz de efetivar a participação destes indivíduos no contexto social, atendendo de modo diferenciado, esses alunos portadores de necessidades educacionais específicas. Faz-se necessária a reflexão sobre as principais dificuldades encontradas pelos professores, nas práticas pedagógicas junto a essa clientela. Devemos considerar que o professor que ensina a alunos que apresentam TDAH também necessita adaptar seu processo de ensino para atender as necessidades do aluno, devendo ser flexível e dinâmico nas aulas, através de uma metodologia que facilite a aprendizagem do estudante por meio de adequações curriculares. Diante deste contexto e da necessidade de minimizar as dificuldades específicas dos alunos com TDAH, qual a relevância do apoio pedagógico no processo de aprendizagem? Esta revisão bibliográfica tem como objetivo geral compreender o que é o TDAH, o que são dificuldades de aprendizagem e as implicações desse transtorno no processo de aprendizagem do aluno, para isso será necessário, conceituar e esclarecer o que são necessidades especiais, definindo o TDAH, identificar as causas e implicações do TDAH no processo de escolarização e analisar a importância do trabalho diferenciado realizado pelo professor. 10 No primeiro capítulo será abordado o conceito de necessidades especiais, abordando ainda a definição de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. No segundo capítulo identificaremos as causas e as implicações do TDAH no processo de escolarização. No terceiro capítulo realizar-se-á a análise da importância do trabalho diferenciado realizado pelo professor e da intervenção pontual no processo de aprendizagem. Considerando as intervenções significativas como meio de garantia na aprendizagem do aluno com TDAH, refletindo sobre o processo ensino – aprendizagem, repensando na proposta de uma avaliação mais ampla para estes alunos,em consonância às leis da Educação Especial no Brasil e os estudiosos Rohde, Silva, Bonadio, Belli, entre outros. Promovendo estudo capaz de auxiliar na compreensão da relação entre TDAH e as atuais práticas pedagógicas, possibilitando reflexão sobre a importância do conhecimento do transtorno, os limites e os desafios que o profissional de educação precisa superar junto com a escola e com a família para ajudar na aprendizagem dessas crianças. Espera-se que ao final deste trabalho, compreenda-se que olhar para o indivíduo, antes de ver sua deficiência ou dificuldade é essencial. 11 1 CONCEITO DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS De acordo com a LDB nº 9.394/96 em seu Capítulo V, artigo 58: A educação especial refere-se à modalidade de educação escolar “oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais”. (BRASIL, 1996). Fundamentada neste artigo, a Resolução nº 95, de 21-11-2000, do C.E.E. do Estado de São Paulo, no seu artigo 1º, considera: “Alunos com necessidades educacionais especiais aqueles que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente ou temporário, que resultem em dificuldades ou impedimentos no desenvolvimento do seu processo ensino-aprendizagem.” (BRASIL. MEC. SEESP, 00) Ou seja, os alunos que necessitem de apoio específico para seu desenvolvimento social, dependendo de suas limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, síndromes ou transtornos diversos. Desta forma, são crianças que apresentam características pessoais diferentes e que não fazem parte do padrão social, intelectual e comportamental ditos “normais”. Segundo o consenso popular a criança cujo desempenho não se aproxima do padrão de “normalidade”, ou seja, diferente do esperado, a criança tornar-se merecedora de atenção especial, por parte dos pais, professores ou profissionais da saúde. Com base nos aspectos legais a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de número 9.394/96, no capítulo V, trata e específica o direito do alunos com necessidades especiais e o dever da instituição escolar em assegurar a adequação no processo de ensino. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; (BRASIL, 1996). 12 Este artigo sobre educação especial, busca garantir a flexibilização do currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e organização de apoio e atendimento aos alunos de acordo com as necessidades específicas. Estes sem dúvida são fatores fundamentais para a garantia do bom atendimento dentro do espaço escolar. A escola identifica o comportamento do aluno, mas só os especialistas da área, como médicos, psicólogos, psicopedagogos podem diagnosticar a necessidade educacional especial do aluno. Em diversos casos o diagnóstico é precário e equivocado, rotulando e classificando o aluno indevidamente, muitas vezes tal fato se associa ao total desconhecimento e despreparo do educadores sobre o que é esse distúrbio de aprendizagem e consequentemente resulta em experiências desastrosas para a criança. Quando constatado que a criança é portadora de alguma dificuldade de aprendizagem, em grau leve, moderado ou severo provoca ansiedade tanto na família quanto na escola e nos profissionais de educação, pois sabe-se que tal limitação acarretará em problemas de ajustamento social e na aprendizagem, considerando que a convivência e a vivência humana se dá por meio da leitura e da escrita. Fato cultivado e enraizado na nossa cultura. Após esse diagnóstico espera-se que a escola busque estratégias para adequação das práticas pedagógicas, de modo que esta favoreça o desempenho do aluno, levando em consideração seu ritmo, limite e tempo de execução da atividade. 1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, denominado TDAH, classifica-se como problema de saúde mental caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade no campo familiar, escolar e social. Após a metade do século XIX, iniciou-se os estudos sobre as causa e progressivamente abandonou-se as noções de falha disciplinar como principal motivo do Transtorno. 13 Passando por diferentes denominações, de acordo com Poeta e Rosa Neto (2004, p.150): Este transtorno tem aparecido com variações na sua nomenclatura no decorrer da história, incluindo algumas denominações como “Lesão Cerebral Mínima”; “Reação Hipercinética da Infância”, no DSM-II; “Distúrbio do Déficit de Atenção”, no DSM-III; “Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção”, no DSM-III-R; “Transtornos Hipercinéticos”, na CID-10; e “Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade”, no DSM-IV. (POETA e ROSA NETO, 2004, pg150). O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado hoje o distúrbio infantil mais comum, sendo ainda a principal causa do fracasso escolar. No entanto, pesquisas recentes destinadas a esta questão comprovaram que este distúrbio permanece na adolescência e na idade adulta. A existência deste transtorno na fase adulta foi reconhecida oficialmente em 1980 pela Associação de Psiquiatria Americana. Pesquisas publicadas pela ABDA (2007) revelam que crianças com TDAH apresentam alterações na região frontal orbital e suas conexões com o resto do cérebro. Considerando que a região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em relação às outras espécies animais, sendo ainda responsável pela inibição do comportamento, isto é, capaz de balizar, controlar ou inibir comportamentos inadequados, pela capacidade de prestar atenção, memorização, autocontrole, organização e planejamento. Ao que tudo indica a alteração nesta região cerebral está no funcionamento de um sistema de substâncias químicas denominadas neurotransmissoras, principalmente dopamina e noradrenalina, responsáveis por passarem as informação entre as células nervosas (neurônios). De acordo com Rohde e Benczik (1999, p. 42): Os principais relatos dos pais e professores com relação a esta criança é que ela não consegue se concentrar nas atividades escolares, no entanto conseguem ficar quietos e concentrados quando algo lhes interessa. Isso ocorre pelo fato da atenção e do controle motor serem extremamente dependentes da motivação e dos estímulos individualizados. Em contra partida a capacidade de focar a atenção e controlar a motricidade em ambientes com excessos de estímulos, como por exemplo a sala de aula com muitos alunos, ou inúmeras atividades desinteressantes geram a inquietação e desatenção na criança ou adolescente com TDAH. 14 Alguns estudos/pesquisas têm buscado respostas sobre as possíveis causas para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, como a hereditariedade, problemas na gestação ou no parto, exposição a substâncias tóxicas ou problemas familiares. Vale ressaltar que Rohde e Benczik (1999, p.58) afirma que “é importante lembrar que muitas destas pesquisas somente mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito”. O Transtornodo Déficit de Atenção e Hiperatividade é caracterizado por dois grupos de sintomas: Déficit de Atenção e Hiperatividade e Impulsividade de acordo com os critérios do DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria. Os sintomas que fazem parte do grupo de déficit de atenção são: • Dificuldades em fixar atenção a detalhes; • Dificuldades em manter a atenção nas tarefas diárias ou brincadeiras; • Dificuldades de ouvir falas indiretas; • Dificuldades na compreensão das instruções, podendo não terminar as tarefas escolares ou domésticas por não compreenderem as instruções; • Dificuldades em organizar as tarefas e atividades; • Hábito de evitar as tarefas que exijam esforço mental por um período; • Hábito de perder objetos úteis na realização das tarefas ou atividades; • Distrai-se facilmente com estímulos exteriores; • Hábito de desligar-se nas atividades cotidianas. (DSM–IV, 2013, pg.73) Os sintomas que fazem parte do grupo da hiperatividade-impulsividade são: a) Hiperatividade • Ter as mãos ou os pés inquietos ou se contorcer nos assentos; • Sair da carteira na sala de aula ou situações em que precisa esperar sentado; • Correr, subir e descer escadas de maneira persistente, em situações impróprias (em adolescentes ou adultos, isso pode ser limitado a sensações subjetivas de inquietação); • Dificuldade para brincar ou se envolver em atividades tranquilas; • Estar sempre muito ativo ou de agir como se "movido por um motor"; • Fala excessiva. (DSM–IV, 2013, pg.73) b) Impulsividade • Falar abruptamente ou de responder antes que as perguntas sejam terminadas; • Dificuldades em esperar a vez; • Interromper ou se intrometer em experiências alheias (conversas ou jogos); Estes sintomas normalmente iniciam antes dos sete anos, no entanto, n maioria das vezes são diagnosticados após o ingresso da criança na escola, pois este é o momento em que os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são percebidos pelo professor ao realizar a comparação com as outras crianças da mesma idade. (DSM–IV, 2013, pg.73) 15 O DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) subdivide o TDAH em três tipos: 1) TDAH com predomínio de sintomas de desatenção: com taxa mais elevada de prejuízo acadêmico e maior frequência no sexo feminino; 2) TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade: crianças mais agressivas e impulsivas que tendem a apresentar altos índices de impopularidade e rejeição pelos colegas; 3) TDAH combinado: apresenta maior prejuízo no funcionamento global quando comparado aos outros dois tipos. Apresentado por meninos em maior frequência. A proporção é de até dois meninos para cada menina. As meninas têm menos sintomas de hiperatividade-impulsividade que os meninos, embora sejam igualmente desatentas, o que fez com que se acreditasse que o Transtorno só ocorresse em sexo masculino. (RODHE, HALPERN, 2004, p. 65) O diagnóstico desse transtorno é clínico, feito por profissional da Saúde Mental (Psicólogo, Psiquiatra, Neurologista), para tal é necessário a investigação do histórico da criança com uma ou mais pessoas significativas. No caso de crianças e adolescentes, as informações ofertados pelo professores e pelos pais são de extrema importância, diferente dos adultos, que necessitam de informações dos parentes próximos e cônjuges para auxiliar no diagnóstico conclusivo. Realizar escala de avaliação, atribuindo pontos aos sintomas, são de grande utilidade para direcionar a investigação diagnóstica. Outra característica marcante do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em crianças é a apresentação de outros problemas de saúde mental, como problemas de comportamento, ansiedade e depressão, chamados de comorbidades. Rodhe e Benczik (1999, p. 46) citam como “comorbidade a ocorrência em conjunto de dois ou mais problemas de saúde” e destacam que o TDAH é acompanhado com alta frequência de outros problemas de saúde mental e nos adultos estima-se que essa frequência seja maior ainda. Para Rohde e Halpern (2004, p. 66): Pesquisas mostram uma alta prevalência de comorbidade entre o TDAH e os transtornos disruptivos do comportamento (transtorno de conduta e transtorno opositor desafiante), situada em torno de 30 a 50%. A taxa de comorbidade também é significativa com as doenças: a) depressão (15 a 20%); b) transtornos de ansiedade (em torno de 25%); c) transtornos da aprendizagem (10 a 25%). De acordo com Facion (2005) algumas terapias apresentam melhores resultados no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, sendo elas: a Farmacoterapia, a Psicoterapia, a Medicina Comportamental, a Dieta 16 Livre de Fosfato, os Treinos de Autoinstrução e a Orientação para Pais e Professores. Até o ano de 2007, o TDAH estava entre as Condutas Típicas, motivo pelo qual estava citado nos documentos oficiais do Ministério da Educação e Cultura, considerando que os educandos com necessidades educacionais especiais na área de condutas típicas apresentavam dificuldades na adaptação escolar, e que estas poderiam estar ou não associadas a limitações no processo de desenvolvimento, fato este que dificultava o progresso satisfatório do aluno, pois ele não conseguia acompanhar as atividades curriculares a contento. É importante ressaltar que estes alunos geralmente, não apresentam comprometimento ou atraso intelectual, no entanto convivem com a dificuldade de adaptação ao contexto familiar, escolar e comunitário. Diante deste fato, embora a criança não apresente o comprometimento intelectual, ele possui a aprendizagem prejudicada, pois não consegue se concentrar e terminar as atividades propostas, pois apresenta dificuldade em sentar e concentrar-se nas atividades. As interferências e pedidos do professor não surtem efeito, pois a criança distrai-se com facilidade, fala excessiva durante a aula, e possui a noção de perigo abalada, é muito desorganizado com seu material escolar e pertences. Em janeiro de 2008 o MEC elaborou novo documento, intitulado “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva” onde realiza a mudança na classificação do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, e denomina-o como Transtorno Funcional Específico. Diante desta nova perspectiva de educação inclusiva, a educação especial passou a constituir a proposta pedagógica das unidades escolares, definindo como público alvo alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Em se tratando de transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de maneira articulada ao ensino comum, realizando atendimentos em salas de recursos, preferencialmente no contra turno, ofertando o atendimento que priorize as necessidades educacionais especiais destes alunos, de forma a desenvolver suas habilidades integralmente. Fazem parte dos transtornos funcionais específicos a dislexia, a disortografia, a disgrafia, a discalculia, o transtorno de atenção e hiperatividade, dentre outros. 17 2 CAUSAS E IMPLICAÇÕES DO TDAH NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO A escola tem papel fundamental na sociedade como fonte de formação e socialização dos sujeitos, sendo de suma importância a garantia de inserção de todos os alunos neste espaço, inclusive os que apresentam deficiência, transtornos e dificuldades de aprendizagem. O TDAH é assunto frequente no cotidiano das escolas, decorrente do crescente número de alunos com este transtorno. Este aumento de casos gera inquietação na família, nos profissionais da educação e da saúde, pois é um tema pouco explorado e com muitas incertezas. Na tentativa de minimizar as consequências deste transtorno em sala de aula, é necessário buscar aprofundamento sobre o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade,suas causas, como diagnosticar, quais os possíveis tratamentos e metodologias adequadas que proporcionem o desenvolvimento do aluno de maneira integral. Fortunato (2011, p.9) afirma que: O professor deve unir saber teórico com práticas pedagógicas que revelem o ensino no sentido de instigar os estudantes com TDAH, a “descobrirem-se diante do mundo”. Práticas pedagógicas que demonstrem o ensino no sentido de “fazer descobrir”, “levar a pensar”, “saber e ter coragem” de usar as ideias projetadas pelos estudantes, respeitando suas hipóteses na construção de conhecimentos. Para Belli (2008, p.14) O transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um tema de estudo em vários países e vem recebendo inúmeras nomenclaturas desde 1860: Irrequieta Philllips, Doença de Still, Distúrbio de impulso, Lesão Mínima do Cérebro, Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância. Desta forma, a nomenclatura (TDA) referente ao Transtorno de Déficit de Atenção surgiu pela primeira vez em 1980, no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais - Terceira edição (DSM-III) que descreve a dificuldade de concentração e atenção como ponto central desse transtorno. Em 1987, o Transtorno de Déficit de Atenção foi renomeado para TDAH, onde se buscava o resgatar na ênfase da hiperatividade e na impulsividade, sintomas que haviam sido diminuídos. Os sintomas do TDAH podem ser observados em várias fases do desenvolvimento da criança, no entanto torna-se evidente na fase pré-escolar e 18 escolar, quando a impulsividade da criança ou adolescente compromete suas atividades diárias, relações pessoais e interpessoais na escola, no trabalho e em casa. Diversos estudos buscam informações sobre o desenvolvimento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, detectando que as possíveis causas são de conotação genética ou disfunção orgânica, pois envolve diversas áreas do cérebro e o estado psicológico é um fator determinante, no entanto a maioria dos indivíduos que apresentam a hiperatividade tem associados ambos os fatores, ou seja, orgânicos e psicológicos, normalmente, existe mais de um caso de TDAH na mesma família segundo Belli (2008, p.18): Tais sintomas podem ter traços de hereditariedade, causado por desequilíbrios químicos entre a dopamina e a noradrenalina, que estão deficitárias, não é um transtorno restrito a uma determinada região, raça ou cultura, sendo que todas as culturas e grupos éticos possuem crianças com o TDAH. Para Rohde e Benczik (1999, p.62) O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma vulnerabilidade herdada, manifestando-se de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. Quanto mais forte a carga genética, menor a importância dos desencadeadores ambientais. Em contrapartida, Jones (2004,p.10) menciona estudos em que: A principal causa para o desenvolvimento do TDAH é o meio, as condições e estímulos que a criança recebe nas relações sociais, na qual os muitos elementos da vida moderna contribuem para o problema da hiperatividade. O ritmo da vida moderna é muito rápido. Atualmente precisamos lidar com um verdadeiro bombardeio de informações, estímulos e entretenimento oferecidos pela televisão, jogos de computador, atividades organizadas, clubes e mídia em geral. Fatores que estimulam mentalmente e nos privam de exercícios físicos capazes de cansar saudavelmente as crianças. Crianças quando muito estimuladas podem desenvolver dificuldade na habilidade de concentração, rotinas e disciplinas. Outro fator capaz de contribuir para o desenvolvimento do TDAH é a educação, crianças pertencentes a famílias instáveis, caóticas, desarmônicas, e que não recebem a atenção necessária para aprender brincadeiras construtivas, podem tornar-se hiperativas ou desenvolver problemas de comportamento. 19 De acordo com Sam Goldstein e Michael Goldstein (1996) são utilizadas três tipos de intervenção com crianças hiperativas, sendo a primeira o uso de medicamento. A segunda e a terceira técnicas não médicas, utilizadas por pais e professores após compreensão do transtorno e das intervenções possíveis. Estabelecer rotina constante matinal ou noturna é um exemplo, outra técnica possível de uso é a utilização de estratégias de desenvolvimento de habilidades capazes de ajudar a criança hiperativa a fixar a atenção de modo afetivo, planejado, para que seja capaz de ficar sentada e controlar as emoções. Essas intervenções permitem que a criança funcione de modo mais efetivo. Atualmente o uso de estimulantes, principalmente da Ritalina tem sido sugerido frequentemente para o tratamento de crianças com TDAH, no entanto, o medicamento sozinho é ineficaz, pois existem muitos problemas experimentados pelas crianças com TDAH. É importante ainda ressaltar que estes medicamentos podem causar efeitos colaterais que prejudicam o crescimento, dependência de drogas e álcool, perda do apetite, dificuldade de dormir e agitação, irritabilidade, convulsões, alucinações, tiques e outros problemas comportamentais não vistos até o início do tratamento, sintomas estes que só desapareceram após a interrupção do medicamento. Segundo Bonadio e Mori (2013) as crianças com TDAH evitam atividades de leitura, jogos e brincadeiras que exigem atenção, persistência e organização para sua realização e conclusão, visto que os ruídos e estímulos despercebidos por outras crianças atraem a atenção delas, o que faz com que interrompam a atividade que estão realizando, portanto, nestes casos a intervenção psicopedagogica é de extrema importância. Vale ressaltar que grande parte das crianças e adolescentes com TDAH são diagnosticadas tardiamente, por isto as lacunas de aprendizagem que necessitam ser abordadas por trabalho de reconstrução de habilidades e conteúdos já existem. Desta forma, Rohde e Benczik (1999) sugerem que as reconstruções dessas habilidades sejam feitas pelo profissional especializado (psicopedagogo ou fonoaudiólogo), visto que o tratamento sintomatológico ou de reforço de conteúdo não minimiza as lacunas de aprendizagem que ficaram. O trabalho em conjunto do profissional especializado, do professor e da família, sem dúvida é o mais recomendado, para que minimize novas lacunas. 20 Vale ressaltar que a criança com dificuldade de concentração executa as atividades escolares de forma mais lenta quando comparada às outras crianças, e em vários momentos não as finalizam, gerando desmotivação, sentimentos de inferioridade e incapacidade, fatos que podem causar bloqueios e traumas ao longo de sua vida social. É importância que todos os envolvidos trabalhem em regime de colaboração para acontecer à superação de limites e a promoção da aprendizagem. O trabalho dos profissionais da educação precisa ser coletivo e articulado com as políticas sociais e econômicas, com o intuito de assegurar que todos os alunos, sem qualquer forma de discriminação, tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem e se desenvolvam plenamente em todas as suas capacidades e potencialidades. 21 3 O TRABALHO DIFERENCIADO DO PROFESSOR O professor tem papel fundamental no processo de aprendizagem dos alunos, ele é o responsável e, em vários momentos o primeiro a perceber que existe alguma alteração no comportamento esperado de seus alunos, portanto a formação dos profissionais da educação, é influenciada pelas mudanças ocorridas na sociedade, no mundo do trabalho e na economia do país, sendo de extrema importância o investimento na formação contínua. A formação inicial dos profissionais da educação básica ocorre nas instituições de ensino superior, credenciadas e reconhecidas pelo MEC, podendo ser na modalidade presencial, semipresencial ou à distância, na qual a instituiçõesde ensino superior é responsável pela relação entre teoria e prática e garantia da qualidade social, política e pedagógica necessária. Por tanto, a formação de professores deve beneficiar diferentes formas de estudo e conteúdo, proporcionando ao futuro professor formação que garanta o estudo teórico de qualidade e a capacidade de reflexão crítica sobre os processos políticos e educacionais, pois ao adquirir competência o professor ganha também condições de perceber, dentro da escola, os obstáculos que se opõem à sua ação, ofertando assim atendimento de qualidade aos alunos. Atualmente, temos encontrado um público diferente nas escolas, e a inclusão é fruto da mudança do pensar da sociedade, das concepções de progresso das políticas públicas e movimentos sociais que buscaram a consolidação dos direitos de todos na sociedade. De maneira que, não basta apenas ofertar a vaga ao aluno com algum tipo de transtorno ou deficiência, é necessário que oferte condições de acesso e permanência ao mesmo. O professor hoje, não pode se deter em planejamentos padrões, ao contrário, precisa se ater as necessidades específicas dos alunos, criando novas formas de 22 apresentação do conteúdo escolar, proporcionando maior compreensão e condições de aprendizagem a todos os alunos. Para que a oferta de aprendizagem seja qualitativa e atinja o maior número possível de alunos, o professor deve ser conhecedor da necessidade do aluno e empenhado em sua formação inicial e continuada. Em sala de aula, o professor reformula o formato da aula de acordo com sua clientela, oferecendo atividades dinâmica e objetiva, capazes de desenvolver a integração dos alunos e a motivação. Quando o grupo possui alunos com TDAH, as atividades precisam ser claras, diretas, objetivas de maneira que estas respeitem o ritmo e desenvolvam o interesse do aluno. Também será imprescindível que o professor esteja próximo ao aluno estabelecendo combinados, trabalhando a importância das regras e limites, promovendo o desenvolvimento da autoestima e propiciando ao aluno a capacidade de descobrir por si mesmo quais as melhores estratégias de desenvolvimento da sua aprendizagem. Neste momento o professor repensa sua prática e faz os ajustes que julga necessário. Embora alguns professores avaliem as adaptações curriculares como medida “empobrecedora das expectativas educacionais”, algumas vezes elas são as únicas alternativas possíveis para atender qualitativamente os alunos, sendo esta, uma forma capaz de evitar a exclusão. Adaptar o currículo e a forma de avaliar é ofertar ao aluno o que ele realmente precisa. É importante ressaltar que o aluno hiperativo não é menos inteligente que os outros, ele possui a mesma capacidade que os demais, no entanto, seu principal empecilho é a impulsividade e a falta de atenção, ferramentas essenciais para o processo de ensino aprendizagem. A criança hiperativa responde melhor ao reforço positivo, sendo capaz de seguir comandos simples, pois tem muita dificuldade em obedecer e aceitar condutas de punição. Cabe ao educador perceber as necessidades e dificuldades dos seus alunos, realizar a análise das possibilidades de alteração da sua metodologia, adaptar o currículo e atividades, rever a maneira de conduzir as aulas, criar avaliações diferenciadas e diversificar a aplicação para melhor atender seu público. 23 Geralmente, procedimentos simples como: ler as questões, fazer questionamentos orais, são suficientes para que os resultados sejam próximos a realidade. O professor deve utilizar os mais variados métodos de ensino, para atingir o maior número de crianças possíveis. Esses métodos devem ser baseados no uso de todos os canais sensoriais da criança, ou seja: audição, visão, memória, tato e paladar, para desenvolver tanto na escrita quanto na leitura e sua percepção de mundo. As mudanças não se restringem apenas à didática, ela invade o espaço físico da sala de aula, tornando o ambiente um facilitador de aprendizagem. A organização das carteiras e os trabalhos em grupos permitem aos alunos interagir ativamente, proporcionando o desenvolvimento significativo. Quando o professor atua de maneira positiva, flexível e adequada frente às dificuldades de aprendizagem apresentadas ele auxilia o aluno a enfrentar os desafios que antes se constituíam como barreiras intransponíveis e desanimadoras para ele. De acordo com Silva (2003 p.261) o indivíduo com TDAH tem capacidade de um grande futuro profissional e acadêmico, destacando que: Conhecer e entender o próprio comportamento é fundamental para uma mudança de perspectiva que possibilite um redirecionamento em sua vida. É importante ao TDAH aceitar o seu modo de ser e acreditar sinceramente em seus talentos, transformando assim potencialidades criativas em atos criativos. Ele tem que adquirir confiança para buscar seu espaço nesse novo sistema de trabalho, pois para se adaptar bem a essa viagem ao futuro, é preciso levar na bagagem, junto à criatividade, a coragem e a perseverança: a coragem de errar e a perseverança de continuar tentando. É necessário que tenha um ideal firme e que creia no seu próprio sonho para torná-lo real. O trecho acima nos permite acreditar que o trabalho de pais, de professores e de toda a equipe que acompanha essas crianças com TDAH, pode contribuir significativamente para o sucesso acadêmico do aluno, sendo necessário ressaltar que o trabalho com este público deve ser diferenciado, pois há que se proporcionar atividades variadas que ocupem a criança o maior período de tempo possível, ofertando ainda a liberdade de escolha e de movimentos. O professor deve ainda estabelecer regras e rotina, oferecer ao aluno um ambiente tranquilo, evitar muitos distrativos, instruir a criança com ordens curtas e claras. Desenvolver atividades ou jogos diferentes para estimular o interesse são 24 ideais, deve-se ainda ter o cuidado de ofertar a esse aluno a companhia de crianças mais calmas e tranquila em sala de aula. Devemos considerar ainda que o vínculo afetivo que o professor estabelece com seus alunos propiciam um local agradável de aprendizagem, trabalhar de maneira construtiva auxilia no desenvolvimento das habilidades dos alunos. A prática do professor está diretamente ligada ao desempenho do aluno, por isso é fundamental que se invista na formação continuada do professor e que a escola esteja preparada para receber estes alunos, uma vez que a inclusão é realidade no nosso país. Cabe ainda ressaltar que é o professor que definirá a melhor maneira de lidar com os alunos hiperativos e seus familiares, a fim de proporcionar qualidade no ensino e melhor socialização, afinal todos nós somos diferentes e emanamos necessidades específicas. 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS O professor deve criar condições estimuladoras e desafiadoras à reflexão dos educandos, contribuindo assim para a formação de pessoas capazes de buscar alternativas criativas para solucionar os problemas que surgem. Se a intenção dos educadores for colaborar na formação de pessoas repetidoras da realidade, nossa forma de atuar será contrária à reflexão, à criatividade, à crítica, e à troca de experiências. Ou seja, nesta concepção o conhecimento se apresenta como algo acabado, que não precisa ser revisto. Se, ao contrário, deseja-se contribuir com a formação dos seres críticos, participantes, criativos e que busquem renovação constante de si mesmo e da sociedade, teremos os alunos como o centro da ação educativa. Esta será composta de reflexão, criatividade, crítica e troca de experiências. Neste caso, a didática utilizada será aquela capaz de favorecer a troca ampla e aberta de experiências, explorando as várias linguagens do ser humano. De forma que educadores e educandos crescerão e aprendam juntos. Durante o processode ensino-aprendizagem as atividades lúdicas são estratégias e/ou materiais privilegiados, facilitadores no momento de aplicação e execução de atividades que tenha como objetivo garantir o desenvolvimento pessoal e a cooperação. Com base no pressuposto da qualidade do suporte, o planejar, preparar e dirigir atividades lúdicas exitosas se faz necessário, bem como a análise da mensagem, de maneira que ao transmitir para as crianças um conteúdo educacional este esteja adequado e desejável. Podendo assim, entrelaçar suporte e mensagem, de forma a produzir um veículo adequado à formação de cidadãos plenos, autoconfiantes, éticos e construtivos. Os objetivos deste estudo foram: explicitar a importância da relação professor x aluno com TDAH; a importância do atendimento diferenciado ao aluno em sala de aula; as modificações nos planejamentos e nas aulas, assim como o convívio do aluno com TDAH e os demais alunos da classe; e como o professor observa o rendimento e o atendimento ofertado a essa criança. Ao longo deste estudo foi possível observar o professor atual em busca da qualidade do ensino oferecido ao seu aluno com TDAH, em busca de auxílio para 26 melhorar sua ação pedagógica e avaliando as novas possibilidades capazes de contribuir com as aulas. O grande número de alunos atendidos por sala é uma preocupação dos professores, pois isso dificulta o trabalho e a aprendizagem do aluno com TDAH. Entendemos que a medicação não é a solução do transtorno, embora haja a defesa de que ela contribui para amenizar o quadro. A utilização de metodologia e recursos que permitam uma performance mais adequada no atendimento ao aluno com TDAH é primordial. O estudo sobre intervenções no contexto escolar precisa ser aprofundado para que se desenvolva atividades que trabalhem com as necessidades desses alunos, garantindo aprendizagem real e significativa, ou seja, é importante que os métodos utilizados nas escolas sejam analisados e repensados, visto que, esses alunos não estão recebendo a atenção necessária, capaz de contribuir ao acesso do conhecimento. Quanto à formação docente é necessário cursos de extensão que viabilizem a qualificação com o objetivo de melhor atendimento aos alunos com TDAH, ou outras necessidades específicas. Somente na escola a criança tem a possibilidade de apropriação do conhecimento cientifico construído historicamente pela humanidade, de forma sistematizada, planejada, com objetivo possibilitar a aquisição dos conteúdos científicos. Cabe ao professor propiciar ao aluno a partir de seus saberes teóricos e práticos, mudanças de postura com ensino participativo, solidário, democrático, criativo e reflexivo, organizado no ambiente escolar. Determinar as prioridades, ser compreensivo, paciente, acreditar no potencial da criança, elogiar seus acertos e auxiliar na superação das dificuldades, evitar aulas repetitivas/cansativas, auxiliar e incentivar o aluno para que conclua suas tarefas, trabalhar em regime de colaboração com a família do aluno. Propiciar a relação do aluno com TDAH e o restante da sala e com o conteúdo para que ele se sinta parte atuante do ambiente, sendo a escola local prazeroso. Conclui-se que o professor é o agente mediador entre conhecimento e aluno, sendo a figura capaz de desenvolver as funções psicológicas superiores, que são responsáveis pelo controle da conduta e da vontade, essenciais para a aprendizagem e para o desenvolvimento do aluno. 27 Diante do exposto, compreende-se que as atividades precisam ser objetivas, claras, sem muitos distrativos, com intervenções pontais, por meio desta proposta de trabalho o professor introduzir os conteúdos de forma diferenciada e bastante ativa. O educador precisa ter os objetivos claros, preparar o material com antecedência e refletir sobre as intervenções possíveis, pois assim, será proporcionado ao aluno condições de apreensão dos conteúdos de maneira significativa e agradável, pois o aluno construirá seu conhecimento de forma significativa e agradável. 28 REFERÊNCIAS ABDA. Associação Brasileira de déficit de Atenção/Hiperatividade. Disponível em http://www.tdah.org.br/quemsomos01.php. Acesso 18 jul.2017 BELLI, Alexandra Amadio. TDAH! E agora?: A dificuldade da escola e da família no cuidado e no relacionamento com crianças e adolescentes portadores de Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. São Paulo: Editora STS, 2008. BONADIO, Rosana Aparecida Albuquerque. Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade: diagnóstico da prática pedagógica / Rosana Aparecida Albuquerque Bonadio; Nerli Nonato Robeiro Mori; Anna Maria Lunardi Padilha, prefácio. Maringá: Eduem, 2013 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDBEN 9394/96. 1996. Brasília. BRASIL. MEC. SEESP. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva - Janeiro de 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov. br/ arquivos /pdf/ politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 22 ago. 2017. DUPAUL G. J. STONER, G. TDAH nas escolas: estratégias de avaliação e intervenção. São Paulo: M Books, 2007. FACION, J. R. 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