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AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Clínica Médica de Grandes Animais M.V. Esp. Prof.ª Juliana Zambelli https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjbrcr9zNbcAhVIEpAKHZWEDv0QjRx6BAgBEAU&url=http://www.creditcash.com.br/negociacoes&psig=AOvVaw1G2_EvKWqKtOeEEHkbEe9I&ust=1533582172600659 Introdução ◦Cavalos de esporte ◦ Lugar de destaque ◦ Afecções do SL < afecções do SR ◦Demais categorias ◦ Relação muda Introdução ◦ Bovinos ◦ Afeta todo o sistema de produção (intensivo ou extensivo) ◦ Aglomeração de animais ◦ SI saudável consegue - debelar as infecções sem maiores problemas ◦ Função de defesa debilitada/tecido lesionado ◦ Instalação de MØ com posterior desenvolvimento de uma doença respiratória Introdução ◦ Pequenos ruminantes ◦ Acomete todas as idades ◦ Principalmente animal jovens (até 1 ano) ◦ Sistema de produção Etiologia das afecções ◦ Fatores predisponentes ◦ Esporos de fungos e plantas ◦ Gases poluentes – ureia e amônia ◦ Poeira ◦ Umidade ◦ Estresse ◦ Frio Frio Vasoconstrição ↓ do fluxo sanguíneo nas mucosas das VAs ↓ da atividade dos macrófagos Fatores determinantes Obstrutivos Alterações em estruturas morfológicas Inflamatórios Vírus, bactérias aeróbias ou anaeróbias, fungos Responsáveis pelo desenvolvimento de inflamação ou obstrução das VAs Inflamatórios Obstrutivos Hemiplegia laringeana, aprisionamento da epiglote, prolongamento ou paralisia do palato mole INFLUENZA EQUINA (GRIPE EQUINA) Afecções do Sistema Respiratório Etiologia ◦Vírus: família dos ortomixosvírus ◦ 2 subtipos ◦ Influenza A/Equi-1 ◦ Influenza A/Equi-2 ◦Acomete o homem, equinos, suínos e aves Etiologia ◦Vírus facilmente inativado ◦ Calor ◦ Luz UV ◦ Formaldeído ◦ Solventes orgânicos ◦ Detergentes sintéticos ◦ Sabão e agentes oxidantes Fisiopatogenia ◦ PE: TR ◦Vírus ataca as céls. ciliares → se multiplicam rapidamente ◦ Pode causar morte (erosões na mucosa) ◦Descamação epitelial + muco (irritação e > fluxo sanguíneo devido a congestão) ◦ Inflamação exsudativa grave: mecanismos fisiológicos de eliminação do muco estão prejudicados Fisiopatogenia ◦ Equi-1: menos patogênico ◦ Inflamação restrita as regiões nasofaríngea e laringotraqueal ◦ Equi-2: pode provocar pneumonia (potros), miosite e miocardites ◦ Infecções secundárias ◦ Streptococcus zooepidemicus ◦ Pode provocar a morte, principalmente de animais + jovens Sinais clínicos ◦ Tosse seca e frequente: único sinal por 2 a 3 dias ◦ Rinite com secreção seromucosa/mucosa ◦ Tosse se torna mais profunda e úmida ou produtiva ◦ Febre: 40/41ºC ◦Apatia, anorexia e, eventualmente, lacrimejamento ◦Auscultação pulmonar: crepitações, focos silenciosos – edema, pneumonia Asininos e muares são extremamente sensíveis Diagnóstico ◦ Sinais clínicos ◦ Exames laboratoriais Tratamento ◦Casos leves ◦ Antitérmico: TR ≥ 39ºC ◦Casos + graves ◦ ATB, expectorantes, inalação (vapores, O2) Prognóstico ◦ Bom ◦ Quando não ocorrem infecções secundárias ◦ Reservado ◦ Asininos e muares ◦ Profilaxia ◦ Vacinação ADENITE EQUINA (GARROTILHO) Afecções do Sistema Respiratório Introdução ◦ Enfermidade infectocontagiosa aguda ◦Caracterizada por inflamação mucopurulenta do TR superior ◦Abscedação dos linfonodos regionais Epidemiologia ◦Distribuição mundial ◦ Responsável por perdas econômicas importantes ◦ Custos com tto, medidas de controle, eventuais mortes ◦Ag. etiológico é endêmico na criação de equinos ◦ Pode ser encontrado nas mucosas orofaríngea e nasal normais Etiologia ◦ Streptococcus equi ◦ Bactéria β haemolitica ◦ Facilmente destruída pelo calor e desinfetantes químicos Fatores predisponentes ◦Alterações climáticas ◦Desmama ◦ Transportes prolongados ◦ Treinamento intensivo ◦ Superlotação nas instalações ◦Viroses e parasitoses Contágio ◦Mucosa nasal e oral ◦ Por contato direto entre animais sadios e doentes ◦ Indiretamente ◦ Intermédio de tratadores ou fômites A infecção pode ser transmitida, também, a éguas por potros que estão mamando, levando a mamite purulenta Fonte de infecção ◦Corrimento nasal de animais infectados ◦Disseminação do agente no ambiente Tossir, relinchar e espirrar Água - bebedouro Alimento - cocho Utensílios Pastagens Espalham pus na forma de aerossol contaminado Patogenia Bactéria Gls. mucosas nasofaringe Sistema linfático Gânglios linfáticos Linfonodos regionais Lesões inflamatórios e supurativas Corrente sanguínea (linfonodos distantes) Sinais clínicos ◦ PI: 3 a 7 dias ◦ Febre: 40 a 41ºC ◦Anorexia ◦ Inapetência ◦ Tosse ◦ Espirros ◦Dificuldade respiratória e disfagia ◦Cabeça estendida Sinais clínicos ◦Mucosa nasal hiperêmica com secreção serosa que evolui para mucosa e mucopurulenta ◦ Linfonodos mandibulares e retrofaríngeos edemaciados, quentes, firmes e doloridos a palpação ◦ Com abscedação, tornam-se flutuantes e aumentados ◦ Pode ocorrer fistulação Fonte: Projeto Carroceiro – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) Colaborador: Med. Vet. Heriberto Figueiredo Fonte: Projeto Carroceiro – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) Colaborador: Med. Vet. Heriberto Figueiredo Fonte: Projeto Carroceiro – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) Colaborador: Med. Vet. Heriberto Figueiredo Curso clínico ◦Duração média: 2 a 4 semanas ◦Casos graves podem persistir por até 3 meses ◦Animais com inadequada resposta imune podem desenvolver a forma crônica da doença Complicações ◦ Sinusite ◦ Púrpura hemorrágica ◦ Epiema das bolsas guturais ◦ Paralisia do N. laríngeo recorrente ◦ Formação de abscessos a distância ◦ Mesentério, pulmão, fígado, baço, rins e cérebro ◦ Pneumonia purulenta Diagnóstico ◦Achados epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos ◦ Fácil quando a sintomatologia é palpável Diagnóstico laboratorial ◦Hemograma ◦ Anemia ◦ Leucocitose com neutrofilia ◦ Isolamento do agente ◦ Secreção nasal purulenta ◦ Conteúdo de abscessos ◦ PCR ◦ Cultura bacteriana ◦ ELISA Diagnóstico diferencial ◦ Rinopneumonite viral equina ◦Artrite viral equina ◦ Influenza equina ◦ Bronquite aguda • Quadro clínico semelhante • Aumento acentuado dos linfonodos NÃO ocorre nessas doenças Tratamento ◦ Antibioticoterapia ◦ Penicilina Benzatina: 20.000 a 40.000 UI/kg, IM, BID ou cada 72 h ◦ Inalações úmidas com mucolíticos ◦ Maturação dos linfonodos acometidos com uso de pomadas a base de Salicilato de Metila ◦ Drenagem dos abscessos e aplicação de solução de iodo Prognóstico ◦ Reservado Controle ◦ Isolamento dos animais doentes (4 – 5 semanas) ◦Cuidados com utensílios utilizados nos animais doentes ◦ Estábulos limpos e desinfetados ◦Camas devem ser queimadas Profilaxia ◦Vacinação ◦ Não permite um controle satisfatório em condições de campo ◦ Menos de 50% dos animais vacinados ficam imune ◦ Doença em animais vacinados – forma amena (< gravidade) E sq u e m a d e v a c in a ç ã o 1ª dose: 8-12 semanas de vida 2ª dose: 11-15 semanas de vida 3ª dose: 14-18 semanas de vida (depende do produto) 4ª dose: no desmame – 6 a 8 meses de idade Profilaxia ◦Higiene ◦ Instalações ◦ Bebedouros ◦ Comedouros ◦ Utensílios ◦Alimentação de boa qualidade Importante ◦ Passado o surto ou cura clínica ◦ Todos apresentam imunidade ao S. equi ◦ Imunidade vitalícia ◦ Sempre haverá reforço pela permanência do ag. no indivíduo e no meio ambiente ◦ Éguas imunes conferem imunidade passiva aos potros ◦ Colostro por até 3 meses de idade RINOPNEUMONITE EQUINA Afecções do Sistema Respiratório Introdução◦ Enfermidade respiratória importante ◦ Também associada à distúrbios neurológicos e aborto Epidemiologia ◦Morbidade alta – 100% ◦Mortalidade baixa Etiologia ◦ EHV-1 e EHV-4: enfermidade respiratória ◦Apena EHV-1: lesões nervosas e aborto Fisiopatogenia ◦ Transmissão: contato direto, secreções ◦ PE: céls. epiteliais de revestimento das Vas ◦Mecanismo de defesa ◦ Se o vírus passar pelos MD do SR superior pode seguir 2 rotas ◦ 48 h: N. trigêmeo – latente ◦ 72 h: SC e linfático Sinais clínicos ◦ Febre ◦ Sinais de infecção do TR superior ◦ Infecção do trato inferior – broncopneumonia ◦Aborto ◦ Sinais nervosos Diagnóstico ◦ Isolamento do vírus – secreções ◦ Testes sorológicos ◦ PCR Tratamento ◦ATB: combater infecção bacteriana secundária ◦ Penicilinas, Sulfanamidas ◦ Sinais nervosos ◦ Soluções hidroeletrolíticas, corticosteroides e DMSO OBSTRUÇÃO RECORRENTE DAS VIAS AÉREAS (ORVA) Afecções do Sistema Respiratório Introdução ◦ORVA: Obstrução Recorrente das Vias Aéreas ◦DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica ◦Doença inflamatória resultante da inalação de poeira ◦ Oriunda do feno e da cama das baias Introdução ◦Compromete o desempenho dos cavalos ◦Acomete primariamente as VAIs ◦Caracterizada por broncoconstrição Epidemiologia ◦ Equinos em todo o mundo ◦Maior prevalência em animais atletas ◦Não há predileção por sexo ◦Afeta cavalos acima de 8 anos de idade ◦ Raças + acometidas: QM, Apaloosa, American Troter Patogenia ◦Obstrução é resultante da inalação de partículas de poeiras ◦ Feno ou cama das baias ◦Mecanismo pelo qual a inalação da poeira causa inflamação → não está bem entendido ◦ Reação de hipersensibilidade específica a antígenos presentes na poeira Patogenia Confinamento Estresse de treinamento ou transporte Precipitam o aparecimento da doença Episódios de crise: obstrução parcial ou completa das VAIs Sinais clínicos ◦ Inflamação e aumento da produção de muco no epitélio bronquial ◦ Aumento da FR ◦ Mucosas cianóticas (crises graves) ◦ Queda de desempenho ◦ Tosse seca crônica ◦ Sibilos pulmonares ◦ Dispneia mista com predomínio da fase expiratória ◦ Formação da linha de esforço abdominal ◦ Hipertrofia do M. abdominal oblíquo ◦ Perda de peso (casos graves) Diagnóstico ◦História clínica ◦ Sinais clínicos ◦Citologia do lavado broncoalveolar ◦ Predomínio de NØ, linfopenia, ↓ MØ alveolares Tratamento ◦ Mudança de manejo ◦ Broncodilatadores: Clembuterol, VO ◦ Corticosteroides: Dexametasona – 0,05 a 0,2 mg/kg, SID ◦ Mucolíticos: N-Acetilcisteína, VO; Cloridrato de Bromexina, IM, IV, SC Terapia com fármacos Melhora transitória dos pacientes em crises Prevenção Prognóstico ◦ Reservado ◦ Enfermidade de caráter crônico ◦Crises recorrentes quando expostos aos alérgenos HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO (HPIE) Afecções do Sistema Respiratório Introdução ◦Hemorragia pulmonar ◦ Ocorre devido a ruptura de capilares durante exercício extenuante ◦ Acomete animais atletas Etiologia ◦ Raças: QM, Apaloosa, Árabes ◦Animais de esporte ◦ 43% a 75% ◦ Sem predileção por sexo ◦Animais + velhos ou potros em início de treinamento A maioria dos animais de corrida apresentam ou irão apresentar HPIE Fisiopatologia ◦Não elucidada completamente ◦ 3 mecanismos possíveis ◦ Insuficiência da tensão dos capilares pulmonares ◦ Trauma pulmonar devido ao impacto à locomoção ◦ Alterações hemorreológicas (pressão, volume e resistência sg) Insuficiência da tensão capilar ◦Atualmente é a teoria mais aceita Aumento do DC Aumento da PA sistêmica Aumento da PA pulmonar Aumento da pressão negativa pleural inspiratória Ruptura dos capilares pulmonares Trauma pulmonar devido ao impacto à locomoção ◦ Evidências de que o passo modifica a pressão pleural ◦Dúvidas se a magnitude dessa alteração é capaz de produzir sangramento pulmonar Fisiopatologia ◦Alterações começam a ocorrer imediatamente após o início do treinamento ◦ Após o galope (> 14 m/seg) ◦ Lesões são simétricas na região caudo-dorsal dos lobos diafragmáticos ◦ Estende-se por toda a superfície dorsal Sinais clínicos ◦ Epistaxe/hemoptise ◦ ↓ do desempenho atlético ◦Deglutição excessiva após treinamento/prova ◦ Tosse Diagnóstico ◦ Baseia-se em localizar o foco da hemorragia ◦ Narinas? ◦ Traqueia? ◦ Pulmões? Diagnóstico ◦ Endoscopia ◦ Presença de sangue na traqueia ◦ Pode estar ausente em casos + brandos Diagnóstico ◦ Lavado traqueobrônquico/broncoalveolar ◦ ↑ da contagem de eritrócitos ◦ Presença de eritrofagia ◦ Presença de hemossiderófagos (MØ) Diagnóstico diferencial ◦ Lacerações nasais ◦ Traumatismo nasal ◦Necrose dos turbinados nasais ◦Hematoma etmoidal ◦Necrose da bolsa gutural ◦CE ◦Neoplasias Trato respiratório anterior Diagnóstico diferencial ◦Hemorragia de abscesso pulmonar ◦Massas neoplásicas ◦CE ◦Outras condições que causam queda de desempenho Trato respiratório posterior Tratamento ◦ Repouso após ocorrência da HPIE ◦ Furosemida ◦ 0,3 a 0,6 mg/kg, IM, 4 horas antes de exercícios ◦ Não elimina a ocorrência ◦ Aumenta a produção de urina ◦ Diminui o volume de sangue e peso corpóreo ◦ Diminui o DC e a PA Tratamento ◦Não existe tto que evite a ocorrência da HPIE ◦ Tirar o animal do esporte TTOs utilizados, normalmente são proibidos pelas associações DOPPING Prognóstico ◦ Reservado ◦Mau para o esporte
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