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Estudo de hérnias em pequenos

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CLÍNICA CIRÚRGICA 
AULA 12/05/2023 
ESTUDO DAS HÉRNIAS EM PEQUENOS ANIMAIS
HÉRNIA VERDADEIRA → três situações primárias que são importantes para caracterizar uma hérnia: 
Precisa ter Conteúdo herniário que vai se projetar, estar protraído; 
Saco herniário (na maioria das vezes é peritônio) que é o envoltório que protege o anel herniário, precisa do recobrimento; 
e Anel herniário é uma falha, abertura, orifício em uma estrutura anatômica – defeito anatômico, algo que possa projetar 
o conteúdo. 
Ex de hérnia: UMBILICAL, INGUINAL, FEMORAL, ESCROTAL/INGUINO ESCROTAL 
A hérnia diafragmática acontece por ruptura e não possui saco herniário nas estruturas projetadas, o correto é RUPTURA 
DIAFRAGMÁTICA. 
 
Temos HÉRNIA INCISIONAL (depende de procedimento cirúrgico) e TRAUMÁTICA (defeito na musculatura causado por 
trauma). 
HÉRNIA INCISIONAL → NÃO TEM ANEL 
Não é uma hérnia verdadeira, pode apresentar o saco herniário, conteúdo herniário, porém não apresenta anel herniário. 
Chamamos de hérnia pois surge por uma falha cicatricial em uma incisão. 
HÉRNIA TRAUMÁTICA → PERITÔNIO INTACTO 
Também não é verdadeira, ocorre por trauma/ruptura na musculatura onde o conteúdo se projeta, mas o peritônio se 
mantém intacto. 
 
Abdômen é revestido por peritônio, próximo da região do umbigo se faz algumas flexuras (dobrinhas) com tecido adiposo 
que acumula e seu tamanho depende do tamanho do animal. 
 
DIFERENCIAR: 
• HÉRNIA VERDADEIRA: apresentar as 3 situações. 
• EVENTRAÇÃO → apresenta ruptura da musculatura com espaço para projeção de conteúdo, sem ser necessaria-
mente um anel herniário, tem projeção de uma víscera, porém não existe o recobrimento pelo peritônio e sim pela 
pele íntegra. 
Não forma saco herniário, e não apresentamos anel herniário, mas apresenta conteúdo herniário 
Podemos fazer agendamento, é urgência, mas não emergência. 
• EVISCERAÇÃO → apresenta falha (anel) na musculatura devido a uma ruptura com projeção da víscera, porém não 
existe o recobrimento pelo peritônio e a pele está rompida também, fazendo comunicação do meio interno e externo. 
Não forma saco herniário e não apresentamos anel herniário, rompe a pele. 
Emergência. 
• ENCARCERAMENTO → o conteúdo herniário fica retido dentro do saco herniário (não consegue empurrar o conte-
údo para dentro do abdômen pelo anel). 
Pode apresentar alteração de função do órgão, conteúdo irredutível. 
Retenção das vísceras dentro da hérnia em si, conteúdo herniário se projetou e ficou encarcerado, e não conseguimos 
reduzir. 
Urgência. 
• Alteração de função de órgão 
• Conteúdo irredutível 
• Sinais que variam com o comprometimento e com o órgão projetado 
• Pode evoluir para o estrangulamento 
 
 
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• ESTRANGULAMENTO → mais avançado que o encarceramento, devido ao comprometimento vascular (principal-
mente do fluxo venoso e com o tempo fluxo arterial). 
Ocorre a necrose devido o comprometimento vascular → rompe o órgão → animal apresenta alterações sistêmi-
cas intensas (pode ir a óbito em horas pela perda de sangue e líquidos) → toxemia, sepse e distúrbios cardiovas-
culares 
Reparação imediata antes da necrose, caso já tenha instalado um quadro necrótico é necessário a ressecção. 
Emergência 
• Desvitalização decorrente do comprometimento vascular 
• Rápida necrose com ruptura do órgão 
• Alterações sistêmicas podendo levar a morte em poucas horas: perda de sangue e líquidos, toxemia, sepse, dis-
túrbios cardiovasculares 
No útero e intestino: causa toxemia. Desequilíbrio hidroeletrolítico, desequilíbrio acidobásico, dor abdominal, vômi-
tos, depressão/anorexia, morte 
Na bexiga: azotemia, hipercalemia, acidose metabólica, morte 
Tratamento: começa fluido, cateterização com cateter vesical 
 
Diferenciar os dois: estrangulamento causa dor e desconforto. Encarceramento e estrangulamento podem ser dife-
renciados na palpação, mas usamos mais os sinais clínicos. 
 
HÉRNIA UMBILICAL 
Protusão de um órgão abdominal, gordura ou omento através da falha do anel umbilical. 
É congênita. Situação comum, causada por uma embriogênese defeituosa, má formação da região umbilical. Geralmente 
diagnóstico precoce (segundo mês de vida). 
Ocorre por falha na contração, tamanho exagerado ou má formação. 
Ocorre na cicatriz umbilical. 
Quando avaliar o paciente determinar se é redutível ou irredutível. 
É comum que o veterinário favoreça o aparecimento da hérnia umbilical com uma ligadura próximo ao umbigo, na tração 
pode ocasionar defeito ou tracionar víscera. Mas o mais comum é hereditário. 
Predisposição hereditária: Airdale terrier, Basenji, Pequinês 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: abcessos, celulite, hematoma, seroma, neoplasias 
TRATAMENTO CLÍNICO: pode haver fechamento espontâneo até os 6 meses de vida, alguns animais apresentam o fecha-
mento espontâneo ou tardio (normal até o segundo mês) se não cirurgia 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: só é emergência se houver estrangulamento (sinais sistêmicos), por isso é recomendável que o 
proprietário aguarde o amadurecimento do animal e faça a correção com a castração (OSH, celiotomia, etc – acesso cirúrgico sobre 
a hérnia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HÉRNIA INGUINAL 
Ocorre pela fraqueza do anel inguinal ou musculatura adjacente. 
Localização: região do abdômen caudal, próximo a coxa. 
A musculatura abdominal é formada pelo m. oblíquo abdominal externo, abdominal interno e reto abdominal. 
O anel inguinal é formado pela junção da abertura na musculatura abdominal e está cranial ao músculo pectíneo. Serve de 
passagem para as estruturas até o abdômen, membros posteriores ou períneo. 
Tendem a ser unilaterais, mas podem ser bi (indicado castrar e manter o peso ideal). 
CAUSAS: 
• Congênita 
• Traumatismo 
• Prenhez (aumento da pressão intra-abdominal força anel inguinal) 
• Obesidade 
Tratamento geralmente bilateral (cirúrgico) 
HISTÓRICO: 
• Fêmeas de meia idade ou machos jovens (inguinais e inguino escrotais) até 2 anos de idade 
• Apresentam aumento de volume inguinal unilateral sem dor (se tiver dor indica encarceramento ou estrangulamento) 
• Aumento progressivo com conteúdo macio ou flutuante (diferencia de tumor) 
PREDISPOSIÇÃO: Pequinês, Basset hound, Basenjis, West highland white terrier, Cocker spaniel inglês, Poodle 
 
SINAIS CLÍNICOS: aumento de volume em região inguinal, sinais sistêmicos decorrentes do encarceramento ou estrangula-
mento 
DIFERENCIAIS: neoplasia mamária, hematoma, lipoma, abscesso, obesidade 
DIAGNÓSTICO: geralmente usamos imagem para confirmar, saber qual o conteúdo herniário e qual a sua condição. O US 
tem maior sensibilidade e qualidade 
TRATAMENTO: 
Clínico: estabilização do paciente caso haja encarceramento/estrangulamento 
Cirúrgico: HERNIORRAFIA CORRETIVA 
• Redução do órgão, castração, herniorrafia 
• Cuidado com os vasos, nervos e cordão espermático (não pode fechar completamente) 
• Feito através de Celiotomia ou discretamente sobre o aumento do volume 
Abre o saco herniário → reintroduz o conteúdo → ressecção do excesso do saco herniário → fecha saco herniário → 
redução da hérnia com ancoramento e mantendo a abertura mínima para passar estruturas fisiológicas → sutura 
Indicado fazer o fechamento do anel contralateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HÉRNIA PERINEAL 
É a protrusão de conteúdo pélvico ou abdominal (gordura pélvica, fluido, reto, flexura retal, próstata, bexiga, ID) através da 
musculatura na região perineal (diafragma). 
Ocorre devido o enfraquecimento do diafragma pélvico. 
Pode ser uni ou bilateral. 
Cão, macho, meia idade a idosos, não castrados 
Normalmente o conteúdo apresentado dentro da hérnia são fezes compactadas. E geralmente não vem de forma aguda, e 
sim há semanas. 
Musculatura perineal: músculo elevador do ânus, esfíncter anal ex-
terno, músculo oblíquo obturador interno 
Se distribuem dorsoventralmente e formam o diafragma pélvico. São 
responsáveis pela movimentação da cauda, elevaçãoda bolsa escrotal, do 
pênis e do esfíncter anal. 
Diafragma pélvico mantém tudo lá dentro, ocorre o enfraquecimento 
dele, fica flácido e a partir disso começa a atrofiar. Diafragma pélvico compõe 
o períneo, pelve, e a disposição tem aspecto ventrodorsal, quando começa a 
atrofiar essa musculatura cria espaços, em algum momento as estruturas in-
tra pélvicas se projetam por ali. Condição bilateral, mas um dos lados tende 
a ser pior. 
Geralmente ocorre em cachorro macho não castrado, idoso, porque 
ocorre dependente de alterações hormonais. 
Conteúdo: gordura pélvica, fluido, reto, flexura retal, próstata, be-
xiga, intestino delgado 
FATORES PREDISPONENTES: 
• Hormônios masculinos (andrógenos) → enfraquecem a musculatura e causam doenças prostáticas 
• Anatomia dos machos 
• Corte da cauda (próxima ao saco) 
• Doenças prostáticas → causam constipação e doenças do trato urinário) 
• Aumento da pressão perineal (constipação, diarreia, doença urinária) 
• Raças: Boston terrier, boxer*, pequinês, collie, poodle, corgi 
Afecção que 93% das vezes ocorre em machos com mais de 5 anos de idade → tempo de atuação dos andrógenos, quando 
pensamos em testosterona pensamos em aumento de potência muscular, deposito reduzido de gordura e ganho de massa mus-
cular. Pensamos que a testosterona promove a potência muscular no animal, mas na região perineal acontece o contrário, temos 
o relaxamento dessa musculatura. 
Ocorre uma falha do diafragma pélvico em sustentar as estruturas devido aos andrógenos e a relaxina. Testosterona é um 
hormônio hipertrófico, mas o períneo sofre atrofia na presença de testosterona, principalmente quando associada a relaxina 
(hormônio do relaxamento pélvico). 
CAUSAS: situações que aumentam pressão perineal → prostatite, cistite, obstrução do trato urinário, obstrução colorretal, 
divertículo/dilatação retal, saculite anal, diarreia, constipação 
HISTÓRICO: disquesia, disúria/anúria, constipação, tenesmo, prolapso retal, flatulência, incontinência fecal 
EXAME FÍSICO: aumento perineal lateral ao anus, fezes impactadas, musculatura perineal afastada, órgão com conteúdo 
herniário, choque (encarceramento ou estrangulamento) 
DIAGNÓSTICO: 
Radiografia: prostatomegalia, cistografia positiva ou negativa, colografia positiva 
Uso do enema de bário 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: neoplasia (Leiomioma) 
TRATAMENTO CLÍNICO: precisamos evitar o estrangulamento dos órgãos, melhoras o estado geral do paciente e preparar 
para a cirurgia corretiva 
Utilizar laxantes na dieta ou via oral → Lactulona SID/BID [não pode ser procinético, precisa ser um que aumente o volume, 
que hidrate o bolo fecal] 
Amolecedores fecais (óleo mineral – se administra 3ml, sai 3ml, umidifica e umedece) 
Evacuação manual do reto (enema de glicerina, solução fisiológica) 
 
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Alteração dietética (maior valor biológico para ter menor bolo fecal, mais proteínas, menos fibras, alta ingestão de água) 
Cateterizar ou centese da bexiga. 
Dieta: rica em proteína de alto valor biológico com pouca fibra. Carboidrato de fácil digestão. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
• Orquiectomia 
• Herniorrafia perineal 
Reconstrução e ancoramento da musculatura perineal 
Temos a técnica tradicional de secção e elevação do músculo obturador interno ou usar a malha cirúrgica para for-
talecer e apoiar a musculatura e reposicionar as estruturas deslocadas (reconstruindo esfíncter anal externo) 
 
PÓS-OPERATÓRIO: 
UMBILICAL, INGUINAL, INGUINO ESCROTAL SEM COMPLICAÇÕES: antibiótico se necessário, anti-inflamatório 
COM ENCARCERAMENTO: tratar de acordo com o quadro 
HÉRNIA PERINEAL: não pode ocorrer pressão perineal 
• Laxantes por 1-2 meses 
• Dieta, água, exercício físico favorecendo trânsito intestinal 
• Antibiótico se necessário 
• Curativos 
• Limpeza cuidadosa (por 15 dias, toda vez que o animal defecar tem que fazer chuveirinho) 
• Retirada de pontos em 15 dias 
• Colar protetor

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