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Reumatologia – Amanda Longo Louzada 1 VASCULITES ARTDEFINIÇÃO: ➔ Inflamação vascular que ocorre no contexto de uma inflamação sistêmica CLÍNICA: INFLAMAÇÃO SISTÊMICA: ➔ Febre ➔ Mialgia ➔ Fadiga ➔ Perda de peso ➔ Anorexia INFLAMAÇÃO VASCULAR: ➔ As manifestações devem ser divididas de acordo com o calibre dos vasos ➔ Vasos de Grande Calibre: aorta e seus ramos dentro do crânio ➢ Quando tem manifestação clínica, se manifesta principalmente por meio de claudicação ➔ Vasos de Médio Calibre: vasos que irrigam principalmente as vísceras ➢ Se manifesta com formação de aneurismas e anginas ➢ Podem trazer disfunção de órgão ➔ Vasos de Pequeno Calibre: esse vaso pode ter uma disfunção da parede, gerando aumento da permeabilidade do vaso, saindo plasma e hemácias que são visíveis, formando a “tatuagem de hemácias” ➢ A manifestação clínica é púrpura palpável ➢ Não desaparecem com a manobra de digitopressão ou vitropressão EXAMES LABORATORIAIS: INFLAMAÇÃO SISTÊMICA: ➔ VHS e PCR aumentados ➔ Leucocitose ➔ Trombocitose ➔ Anemia normocítica e normocrômica ➔ Anticorpo Anti-citoplasma de neutrófilo (ANCA) = MARCADOR DE VASCULITE EM PROVA ➢ Tipos: • C-ANCA: quando está ligado ao antígeno anti-proteinase 3, isso da fidedignidade para que ele seja um C-ANCA de uma vasculite. Comum na granulomatose de Wegener • P-ANCA: quando está ligado ao antígeno anti-mieloperoxidase, isso dá fidedignidade para que ele seja um C-ANCA de uma vasculite. Comum na Poliangeíte e na síndrome de Churg-Strauss ➢ Não é patognomônico de vasculite. ➢ Quando tem esse marcador é comum ter a síndrome pulmão-rim na doença INFLAMAÇÃO VASCULAR: ➔ Biópsia do vaso ou tecido ➔ Angiografia, ecocardiograma ou UGS com doppler para avaliar a função do vaso CLASSIFICAÇÃO: ➔ É classificada pelo consenso de Chapel-Hill Consensus Conference ➔ São classificadas em grandes vasos, médios vasos e pequenos vasos ➔ Não quer dizer que é de grande vasos, que não vai pegar vasos de outros calibres VASCULITES DE GRANDES VASOS: ➔ Arterite temporal (células gigantes) ➔ Arterite de Takayasu VASCULITES DE MÉDIOS VASOS: ➔ Doença de Kawasaki ➔ Poliarterite nodosa VACSULITES DE PEQUENOS VASOS: ➔ Poliangeíte microscópica ➔ Churg-Strauss ➔ Granulomatose de Wegener ➔ Púrpura de Henoch-Schonlein ➔ Vasculite crioglobulinêmica VASCULITE DE CALIBRE VAIRÁVEL: ➔ Doença de Behçet OUTRAS VASCULITES: ➔ Doença de Buerger VASCULITE DE ÓRGÃO ÚNICO: ➔ Cutânea Leucocitoclástica ARTERITE DE GRANDES VASOS: EPIDEMIOLOGIA: ➔ Mais comum em mulheres Na maioria das vezes de artéria Representado pela aorta e os ramos proximais (tronco, subclávia e plexo braquial) O principal sintoma é claudicação e o principal exame é de imagem Highlight Corresponde aos ramos da aorta distal (pré-viscerais) Se manifesta com neurite e isquemia Diagnóstico com biópsia e exame de imagem com microaneurisma Corresponde aos vasos intra-viscerais Se manifesta com purpura palpável, nefrite, alveolite e neurite Diagnóstico com bióspai e ANCA Granulomatosa eosinofílica com poliangeíte (GEPA) É granulomatose com poliangeíte Reumatologia – Amanda Longo Louzada 2 VASCULITES ➔ Com idade maior que 50 anos, tendo a média de acometimento aos 75 anos QUADRO CLÍNICO: ➔ Cefaleia ➔ Espessamento da artéria temporal ➔ Dor na região do couro cabeludo, a paciente relata que sente dor ao pentear o cabelo, devido a hipersensibilidade do escalpo ➔ Claudicação mandibular, a paciente refere que quando come alimentos mais difíceis de mastigar, ela sente dor e tem que parar de comer ➔ Associação com polimialgia reumática em 50% dos casos, com dor e rigidez matinal súbita em cintura escapular e pélvica ➔ Febre de origem indeterminada ➔ A complicação mais temida é a amaurose, devido ao acometimento da artéria oftálmica ou da artéria central da retina EXAMES LABORATORIAIS: ➔ VHS maior que 40 – 50 DIAGNÓSTICO: ➔ Biópsia da artéria temporal é o padrão-ouro, nem sempre vai estar positiva, podendo dar negativa em 15% dos casos ➔ USG com doppler ➔ Pode tratar antes da biópsia TRATAMENTO: ➔ Prednisona VO, em 1 – 2 dias o paciente já melhora do quadro clínico ➔ Existe um debate em torno do uso de AAS, então na prova pode ter como o gabarito para o tratamento prednisona + AAS ARTERITE DE TAKAYASUA: ➔ Mais comum em mulheres com menos de 40 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ➔ Claudicação de MMSS, devido ao acometimento da artéria subclávia ➔ Pressão e pulsos assimétricos em MMSS ➔ Sopros em carótida, subclávia e aorta ➔ É um causa de hipertensão arterial renovascular, que ocorre pelo acometimento das artérias renais DIAGNÓSTCIO: ➔ Angiografia TRATAMENTO: ➔ Prednisona associado ou não ao Metotrexate, para melhorar o sintoma sistêmico ➔ Caso seja necessário fazer angioplastia deve ser feita quando o paciente estiver em remissão DOENÇA DE KAWASAKI: CLÍNICA: ➔ Critério Obrigatório: febre há 5 dias ou mais ➔ Precisa de pelo menos 4 dos seguintes critérios: ➢ Congestão conjuntiva bilateral ➢ Alterações em lábios e cavidade oral ➢ Linfonodomegalia cervical não supurativa Highlight Fase Inflamatória, perda de peso, dor cervical Fase Obstrtutiva: sopro carotídeo + diferença dos pulsos e da pressão + HAS de difícil controle (renovascular); nessa fase pode ter AVCi Fase Sequelar: O tratamento só vale para as duas primeiras fases, com corticoide + imunossupressor Bebê vermelho Evolui com ICC sem choque Reumatologia – Amanda Longo Louzada 3 VASCULITES ➢ Exantema polimorfo ➢ Alterações nas extremidades, como descamação, edema endurado LABORATÓRIO: ➔ Aumento do complemento (C3) DIAGNÓSTICO: ➔ Clínica + ecocardiograma (para procurar aneurisma coronariano) TRATAMENTO: ➔ Imunoglobulina venosa ➔ AAS em dose altas POLIARTERITE NODOSA: ➔ Mais comum em homens entre 40 – 60 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ➔ HAS renovascular, com presença de aneurismas renais ➔ Retenção azotêmica ➔ Sintomas gastrointestinais: angina mesentérica que piora com a alimentação, e melhora ao parar de comer ➔ Angina testicular ➔ Mononeurite múltipla: se manifesta com inflamação do vaso que irriga o nervo, evoluindo com parestesia e paralisia do local inervado ➔ Livedo reticular: ➔ Não gera síndrome pulmão-rim LABORATÓRIO: ➔ Coinfecção pelo vírus da hepatite B em 5 – 15% dos casos, devido a vacinação ➢ Sorologia: HbsAg e HbeAg positivos DIAGNÓSTICO: ➔ Biópsia da pele, testículo ➔ Angiografia mesentérica e renal para ver os aneurismas (pode ser visto múltiplos aneurismas mesentéricos) TRATAMENTO: ➔ Prednisona + ciclofosfamida POLIANGEÍTE MICROSCÓPICA: ➔ PAN + Síndrome pulmão-rim (se manifesta clinicamente como uma hemoptise e com GESF com crescentes) LABORATÓRIO: ➔ Com p-ANCA positivo TRATAMENTO: ➔ Prednisona + ciclofosfamida SÍNDROME DE CHURG-STRAUSS POLIANGEÍTE GRANULOMATOSA EOSINOFÍLICA: ➔ Acomete mais homens com 30 – 50 anos CLÍNICA: ➔ Asma de difícil controle, que inicia na idade adulta Reumatologia – Amanda Longo Louzada 4 VASCULITES ➔ Infiltrados pulmonares migratórios na radiografia ➔ Mononeurite múltipla ➔ Síndrome pulmão-rim: GESF leve ➔ Gastroenterite e miocardite eosinofílicas LABORATÓRIO: ➔ Eosinofilia > 1000 ➔ Aumento de IgE ➔ P-ANCA positivo DIAGNÓSTICO: ➔ Biópsia pulmonar TRATAMENTO: ➔ Prednisona + ciclofosfamida GRANULOMATOSE DE WEGENER\GRALUNOMATOSE DE WEGENER: ➔ Acomete tanto homem como mulheres entre 30 e 50 anos CLÍNICA: ➔ Paciente inicia o quadro com sinusite com rinorreia purulenta ➔ Exoftalmia ➔ Perfuração em VAS ➔ Nariz em sela ➔ Hemoptise ➔ GESF com crescentes ➔ Infiltrado pulmonar com nódulos LABORATÓRIO: ➔ C-ANCA positivo DIAGNÓSTICO:➔ Biópsia: VAS e pulmonar TRATAMENTO: ➔ Prednisona + ciclofosfamida PÚRPURA DE HENOCH-SCHOLEIN\VASCULITE POR IGA: ➔ Mais comum em homens com menos de 20 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICA: ➔ Infecção prévia de via aérea ➔ Púrpura palpável em MMII ➔ Artralgia\artrite não deformante ➔ Dor abdominal, devido a vasculite mesentérica, inflamando particularmente o íleo ➔ Glomerulite com hematúria COMPLICAÇÕES: ➔ Invaginação (íleo-ileal é a mais comum) ➔ Orquite, epididimite e torção testicular ➔ Hemorragia conjuntival ➔ Alterações de comportamento ➔ Cefaleia, crises convulsivas LABORATÓRIO: ➔ Aumento de IgA ➔ Plaquetas normais ou aumentadas DIAGNÓSTICO: ➔ Critérios Clínicos - ACR: precisa ter 2 ou mais dos seguintes critérios: ➢ Púrpura ➢ Idade menor ou igual a 20 anos ➢ Dor abdominal ➢ Biópsia compatível ➔ Critérios Clínicos – EULAR: púrpura não trombocitopênica, + 1 (dor abdominal, artrite\artralgia e biópsia compatível- leucocitoclástica) TRATAMENTO: ➔ Suporte ➔ Corticoide em caso de complicações VASCULITE CRIOGLOBULINÊMICA: CLÍNICA: ➔ Púrpura palpável Asma de difícil controle Highlight Reumatologia – Amanda Longo Louzada 5 VASCULITES ➔ Poliartralgia ➔ Glomerulonefrite branda ➔ Neuropatia periférica ➔ Livedo reticular LABORATÓRIO: ➔ Diminuição de complemento (C4) ➔ HCV positivo TRATAMENTO: ➔ Imunossupressão ➔ Plasmaférese ➔ Erradicar a hepatite C TROMBOAINGEÍTE OBLITERANTE\ DOENÇA DE BUERGER: ➔ Vasculite secundária ➔ É uma doença de vaso distal, que não tem manifestação sistêmica ➔ Paciente tabagista MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ➔ Homem adulto tabagista ➔ Necrose de extremidades ➔ Fenômeno de Raynoud ➔ Tromboflebite migratória VASOS ACOMETIDOS: ➔ Distais ➔ Os pulsos proximais tendem a estar palpáveis e os distais não palpáveis DIAGNÓSTICO: ➔ Angiografia: com achado de saca-rolhas ou vasos espiralados TRATAMENTO: ➔ Cessar tabagismo DOENÇA DE BEHÇET: ➔ Acomete tanto mulheres quanto homens entre 25 – 35 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ➔ Patergia: fenômeno em que injeta substância na pele e o paciente faz uma reação cutânea excessiva ➔ Acne: pseudofoliculite ➔ Úlceras orais ➔ Lesão ocular: ➢ Hipópio (presença de pus na câmara anterior do olho) Reumatologia – Amanda Longo Louzada 6 VASCULITES ➢ Uveíte anterior ou panuveíte ➢ Neovascularização ➔ Aneurismas pulmonares (raros) ➔ Úlceras escrotais LABORATÓRIO: ➔ ASCA positivo DIAGNÓSTICO: ➔ Clínica + arteriografia pulmonar TRATAMENTO: ➔ Prednisona + ciclofosfamida
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