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Atendimento odontológico de pessoas com deficiência São pacientes que necessitam de uma boa saúde bucal para manter as funções bucais, evitar repercussões sistêmicas e melhorar sua qualidade de vida. Atendimento odontológico de PCD - necessidade de individualizar o paciente, reconhecendo-o na sua TOTALIDADE indivisível; - não há receitas, é preciso observação e empatia; - acolhimento, observação e vínculo; - diagnóstico, anamnese e exame físico; - planejamento; - tratamento; - manutenção da saúde bucal. Vínculo com o paciente e familiar - naturalidade, respeito, ética e amor (olhar); - ser calmo e dar apoio moral; - estar aberto para novas situações; - vontade de cuidar e querer o bem do paciente; - atitudes que diminuem a ansiedade (prevenir dor, explicar os procedimentos e dar autonomia). De acordo com a Política Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência, as pessoas com deficiência são classificadas em: deficiência visual deficiência auditiva deficiência intelectual deficiência física deficiência múltipla Deficiência visual - situação irreversível de diminuição da resposta visual, mesmo após tratamento ou uso de óculos (rubéola, síndromes, prematuridade, meningites, diabetes); - deficiência visual total ou baixa visão, congênito ou adquirido; - 18% da população tinha deficiência visual (IBGE, 2012); - maior desenvolvimento de sentidos táteis, olfativos, auditivos, paladar e de propriocepções. CONDUTAS - os alunos/profissionais necessitam de empatia para oferecer consulta com segurança ao paciente; - segure-se estabelecer uma conversa com o paciente já na sala de espera, antes de tocá-lo; - durante a condução do paciente, não segurar o braço dele; pode-se oferecer a mão ou ombro, necessário; - no primeiro contato, toda a equipe que entrará em contato com o paciente precisa se apresentar, bem como, deve-se descrever e mostrar o ambiente; - o tato deve ser explorado: mostre sobre o local de descanso de braço e das pernas, encosto da cadeira odontológica e movimentos que a mesma realiza, antes de efetivá-los; - na anamnese, investigue gravidade, tempo da deficiência visual e como é realizada a higiene bucal; - se o paciente consegui responder os questionamentos, faça direto para ele; caso contrário, realize os questionamentos para o acompanhante sem esquecer de dar atenção e incluir o paciente na conversa/atendimento; - avaliação da higiene bucal do paciente, observando a presença de biofilme visível, condição dentária e presença de sangramento gengival, registrando as informações conforme ficha clínica que pode ser a de odontopediatria ou a clínica integrada; - deixe o paciente tocar os materiais e apresente os possíveis ruídos que podem acontecer; - nunca use brincadeiras, como: “adivinha quem é?”; - a musicoterapia/distração ajuda muito nos atendimentos. após identificação da condição de higiene bucal do paciente, realize as orientações, para isso, pode-se utilizar 1. escova dental e macromodelos, com as mãos do paciente sobre as mãos do profissional; 2. material de papelaria ou álbum seriado em alto relevo ou com texturas; 3. áudio com orientações complementares; 4. textos/manuais em braile com orientações (FUNAD ou instituto dos cegos). Deficiência auditiva - caracterizada pela perda de audição em um ou em ambos dos ouvidos; - o termo surdez refere-se à perda total da capacidade de ouvir a partir de um ou de ambos os ouvidos; - essa deficiência não se restringe às funções otológicas, podendo afetar o desenvolvimento da linguagem oral, da aprendizagem, bem como da personalidade e de suas relações sociais; - segundo o censo, 9,8 milhões de brasileiros possuíam deficiência auditiva, o que representa 5,2% da população brasileira; - desenvolvimento de sentidos como estímulos táteis, visuais e olfativos; - conversar com os pais, antes do atendimento, para conhecer a forma de comunicação utilizada pelo paciente; - avisar a equipe da condição do paciente; a principal dificuldade sentida pelo paciente e profissional é consegui se comunicar; assim, para a comunicação, podemos utilizar: - libras; - comunicação não verbal (gesticular, escrita e desenhos); - leitura labial; - aplicativos que realizam tradução em LIBRAS de mensagem de texto (VLibras e Hand Talk); - interprete de sinais. - durante a fala, retire as máscaras convencionais, pois o paciente pode fazer leitura labial, principalmente os pacientes oralizados; - fale olhando de frente para o paciente com deficiência auditiva, pois quando você vira o olhar, ele pode compreender que a conversa acabou; NÃO FALE ALTO; - quando for utilizar as turbinas de baixa e alta rotação, solicitar a remoção dos aparelhos auditivos ao paciente; - ter empatia e sempre comunicar os odores, sabores, textura, temperatura e procedimentos antes de realizar; - utilize imagens ou macromodelos para exemplificar; - evitar variações de iluminação e movimentos bruscos. Deficiência intelectual - uma condição irreversível, caracterizada pela dificuldade de desenvolver a comunicação e uma vida diária autônoma, observada antes dos 18 anos de vida; - além disso, o paciente pode apresentar dificuldades nos relacionamentos interpessoais, cuidados pessoais e na aprendizagem. etiologia: PRÉ-NATAIS: 30% (genético, infecções ou intoxicações pré-natais); PERINATAIS: 15% (prematuridade, anóxia e traumatismo no parto); PÓS NATAIS: 4% (traumatismos ou infecções pós natais); A ESCLARECER > 50%. pode está associada a outras condições, como paralisia cerebral e epilepsia. Condições bucais - cárie dentária; - doença periodontal. **fatores: - dificuldade para realizar a higiene bucal; - dieta cariogênica; - respiração bucal; - alterações na oclusão; - efeitos medicamentosos; - condição socioeconômica e cultural. DIFICULDADE: COMPREENSÃO DO ATO EM SI condutas 1. anamnese: com paciente e/ou acompanhante (uso de medicamentos e contato do médico); 2. estabelecer laços de confiança e vínculo; 3. utilizar técnica de manejo mais indicada (seguir uma ordem de complexidade e a tomada de decisão vai levar em conta a segurança e bem estar do paciente, respeitando a autonomia do paciente/familiar); 4. instruções sobre a dieta; 5. verificar como faz e orientar o controle do biofilme (pacientes/cuidadores); 6. uso de fluoretos e enxaguatórios; 7. usar abridores de boca; 8. consultas de retorno em intervalos curtos. *fazer orientações de higiene bucal Considerações finais - os pacientes com deficiência podem apresentar uma maior prevalência de agravos bucais, devido à dificuldade de acesso aos cuidados bucais domiciliares e profissionais; - assim, é importante ter empatia e estudar formas de diminuir as dificuldades dos pacientes e aumentar o conforto e segurança durante o procedimento.