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CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Prof. Luiz Guilherme Rezende Rodrigues CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Marília/SP 2022 “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 07 CAPÍTULO 08 CAPÍTULO 09 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 07 19 35 47 58 69 81 92 103 115 127 137 150 161 173 INTRODUÇÃO AS FUNÇÕES FUNÇÕES EM CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL LIMITES LIMITES ASSINTÓTICOS CONTINUIDADE INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS TÉCNICAS DE DIFERENCIAÇÃO GRÁFICOS INTRODUÇÃO ÀS INTEGRAIS TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO APLICANDO INTEGRAIS EM CIÊNCIAS NATURAIS INTRODUÇÃO A LÓGICA MATEMÁTICA CONSTRUÇÃO DE TABELAS VERDADES A LINGUAGEM DA LÓGICA MATEMÁTICA CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 INTRODUÇÃO Querido aluno(a) da área de ciências exatas e outras afins, futuro cientista ou engenheiro(a), seja muito bem-vindo ao nosso curso de Cálculo diferencial e integral I da Faculdade Católica Paulista. Gostaríamos de destacar que estamos muito felizes em caminhar junto com você no desenvolvimento desse conteúdo tão importante para todas as áreas e que serve como base para muitas situações profissionais que você encontrará ao longo da sua carreira. O Cálculo diferencial e integral I é uma área da matemática que tem se mostrado muito útil ao longo dos anos. Isso porque através deles conseguimos fazer coisas incríveis e que nos permite descrever fenômenos e resolver problemas. Lembre-se que, a vida de um profissional se resume na sua capacidade de descrever e resolver problemas. Tudo isso vem gerando cada vez mais desenvolvimento em áreas, por exemplo, como a tecnológica e consequentemente da sociedade moderna. Tudo que estamos destacando aqui formam apenas uma pequena parcela da sua importância para a humanidade. Destacamos que como aluno(a), futuro cientista ou até mesmo engenheiro você pratica todos os dias suas habilidades para que consiga atingir um aperfeiçoamento constante. Isso é o que te leva para um nível mais alto do conhecimento. Apesar disso, é preciso dizer que essa não é uma tarefa fácil e por isso é preciso que você se esforce ao máximo, realizando todas as atividades propostas, entrando em contato com nosso monitor/tutor e ainda consultar as referências utilizadas para que seu aprendizado seja por completo. Através de todos esses fatores, estamos trazendo a você as informações suficientemente necessárias que servem de apoio e como orientação para desenvolver um curso leve e fluido. Tudo isso para que você consiga buscar a tão esperada independência intelectual que irá te levar ao sucesso profissional. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AS FUNÇÕES 1.1 INTRODUÇÃO O cálculo é a ferramenta básica para o desenvolvimento de todas as ciências naturais, sobretudo as ciências exatas. Para um bom entendimento de seu desenvolvimento é muito importante entender, discutir e trabalhar todos os seus conceitos envolvidos como, por exemplo, o conceito de função. Função é um dos conceitos mais importantes e que serve como ferramenta básica para o desenvolvimento da potente ferramenta denominada cálculo. Este apresenta inúmeras aplicações em áreas como a Física, Química, Engenharias e entre outras. Nesse contexto, iremos na presenta aula, explorar um pouco sobre o mundo das funções para que possamos criar uma base teórica que será utilizada ao longo de todas as aulas seguintes. 1.2 A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE FUNÇÃO Vamos iniciar nossa aula destacando que muitas leis científicas envolvidos na Engenharia, como por exemplo as leis de Newton, o princípio da conservação de energia e muitos outros, são descritos ou descrevem quantidades e até mesmo grandezas físicas que apresentam dependência umas das outras. Por esses fatores, por volta do ano de 1673, o cientista Alemão Gottfried Wilhelm Leibniz atribuiu o conceito de função com a finalidade de indicar a dependência de uma determinada quantidade em relação a outra. Dessa forma podemos utilizar a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Quando uma variável y depende de x de forma que cada valor de x determina um valor de y, então, dizemos que y é função de x. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 Através do conceito definido acima, podemos destacar quatro maneiras, que geralmente utilizamos, para representar funções e, consequentemente, a relação entre duas quantidades, sendo elas: I. Representação através de tabelas: Nesse caso, vamos considerar a primeira coluna da tabela abaixo como sendo o tempo em anos e a coluna seguinte a velocidade em km/h que um carro de corrida da Fórmula 1 precisava para conquistar a primeira posição na largada no prêmio de Montreal. Tempo (ano) Velocidade (km/h) 2000 228 2001 230 2002 218 2003 250 2004 232 2005 215 2006 200 2007 210 2008 213 2009 217 2010 232 Tabela 1 – Velocidade para largar na primeira colocação no prêmio de Montreal. Fonte: Próprio autor (2021). II. Representação através de fórmulas algébricas: Nesse caso temos a equação da trajetória de um movimento bidimensional com ação da aceleração da gravidade, Essa é uma equação de segundo grau no tempo, o que justifica a trajetória parabólica de um projétil lançado obliquamente. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 Figura 1: Função de 2º grau no tempo para a função . Fonte: Próprio autor (2021). III. Representação através de gráficos geométricos: Esse é um gráfico de uma função de 1º grau do tipo: Na função acima, a é o denominado coeficiente angular (cujo valor dá a inclinação da reta) e b o coeficiente linear (cujo valor é onde o gráfico corta o eixo f (x). A equação da reta, assim como a da parábola são muito utilizadas em ciência. Figura 2: Função de 1º grau do tipo . Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA No caso da Física, podemos citar muitas relações entre grandezas físicas que seguem uma relação linear do tipo função do primeiro grau. Alguns exemplos são a primeira lei de Ohm que é dada por, Nesse caso representa a voltagem ou tensão entre dois pontos de um material condutor elétrico, é a resistência relacionada com a constituição do material condutor e é a corrente elétrica que percorre o condutor. Como segundo exemplo podemos considerar a segunda lei de Newton onde temos também a relação linear entre a força e a aceleração de um corpo, ou seja, Nesse caso a constante de proporcionalidade entre essas duas grandezas físicas é o que denominamos de massa. IV. Através de verbos: Vamos aqui considerar o caso do volumede um cubo. Nesse caso dizemos que o volume, representado por , é dado pelo cubo do valor de sua aresta, dado por . Ou seja, Ainda no processo de construção da definição de função, o matemático suíço Leohnard Euler teve a ideia de denotar as funções pelas letras do alfabeto. Isso proporcionou uma nova maneira de trabalhar com funções sem apresentar fórmulas específicas, gráficos ou até mesmo tabelas. Para entendermos a ideia de Euler vamos fazer a analogia de que as funções funcionam como programas de computador que toma uma determinada entrada x, realiza operações com ela e produz uma saída y. Denominaremos então o programa de computador pela letra f e dessa forma, a função f associa uma única saída y a cada entrada x. Através dessas ideias podemos criar a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Uma determinada função f é uma regra que associa cada entrada a uma única saída. Uma vez que a entrada é denotada por x, a saída é denotada por f(x). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 Destacamos o fato de que o termo “única” refere-se a exatamente uma saída. Em outras palavras isso quer dizer que as funções não podem produzir duas saídas diferentes com uma mesma entrada. Como exemplo vamos considerar a equação definida na forma, Baseados nessa equação, vamos utilizar a seguinte tabela para entendermos melhor a definição de função. Valores para a variável Valores de correspondentes -2 4 -1 1 0 0 1 1 2 4 Tabela 2 – Esboço da função quadrática . Fonte: Próprio autor (2021). 1.2.1 Variáveis de uma função Vimos até o momento que uma determinada entrada, representada por x, produz uma saída, representada por f. A saída da produzida pela função é denominada valor de f em x. Em termos mais técnicos esse processo recebe o nome de imagem de x por f. Em linguagem matemática isso quer dizer que, Repare que a equação expressa y em função de x. Dizemos então que x é a denominada variável independente, ou simplesmente argumento de f. Já a variável y é a denominada variável dependente de f. É importante destacarmos que a terminologia utilizada tem a finalidade de sugerir que x está livre para variar. Apesar disso, uma vez que um determinado valor de x é utilizado, o valor de y está determinado. Destacamos também que, no presente momento trabalharemos apenas com funções em que as variáveis dependentes e independentes são números reais e assim podemos dizer que a função f é uma função real de uma variável real. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 1.2.2 Funções na representação gráfica Gráficos são poderosas ferramentas para fornecer informações de maneira visual sobre uma determinada função. Vamos considerar de maneira geral, uma função dada por, y=f(x) Nesse contexto, no plano bidimensional xy, os pontos do gráfico são dados na forma (x,f(x)). Em palavras isso quer dizer que a coordenada y de um determinado ponto do gráfico de f é o valor de f na coordenada x correspondente. Dessa forma, dizemos que os valores da coordenada x, nos quais, f(x)=0 são as que fazem o gráfico interceptar o eixo do x. A esses valores damos o nome de zeros da função f, raízes de f(f(x)=0) ou simplesmente pontos de corte de y=f(x) com o eixo . De maneira sintetizada, se considerarmos uma função f, de apenas uma variável real a valores reais, o gráfico de f no plano cartesiano bidimensional xy é definido como sendo o gráfico da equação y=f(x). Como exemplo vamos considerar os gráficos de algumas funções muito utilizadas no contexto da ciência. i) Função de 1º grau: Figura 3: Função de 1º com coeficientes angular e linear respectivamente dados por a=3 e b=1. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 ii) Função de 2º grau: Figura 4: Função de 2º com coeficientes respectivamente dados por a=1, b=0 e c=0. Fonte: Próprio autor (2021). iii) Função 1/x: Figura 5: Gráfico da função f(x)=1/x Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 iv) Funções ex e e-x: Figura 6: Gráficos das funções f(x)=ex e f(x)=e-x, respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). v) Funções seno e cosseno: Figura 7: Gráficos das funções f(x)=senx e f(x)=cosx, respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). 1.2.3 O teste da reta vertical Precisamos destacar que nem toda curva no plano cartesiano bidimensional é gráfico de uma determinada função. Para entender a fundo essa afirmação vamos considerar uma curva dada pela figura abaixo, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 Figura 8: Gráfico representativo do teste da reta vertical. Fonte: Próprio autor (2021). Como podemos perceber a curva representada é cortada por dois pontos diferentes que denominaremos como (a,b) e (a,c) através de uma reta na vertical. Nesse contexto podemos dizer que essa curva não pode ser o gráfico de uma função y=f(x) para qualquer f. Afinal, se isso fosse verdade teríamos, f(a) = b e f(a) = c Como já vimos, a função f não pode atribuir dois valores diferentes para a entrada a. Isso quer dizer que não existe uma função f com gráfico dado pela figura acima. De maneira geral podemos formalizar essas informações na forma, ANOTE ISSO TESTE DA RETA VERTICAL: Uma determinada curva no plano cartesiano bidimensional é gráfico de uma função f se, e somente se, uma reta vertical não intercepta a curva mais de uma vez. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 1.2.4 Conhecendo o domínio e a imagem de uma função Vamos considerar que as variáveis e apresentam uma relação dada por y=f(x). Dessa forma, o conjunto formado por todos os valores de x (entradas) permitidos é denominado domínio da função f. Já o conjunto formado por todos valores de y (saídas) que resultam quando a variável x varia sobre o domínio é denominado imagem da função f. Destacamos aqui que restrições físicas e geométricas podem surgir impondo condições específicas sobre as possíveis entradas de uma função. Como exemplo podemos considerar o caso da área de um quadrado. Denotaremos y para representar a área e x para representar seu lado. Dessa forma a equação que relaciona essas duas variáveis é y=x2. Apesar da equação produzir apenas um valor para y, cada número real representado por x deve ser não negativo e impõe a exigência de que x 0. Afinal, não existe medida de comprimento negativo. Com base nessas informações, vamos usar a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Se o domínio de uma função de variável real a valores reais, que pode ser definida por uma fórmula não estiver explícito, vamos considerar que o domínio é composto por todos os números reais em que a fórmula fornece um valor real. Denominaremos então como domínio natural da função. O domínio e a imagem de uma função pode ser identificado visualmente como mostrado pela figura abaixo, Figura 9: Domínio e Imagem de uma determinada função. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 Destacamos que o universo das funções é muito grande e que existem muitas maneiras para sua representação e seu tratamento. Não iremos nos estender muito aqui, pois quando for necessário, introduziremos e discutiremos tais representações e tratamentos. Ao longo do nosso curso exploraremos, principalmente os recursos gráficos. Faremos isso através das ferramentas que iremos desenvolver ao longo do nosso curso. Essas ferramentas representam aplicações em todas as áreas das ciências exatas. Como critério de exemplo, nosso objetivo ao longo do nosso curso é introduzir, definir e discutir os limites,as derivadas e as integrais no contexto das funções de apenas uma variável. Através dessas ferramentas seremos capazes de estudar e entender o comportamento gráfico de qualquer tipo de função. Conseguiremos assim explorar ao máximo todas as informações possíveis nesse contexto. ISTO ESTÁ NA REDE Baseados em todas as informações mencionadas na presente aula, podemos citar a pandemia do COVID19 no ano de 2020. Foi constatado, com base nos números de casos ocorridos que a epidemia apresentou crescimento com comportamento exponencial. A função exponencial é um tipo de função que apresenta alta recorrência em ciências e por isso é bem utilizada. Você pode ler a notícia na íntegra para se familiarizar um pouco mais com algumas características desse tipo específico de funções no link: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/31/crescimento- exponencial-e-curva-epidemica-entenda-os-principais-conceitos-matematicos-que- explicam-a-pandemia-de-coronavirus.ghtml Destacamos que todas as informações apresentadas e discutidas aqui, na presente aula, formam a base do nosso curso e recorrentemente estaremos utilizando para definir e discutir novos conceitos. É muito importante que você entenda de maneira clara, por isso, além de nossos exemplos utilizados e nossos conceitos trabalhados você pode encontrar diversos outros exercícios de diferentes graus de dificuldades, envolvendo diversas outras funções muito comuns no contexto da ciência, assim como as definições e os conceitos trabalhados nas referências ANTON; BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES-HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 1.3 RESUMINDO Na presente aula introduzimos a importância de aprendermos expressar e representar qualitativamente a relação entre duas variáveis que podem representar quantidades reais em modelos científicos para reproduzir a natureza. Dessa forma, iniciamos introduzindo e discutindo o conceito de funções e suas formas de representação. Em seguida discutimos de maneira sintética o conceito de variáveis de uma função e a forma gráfica de representação. Essa será muito bem explorada durante todo o curso. Finalmente discutimos mais alguns conceitos relacionados as funções como por exemplo o teste da reta vertical, domínio e imagens de uma dada função. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 CAPÍTULO 2 FUNÇÕES EM CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 2.1 INTRODUÇÃO Da mesma maneira com que podemos realizar várias operações com números, também podemos fazer com funções. Na presente aula iremos explorar algumas dessas operações, no contexto das funções e também discutiremos mais algumas informações importantes relacionados a elas. 2.2 REALIZANDO OPERAÇÕES COM FUNÇÕES Inicialmente, vamos considerar duas funções dadas por f e g. Através delas, iremos realizar as seguintes operações especificamente definidas e destacadas abaixo. ANOTE ISSO i) ii) iii) iv) Uma importante observação é que nos casos em que temos a soma f+g, definimos como domínio a interseção dos domínios de f e g. Já no caso da razão f/g o domínio é definido da mesma forma, porém, devemos excluir os pontos em que g(x)=0. Assim evitamos a divisão por zero. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 2.2.1 Funções compostas Ainda considerando as funções f e g, definiremos a composição de f e g na forma, f(g(x)). Nesse contexto, o domínio por definição, consiste em todo x no domínio de g com g(x) no domínio de f. Para exemplificar essas afirmações vamos considerar as seguintes funções dadas por, f(x)=x2, g(x)=x+1 e calcular f(g(x)). Ou seja, É importante destacarmos que muitas funções em matemática, física e até mesmo nas engenharias são formadas por uma composição de funções. Em outras palavras, uma função h pode ser expressa na forma, Considerando a afirmação acima e as funções f e g já definidas, teremos, sendo e . 2.2.2 Obtendo novas funções a partir de funções antigas No presente momento iremos fazer um tratamento geométrico de operações básicas envolvendo funções. Em outras palavras, vamos considerar por critérios didáticos as funções com dependência temporal dadas por, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 ANOTE ISSO O gráfico de é construído a partir de e . Isso é realizado somando os valores de que correspondem a cada . Vamos considerar como exemplo as seguintes funções com dependência temporal dadas por, Nesse contexto, o gráfico correspondente a soma das funções, com é representado abaixo. Figura 1: Função em azul, em vermelho e a soma em preto. Fonte: Próprio autor (2021). 2.2.3 Transladando funções Nesse momento, iremos ainda explorar o efeito geométrico. Agora, iremos somar a função f ou a sua variável independente x, uma constante c e verificar o que obteremos. Para isso, vamos considerar que a função seja dada por y=f(x). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 Por questões de simplicidade e para tornar nossa aula mais didática vamos considerar a seguinte função quadrática, y=x2, dada por uma parábola na origem. Dessa forma, ANOTE ISSO i) y=f(x)+c: Translada o gráfico em unidade para cima. ii) y=f(x)-c: Translada o gráfico em unidade para baixo. iii) y=f(x+c): Translada o gráfico em unidade para esquerda. iv) y=f(x-c): Translada o gráfico em unidade para direita. As afirmações acima são melhores representadas pelos seguintes gráficos abaixo: Figura 2: Função f(x)=x2, em vermelho, sendo transladada no eixo y pela adição ou subtração da constante c. y=f(x)+c em azul e y=f(x) em verde. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 Figura 3: Função f(x)=x2 sendo transladada no eixo x pela adição ou subtração da constante c na coordenada x.y= f(x+c) em azul e y= f(x-c) em verde. Fonte: Próprio autor (2021). 2.2.4 Refletindo funções Vamos agora considerar a seguinte função e verificar o que obteremos ao trocar o sinal das variáveis independentes, Nesse caso: ANOTE ISSO i) y=f(-x): Reflete o gráfico no eixo y, pois, o ponto (x,y) original se transforma em (-x,y). ii) y=-f(x): Reflete o gráfico no eixo x, pois, o ponto (x,y) original se transforma em (x,-y). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 As afirmações acima são melhores representadas pelos seguintes gráficos abaixo: Figura 4: Função y= √x, em vermelho, sendo espelhada em relação ao eixo y.y= √-x em azul. Fonte: Próprio autor (2021). Figura 5: Função y= √x, em vermelho, sendo espelhada em relação ao eixo x.y= √x em azul. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 2.2.5 Alongando e comprimindo funções Vamos considerar uma função y=f(x) definida na forma abaixo e explorar o efeito obtido ao multiplicarmos por uma constante c, y=f(x)=cos(x) Nesse caso: ANOTE ISSO i) y=c.f(x), com c>1: Alonga o gráfico verticalmente, afinal, a coordenada é aumentada em c. Para o caso em que c<-1 o gráfico é comprimido, pois, a coordenada é diminuída em c. ii) y=f(c.x): Comprime o gráfico horizontalmente, afinal, a variável independente é aumentada em c, em módulo. As afirmações acima são melhores representadas pelos seguintes gráficos abaixo: Figura 6: Função y=cos(x) sendo alongada em relação ao eixo y. Função y=cos(x) em vermelho e y=2.cos(x) em preto. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICAPAULISTA | 26 Figura 7: Função y=cos(x) sendo comprimida em relação ao eixo x. Função cos(x) em vermelho e y=cos(2.x) em preto. Fonte: Próprio autor (2021). ISTO ESTÁ NA REDE Uma informação bem interessante envolvendo tipos de funções cíclicas como funções seno e cosseno é o caso de rompimento de construções civis denominadas pontes. Um fator que maximiza bastante os efeitos das adversidades relacionadas ao meio externo é o fenômeno denominado ressonância. Nesse caso, a ponte começa a oscilar, devido a fatores externos, com mesma frequência da sua oscilação natural de vibração. Isso faz com que a amplitude do movimento oscilatório seja aumentada cada vez mais podendo ocasionar o rompimento dessas estruturas. Do ponto de vista matemático isso é visto como um alongamento, em relação ao eixo y, da função cíclica que descreve o movimento oscilatório. O exemplo gráfico para essa situação pode ser ilustrado como a figura 6. Caso você esteja curioso para se aprofundar nesse fenômeno, você pode consultar a notícia na íntegra com link: http://www.ime.unicamp.br/~apmat/ponte-de-tacoma/ http://www.ime.unicamp.br/~apmat/ponte-de-tacoma/ CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 2.2.6 Funções simétricas Vamos considerar o plano cartesiano bidimensional xy e explorar, de maneira geométrica os tipos de simetria existentes correspondentes as funções em relações aos eixos x e y. Sabemos que nesse caso existem três tipos de simetria definidas na forma: ANOTE ISSO i) Simetria em relação a y: É obtida realizando a troca da coordenada x →-x e obtendo uma equação equivalente. ii) Simetria em relação a x: É obtida realizando a troca da coordenada y → -y e obtendo uma equação equivalente. iii) Simetria em relação a xy: É obtida realizando a troca da coordenada x → -x e y →-y obtendo uma equação equivalente. As afirmações acima são melhores representadas pelos seguintes gráficos abaixo: Figura 8: Função quadrática y=x2 simétrica em relação ao eixo y. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 Figura 9: Função quadrática x=y2 simétrica em relação ao eixo y. Fonte: Próprio autor (2021). Figura 10: Função cúbida y=x3 simétrica em relação ao eixo Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 2.2.7 Paridade em funções Dizemos que uma função é par se ela apresenta a seguinte propriedade, em relação a sua coordenada, f(-x)=f(x) Em contrapartida, dizemos que uma função é ímpar se ela apresenta a seguinte propriedade, em relação a sua coordenada, f(-x)=-f(x) ANOTE ISSO Em termos gráficos uma função par é simétrica em relação ao eixo y, afinal a coordenada x é substituída pela coordenada -x. Já a função ímpar é simétrica em relação a origem. As afirmações acima são melhores representadas pelos seguintes gráficos abaixo: Figura 11: Função quadrática y=-x2+1/2 A função dada é uma função par. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 Figura 12: Função trigonométrica y=sen(x) A função dada é uma função ímpar. Fonte: Próprio autor (2021). 2.3 TRABALHANDO COM FAMÍLIAS DE FUNÇÕES As denominadas famílias de funções é o conjunto formado pela variação dos parâmetros envolvidos na definição de função. Vamos considerar como exemplo a função constante, dada por, f(x)=c, sendo c uma constante que denominaremos de parâmetro. Ao variarmos c, encontraremos a família de funções cujas retas são paralelas ao eixo x. As mesmas ideias podem ser utilizadas, por exemplo, no caso da função de primeiro grau completa, dada por, f(x)=ax+b Nesse caso, podemos gerar, por exemplo, duas famílias de funções diferentes, afinal temos os parâmetros a e b. As afirmações acima são melhores representadas pelos seguintes gráficos abaixo: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 Figura 13: Função constante y=c com variação do parâmetro c. Fonte: Próprio autor (2021). Figura 14: Função de 1º grau y=ax+b com variação do parâmetro a. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 Figura 15: Função de 1º grau y=ax+b com variação do parâmetro b. Fonte: Próprio autor (2021). 2.4 INVERSÃO DE FUNÇÕES Quando dizemos inversa de uma função, estamos nos referindo ao fato de resolvermos a equação y=f(x) em x, como uma função de y. Em outras palavras, o que queremos dizer é que buscamos resolver a equação x=g(y). Destacamos que esse processo é um dos mais importantes em toda matemática, assim como na física, na engenharia e em ciências exatas no geral. Através dessa ideia podemos fazer a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Se duas funções, definidas por f e g tal que, g(f(x))=x, em cada x do domínio de f e f(g(x))=y, em cada y do domínio de g. Dizemos que f e g são inversas uma da outra, ou f é inversa de g e g é uma inversa de f. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como exemplo vamos considerar as seguintes funções, Dessa forma, Em palavras, uma função cancela o efeito da outra. Destacamos que todas as informações apresentadas e discutidas aqui, na presente aula, serão utilizadas para definir e discutir novos conceitos. É muito importante que você entenda de maneira clara. Nesse contexto, além de nossos exemplos utilizados e nossos conceitos trabalhados sugerimos que busque aprimorar os seus conhecimentos através de novos exemplos, exercícios resolvidos e até mesmo maneiras de aplicação do conhecimento adquirido. Tudo isso pode ser encontrado nas referências você ANTON; BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES-HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017). 2.5 RESUMINDO Na presente aula exploramos algumas características e propriedades gerais relacionadas a qualquer tipo de função. Nesse contexto iniciamos destacando as operações aritméticas de soma, subtração, multiplicação e divisão entre duas funções. Em seguida, definimos a propriedade de escrever uma determinada função em termos de outras funções e nomeamos esse processo de funções compostas. Finalmente estudamos os efeitos causados pela soma de uma constante nas variáveis independentes e dependentes. Assim definimos as operações de translação, reflexão, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 alongamento e compressão de funções. Além de destacar os conceitos de funções simétricas, paridade de funções, família de funções e como invertê-las. As informações trabalhadas na presente aula nos oferecem aprimoramento das nossas técnicas para realizarmos o tratamento analítico de funções representadas na forma gráfica e isso será bastante utilizado ao longo das nossas aulas. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 CAPÍTULO 3 LIMITES 3.1 INTRODUÇÃO De maneira resumida, o objetivo geral desse curso é explorar todas as informações possíveis de uma função que foi obtida através da relação entre duas quantidades quaisquer e dentro de um determinado contexto. É importante destacar que as técnicas e informações apresentadas ao longo do nosso curso se aplicam a qualquer área do conhecimento envolvendo ciências naturais e ciências exatas e é isso que permite a ciência a construir modelos e enunciar leis, teoremas e entre outros. Geralmente e na grande maioria dos casos a relação entre as duas quantidades são obtidas através de processos de medidas em que as quantidades e suas relações são reproduzidas na forma gráfica.Através do comportamento gráfico é que se consegue a função que melhor descreve tal relação. Em contrapartida, o que faremos é o contrário ou seja, dada uma função iremos aprender, através das técnicas discutidas, a retirar as informações possíveis e construir o gráfico da mesma. O mais fascinante disso é que essas técnicas se estendem para os casos de qualquer função, o que nos dá um poder fascinante para fazer ciência e criar modelos que reproduzam a realidade dos fenômenos naturais. A definição de limites é a que está por trás de conceitos extremamente fundamentais presentes no cálculo e, portanto, na matemática, física, química, engenharia e nas ciências exatas em geral, como por exemplo, o conceito de derivadas, integrais e muitas outras. De uma forma geral, todos esses conceitos estão ligados ao conceito de taxa de variação, muito utilizada na modelagem de problemas e também na otimização de problemas que reproduzem a realidade e os fenômenos da natureza. Na presente aula, focaremos nosso estudo na definição e nas propriedades envolvidas com os limites. 3.2 O LIMITE DE FORMA INTUITIVA A presente aula será dividida em dois momentos. No primeiro, iremos explorar a ideia intuitiva por trás do limite. Em outras palavras iremos tratar esse conceito de uma maneira não rigorosa. Após toda essa discussão, iremos passar de fato o estudo formal e rigoroso dos limites através da sua definição matemática. Dentro desse contexto, vamos iniciar a presente seção destacando que, muitas ideias do cálculo diferencial tiveram origem em problemas envolvendo geometria. De CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 maneira mais específica podemos citar dois desses problemas sendo eles o problema da reta tangente e o problema de área. I. O problema de reta tangente: É aquele em que dada uma função, representada por f e um determinado ponto P(x0,y0) em seu gráfico, encontrar uma equação da reta que é tangente ao gráfico no ponto P. O problema é representado geometricamente pela figura abaixo. Figura 1: Reta tangente a função f(x)=x3-x, no ponto . Fonte: Próprio autor (2021). II. O problema de área: Dada uma função f, encontrar a área entre f e um intervalo [a,b] no eixo x. O problema é representado pela figura abaixo. Figura 2: Área de parte da função f(x)=x3-x, com x variando entre (0.3,0.7) e y variando entre (0,-3.75). Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Em termos aplicados o conceito de limite é a forma mais básica, no sentido de analisar o comportamento de uma função, quando a variável independente tende a um valor. Como exemplo vamos considerar uma determinada função , dada por, f(x)=x2-x+1 Vamos analisar o caso em que a variável independente se aproxima do valor 2. Nesse caso, f(x) se aproxima cada vez mais de 3. Isso ocorre na medida que vai se aproximando cada vez mais de 2, pela direita ou pela esquerda. Assim denotaremos esse resultado na forma, Na forma gráfica o resultado acima é representado na forma, Figura 3: Valor da função f(x)x2-x+1 quando se aproxima do valor 2. Fonte: Próprio autor (2021). Também podemos representar esse resultado na forma de tabelas, para auxiliar nosso entendimento sobre o conceito e a aplicabilidade dos limites. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 x f(x) 1 1,000000 1,9 2,710000 1,99 2,970100 1,995 2,985025 1,999 2,997001 2 3,000000 2,001 3,003001 2,005 3,015025 2,01 3,030100 2,1 3,310000 3 7,000000 Tabela 1 – Valores da função f(x)=x2-x+1 quando se aproxima do valor 2. Fonte: Próprio autor (2021). Os resultados representados pela figura 3 e pela tabela 1 no fornecem a informação de que, do ponto de vista informal, se os valores de f(x) pudessem ser tornados tão próximos quanto queremos de um valor L, uma vez que, tomemos os valores de x suficientemente próximos de a, tal que x não seja exatamente a, escrevemos, Podemos também escrever na forma de seguinte notação, ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Vamos considerar como exemplo a função dada por, e conjecturar o valor limite dessa função. Em outras palavras, o que queremos é calcular o seguinte limite, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 ANOTE ISSO Uma observação extremamente importante a ser destacada está no fato de que a função f(x) não está definida para o valor x=1. Apesar disso, o valor do limite não é influenciado, ou seja, ele existe. Para auxiliar nosso entendimento, podemos considerar a seguinte tabela com valores a serem visualizados, x f(x) 0,99 1,994987 0,999 1,999500 0,99999 1,999995 0 1,000000 1,00001 2,000005 1,001 2,000500 1,01 2,004988 Tabela 2 – Valores da função quando x se aproxima do valor 1. Fonte: Próprio autor (2021). Reparamos que os valores que tendem a 1, tanto pela direita e quanto pela esquerda parecem se aproximarem cada vez mais de 2. O gráfico da função f(x) também nos ajuda a verificar a informação obtida através do cálculo do limite, ou seja, Figura 4: Valor da função quando x se aproxima do valor 1. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 3.3 LIMITES LATERAIS Iniciamos destacando que é muito comum a utilização da nomenclatura limites laterais ou limites bilateriais pelo fato dos valores L serem obtidos pelos dois lados do valor a. Ou seja, ANOTE ISSO Apesar disso, precisamos diferenciar essas notações, afinal, isso nem sempre será verdadeiro, dependendo das funções utilizadas. Nesses casos, em que a função apresenta diferentes comportamentos para valores de tendendo para a esquerda e pela direita, utilizaremos a seguinte notação, Em outras palavras, o que queremos dizer é que quando se aproxima pela direita de a, a função tende a ir para o valor L. No caso em que x se aproxima pela esquerda de a, a função tende a ir para o valor M. De maneira geral, o limite bilateral de uma determinada função f(x), em um determinado ponto a existe, se e somente se, os limites laterais naquele ponto, existirem e apresentarem o mesmo valor, ou seja, Se e somente se, 3.4 LIMITES INFINITOS Vamos destacar que, é possível que os limites laterais ou simplesmente bilaterais não existam, devido ao fato das funções crescerem ou decrescerem sem cotas. O que queremos dizer com essa afirmação é que, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 ANOTE ISSO Em resumo, f(x) descreve sem cota quando x tende a a pela esquerda ou pela direita respectivamente. Dessa forma, escrevemos em uma única expressão, Destacamos que as mesmas ideias se aplicam para o caso negativo, ou seja, ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Para exemplificar nossas afirmações, vamos considerar a função dada por, Podemos utilizar a tabela abaixo para nos auxiliar e verificar algumas informações importantes, quando se aproxima de zero, nessa função. x f(x) -1 -1 -0,1 -10 -0,01 -100 -0,0001 -10000 0 0,0001 10000 0,01 100 0,1 10 1 1 Tabela 3 – Valores da função quando x se aproxima do valor 0.. Fonte: Próprio autor (2021). Também podemos utilizar o gráfico abaixo que corresponde a essa função. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 Figura 5: Valor da função quando x se aproxima do valor 0. Fonte: Próprio autor (2021). Diante de todas essas ferramentas, podemos concluir que ISTO ESTÁ NA REDE Baseados em todas as informações mencionadas na presente aula, podemos citar um dos assuntos mais misteriosos da ciência e que desperta uma curiosidade intensa de toda a população: Os buracos negros. Esse é um conceito muito antigoque foi popularizado através da Teoria da Relatividade Geral de Einstein. O conceito que está por trás dessa definição está intimamente ligado a uma inconsistência matemática que nada mais é do que uma divisão por zero. Em outras palavras os buracos negros apresentam uma característica que é conhecida como singularidade. A singularidade é matematicamente definida, geralmente, como sendo 1/r, onde r é o raio do horizonte de eventos do objeto celeste. Nesse contexto, a divisão por zero tem origem através do limite, . Você pode ler a notícia na íntegra sobre os estudos dos pesquisadores que ganharam o prêmio Nobel de 2020 para se familiarizar um pouco mais com algumas características desse tipo específico de objetos no link: https://veja.abril.com.br/ciencia/trio-vence-nobel-de-fisica-por-pesquisas-sobre- buracos-negros/ https://veja.abril.com.br/ciencia/trio-vence-nobel-de-fisica-por-pesquisas-sobre-buracos-negros/ https://veja.abril.com.br/ciencia/trio-vence-nobel-de-fisica-por-pesquisas-sobre-buracos-negros/ CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 3.5 O LIMITE DE FORMA RIGOROSA Destacamos mais uma vez que nas seções anteriores focamos nosso estudo em obter valores dos limites sem nos preocupar de fato com sua definição rigorosa. A partir de agora, entenderemos um pouco mais sobre o que de fato está por trás dessa definição tão básica para o cálculo e, consequentemente, para a ciência. Nesse contexto, vimos que a afirmação é interpretada, do ponto de vista informal, como o significado de f(x) quando os valores de x são tomados tão próximo de a. Isso leva o f(x) a ser tão próximo do valor L. O que faremos agora é simplesmente tornar essa afirmação mais precisa. Para isso, vamos considerar uma função, dada por f, de tal forma que f(x) → L quando x →a. Repare que f é uma função genérica que, por exemplo, pode ser representada graficamente através da figura abaixo. Figura 6: Função genérica que, quando x se aproxima do valor a, f(x) se aproxima do valor L. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 100. Uma observação importante a ser feita é que, não necessariamente a função f tem que ser definida em x=a. Ou seja, caso ela não seja definida nesse ponto o limite pode existir. Feito isso, escolhemos um valor positivo qualquer dado por ε e fazemos a seguinte pergunta: Qual o valor que x deve assumir, tão próximo de a, para que possamos garantir que os valores de f(x) caiam a uma distância menor a ε de L? Podemos responder essa pergunta através de retas verticais traçadas a partir desses pontos da curva até o eixo x como feito na figura abaixo. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 Figura 7: Função genérica no intervalo L-ε até L+ ε. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 100. Nesse caso, x0 e x1 são os pontos em que as retas verticais cortam o eixo . Nesse momento vamos imaginar que x se aproxime cada vez mais de a, em qualquer dos dois lados. A partir de um determinado momento, o valor de x estará dentro do intervalo (x0,x1), conforme destacado pela figura abaixo. Figura 8: Representação gráfica da definição formal do limite de uma função. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 100. Nessas condições, o valor da função f(x) cairá entre o valor L-ε e L+ ε. Esse é o intervalo destacado pela figura. Assim podemos enunciar à seguinte conclusão: Se f(x) → L quando x → a, então para qualquer número positivo ε podemos encontrar um determinado intervalo aberto (x0,x1) no eixo x que contém o ponto a e que apresenta a incrível propriedade de que, para cada x nesse intervalo (com exceção x=a), o valor da função f(x) está dentro do intervalo L-ε e L+ ε. A grande importância desse resultado está no fato da sua validade ser independente do quão pequeno se toma o valor de ε. Assim, tomar cada vez menos o valor de ε CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 significa forçar f(x) a ficar cada vez mais próximo do valor L. Esse é, de maneira precisa, o conceito que estamos tentando captar de forma matematicamente. Uma importante observação é que se olharmos para a figura 6 podemos perceber que o intervalo dado por (x0,x1) está estendido mais para o lado direito de a do que para o lado esquerdo. Nessas condições, é sempre preferível dispor de um intervalo que esteja a mesma distância em ambos os lados de a. Dessa forma, podemos escolher qualquer número positivo δ que seja menor do que x1-a e a-x0. Em outras palavras estamos considerando o seguinte intervalo, Esse é o intervalo que se estende a mesma distância de ambos os lados de a, estando dentro do intervalo (x0,x1) (representado pela figura 7). Além disso, não podemos esquecer a condição Que vale com qualquer x desse intervalo (podendo ser com a exceção do valor x=a), uma vez que essa condição tem validade no maior intervalo (x0,x1). Podemos então representar a condição acima na forma mais genérica, . Já a condição em que deve estar dentro do intervalo , mas , pode ser expressa na forma, Finalmente, conseguimos então enunciar a seguinte definição rigorosa para os limites: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Seja uma função f(x) definida em todo o intervalo aberto de x e que contenha o número a e com a exceção de que a função não precisa ser necessariamente definida em a, escrevemos: se através de qualquer número , pudermos encontrar um número tal que, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 Para finalizar a presente aula destacaremos que o valor de não é único. Isso porque uma vez que encontramos um valor que preenche as exigências da definição, qualquer valor positivo 1 que seja menos do que também cumpre as exigências da definição. Ou seja, se for verdade que, Logo A justificativa para tal afirmação está ligada ao fato de que é um subconjunto de . Portanto se estiver satisfeita para todo valor de x, no intervalo maior, então satisfará automaticamente para todo x no subconjunto. Agora que você já está apto a fazer discussões rigorosas sobre limites, você pode consultar as referências ANTON; BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES- HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017) para aprimorar os seus conhecimentos sobre limites e também verificar de maneira rigorosa como funcionam na prática os limites envolvendo infinitos. Destacamos que todas as informações apresentadas e discutidas aqui, na presente aula, servirão como a base do nosso curso de cálculo diferencial e integral. Em outras palavras o conceito de limite será utilizado com muita frequência e muitas dessas vezes estará implícito em novas definições. É muito importante que você entenda de maneira clara essa importante definição, por isso, indicamos que, além de nossos exemplos utilizados e nossos conceitos trabalhados você aplique seus conhecimentos adquiridos em diversos outros exercícios de diferentes graus de dificuldades, que podem ser encontrados nas referências ANTON; BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES-HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017). 3.6 RESUMINDO Na presente aula exploramos de maneira intuitiva o conceito por trás de limite. Nesse contexto introduzimos e discutimos algumas características e propriedades dessa importante ferramenta para o desenvolvimento do cálculo diferencial e integral. Vimos como é a aplicabilidade e a funcionalidade dos limites laterais e também dos limites infinitos destacando que essas ferramentas são de extrema importância para fazermos análise de funções no contexto das ciências e da pesquisa científica. Finalmente, introduzimos e discutimos formalmente o conceito dos limites do ponto de vista rigoroso da matemática. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA| 47 CAPÍTULO 4 LIMITES ASSINTÓTICOS 4.1 INTRODUÇÃO Destacamos que até o presente momento trabalhamos com limites de funções com x tendendo a um número real que estamos denotando como a. Na presente aula iremos concentrar nossa atenção em funções que apresentam comportamento para o infinito quando x cresce ou decresce sem cotas. Esse é um assunto muito importante no contexto da ciência. Através deles, várias equações necessitam de uma análise sob essas condições. 4.2 ASSÍNTOTAS NA HORIZONTAL Dizemos que o comportamento final de uma determinada função f(x) é o comportamento da função quando x cresce ou decresce sem cota. Em outras palavras, vamos considerar a função f(x)= 1__x como exemplo, para concluir que, Para auxiliar na obtenção desses resultados, podemos considerar a seguinte tabela de valores, onde para cada valor atribuído a x, obtemos o valor da função f(x). x f(x) x f(x) -1 -1 1 1 -10 -0,1 10 0,1 -1000 -0,001 1000 0,001 -100000 -0,00001 100000 0,00001 Tabela 1 – Valores da função f(x)= 1__x quando x cresce sem cota pela esquerda e pela direita respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 Repare que estamos aqui considerando não apenas valores negativos para x, mas, também valores positivos. Uma outra maneira de também visualizar essa conclusão é através da seguinte representação gráfica. Figura 1: Valores da função f(x)= 1__x quando x cresce sem cota pela esquerda e pela direita respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). O que queremos dizer é que, no ponto de vista informal, se os valores da função f(x) ficam tão próximos quanto queiramos de um número real L, à medida que x cresce sem cota, então escrevemos, ou, em outra notação, Se uma das duas situações acima ocorrem, dizemos que y=L é uma assíntota horizontal. Os resultados expostos também servem para o caso de limites em e . Além disso, também destacamos as seguintes afirmações, considerando o número n como sendo inteiro e positivo: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 Desde que os limites indicados existam, também destacamos: Para o caso em que a função é uma função constante, do tipo f(x)=k, sendo k a constante, teremos, 4.3 LIMITIES INFINITOS NO INFINITO Uma importante observação a ser feita e relacionado a limites no infinito é que, assim como no caso de limites para um número real, podem deixar de existir por vários motivos. Uma das possibilidades é que os valores de f(x) cresce ou decresce sem cota quando , ou . Essas situações específicas serão representadas por nós na forma, para os casos que crescem e, para os casos que decrescem. 4.4 ASSÍNTOTAS VERTICAIS Iniciamos destacando que, normalmente, uma função pode apresentar um gráfico com uma variedade muito grande de limites. Nesse contexto, vamos ilustrar graficamente o que acontece com uma determinada função quando, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 Como exemplo para ilustrar as assíntotas verticais vamos considerar as representações gráficas das seguintes funções, Figura 2: Valor da função f(x)=e-x+1+0,01 quando x cresce sem cota pela esquerda e pela direita respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). Figura 3: Valor da função quando x cresce sem cota pela esquerda e pela direita respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 Figura 4: Valor da função quando x cresce sem cota pela esquerda e pela direita respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). 4.5 ALGUNS LIMITES BÁSICOS E SUAS PROPORIEDADES Vamos iniciar a presente seção destacando o seguinte teorema: ANOTE ISSO TEOREMA: Vamos considerar dois número reais dados por a e k. Nesse contexto teremos: As quatro informações acima são representadas na forma gráfica respectivamente por, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 Figura 5: Valor da função constante quando x se aproxima do valor . Fonte: Próprio autor (2021). Figura 6: Valor da função f(x)=x quando x se aproxima do valor a.. Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 Figura 6: Valor da função f(x)= 1__x quando x cresce sem cota pela esquerda e pela direita respectivamente. Fonte: Próprio autor (2021). ISTO ESTÁ NA REDE Você pode aprimorar seus conhecimentos sobre limites, entendendo um pouco mais sobre sua definição e sua imensa aplicabilidade no contexto das ciências exatas na aula destacada sob o link: https://www.youtube.com/watch?v=voBexx2V7gw Também pode entender um pouco mais sobre as assíntotas de uma função e sua relação com os limites na aula destacada sob o link: https://www.youtube.com/watch?v=u6wAIs0_lnw Destacamos mais uma vez que existem infinitas funções com comportamentos mais variados possíveis e por isso é muito importante que você aluno, além de nossas aulas e vídeo aulas consultem todo o material de referência. Dessa forma seu conhecimento será cada vez mais aprimorado e você apresentará uma constante evolução. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 De maneira análoga, enunciamos o seguinte teorema: ANOTE ISSO TEOREMA: Se a é um número real e supondo que os limites existam e sejam dados por, Então, Destacamos que as informações acima também são válidas para os casos de limites laterais, ou seja, quando x→a+, ou x→a-. Também destacamos que esses resultados valem para um número finito de funções e podem ser combinados para tratar expressões mais complexas que envolvem reformulações de limites. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como exemplo mais simples, vamos tratar uma função do tipo polinomial e dada por, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 Podemos perceber que a função pode ser decomposta como uma soma de três funções diferentes dadas pelos termos, x2, -4x, e a função constante 3. O limite de f(x) será então dado por, Para o caso de uma função polinomial genérica, de grau , vamos enunciar o seguinte teorema: ANOTE ISSO TEOREMA: Seja o polinômio dado por, Qualquer número real a leva, DEMONSTRAÇÃO: Podemos usar ideias análogas para tratar o caso em que temos três funções dadas por f(x), p(x) e g(x) tal que, Em outras palavras, a função f(x) é uma função racional e a é um número qualquer. Assim, i) se então ii) se , mas então não existe. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como um novo exemplo, vamos tratar uma função dada por, Podemos perceber que a função pode ser decomposta como uma soma de quatro funções diferentes dadas pelos termos, , x3, ex e a função constante 3. O limite de f(x) será então dado por, ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Finalizando nossos exemplos, vamos tratar uma função dada por, Podemos perceber que a função pode ser decomposta como uma soma de quatro funções diferentes dadas pelos termos, , x3, ex e a função constante 3. O limite de f(x) será então dado por, Destacamos que todas as informações apresentadas e discutidas aqui, na presente aula, serão utilizadas a todo tempo para definirmos e discutirmos novos conceitos. Nesse contexto, destacamos que é muito importante que você entenda de maneira clara tudo que estamos discutindo. Sugerimos por esses fatores que, além de nossos exemplos CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 utilizados e nossos conceitos trabalhados que você consulte as referências ANTON;BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES-HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017) para a absorção do conteúdo seja dada de maneira mais eficiente. Ainda nessas referências você encontrará o cálculo de muitos limites e diversas técnicas para a resolução dos limites de muitas funções. 4.6 RESUMINDO Na presente aula exploramos algumas novas informações sobre os limites. Tais informações foram fornecidas para critérios mais práticos e estão relacionados com a análise gráfica de diversos tipos de funções. Nesse contexto introduzimos e discutimos importantes conceitos que envolvem limites sendo eles as assíntotas horizontais, os limites no infinito e também as assíntotas verticais. Além disso, em seguida, introduzimos e discutimos algumas propriedades mais básicas dos limites. As informações trabalhadas na presente aula nos oferecem aprimoramento das nossas técnicas para realizarmos o tratamento analítico de funções representadas na forma gráfica e isso será bastante utilizado ao longo das nossas aulas. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 CAPÍTULO 5 CONTINUIDADE 5.1 INTRODUÇÃO Imagine que tenhamos uma bola de futebol chutada por um determinado jogador. Em dois instantes diferentes de tempo, sabe-se que a bola assumirá posições diferentes. Nesse contexto, é importante destacar que a bola segue uma curva sem interrupções que recebe o nome de trajetória, ou seja, ela não some em uma posição no primeiro instante e aparece na segunda posição no segundo instante. Nessa aula iremos traduzir essa ideia de curvas sem interrupções para o contexto das funções, dos limites e do cálculo diferencial e integral. 5.2 CONTINUIDADE A definição de continuidade está intimamente relacionada na forma em que uma função f é definida. Mais especificamente, de maneira mais rigorosa, vamos apresentar a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Uma função f é dita contínua caso sua representação gráfica não apresente quebras ou buracos. Dessa forma, no nosso primeiro momento, iremos estudar um pouco das propriedades das funções que podem acarretar essas quebras ou buracos. Para isso, consideremos os seguintes gráficos: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 Figura 1: Função genérica sem a presença de buracos ou quebras. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 110. Figura 2: Função genérica com a presença de quebra. De maneira mais informa isso é popularmente chamado de salo. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 110. Figura 3: Função genérica sem a presença de buraco. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 110. Figura 4: Função genérica com valor diferente do valor do limite no ponto c. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 110. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 Diante dessas ilustrações, é importante discutirmos um pouco mais sobre todas as situações ocorridas. Ou seja, i) Na figura 1 é importante repararmos que a função não está definida no ponto c. ii) Na figura 2 e 3 o limite da função não existe quando x tende ao valor c. iii) Na figura 4, o valor da função e do limite no ponto c são diferentes. Através da análise superficial das funções representadas, enunciaremos a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Uma função f é dita contínua no ponto x = c se as seguintes definições forem satisfeitas: i) f(c) está definida. ii) existe. iii) Nesse contexto, destacamos que, se uma das condições acima não forem satisfeitas então dizemos que f apresenta descontinuidade em x = c. Logo, vemos que, i) Na figura 1 a função não é definida no ponto c. Isso viola a primeira condição mencionada. ii) Na figura 2 existem os limites laterais de f(x) quando x→c. Mas, os limites são diferentes. Isso quer dizer que não existe e viola a segunda condição. No caso da figura 2, dizemos que a função apresenta uma descontinuidade de salto no ponto c. iii) Na figura 3 os limites laterais são infinitos e isso viola a segunda condição. Dizemos que essa função apresenta descontinuidade infinita em c. iv) Na figura 4 a função é definida no ponto c e existe. Apesar disso, esses valores são diferentes e isso viola a terceira condição. Nesse caso específico, dizemos que a função apresenta descontinuidade removível em c. 5.2.1 A continuidade em um intervalo Dizemos que uma função é contínua dentro de um intervalo aberto, definido por, (a,b) se f é contínua em cada ponto desse intervalo. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 É importante destacarmos que essas informações também são válidas para os casos de intervalos abertos infinitos, ou seja, (a,+∞), (-∞,b) e (+∞,-∞). Nesse contexto, quando f for contínua no intervalo (-∞,+∞) dizemos que f é contínua em toda parte. Em caso de intervalo fechado temos a seguinte definição: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Uma função f(x) é dita contínua em um intervalo fechado, dado por [a,b] se as seguintes condições são satisfeitas: i) f é contínua em (a,b) ii) f é contínua à direita em a iii) f é contínua à esquerda em b. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como exemplo vamos considerar a seguinte função, dada por, e analisar sua continuidade. Podemos utilizar para auxiliar nosso entendimento, a representação gráfica para essa função. Ou seja, Figura 5: Representação gráfica para a função Fonte: Próprio autor (2021). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 Apesar disso, estamos buscando informações apenas utilizando os limites. Sabemos que o domínio de f(x) é o intervalo fechado [-3,3], ou seja, 9- x2≥0 3≥x≥-3. Precisamos então nos atentar à continuidade de f no intervalo aberto (-3,3) e nas duas extremidades. Para isso, vamos considerar o ponto c como sendo um ponto qualquer dentro do intervalo (-3,3). Dessa forma, Esse resultado nos mostra que a função f é contínua em cada ponto do intervalo (-3,3). Vamos testar os limites laterais, ou seja Em outras palavras, isso quer dizer que a função f também é contínua nas extremidades e contínua no intervalo fechado [-3,3]. 5.3 CONTINUIDADE E SUAS PROPRIEDADES Para enunciar as propriedades da continuidade das funções vamos considerar duas funções dadas por f e g. Dessa forma, enunciaremos o seguinte teorema: ANOTE ISSO TEOREMA: Se f e g são contínuas no ponto c, então: i) (f+g) é contínua em c. ii) (f – g) é contínua em c. iii) (f.g) é contínua em c. iv) (f/g) é contínua em c, se g(c)≠0 e tem descontinuidade em c se g(c) = 0. Nesse contexto, vamos demonstrar a quarta propriedade, ou seja, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 Uma vez que estamos considerando e contínuas no ponto , isso quer dizer que, Então podemos escrever, Destacamos que as outras três propriedades podem ser provadas de maneira análoga ao que fizemos aqui. Mas deixaremos essa tarefa para você como critério de exercício. As provas e informações adicionais sobre esse assunto podem ser encontrados nas referências ANTON; BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES-HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017), caso tenha interesse em se aprofundar nesse assunto. 5.4 CONTINUIDADE EM FUNÇÕES COMPOSTAS No contexto das funções das funções que podem ser expressas em termos de outras funções enunciaremos o seguinte teorema: ANOTE ISSO TEOREMA: Se e se f é contínua em L então: Em outras palavras, queremos dizer que, Destacamos que a igualdade acima é válida para os casos de limites laterais e de limites no infinito ou seja, x→c+, x→c-, x→+∞ ou x→-∞. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 Uma importante observação está no caso especialem que a função é dada por, f(x)= |x|. Pelo fato de que |x| é contínuo em toda a parte, logo, Sempre que existir Com essas informações, o teorema definido acima se estende ao caso da continuidade em um ponto específico e também da continuidade em toda parte. ANOTE ISSO Para finalizar, vamos tratar um importante resultado envolvendo funções e seus limites. Para isso, vamos considerar três funções dadas por f, g e h. A relação entre essas funções é dada por, g(x)≤f(x)≤h(x). Para todo x em um intervalo aberto que contenha o ponto c. Destacamos que existe a possibilidade de as desigualdades acima não precisarem serem válidas em c. Nesse caso, se g e h tivere o mesmo limite quando x→c, ou seja, então, a função também apresenta, ISTO ESTÁ NA REDE Você pode aprimorar seus conhecimentos sobre funções, limites, e suas aplicações entendendo um pouco mais sobre a definição de continuidade de uma função e sua imensa aplicabilidade no contexto das ciências exatas na aula destacada sob o link: https://www.youtube.com/watch?v=PW_Y2pvJg4s Também pode entender um pouco mais sobre limites laterais na aula destacada sob o link: https://www.youtube.com/watch?v=HwHO_w6V_No Destacamos mais uma vez que existem infinitas funções com comportamentos mais variados possíveis e por isso é muito importante que você aluno, além de nossas aulas e vídeo aulas consultem todo o material de referência. Dessa forma você conseguirá atacar um determinado problema de várias formas e isso, certamente irá colaborar totalmente para o seu desenvolvimento intelectual além de facilitar a absorção do conteúdo contribuindo assim para sua constante evolução. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Vamos tratar mais um exemplo envolvendo funções polinomiais em que temos, Nesse contexto vamos identificar para quais valores de x a função acima apresenta descontinuidade. É importante destacamos que a função que estamos tratando é uma função racional. Em outras palavras isso quer dizer que tal função é contínua em toda a parte com exceção dos pontos onde o denominador é nulo. Em outras palavras isso quer dizer que, Em palavras mostramos que a função dada não é contínua nos pontos x = 2 e x = 3. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Vamos, para finalizar nossa aula mostrar através de definições matemática formais que a função f(x) = |x| é contínua em toda a parte. Nesse caso podemos decompor a função f(x) na forma, Feito isso, conseguimos perceber que a função f(x) = |x| é a mesmo que a função polinomial g(x) = x no intervalo (0,+∞). De maneira análoga para o intervalo (-∞,0) a função f(x) = |x| é a mesma que a função polinomial t(x) = –x. Diante dessas informações, sabemos que os polinômios considerados são contínuos. Logo o valor x = 0 é o único ponto onde a dada função pode apresentar CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 descontinuidade. A verificação dessa afirmação vem do fato de que devemos mostrar que, Um detalhe importante aqui é que, como a função f(x) = |x| muda no valor nulo, é bastante útil que consideremos os limites laterais nesse ponto. Assim, obteremos, Como os valores dos limites laterais são os mesmos logo é valido que, e a função f(x) = |x| é contínua no ponto x = 0. Vamos agora, por questões didáticas explorar a representação gráfica dessa função para verificarmos a sua continuidade. Figura 6: Representação gráfica para a função f(x)= |x|. Fonte: Próprio autor (2021). Para finalizar nossa aula, vamos finalizar com mais um exemplo onde teremos que analisar a continuidade dentro de um intervalo e também dos pontos extremos do mesmo. Nesse contexto, vamos considerar a seguinte função que representa uma semicircunferência, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 Sabemos que o domínio de f(z) é o intervalo fechado [-5,5]. Matematicamente queremos dizer que, Precisamos então nos atentar à continuidade de f no intervalo aberto (-5,5) e nas duas extremidades. Para isso, vamos considerar o ponto u como sendo um ponto qualquer dentro do intervalo (-5,5). Dessa forma, Esse resultado nos mostra que a função f é contínua em cada ponto do intervalo (-5,5). Vamos testar os limites laterais, ou seja, Em outras palavras, isso quer dizer que a função f também é contínua nas extremidades e contínua no intervalo fechado [-5,5]. Destacamos que todas as informações apresentadas e discutidas aqui, na presente aula, servirão como a base do nosso curso de cálculo diferencial e integral. Em outras palavras o conceito de continuidade será utilizado com muita frequência e muitas dessas vezes estará implícito em novas definições. É muito importante que você entenda de maneira clara essa importante definição, por isso, indicamos que, além de nossos exemplos utilizados e nossos conceitos trabalhados você aplique seus conhecimentos adquiridos em diversos outros exercícios de diferentes graus de dificuldades, que podem ser encontrados nas referências ANTON; BIVENS; DAVIS (2014), GUIDORIZZI (2013), HUGHES-HALLET (2011), MORETTIN; HAZZAN; BUSSAB (2016) e SILVA (2017). Também nessas referências você encontrará várias informações sobre continuidade de funções polinomiais, funções trigonométricas, funções exponenciais e muitas outras que aparecem com frequência no contexto das ciências exatas. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 5.5 RESUMINDO Na presente aula exploramos os conceitos de limites e limites laterais para definir continuidade e assim desenvolvermos a capacidade de verificação sobre a continuidade de qualquer função. Em seguida, introduzimos e discutimos alguns teoremas que envolveram as propriedades da continuidade assim como a maneira de tratamento de casos mais gerais, como por exemplo a continuidade de funções compostas. Tudo isso são ferramentas que aumentam ainda mais nossas habilidades em tratar funções e retirar o máximo de informações das mesmas. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 CAPÍTULO 6 INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS 6.1 INTRODUÇÃO Iniciamos a presente aula destacando que o conceito de derivada e de todo o cálculo diferencial foram criados a partir da necessidade de novas ferramentas para a descrição de fenômenos físicos, ou seja, descrever fenômenos que ocorrem na natureza através do estudo do movimento. Sobretudo esse conceito está relacionado com taxas de variações que por seguinte, se relaciona de maneira direta com o conceito geométrico de reta tangente a uma determinada curva. Esse é o objetivo da presente aula, construir o conceito de derivada a partir dos conceitos já conhecidos por nós até o presente momento. 6.2 CURVAS E RETAS TANGENTES Vamos imaginar uma curva, dada por y = f(x). Também consideraremos uma reta tangente a essa curva no ponto P(x0,f(x0 )) da curva. Sendo Q(x,f(x)) um outro ponto, a inclinação da reta secante por P e Q é dada por, Nesse contexto, repare que quando x tende ao valor x0, o ponto Q se aproxima de P. Isso quer dizer que se mPQ tender a um limite quando x tente a x0, então esse limite é considerado como a inclinação mtangente da reta tangente ao ponto P. A figura ilustrativa abaixo serve para nos auxiliar no entendimento da afirmação acima. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 Figura 1: Inclinação da reta tangente. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 132. De mesma forma e com base em todos os nossos conhecimentos sobre limites podemos definir: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: Suponha uma função genérica representada por f e que x0 seja um ponto contido no seu domínio. Nesse contexto, a equação da reta tangente a curvay = f(x), no ponto P(x0,f(x0)) é dada por, com, sempre que existir o limite. É importante destacarmos que podemos representar mtangente em termos de uma nova variável da seguinte forma, Assim, quando x →x0, quer dizer que h →0, então: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 A figura abaixo é um esquema ilustrativo que representa a afirmação acima. Figura 2: Reta tangente em termos da nova variável h. Fonte: ANTON; BIVENS; DAVIS. (2014). Pg 133. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como exemplo, para esclarecer as ideias discutidas até o presente momento, vamos considerar uma função definida na forma, A partir dela, vamos encontrar as inclinações das retas tangentes nos pontos x0=1 e x0=4. Como resposta vamos fazer os cálculos considerando um valor arbitrário e, em seguida, substituir os valores de interesse. Ou seja, Podemos racionalizar o numerador fazendo, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 Nos pontos de interesse obteremos as seguintes inclinações, respectivamente, 6.3 DERIVADA Com base em todas as informações que discutimos até o presente momento e a definição introduzida acima, o limite tratado é tão importante que recebe uma notação especial dada por, Então, essa é a inclinação da reta tangente à curva y = f(x) no ponto x0. Essa definição também pode ser vista como uma taxa de variação instantânea de y em relação a x, no ponto x = x0. A função derivada é então definida na forma: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: A derivada de uma função f, em relação a x, é definida na forma, Nos atentamos em dizer que o domínio de f’ é formado por todos os valores de x do domínio de f com a existência do limite acima. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como exemplo, vamos considerar a seguinte situação em que temos uma função definida na forma, Nesse contexto, vamos encontrar a equação da reta tangente a curva y = x2, no ponto x=2, utilizando a definição de derivada. Como solução vamos fazer, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 Dessa forma, a inclinação da reta tangente a curva y =x^2, no ponto x = 2 é dada pelo valor da derivada nesse ponto, ou seja, A equação da reta tangente então será dada por, 6.4 DERIVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO Como nem tudo é perfeito, precisamos nos atentar a possibilidade da não existência, em alguns pontos do domínio de f, do limite que define a derivada. É claro que nesses pontos a derivada não está definida. Com a finalidade de levar em consideração essa questão definimos: ANOTE ISSO DEFINIÇÃO: A função f é diferenciaável ou derivável no ponto x_0 se o seguinte limite existir, Nesse contexto, se f for diferenciável em cada ponto de um intervalo aberto definido por (a,b) então f é diferenciável em (a,b). Destacamos que essas afirmações também são válidas para os casos (a,+∞), (-∞,b) e (-∞,+∞). CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Vamos fazer mais um exemplo em que temos a função definida na forma, . Assim, vamos provar que a função f(x) = |x| não é diferenciável no ponto x = 0. Além disso, vamos encontrar uma fórmula para a derivada dessa função. Como solução, vamos iniciar mostrando que o limite da função não existe no ponto x = 0. Em outras palavras, Devemos prestar atenção no denominador, ou seja, Isso quer dizer, de acordo com os limites laterais que, Ou seja, acabamos mostrando que os limites bilaterais da função não são iguais. Em outras palavras isso é o mesmo que dizer que a função não é diferençável. A segunda parte da nossa solução é mais simples, onde iremos definir a derivada por partes, pelo fato da função apresentar o que chamamos de bico. Em outras palavras, A figura abaixo é a forma gráfica da função f(x) = |x|. Nela vemos claramente a presença de um bico. CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 Figura 1: Função genérica sem a presença de buracos ou quebras. Fonte: Próprio autor (2021). Com o exemplo acima, concluímos que, quando uma função apresenta um bico, ela não é diferenciável. Isso também acontece nos casos de pontos de tangência vertical. Dessa forma, enunciaremos o teorema: ANOTE ISSO TEOREMA: Se a função f form diferenciável no ponto x0, então, f será contínua nesse ponto x = x0. Para mostrar esse resultado vamos iniciar supondo que f seja diferenciável no ponto x0. Assim a derivada f’(x0) existe e é dada pela definição, A continuidade de f, no ponto x0, é obtida através do limite, Em termos da variável h = x –x0, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 Ou seja, Uma observação importante está ligado ao fato de que se uma função f estiver definida em um intervalo fechado dado por [a,b], mas, não fora desse intervalo, então a derivada f’ não estará definida nessas extremidades. O que está por trás disso é o fato das derivadas serem limites bilaterais. Dessa forma, podemos definir derivadas pela esquerda e pela direita, respectivamente dadas por, Uma nomenclatura bastante utilizada também é derivada lateral. Nesse contexto, geralmente dizemos que f é diferenciável em um intervalo dado por, [a,b], [a,+∞),(- ∞,b),[a,b) ou até mesmo (a,b] se f for diferenciável em cada ponto contido no intervalo e se a derivada lateral existe em cada uma dessas extremidades, incluído no intervalo. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Para finalizar a pressente seção, vamos considerar a seguinte função definida na forma, A partir dela, vamos encontrar as inclinações das retas tangentes nos pontos u0=2 e u0=5. Como resposta vamos fazer os cálculos considerando um valor arbitrário e, em seguida, substituir os valores de interesse. Ou seja, CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 Podemos racionalizar o numerador fazendo, Nos pontos de interesse obteremos as seguintes inclinações, respectivamente, 6.4.1 Notações interessantes e alternativas para derivadas Destacamos que o processo de encontrar uma derivada recebe o nome de derivação ou simplesmente diferenciação. A derivada então pode ser vista como uma operação realizada sobre uma determinada função associando então f’ como a função original f. Nesse contexto, podemos destacar as notações utilizadas em toda a ciência, física, química, engenharia e entre outras áreas. Caso a variável independente seja x, podemos utilizar uma das notações abaixo: Quando a variável independente representa o tempo, podemos utilizar a notação abaixo: Em ambos os casos, para representar o valor da derivada em um ponto específico x0, escrevemos: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I PROF. LUIZ GUILHERME REZENDE RODRIGUES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 e Finalizamos a presente subseção mencionando que é possível realizar mais de uma derivação sobre uma determinada função. Essa nada mais é do que realizar uma ou mais operações de derivadas sobre o resultado da própria derivada. Em termos de notação teremos: Caso a variável independente seja x, podemos utilizar uma das notações abaixo: Quando a variável independente representa o tempo, podemos utilizar a notação abaixo: Em ambos os casos, para representar o valor da derivada em um ponto específico x0, escrevemos e 6.4.2 Velocidades Uma das aplicações mais utilizadas do cálculo diferencial e integral, como já mencionado, é através do estudo do movimento. Nessa teoria, o objetivo é descrever de maneira completa o movimento de um objeto e para isso é necessário a determinação do vetor velocidade. Então, passemos agora para uma aplicação muito útil de derivadas. Vamos considerar uma partícula em um determinado movimento. A função que descreve essa partícula
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