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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CAMPUS BAMBUÍ ENGENHARIA DE ALIMENTOS - 2022 Tecnologia de Leites e Derivados II Produção Queijo Provolone AMANDA IAMAGUCHI FANTINI RIBEIRO Professora responsável: Sônia de Oliveira Duque Paciulli BAMBUÍ, Janeiro de 2023 1. INTRODUÇÃO A produção de queijo é uma das que mais se destaca entre os produtos derivados do leite. De acordo com o Art. 1º da Instrução Normativa Nº 73, de 24 de julho de 2020, queijo provolone é o queijo obtido por meio da coagulação do leite pasteurizado com coalho, com outras enzimas coagulantes apropriadas, ou com ambos, complementada ou não pela ação de bactérias lácticas específicas, com a obtenção de uma massa filada, não prensada, que pode ser fresco ou maturado, defumado ou não O provolone fresco é o queijo de massa filada, não prensado, feito de leite pasteurizado. Tem formato variável e sua consistência, textura, cor e sabor são iguais aos do Mussarela. Deve ser consumido com até 20 dias de fabricação e seu peso varia de 0,5 a 2 kg. Já o maturado é obtido de leite cru ou pasteurizado, sua massa também não é prensada, mas pode ou não ser enformada. Seu formato varia do esférico ao ovalado e tem consistência dura, quebradiça e untada; sua crosta é firme e lisa, resistente, destacável, de cor amarelo-parda e deve, preferencialmente, ser revestida de parafina. Tem textura fechada podendo apresentar poucos olhos pequenos; sua cor é branco creme e possui sabor e odor próprios, fortes e picantes. Segundo a especificação do MAPA, quando esse queijo apresenta formato ovalar ou cilíndrico alongado recebe o nome de “Cacciocavalo” (PERRY, 2004). O queijo Provolone é originário da Itália, sendo um queijo não prensado e defumado, e massa filada; que apresenta características como formato variável, tendendo a esférico, crosta fina, consistência semidura, coloração branco-creme, odor e sabor suave e salgado. A defumação é uma técnica antiga de conservação e que é usado até os dias de hoje, porém como um artifício para melhorar os alimentos, uma vez que atua modificando os atributos sensoriais como odor, sabor, coloração e textura, além disso, pode estender a vida útil do produto, devido aos efeitos combinados da salga, cocção, secagem e deposição de substâncias químicas bactericidas presentes na fumaça, como fenóis, aldeídos e ácidos orgânicos (PEDRAL et al, 2015) Com base no que foi descrito, este trabalho tem o objetivo de apresentar a produção do Queijo Provolone, descrevendo as etapas de processo e avaliação do produto final. 1.1 OBJETIVO Conhecer o fluxograma de produção do Queijo Provolone no laticínio do IFMG - Campus Bambuí. 2. MATERIAIS ● Massa de queijo mussarela ● Defumador 3. DESENVOLVIMENTO Para o desenvolvimento da aula prática, os alunos acompanharam o processo de produção do Queijo Provolone no laticínio agroindústria do IFMG - Campus Bambuí. Devido a produção da massa do provolone ser a mesma da mussarela, foi trabalhado em aula apenas da etapa da salga em diante, nas quais são etapas essenciais para promover as características do queijo em questão. Com isso, a massa do queijo ficou na salga por volta de 15 a 20 dias com um controle de umidade entre 10 a 12°C. Figura 1 - Massa de queijo mussarela após 15 dias de salga. Fonte: Elaborado pela autora, 2023. Em seguida, transferiu-se para o defumador os queijos acondicionados em redes de nylon e mantê-los pendurados na defumadora por um período de 4 a 5 horas. A fumaça responsável por esta etapa é formada através da brasa de serragem de madeira sem cheiro, sendo importante não deixar pegar fogo. O controle do calor é feito por um termômetro, verificando se a temperatura está na faixa de 37 a 40 °C, caso não esteja entre esses valores pode-se ter uma deformação do queijo. Figura 2 - Manilha defumadora e serragem de madeira. Fonte: Elaborado pela autora, 2023. Após a defumação, tem-se o produto final, que pode ser embalado, refrigerado e comercializado. Figura 3 - Queijo Provolone. Fonte: Elaborado pela autora, 2023. Figura 4 - Fluxograma do Queijo Provolone. Fonte: Elaborado pela autora, 2023. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A salga desempenha uma série de papéis importantes na fabricação de um queijo, como: melhora e realça o sabor, além de mascarar sabores estranhos; auxilia na formação da casca do queijo pela desidratação superficial; auxilia na complementação da dessoragem do queijo, pois favorece a liberação da água livre da massa; ajuda a controlar o crescimento e atividade microbiana, proporcionando uma seleção da microbiota do queijo; controle bioquímico da maturação; teores de sal na umidade maiores que 5% favorecem a solubilização da caseína na maturação, devido a trocas entre cálcio e sódio (DE PAULA, DE CARVALHO, FURTADO, 2009). Para a produção de queijo provolone, o tempo de salga fica entre 15 a 20 dias, promovendo uma maturação da massa, formação da casca, além de mudar suas características para para a seguinte etapa de defumação. A formação da casa tem grande importância para evitar o escape da umidade da massa, o que resulta em um queijo mais seco e quebradiço. O processo de defumação permite uma maior desidratação do produto, permitindo a deposição de substâncias fenólicas formadas, que possuem efeito antioxidante, reduzindo a rancidez lipídica dos alimentos. Com essa técnica surge um aroma, sabor e coloração típicos dos produtos defumados e também pode produzir efeito preservativo (PEDRAL et al, 2015). A defumação possui propriedades antimicrobianas que derivam das atividades de alguns ingredientes da fumaça e do calor (JAY, 2005). A base da defumação tradicional consiste na combustão incompleta da madeira, ou seja, não deve ocorrer o “fogo”. Recomenda-se utilizar serragem bem fina ou carvão secos oriundos de madeira com elevado teor de celulose, descascadas. A seleção de serragem oriunda de madeira não resinosas (madeiras resinosas e macias normalmente, como o pinus ou peroba mica afetam negativamente o resultado final principalmente na formação de sabores desagradáveis) ou ainda aproveitamento de madeira que tenham sido pintadas ou envernizadas, que prejudicaram o queijo pela evaporação e deslocamento de seus componentes possivelmente tóxicos (RODRIGUES, 2017). A serragem de madeiras de árvores frutíferas como macieiras, amendoeiras, pessegueiro, cítricas combinadas ou não com ervas aromáticas, sempre secas são bons exemplos para uma defumação. Sendo que cada tipo promoverá diferentes características no flavor e aparência final do queijo, como por exemplo, a serragem da cerejeira proporciona uma tonalidade rósea-dourada muito satisfatória enquanto a nogueira proporciona uma nota picante ao sabor (RODRIGUES, 2017). Alguns possíveis defeitos de se encontrar no queijo provolone seriam: apresentar uma casca muito grossa ou trincada, devido ao armazenado em local muito seco e sabor amargo, devido ao excesso de coalho ou a utilização de coalhos de baixa qualidade (RODRIGUES, 2015). Para os atributos sensoriais, percebidos pelos alunos, ressalta-se o aroma de defumado, textura semi-dura, sabor defumado e coloração branco creme com casca amarela. 4. CONCLUSÃO Pela prática realizada, conclui-se que a produção de Queijo Provolone caracteriza-se principalmente, por ser proveniente da mesma massa obtida para produção de mussarela, além de das etapas de salga, maturação e defumação, resultando em um queijo semi-cozido, com sabor próprio devido à escolha da serragem utilizada para formação da fumaça. Com isso, conclui-se que este tipo de queijo permite uma variedade de resultados utilizando diferentes métodos de defumação. 5. REFERÊNCIA Brasil. Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 73, de 24 de julho de 2020. Dispõe sobre a identidade e os requisitos de qualidade, que deve apresentar o produto denominado queijo provolone, DF, nº.144, 29 de julho de 2020. Seção 1, p. 9. DE PAULA, Junio César Jacinto; DE CARVALHO, Antônio Fernandes; FURTADO, Mauro Mansur. Princípios básicos de fabricação de queijo: do histórico à salga. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 64, n. 367, p. 19-25, 2009. PERRY, Katia SP. Queijos: aspectos químicos, bioquímicos e microbiológicos. Química nova, v. 27, p. 293-300, 2004. PEDRAL, Amanda de Lucena et al. Desenvolvimento de um mini defumador de alimentos. Anais do VII SIMPROD, 2015. RODRIGUES, Fernando. DEFUMAÇÃO DE QUEIJOS. Queijos no Brasil. 2017. Disponível em: <https://www.queijosnobrasil.com.br/portal/tudo-sobre-queijo-queijos-no- brasil/273-queijos-defumados >. Acesso em: 21 de janeiro de 2023. RODRIGUES, Fernando. PRINCIPAIS DEFEITOS EM QUEIJOS. Queijos no Brasil. 2015. Disponível em: <https://www.queijosnobrasil.com.br/portal/tudo-sobre-queijo/139- principais-defeitos-em-queijos>. Acesso em: 21 de janeiro de 2023. JAY, J. M. Microbiologia de Alimentos. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005, 712 p.
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