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ASMA / SÍNDROME DO LACTENTE CHIADOR · Doença inflamatória crônica das vias aéreas, heterogênea e complexa com diferentes fenótipos e endótipos -> diferentes apresentações da doença · Responsável por recorrentes episódios de chiado, falta de ar e tosse, principalmente a noite ou pela manhã -> comprometimento do sono, o qual compromete a liberação de GH, comprometendo assim o crescimento · Somente 10% dos pacientes asmáticos realizam o tratamento de manutenção pelo menos 3 meses de manutenção · É a 3ª causa de hospitalização no país · O plano terapêutico é individual -> tentar evitar as crises *contração da musculatura lisa brônquica evita com antileucotrieno ou broncodilatador *sibilo -> espessamento da parede *o lactente tem maior chance de chiar -> via aérea com calibre mais reduzido *diagnóstico clínico + espirometria *é uma doença obstrutiva · quadro clínico sugestivo *episódios frequentes de chiado no peito (+1/mês) *tosse ou chiado no peito após atividade física *tosse na ausência de infecção viral (noturnas) *sintomas persistem após os 3 anos *resfriados “afetam o pulmão” ou duram mais que 10 dias *há melhora dos sintomas com medicação para asma ->broncoespasmo não é diagnóstico *sintomas surgem ou pioram na presença dos seguintes fatores: animais, produtos químicos, mudanças climáticas, situações de estresse, poeira doméstica, drogas, exercício físico ou fumaça de cigarro · Índice preditivo de asma menores de 2 anos (lactente chiador – 3 episódios em 1 ano, sibilância recorrente no mês, <2 anos) · 2 critérios maiores OU 1 maior + 2 menores indicativo de asma na idade escolar *se não tratar rinite, ele pode ser um asmático · Etiologia -> pesquisar sobre: · Épocas do início das crises · Os fatores desencadeantes · Se possui história familiar de atopia · As condições habitacionais · Se possui comorbidades · Classificação de gravidade *muda a cada ano *espirometria -> faz acima dos 6 anos de idade, mas depende da capacidade do paciente de fazer os exames · Classificação de controle · GINA – itens · Sintomas diurnos > 2 vezes na semana · Despertares noturnos por asma não posso ter nunca pra ser considerada controlada · Medicação de resgate > 2 x/semana · Limitação das atividades por asmas · Asma controlada não tem nenhum item · Nenhum sintoma desencadeado por exercício ou despertar noturno · Sintomas diurnos < 2 vezes na semana · Medicação de resgate <2 vezes na semana · Asma parcialmente controlada 1 ou 2 itens · Asma não controlada 3 a 4 itens · O controle da asma compreende 2 domínios distintos: · Controle das limitações clínicas atuais: · Sintomas mínimos durante o dia e ausência deles a noite · Necessidade reduzida de medicação de alívio (resgaste, usa de vez em quando) · Ausência de limitações das atividades físicas · Redução de riscos futuros: · Exarcebações · Perda acelerada da função pulmonar · Efeitos adversos do tratamento fatores que influenciam no controle *diagnóstico incorreto *adesão ao tratamento *tabagismo *exposição ambiental e ocupacional *comorbidades (cardiopatia, obesidade, fibrose cística..) · Tratamento · Dispositivos inalatórios Chacoalha a medicação -> da uma borrifada inala 3 respirações profundas ou por 10 segundos tira do rosto mais uma borridada... · Broncodilatador *agonistas beta-adrenérgicos atua nos receptores adrenérgicos -> estimulam o relaxamento da musculatura lisa das VA por ativar os mecanismos do AMPc *broncodilatação *estimulação da depuração mucociliar *diminuição da hiperpermeabilidade microvascular brônquica *vasodilatação pulmonar em pacientes com vasoconstrição pulmonar hipóxica -> epinefrina -> tem também ação alfa e beta-adrenérgica, mas não é bom não pra asma, é bom na laringite que eu quero a ação alfa-adrenérgica · Corticoides *ação anti-inflamatória Estabiliza as membranas dos lisossomas Diminui a permeabilidade capilar Inibe a liberação de histaminas Potencializa a ação das drogas beta-2-afrenérgicas · Montelucaste (antileucotrieno) *antagonista de receptores leucotrianos que atua bloqueando a broncoconstrição e reduzindo a inflamação da VA · Tratamento crianças < 6anos · Etapas do tratamento para 6 a 11 anos 1- Sintomas ocasionais -> corticoide inalatório (CI) em baixa dose + B2 curta – SOS (resgate) 2- Crises parcialmente controladas ou não controladas -> CI baixa dose contínuo / antileucotrieno (atopia e exercício) 3- Crises mais frequentes e graves -> CI média dose / CI baixo + B2 longa 4- Crises muitos graves -> CI média + antileucotrieno / adicionar tiotrópio ao tto da etapa 3 · Etapas do tratamento >12 anos 1- Sintomas ocasionais -> CI baixa dose + formoterol – SOS 2- Crises parcialmente controladas ou não controladas -> CI baixa dose contínuo + formoterol SOS // CI baixa dose // antileucotrieno se atopia ou no exercício 3- Crises mais frequentes e gravez -> CI baixa dose + B2 longa // CI média ou CI baixa + antileucotrieno 4- Crises muitos graves -> CI média + B2 longa // adicionar tiotrópio · Classificação das crises asmáticas: · Leve · Sibilos expiratórios · Tiragem intercostal · Sat O2 > 95% · CD B2 curta 3 ciclos 20’/20’; tem alta com B2 curta 5 dias · Moderada · Sibilos difusos · Outras tiragens · Sat O2 >90 – 95% · CD B2 curta + ipratrópio + corticoide oral – 3 ciclos 20’/20’; tem alta com B2 curta 5 a 7 dias + corticoide oral 5 dias · Grave · Redução do MV · Exaustão · SatO2 < 90% · CD B2 curta + ipratrópio + corticoide EV – 3 ciclos 20’/20’ // oxigênio VNI / VPM //sulfato de magnésio 1- Paciente masculino de 1 ano e 6 meses vem à emergência pediátrica de um hospital terciário, encaminhado de uma unidade básica de saúde. A mãe referiu episódios recorrentes de sibilância associados a “viroses”, muitas vezes com dificuldade respiratória. (importante, idade, mais de uma ocorrência, associada a virose, crises recorrentes e graves). Tem relato de vários tratamentos com antibióticos e medicações inalatórias, especialmente por nebulização (tratamento inadequado??comorbidades associadas que desencadeia com sibilos e chiados por vírus) paciente sibilante, de risco, quadro recorrente, pode ser um paciente atópico. Nos últimos seis meses, foi três vezes a pronto-atendimentos e teve uma internação hospitalar. Tem história familiar positiva de asma (pai com asma ativa) e história pessoal de alergia (eczema cutâneo). (importante a história familiar + alergia predisposição a asma) A mãe é tabagista e fumou durante toda a gestação. (passou nicotina para a criança) O bebê frequenta creche desde 1 ano de idade.(fator de risco, exposta a várias infecções) No momento, está apresentando sibilância difusa e dificuldade respiratória moderada (taquipneia e tiragem subcostal). desconforto respiratório (sem alteração da consciência) *insuficiência respiratória (alteração da consciência, cianose) História médica pregressa: • ■ paciente nascido a termo, parto vaginal, com 39 semanas, peso ao nascer (PN) de 2.780g (próximo ao baixo peso tabagismo materno), sem intercorrências no período neonatal, alta no segundo dia de vida;(dá alta com 48 a 72h) • ■ alimentação com leite materno exclusivo até 4 meses de idade, tendo iniciado com dieta variada após os 4 meses; • ■ assintomático até os 4 meses, quando apresentou uma internação hospitalar por BA (bronquiolite aguda), pesquisa de vírus positiva para vírus sincicial respiratório; aspiração, APLV, DRGE, celíaca (pensar em outras coisas porque começou logo após a introdução de alimentos) • ■ após a bronquiolite, começou com episódios recorrentes, com crises de sibilância a cada 2-3 meses e com piora no período de inverno; • ■ apresentou mais duas internações por sibilância após a bronquiolite, nunca necessitou de ventilação mecânica ou internação em unidade de terapia intensiva (UTI).--> não teve insuficiência respiratória, a princípio o tratamento parece estar sendo efeitivo Ao exame físico, apresentava: • ■ bom estado geral, hidratado, afebril (temperatura axilar: 36,8oC); • ■ peso 8,6kg; comprimento 76cm ; extremo baixo peso e pequeno paraidade fraqueza muscular. Até os 2 anos é a dieta que controla o crescimento • ■ frequência respiratória (FR) 50mrpm; • ■ aparelho respiratório: sibilância bilateral difusa, tiragem subcostal; • ■ aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular, exame cardiovascular sem alterações; • ■ abdome: distendido, sem massas palpáveis; • ■ extremidades: bons pulsos, boa perfusão. Exames complementares: • ■ saturação de oxigênio (SatO2) com oxímetro digital: 86% em ar ambiente; • ■ raio X de tórax demonstrou hiperinsuflação bilateral; aprisionamento de ar, não faz RX para todos que estão sibilando • ■ raio X de tórax realizado há cerca de um mês sem sinais de opacidade ou lesão. A – como seria seu tratamento e quais os objetivos dele? R -> O paciente apresenta sinais sugestivos de asma (episódios recorrentes de sibilância, pai com asma ativa, eczema cutâneo, dificuldade respiratória). No momento ele se encontra em uma crise asmática moderada (tiragem subcostal + sibilância bilateral difusa + SatO2 86%??), para tirar ele dessa crise faz-se o uso de B2 curta + ipratrópio (anticolinérgico) + corticoide oral em 3 ciclos 20’/20’, colocar oxigênio???, após o resgate fazer a alta com B2 curta 5 a 7 dias + corticoide oral por 5 dias. Deve-se também orientar a mãe sobre os malefícios da fumaça do cigarro para o bebê e também para ela. O B2 estimula o relaxamento da musculatura lisa da via aérea; o corticoide atua com ação anti-inflamatória, Oxigênioterapia -> SatO2 é consequência do broncoespasmo, não sai da crise apenas com isso, tem que tratar as causas da crise Broncodilatador de curta + corticoide EV/oral (não muda o tempo de ação, em leve e moderada dá oral, vai ver a clínica do paciente) *B2 longa não usa <5 anos *Corticoide inalatório demora aproximadamente 1 mês para começar a ter efeitos -> entra na manutenção ou exacerbação *corticoide faz sinergismo com o B2 manter depois corticoide inalatório por pelo menos 3 meses objetivos do tto -> minimizar os sintomas, só bate o martelo que é asma com espirometria 2- Paciente de 11 meses, vem ao ambulatório de pediatria. A mãe relatou seis episódios prévios de sibilância com internação hospitalar;(grave, congênito??) teve sintomas desde os primeiros dias de vida. Nos últimos dois meses, precisou ir cinco vezes à emergência. A mãe negou história de asma ou de atopia. O bebê frequentava creche há duas semanas. No momento, persistia com sibilância, e, no exame físico, constatou-se que o lactente estava em bom estado geral, mas com sinais de dificuldade respiratória persistente (tiragem subcostal). Na avaliação do crescimento, o bebê apresentava peso e estatura abaixo do percentil 5. Com base nessas informações, quais hipóteses diagnósticas e os respectivos exames complementares que podem ser relevantes no caso? fibrose cística (iontoforese (dosagem de Cl e Na no suor); mãe relataria constipação, beijo salgado, esteatorreia; pensa nisso pelo baixo peso e estatura Sempre pensar APLV DRGE ou malformações causando pneumonia aspirativa -> EED (descartar malformações), cintilografia pulmonar (bom para ver aspiração pulmonar??) Imunodeficiência -> história familiar, vacina BCG (como foi a cicatrização?) Cardiopatia congênita -> eco 3- Adolescente, 13 anos de idade, com história de dispneia e aperto no peito há três meses, com tosse aos esforços físicos e despertar noturno semanalmente. Usa “bombinha” 3 a 4 x/semana com alívio dos sintomas. Não sai de casa sem a “bombinha” e relata que se sente seguro com esse medicamento. Os pais associam o desencadeamento de sintomas com situações de estresse e ansiedade. O paciente apresentou absenteísmo escolar no último mês por causa de sintomas respiratórios como espirros associados à obstrução nasal e prurido ocular e nasal quando exposto à poeira. Sobre a história médica pregressa, relata história pessoal de atopia (rinite alérgica), história familiar de asma (mãe e irmã) e ausência de tratamento atual de manutenção para controle de sintomas de rinite e/ou asma. Os pais referem receio da terapia com corticoide. (comprometimento do crescimento (feedback negativo não libera GH, fechamento das cartilagens?), imunodeficiência induzida, moniliase, disfonia) Ao exame físico, o paciente apresentava(-se): ▪BEG, eupneico, hidratado, corado e acianótico; ▪AR: MV+ sem RA em AHT, FR 20irpm, SatO2 97% em ar ambiente; ▪ACV: RCR em 2T, com BNF, sem sopros e FC 87bpm; ▪ABD: plano, flácido, sem massas palpáveis; ▪ rinoscopia anterior: hipertrofia dos cornetos inferiores (+++/4+) com mucosa nasal pálida e coriza hialina; ▪ teste de controle da asma (ACT) ≤15. Como conduta, prescreveu-se ao paciente tratamento com CI e solicitaram-se raio X de tórax, teste cutâneo para aeroalérgenos e espirometria com avaliação de resposta ao broncodilatador. A -> quais os objetivos do tratamento? Melhora dos sintomas, evitar exacerbação, qualidade de vida, redução da mortalidade, *despertar noturno (não cresce) B -> como garantir que os objetivos sejam alcançados? Explicar a importância do uso das medicações e o seu uso correto *não é aquilo que acelera o coração? ->isso não mata, mas hipóxia mata * 4- Qual o principal parâmetro para o julgamento da necessidade de ajuste no plano de tratamento no paciente com asmas? Reavaliação periódica