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Indaial – 2021
Nutrição e exercício 
Físico
Prof.ª Roseane Leandra da Rosa
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Roseane Leandra da Rosa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
R788n
 Rosa, Roseane Leandra da
 
 Nutrição e exercício físico. / Roseane Leandra da Rosa – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 212 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-727-3
 ISBN Digital 978-65-5663-728-0 
 
 1. Esporte. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
CDD 610
ApreseNtAção
Olá, acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Nutrição e Exercício 
Físico! Este livro didático tem como propósito auxiliar você no processo de 
aprendizagem da ciência da Nutrição na área do esporte, o que envolve 
diferentes conceitos e dinamismo.
Este livro servirá como guia para você, futuro nutricionista, saber 
como proceder em um atendimento em consultório, clínica e academia 
com praticantes de exercício físico e atletas, adquirindo os conhecimentos 
necessários para diferenciar as necessidades de macronutrientes e 
micronutrientes a essa população, assim como verificar a composição 
corporal adequada à pratica esportiva realizada e prescrever desde cardápios 
personalizados até suplementos nutricionais.
O livro está dividido em três unidades, cada qual com objetivos, 
conteúdos, atividades de estudo, dicas, sugestões e recomendações. 
Na primeira unidade será abordada uma breve introdução de 
nutrição no exercício e no esporte. Revisaremos a história da nutrição na 
área esportiva, assim como a importância do planejamento da alimentação 
no rendimento dos desportistas. Em seguida, discutiremos a fisiologia do 
exercício, como ocorrem as adaptações biológicas no organismo de um 
indivíduo em resposta ao treinamento e a importância dessas adaptações 
relacionadas ao mecanismo de aproveitamento dos nutrientes, assunto 
que nos direciona para o terceiro tema abordado na Unidade 1, os 
sistemas de produção de energia, os quais são relacionados à bioquímica 
dos macronutrientes, como e em quais momentos cada macronutriente é 
utilizado pela célula como fonte energética.
Na segunda unidade, você aprofundará os conhecimentos referen-
tes à avaliação da composição corporal de um atleta, as fórmulas e dobras 
mais adequadas, bem como identificará percentuais de gordura corporal 
mais adequados para determinadas modalidades esportivas. Posterior-
mente, compreenderá como determinar as necessidades nutricionais dos 
desportistas nas diferentes modalidades que denotam diferentes objetivos, 
como a resistência e a força. Por fim, ainda na Unidade 2, poderá verificar a 
importância de uma correta hidratação durante a prática esportiva e quais 
os líquidos mais indicados para repor os micronutrientes perdidos no suor, 
assim como os que devem ser consumidos antes, durante e após a prática.
Já na terceira unidade será possível compreender o que são recursos 
ergogênicos e suplementos alimentares, identificando dentro da legislação 
brasileira e diretrizes internacionais quais são os suplementos mais indicados 
para cada modalidade e como se faz o processo de análise de um indivíduo 
até a prescrição do suplemento. 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Também conhecerá, de maneira breve, a fitoterapia e suas nuances e 
possibilidades dentro da área esportiva. Por fim, identificará os inquéritos 
alimentares mais adequados à população que pratica exercícios físicos e 
como proceder com orientações específicas aos atletas e suas demandas 
específicas. 
Desejamos uma ótima leitura!
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO .................................................................. 1
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA ............................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE É UM NUTRICIONISTA ESPORTIVO? ........................................................................... 4
2.1 IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO NO ESPORTE ...................................................................... 7
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 10
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO ................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15
2 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO .................................................................... 17
2.1 CLASSIFICAÇÕES DO EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................................... 17
2.2 RESPOSTAS HORMONAIS NO EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................... 20
2.3 INSULINA, GLUCAGON E EXERCÍCIO FÍSICO ................................................................... 22
2.4 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO, CORTISOL E CATECOLAMINAS
 NO EXERCÍCIO FÍSICO ............................................................................................................. 23
2.5 TESTOSTERONA E EXERCÍCIO FÍSICO ................................................................................. 25
2.6 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE AS RESPOSTAS
 HORMONAIS INDUZIDAS PELO EXERCÍCIO ..................................................................... 26
3 SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO .................................................................................................26
4 EXCESSO DE TREINAMENTO (OVERTRAINING) .................................................................. 28
5 OVERTRAINING EM ATLETAS DE ENDURANCE E FORÇA................................................. 30
5.1 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃO DO OVERTRAINING ....................... 31
6 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA FUNÇÃO CARDIOVASCULAR ............................. 32
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 — SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ......................................................... 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 AS CÉLULAS ...................................................................................................................................... 39
3 METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES .......................................................................... 45
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 47
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 49
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 53
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES
 NUTRICIONAIS NO ESPORTE ........................................................................... 57
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL .................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 VARIÁVEIS APLICADAS NA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ................ 59
2.1 DOBRAS CUTÂNEAS ................................................................................................................. 61
2.2 CIRCUNFERÊNCIA OU PERÍMETRO ..................................................................................... 64
2.3 BIOIMPEDÂNCIA ........................................................................................................................ 66
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PRATICANTES DE EXERCÍCIO
 FÍSICO E ATLETAS ........................................................................................................................... 68
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 74
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 75
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE ............................................. 79
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 79
2 ATENDIMENTO NUTRICIONAL ................................................................................................. 80
3 CÁLCULOS DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS .............................................................. 84
4 RECOMENDAÇÃO PARA CONSUMO DE MACRONUTRIENTES .................................... 88
4.1 CARBOIDRATOS .......................................................................................................................... 89
4.2 PROTEÍNA..................................................................................................................................... 92
4.3 LIPÍDIOS ....................................................................................................................................... 94
4.4 PLANEJAMENTO ALIMENTAR (ANTES/DURANTE E APÓS AS REFEIÇÕES) ............ 95
4.4.1 Estratégias pré-competição ................................................................................................ 96
4.4.2 Estratégias durante competição ......................................................................................... 98
4.4.3 Estratégias pós-competição ................................................................................................ 98
4.5 MICRONUTRIENTES .................................................................................................................. 99
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 104
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE ............................................................................... 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107
2 INGESTÃO HÍDRICA .................................................................................................................... 107
2.1 UM POUQUINHO DA HISTÓRIA .......................................................................................... 109
2.2 COMPOSIÇÃO DO SUOR ........................................................................................................ 110
2.2.1 Taxa de suor ........................................................................................................................ 110
3 HIDRATAÇÃO ................................................................................................................................. 112
3.1 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO .................................................................................... 112
3.2 DESEQUILÍBRIO ENTRE OS ELETRÓLITOS ........................................................................ 113
3.3 EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE ...................................................................................................... 113
4 ESVAZIAMENTO GÁSTRICO ..................................................................................................... 115
4.1 DENSIDADE ENERGÉTICA .................................................................................................... 115
4.2 INTENSIDADE E TIPO DO EXERCÍCIO ................................................................................ 115
4.3 TEMPERATURA DAS BEBIDAS E VOLUME INGERIDO .................................................. 116
4.4 TIPO DE CARBOIDRATO NOS REPOSITORES HIDROELETROLÍTICOS ..................... 116
5 ABSORÇÃO INTESTINAL ........................................................................................................... 116
5.1 TIPO E CONCENTRAÇÃO DE CARBOIDRATO ................................................................. 117
6 RECOMENDAÇÕES DE INGESTÃO DE FLUIDOS E ELETRÓLITOS .............................. 118
6.1 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC
 Nº 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010 .............................................................................................. 119
6.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE HIDRATAÇÃO E TIPO DE EXERCÍCIO ............................... 120
6.2.1 Hidratação em esportes de alta intensidade e curta duração ..................................... 120
6.2.2 Hidratação em corredores de meia distância ................................................................ 120
6.2.3 Hidratação para exercícios de longa distância .............................................................. 120
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 124
RESUMODO TÓPICO 3................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 130
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE ............... 137
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS ................................................................................. 139
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 139
2 INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR .......................................................... 140
3 LEGISLAÇÃO DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES ......................................................... 143
3.1 DIRETRIZES E POSICIONAMENTOS .................................................................................... 148
3.1.1 Declaração de Consenso da Associação Internacional
 das Federações de Atletismo 2019 ................................................................................... 149
3.1.2 Declaração de consenso do Comitê Olímpico Internacional (COI):
 suplementos alimentares e atleta de alto desempenho ................................................ 149
3.1.3 Autoridade brasileira de controle de dopagem ............................................................. 150
4 SUPLEMENTOS ALIMENTARES MAIS USADOS E SUA COMPOSIÇÃO ..................... 151
4.1 AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA ...................................................................... 151
4.2 WHEY PROTEIN ......................................................................................................................... 152
4.3 ARGININA ................................................................................................................................. 152
4.4 ALANINA .................................................................................................................................... 153
4.5 HMB .............................................................................................................................................. 153
4.6 CREATINA .................................................................................................................................. 154
4.7 CAFEÍNA ..................................................................................................................................... 155
4.8 BICARBONATO DE SÓDIO ..................................................................................................... 156
5 VITAMINAS E MINERAIS ........................................................................................................... 157
6 ESCOLHA DO SUPLEMENTO ALIMENTAR .......................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
 E DE RESISTÊNCIA .................................................................................................. 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 SUPLEMENTOS ALIMENTARES PARA EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA ........................ 167
2.1 SUPLEMENTOS ALIMENTARES EFICAZES E APARENTEMENTE
 SEGUROS, COM FORTES EVIDÊNCIAS, DE ACORDO COM A
 SOCIEDADE INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO ESPORTIVA ....................................... 167
2.2 SUPLEMENTOS COM EVIDÊNCIA LIMITADA OU MISTA PARA APOIAR
 A EFICÁCIA ................................................................................................................................ 173
3 EFICÁCIA DO AUXÍLIO ERGOGÊNICO DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES
 NOS EXERCÍCIOS DE FORÇA .................................................................................................... 176
3.1 SUPLEMENTOS PARA HIPERTROFIA MUSCULAR ......................................................... 178
3.1.1 Fortes evidências para apoiar a eficácia e aparentemente seguro .............................. 178
3.1.2 Evidência limitada ou mista para apoiar a eficácia ...................................................... 181
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 184
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 185
TÓPICO 3 — FITOTERAPIA NO ESPORTE E ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
 AOS ATLETAS ............................................................................................................ 187
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 187
2 FITOTERAPIA NO ESPORTE ...................................................................................................... 187
3 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA EVITAR DISTÚRBIOS
 GASTROINTESTINAIS DURANTE O EXERCÍCIO ............................................................... 192
3.1 CAUSAS DOS PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS DURANTE O EXERCÍCIO............ 192
3.2 QUEM TEM MAIOR CHANCE DE APRESENTAR PROBLEMAS 
GASTROINTESTINAIS? ............................................................................................................ 193
3.3 ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR OU MINIMIZAR DISTÚRBIOS 
GASTROINTESTINAIS DURANTE O EXERCÍCIO .............................................................. 193
3.3.1 Múltiplos transportadores ................................................................................................ 194
3.3.2 Bochecho de carboidrato .................................................................................................. 194
3.3.3 Recomendações práticas ................................................................................................... 195
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 196
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 198
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 200
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 202
1
UNIDADE 1 — 
NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender as nuances que envolvem o exercício físico, desde as 
adaptações fisiológicas aos sistemas de produção de energia;
• conhecer as diferentes formas de avaliação da composição corporal dos 
praticantes de exercícios físicos e atletas;
• calcular as necessidades nutricionais de acordo com o gasto energético 
de cada modalidade realizada, adaptando o planejamento alimentar de 
acordo com a individualidade de cada praticante;
• identificar a importância da hidratação e repositores hidroeletrolíticos, 
verificando como prescrever antes, durante e após a prática;
• verificar a necessidade de inserção de suplementos alimentares e 
fitoterápicos no planejamento alimentar dos atletas, identificando os 
protocolos que podem ser utilizados frente à realidade do indivíduo.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontraráautoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
TÓPICO 2 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
TÓPICO 3 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Nesta primeira unidade, nós veremos uma breve 
introdução de nutrição no exercício e no esporte. Revisaremos a história da 
nutrição na área esportiva, assim como a importância do planejamento da 
alimentação no rendimento dos desportistas. Em seguida, discutiremos a 
fisiologia do exercício, como ocorrem as adaptações biológicas no organismo de 
um indivíduo em resposta ao treinamento e a importância dessas adaptações 
relacionadas ao mecanismo de aproveitamento dos nutrientes, assunto que nos 
direciona para o terceiro tema abordado nesta unidade, os sistemas de produção 
de energia, os quais são relacionados à bioquímica dos macronutrientes, assim, 
poderemos compreender os melhores momentos de consumir cada um deles 
(carboidrato, proteína, lipídio), para que possam ser bem absorvidos e, com isso, 
beneficiar as respostas esperadas no desempenho dos atletas.
Vamos lá? Você sabe quando a nutrição esportiva teve seu “start” no 
Brasil?
O grande interesse pela nutrição esportiva ocorreu na Copa do Mundo de 
1994, isso mesmo, há pouco menos de 30 anos, quando a então nutricionista da 
seleção brasileira de futebol e uma das pioneiras do trabalho nessa área no Brasil, 
Patrícia Bertolucci, abandonou a equipe após ter vetado, e não ter tido sua deci-
são respeitada, feijoada durante a estadia do time dos Estados Unidos, situação 
noticiada pela mídia da época demonstrou a desvalorização do profissional nutri-
cionista por parte dos atletas, equipe técnica e pelos dirigentes (RANGEL, 2006). 
Após muito empenho por parte dos nutricionistas, hoje, não só os atletas, 
mas também os esportistas, apresentam grande interesse pela nutrição esportiva. 
A consciência da necessidade de uma alimentação balanceada para o desempenho 
físico é cada vez maior, assim como a oferta de suplementos e bebidas para 
esportistas no mercado não para de crescer (HIRSCHBRUCH, 2003).
Nesse sentido, muitos profissionais vêm estudando e se especializando 
nessa área, todavia, quem está na linha de frente orientando os atletas e 
esportistas, raramente é responsável pela produção do conhecimento científico, 
já que os pesquisadores dificilmente são nutricionistas que atuam na área, sendo, 
em geral, pesquisadores vinculados a universidades, os demais profissionais 
acabam por trabalhar de forma bastante pulverizada, não sistemática e, muitas 
vezes, solitária.
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
4
Antes de introduzir a atuação do profissional da nutrição na área espor-
tiva, vamos rever algumas definições importantes. Você já parou para pensar se 
existe diferença entre os termos exercício físico e atividade física? Então, eles pos-
suem conceitos diferentes, vejamos a seguir:
A atividade física conceitua-se por qualquer movimento produzido pela 
musculatura esquelética que gere um gasto energético maior que o basal. Por 
sua vez, o exercício físico, caracteriza-se por qualquer atividade física planejada, 
estruturada e repetida, que tem o objetivo de manutenção ou de melhora da 
aptidão física (HIRSCHBRUCH, 2016).
Ainda há uma definição específica para esporte, a qual trata de uma 
prática corporal que envolve competição regulamentada e que tem base na 
superação de competidores ou de resultados já estabelecidos. De acordo com 
o tipo das atividades físicas realizadas diariamente, os praticantes podem ser 
classificados como fisicamente ativos, insuficientemente ativos ou sedentários. 
Seguem conceitos:
• O indivíduo fisicamente ativo é aquele que inclui no seu dia a dia 
atividades com gasto energético moderado a intenso e, portanto, 
segue as recomendações de intensidade e frequência da pratica de 
atividades físicas diárias, seja no lazer, em atividades domésticas, 
no trabalho ou na locomoção; 
• O indivíduo insuficientemente ativo pratica atividades com gas-
to energético de leve a moderado, não cumprindo as diretrizes 
de saúde publicada para os níveis diários recomendados de ati-
vidade física. 
• Já o indivíduo sedentário é caracterizado pela ausência de 
atividades que elevem de forma significante o gasto energético 
basal, com predominância de atividades que sejam realizadas em 
repouso (sentado em atividades de lazer, como assistindo à TV ou 
usando o computador, ou ainda atividades em repouso no trabalho 
ou na escola) (SIMINO, 2018, p. 11).
2 O QUE É UM NUTRICIONISTA ESPORTIVO?
De maneira geral, a rotina do nutricionista que atua na área esportiva 
não é diferente das áreas tradicionais da nutrição: atendimento nutricional 
individualizado, orientação nutricional a grupos, planejamento de compras, 
planejamento de cardápios entre outras demandas.
“Atuar com nutrição e exercício físico pode ser um desafio, especialmente 
quando se procuram definições e protocolos. Por ser uma área abrangente, os 
estudos já existentes acabam servindo a todas às situações” (HIRSCHBRUCH, 
2016, p. 4). Com isso, merece destaque o quesito da diferença entre as alterações 
do metabolismo causadas pelo exercício intenso e as alterações metabólicas 
induzidas por exercício leve e moderado, fator que já determina uma abordagem 
diferente pelo profissional nutricionista. 
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
5
Além disso, a própria definição de praticantes de exercícios físico, por 
vezes, é contraditória entre referências e pouco clara, sendo que a maioria dos 
estudos é realizada com atletas, representando um problema, já que esportistas 
recreacionais podem acabar seguindo as recomendações dietéticas direcionadas 
a atletas (PEREIRA; LAJOLO; HIRSCHBRUCH, 2003). 
Dentro disso, cabe caracterizar que os praticantes de exercícios físicos 
englobam desde as crianças em idade escolar a adultos de todas as idades, de 
competidores de elite a esportistas de final de semana. Apesar de se considerarem 
atletas, seus interesses, habilidades e necessidades de treinamento são variados. 
Ou seja, nesse grupo não se encaixam os atletas que possuem treinamentos 
mais intensos e comprometimento com a modalidade praticada, considerando 
que possuem o esporte como profissão, sendo remunerados/premiados. Nesse 
interim, destaca-se que a área da nutrição esportiva engloba tanto atletas como não 
atletas e a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada aos atletas de 
elite (olímpicos ou de competição) não sendo presente muitos na literatura dados 
que se referem aos chamados “atletas recreacionais” esportistas, desportistas 
ou praticantes de exercício físico, dificultando a atuação do profissional 
(HIRSCHBRUCH, 2016).
Seguindo esse conceito, o nutricionista acaba por utilizar das 
recomendações que não são específicas aos esportistas, já que nos locais onde 
atuam, em sua maioria, atendem a praticantes de exercícios físicos que visam lazer, 
melhora da forma física e saúde, sem objetivos competitivos e de desempenho 
(HIRSCHBRUCH, 2016). Demonstram com isso, que um dos maiores desafios 
acaba se tornando a adaptação das recomendações e os protocolos às modalidades 
específicas e à própria intensidade de treinamento do atleta. 
Caro acadêmico, nesse interim, surge uma pergunta. Será que a nutrição 
está preparada para atuar corretamente no esporte? Para Hirschbruch (2016, p. 5):
O nutricionista que deseja seguir a área esportiva precisa se preparar 
para algumas competências técnicas inerentes, que vão além do 
conhecimento básico de bioquímica e fisiologia geral e do exercício, 
devendo se dedicar às seguintes disciplinas: – avaliação nutricional: 
com conhecimentos em antropometria, composição corporal e biótipo 
ou somatotipia (somatotipo)ideal para diferentes tipos de esportes, 
bem como análise dietética, avaliação bioquímica e sinais clínicos 
importantes à conduta alimentar; – educação alimentar e nutricional: 
conhecer os mitos da alimentação, as necessidades nutricionais do 
esportista, as demandas necessárias em função da carga da prática 
físico-esportiva; – nutrição clínica: detectar possíveis riscos de 
transtornos alimentares, consequências das interações entre fármacos 
e nutrientes e entre nutrientes, conhecer as condutas para distúrbios 
alimentares, amenorreia, anemia, osteoporose e gravidez. Conhecer 
suplementos alimentares e compostos ergogênicos, bem como políticas 
de regularização dos suplementos e critérios específicos. Conhecer 
as características pertinentes das diversas modalidades esportivas 
(frequência, carga de treinamento, periodização do treinamento em 
função do calendário) estratégias de hidratação, estratégias de melhor 
recuperação após o exercício.
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
6
Grandjean (1993), em um levantamento sobre recomendações dos 
profissionais que lidam com nutrição esportiva nos Estados Unidos, descobriu 
que apenas 16% trabalham com atletas de competição e 3% com atletas de elite. 
Importante, ainda, conhecer métodos de investigação científica, além de revisar e 
criticar publicações informativas e/ou científicas.
Ressalta-se, aqui, que a principal função do nutricionista é modificar 
o hábito alimentar dos indivíduos para prevenir doenças, manter a saúde e 
melhorar o desempenho e o rendimento, isto é, influir positivamente sobre sua 
saúde e qualidade de vida, repassando informações dos conceitos científicos de 
nutrição e de como colocar em pratica hábitos alimentares saudáveis.
Ainda, segundo Hirschbruch (2016, p. 9), destaca-se que:
O nutricionista esportivo deve conduzir com cuidado e respeito 
mudanças de hábitos alimentares. Alimentos devem ser valorizados 
por meio de estratégias de educação nutricional: vínculo, motivação, 
valorização do positivo, proposta de ajustes individualizada. 
Praticidade virou sinônimo de produtos industrializados, shakes, 
caixinhas, barrinhas, pacotinhos. Estimular o consumo de alimentos 
de baixo valor nutricional e de suplementos como substitutos de 
refeição pode ser um erro. 
Percebe-se, dessa forma, que a reeducação alimentar permitirá ao indi-
víduo (atleta ou esportista) compreender, dentro de suas condutas alimentares, 
qual é a mais adequada para seu objetivo. O profissional nutricionista deve ex-
plicar ao cliente o que será realizado para montagem do planejamento, pois é 
o conhecimento da lógica do processo que lhe dá condições para conseguir se 
alimentar de maneira saudável.
É necessário que o nutricionista preste atenção em sua conduta para não 
incorrer na prescrição de treinamentos, atividade de competência do educador físico. 
Cabendo aos profissionais que atuam no esporte o fortalecimento das áreas de nutrição e 
educação física, já que uma dieta adequada e balanceada é um componente essencial de 
qualquer programa esportivo ou aptidão física (HIRSCHBRUCH, 2016).
ATENCAO
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
7
2.1 IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO NO ESPORTE
É comum que indivíduos que iniciem a realização de práticas esportivas, 
acabem por alterar seu padrão alimentar, passando a ter maior interesse pela 
manutenção da saúde, tendendo a consumir menos gordura, mais vegetais e outras 
fontes de carboidratos complexos (BUSKIIRK, 1991; HIRSCHBRUCH, 2016).
Também é sabido que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos 
benéficos sobre o metabolismo, reduzindo a gordura corporal, aumentando a 
massa magra, trazendo modificações positivas no perfil lipídico, assim como, 
aumento do metabolismo, controle da pressão arterial e da glicemia e maior 
mineralização óssea. Todavia, apesar das condições favoráveis, a qualidade 
da alimentação na maioria dos grupos fisicamente ativos não parece ser muito 
diferente da dos indivíduos sedentários, apesar da maior ingestão calórica.
Diversos são os estudos, que relatam que a ingestão energética e de 
nutrientes dos atletas, é inferior às suas necessidades (JUZWIAK; PASCHOAL; 
LOPEZ, 2000). Sendo, aqui, viável destacar a importância da relação entre a 
nutrição e a atividade física, já que a capacidade do rendimento físico do organismo 
só melhora diante da ingestão equilibrada de todos os nutrientes, sejam eles 
carboidratos, gorduras, proteínas, minerais e vitaminas. Ainda mais quando são 
períodos de treinamento para competição. A dieta, quando realizada de maneira 
inadequada, reduz o desempenho e pode prejudicar a saúde, considerando que 
uma ingestão energética inadequada está associada à ingestão marginal de macro 
e micronutrientes, principalmente de carboidratos, piridoxina, cálcio, folato, 
zinco e magnésio (CUPISTI et al., 2002).
Para o atleta de elite, a nutrição tem um papel vital da superação dos 
limites, se apresentando, ainda, como o fator extra para o sucesso quando todos 
os outros fatores se equiparam com os “concorrentes”. E claro, os esportistas 
também se beneficiam de um planejamento nutricional adequado para o esporte 
que praticam (MAUGHAN, 2002).
A consciência da população na importância da alimentação equilibrada é 
crescente, mas, na prática, as melhorias alimentares não têm avançado muito, se tornando 
um desafio aos profissionais nutricionistas, que devem usar a educação nutricional para 
preencher a lacuna entre as atitudes e os comportamentos das pessoas relacionados 
às dietas. Demonstrando que a alimentação saudável pode ser prazerosa e fácil de ser 
elaborada (HIRSCHBRUCH, 2016).
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
8
Por isso, a determinação de uma recomendação específica para pessoas 
fisicamente ativas poderia colaborar com a identificação precoce de padrões 
alimentares prejudiciais, podendo prevenir e tratar tais comportamentos 
inadequados nessa área, pois, tanto atletas como praticantes de exercícios 
físicos, muitas vezes se envolvem em práticas não saudáveis de controle de 
peso, particularmente, em esportes que exijam a manutenção de certo peso como 
fisiculturismo, dança, corridas de longa distância, mergulho, ginástica, natação, 
lutas, remo, hipismo e patinação (OPPLIGER et al., 1993).
É de suma importância que o objetivo dos atletas e desportistas seja a 
manutenção de um peso saudável por meio de comportamentos alimentares 
e práticas esportivas adequadas, já que um indivíduo bem nutrido tem menos 
probabilidade de sofrer lesões ou doenças (HIRSCHBRUCH, 2016).
Outro aspecto relevante está relacionado ao modismo do consumo de 
suplementos. Muitos atletas creem que o uso de suplementos proporcionou 
vantagens competitiva, desconsiderando todas as variáveis que impactam o 
organismo ao usar essas substâncias, que podem ser positivas e/ou negativas. Com 
frequência, determinadas substâncias são comercializadas sem base em pesquisa 
científica, que determine seus objetivos, seus benefícios potenciais ou possíveis 
efeitos colaterais nocivos, sendo alarmante o dado de que alguns suplementos 
entram e saem de moda antes que se façam estudos que estabeleçam seus efeitos. 
Nutricionistas qualificados podem ajudar atletas e indivíduos ativos:
• Educando sobre os requerimentos de energia para o esporte praticado e 
sobre o papel dos alimentos como combustível;
• Enfatizando a importância de uma ingestão energética adequada para a 
saúde, para a prevenção de lesões e para o desempenho;
• Desencorajando objetos de peso e composição corporal não realista;
• Avaliando e fazendo acompanhamentos antropométricos no intuito de 
estabelecer o peso e a composição corporal adequados para o esporte 
praticado;
• Ensinando técnicas adequadas para manter o peso e a composição corporal 
sem a necessidade de recorrer a dietas milagrosas ou muito restritivas;
• Avaliando a ingestão alimentar e de suplementos durante o período de 
treinamentos, competições e também fora das temporadas. Essa avaliaçãodeve ser usada como base das propostas nutricionais, que devem conter 
recomendações apropriadas de energia de nutrientes para a manutenção 
da saúde, do peso e da composição corporal adequados;
• Fornecendo diretrizes específicas para boas escolhas de alimentos e de 
líquidos em viagens e refeições fora de casa;
• Avaliando a ingestão hídrica e a perda de peso dos atletas durante o exercício 
e fazendo recomendações apropriadas de ingestão de líquidos antes, 
durante e depois do treino. Ajudando o atleta a escolher o tipo de bebida 
e a quantidade adequada a ser ingerida nessas situações, especialmente se 
ele se exercita em ambientes adversos;
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
9
• Garantindo a ingestão de energia, proteínas e micronutrientes por meio 
de informações nutricionais adequadas, particularmente aos atletas que 
requerem considerações nutricionais específicas, como vegetarianos, 
crianças e adolescentes;
• Analisando cuidadosamente qualquer suplemento, fitoterápico, ergogênico 
ou droga que o atleta queira ingerir. Esses produtos devem ser utilizados 
com cautela e somente após a verificação de sua legalidade e da literatura 
atual sobre os ingredientes listados no rótulo. Suplementos só devem ser 
recomendados depois de uma análise da saúde, da dieta, das necessidades 
nutricionais e energéticas e dos suplementos e drogas atualmente utilizados 
pelo atleta.
Mais importante do que discutir prescrições alimentares é avaliar 
se essas prescrições são razoáveis e se podem ser traduzidas em escolhas 
alimentares consistentes. O nutricionista faz o seu melhor quando considera 
as pessoas e sua relação com a comida ao invés de ser um árbitro de dietas. 
A distância entre saber fazer continuará enquanto o saber não for realista. 
Se uma dieta não for realista, ela não trará benefício algum. A prescrição 
alimentar precisa ultrapassar as recomendações nutricionais.
A interação com outros profissionais pode colaborar para que nossas 
prescrições sejam mais humanizadas.
FONTE: AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE; AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION 
(ADA). Dietitians of Canada. Nutrition and athletic performance. Joint position statement. 
Med Sci Sports Exerc., [S. l.], v. 32, n. 12, p. 2130-2145, 2000. p. 2130.
10
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Nutricionistas têm o papel fundamental no desenvolvimento de intervenções 
e na promoção de pesquisa no campo da nutrição e do esporte.
• A educação nutricional deve ser componente significativo de um programa de 
exercícios físicos.
• O sucesso da comunicação e da motivação do comportamento requer 
conhecimento do que os atletas sabem de escolhas alimentares, por que fazem 
essas escolhas e de como respondem às mensagens nutricionais.
• É essencial educar a população sobre hábitos de exercício e de alimentação, já 
que muitas vezes, treinadores, preparadores físicos, professores e até mesmo o 
médico e o nutricionista, propagam informações errôneas sobre nutrição.
• Atletas competitivos ou recreacionais precisam de níveis adequados de 
“combustível”, líquidos e nutrientes para atingir o desempenho máximo.
• O papel do nutricionista esportivo é aconselhar os atletas acerca das neces-
sidades nutricionais adequadas antes, durante e depois do exercício e para a 
manutenção de uma boa saúde, do peso e da composição corporal adequados.
11
1 Após muito empenho por parte dos nutricionistas, hoje, não só os atletas, 
mas também os esportistas, apresentam grande interesse pela nutrição 
esportiva. A consciência da necessidade de uma alimentação balanceada 
para o desempenho físico é cada vez maior, assim como a oferta de 
suplementos e bebidas, todavia, é importante que se avalie em qual contexto 
o indivíduo se enquadra. Pontue as principais diferenças entre atividade 
física, exercício físico e esporte.
2 É sabido que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos benéficos 
sobre o metabolismo, reduzindo a gordura corporal, aumentando a massa 
magra, trazendo modificações positivas no perfil lipídico, assim como, 
aumento do metabolismo, controle da pressão arterial e da glicemia e maior 
mineralização óssea. Todavia, apesar das condições favoráveis, a qualidade 
da alimentação na maioria dos grupos fisicamente ativos não parece ser 
muito diferente da dos indivíduos sedentários, apesar da maior ingestão 
calórica. Descreva a importância do papel da nutrição/ do nutricionista 
para indivíduos fisicamente ativos.
3 Os praticantes de exercícios físicos englobam desde as crianças em idade 
escolar a adultos de todas as idades, de competidores de elite a esportistas 
de final de semana. Apesar de se considerarem atletas, seus interesses, 
habilidades e necessidades de treinamento são variados. Ou seja, nesse 
grupo não se encaixam os atletas que possuem treinamentos mais intensos 
e comprometimento com a modalidade praticada, considerando que 
possuem o esporte como profissão, sendo remunerados/premiados. Nesse 
interim, assinale a alternativa correta, considerando o público que a área da 
nutrição esportiva engloba:
a) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são tanto atletas como não atletas, 
sendo que a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada 
aos atletas de elite, não estando presente na literatura dados que se 
referem aos esportistas, desportistas ou praticantes de exercício físico, 
fato que dificultando a atuação do profissional.
b) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são apenas os atletas, pois a maior 
parte dos estudos e recomendações é direcionada aos atletas de elite.
c) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são os esportistas/não atletas, 
todavia a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada 
aos atletas de elite, não estando presente na literatura dados que se 
referem aos esportistas, desportistas ou praticantes de exercício físico.
AUTOATIVIDADE
12
d) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são tanto atletas como não atletas, 
sendo que a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada a 
ambos os públicos.
e) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são tanto atletas como não atletas, 
sendo que a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada 
esportistas, não estando presente na literatura dados que se referem 
aos atletas, desportistas ou praticantes de exercício físico, fato que 
facilita a atuação do profissional.
4 De acordo com o tipo da atividade física realizada diariamente, os praticantes 
podem ser classificados como fisicamente ativos, insuficientemente ativos 
ou sedentários. Assinale a alternativa que corresponde à característica dos 
indivíduos fisicamente ativos:
a) ( ) O indivíduo fisicamente ativo é aquele que inclui no seu dia a dia 
atividades com gasto energético moderado a intenso e, portanto, 
segue as recomendações de intensidade e frequência da prática de 
atividades físicas diárias, seja no lazer, em atividades domésticas, no 
trabalho ou na locomoção.
b) ( ) O indivíduo fisicamente ativo pratica atividades com gasto energético 
de leve a moderado, não cumprindo as diretrizes de saúde publicada 
para os níveis diários recomendados de atividade física. 
c) ( ) O indivíduo fisicamente ativo é caracterizado pela ausência de ativi-
dades que elevem, de forma significante, o gasto energético basal, com 
predominância de atividades que sejam realizadas em repouso (senta-
do em atividades de lazer, como assistindo à TV ou usando o compu-
tador, ou, ainda, atividades em repouso no trabalho ou na escola).
d) ( ) O indivíduo fisicamente ativo pratica atividades com gasto energético 
moderado, com predominância de atividades que sejam realizadas 
em repouso (sentado em atividades de lazer, como assistindo à TV ou 
usando o computador, ou ainda atividades em repouso no trabalho ou 
na escola).
e) ( ) O indivíduo fisicamente ativo pratica atividades com gasto energético 
de leve a moderado, cumprindo as diretrizes de saúde publicada para 
os níveis diários recomendados de esporte.5 Considerando todas as interfaces que circundam a área da nutrição, 
principalmente na área da nutrição no esporte, devido ao significante 
consumo de suplementos alimentares pelos esportistas. Assinale a 
alternativa que corresponde à principal função do nutricionista:
13
a) ( ) A principal função do nutricionista é prescrever suplementos 
alimentares, modificando o hábito alimentar dos indivíduos para 
inserção desses suplementos e com isso prevenir doenças, manter a 
saúde e melhorar o desempenho e o rendimento desses indivíduos.
b) ( ) A principal função do nutricionista é modificar os hábitos alimentares 
dos indivíduos para manter a saúde e melhorar o desempenho e o 
rendimento através da utilização de suplementos e complementos ali-
mentares, influindo positivamente em sua saúde e qualidade de vida.
c) ( ) A principal função do nutricionista é modificar o hábito alimentar 
dos indivíduos para prevenir doenças, manter a saúde e melhorar 
o desempenho e o rendimento, isto é, influenciar positivamente em 
sua saúde e qualidade de vida, repassando informações sobre os 
conceitos científicos de nutrição e como colocar em pratica hábitos 
alimentares saudáveis.
d) ( ) A principal função do nutricionista é reeducar os hábitos alimentares 
dos indivíduos, com intuito de manter a saúde e melhorar o desempe-
nho e o rendimento, influenciando positivamente em sua saúde e qua-
lidade de vida, repassando informações sobre os conceitos científicos 
de nutrição e como colocar em prática hábitos alimentares saudáveis. 
Destacando que não é função do nutricionista prevenir doenças.
e) ( ) A principal função do nutricionista é prescrever cardápios com ali-
mentos funcionais e suplementos alimentares, com objetivo de modi-
ficar o hábito alimentar dos indivíduos para prevenir doenças, manter 
a saúde e melhorar o desempenho e o rendimento.
14
15
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, como estão os estudos até aqui? No presente tópico, 
revisaremos os conceitos da fisiologia e suas adaptações normais e patológicas 
frente à prática do exercício físico.
A prática de exercícios físicos já vem sendo descrita como benéfica para a 
saúde, com cunho científico, desde a década de 1950, assim como a alimentação 
como fator de prevenção para diversas doenças. Hoje, sabe-se que os benefícios 
da prática regular de exercícios físicos vão além da prevenção e do tratamento 
de sobrepeso e doenças cardiovasculares, já que as adaptações biológicas 
desencadeadas pelos exercícios físicos garantem uma melhor qualidade de 
vida por provocar melhoras em demais aspectos, como: mentais, cognitivos, 
fisiológicos, bioquímicos e estruturais (SIMINO, 2018).
Nesse sentido, para que uma atividade física seja desempenhada, é 
necessário que ocorra a contração e o relaxamento muscular, e, sendo assim, 
seria possível imaginar que, para que a prática de atividades ocorra, basta que 
acionemos nossos “sistemas executores”, ou seja, os tecidos que, efetivamente, 
participam do processo. Será mesmo?
Não, pois para a prática de exercícios físicos, os mecanismos acionados 
são mais completos. Observe a Figura 1.
16
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
FIGURA 1 – EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO
FONTE: <https://bit.ly/3gX07do>. Acesso em: 10 maio 2021.
Destaca-se que esses sistemas fisiológicos agem de forma integrada, em 
que, a partir de alterações em um deles, segue uma sequência de respostas para 
reestabelecimento da homeostase, conforme demonstra a Figura 1, e que serão 
melhor detalhadas nos próximos subtópicos. Todo processo adaptativo precisa 
de um estímulo, natural ou artificial, espontâneo ou programado. No caso dos 
exercícios físicos, o estímulo é conhecido como carga de treino.
Também vale lembrar que influenciam diretamente nas adaptações aos 
exercícios, os nutrientes, sendo que a escolha adequada de alimentos e fluidos, 
os ajustes das quantidades a serem ingeridas, a definição do momento mais 
apropriado para consumi-los e a seleção de suplementos são as formas que a 
nutrição possui de contribuir com o desempenho físico (HIRSCHBRUCH, 2016).
Nesse sentido, torna-se de suma importância o acompanhamento perió-
dico dos resultados da intervenção alimentar, buscando adequar de acordo com 
o momento do calendário esportivo das competições. A base para a elaboração 
do plano alimentar é direcionada às necessidades de energia e nutrientes para o 
exercício físico, conforme a intensidade, duração e frequência, assim como se faz 
necessário adequar a composição corporal do atleta de acordo com a modalidade 
e a posição, favorecendo as adaptações fisiológicas e metabólicas do organismo.
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
17
2 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO 
O corpo humano pode se apresentar em estado de repouso ou de exercício 
e nas duas situações possuem mecanismos fisiológicos capazes de minimizar as 
alterações do meio interno, preservando a homeostasia. Os efeitos fisiológicos 
do exercício físico podem ser divididos em: agudos imediatos, agudos tardios 
e crônicos, sendo que os efeitos agudos, podem também ocorrer em associação 
direta com a sessão de exercício (TINOCO, 2002). Seguem divisões e suas 
características:
• Agudos imediatos: ocorrem nos períodos pré-imediato, e pós-imediato 
do exercício físico, caracterizados pelos aumentos de frequência cardíaca, 
ventilação e sudorese normalmente associados ao esforço.
• Agudos tardios: ocorrem nas primeiras 24 horas após uma sessão de exercício, 
identificados na pequena diminuição dos níveis tensionais e na elevação do 
número de receptores de insulina nas membranas das células musculares.
• Crônicos: são adaptações, resultam da exposição regular às sessões de exercício. 
Exemplo: hipertrofia muscular e o aumento do consumo máximo de oxigênio.
2.1 CLASSIFICAÇÕES DO EXERCÍCIO FÍSICO
Há diferentes formas de exercício físico, cada uma delas gera diferentes 
efeitos agudos ou crônicos, sendo importante sistematizar alguma forma de 
classificação. Nesse sentido, quando considerada a via metabólica predominante, 
temos os sistemas:
• anaeróbico alático: em casos de exercícios de grande intensidade e curtíssima 
duração;
• anaeróbico lático: em casos de grande intensidade e curta duração;
• aeróbico: em situações de baixa ou média intensidade e longa duração.
Além dessa variável, podemos classificar considerando o ritmo, que 
pode ser:
• fixo ou constante: não se alterna o ritmo ao longo do tempo;
• variável ou intermitente: alterna-se o ritmo ao longo do tempo do exercício.
Ainda, podemos diferenciar de acordo com a intensidade relativa do 
exercício, conforme segue:
• baixa ou leve: exercício com repouso até 30% do VO2 máximo;
• média ou moderada: exercício entre 30% do VO2 máximo e o limiar anaeróbico;
• alta ou pesada: exercício acima do limiar anaeróbico.
Por fim, tem-se também nessa diferenciação a mecânica muscular, que 
pode ser: 
18
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
• estático: não há movimento e o trabalho mecânico é zero;
• dinâmico: existe movimento e trabalho mecânico positivo ou negativo.
Dessa forma, é importante destacar que os exercícios que envolvem 
grandes massas musculares como andar, correr, pedalar ou nadar necessitam 
de uma participação relativamente maior da via aeróbica. Já os esforços com 
segmentos corporais localizados, tais como a extensão do cotovelo segurando um 
peso utiliza maior participação das vias anaeróbicas, sendo que, caso a duração 
do exercício ultrapasse dois ou três minutos, será predominante a participação 
aeróbica, já se ela durar até dez segundos, predomina a via anaeróbica alática 
(TINOCO, 2002). 
Nos casos de exercícios de alta intensidade, com duração entre 20 e 90 
segundos, é utilizada de maneira mais intensa a via anaeróbica lática, podendo 
causar um significativo desequilíbrio acido-básico e a sensação de esgotamento 
físico, sendo vistos com maior frequência nos eventos desportivos de natação, 
como as provas de50 e 100 metros e atletismo.
Em relação aos exercícios de intensidade baixa, esses correspondem 
a esforços de até 30% do consumo máximo de oxigênio. Nos de intensidade 
moderada, os esforços requerem entre 30% do consumo máximo de oxigênio e o 
nível correspondente ao limiar anaeróbico. Já nos exercícios de intensidade alta, 
a demanda excede o limiar anaeróbico. Portanto, nos exercícios prolongados, 
apenas os classificados como de alta intensidade teriam participação anaeróbica 
significativa (SIMINO, 2018).
Em casos de esforços de ritmo variável, como o jogo de tênis, ocorrem 
grandes variações nas necessidades de ressíntese de ATP, seguindo de periódicas 
modificações das variáveis fisiológicas. Essas atividades tendem a usar, 
inicialmente, as vias anaeróbicas alática e aeróbica, sem a participação significativa 
da via anaeróbica lática. Em séries de exercícios com grupamentos musculares 
localizados, como exercícios abdominais, que tendem a reduzir a qualidade na 
execução e fadiga quando realizados sem interrupções pode ser proporcionado 
um período de um a dois minutos de repouso, quando os exercícios serão 
reiniciados com a mesma velocidade, qualidade de execução adequada e relativa 
facilidade, pois esse tempo será suficiente para regenerar estoques intracelulares 
de ATP e fosfocreatina.
Vamos dar seguimento às demais adaptações fisiológicas frente aos 
exercícios físicos e suas determinadas cargas de treino. Os processos adaptativos 
desencadeados pelo estímulo dos exercícios físicos podem acontecer de diversas 
formas, conforme Figura 2.
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
19
FIGURA 2 – ADAPTAÇÕES FRENTE AO TREINAMENTO FÍSICO
FONTE: <https://www.efdeportes.com/efd166/adaptacao-biologica-aplicado-ao-treinamento-
fisico-03.jpg>. Acesso em: 10 maio 2021.
Conforme Simino (2018, p. 15), as adaptações fisiológicas seguem 
diferentes mecanismos:
De forma genotípica ou fenotípica, ou seja: em nível celular e mole-
cular (genótipo) ou em relação a mudanças visíveis e mais facilmente 
mensuráveis (fenótipo). De forma aguda ou crônica: existem adap-
tações que acontecem de forma rápida, apenas para que o exercício 
possa ser mantido. Por exemplo: adaptações que levam mais tempo a 
acontecer e que são mantidas por longos períodos. Em nível sistêmico: 
podem beneficiar processos comportamentais, fisiológicos, bioquími-
cos, neuro motores e estruturais. A pratica de exercícios físicos regular 
ou o treino esportivo, no caso dos atletas, proporciona, mediante os 
processos adaptativos, o desenvolvimento ou a melhora de algumas 
capacidades físicas específicas.
20
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Nos esportes de alto rendimento, se torna comum o uso da periodização em 
treinos que trabalhem as diferentes capacidades físicas, considerando que cada modalidade 
esportiva precisa de determinadas capacidades mais desenvolvidas e bem treinadas. Como 
é o caso dos corredores, que precisam treinar e aprimorar cada vez mais a velocidade.
IMPORTANT
E
2.2 RESPOSTAS HORMONAIS NO EXERCÍCIO FÍSICO 
Antes de destacarmos as alterações, é válido relembrar o conceito de 
hormônio. Os hormônios são substâncias químicas secretadas dentro de fluidos 
corporais, em sua maioria por glândulas endócrinas, sendo divididos em dois 
tipos, os esteroides e polipeptídicos. Esteroides são produzidos, a partir do 
colesterol, pelo córtex adrenal e pelas gônadas e os peptídeos são derivados de 
aminoácidos em outras glândulas endócrinas. 
Os tecidos alvos da ação hormonal podem ser próximos ou relativamente 
afetados em relação à glândula de secreção, podendo sua ação ser em um ou mais 
tecidos, como o hormônio insulina, que atua em diversos tecidos, apresentando 
potente efeito sobre o metabolismo em situações como o repouso e a prática de 
exercício físico (SIMINO, 2018). 
O estresse fisiológico induzido pelo exercício físico reflete diretamente à 
tentativa em manter as concentrações sanguíneas de determinados metabólitos 
próximas aos valores normais de repouso, por exemplo, manter a concentração 
sanguínea de glicose (glicemia) entre 90 e 100 mg/dL, uma vez que o exercício 
provoca o aumento da captação muscular de glicose a partir do sangue. Nesse 
mecanismo, a resposta fisiológica que busca a homeostase da glicemia durante 
o exercício se faz regulada por dois sistemas corporais: o sistema nervoso 
autônomo (SNA) e os sistema endócrino (hormonal), considerando que, em 
relação ao controle do metabolismo durante o exercício, a parte simpática do 
SNA é de maior destaque. Os mediadores químicos são liberados tanto pelo SNA 
quanto pelo sistema hormonal no intuito de auxiliar a manutenção da glicemia 
(HIRSCHBRUCH, 2016). 
A redução da glicemia durante os exercícios mais intensos induz uma 
resposta contrarreguladora, promovendo o aumento da glicemia e a manutenção 
da concentração sanguínea de glicose. O fígado exerce um papel importante no 
aumento e na manutenção da glicemia, uma vez que esse tecido sofre influência 
neural e hormonal, estimulando produção hepática de glicose. 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
21
Nesse ínterim, a glicose e glicogênio representam importantes substratos 
energéticos durante o exercício, ao mesmo tempo em que favorecem a utilização 
de lipídios como substrato energético na célula muscular (HIRSCHBRUCH, 2016). 
A glicose é, geralmente, o único substrato utilizado pelo cérebro e por outros 
tecidos do Sistema Nervoso Central e, deste modo, é fundamental para a funcionalidade 
desses tecidos, fato que reforça a importância da manutenção da glicemia durante o 
exercício prolongado, sendo relevante para o fornecimento de combustível ao cérebro 
e ao músculo esquelético, o qual utiliza também outros substratos além da glicose. 
Diversos hormônios agem especificamente para manter a glicemia e são denominados 
contrarregulatórios (glucagon, adrenalina, noradrenalina, cortisol), ou seja, suas ações são 
opostas à da insulina (COKER; KJAER, 2005).
NOTA
O ponto central das adaptações refere-se às repostas hormonais, tanto 
agudas quanto crônicas. As respostas agudas são importantes para a regulação da 
utilização de substratos energéticos, assim como nas alterações na permeabilidade 
ou na atividade enzimática das células (músculo, fígado, tecido adiposo). 
Nesse contexto, destaca-se o aumento dos hormônios que aumentam a 
taxa de lipólise, glicólise, glicogenólise e gliconeogênese, assim como ocorre a 
redução da concentração de hormônios que promovem lipogênese e glicogênese. 
Algumas alterações hormonais são positivamente relacionadas à duração 
do exercício. Destacamos que o metabolismo energético será melhor discutido no 
próximo tópico.
ESTUDOS FU
TUROS
Ainda, verifica-se que o sistema imune é influenciado pelo exercício, con-
dicionado à duração e à intensidade do exercício, sendo que o exercício modera-
do aumenta a imunocompetência, enquanto em treinamento intenso, após um 
evento competitivo, ocorre imunossupressão, gerando aumento na incidência 
de infecções, principalmente no trato respiratório superior dos atletas (HIRS-
CHBRUCH, 2016).
22
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
A alteração na funcionalidade do sistema imunológico está relacionada à 
alteração neuroendócrina derivada da prática do exercício, que gera o aumento 
na liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, que, consequentemente, 
modula a resposta imune, reduzindo sua efetividade.
Diante do exposto, estratégias nutricionais devem ser utilizadas desde o 
período de treinamento, durante o exercício e no período de recuperação pós 
exercício. As quais serão baseadas na modulação exercida pelos nutrientes sobre 
a resposta hormonal, influenciando o metabolismo de carboidratos, lipídios e 
proteínas, ao mesmo tempo em que modula a resposta imune do indivíduo.
2.3 INSULINA, GLUCAGON E EXERCÍCIO FÍSICO
Conforme mencionado anteriormente, durante a realização de exercícios 
mais intensos, ocorre uma maior utilização da glicose, fazendo com que a 
necessidade de glicosepelo tecido muscular cause, no decorrer do tempo, 
uma redução da glicemia, podendo ser compensada pela liberação de glicose, 
principalmente a partir do fígado, processo chamado de glicogenólise.
Importante destacarmos que, se a glicemia aumenta durante o exercício 
intenso, a insulinemia diminui decorrente da ação da adrenalina, promovendo o 
aumento da produção hepática de glicose. Sendo que a redução da insulinemia 
durante o exercício é diretamente proporcional à intensidade do esforço físico 
(COKER; KJAER, 2005).
O declínio da insulinemia durante o exercício minimiza a captação de 
glicose pelos tecidos não ativos, protegendo dessa forma o fornecimento de 
glicose para o cérebro e o tecido muscular ativo. 
Ainda, cabe ressaltar que, durante o exercício prolongado, a glicemia 
e a insulinemia diminuem, favorecendo o aumento da lipólise e, consequen-
temente, da disponibilidade de ácidos graxos livres na circulação sanguínea 
(VIRU, 1992).
Por fim, o glucagon é um hormônio secretado pelas células alfa-
pancreáticas e promove o aumento da taxa de glicogenólise promovendo 
aumento na concentração de glicose no sangue. Em situações nas quais a 
glicemia diminui (exercício prolongado, jejum), a concentração de glucagon 
aumenta no intuito de manter a glicemia em valores próximos aos de repouso 
(Figura 3). 
As concentrações de glucagon aumentam no plasma apenas se a duração 
do exercício for mantida por mais de uma hora (HIRSCHBRUCH, 2016). 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
23
FIGURA 3 – EFEITO DO GLUCAGON NA REGULAÇÃO DA GLICOSE
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/gl/uc/glucagon2-0-cke.jpg>. Acesso em: 10 
maio. 2021.
2.4 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO, CORTISOL E 
CATECOLAMINAS NO EXERCÍCIO FÍSICO 
O hormônio do crescimento (GH) é um polipetideo liberado a partir 
da hipófise anterior e estimula a síntese proteica, tanto em jovens quanto em 
indivíduos mais velhos, e representa um dos principais hormônios lipolíticos. 
Atua estimulando a captação tecidual de aminoácidos, síntese proteica e 
crescimento de ossos longos. Também, opõe-se à ação da insulina, uma vez que 
reduz a utilização de glicose plasmática, aumentando a síntese de glicose no 
fígado e elevando a mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo, buscando 
poupar a demanda tecidual por glicose plasmática.
Por sua vez, o cortisol é um membro da família dos hormônios esteroides, 
liberados pelo córtex adrenal, denominados glicocorticoides, e quando liberado 
mediante estresse físico ou emocional, causa a redução da glicemia e estimula 
o hipotálamo a secretar o hormônio liberador de corticotrofina, pela hipófise 
anterior do hormônio adenocorticotrófico (ACTH) e, posteriormente, o ACTH 
promove no córtex adrenal a liberação do cortisol para a circulação (CHATARD 
et al., 2002).
O exercício aeróbico intenso e o vigoroso provocam o aumento da 
concentração sérica de cortisol, o qual, por sua vez, irá favorecer a manutenção 
da glicemia por meio do estímulo da liberação de aminoácidos a partir do 
tecido muscular (proteólise muscular), pela estimulação da gliconeogênese 
24
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
hepática e por favorecer a mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo. 
Importante destacarmos que indivíduos treinados apresentam menor aumento 
da concentração sérica do cortisol durante o exercício em comparação com 
indivíduos não treinados (VIRU; VIRU, 2004).
Já as catecolaminas (adrenalina – noradrenalina – dopamina) sintetizadas 
pelas glândulas suprarrenais e pelo sistema nervoso, representam os hormônios 
derivados do catecol. Sua liberação via medula adrenal é estimulada pelo sistema 
nervoso simpático, promovendo a possibilidade da resposta para “atacar ou 
fugir”. Em exercícios prolongados e contínuos, as concentrações plasmáticas 
de catecolaminas aumentam com a duração do exercício e com a intensidade. 
Também, se torna válido discorrer que o exercício físico com característica 
intermitente, como levantamento de peso, de apenas alguns segundos de duração, 
também resulta em aumento da concentração plasmática de catecolaminas 
(HIRSCHBRUCH, 2016).
Tem sido demonstrado que o exercício físico é um potente estimulador da 
liberação do GH, quando indivíduos treinados ou atletas de resistência apresentam menor 
liberação do GH comparado a indivíduos não treinados; mulheres apresentam maior 
amplitude e frequência na liberação do GH; indivíduos mais velhos apresentam menor 
liberação de GH que indivíduos jovens (± 20 anos); a liberação é mais elevada de acordo 
com a intensidade do treinamento; sessões com duração ≥ 30 minutos aumentam 
a liberação do GH; exercício de forma intermitente em um mesmo dia aumentaram a 
concentração de repouso do GH; período do dia não tem nenhum efeito significativo na 
liberação do GH (HIRSCHBRUCH, 2016).
IMPORTANT
E
Já no caso de exercícios resistidos, a musculação pode influenciar no 
GH das seguintes formas: indivíduos não treinados em geral apresentam 
concentração do GH menor que indivíduos treinados ou atletas diante de um 
mesmo esforço; homens apresentam maior amplitude e frequência na liberação 
do GH que mulheres; indivíduos mais velhos (± 70 anos) ou de meia idade; 
(± 40 anos) apresentam menor liberação do GH que indivíduos jovens (± 20 
anos); maior liberação do GH em intensidades moderadas (± 60% de 1-RM) se 
comparada a sessões de baixa; (≤ 40%) ou elevada intensidade (≥ 80%); sessões 
de maior volume (≥ 8 e ≤ 15 repetições por série) resultam em maior liberação do 
GH; intervalos mais curtos (± 1 min) entre as séries parecem aumentar a liberação 
do GH comparado com intervalos mais longos (± 3 min); maior concentração de 
ácido lático pode estimular a liberação do GH (AMARAL NETO, 2020).
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
25
2.5 TESTOSTERONA E EXERCÍCIO FÍSICO
A testosterona é um hormônio esteroide que apresenta consideráveis 
efeitos anabólicos sobre o tecido muscular, destacando o aumento da síntese 
proteica e a redução no catabolismo proteico dentro da fibra muscular. 
Tem sido demonstrado que o exercício físico (intensidade, duração e tipo 
de exercício) provoca aumento agudo na concentração sanguínea de testosterona 
(BLAZEVICH; GIORGI, 2001).
O treinamento de força também promove aumento da concentração 
plasmática de testosterona após o exercício (BLAZEVICH; GIORGI, 2001).
Destaca-se que diferentes protocolos de treinamento podem induzir diferentes 
respostas da testosterona durante e/ou após o exercício.
ATENCAO
FIGURA 4 – MECANISMO DE AÇÃO DA TESTOSTERONA
FONTE: <https://bit.ly/2Ug0HuQ>. Acesso em: 10 maio 2021.
26
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
2.6 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE AS 
RESPOSTAS HORMONAIS INDUZIDAS PELO EXERCÍCIO
Em geral, as respostas hormonais (Quadro 1) a um período de exercício 
são significativamente atenuadas após o treinamento. A atividade nervosa 
simpática, refletida pela concentração de noradrenalina plasmática durante o 
exercício, encontra-se diminuída na mesma taxa de absoluta de trabalho após um 
período de treinamento, porém permanece constante em relação à mesma taxa 
relativa de trabalho. 
As concentrações plasmáticas dos hormônios ACTH, cortisol, gluca-
gon e GH também apresentam menores aumentos durante o exercí-
cio submáximo em indivíduos treinados. A concentração plasmática 
insulina, de modo geral, diminui durante o exercício intenso, con-
tudo, em indivíduos treinados, essa diminuição da insulinemia é 
menor. Esse fato está relacionado, em parte, à diminuição induzida 
pelo treinamento sobre a resposta da adrenalina durante o exercício, 
uma vez que esse hormônio inibe a secreção pancreática de insulina 
(HIRSCHBRUCH, 2016, p. 388).
QUADRO 1 – RESUMO DOS EFEITOS METABÓLICOS DOS HORMÔNIOS
Efeito metabólico Hormônio
Captação da glicose celular Insulina
Síntese de glicogênio Insulina
Síntese de triacilgliceróis Insulina
Diminuição da glicemia Insulina
Glicogenólise hepática Adrenalina, glucagon
Glicogenólise muscular Glucagon
Lipólise AdrenalinaSíntese de proteínas Cortisol, adrenalina, hormônio do crescimento
Catabolismo proteico Hormônio do crescimento
Aumento da glicemia – efeito direto Insulina
Aumento da glicemia – efeito indireto Cortisol, adrenalina, glucagon
Aumento da taxa metabólica Adrenalina, noradrenalina e tiroxina
FONTE: Hirschbruch (2016, p. 388)
3 SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO 
É de suma importância considerar a influência do exercício sobre o sistema 
imunológico, em razão do aumento no número de casos de doenças infecciosas 
e queda no desempenho de atletas, principalmente em situações de treinamento 
intenso e prolongado. 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
27
Nesse sentido, diferentes estudos vêm demonstrando que o exercício 
exaustivo pode causar alterações tanto no sistema imune inato quanto 
específico, incluindo: redução da atividade de neutrófilos, da concentração de 
imunoglobulinas A (IgA), da atividade citolítica de células natural killer (NK) e da 
capacidade proliferativa de linfócitos, juntamente ao aumento da concentração 
plasmática de citocinas pró e anti-inflamatórias. 
A imunomodulação mediada pelo exercício físico está relacionada com 
questões multifatoriais, incluindo alterações circulatórias (hemodinâmicas) e 
hormonais (liberação de cortisol e catecolaminas). Além de estar ligada a fatores 
metabólicos, como a concentração plasmática de glutamina (GLEESON, 2006).
Estudos verificaram que o exercício tem relevante papel na redução da 
ocorrência e da gravidade de infecções e doenças relacionadas ao câncer humano. 
Todavia, os mecanismos pelos quais o exercício agudo ou o treinamento físico 
alteram a resposta imune do indivíduo ainda não tenham sido completamente 
compreendidos. O efeito particular dependo do tipo, da intensidade e da 
duração do exercício (Figura 5). Dessa forma, sugere-se que exercícios de 
intensidade moderada podem melhorar a imunocompetência, enquanto o 
exercício intenso e prolongado pode direcionar à situação oposta. Verificou-se 
que, após exercício intenso e prolongado, ocorre supressão parcial de parâmetros 
da imunocompetência de atletas, caracterizando esse período como uma “janela 
aberta” para a invasão de microrganismos. 
Quanto aos exercícios moderados, os efeitos imunológicos se apresentam 
diante da redução do risco para infecções. Os parâmetros laboratoriais que podem 
explicar os benefícios clínicos demonstram aumento de diversos fatores, como 
atividade citotóxica de células NK, fagocitose, expressão de moléculas de adesão 
e concentração salivar de IgA (BISHOP et al., 1999).
A doença mais comum observada em atletas é uma branda infecção viral do 
trato respiratório, sendo que, em sua revisão de literatura, verificou-se que a incidência 
de infecções do trato respiratório superior (ITRS) acomete somente atletas engajados 
em exercícios intensos e prolongados. Todavia, ressalta-se que uma dieta inadequada e 
repouso insuficiente são também fatores importantes que colaboram para a ocorrência de 
ITRS, como resfriados e gripes (HIRSCHBRUCH, 2016).
INTERESSA
NTE
28
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
FIGURA 5 – RESUMO DOS EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO DE INTENSIDADE MODERADA E 
INTENSA NA RESPOSTA IMUNOLÓGICA
Legenda: MØ – macrófagos, Nφ – neutrófilos.
FONTE: Adaptada de Terra et al. (2014, p. 213)
4 EXCESSO DE TREINAMENTO (OVERTRAINING)
Na maioria dos programas de treinamento ocorre a aplicação do princípio 
de sobrecarga progressiva, que corresponde a uma carga de trabalho acima do 
nível considerado confortável, com objetivo de maximizar a performance por 
meio de adaptações fisiológicas positivas, visando promover adaptações que 
evitem lesões e prejuízo do processo de adaptação.
A associação de um programa exaustivo de treinamento somado a um 
insuficiente período de recuperação e consequente prejuízo da performance 
por longos períodos (diversas semanas ou meses) caracteriza a síndrome de 
overtraining. Além disso, outros sinais e sintomas estão presentes, observe o 
Quadro 2:
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
29
QUADRO 2 – PRINCIPAIS SINTOMAS DO OVERTRAINING
Fisiológicos/
performance Imunológicos Psicológicos
↓Performance ↑Suscetibilidade e gravidade de ITRS Depressão
Período de recuperação 
prolongado
↓Atividade funcional de 
neutrófilos Apatia
↓Tolerância à sobrecarga 
de treinamento ↓Contagem total de linfócitos
Instabilidade 
emocional
↓Força muscular ↓Resposta mitógenos Alteração de personalidade
↓Capacidade de trabalho 
máxima
↑Contagem de eosinófilos no 
sangue
↓Concentração no 
treinamento
Perda de coordenação ↑Infecção bacteriana Medo de competições
Alterações na pressão 
sanguínea
Significativas variações na 
razão CD4: CD8 ↓Autoestima
↑Frequência da 
respiração Bioquímicos
↓Gordura corporal Balanço nitrogenado negativo
↑Taxa metabólica basal Disfunção hipotalâmica
Fadiga crônica ↓Concentração de glicogênio muscular
Insônia ↓Conteúdo mineral ósseo
Anorexia nervosa ↓Ferro sérico
Perda de apetite ↓Ferritina sérica
Bulimia Depleção de minerais (Zn, Mn, Se, Cu etc.)
Dor de cabeça ↑Concentração de ureia
Náusea ↑Concentração de cortisol
Dores musculares ↓Testosterona livre e total
↓Razão testosterona livre: 
cortisol (>30%)
↑Concentração de ácido úrico
↑Concentração de creatina 
quinase
FONTE: Adaptado de Fry et al. (1991 apud HIRSCHBRUCH, 2016, p. 389)
30
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Ainda, o overtraining deve ser diferente do termo overreaching, o qual 
corresponde a um período curto de dias, sendo esta condição facilmente 
recuperada em curto prazo. Corresponde a uma fase planejada durante muitos 
programas de treinamento, desde que se acredite que essa intervenção contribua 
para subsequentes aumentos de performance (HIRSCHBRUCH, 2016).
5 OVERTRAINING EM ATLETAS DE ENDURANCE E FORÇA
A maioria dos estudos sobre a síndrome de overtraining tem sido realizada 
a partir de protocolos com exercícios físicos predominantemente aeróbicos 
(endurance). Poucos resultados de estudos longitudinais foram realizados sobre 
as respostas fisiológicas frente à redução de performance decorrente do estado 
de overtraining em atletas de força. Segundo Fry e Kraemer (1997, p. 398, grifos 
nossos):
[...] existem diferenças nas respostas fisiológicas entre o overtraining 
decorrente de exercícios físicos aeróbicos e anaeróbicos. Sendo assim, 
muito dos sinais e sintomas de overtraining de natureza aeróbica. 
Estudos demonstram que atividades de endurance podem originar um 
estado de overtraining caracterizado pela regulação parassimpática, 
enquanto atividades anaeróbicas podem causar um estado de 
overtraining dominado pela regulação simpática.
A síndrome do overtraining apresenta o aumento da intensidade relati-
va ao treinamento de força, o que acarreta respostas fisiológicas diferentes das 
observadas frente ao aumento do volume de treinamento de força. Verifica-se, 
ainda, que a concentração dos hormônios do crescimento, testosterona total e li-
vre e cortisol não é substancialmente afetada pelo protocolo de exercício de força 
de alta intensidade em indivíduos em estado de overtraining (Figura 6). Com o 
aumento do volume do treinamento de força, muitas das respostas neuroendó-
crinas são similares àquelas observadas em atletas de endurance com overreaching 
ou overtraining, os quais, apresentam excesso de volume de treinamento.
FIGURA 6 – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES OBSERVADAS NA SÍNDROME DE OVERTRAINING EM 
ATLETAS DE ENDURANCE
FONTE: Rogero, Mendes e Tirapegui (2005, p. 360)
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
31
A incidência de infecções é mais elevada após uma sessão de exercício 
vigoroso, períodos com elevada carga de treinamento e/ou aumento da frequência 
de competições, principalmente se associados a outros fatores estressores 
(aspectos psicológicos, alimentação inadequada, medicamentos e distúrbios de 
ritmos biológicos), do que em outros períodos de treinamento. Também, demais 
infecções de menor gravidade acabam por apresentar recidivas em atletas que 
retornam ao treinamento,acarretando um ciclo de infecções recorrentes dentro 
de períodos curtos (algumas semanas) (HIRSCHBRUCH, 2016).
O parâmetro bioquímico que auxilia na identificação do estado de 
overtraining é a determinação da concentração de IgA secretória, a qual é 
responsável pela resposta imune humoral da superfície de mucosas, sendo 
sua concentração altamente correlacionada com a resistência a determinação 
das viroses responsáveis pela ocorrência de ITRS. Mackinnon e Hopper (1994) 
verificaram uma redução significativa da concentração de IgA salivar em um 
grupo de nadadores de elite com overtraining quando comparados aos demais 
atletas da equipe que foram considerados bem treinados.
5.1 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃO 
DO OVERTRAINING
Para que a prevenção do overtraining ocorra, deve ser adotado um cuida-
doso controle do estresse promovido pelo treinamento, fato que destaca a impor-
tância de pesquisas científicas descreverem esses fatores estressores, fornecendo 
a base para a separação entre a fadiga de treinamento e a fadiga residual asso-
ciada ao overtraining. Nesse sentido, a metodologia dos testes deve ser capaz de 
distinguir o aumento de rendimento e o estado de overtraining, possibilitando, 
também, o planejamento de períodos de treinamento (McKENZIE, 1999). 
Os dados de cada atleta devem ser regularmente monitorados ressaltando 
a relevância dos treinadores, que devem estar conscientizados das causas e con-
sequências relacionadas ao estado de overtraining. Ainda, conforme mencionado 
anteriormente, a concentração de IgA salivar e glutamina plasmática e a avaliação 
do estado de humor, por meio de testes psicológicos, são formas de diagnóstico 
de overtraining (McKENZIE, 1999).
Cabe destacar o papel do nutricionista em relação à redução do risco de 
overtraining. A orientação nutricional tem um papel relevante no desempenho 
esportivo de atletas e indivíduos fisicamente ativos, o que reforça a necessidade 
da conscientização destes quanto às necessidades nutricionais (BISHOP et al., 
1999). Três fatores relevantes destacam-se na prevenção do overtraining:
• estrutura do programa de treinamento, que deve permitir 
recuperação adequada e prevenção de lesões e fadiga excessiva, 
decorrentes de níveis extremos de estresse no treinamento; 
• programa de testes científicos que consistem de parâmetros capazes 
de detectar o estado de overtraining;
32
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
• testes que permitam distinguir a fadiga normal associada 
com treinamento daquela associada com o overtraining. Cabe 
ressaltar que testes psicológicos parecem ser mais sensíveis às 
alterações no volume de treinamento, os quais podem representar 
um instrumento usual na identificação de atletas que estão 
desenvolvendo a síndrome do overtraining. Esse fato é relevante, 
pois se observa que o aumento do volume de treinamento mais 
comumente induz ao estado de overtraining quando comparado 
ao da intensidade (HIRSCHBRUCH, 2016, p. 389).
6 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA FUNÇÃO 
CARDIOVASCULAR
Para suprir a demanda metabólica do exercício físico, várias adaptações 
fisiológicas são necessárias referentes à função cardiovascular. 
No Quadro 3, podem-se observar as principais respostas cardiovasculares 
ao exercício físico agudo. Todavia, cabe destacar a importância das variáveis do 
exercício executado, como a intensidade, duração e massa muscular envolvida. 
QUADRO 3 – EFEITOS AGUDOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A FUNÇÃO CARDIOVASCULAR
FONTE: Brum et al. (2004, p. 22)
Considerando essas variáveis em relação ao tipo de exercício, esses são 
caracterizados em dois tipos principais: exercícios dinâmicos com contração 
muscular, seguida de movimento articular; e estáticos com contração muscular, 
sem movimento articular, os quais resultam em respostas cardiovasculares 
distintas (BRUM et al. 2004). 
Nos exercícios estáticos ocorre o aumento da frequência cardíaca, com 
manutenção ou pequena redução do volume sistólico e pequeno acréscimo do 
débito cardíaco. Também, observa-se aumento da resistência vascular periférica, 
podendo resultar em elevação exacerbada da pressão arterial. 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
33
Adaptações essas que ocorrem porque a contração muscular, mantida 
durante a contração isométrica, promove obstrução mecânica do fluxo sanguíneo 
muscular, fazendo com que os metabólitos produzidos durante a contração 
fiquem estagnados, ativando quimiorreceptores musculares e promovendo o 
aumento expressivo da atividade nervosa simpática (BRUM et al. 2004). 
FIGURA 7 – ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR AO EXERCÍCIO 
FÍSICO
FONTE: <https://bit.ly/3vLCjOS>. Acesso em: 10 maio 2021.
Nos exercícios dinâmicos, nos quais as contrações são seguidas de movi-
mentos articulares, não existe obstrução mecânica do fluxo sanguíneo. “Também 
se observa aumento da atividade nervosa simpática, desencadeado pela ativação 
do comando central, mecanorreceptores musculares e por metaborreceptores 
musculares” (FORJAZ; TINUCCI, 2000 apud BRUM, 2004. p. 22). 
Em resposta ao aumento da atividade simpática, observa-se aumento 
da frequência cardíaca, do volume sistólico e do débito cardíaco. Além da 
vasodilatação na musculatura que gera redução da resistência vascular periférica, 
fazendo com que, “dessa forma, durante os exercícios dinâmicos ocorra aumento 
da pressão arterial sistólica e manutenção ou redução da diastólica” (FORJAZ et 
al., 1998a apud BRUM, 2004. p. 22). 
Importante destacar que essas respostas são tanto maiores quanto maior 
for a intensidade do exercício, mas não se alteram com a duração do exercício, 
assim como, “quanto maior for a massa muscular exercitada de forma dinâmica, 
maior é o aumento da frequência cardíaca, mas menor é o aumento da pressão 
arterial” (FORJAZ; TINUCCI, 2000 apud BRUM, 2004. p. 22). 
34
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Embora as respostas cardiovasculares aos exercícios dinâmicos e 
estáticos sejam bem características, na prática diária, os exercícios 
executados apresentam componentes dinâmicos e estáticos, de 
modo que a resposta cardiovascular a esses exercícios depende 
da contribuição de cada um desses componentes. Nesse sentido, 
os exercícios resistidos ou exercícios de musculação (exercícios 
localizados contra resistências) possuem papel de destaque, pois 
quando executados em altas intensidades, apesar de serem feitos 
de forma dinâmica apresentam componente isométrico bastante 
elevado, fazendo com que a resposta cardiovascular durante sua 
execução assemelhe-se àquela observada com exercícios estáticos, 
ou seja, aumento da frequência cardíaca e, principalmente, aumento 
exacerbado da pressão arterial, que se amplia à medida que o exercício 
vai sendo repetido (BRUM, 2004, p. 22). 
A hipotensão pós-exercício caracteriza-se pela redução da pressão arterial 
durante o período de recuperação, o que ocasiona valores pressóricos observados pós-
exercícios inferiores aos medidos antes do exercício. Nesse sentido, para que a hipotensão 
pós-exercício tenha importância clínica, é necessário que ela tenha magnitude importante 
e perdure mais que 24 horas subsequentes à finalização do exercício. Ainda, um aspecto 
importante diz respeito às características do exercício (tipo, intensidade e duração) que 
podem promover maior queda pressórica após sua execução, sendo que quanto ao tipo 
de exercício, a hipotensão pós-exercício é demonstrada principalmente em resposta aos 
exercícios aeróbios (dinâmicos, cíclicos, com intensidade leve a moderada e longa duração) 
(BRUM et al., 2020).
ATENCAO
ADAPTAÇÕES CARDÍACAS FISIOLÓGICAS INDUZIDAS 
PELO EXERCÍCIO FÍSICO EM ATLETAS AMADORES: REVISÃO 
NARRATIVA
Laerte de Paiva Viana Filho 
João Pedro Costa Apolinário 
Júlia Oliveira do Carmo 
Laís Breguez 
Pascoal Lucas Pereira Figueiredo 
Luísa Lobo Sousa 
Milena Oliveira Moreira 
Wellington de Jesus Ferreira Junior
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
35
RESUMO
Objetivo: Compilar evidências científicas recentes sobreas adaptações 
fisiológicas que ocorrem no coração de atletas amadores. Revisão 
bibliográfica: A prática de exercícios físicos proporciona um aumento do 
trabalho cardíaco para suprir a demanda metabólica, o que pode provocar 
adaptações fisiológicas a depender de vários fatores, como o tipo de exercício 
realizado, sendo esse predominantemente de força, resistência ou misto. 
Com a popularização da prática de atividades físicas por pessoas que não 
dependem do esporte como fonte de renda, os atletas amadores, tornou- 
se significativo a análise de registros de adaptações cardíacas fisiológicas 
induzidas pelo exercício que podem ocorrer nesses indivíduos. Com isso, foi 
possível observar as principais adaptações em praticantes de exercícios de 
resistência, que incluem as adaptações morfológicas do coração, no sistema de 
condução do impulso elétrico, além de adaptações bioquímicas e funcionais 
do sistema cardiovascular. Já as induzidas pelos exercícios de força, incluem 
predominantemente as adaptações morfológicas e funcionais, enquanto as 
desenvolvidas pela prática de exercícios mistos incluem alterações funcionais, 
morfológicas e elétricas. Considerações finais: Percebe-se a necessidade de 
um maior monitoramento cardiológico em atletas amadores, tendo em vista o 
risco aumentado de complicações cardiovasculares nesses atletas.
FONTE: <https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/3999/2457>. Acesso em: 
10 maio 2021. 
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O corpo humano pode se apresentar em estado de repouso ou de exercício, e 
nas duas situações possuem mecanismos fisiológicos capazes de minimizar as 
alterações do meio interno, preservando a homeostasia. 
• Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser divididos em: agudos 
imediatos, agudos tardios e crônicos, sendo que os efeitos agudos, podem 
também ocorrer em associação direta à sessão de exercício.
• Existem diferentes formas de exercício físico, neste sentido, quando 
considerada a via metabólica predominante, temos os sistemas: anaeróbico 
alático; anaeróbico lático; aeróbico.
• Os hormônios são substâncias químicas secretadas dentro de fluidos corporais, 
em sua maioria por glândulas endócrinas, sendo divididos em dois tipos, os 
esteroides e polipeptídicos. Esteroides são produzidos, a partir do colesterol, 
pelo córtex adrenal e pelas gônadas e os peptídeos são derivados de aminoácidos 
em outras glândulas endócrinas. 
• Os tecidos alvos da ação hormonal podem ser próximos ou relativamente 
afetados em relação à glândula de secreção, podendo sua ação ser em um 
ou mais tecidos, como o hormônio insulina, que atua em diversos tecidos, 
apresentando potente efeito sobre o metabolismo em situações como o repouso 
e a prática de exercício físico. 
• A doença mais comum observada em atletas é uma branda infecção viral do 
trato respiratório (ITRS), que acomete somente atletas engajados em exercícios 
intensos e prolongados. 
• Uma dieta inadequada e repouso insuficiente são fatores importantes que 
colaboram para a ocorrência de ITRS, como resfriados e gripes.
• A associação de um programa exaustivo de treinamento somado a um 
insuficiente período de recuperação e consequente prejuízo da performance 
por longos períodos (diversas semanas ou meses) caracteriza a síndrome de 
overtraining. 
• Para suprir a demanda metabólica do exercício físico, várias adaptações 
fisiológicas são necessárias referentes à função cardiovascular, cabendo destacar 
a importância das variáveis do exercício executado, como a intensidade, 
duração e massa muscular envolvida. 
37
1 Os exercícios físicos podem ser classificados como agudos e crônicos, 
sendo que ainda se sistematizam em outras formas de classificação quando 
considerados: via metabólica predominante, ritmo, intensidade e mecânica 
muscular. Nesse sentido, descreva essas variáveis e suas características.
2 O corpo humano pode se apresentar em estado de repouso ou de exercício e 
nas duas situações possuem mecanismos fisiológicos capazes de minimizar 
as alterações do meio interno, preservando a homeostasia. As adaptações 
fisiológicas seguem diferentes mecanismos. Descreva-os
3 O corpo humano pode se apresentar em estado de repouso ou de exercício 
físico e, em ambas as situações, possui mecanismos fisiológicos capazes 
de minimizar as alterações do meio interno, preservando a homeostasia. 
Nesse sentido, os efeitos fisiológicos do exercício físico são divididos de três 
formas: agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Assinale a alternativa 
que corresponde às características dos efeitos crônicos:
a) ( ) Ocorrem nos períodos pré-imediato, e pós-imediato do exercício 
físico, caracterizados pelos aumentos de frequência cardíaca, venti-
lação e sudorese normalmente associados ao esforço.
b) ( ) Ocorrem nas primeiras 24 horas após uma sessão de exercício, 
identificados na pequena diminuição dos níveis tensionais e na 
elevação do número de receptores de insulina nas membranas das 
células musculares.
c) ( ) São adaptações que resultam de exposição esporádica às sessões de 
exercício.
d) ( ) São adaptações que resultam da exposição regular às sessões de 
exercício. Exemplo: hipertrofia muscular e o aumento do consumo 
máximo de oxigênio.
e) ( ) Ocorrem nas primeiras 24 horas após uma sessão de exercício, 
identificados na pequena diminuição dos níveis tensionais e na 
elevação do número de receptores de insulina nas membranas das 
células musculares. Como é o caso da hipertrofia muscular e aumento 
do consumo máximo de oxigênio.
3 Durante a realização de exercícios físicos mais intensos, ocorre uma maior 
utilização da glicose, fazendo com que a necessidade de glicose pelo tecido 
muscular cause no decorrer do tempo, uma redução da glicemia, podendo 
ser compensada pela liberação de glicose, principalmente a partir do fígado, 
processo esse chamado de: 
AUTOATIVIDADE
38
a) ( ) Gliconeogênese. 
b) ( ) Glicólise.
c) ( ) Betaoxidação.
d) ( ) Lipólise.
e) ( ) Glicogenólise.
4 Sou um polipeptídio liberado a partir da hipófise anterior e estimulo a sín-
tese proteica, tanto em jovens quanto em indivíduos mais velhos. Além dis-
so, represento um dos principais hormônios lipolíticos. Atuo estimulando 
a captação tecidual de aminoácidos, síntese proteica e crescimento de ossos 
longos. Também sou oposto à ação da insulina, uma vez que reduzo a uti-
lização de glicose plasmática, aumentando a síntese de glicose no fígado 
e elevando a mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo, buscando 
poupar a demanda tecidual por glicose plasmática. Quem sou eu?
a) ( ) Hormônio do crescimento (GH). 
b) ( ) Insulina.
c) ( ) Glucagon.
d) ( ) Adrenalina.
e) ( ) Cortisol.
39
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, seja bem-vindo ao nosso último tópico da primeira 
unidade, esperamos que esteja compreendendo esse mundo magnífico, que é a 
resposta do nosso organismo aos estímulos do exercício físico. 
Neste tópico, relembraremos alguns conceitos importantes na área da 
bioquímica para compreender como os sistemas de produção de energia atuam.
2 AS CÉLULAS
Vamos, então, para nossa estrutura básica, nossas células. As células 
possuem mecanismos de conversão de energia, e precisam da existência de 
uma substância com capacidade de acumular a energia oriunda das reações 
que libertam energia, sendo que essa mesma substância tem capacidade de 
ceder essa energia às reações que consomem energia. Substância essa conhe-
cida por ATP, ou adenosinatrifosfato, um composto químico lábil, que existe 
em todas as células, sendo uma combinação de adenina, ribose e três radicais 
fosfato (Figura 8). 
FIGURA 8 – ESTRUTURA QUÍMICA DA ADENOSINA TRIFOSFATO
FONTE: <https://bit.ly/3wQ3tp5>. Acesso em: 10 maio 2021.
40
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Tradicionalmente, o ATP é considerado a “moeda energética” do trabalho 
fisiológico, conforme mencionado, provém doalimento, que após consumido, é 
digerido, e a energia dele é extraída e conservada na molécula de ATP, que, ao 
sofrer a hidrolise (rompimento das ligações dos fosfatos terminais em meio aquo-
so), libera essa energia para que as reações químicas possam acontecer, como é o 
caso da contração muscular para a realização de atividades físicas, por exemplo.
O ATP é armazenado na célula em pequena quantidade, assim, para 
garantir a continuidade da oferta desse substrato, o organismo tem de equilibrar 
as taxas de utilização e síntese com a ação dos sistemas de fornecimento de 
energia, quando entra o mecanismo anaeróbio e aeróbio. 
Os dois últimos radicais fosfato estão ligados ao restante da molécula por 
meio de ligações de alta energia, liberando aproximadamente 11 kcal por mol 
de ATP, ao longo o exercício. Demonstrando que grande parte dos mecanismos 
celulares que necessitam de energia para funcionar, obtém-na via ATP.
Para que possam compreender de onde vem o ATP, ele é derivado pós-
digestão, quando os produtos finais dos alimentos são transportados até às células 
pela corrente sanguínea, oxidados e, assim, liberam a energia que será utilizada 
para formar ATP, mantendo um suprimento permanente dessa substância. A 
respiração celular transforma a energia química dos alimentos em uma forma 
química de armazenamento temporário (ATP). 
Nas fibras musculares, essa energia química armazenada transforma-
se em energia mecânica, com o deslize dos miofilamentos durante o ciclo 
contrátil, sendo, dessa forma, de suma importância nos exercícios de potência de 
intensidade máxima que duram até 30 s, quando o músculo faz uso das fontes de 
energia imediatas, designadas por fosfagênios, como adenosinatrifosfato (ATP) e 
a fosfocreatina (CP).
A principal função dos sistemas energéticos é formar o ATP, o qual será 
utilizado na contração muscular, pois o musculoesquelético não é capaz de utilizar 
diretamente a energia originada pela quebra dos grandes compostos energéticos 
provenientes da alimentação, como o carboidrato, os ácidos graxos e as proteinas. 
Pois, nas pontes transversas de miosina, há um único tipo de enzima, a ATPase, 
que hidrolisa ATP, para poderem ser utilizadas na contração muscular.
Todavia, cabe ressaltar que nem toda energia liberada pela hidrólise do 
ATP é usada na contração muscular, já que grande parte (cerca de 60 – 70%) é 
dissipada como calor, sendo utilizado, em sua maioria, no metabolismo com o 
objetivo de manter a temperatura corporal estável e não apenas garantir energia 
para a contração muscular. 
Nesse sentido, apesar de o ATP representar grande importância nos pro-
cessos de utilização de energia, não é o maior depósito de ligações fosfato de alta 
energia na fibra muscular, a CP também possui este tipo de ligações, tendo uma 
TÓPICO 3 — SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
41
concentração de quatro a cinco vezes maior que a do ATP, sendo possível aumen-
tar as suas concentrações musculares com a suplementação de creatina. As con-
centrações de ATP e CP no musculoesquelético de um indivíduo sedentário são, 
respectivamente, de seis e 28 mmol/Kg de músculo (TINOCO, 2002). Essas subs-
tancias representam o sistema ATP-CP (sistema alático) para geração de energia:
Quando a célula possui quantidade extra de ATP, grande parte da sua 
energia é utilizada para sintetizar CP, formando um reservatório de 
energia. Quando se começa a gastar o ATP na contração muscular, 
a energia da CP é rapidamente transferida de volta para o ATP 
(ressíntese do ATP) e deste para os sistemas funcionais da célula. 
Como a CP possui o maior nível energético proveniente da ligação 
fosfato de alta energia, a reação entre a CP e o ATP atinge um estado 
de equilíbrio, mais a favor do ATP. Sendo assim, o mínimo gasto de 
ATP pela fibra muscular utiliza a energia proveniente da CP para a 
síntese imediata de mais ATP. Enquanto existir CP disponível, este 
processo mantém a concentração do ATP a um nível quase constante, 
fato importante, já que a velocidade de grande parte das reações 
no organismo depende dos níveis deste composto. Nas atividades 
físicas, a contração muscular depende totalmente da constância das 
concentrações intracelulares do ATP, já que esta é a única molécula 
capaz de ser utilizada para a produção do deslize dos miofilamentos 
contráteis.O ATP se mantém a um nível constante nos primeiros 
segundos de uma intensa atividade muscular como o sprint, enquanto 
ocorre um declínio das concentrações de CP à medida que este vai se 
degradando rapidamente para a ressíntese do ATP gasto. Na exaustão, 
os níveis de ATP e CP são muito baixos, tornando-os incapazes de 
fornecer energia para assegurar posteriores contrações e relaxamentos 
das fibras esqueléticas ativas. Por este motivo, é limitada no tempo 
a capacidade de se manter os níveis de ATP ao longo do exercício 
de alta intensidade à custa da energia obtida da CP. Vários autores, 
afirmam que as reservas de ATP e CP apenas suprem as necessidades 
energéticas musculares durante sprints de intensidade máxima até 15s 
(TINOCO, 2002, p. 54). 
FIGURA 9 – SISTEMA ANAERÓBIO ALÁTICO
FONTE: <https://bit.ly/3cYYBGr>. Acesso em: 10 maio 2021.
42
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Além do sistema ATP-CP, utilizado predominantemente em exercícios de 
curtíssima duração, tem-se o sistema da glicólise (Sistema Anaeróbio Láctico). 
A glicólise, ou sistema anaeróbio láctico, abrange uma via metabólica 
utilizada por todas as células do nosso organismo, de onde se extrai parte da 
energia existente na molécula da glicose e se originam duas moléculas de lactato, 
sem consumo de oxigênio molecular, fermentação anaeróbica, em que são gerados 
dois moles de ATP por cada mol de glicose. 
No caso das células que possuem mitocôndrias, a glicólise pode ocorrer 
na presença de oxigênio molecular, desde que o piruvato não seja reduzido a lac-
tato. O piruvato, então, entra na mitocôndria sendo oxidado a dióxido de carbono 
e água, produzindo aproximadamente 38 moles de ATP para cada mol de glicose 
oxidada (TINOCO, 2002).
FIGURA 10 - SISTEMA ANAERÓBIO LÁTICO
FONTE: <https://bit.ly/35EWIdZ>. Acesso em: 10 maio 2021.
O processo da glicólise ocorre em três etapas distintas.
Etapa 1: através da ação da enzima hexocinase, a glicose é fosforilada 
e a glicose-6-fosfato (G6P), produzida no citosol. Essa é uma reação 
irreversível. Quando o fígado precisa fornecer glicose para outros 
tecidos, a G6P sofre a ação da enzima glicose-6-fosfatase, que catalisa a 
reação reversa da catalisada pela hexocinase. Em seguida, por meio da 
enzima fosfoglicose isomerase, a G6P é transformada no seu isômero 
frutose-6-fostato ou F6P, recebendo mais um grupamento fosfato, 
sendo transformada no composto frutose-1,6-bisfosfato, outra reação 
irreversível, catalisada pela fosfofruto-cinase, uma enzima alostérica.
Etapa 2: a frutose-1,6-bisfosfato dá origem a uma molécula de di-
idroxiacetona fosfato e uma molécula de gliceraldeído-3-fosfato (GAP) 
pela ação da aldolase. A di-idroxiacetona fosfato sofre ação da triose 
fosfato isomerase e é convertida em gliceraldeído-3-fosfato.
TÓPICO 3 — SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
43
Etapa 3: a enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase age sobre o 
GAP produzindo o 1,3-bisfosfoglicerato, tendo o NAD (Nicotinamida 
adenina di-nucleotídeo) como coenzima. O composto 1,3-bisfosfogli-
cerato possui alto potencial energético permitindo a produção de ATP 
na reação seguinte, tendo como catalisadora a enzima fosfoglicerato 
cinase. A outra reação que sintetiza ATP transforma fosfoenolpiruvato 
em piruvato pela ação da piruvato cinase, sendo uma reação também 
irreversível (GLICÓLISE [...], 2021, s.p.).
Resumindo as condições que requerem desse sistema, podem-se citar os 
esforços de alta intensidade com duração entre 30 s e 1 min como uma corrida 
de 400 m, os quais recorrem a um sistema energético caracterizado por uma 
grande produção e acumulação de ácido láctico, por isso, as modalidades que 
requerem esse tipode esforço são habitualmente chamadas de lácticas, já que a 
produção de energia no músculo é proveniente do rápido desdobramento dos 
hidratos de carbono armazenados como glicogênio, em ácido lático, se tratando 
de um processo anaeróbio que ocorre no citosol das fibras esqueléticas, em que 
a molécula da glicose é degradada anaerobicamente a ácido pirúrvico ou láctico, 
sendo muito ativo no musculoesquelético. 
Em atletas de elite, observam-se as maiores concentrações sanguíneas 
de lactato, em especialistas de 400-800m, tais atletas procuram aumentar a sua 
potência láctica devido a maior produção de energia daí resultante, já que quanto 
mais ácido láctico for formado, naturalmente, maior formação de ATP será obtido 
por esta via. Dessa forma, a produção do ácido láctico acaba sendo um mal menor 
e inevitável ao se recorrer a este sistema energético.
Destaca-se que os músculos dos velocistas particularmente possuem 
grande atividade glicolítica, por possuírem um grande percentual de fibras do 
tipo II (de contração rápida). Sabe-se que a glicólise é a principal fonte de energia 
nas fibras tipo II durante o exercício intenso. Por fim, veremos que: 
A produção de ATP através do metabolismo aeróbio (sistema 
oxidativo), pela quebra da glicose, o qual divide-se em três etapas:
1ª etapa: glicólise – ocorre no citoplasma, gerando 2 ATPs + 2 piruvato 
+ 2 NADH, com oxigênio suficiente. O ácido pirúvico entra na segunda 
etapa (Ciclo de Krebs).
2ª etapa: ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico – ocorre na matriz 
mitocondrial, onde o ácido pirúvico é convertido em acetil-CoA, o 
qual é fracionado, formando 2 ATPs + 8 NADH + 2 FADH2, sendo os 
dois últimos direcionados para a última etapa (Cadeia Respiratória).
3ª etapa: cadeia respiratória – ocorre na crista mitocondrial. Os 8 
NADH e os 2 FADH2 liberam seus elétrons (H+) ricos em energia, 
produzindo 3 ATPs por cada NADH e 2 ATPs por cada FADH2. 
Os elétrons liberados originam 30 ATPs provenientes do NADH, 
sendo 2 da cadeia respiratória e 8 do ciclo de Krebs (10 NADH 
x 3) e somados a 4 ATPs provenientes do FADH2, sendo 2 da cadeia 
respiratória x 2, obtém-se 34 ATPs (GLICÓLISE [...], 2021, s.p.).
Assim, a degradação total de uma molécula de glicose, produz 38 ATPs, 
sendo duas de glicólise, duas do ciclo de Krebs e 34 da cadeia respiratória. Nes-
se sentido, estudos apontam que esforços contínuos que duram entre 1 e 2 min, 
44
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
do ponto de vista energético, são supridos tanto pelos sistemas anaeróbio (fosfa-
gênios e glicólise) e aeróbio, significando que a produção de aproximadamente 
metade do ATP ocorre fora da mitocôndria e a outra parte no seu interior. Em 
exercícios que duram mais que dois minutos, a produção de ATP é fornecida 
maioritariamente pela mitocôndria, por serem esforços conhecidos como oxidati-
vos ou aeróbios (Figura 11 e Quadro 4) (TINOCO, 2002).
FIGURA 11 – SISTEMAS DE ENERGIA E SUA PREDOMINÂNCIA
FONTE: Lamp (2016, p. 13)
QUADRO 4 – RESUMO DOS SISTEMAS GERADORES DE ENERGIA
Característica ATP - CP Ácido Lático Aeróbico
Combustível 
utilizado
Fosfato de alta 
energia carboidratos
carboidratos, 
gorduras e proteínas
Localização Sarcoplasma Sarcoplasma Mitocôndria
Fadiga devido 
à... depleção de fosfato acúmulo de lactato
depleção de 
glicogênio
Capacidade:
Homem 
Mulher
muito limitada
8 - 10 Kcal 
5 - 7 Kcal
limitada
12 - 15 Kcal 
8 - 10 Kcal
sem limite
>90.000 Kcal 
>115.000 Kcal
Força: 
 
Homem 
Mulher
muito alta 
 
36-40 Kcal/min 
26-30 Kcal/min
alto/moderada
16-20 Kcal/min 
12-15 Kcal/min
moderada/baixa
12-15 Kcal/min 
9-12 Kcal/min
Intensidade: 
% máximo
muito alta 
> 95% F. C. M.
alta/moderada 
85%-95 F. C. M.
moderada /baixa 
<85% F. C. M.
TÓPICO 3 — SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
45
Tempo para 
fadiga
muito curto: 
de 1- 15 seg.
curto/médio: 
de 45 - 90 segs.
médio/longo: 
de 3-5 min.
Atividades: 
 
corrida 
natação 
ciclismo 
remo
 
 
<100 m 
< 25 m 
<175 m 
< 50 m
400-800 m 
100-200 m 
750-1500 m 
250-500 m
>1500 m 
> 400 m 
>3000 m 
>1000 m
FONTE: <http://www.cdof.com.br/nutri2.htm>. Acesso em: 25 mar. 2013.
Dos grupos de compostos energéticos adquiridos pela alimentação 
(carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos), somente os carboidratos podem ser utilizados 
para a produção rápida de energia sem recorrer à utilização de oxigênio (glicólise), o que 
ocorre durante as atividades de máxima intensidade com duração de 30 segundos a 1 
minuto. Importante destacar que a oxidação permite a continuação do catabolismo da 
glicose a partir do piruvato, bem como dos ácidos graxos e dos aminoácidos, diferente da 
glicólise, que utiliza exclusivamente glicose.
IMPORTANT
E
Para finalizar essa abordagem dos sistemas geradores de energia, é 
importante destacar que grande parte das atividades diárias é suprida pelo 
metabolismo aeróbio, sendo a maior parte do gasto energético muscular 
proveniente da oxidação mitocondrial dos ácidos graxos livres (AGL). Embora 
a produção energética seja assegurada em 40% pelos carboidratos e em 60% 
pelos lipídeos em repouso. O cérebro é o maior consumidor de carboidratos do 
organismo, situação em que os AGL asseguram quase totalmente as necessidades 
energéticas musculares (HIRSCHBRUCH, 2016).
3 METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES
A síntese e a degradação do glicogênio (glicogênese e glicogenólise) 
acontecem em momentos distintos: no período pós-prandial e em repouso, há 
a ação da insulina, e podemos utilizar a glicose proveniente dos alimentos para 
armazenar em forma glicogênio (hepático e muscular). Por sua vez, em períodos 
de jejum, hipoglicemia e de pratica de exercícios físicos, os hormônios glucagon 
e/ou epinefrina estão em ação no fígado e no músculo, respectivamente, e 
necessitamos mobilizar os estoques de glicogênio para disponibilizar moléculas 
de glicose para suprir as necessidades (HIRSCHBRUCH, 2016).
46
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Durante os exercícios físicos, a glicose mobilizada da molécula de 
glicogênio muscular pode ser oxidada de forma aeróbia ou anaeróbia, dependendo 
do aporte de oxigênio, ou seja, depende do tipo e da intensidade da atividade 
realizada, conforme discutido anteriormente.
Nossa musculatura esquelética, não é capaz de estocar glicogênio 
suficiente para sustentar exercícios físicos muito longos, assim, ao começarem 
a esgotar os estoques de glicogênio muscular, uma outra reserva energética 
começa a ser mobilizada durante a pratica de exercícios físicos: os ácidos graxos, 
estocados na forma de triacilglicerol no tecido adiposo. A oxidação dos ácidos 
graxos (beta-oxidação) ocorre nas mitocôndrias, fazendo com que esses só possam 
ser utilizados como fontes de energia em situação aeróbia, ou seja, na presença de 
oxigênio (TINOCO, 2002). 
Durante a pratica de exercício físico, nosso organismo utiliza de diferentes 
formas para captar energia e manter a contração muscular, concomitantemente, 
outras funções fisiológicas permanecem acontecendo. Destaca-se também, que 
nosso organismo trabalha com “mecanismos de redundância”, ou seja, diferentes 
formas de obter resultados semelhantes, para que, caso houver alguma falha no 
processo, exista outro sistema compensatório, como ocorre com nossos sistemas 
energéticos, onde os ATPs, a fosfocreatina (sistema ATP-CP), os estoques 
de glicogênio e triacilglicerol, conseguem realizar alguns desses processos 
independentemente da presença de oxigênio.
As reações acontecem de uma forma dinâmica, todavia, como exemplo 
ilustrativo, e como uma sequência lógica de eventos, podemos pensar na 
contribuição das diferentes fontes energéticas no decorrer dos exercícios físicos 
da maneira como está ilustrado no Gráfico 1. 
GRÁFICO 1 – VALORES RELATIVOS DA CINÉTICA DE CONSUMO DE GLICOSE E DE ÁCIDOS 
GRAXOS PELO MÚSCULO ESQUELÉTICO DURANTE CONTRAÇÕES
FONTE: <https://www.scielo.br/img/revistas/abem/v55n5/a02fig4.jpg>. Acesso em: 10 maio 
2021.
TÓPICO 3 — SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
47
LEITURA COMPLEMENTARCONTRAÇÃO MUSCULAR
Portal da Educação
A especialidade do musculoesquelético é a transformação de energia 
química em energia mecânica, sendo este órgão desenvolvido para otimizar esta 
função usando um conjunto de proteínas relacionadas com o movimento.
O musculoesquelético é formado por células alongadas, multinucleadas 
conhecidas por fibras musculares. Nessas fibras existem actina e miosina, 
proteínas contráteis que formam os filamentos finos e grossos respectivamente, 
dispostos paralelamente nas miofibrilas das fibras. As miofibrilas também 
estão arranjadas paralelamente, apresentando um padrão de bandas escuras 
e claras dispostas em série, o que dá a característica de estrias às fibras desses 
músculos. Esta aparência estriada se deve à birrefringência diferente das 
proteínas contrateis.
A banda clara é conhecida por banda-I, devido à isotropia (I) da região da 
miofibrila dada pelos filamentos finos, já a banda-A, é assim conhecida por sua 
anisotropia(A), formada por filamentos grossos intercalados aos finos. Denomina-
se sarcômero a unidade contrátil, e seus limites laterais são dados pelos discos 
Z, formados por alfa-Actinina, onde os filamentos finos, a Tinina e a Nebulina 
se prendem. O sarcômero é delimitado por duas linhas Z, separadas por duas 
banda-I e uma banda-A.
FIGURA – CONTRAÇÃO MUSCULAR
FONTE: <https://bit.ly/3wNSDjh>. Acesso em: 10 maio 2021.
48
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
O fornecimento direto de energia utilizada na contração muscular é de 
responsabilidade do ATP. Na presença de ATP, as Miofibrilas isoladas podem ser 
contraídas e durante a contração a banda I diminui de comprimento enquanto a 
banda A o mantém. As bandas Z então se aproximam e assim, os sarcômeros se 
encurtam.
Quando falta ATP, a miosina e a actina continuam ligadas. Já quando 
existe ATP ocorre hidrólise de sua molécula liberando energia que será utilizada 
para movimentar a junção miosina/actina. Isso sugere que a contração muscular 
ocorra por meio do deslizamento de dois filamentos um sobre o outro, sem alterar 
suas estruturas, composição química ou comprimento.
Na contração muscular isotônica o comprimento do sarcômero diminui, 
e os filamentos se encontram no centro da banda H, ponto em que se obser-
va tensão máxima e os filamentos não tem como deslizar mais, atingindo uma 
situação isométrica. Já com relação à contração isométrica, onde não ocorre a 
diminuição do comprimento do músculo, a energia que o ATP libera não pode 
ser transformada em trabalho por conta da incapacidade de deslizar mais os fila-
mentos sobre os outros e ocorre produção somente de calor mas de trabalho não.
Assim, podemos definir a contração como a ativação das fibras musculares 
com a tendência destas se encurtarem. Ocorre com o aumento do cálcio citosólico, 
que dispara diversos eventos moleculares, que causam a interação entre miosina 
e actina, fazendo com que essa última, deslize sobre os filamentos, grosso e os 
sarcômeros encurtem-se em série.
FONTE: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/nutricao/contracao-
muscular/39419>. Acesso em: 10 maio 2021.
49
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As células possuem mecanismos de conversão de energia, e precisam da 
existência de uma substância que tem capacidade de acumular a energia 
oriunda das reações que libertam energia, substância essa conhecida por ATP, 
ou adenosina trifosfato, um composto químico lábil, que existe em todas as 
células, sendo uma combinação de adenina, ribose e três radicais fosfato.
• O ATP é derivado pós-digestão, quando os produtos finais dos alimentos 
são transportados até às células pela corrente sanguínea, oxidados e assim, 
liberam energia que será utilizada para formar ATP, mantendo assim um 
suprimento permanente dessa substância. A respiração celular transforma 
a energia química dos alimentos em uma forma química de armazenamento 
temporário (ATP). 
• A principal função dos sistemas energéticos é formar o ATP, o qual será 
utilizado na contração muscular, pois o musculoesquelético não é capaz de 
utilizar diretamente a energia originada pela quebra dos grandes compostos 
energéticos provenientes da alimentação, como o carboidrato, os ácidos graxos 
e as proteinas. 
• A produção de ATP através do metabolismo aeróbio ocorre pela quebra da 
glicose, a qual divide-se em três etapas: glicólise; ciclo de Krebs ou ciclo do 
ácido cítrico; cadeia respiratória.
• Dos grupos de compostos energéticos adquiridos pela alimentação 
(carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos), somente os carboidratos podem 
ser utilizados para a produção rápida de energia sem recorrer à utilização de 
oxigênio (glicólise).
• A oxidação permite a continuação do catabolismo da glicose a partir do 
piruvato, bem como dos ácidos graxos e dos aminoácidos, diferente da glicólise, 
que utiliza exclusivamente glicose.
50
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
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CHAMADA
• Durante os exercícios físicos, a glicose mobilizada da molécula de glicogênio 
muscular pode ser oxidada de forma aeróbia ou anaeróbia, dependendo do 
aporte de oxigênio, ou seja, depende do tipo e da intensidade da atividade 
realizada, conforme discutido anteriormente.
51
1 Durante a pratica de exercício físico, nosso organismo utiliza de diferentes 
formas para manter a contração muscular, concomitantemente, outras 
funções fisiológicas permanecem acontecendo. Destaca-se também, que 
nosso organismo trabalha com “mecanismos de redundância”, ou seja, 
diferentes formas de obter resultados semelhantes, para que, caso houver 
alguma falha no processo, exista outro sistema compensatório, como ocorre 
com nossos sistemas. Descreva a principal função dos sistemas energéticos.
2 A síntese e a degradação do glicogênio acontecem em momentos distintos, 
no período pós-prandial e em repouso, há a ação da insulina, e podemos 
utilizar a glicose proveniente dos alimentos para armazenar em forma 
glicogênio. Em períodos de jejum, hipoglicemia e de prática de exercícios 
físicos, os hormônios glucagon e/ou epinefrina estão em ação no fígado 
e no músculo, respectivamente, e necessitamos mobilizar os estoques 
de glicogênio para disponibilizar moléculas de glicose para suprir as 
necessidades. Ainda, durante os exercícios físicos, a glicose mobilizada da 
molécula de glicogênio muscular pode ser oxidada de forma aeróbia ou 
anaeróbia, dependendo do aporte de oxigênio, ou seja, depende do tipo e 
da intensidade da atividade realizada. Descreva o que ocorre no momento 
em que os estoques de glicogênio se esgotam.
3 Quando a célula possui quantidade extra de ATP, grande parte da sua 
energia é utilizada para sintetizar CP, formando um reservatório de energia. 
Quando se começa a gastar o ATP na contração muscular, a energia da 
CP é rapidamente transferida de volta para o ATP (ressíntese do ATP) e 
deste para os sistemas funcionais da célula. Como a CP possui o maior 
nível energético proveniente da ligação fosfato de alta energia, a reação 
entre a CP e o ATP atinge um estado de equilíbrio, mais a favor do ATP. 
Sendo assim, o mínimo gasto de ATP pela fibra muscular utiliza a energia 
proveniente da CP para a síntese imediata de mais ATP. Nas atividades 
físicas, a contração muscular depende totalmente da constância das 
concentrações intracelulares do ATP, já que esta é a única molécula capaz 
de ser utilizada para a produção do deslize dos miofilamentos contráteis. 
Qual é esse sitema de geração de energia e qual o tempo dos exercícios que 
utilizam desse mecanismo?
a) ( ) Sistema alático – duração de 1 a 15 segundos.
b) ( ) Sistema alático – duração de 1 a 30 segundos.
c) ( ) Sistema oxidativo – mais que 30 segundos.
d) ( ) Sistema lático – duração de 1 a 15 segundos.
e) ( ) Nenhuma das alternativas está correta.
AUTOATIVIDADE52
4 O sistema anaeróbio lático abrange uma via metabólica utilizada por todas 
as células do nosso organismo, de onde se extrai parte da energia existente 
na molécula da glicose e se originam duas moléculas de lactato, sem 
consumo de oxigênio molecular, fermentação anaeróbica, onde são gerados 
dois moles de ATP por cada mol de glicose. Qual processo corresponde à 
esse sistema?
a) ( ) Proteólise.
b) ( ) Glicólise.
c) ( ) Lipólise.
d) ( ) Fermentação aeróbica.
e) ( ) Glicogenólise.
5 A produção de ATP através do metabolismo aeróbio (sistema oxidativo), 
ocorre por meio de três etapas. Assinale a opção CORRETA, considerando 
a ordem correta das etapas.
a) ( ) Glicólise; ciclo de krebs e cadeia respiratória.
b) ( ) Cadeia respiratória; ciclo do ácido cítrico e glicólise.
c) ( ) Ciclo de krebs; glicólise e ciclo do ácido cítrico.
d) ( ) Glicogenólise; lipólise e betaoxidação.
e) ( ) Glicólise, ciclo de krebs, fermentação anaeróbica.
53
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56
57
UNIDADE 2 — 
COMPOSIÇÃO CORPORAL E 
NECESSIDADES NUTRICIONAIS 
NO ESPORTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reconhecer os diferentesprocedimentos que podem ser utilizados para 
avaliação da composição corporal, bem como os resultados deve ser 
interpretado e analisado;
•	 identificar	 a	 importância	 dos	 macronutrientes	 no	 metabolismo	 dos	
esportistas e atletas;
•	 verificar	 os	 cálculos	 e	 diretrizes	 para	 recomendação	 do	 consumo	 de	
energia e de macronutrientes aos esportistas e atletas; 
•	 descrever	os	benefícios	da	hidratação	antes,	durante	e	após	a	prática	do	
exercício	físico,	considerando	as	variáveis	de	cada	modalidade	esportiva,	
fisiologia	do	atleta	e	condições	ambientais,	compreendendo	a	importância	
da	orientação	do	fluido	e	eletrólito	compatível	ao	esportista/atleta;
•	 identificar	nos	fluidos	disponíveis	no	mercado,	quais	podem	ser	utiliza-
dos	pelos	esportistas/atletas,	bem	como,	qual	momento	e	a	quantidade	
que	 deve	 ser	 consumido,	 refletindo	 sobre	 o	 conteúdo	 energético	 e	 de	
eletrólitos dessa bebida, conhecida como suplementos hidroeletrolíticos 
para atletas.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO 1 – COMPOSIÇÃO CORPORAL
TÓPICO	2	–	NECESSIDADES	NUTRICIONAIS	NO	ESPORTE
TÓPICO	3	–	HIDRATAÇÃO	NO	ESPORTE
58
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
59
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Para falarmos de composição corporal, precisamos, inicialmente, 
relembrar	 o	 que	 é	 a	 antropometria.	A	 palavra	 antropometria	 tem	 sua	 origem	
do grego: anthropo,	 que	 significa	 homem,	 e	metron,	 medida,	 ou	 seja,	 medidas	
físicas	de	um	 indivíduo	 relacionadas	a	um	padrão	que	 reflete	o	 crescimento	e	
desenvolvimento, compondo a avaliação nutricional (ROSSI, 2005).
Com esses dados, conseguimos estudar a composição corporal humana e 
seus diversos constituintes, como a massa corporal total, expressa por percentuais 
de gordura e massa magra (COSTA, 2001). 
Nesse	sentido,	o	estudo	da	composição	corporal	se	faz	de	suma	impor-
tância	na	avaliação	de	indivíduos	saudáveis,	doentes,	praticantes	de	exercício	
físico e atletas de alto nível, possibilitando o entendimento de processos relacio-
nados	com	a	mortalidade	e	morbidade,	como	no	caso	da	obesidade,	alterações	
no processo de crescimento e desenvolvimento, aptidão física, treinamento e 
desempenho	esportivos	(ROSSI;	CARUSO;	GALANTE,	2015).
TÓPICO 1 — 
COMPOSIÇÃO CORPORAL
2 VARIÁVEIS APLICADAS NA AVALIAÇÃO DA 
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Segundo	Guedes	e	Guedes	(1998),	as	informações	referentes	à	composição	
corporal ganham destaque nos programas de controle da massa corporal que 
exigem acompanhamento criterioso quanto ao aconselhamento nutricional 
e	 a	 prescrição	 de	 exercícios	 físicos.	 Devem	 ser	 considerados	 os	 principais	
componentes	de	variações	na	composição	corporal	como	os	ossos,	os	músculos	e	
a	gordura	(ROSSI;	CARUSO;	GALANTE,	2015).	
É possível dividir a massa corporal em massas gorda e magra, quando, de 
maneira	geral,	pode-se	adotar	como	média	que	o	tecido	adiposo,	em	indivíduos	
saudáveis	dos	gêneros	masculino	e	feminino,	represente	aproximadamente	15	e	
23%	da	massa	corporal	total,	respectivamente,	e	o	restante	é	considerado	massa	
magra	(MM)	–	75	a	85%.	
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
60
Para	 verificação	 da	 composição	 corporal,	 tem-se	 os	 métodos	 diretos,	
indiretos	 e	 duplamente	 indiretos	 (Figura	 1).	 Os	 métodos	 indiretos	 também	
referenciados como “padrão-ouro” utilizam equipamentos complexos, como 
tomografia	 computadorizada	 (TC),	 densitometria	 óssea	 (DEXA	 –	 dual-energy 
X-ray absorptiometry),	ultrassonografia,	tanque	de	pesagem	hidrostática;	todavia,	
embora	sejam	aceitos	e	válidos,	apresentam	em	comum	as	seguintes	limitações	
para	estudos	de	campo:	gastam	muito	tempo	para	uma	única	determinação,	os	
equipamentos	são	de	alto	custo	ou	há	necessidade	de	 laboratório	de	pesquisa,	
além	disso,	precisam	de	pessoal	técnico	especializado	para	os	procedimentos	e	
geralmente exigem alto grau de participação do indivíduo. 
FIGURA 1 – METODOLOGIAS DE ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 160)
Nesse	 sentido,	 os	 métodos	 duplamente	 indiretos	 são	 considerados	
como os de primeira opção, representando facilidade e rapidez na coleta, não 
invasibilidade,	 facilidade	de	 interpretação,	pequenas	restrições	culturais,	baixo	
grau	 de	 colaboração	 do	 avaliado,	 reprodutibilidade,	 sistemática	 de	 análise	 da	
composição	corporal	e	condições	pré-avaliatórias	simples,	entre	outras	vantagens.	
Esse	método	exige	um	avaliador	treinado	e	experiente,	escolha	de	equipamento	e	
de protocolos adequados para obtenção e discussão dos resultados. 
Suas	 técnicas	 consistem	 basicamente	 em	 realizar	 as	 mensurações	 de	
dobras	cutâneas,	perímetros	e	diâmetros	ósseos,	em	vários	segmentos	amostrais.	
Esse	princípio	baseia-se	no	pressuposto	de	que,	em	adultos	saudáveis,	metade	a	
1/3	da	gordura	corporal	é	subcutânea	e	apresenta	boa	relação	entre	gordura	na	
área	subcutânea	e	densidade	corporal	(CYRINO	et al., 2003).
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
61
2.1 DOBRAS CUTÂNEAS
A	obtenção	das	dobras	cutâneas	(DC)	é	uma	das	medidas	antropométricas	
mais	 comumente	 utilizada	 nas	 estimativas	 de	 parâmetros	 da	 composição	
corporal	e,	como	procedimento	de	estudo,	está	alicerçada	na	observação	de	que	
grande	quantidade	de	gordura	corporal	total	se	encontra	no	tecido	subcutâneo.	
Dessa	maneira,	medidas	quanto	à	 sua	 espessura	 serviriam	como	 indicador	da	
quantidade	 de	 gordura	 localizada	 naquela	 região	 do	 corpo.	Normalmente,	 as	
medidas	de	bíceps	 e	 tríceps	 já	 são	 suficientes	 como	medidas	preestabelecidas,	
porém	já	foram	relatados	mais	de	93	locais	anatômicos	para	a	realização	de	dobras	
cutâneas	(GUEDES;	GUEDES,	2002).	
As	dobras	mais	referenciadas	na	literatura	e	que	compõem	a	maioria	das	
equações	 antropométricas	 preditivas	 para	 determinação	 da	 gordura	 corporal	
são:	tríceps,	bíceps,	subescapular,	abdominal,	axilar	média,	peitoral,	supra	ilíaca,	
coxa	e	panturrilha	(COSTA,	2001).	As	considerações	gerais	para	a	realização	de	
medidas de dobras estão no Quadro 1. 
Medir sempre o hemicorpo direito,	a	menos	que	haja	uma	recomendação	
específica	(lado	não	dominante),	estando	o	avaliado	em	uma	posição	cômoda	e	
com	a	musculatura	relaxada.	Ao	medir,	é	 imprescindível	a	determinação	exata	
do	ponto	 anatômico,	 de	 preferência	 conforme	 a	 padronização,	 além	de	 seguir	
o	 procedimento	 técnico	 adequado,	 minimizando	 as	 diferenças	 inter	 e	 intra-
avaliadores. Segue passo a passo:
Separar	 o	 tecido	 adiposo	 subcutâneo	do	 tecido	muscular	 e	 estruturas	
mais	profundas,	por	meio	dos	dedos	polegar	e	indicador	da	mão	esquerda.	Des-
tacar	a	DC	colocando	o	polegar	e	o	dedo	indicador,	separados	por,	aproxima-
damente,	8	cm	entre	si,	sobre	uma	linha	perpendicular	ao	eixo	que	acompanha	
a dobra da pele. 
Quanto	 mais	 espesso	 for	 o	 tecido	 subcutâneo,	 maior	 deverá	 ser	 a	
distância	 entre	 o	 polegar	 e	 o	 dedo	 indicador	 para	 destacar	 a	 dobra.	Ajustar	
as	extremidades	do	equipamento	cerca	de	1	cm	do	ponto	anatômico.	Elevar	a	
dobra	cutânea	por	volta	de	1	cm	acima	do	ponto	de	medida	e	mantê-la	elevada	
enquanto faz a medida (Figura 3).
Ao	 finalizar,	 soltar	 a	 pressão	 das	 hastes	 do	 compasso	 lentamente	 e	
aguardar de dois a quatro segundos para fazer a leitura, dependendo do 
plicômetro/adipômetro	e	da	habilidade	do	avaliador.	Realizar	 três	medidas	de	
cada	dobra	alternadas,	tirar	a	média	ou	considerar	o	valor	intermediário.	Abrir	o	
compasso	lentamente	e	liberar	a	DC,	evitando	“beliscar”	o	avaliado.
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
62
QUADRO 1 – ORIENTAÇÃO PARA MEDIDAS DAS DOBRAS CUTÂNEAS
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
63
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 164)
FIGURA 2 – LOCAIS DE PADRONIZAÇÃOPARA MEDIÇÃO DAS DOBRAS CUTÂNEAS
Legenda: A. Tríceps; B. Bíceps; C. Subescapular; D. Abdominal; E. Axilar média; F. Peitoral 
feminino; G. Peitoral masculino; H. Suprailíaca; I. Coxa; J. Panturrilha.
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 163)
Para	medir	as	dobras	cutâneas,	é	utilizado	um	equipamento	específico,	
que	recebe	diversas	designações:	compasso de dobras cutâneas, espessímetro, 
plicômetro ou adipômetro. Esse equipamento tem como aplicação a medição 
da espessura do tecido adiposo em determinados pontos da superfície corporal, 
conforme descritos anteriormente (Figura 3). 
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
64
FIGURA 3 – DIFERENTES PLICÔMETROS ENCONTRADOS NO MERCADO 
Legenda: A. Digital Fat Track Pro; B. Lange; C. Body Caliper; D. Sanny clínico; E. Sanny científico; 
F. Cescorf clínica; G. Cescorf científico.
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 169)
2.2 CIRCUNFERÊNCIA OU PERÍMETRO
As	 medidas	 são	 feitas	 com	 auxílio	 de	 fita	 métrica	 flexível,	 porém	
não	elástica,	 com	precisão	de	1	mm	 (Quadro	2).	Essa	fita	métrica	deve	 ter,	de	
preferência,	 somente	 uma	marcação	 numérica	 do	 lado	 destinado	 à	 leitura	 e	 7	
mm	de	largura.	No	Quadro	2	estão	relacionadas	as	medidas	de	circunferências	
mais	utilizadas	na	prática	nutricional.	Para	realização	das	medidas	corporais	são	
considerados os seguintes tópicos:
O	plano	da	fita	deve	estar	adjacente	à	pele,	e	suas	bordas,	perpendiculares	
em relação ao eixo do segmento que se quer medir (com exceção da medida do 
perímetro	da	cabeça	e	do	pescoço).	Medir	o	perímetro	em	sua	extensão	máxima,	
com	o	zero	da	fita	estando	por	baixo	do	valor	da	leitura.	Realizar	as	mensurações	
exercendo	 leve	pressão	 sobre	a	pele,	 evitar	 apertar	 excessivamente	a	fita.	Para	
manter	 constante	 a	 pressão	 exercida	 sobre	 a	 pele,	 é	 interessante	 prender	 um	
elástico	na	extremidade	do	instrumento;	durante	a	realização	da	medida,	procurar	
mantê-lo	estendido.	Não	deixar	o	dedo	entre	a	fita	e	a	pele	e,	sempre	que	possível,	
medir	sobre	a	pele	nua.	Nos	casos	das	mensurações	das	circunferências	de	tronco,	
cintura	e	abdome,	realizar	a	leitura	na	fase	final	da	expiração	normal.	
Mas	 em	 que	 as	 medidas	 de	 circunferência	 podem	 auxiliar-nos?	 Elas	
podem contribuir com os estudos de crescimento em crianças, fornecer índices 
de estado nutricional e níveis de gordura (estimativas indiretas), assim como, 
facilitar	estudos	de	composição	corporal	de	indivíduos	jovens,	idosos	e	crianças	
por	ser	um	modo	de	mensuração	antropométrica	simples,	rápido	e	mais	adequado	
a	essas	populações.
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
65
QUADRO 2 – LOCAIS DE PADRONIZAÇÃO E PROPÓSITO PARA MEDIÇÃO DAS 
CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
66
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 173)
2.3 BIOIMPEDÂNCIA
Segundo	Heyward	e	Stolarczyk	(2000),	a	análise	de	BIA	(Bioimpedância	
–	Figura	4)	é	um	método	rápido,	não	invasivo	e	relativamente	barato	de	ava-
liação	da	composição	corporal.	O	método	baseia-se	na	passagem	de	corrente	
elétrica	de	baixa	amplitude	(50	a	800	mA)	e	alta	frequência	(50	kHz).
FIGURA 4 – DIFERENTES TIPOS DE APARELHOS DE BIOIMPEDÂNCIA
Legenda: A. Biodynamics; B. Tanita
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 180)
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
67
Com	esse	método,	uma	corrente	elétrica	de	baixo	nível	passa	pelo	corpo	e	
a	impedância	(Z),	ou	oposição	ao	fluxo	da	corrente,	é	a	medida	com	analisador	de	
BIA.	A	água	corporal	total	(ACT)	de	um	indivíduo	pode	ser	estimada	pela	medida	
de	impedância,	pois	os	eletrólitos	na	água	corporal	são	excelentes	condutores	de	
corrente	elétrica.	
Quando	o	volume	da	ACT	é	grande,	a	corrente	flui	mais	facilmente	pelo	
corpo	com	menor	resistência	(R).	A	resistência	ao	fluxo	da	corrente	será	maior	
em indivíduos com grande quantidade de gordura corporal, pelo fato de o 
tecido	adiposo	ser	um	mau	condutor	de	corrente	elétrica	por	sua	relativa	baixa	
concentração	de	água	(ROSSI,	2005).	
Como	o	conteúdo	de	água	da	massa	livre	de	gordura	(MLG)	é	relativamente	
grande	(73%	de	água),	esta	pode	ser	predita	por	meio	das	estimativas	de	ACT.	Dessa	
maneira,	é	importante	observar	que	a	BIA	não	mede	diretamente	a	composição	
corporal,	mas	a	resistência	e	a	reatância,	tendo	como	finalidade,	estimar	a	água	
corporal total e, a partir desta, a massa isenta de gordura, na qual, subtraindo esse 
valor	da	massa	corporal,	obtém-se	o	percentual	de	gordura	 (ROSSI;	CARUSO;	
GALANTE,	2015)
Comparando	a	exatidão	relativa	do	método	de	BIA	ser	compatível	ao	de	
DC,	a	BIA	deve	ser	preferida	em	algumas	situações,	as	quais	serão	pontuadas	no	
Quadro 3:
Não	requer	alto	grau	de	habilidade	do	avaliador,	em	sua	maioria,	é	mais	
confortável	e	não	invade	tanto	a	privacidade	do	indivíduo.	Seu	uso	potencial	está	
sendo	estabelecido	para	aplicações	clínicas,	como	avaliação	de	%G,	MM,	ACT,	
entre outras.
QUADRO 3 – FATORES INTERVENIENTES NA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE BIOIMPEDÂNCIA
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
68
Legenda: BIA = bioimpedância; R = resistência
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 182)
Segundo Heyward e Stolarczyk (2000), a principal fonte de erro do 
método	de	BIA	é	a	variabilidade	 intraindividual	na	 resistência	 total	do	 corpo,	
devido a fatores que alteram o estado de hidratação do indivíduo. Entre 3,1 e 
3,9%	da	 variação	 na	 resistência	 podem	 ser	 atribuídos	 às	 flutuações	 diárias	 na	
água	corporal.	O	protocolo	que	deve	ser	obedecido	pelo	avaliado	para	a	obtenção	
de	um	teste	de	BIA	mais	fidedigno	em	suas	diferentes	aplicações	é	o	seguinte:	
• Jejum	de	pelo	menos	4	horas.
• Não	fazer	exercícios	antes	de	12	horas	do	teste.
• Urinar	pelo	menos	30	minutos	antes	do	teste.
• Não	consumir	álcool	antes	de	48	horas	do	teste.
• Não	tomar	medicamentos	diuréticos	antes	de	sete	dias	do	teste	(a	menos	que	
sob	prescrição	médica).
• Manter-se	pelo	menos	10	minutos	em	posição	de	decúbito	dorsal	em	repouso	
absoluto antes de efetuar o exame. 
• Mulheres	que	percebam	que	estão	retendo	água	durante	estágio	de	seu	ciclo	
menstrual	não	devem	realizar	o	teste	(ROSSI;	CARUSO;	GALANTE,	2015).
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PRATICANTES 
DE EXERCÍCIO FÍSICO E ATLETAS
Você	deve	lembrar	que	o	bom	estado	nutricional	é	resultado	do	equilíbrio	
entre	 a	 ingestão	 de	 alimentos	 e	 as	 necessidades	 nutricionais.	 Nesse	 sentido,	
a	 avaliação	 do	 estado	 nutricional	 exige	 a	 utilização	 de	 vários	 métodos	 que	
analisados	em	conjunto	permitirão	traçar	o	perfil	nutricional	do	atleta.	Dentre	os	
métodos	que	estudaremos	a	seguir	está	a	avaliação	antropométrica	e	composição	
corporal, sendo ainda importantes os exames bioquímicos e anamnese alimentar.
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
69
Em geral, a população de atletas, adolescentes ou adultos, tem uma boa 
porcentagem de massa magra com baixas porcentagens de gordura, isso em com-
paração	com	os	indivíduos	não	atletas.	Na	maioria	das	vezes,	a	porcentagem	de	
gordura	corporal	mínima	é	de	aproximadamente	5	e	12%	para	homens	e	mulhe-
res, respectivamente. Todavia, cabe destacar que existem esportes em que não se 
requer	uma	porcentagem	de	gordura	baixa,	como	no	sumô	e	lançamento	de	tiro.
O	 conceito	de	 saúde	 e	 composição	 corporal	 saudável	 abrange	mais	 do	
que a determinação da porcentagem de tecido adiposo ou da gordura corporal. 
O	estado	de	saúde	reflete	um	equilíbrio	entre	vários	fatores,	um	dos	quais	está	
refletido	na	composição	corporal	em	função	da	acumulação	de	gordura	(ROSSI;	
CARUSO;	GALANTE,	2015).
Ao	utilizar	das	dobras	cutâneas	para	podermos	identificar	o	percentual	de	
gordura	corporal	dos	esportistas	e	atletas,	devemos	realizar	cálculos	matemáticos,	
conforme as fórmulas apresentadas no Quadro 4, as quais terão como resultado 
a	densidade	corporal	(DC).
QUADRO 4 – EQUAÇÕES PARA CÁLCULO DE DENSIDADE CORPORAL (DC) COM BASE EM 
ESPESSURAS DE DOBRAS CUTÂNEAS
Legenda: Ʃ= somatório das dobras cutâneas; D ou DC = densidadecorporal; %G percentagem 
de gordura corporal.
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (1998)
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
70
Por meio da densidade corporal dos indivíduos avaliados, calcula-se o 
percentual	de	gordura,	empregando-se	a	equação	proposta	por	Siri	(1961)	ou	a	de	
Lohman	(1986),	conforme	Quadro	5	e	Tabela	1,	respectivamente.
QUADRO 5 – EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DE PORCENTAGEM DE GORDURA (%GC) COM BASE 
NA DENSIDADE CORPORAL
Legenda: DC = densidade corporal; %G percentagem de gordura corporal.
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (1998)
TABELA 1 – ADEQUAÇÃO DA FÓRMULA DE SIRI – LOHMAN (1986)
Legenda: D = densidade corporal.
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (1998)
São	várias	as	fórmulas	existentes	para	estimativa	de	composição	corporal,	
todavia	a	mais	indicada	no	caso	de	atleta	é	a	de	Jackson	e	Pollock	de	sete	dobras.
Inicialmente, já destacamos que alguns índices utilizados na população geral 
não têm sido considerados os melhores métodos para a avaliação da composição corporal 
em atletas e devem ser utilizados com certa precaução, por exemplo, o índice de massa 
corporal ou IMC (kg/m2). A razão dessa confusão pode ser porque o IMC não discrimina 
a MLG e a MG, já que se utiliza o peso total aferido na balança. Nesse contexto, é típico 
de atletas magros, com um elevado desenvolvimento músculo esquelético, apresentarem 
valores elevados de IMC (acima de 25 e 30 kg/m2), sendo incorreto concluir que podem 
ser classificados como indivíduos com sobrepeso ou com obesidade.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
71
A	 classificação	 de	 adequação	 do	 %G	 baseia-se	 nos	 padrões	 propostos	
por	diferentes	autores,	conforme	Quadros	6,	7,	8	e	9	e	deve	ser	utilizada	para	a	
avaliação	do	risco	de	doenças	relacionadas	tanto	com	a	deficiência	quanto	com	o	
excesso	de	gordura	e	também	para	o	cálculo	da	massa	corporal	(ROSSI;	CARUSO;	
GALANTE,	2015).
QUADRO 6 – PADRÕES DE PERCENTUAIS DE GORDURA CORPORAL PARA AMBOS OS 
GÊNEROS
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 697)
QUADRO 7 – PADRÕES DE PERCENTUAIS DE GORDURA CORPORAL PARA O SEXO 
MASCULINO, DE ACORDO COM POLLOCK E WILMORE (1993)
FONTE: Adaptado de Pollock e Wilmore (1993)
QUADRO 8 – PADRÕES DE PERCENTUAIS DE GORDURA CORPORAL PARA O SEXO FEMININO, 
DE ACORDO COM POLLOCK E WILMORE (1993)
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
72
FONTE: Adaptado de Pollock e Wilmore (1993)
QUADRO 9 – PADRÃO DE RESULTADO DE AVALIAÇÃO FÍSICA POR IDADE E SEXO
FONTE: Pollock e Wilmore (1993, p. 56)
A	gordura	é	um	componente	do	corpo	humano	que	se	acumula	no	tecido	
gordo	ou	tecido	adiposo	(TA).	Na	atualidade,	se	reconhece	que	o	tecido	adiposo,	
além	de	 ser	 uma	 reserva	de	 lipídeos,	 é	 um	órgão	 endócrino	que	produz	uma	
variedade	de	hormônios	e	citocinas	que	regulam	o	metabolismo	e	 influenciam	
a composição corporal. A diferenciação entre gordura e TA na linguagem 
normalmente	é	irrelevante,	e	os	termos	são	usados	sem	distinção	como	sinônimos.	
Mesmo assim, no campo da composição corporal e do metabolismo, a gordura e o 
TA	são	conceitos	diferentes	(GUEDES;	GUEDES,	1998).	
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL
73
A	variabilidade	no	mesmo	indivíduo,	pode	ser	também	considerável,	ao	
longo do tempo, se este passar por sucessivas fases de obesidade e magreza.
O peso corporal pode ser funcionalmente dividido em dois componentes: 
massa	corporal	livre	de	gordura	(MLG),	a	qual	inclui	tecido	e	componentes	que	
estão funcionalmente envolvidos na produção e condução de força, e a massa 
gorda	(MG).	A	influência	da	MLG	e	MG	é	complexa,	tendo	ambos	efeitos	negativos	
e	positivos,	dependendo	do	tipo	de	atividade	física	que	se	deseja	realizar.	Nesse	
contexto,	de	maneira	geral,	a	gordura	corporal	tem	influência	negativa	na	atuação	
esportiva,	 tanto	 em	 nível	 metabólico	 quanto	 mecânico,	 principalmente	 nas	
atividades em que se requer deslocamento de peso corporal. Para um corredor de 
distância,	por	exemplo,	a	gordura	representa	um	peso	morto	que	deve	mobilizar,	
enquanto	os	componentes	da	MLG	incluem	tecidos	que	produzem	e	conduzem	
força,	como	os	músculos.
Por sua vez, os nadadores, podem ter certa quantidade de gordura que 
influenciará	de	forma	positiva	sua	flutuação	na	água	e	uma	alta	porcentagem	
de	MLG	pode	ter	efeitos	negativos,	como	menor	flutuação,	além	de	aumentar	
a	 demanda	 energética	 para	 o	 deslocamento	 do	 corpo	 na	 água	 (GUEDES;	
GUEDES,	1998).
Para saber mais sobre métodos de avaliação da composição corporal de 
atletas, leia o artigo: Comparação entre métodos de avaliação da composição corporal 
em atletas: uma revisão sistemática, disponível em: http://www.rbne.com.br/index.php/
rbne/article/view/1478.
DICAS
74
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 A	avaliação	da	composição	corporal	se	faz	de	suma	importância	para	conhecer	
o	padrão	de	saúde/doença	dos	indivíduos.
•	 Para	avaliar	a	composição	corporal	existem	três	métodos,	os	métodos	diretos,	
indiretos	 e	 duplamente	 indiretos,	 sendo	 que	 os	 métodos	 indiretos	 são	
considerados padrão ouro pela assertividade da composição corporal e os 
métodos	duplamente	indiretos	são	os	mais	práticos	e	aplicáveis	em	clínicas.
 
•	 Para	 aferição	 das	 medidas	 antropométricas	 é	 importante	 o	 avaliador	 ser	
treinado, para padronização e assertividade do resultado de percentual de 
gordura	corporal	do	atleta,	considerando	a	aferição	das	dobras	por	três	vezes	e	
a	realização	da	média	dessas.
 
•	 Além	da	aferição	das	dobras	cutâneas,	os	perímetros	também	são	importantes	
para	acompanhar	estado	de	saúde	e	crescimento	da	musculatura,	quando	este	
for	o	objetivo.
 
•	 A	bioimpedância	 é	um	método	 rápido,	não	 invasivo	 e	 relativamente	barato	
de	 avaliação	da	 composição	 corporal,	muitas	vezes	preferido	 ao	método	de	
aferição das dobras.
 
•	 Há	várias	fórmulas	para	calcular	a	densidade	corporal	de	atletas,	sendo	que	a	
mais	indicada	é	a	de	Jackson	e	Pollock	(1988).
75
1 Em geral, a população de atletas, tem uma boa porcentagem de massa 
magra com baixas porcentagens de gordura, isso em comparação com os 
indivíduos	não	atletas.	Em	relação	à	composição	corporal,	 classifique	V	
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O excesso de gordura corporal melhora o desempenho quando se requer 
aceleração do corpo tanto na vertical quanto na horizontal, porque se 
soma	o	peso	de	uma	massa	que	não	está	produzindo	força.
(			)	 Em	um	corredor	de	distância,	a	massa	gorda	representa	um	peso	morto	
que deve ser movido, enquanto os componentes da massa livre de 
gordura incluem os tecidos que produzem e conduzem a força.
(			)	 A	gordura	corporal,	no	geral,	influencia	negativamente	nas	modalidades	
esportivas	que	requerem	agilidade,	velocidade,	resistência,	deslocamento	
e saltos.
( ) A fórmula de Jackson e Pollock tem como resultado a densidade corporal 
do	atleta,	sendo	necessário	para	avaliar	a	composição	corporal	aplicar	a	
fórmula de Siri.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a) ( ) F, V, V, V.
b) ( ) F, V, F, V.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) V, V, V, F.
e) ( ) F, V, V, F.
2	 A	 gordura	 é	 um	 componente	 do	 corpo	 humano	 que	 se	 acumula	 no	
tecido	 adiposo	 (TA).	 Na	 atualidade,	 se	 reconhece	 que	 o	 tecido	 adiposo,	
além	de	ser	uma	reserva	de	 lipídeos,	 é	um	órgão	endócrino	que	produz	
uma	 variedade	 de	 hormônios	 e	 citocinas	 que	 regulam	 o	metabolismo	 e	
influenciam	a	composição	corporal.	Descreva	como	o	peso	corporal	pode	ser	
funcionalmente	dividido	e	a	influência	desses	componentes	no	organismo	
de	um	esportista/atleta.
3	 A	bioimpedância	(BIA)	é	um	método	rápido,	não	invasivo	e	relativamente	
barato de avaliação da composição corporal, que se baseia na passagem 
de	corrente	elétrica	de	baixa	amplitude	(50	a	800	mA)	e	alta	frequência	(50	
kHz).	Para	avaliação	utilizando	a	BIA,	deve	ser	seguido	um	protocolo,	o	
qual consiste em:
AUTOATIVIDADE
76
a)	(			)	 Fazer	 jejum	 de	 pelo	menos	 12	 horas;não	 fazer	 exercícios	 antes	 de	
24	horas	do	teste;	urinar	pelo	menos	60	minutos	antes	do	teste;	não	
consumir	álcool	antes	de	48	horas	do	teste;	não	tomar	medicamentos	
diuréticos	 antes	 de	 sete	 dias	 do	 teste	 (a	menos	 que	 sob	 prescrição	
médica);	manter-se	pelo	menos	10	minutos	em	posição	de	decúbito	
dorsal em repouso absoluto antes de efetuar o exame.
b)	(			)	 	 Fazer	 jejum	 de	 pelo	menos	 4	 horas;	 não	 fazer	 exercícios	 antes	 de	
12 horas do teste; urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; não 
consumir	álcool	antes	de	48	horas	do	teste;	não	tomar	medicamentos	
diuréticos	 antes	 de	 sete	 dias	 do	 teste	 (a	menos	 que	 sob	 prescrição	
médica);	manter-se	pelo	menos	10	minutos	em	posição	de	decúbito	
dorsal em repouso absoluto antes de efetuar o exame.
c)	(			)	 Fazer	 jejum	 de	 pelo	 menos	 8	 horas;	 não	 fazer	 exercícios	 antes	 de	
12 horas do teste; urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; não 
consumir	álcool	antes	de	48	horas	do	teste;	não	tomar	medicamentos	
diuréticos	antes	de	sete	dias	do	teste.
d)	(			)	 Fazer	 jejum	 de	 pelo	menos	 24	 horas;	 não	 fazer	 exercícios	 antes	 de	
12 horas do teste; urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; não 
consumir	álcool	antes	de	8	horas	do	teste;	não	tomar	medicamentos	
diuréticos	 antes	 de	 sete	 dias	 do	 teste	 (a	menos	 que	 sob	 prescrição	
médica);	manter-se	pelo	menos	10	minutos	em	posição	de	decúbito	
dorsal em repouso absoluto antes de efetuar o exame.
e)	(			)	 Não	há	critérios	a	serem	seguidos.
4	 A	 avaliação	 do	 estado	 nutricional	 exige	 a	 utilização	 de	 vários	 métodos	
que	 analisados	 em	 conjunto	 permitirão	 traçar	 o	 perfil	 nutricional	 do	
atleta.	Dentre	os	métodos,	estão	a	avaliação	antropométrica	e	composição	
corporal, sendo ainda importantes os exames bioquímicos e anamnese 
alimentar.	Nesse	sentido,	qual	método	de	avaliação	do	estado	nutricional	
não	é	indicado	para	atletas?	Justifique.
5	 A	obtenção	das	dobras	cutâneas	(DC)	é	uma	das	medidas	antropométricas	
mais	comumente	utilizada	nas	estimativas	de	parâmetros	da	composição	
corporal	 e,	 como	procedimento	de	estudo,	 está	alicerçada	na	observação	
de que grande quantidade de gordura corporal total se encontra no tecido 
subcutâneo.	 Dessa	 maneira,	 medidas	 quanto	 à	 sua	 espessura	 serviriam	
como indicador da quantidade de gordura localizada naquela região do 
corpo.	Normalmente,	apenas	duas	medidas	já	são	suficientes	como	medidas	
preestabelecidas,	quais	são	elas?
77
a)	(			)	 Bíceps	 e	 subescapular	 já	 são	 suficientes	 como	medidas	preestabele-
cidas,	porém	já	foram	relatados	mais	de	93	locais	anatômicos	para	a	
realização	de	dobras	cutâneas.
b)	(			)	 Panturrilha	e	coxa	já	são	suficientes	como	medidas	preestabelecidas,	
porém	já	foram	relatados	mais	de	93	locais	anatômicos	para	a	realiza-
ção	de	dobras	cutâneas.
c)	(			)	 Bíceps	 e	 tríceps	 já	 são	 suficientes	 como	medidas	 preestabelecidas,	
porém	já	foram	relatados	mais	de	93	locais	anatômicos	para	a	reali-
zação	de	dobras	cutâneas.
d)	(			)	 Abdominal	 e	 tríceps	 já	 são	 suficientes	 como	medidas	preestabeleci-
das,	 porém	 já	 foram	 relatados	mais	de	 13	 locais	 anatômicos	para	 a	
realização	de	dobras	cutâneas.
e)	(			)	 Bíceps	e	panturrilha	já	são	suficientes	como	medidas	preestabelecidas,	
porém	já	foram	relatados	mais	de	93	locais	anatômicos	para	a	realiza-
ção	de	dobras	cutâneas.
78
79
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Olá	 acadêmico,	 espero	 que	 esteja	 gostando	 de	 se	 aprofundar	 no	
mundo da nutrição esportiva. Agora, discutiremos a relação das necessidades 
nutricionais	no	esporte.	No	que	diz	respeito	à	disponibilização	de	energia	por	
parte dos macronutrientes, veremos, inicialmente, os conceitos e depois faremos 
a correlação com os suplementos alimentares. Em relação aos macronutrientes, 
é	 importante	 relembrar	 que	 os	 carboidratos,	 além	 de	 fazerem	 parte	 da	
disponibilidade	 rápida	 de	 energia,	 também	 são	 armazenados	 no	 músculo	
esquelético	e	no	fígado,	na	forma	de	glicogênio.	
As	proteínas	são	hidrolisadas	até	aminoácidos	e	também	podem	fornecer	
energia,	porém,	de	forma	mais	lenta	que	o	carboidrato,	sendo	por	intermédio	
da	 alanina,	 aminoácido	 convertido	 em	 glicose	 no	 fígado,	 e	 a	 continuação	 se	
armazena	na	forma	de	glicogênio	hepático	e	através	dos	aminoácidos	isoleucina,	
alanina,	 leucina	 e	 valina,	 que	 podem	 ser	 convertidos	 em	 intermediários	
metabólicos,	 participando	 do	 metabolismo	 energético	 diretamente	 na	 célula	
muscular.	 Quanto	 ao	 lipídio,	 além	 de	 ser	 fonte	 energética,	 é	 estocado	 no	
tecido adiposo na forma de triacilgliceróis que, quando hidrolisados em seus 
componentes	–	glicerol,	ácidos	graxos	–,	podem	ser	utilizados	como	substratos	
durante	o	exercício	(BACURAU,	2009).
Já	é	bem	descrito	na	literatura	que	a	alimentação	está	entre	os	fatores	que	
mais	afetam	a	qualidade	de	vida	da	população.	A	adequação	da	dieta	é	essencial.	
Ela	deve	conter	macro	e	micronutrientes	de	forma	a	balancear	o	gasto	energético	
e	a	ingestão	calórica	diária,	atendendo	as	necessidades	biológicas,	considerando	
que	a	ausência	de	um	nutriente	pode	prejudicar	a	disponibilidade,	absorção,	
metabolismo	 e/ou	 as	 necessidades	 dietéticas	 de	 outros	 elementos	 (MAHAN;	
ESCOTT-STUMP,	 2011).	Nesse	 contexto,	 cabe	 destacar	 que	 um	desequilíbrio	
contínuo	no	balanço	energético	resulta	em	variações	na	composição	corporal,	
refletindo	 diretamente	 na	 saúde	 e	 no	 desempenho	 do	 atleta,	 pois	 ocorrem	
perdas	de	tecido	adiposo	e	massa	muscular	(músculo	esquelético),	já	que	o	corpo	
utilizará	 desse	 recurso	 como	 substrato	 energético	 em	 situações	 de	 estresse,	
precedendo	um	declínio	da	força	e	queda	do	rendimento	físico	(BIESEK;	ALVES;	
GUERRA,	2015).
TÓPICO 2 — 
NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
80
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
Massa magra é apenas a massa muscular, por sua vez, a massa livre de gordura 
é a soma da massa muscular (massa magra) com o peso ósseo e o peso residual, ou seja, 
é tudo, subtraindo-se o peso da gordura essencial.
NOTA
A	 nutrição	 é	 de	 suma	 importância,	 influenciando	 diretamente	 na	
intensidade	e	processo	de	recuperação	para	as	próximas	sessões	de	treinamento.	
Mais	 uma	 vez,	 destaca-se	 aqui	 o	 consumo	 dos	 nutrientes	 em	 proporções	
adequadas e em momentos-chaves, pois otimizarão o processo de recuperação 
muscular	pós-treino	(KRAEMER;	FRAGALA;	VOLEK,	2008).	
2 ATENDIMENTO NUTRICIONAL
O	 atendimento	 nutricional	 visa	 à	 promoção	 da	 saúde	 do	 paciente	 por	
meio	 da	 recuperação	 ou	manutenção	 do	 estado	 nutricional,	 além	 de	 alcançar	
os	objetivos	estéticos	de	composição	corporal	de	cada	um.	Nessas	condições,	o	
nutricionista necessita ter em mãos o diagnóstico nutricional para que a prescrição 
dietética	esteja	direcionada	aos	objetivos	pretendidos.	
E	com	podemos	elaborar	um	diagnóstico	nutricional	efetivo?
O	diagnóstico	nutricional	é	elaborado	mediante	as	 informações	obtidas	
pela	anamnese	alimentar	e	complementada	por	dados	dietéticos,	antropométricos,	
bioquímicos	 e	 de	 composição	 corporal.	 Pois,	 como	 já	 é	 sabido,	 a	 anamnese	
disponibiliza	 dados	 subjetivos,	 necessitando	 ser	 complementada	 por	 dados	
objetivos,	os	quais	são	fornecidos	pelos	demais	indicadores	do	estado	nutricional	
do paciente.
A palavra anamnese origina-se do grego aná (recordar) e mnesis (memória), 
portanto,	pode	ser	definida	como	uma	entrevista	que	possibilita	o	levantamento	
detalhado	dos	antecedentes	fisiológicos,	patológicos	e	socioeconômico-culturais	
do	paciente/cliente	e	de	seus	familiares,	com	a	finalidade	de	facilitar	o	diagnóstico,	
já	 que,	 ao	 ouvi-lo,	 o	 entrevistador	 pode	 formular	 hipóteses	 sobre	 as	 queixas	
relatadas.	Nesse	sentido,	para	uma	anamnese	bem-sucedida	é	necessário	um	bom	
planejamento	e	os	seguintes	aspectos	devem	ser	considerados.
Inicialmente deve-se considerar que durante a entrevista, muitas 
informações	serão	registradas.	A	anamnese	dirigida	caracteriza-sepor	formulário	
para	anotações	e	roteiro	com	questões	predefinidas	(Quadro	10).	
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
81
O detalhamento de cada pergunta depende da idade do paciente, de 
suas	 queixas	 e	 do	 estado	 de	 saúde	 física	 e	 mental.	 Importante	 destacar	 que,	
enquanto	 o	 entrevistado	 estiver	 falando,	 é	 conveniente	 não	 digitar	 ou	 anotar	
nada. É importante olhar diretamente para o paciente, algumas pessoas podem 
se sentir desprestigiadas caso não recebam a atenção esperada. Quando não for 
possível	evitar	o	registro	da	informação,	convém	avisar	o	entrevistado	de	que	é	
necessário	fazer	algumas	anotações	do	que	está	sendo	relatado	(ROSSI;	CARUSO;	
GALANTE,	2015).
Nutricionista: CRN:
Data: / / 
	 Nome:
	 Idade:	 	 	 	 	 Data	de	nascimento:
 Sexo:
 Telefone para contato:
	 Dependentes:		 	 	 Quantos:	 	 Idade:
 Renda familiar estimada: 
 Quantas pessoas residem em sua moradia:
 Escolaridade:
	 Profissão:
 Motivo da consulta:
	 Ingestão	alimentar	habitual:	(		)	houve	alterações			 	 	
			(		)	não	houve	alterações
	 Há	quanto	tempo:	
	 Houve	perda	ou	ganho	de	peso?	Quanto?	
	 Vícios?	Quais?	Quanto	tempo?	
	 Disfunções	gastrintestinais:	(		)	sim	 	 (		)	não
 Qual:
	 Há	quanto	tempo:	 	 	 	 	 Tratamento:
	 Tem	gases?	Frequência:	
 Função intestinal: ( ) normal ( ) constipado
 Quanto tempo:
QUADRO 10 – MODELO DE ANAMNESE ALIMENTAR
82
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
	 Como	são	as	suas	fezes	(escala	de	bistrol)?
	 Tem	dores	de	cabeça	frequente?	Enxaqueca?
	 Histórico	familiar	de	doenças	crônicas	existentes	em	sua	família:
( ) diabetes ( ) HAS ( ) cardiopatias ( ) dislipidemias 
(		)	câncer	 (		)	obesidade...	Outras?	Quais?
	 Cirurgias	e	internações	hospitalares:
	 Uso	de	medicamentos	frequentes:	(		)	sim	 	 (		)	não
	 Quais?	
	 Faz	uso	de	plantas	medicinais	ou	fitoterápicos?
	 Quais?
Anamnese alimentar detalhada: 
Perguntar sobre todas as refeições realizadas no dia (café da manhã, lanches, almoço, 
jantar, ceia, pré-treino, pós-treino) e todos os alimentos consumidos relacionando com 
os horários de realização dos exercícios e com a intensidade (como ele interpreta a 
respiração). 
	 Tratamento	dietético	anterior:	(		)	sim	 	 (		)	não		Resultado:
	 Profissional	que	orientou:
	 Número	de	refeições	diárias:
	 Local	das	refeições:	 	
 Tempo de cada refeição:
	 Quem	prepara	as	refeições:
 Relação com as atividades físicas realizadas:
	 Horário	de	maior	concentração	alimentar:
	 Aversões	alimentares:	(		)	sim	 	 (		)	não
 Alimentos:
	 Preferências	alimentares:	
 Alergia alimentar: ( ) sim ( ) não
 Alimentos:
 Compulsão alimentar: ( ) sim ( ) não
 Alimentos:
	 Ingestão	de	água:
 Consumo de frituras:
 Consumo de doces:
	 Consumo	de	café:
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
83
	 Uso	de	alimentos	diet/light:
 Exame Físico:
Cabelo
Olhos
Língua
Mucosas
Unhas
Pele
Perda	de	gordura	subcutânea
Perda muscular
Presença de edema
Presença de ascite
ESTABELECER OBJETIVOS PARA A PRIMEIRA CONSULTA
Avaliação antropométrica
 Peso atual: Peso usual: 
	 Peso	desejado:		
 Peso teórico:
 Estatura: IMC:
	 CB:	 	 	
	 CMB	(cm):	CB	–	0,314	x	PCT	=	
 PCT:
	 PCB:	 	 	 	 PCSE:
 PCSI: Pabd:
	 PAM:	 	 	 	 PToráxica:
 PCoxa: Ppanturrilha:
 CC: CQ:
	 Circunferência	da	panturrilha:	
	 %	Gordura:
 Retenção de líquido: 
 Necessidades energéticas:
 Distribuição das necessidades energéticas no dia:
FONTE: A autora 
84
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
Evidentemente,	cabe	ao	nutricionista	definir	a	abrangência	da	anamnese,	
considerando	 a	 especialidade,	 os	 objetivos,	 as	 características	 da	 população	
assistida	(faixa	etária,	nível	de	instrução,	condição	econômica	etc.),	local	(hospital,	
ambulatório, domicílio etc.), tempo disponível, entre outras.
3 CÁLCULOS DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS 
Nosso	corpo	necessita	de	energia	para	manter	suas	várias	funções,	como	
a respiração, circulação, metabolismo, atividade física e síntese proteica, a qual 
é	 fornecida	 pelos	 alimentos	 e	 bebidas	 que	 o	 indivíduo	 consome,	 os	 quais	 são	
compostos	por	carboidratos,	proteínas,	gordura	e	álcool	da	dieta.
O	balanço	energético	do	indivíduo	provém	da	relação	entre	a	ingestão	e	
o	gasto	energético	que	depende	de	vários	fatores,	como	idade,	gênero,	atividade	
física e composição corporal.
A necessidade estimada de energia (EER – Estimated Energy Requirement) 
é	a	quantidade	média	de	 ingestão	de	energia	suficiente	para	manter	o	balanço	
energético	de	indivíduos	saudáveis,	de	acordo	com	idade,	gênero,	peso,	altura	e	
nível	de	atividade	física,	compatível	com	uma	boa	saúde.	
Nesse	 sentido,	 as	 DRIs	 fornecem	 equações	 para	 se	 calcular	 a	 EER	 de	
indivíduos.	 Essas	 equações	 devem	 ser	 utilizadas	 com	 cautela,	 pois	 fornecerão	
apenas	uma	estimativa	das	necessidades	energéticas	individuais,	já	que	o	valor	
de	EER	é	o	ponto	médio	de	um	intervalo.	
Para	 adultos,	 as	 equações	 de	 EER	 foram	desenvolvidas	 tendo-se	 como	
referência	 indivíduos	 com	 índice	 de	massa	 corporal	 (IMC)	dentro	 da	 faixa	 de	
eutrofia	 (entre	 18,5	 kg/m2	 e	 24,99	 kg/m2),	 utilizando	 metodologia	 da	 água	
duplamente marcada. 
As	 equações	 são	 apresentadas	 no	 Quadro	 11.	 Para	 crianças,	 mulheres	
grávidas	e	lactantes,	os	valores	de	EER	suprem	as	necessidades	requeridas	para	
o	crescimento,	deposição	de	tecidos	e	produção	de	leite.	Além	disso,	as	equações	
também	 levam	em	consideração	o	nível	de	atividade	 física	de	cada	um,	o	que	
deve	ser	criteriosamente	avaliado	no	caso	de	elaboração	de	cardápio	para	atletas	
(ROSSI;	CARUSO;	GALANTE,	2015).	
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
85
Como já visto em outras disciplinas, as equações preditivas de necessidade 
energética são várias que remontam de 1918, com Harris e Benedict, até os dias de hoje, 
com as fórmulas mais atuais da IOM, conforme apresentado a seguir.
IMPORTANT
E
Essas	 equações	 fornecem	 apenas	 uma	 estimativa	 das	 necessidades	
energéticas.	Vale	ressaltar	que	o	melhor	indicador	da	adequação	energética	é	o	
peso	 corporal	do	 indivíduo,	 isto	 é,	 se	 o	peso	 está	 adequado,	deficiente	ou	 em	
excesso,	pois	ele	está	fortemente	relacionado	à	ingestão	pelo	indivíduo.
Cabe	 destacar	 que	 o	 desvio	 padrão	 (DP)	 da	 necessidade	 de	 energia	
estimada para crianças e adolescentes com IMC dentro do intervalo de 
normalidade,	de	acordo	com	idade,	gênero,	peso	e	atividade	física,	é	58	kcal	para	
o	gênero	masculino	e	68	kcal	para	o	gênero	feminino.	
No	 caso	 de	 adultos	 com	 IMC	 dentro	 do	 intervalo	 de	 normalidade,	 de	
acordo	com	idade,	gênero,	peso	e	atividade	física,	o	DP	da	necessidade	de	energia	
é	199	kcal	para	o	gênero	masculino	e	162	kcal	para	o	gênero	feminino.	O	nível	de	
atividade	física	(NAF)	é	expresso	segundo	categorias	de	intensidade.	
Os	 coeficientes	de	 atividade,	 segundo	 faixa	 etária	 e	nível	de	 atividade,	
são:
• Para	meninos	e	meninas	de	três	a	18	anos:
 ○ Atividade	sedentária	para	ambos	os	gêneros:	1
 ○ Atividade	leve	para	meninos:	1,13;	atividade	leve	para	meninas:	1,16
 ○ Atividade	moderada	para	meninos:	1,26;	atividade	moderada	para	meninas:	
1,31
 ○ Atividade	intensa	para	meninos:	1,42;	atividade	intensa	para	meninas:	1,56.
• Para	homens	e	mulheres	de	19	anos	ou	mais:
 ○ Atividade	sedentária	para	ambos	os	gêneros:	1
 ○ Atividade leve para homens: 1,11; atividade leve para mulheres: 1,12
 ○ Atividade moderada para homens: 1,25; atividade moderada para mulheres: 
1,27
 ○ Atividade	intensa	para	homens:	1,48;	atividade	intensa	para	mulheres:	1,45.
Para	a	avaliação	e	o	planejamento	de	dietas	de	indivíduos	e/ou	grupos,	a	
escolha	da	DRI	a	ser	utilizada	dependerá	do	propósito	ao	qual	se	destina.
86
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
QUADRO 11 – FÓRMULAS PREDITIVAS PARA CÁLCULODAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS
Legenda: EER = necessidade estimada de energia; NAF = nível de atividade física; *EER (kcal/
dia) = gasto energético total + energia de depósito; **EER (kcal/dia) = gasto energético total; 
***EER (kcal/dia) = EER de mulheres + energia de depósito para a gestação; ****EER = EER de 
mulheres + energia para a produção de leite a perda de peso.
FONTE: Rossi, Caruso e Galante (2015, p. 98-99)
Como	 estamos	 considerando	 o	 público	 de	 esportistas	 e	 atletas,	 há	 um	
sistema	de	classificação	de	consumo	energético	conhecido	como	Compêndio	de	
Atividades	Físicas,	no	qual	as	atividades	são	agrupadas	conforme	seus	objetivos	
e	 intensidade	expressa	 em	valores	de	METs	 (Múltiplos	da	Taxa	Metabólica	de	
Repouso),	nos	quais	1	MET	(consumo	de	O2	em	repouso)	=	3,5	mL	O2/kg	peso	
corporal/min,	oferecendo	flexibilidade	para	se	determinar	o	custo	energético.	
Esse sistema foi baseado, primeiramente, nos dados publicados 
previamente,	podendo	não	refletir	com	exatidão	o	custo	energético	de	todas	as	
atividades.	Os	valores	são	médios,	não	considerando	a	realização	das	atividades	
com	mais	ou	menos	vigor,	dependendo	da	pessoa.	Também,	os	valores	de	MET	de	
algumas atividades não foram obtidos por meio de medidas diretas do consumo 
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
87
de	oxigênio,	mas	sim	do	custo	energético	de	atividades	com	padrões	equivalentes	
de movimento, ressaltando que as estimativas podem não ser tão precisas com 
relação	aos	valores	médios	do	MET.
O	 compêndio	 não	 considera	 as	 diferenças	 individuais	 na	 eficiência	
de	movimentos,	 todavia,	 as	 variações	 na	 descrição	 das	 atividades	 podem	 ser	
diminuídas	se	as	pessoas	 forem	instruídas	sobre	como	classificar	corretamente	
o	gasto	energético	de	suas	atividades,	tendo	uma	padronização	nas	técnicas	de	
coleta	dos	dados	e	entrevistadores	treinados	(TINOCO,	2002).
Para	 o	 cálculo	do	gasto	 energético	 a	partir	 dos	METs	 tem	as	 seguintes	
variáveis:	
• Multiplicando-se	o	peso	corporal	em	Kg	pelo	valor	do	MET	do	exercício	e	pela	
duração da atividade. 
• Fórmula:
(Kg	x	MET)	x	(tempo	em	minutos/60	min)
• Exemplo:	pedalar	em	uma	intensidade	equivalente	a	6	METs,	gasta	6	Kcal.Kg-
.h-1,	 ou	 seja,	uma	pessoa	de	 70	Kg,	pedalando	por	 30	minutos,	 irá	gastar	o	
seguinte:	(6	METs	X	70	Kg)	X	(30min/60min)	=	210	Kcal.	Dividindo-se	210	Kcal	
pelos	30	minutos	de	atividade,	obtém-se	7	Kcal.min-1
QUADRO 12 – MODELO DO COMPÊNDIO DE ATIVIDADES FÍSICAS
FONTE: Tinoco (2002, p. 55)
88
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
No link, a seguir, você tem acesso ao artigo: Apresentação de uma Versão em 
Português do Compêndio de Atividades Físicas: uma contribuição aos pesquisadores e 
profissionais em Fisiologia do Exercício, que traz em seu anexo o compêndio completo: 
https://bit.ly/3zORVEr.
Além do compêndio completo no artigo supracitado, no site Cooperativa do Fitness, o 
cálculo é realizado com o preenchimento dos dados do indivíduo, acesse: https://www.
cdof.com.br/nutri1.htm.
DICAS
4 RECOMENDAÇÃO PARA CONSUMO DE 
MACRONUTRIENTES
Destaca-se	que,	além	da	ingestão	ideal	de	energia,	o	consumo	de	quan-
tidades	adequadas	de	carboidratos,	proteínas	e	lipídios	é	de	suma	importância	
para os atletas otimizarem seu treinamento e desempenho. Quanto ao carboidra-
to,	no	que	se	refere	ao	desempenho	no	exercício,	é	evidente	a	sua	necessidade	
antes,	durante	e	após	as	sessões	intensas	e	de	alto	volume	de	treinamento	e	com-
petição	(CERMAK;	VAN	LOON,	2013).	
Nessas	 condições,	 já	 é	 sabido	 que	 atletas	 envolvidos	 no	 treinamento	
de volume moderado e alto precisam de maiores quantidades de carboidratos 
e	 proteínas	 do	 que	 as	 recomendadas	 pelas	DRI	 em	 sua	 dieta	 para	 atender	 às	
necessidades	de	macronutrientes	(BURKE	et al., 2011). 
Nos	 treinamentos	 de	 força,	 o	 uso	 de	 carboidratos	 está	 diretamente	
relacionado	 com	 processos	 de	 hipertrofia	 muscular	 associados	 a	 outros	
macronutrientes,	 como	 a	 proteína	 (GENTIL	 et al.,	 2006).	 Isso	 ocorre	 porque,	
durante	o	treinamento	de	força,	o	carboidrato	armazenado	na	forma	de	glicogênio	
no	músculo	é	mais	rapidamente	acessível,	caracterizando	o	padrão	metabólico	do	
exercício	(CHANDLER;	BROWN,	2009).	
Quando se discute a quantidade de carboidrato a ser consumido, deve-
se	ressaltar	que	o	próprio	exercício	resistido	é	capaz	de	modular	os	estoques	de	
glicogênio	intramuscular,	tanto	em	fibras	de	contração	rápida	quanto	em	fibras	
de	 contração	 lenta	 (HARGREAVES,	 2000),	 em	 que	 a	 depleção	 de	 glicogênio,	
mesmo que parcial, afetaria o desempenho muscular, ocasionando fadiga 
(HARGREAVES,	2005).	
Além	 dos	 carboidratos,	 os	 lipídios	 também	 representam	 substrato	
energético	 durante	 o	 exercício,	 sendo	 que	 sua	 utilização	 é	 maior	 durante	 as	
atividades prolongadas e de baixa ou moderada intensidade. 
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
89
Depois	que	se	esgotam	os	estoques	de	glicogênio,	até	90%	da	energia	po-
derá	ser	proveniente	das	gorduras.	De	maneira	geral,	aproximadamente	metade	
da	energia	usada	pelo	corpo	em	repouso	e	em	atividades	leves	é	proveniente	dos	
ácidos	graxos,	os	quais	são	mobilizados	(oxidados)	para	a	liberação	de	energia	
quando	a	oferta	de	glicose	está	reduzida.	Todavia,	as	recomendações	para	espor-
tistas	devem	ser	as	mesmas	utilizadas	para	a	população	sedentária,	sendo	que	
o	percentual	de	lipídios	em	relação	ao	valor	energético	total	diário	(VET)	deve	
corresponder	a	cerca	de	20	a	30%	(HIRSCHBRUCH,	2014).	Veremos	agora	as	re-
comendações	de	consumo	de	cada	macronutriente.
4.1 CARBOIDRATOS
Os	 carboidratos	 constituem	 cerca	 de	 60%	 das	 calorias	 diárias	 de	 um	
indivíduo,	é	especialmente	importante	para	o	metabolismo	energético,	oriundo	
principalmente dos vegetais. 
São	 compostos	 basicamente	 de	 um	 átomo	de	 carbono,	 dois	 átomos	 de	
hidrogênio	para	cada	átomo	de	oxigênio,	são	caracterizados	como	monossacarídeos	
(um	 açúcar	 por	 molécula),	 dissacarídeos	 (com	 dois	 açúcares	 por	 molécula),	
oligossacarídeos	 (três	 a	 nove	 resíduos	 de	 monossacarídeos)	 e	 polissacarídeos	
(com	inúmeros	açúcares	por	moléculas)	(MAHAN;	ESCOTT-STUMP,	2011).		
Os	carboidratos	são	encontrados	de	três	formas	básicas:	1)	cereais,	vege-
tais,	frutas,	leguminosas;	2)	carboidratos	purificados	adicionados	às	preparações;	
e 3) carboidratos dissolvidos em certas bebidas. Os cereais, hortaliças, frutas e 
leguminosas	constituem	alimentos	fonte	de	carboidrato	e	também	são	ricos	em	
vitaminas	e	minerais,	além	de	outros	componentes	como	fitoquímicos	e	antioxi-
dantes	(CARUSO;	MENEZES,	2000).	
Além	 de	 estarem	 presentes	 em	 diferentes	 fontes	 alimentares,	 os	
carboidratos são digeridos e absorvidos ao longo do intestino delgado, em ritmos 
diferentes, fator esse que interfere diretamente na utilização e no metabolismo, 
resultando	 em	 diferentes	 respostas	 glicêmicas,	 o	 que	 deu	 origem	 ao	 índice	
glicêmico	que	visa	classificar	os	alimentos	com	base	na	disponibilização	de	glicose	
sanguínea	de	um	determinado	alimento	(CARUSO;	MENEZES,	2000).	
Os	carboidratos	de	alto	índice	glicêmico	exercem	uma	função	importante	
para	indivíduos	fisicamente	ativos	para	disponibilizar	rapidamente	aporte	energé-
tico	para	o	treinamento,	poupando	os	estoques	de	glicogênio	(TIRAPEGUI,	2012).
90
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
O Índice Glicêmico (IG) dos alimentos é caracterizado pelo incremento da 
área abaixo da curva glicêmica produzido por uma porção de 50 g de carboidrato de um 
alimento em relação à mesma porção de alimento considerado padrão, neste caso, a 
glicose ou o pão branco (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2011).
NOTA
Com	 isso,	 destaca-se	 a	 direta	 influência	 dos	 carboidratos	 nas	 reservas	
corporais	de	glicogênio	muscular	e	hepático,	estando	diretamente	relacionada	aos	
níveis de elevação de glicose, aumentando a capacidade do treinamento, assim 
como	o	desempenho	durante	o	exercício	(MCARDL;	KATCH;KATCH,	2011).	
De	 acordo	 com	 Santos,	 Silva	 e	 Coelho	 (2016),	 uma	 dieta	 rica	 em	
carboidratos, feita por praticantes de treinamento de força, poderia melhorar o 
rendimento	durante	os	treinos	e	auxiliaria	no	processo	hipertrófico,	sendo	que	
esses	efeitos	estariam	vinculados	ao	aumento	na	secreção	de	insulina,	hormônio	
anabólico	(LIMA;	BARROS,	2007).	
De	acordo	com	a	Hernandez	e	Nahas	(2009),	estima-se	que	a	ingestão	de	
carboidratos	correspondente	de	60	a	70%	do	aporte	calórico	diário,	atendendo	à	
demanda de um treinamento esportivo. Para otimizar a recuperação muscular, 
recomenda-se	que	o	consumo	de	carboidratos	esteja	entre	5	e	8	g/kg	de	peso/dia.
Nos	 estudos	 de	Ribeiro	 e	 Burini	 (2002)	 e	Almeida	 et al. (2010) foi re-
latada	 a	 importância	 da	 supercompensação	 de	 carboidratos	 como	 substratos	
energéticos	para	a	contração	da	musculatura	esquelética,	a	qual	foi	inicialmen-
te	 reconhecida	por	pesquisadores	 escandinavos	na	década	de	 1960.	 Todavia,	
apesar	de	vários	estudos	abordarem	o	carboidrato	como	um	substrato	eficaz,	
fisiculturistas	 e	 indivíduos	praticantes	do	 treinamento	de	 força	não	possuem	
habitualidade	no	consumo	desse	recurso,	ao	contrário	de	atletas	de	endurance 
(LIMA;	BARROS,	2007).	
Com	isso,	quando	se	discutem	as	estratégias	nutricionais	utilizando	mani-
pulações	de	carboidratos,	antes,	durante	e	depois	do	exercício,	sabe-se	que	pode	
ser	um	método	para	manter	ou	até	mesmo	aumentar	os	estoques	de	glicogênio	
durante	o	período	de	treinamento	(SILVA;	MAIRANDA;	LIBERALI,	2008).
Em termos de necessidade de carboidratos, os atletas envolvidos em 
quantidades moderadas de treinamento intenso (por exemplo, 2-3 horas por dia 
de	 exercícios	 intensos	 realizados	 5-6	 vezes	 por	 semana)	 geralmente	 precisam	
consumir	uma	dieta	composta	de	5-8	g/kg/dia	ou	250-1200	g/dia	para	manter	os	
estoques	de	glicogênio	no	fígado	e	nos	músculos.	
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
91
Além	disso,	 atletas	 envolvidos	 em	 treinamento	 intenso	de	 alto	volume	
(por	 exemplo,	 três	 a	 seis	 horas	 por	 dia	 de	 treinamento	 intenso	 de	 um	 a	 dois	
exercícios	diários	por	cinco	a	seis	dias	por	semana)	podem	precisar	consumir	de	
8	a	10	g/kg/dia	de	carboidratos	(ou	seja,	400-1500	g/dia	para	atletas	de	50-150	kg),	
a	fim	de	manter	os	níveis	de	glicogênio	muscular	(BURKE	et al., 2011). 
Ao considerar as necessidades de carboidratos durante uma sessão de 
exercícios,	vários	fatores	devem	ser	considerados.	Segundo	Cermak	e	Van	Loon	
(2013),	atletas	submetidos	a	sessões	prolongadas	(2-3	horas)	de	treinamento	físico	
podem	oxidar	carboidratos	a	uma	taxa	de	1	a	1,1	g	por	minuto	ou	cerca	de	60	g	
por	hora,	o	que	direciona	para	uma	sugestão	de	consumo	de	0,7	g	de	carboidrato/
kg/h	durante	o	exercício,	em	uma	solução	de	6	a	8%,	conforme	o	posicionamento	
da American Dietetic Association, Dietitians of Canada, and the American College of 
Sports Medicin (ACSM) sobre	 nutrição	 e	 rendimento	 esportivo	 (RODRIGUEZ;	
DIMARCO;	LANGLEY,	2009).	
Quanto ao tipo de carboidrato, alguns pesquisadores relatam que 
combinações	 de	 glicose	 e	 sacarose	 ou	maltodextrina	 (proporção	 de	 1	 a	 1,2)	 e	
frutose	(proporção	de	0,8	a	1,0)	promovem	maiores	taxas	exógenas	de	oxidação	de	
carboidratos	quando	comparadas	a	situações	em	que	são	ingeridas	fontes	únicas	
de	 carboidratos	 (CURRELL;	 JEUKENDRUP,	 2008;	 RODRIGUEZ; DIMARCO;	
LANGLEY,	2009).
Oliver et al.	 (2016)	 relata	 que	 a	 amilopectina,	 um	 carboidrato	 de	 alto	
peso molecular, pode representar um benefício com uma menor osmolaridade 
do	 amido,	 permitindo	maior	 consumo	 (100	 g/hora)	 e,	 possivelmente,	maiores	
taxas	de	oxidação	e	melhoria	de	desempenho.	Além	disso,	o	status	de	jejum	e	a	
duração	da	sessão	de	exercícios	são	variáveis	a	serem	consideradas	pelos	atletas	
e treinadores. 
Em relação ao consumo de carboidratos durante os treinos mais curtos, 
é	questionável	(ACSM,	2016).	Ressalta-se	que	o	consumo	diário	de	quantidades	
adequadas	de	carboidratos	é	o	primeiro	e	mais	importante	passo	para	qualquer	
atleta	 competidor.	 Todavia,	 à	 medida	 que	 as	 durações	 se	 prolongam	 por	
duas horas, aumenta a necessidade de fornecer carboidratos, principalmente, 
quando	se	inicia	o	exercício	em	um	estado	de	jejum	ou	recuperação	incompleta	
(KERKSICK	et al.,	2018).
Já,	 após	 a	 prática	 esportiva,	 várias	 estratégias	 alimentares	 podem	 ser	
consideradas	para	repor	ao	máximo	a	perda	de	glicogênio	muscular	e	hepático.	
Nesse	momento,	a	primeira	prioridade	deve	ser	a	ingestão	de	carboidratos,	em	
seguida,	intercalando	com	a	ingestão	de	proteínas	(KERKSICK	et al.,	2018).
92
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
4.2 PROTEÍNA
A	 proteína	 é	 o	 macronutriente	 de	 maior	 discussão	 na	 área	 científica.	
Inicialmente, a recomendação era de que os atletas não precisariam ingerir mais 
do	que	a	RDA	para	obter	proteínas	(0,8	a	1,0	g/kg/d	para	crianças,	adolescentes	e	
adultos),	todavia,	pesquisas	dos	últimos	30	anos,	indicaram	que	atletas	envolvidos	
em	treinamentos	intensos	podem	se	beneficiar	da	ingestão	de	quase	o	dobro	da	
RDA	de	proteína	em	sua	dieta	(1,4	-1,8	g/kg/d).	
De	 acordo	 com	 Phillips,	 Chevalier	 e	 Leidy,	 (2016),	 em	 um	 artigo	 de	
revisão,	destaca-se	que	a	ingestão	insuficiente	de	proteína,	balanço	negativo	de	
nitrogênio,	pode	levar	à	perda	de	massa	muscular,	lesões,	doenças	e	intolerância	
ao treinamento. 
Nos	casos	do	objetivo	de	hipertrofia	muscular,	sugere-se	a	ingestão	de	1,6	
a	1,7	g/kg	de	peso,	sendo	necessário	que	os	atletas	sejam	conscientizados	de	que	o	
aumento	do	consumo	proteico	na	dieta,	além	dos	níveis	recomendados,	não	leva	
ao	aumento	adicional	da	massa	magra	(HERNANDEZ;	NAHAS,	2009).
De	acordo	com	a	Hernandez	e	Nahas	(2009),	é	recomendado	que	o	uso	
dos suplementos proteicos, como a proteína do soro do leite ou a albumina da 
clara	do	ovo,	esteja	de	acordo	com	a	ingestão	proteica	total.	
Novamente,	conforme	mencionado	anteriormente,	o	consumo	adicional	
desses	 suplementos	 proteicos	 acima	 das	 necessidades	 diárias	 (1,8	 g/kg/dia)	
não determina ganho de massa muscular adicional, assim como não promove 
aumento do desempenho.
A ingestão proteica, após o exercício físico de hipertrofia, pode favorecer 
o aumento de massa muscular se combinado com a ingestão de carboidratos. A dose 
recomendada é de 10 g de proteínas e 20 g de carboidratos (2:1 CHO:PTN).
ATENCAO
Phillips,	Chevalier	e	Leidy	(2016)	e	Jager	et	al.,	(2017)	relatam	que	as	evi-
dências	atuais	indicam	que	a	ingestão	ideal	de	proteínas	na	faixa	de	1,2	a	2,0	g/
kg/dia	(60	a	300	g/dia	para	um	atleta	de	50	a	150	kg)	deve	ser	considerada,	quan-
tidade	essa	de	proteína	que	seria	equivalente	à	ingestão	de	três	a	cinco	porções	de	
frango	ou	peixe	por	dia	para	um	atleta	de	50	a	150	kg	(BANDEGAN	et al., 2017). 
Ainda, Morton et al.	(2018)	realizaram	uma	meta-revisão	envolvendo	49	estudos	e	
concluíram	que	uma	ingestão	diária	de	proteína	de	1,62	g/kg/dia	pode	ser	o	ideal.
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
93
É importante destacar que as proteínas diferem com base em sua fonte, 
perfil	de	aminoácidos	e	os	métodos	de	processamento	ou	isolamento	(JAGER	et 
al.,	2017).	Essas	diferenças	influenciam	a	disponibilidade	de	aminoácidos	e	pep-
tídeos, podendo resultar em uma menor absorção e, consequentemente, efeito 
fisiológico	desse	macronutriente	(como	a	α-lactalbumina,	ß-lactoglobulina,	glico-
macropeptídeos, imunoglobulinas, lactoperoxidases, lactoferrina, entre outras).
A	 taxa	 de	 digestão	 e/ou	 absorção	 e	 atividade	 metabólica	 da	 proteína	
também	são	pontos	importantes	a	serem	verificados.	Diferentes	tipos	de	proteínas	
(por	exemplo,	caseína,	soro	do	leite	e	da	soja)	são	digeridos	em	taxas	diferentes,	
o que pode afetar o catabolismo e o anabolismo do corpo inteiro e a estimulação 
aguda	da	síntese	de	proteínas	musculares	(BUCCI;	UNLU,	2000).
O que nos leva a concluir que devemos nos atentar não apenas para 
garantir	que	o	atleta	 consuma	proteína,mas	 também	para	que	a	proteína	 seja	
de alta qualidade, sendo que as melhores fontes alimentares de proteínas de alta 
qualidade e com baixo teor de gordura são frango sem pele, peixe, claras de ovos, 
cortes muito magros de carne bovina e leite desnatado (caseína e soro de leite) 
(YANG	et al., 2012).
Todavia, cabe destacarmos as proteínas vegetais em ascensão. Enquanto 
a	 absorção	 de	 aminoácidos	 das	 proteínas	 vegetais	 é	 geralmente	mais	 lenta,	 a	
leucina	da	proteína	do	arroz	é	absorvida	mais	rapidamente	que	o	soro	de	leite	
(PURPURA	et al., 2014). 
Embora	 existam	muitos	 cenários	pelos	 quais	um	atleta	pode	optar	por	
suplementar	sua	dieta	com	proteína,	essa	prática	não	é	considerada	um	requisito.	
Sugere-se,	 por	 razões	 nutricionais,	 sociais,	 emocionais	 e	 psicológicas,	 que	 se	
priorize	o	consumo	das	proteínas	diárias	provenientes	de	alimentos.	
Jager et al. (2007) publicaram uma declaração de posição atualizada da 
Sociedade	Internacional	de	Nutrição	Esportiva,	resumida	da	seguinte	forma:	
• Exercícios resistidos e ingestão de proteínas estimulam a síntese de proteínas 
musculares,	sendo	sinérgico	quando	o	consumo	de	proteínas	ocorrer	antes	ou	
após o exercício resistido.
• Para	construir	e	manter	a	massa	muscular,	uma	ingestão	diária	total	de	proteí-
nas	de	1,4	–	2,0	g/kg/d	é	suficiente	para	a	maioria	dos	indivíduos	em	exercício.
• Uma	maior	ingestão	de	proteínas	(2,3	–	3,1	g/kg	de	massa	livre	de	gordura/d)	
pode	 ser	necessária	para	maximizar	 a	 retenção	do	peso	 corporal	magro	 em	
indivíduos	treinados	em	resistência	em	períodos	hipocalóricos.
• As	doses	 agudas	de	proteína	devem	conter	de	 700	 a	 3000	mg	de	 leucina	 e/
ou	um	teor	relativo	mais	alto	de	leucina,	além	de	uma	matriz	equilibrada	de	
aminoácidos	essenciais	(BCAAs).
• Idealmente, as doses de proteína devem ser distribuídas uniformemente, a 
cada 3-4 h, ao longo do dia.
94
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
• As	proteínas	rapidamente	digeridas	que	contêm	altas	proporções	de	BCAAs	e	
leucina	adequada	são	mais	eficazes	no	estímulo	à	MPS.
• Diferentes	tipos	e	qualidade	de	proteína	podem	afetar	a	biodisponibilidade	de	
aminoácidos	após	a	suplementação	de	proteínas;	fontes	completas	de	proteínas	
fornecem	todos	os	BCAAs	necessários,	sendo	os	suplementos	alimentares	de	
proteína mais comuns o soro	de	leite,	caseína,	leite	e	ovo)	ou	vegetal	(como	a	soja).
4.3 LIPÍDIOS 
Dos	macronutrientes,	os	lipídios	são	os	que	sofrem	menor	alteração	nas	
recomendações	para	atletas,	as	quais	são	semelhantes,	ou	um	pouco	maiores,	do	
que	as	recomendações	para	não	atletas	(aproximadamente	30%	de	sua	ingestão	
calórica	diária).	Dessa	forma,	dependendo	dos	objetivos	do	atleta,	a	quantidade	
de	 gordura	 na	 dieta	 recomendada	 para	 a	 ingestão	 diária	 pode	mudar,	 pois,	
dietas	com	alto	teor	de	gordura	parecem	manter	as	concentrações	circulantes	de	
testosterona	melhores	do	que	as	dietas	com	baixo	teor	de	gordura	(DORGAN	
et al.,	1996).
Todavia,	 em	 situações	 em	 que	 o	 atleta	 necessite	 reduzir	 sua	 gordura	
corporal,	a	 ingestão	de	gordura	pode	variar	de	0,5	a	1	g/kg/dia,	representando	
aproximadamente 20% do total de calorias da dieta. 
Dentre	as	estratégias	que	auxiliam	os	atletas	a	gerenciarem	a	ingestão	de	
gordura,	 está	a	de	ensiná-los	quais	 alimentos	 contêm	 lipídios	e	quais	 tipos	de	
lipídios,	 para	 que	possam	 fazer	melhores	 escolhas	 alimentares	 (LEUTHOLTZ;	
KREIDER,	2001).
As dietas cetogênicas, ricas em gordura, tiveram sua popularidade aumentada 
nos últimos anos. Possuem aproximadamente de 70 a 80% de suas calorias diárias compostas 
em gordura, com uma quantidade moderada de proteína (20 a 25% de calorias totais ou 2,0 
a 2,5 g/kg/dia) e, em grande parte, desprovidas de carboidratos (10-40 g/dia), levando a uma 
maior dependência de cetonas como fonte de combustível. Todavia, existem evidências 
limitadas e mistas quanto à eficácia geral de uma dieta cetogênica para atletas. Tendo 
em vista que as evidências disponíveis são limitadas e mistas, é necessário concluir mais 
pesquisas com seres humanos antes que recomendações apropriadas possam ser feitas 
para o uso de dietas ricas em gordura para o desempenho atlético (KERKSICK et al., 2018).
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
95
4.4 PLANEJAMENTO ALIMENTAR (ANTES/DURANTE E APÓS 
AS REFEIÇÕES)
De	forma	geral,	um	modelo	de	recomendação	diária	de	distribuição	de	
macronutrientes	para	o	consumo	energético	total	diário	de	indivíduos	atletas	se	
enquadra	no	perfil	a	seguir,	conforme	Hernandez	e	Nahas	(2009)	é:
• Carboidratos	(CHO)	–	60%	a	70%	das	calorias	(ou	de	5	g	a	10	g/kg/dia).
• Proteínas	 (PTN)	 –	 de	 1,2	 g	 a	 1,6	 g/kg/dia	 para	 indivíduos	 que	 pratiquem	
esportes	de	resistência.
• Lipídios	(LIP)	–	30%	das	calorias	(aproximadamente	1	g/kg/dia).
Todavia,	além	das	diretrizes	nutricionais	descritas,	o	tempo	e	a	compo-
sição	das	 refeições	 consumidas	desempenham	um	 importante	papel	 na	 otimi-
zação	do	desempenho.	Destaca-se	que	são	necessárias	quatro	horas	para	que	o	
carboidrato	seja	digerido	e	assimilado	nos	tecidos	musculares	e	hepáticos	como	
glicogênio.	Devido	a	isso,	as	refeições	pré-exercício	devem	ser	consumidas	cer-
ca	de	quatro	a	seis	horas	antes	do	exercício	(SHERMAN;	JACOBS;	LEENDERS,	
1998),	demonstrando	que,	se	um	atleta	treina	à	tarde,	o	café	da	manhã	pode	ser	
visto	como	de	grande	importância	para	superar	os	níveis	de	glicogênio	muscular	
e	hepático.	
Além	disso,	indica-se	que	a	ingestão	de	um	lanche	leve	de	carboidratos	e	
proteínas	de	30	a	60	minutos	antes	do	exercício	(por	exemplo,	50	g	de	carboidratos	e	
5 a 10 g de proteína, 5:1) serve para aumentar a disponibilidade de carboidratos no 
final	de	um	intenso	exercício.	Isso	também	viabiliza	o	aumento	da	disponibilidade	
de	 aminoácidos	 e	 reduz	 o	 catabolismo	 de	 proteínas,	 minimizando	 os	 danos	
musculares	(SAUNDERS;	LUDEN;	HERRICK,	2007).
Em	períodos	em	que	os	atletas	estão	em	restrição	energética,	para	atender	
às	necessidades	diárias,	deve-se	considerar	a	ingestão	de	proteínas	de	qualidade,	
os	horários	de	consumo	e	a	combinação	com	carboidratos,	que	são	de	grande	valia	
para manter a massa corporal magra, os efeitos do treinamento e o desempenho. 
Durante	 o	 exercício,	 quando	 ele	 dura	mais	 de	 uma	hora,	 e/ou	 quando	
a	 duração	 se	 estender	 para	 além	 de	 90	minutos,	 recomenda-se	 a	 ingestão	 de	
soluções	de	glicose/eletrólitos	para	manter	os	níveis	de	glicose	no	sangue,	evitar	
a desidratação e reduzir os efeitos imunossupressores do exercício intenso. Essa 
estratégia	 se	 torna	 ainda	mais	 importante,	 quando	 o	 atleta	 estiver	 com	pouco	
combustível	antes	da	tarefa	do	exercício	ou	for	submetido	a	jejum	(SAUNDERS;	
LUDEN;	HERRICK,	2007).
Logo após os exercícios intensos, deve haver o consumo de carboidratos 
e	proteínas	 (por	 exemplo:	 1	 g/kg	de	 carboidratos	 e	 0,5	 g/kg	de	proteínas)	 nos	
primeiros 30 minutos após o exercício e nas duas horas seguintes, consumir uma 
refeição	rica	em	carboidratos.	Pesquisadores	têm	verificado	que	essa	estratégia	
nutricional	acelera	a	ressíntese	de	glicogênio	e	promove	um	perfil	hormonal	mais	
96
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
anabólico,	acelerando	a	recuperação	(KRAEMER	et al.,	1998).	Dessa	forma,	pode-
se observar que o tipo de refeição, a quantidade de carboidratos consumidos e o 
horário	das	refeições	são	fatores	importantes	para	maximizar	o	armazenamento	
de	glicogênio	e	manter	a	disponibilidade	de	carboidratos	durante	o	treinamento.	
O	ISSN	adotou	uma	posição	sobre	o	tempo	de	nutrientes	em	2008,	revisada	em	
2017	(KERKSICK	et al., 2017), pode ser resumida com os seguintes pontos:
• Estoques	 intramusculares	 e	 hepáticos	 de	 glicogênio	 são	 maximizados	 pelo	
consumo	de	uma	dieta	rica	em	carboidratos	contendo	de	8	a	12	g/kg/dia.	
• Exercícios de alta intensidade (> 70% VO2	Max)	 com	duração	maior	 que	 90	
minutos	é	aconselhável	consumir	de	30	a	60	g	de	carboidratos/hora,em	uma	
solução	de	6	a	8%	de	carboidrato,	a	cada	10	a	15	minutos	durante	todo	o	período	
de exercícios. 
• O	planejamento	alimentar	deve	oferecer	energia	adequada	 (mínimo	de	27	a	
30	kcal/kg)	e	proteína	(1,6	a	1,8	g/kg/dia),	preferencialmente	com	ingestão	de	
proteína	com	espaçamento	uniforme	(a	cada	3	a	4	h)	 (0,25	a	0,40	g/kg/dose)	
durante o dia. 
• Intervenções	 nutricionais	 pré	 e/ou	 pós-exercício	 (carboidrato	 +	 proteína	 ou	
proteína	isoladamente)	podem	ser	estratégias	eficazes	para	apoiar	melhorias	
na força e na composição corporal. 
• A ingestão de proteínas de alta qualidade pós-exercício (imediatamente 2 h 
após)	estimula	aumentos	robustos	na	MPS	(KERKSICK	et al.,	2018).
4.4.1 Estratégias pré-competição
Como	 já	 discutido,	 os	 carboidratos	 constituem	 o	 principal	 nutriente	
que	fornece	energia	para	o	treinamento	e	a	recuperação,	além	de	ser	o	recurso	
ergogênico	 mais	 estudado	 na	 nutrição	 esportiva	 por	 ser	 substrato	 energético	
para	o	músculo	e	o	 cérebro	durante	o	exercício	 físico	 (SIMINO,	2018).	Devido	
a	 isso,	 em	 muitas	 modalidades	 esportivas,	 a	 baixa	 reserva	 de	 carboidratos	 é	
considerada um fator de fadiga e redução do desempenho físico, fazendo com 
que	a	estratégia	de	manipulação	de	ingestão	de	carboidratos	auxilie	no	objetivo	
de	alcançar	estoques	máximos	de	glicogênio	muscular,	retardando,	dessa	forma	
o	surgimento	da	fadiga	(SIMINO,	2018).
Resumidamente,	a	técnica	da	supercompensação	de	carboidrato	consiste	
em	fazer	treinos	intensos,	ingerindo,	durante	três	dias,	uma	dieta	hipoglicídica,	
seguidos	 de	 três	 dias	 de	 treinamento	 leve	 acompanhados	 pela	 oferta	 de	 uma	
dieta hiperglicídica. Todavia, a dieta hipoglicídica pode, em alguns momentos, 
não	 ser	 conveniente	 ao	 atleta,	 sendo	 pouco	 palatável,	 causando	 alterações	
digestivas,	irritabilidade,	tonturas	e	cansaço.	Fatores	esses	que	fizeram	com	que	
fosse	 desenvolvida	 uma	 técnica	 menos	 agressiva,	 como	 o	 sistema	 dissociado	
(KREIDER,	2017).	
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
97
Segundo	 Simino	 (2018),	 o	 sistema	 dissociado	 foi	 pensado	 da	 seguinte	
forma:	a	intensidade	do	treinamento	é	reduzida	uma	semana	antes	da	competição,	
momento em que são consumidos 50% da energia na forma de carboidratos na 
dieta,	 posterior,	 três	 dias	 antes	 da	 competição,	 a	 atividade	 passa	 a	 ser	menos	
intensa e a dieta aportando aproximadamente 70% de carboidrato do valor 
energético	total.	Os	alimentos	devem	ser	de	alto	índice	glicêmico,	aumentando	a	
sensibilidade	à	insulina	e	estimular	a	síntese	de	glicogênio	muscular	e	as	reservas	
no tecido adiposo.
A supercompensação de carboidratos pode ser utilizada, quando 
definido	em	conjunto,	entre	o	profissional	de	saúde	e	o	atleta.	Todavia,	é	indicado	
não	utilizar	essa	estratégia	mais	de	uma	vez	por	mês,	devido	ao	estímulo	da	
sensibilidade	à	insulina.	
Dessa	forma,	no	momento	pré-competição,	a	alimentação	deve	garantir	
que	os	estoques	de	glicogênio	estejam	no	nível	máximo.	Para	as	competições	que	
duram menos de quatro minutos, orienta-se que o atleta tenha um descanso nos 
três	dias	antes	e	aporte	para	7	a	8	g/kg	de	peso/dia	o	consumo	de	carboidratos	
(SILVA;	 MAIRANDA;	 LIBERALI,	 2008).	 Já,	 para	 atividades	 com	 mais	 de	 90	
minutos	 de	 duração,	 faz-se	 necessária	 a	 realização	 de	 exercícios	 de	 menor	
intensidade na semana anterior e descanso no dia do evento, sendo indicado, 
para	os	três	primeiros	dias,	a	ingestão	de	5	a	7	g/kg	de	peso	de	carboidratos	e,	nos	
últimos	três	dias,	8	a	10	g/kg	de	peso	de	carboidratos	(JOHANN	et al., 2015), ou 
seja,	aumentando	gradativamente	com	a	proximidade	da	competição.
De	 acordo	 com	 Silva,	Mairanda	 e	 Liberali	 (2008),	 no	 dia	 de	 provas	 de	
resistência	com	mais	de	90	minutos	ou	eliminatórias	curtas,	sugere-se	a	oferta	de	
7	a	8	g/kg	de	peso/dia	de	carboidrato,	já	na	semana	prévia,	orienta-se	a	redução	
do	 treinamento	 nos	 três	 últimos	 dias	 e	 o	 atleta	 deve	 realizar	 um	 treino	 leve,	
consumindo	de	8	a	10	g/kg/dia.
Conforme	mencionado	no	 tópico	anterior,	a	 refeição	pré-exercício	deve	
ser	composta	por	alimentos	de	rápida	digestibilidade,	com	maior	proporção	de	
carboidratos,	 proporção	 intermediária	 de	 proteínas	 e	 baixíssimo	 consumo	 de	
lipídios	(CÓRDOBA,	2017).	
Já	no	dia	anterior	ao	da	competição,	devem	ser	oferecidas	de	seis	a	oito	
refeições	ricas	em	carboidratos	de	baixo	índice	glicêmico,	evitando	alimentos	que	
provocam	flatulência,	como	os	integrais,	ricos	em	fibras	e/ou	novos	alimentos	que	
não	fazem	parte	do	hábito	alimentar	do	atleta.	No	dia	da	competição,	a	refeição	
principal	deve	ser	realizada	de	duas	a	quatro	horas	antes	do	evento	e,	caso	seja	
no	final	da	tarde,	poderão	ser	consumidos	pequenos	lanches	(sanduíche	de	atum/
peito	de	frango,	barras	de	cereal,	iogurte,	granola	com	leite)	de	três	em	três	horas	
(CÓRDOBA,	2017).
98
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
Nos períodos de descanso ou férias, o atleta deve ter uma dieta que permita 
manter o peso corporal e que evite carências nutricionais.
ATENCAO
4.4.2 Estratégias durante competição
Nas	 atividades	 de	 resistência	 com	 duração	 de	 mais	 90	 minutos	 e	 em	
esportes com exercícios intermitentes de alta intensidade e curta duração, deve-se 
ingerir aproximadamente de 25 a 30 g de carboidratos a cada 30 minutos, buscando 
retardar o aparecimento da fadiga. Aqui, pode-se fazer uso dos suplementos 
de	 conveniência,	 como	 as	 bebidas	 esportivas	 que	 fornecem	 os	 carboidratos	
necessários	para	o	exercício	e	hidratam	simultaneamente	(CÓRDOBA,	2017).
Quanto	 à	 hidratação,	 posteriormente	 discutiremos	 esse	 tema	 de	 forma	
ampliada.	De	forma	resumida,	é	recomendado	que,	após	de	30	a	60	minutos	do	
início	da	atividade,	sejam	ofertados	de	125	a	250	mL	de	líquidos	a	cada	15	ou	20	
minutos.	Em	modalidades	esportivas	que	duram	mais	de	60	minutos,	oferecer	1,5	
a	3	mL/kg	de	peso	corporal	(CÓRDOBA,	2017).
4.4.3 Estratégias pós-competição
No	caso	do	pós-competição,	é	bem	variável,	dependendo	do	momento	da	
próxima	competição.	Em	situações	em	que	o	atleta	vai	realizar	mais	de	uma	prova	
em	um	curto	prazo	de	tempo,	as	reservas	de	glicogênio	devem	ser	restabelecidas	
rapidamente	com	alimentos	que	forneçam	carboidratos	de	alto	índice	glicêmico,	
ingerindo	1	g/kg	de	peso	de	carboidrato	nas	duas	horas	imediatamente	após	a	
atividade	física	(CÓRDOBA,	2017).	
Recomenda-se	 a	 ingestão	 de	 5	 a	 9	 g/proteínas,	 juntamente	 com	 os	
carboidratos	 na	 refeição	 pós-exercício,	 favorecendo	 ressíntese	 de	 glicogênio,	
sendo	que	em	alguns	casos,	é	recomendada	a	ingestão	de	refeições	de	consistência	
pastosa,	além	do	aumento	do	consumo	de	líquidos,	com	oferta	de	uma	refeição	
contendo	carboidratos,	proteínas	e	líquidos,	acelerando	a	síntese	de	glicogênio,	
além	de	reidratar	o	atleta.	Conforme	Aoki	e	Bacurau	(2012),	a	ingestão	de	lipídeos	
deve ser mantida na faixa de 20 a 30% da oferta calórica total da dieta. 
 
No	caso	da	 reidratação,	 no	próximo	 tópico,	 ela	 será	melhor	detalhada.	
Para	 repor	 o	 déficit	 hidroeletrolítico,	 deve-se	 oferecer	 1,5	 L	 de	 líquidos/kg	 de	
peso corporal perdido durante o exercício (reposição de 150% da perda de peso 
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
99
para	manter	 o	 estado	de	 hiperidratação)	 e,	 após	 duas	 horas	 da	 competição,	 é	
recomendável	aumentar	a	concentração	de	carboidratos	das	bebidas	oferecidas	
para	15	a	20%	e	ingerir	100	a	150	mL/minuto	(CÓRDOBA,	2017).
Embora haja uma preconização de que o uso de carboidrato está diretamente 
relacionado com os níveis intracelulares de glicogênio e retardo da fadiga muscular, há, 
ainda, uma lacuna sobre o consumo adequado de carboidrato frente ao treinamento de 
força, já que esse tipo de treinamento é classificado como prioritariamente anaeróbico, 
dependendo, em grande parte, da creatina fosfato como geradora de energia, através 
do sistema anaeróbico alático, especialmente em exercício de alta intensidadee baixas 
repetições (HERNANDEZ; NAHAS, 2009).
IMPORTANT
E
4.5 MICRONUTRIENTES
As	vitaminas	e	os	minerais	são	compostos	essenciais,	ou	seja,	precisam	
ser	 consumidas	 via	 alimentação,	 já	 que	 nosso	 corpo	 não	 as	 produz.	Auxiliam	
na regulação de processos metabólicos e neurológicos, síntese de energia e no 
impedimento	da	destruição	das	células	(KERKSICK	et al.,	2018).	As	vitaminas	são	
compostos	orgânicos	e	os	minerais	são	inorgânicos,	e	possuem	funções	específicas	
estando diretamente ligados ao metabolismo celular e, por isso, relacionados ao 
bom	rendimento	dos	atletas	durante	treinos	e	competições.	Veremos,	a	seguir,	os	
micronutrientes	que	se	destacam	na	área	esportiva.
As	 vitaminas	 são	 divididas	 em	 hidrossolúveis	 e	 lipossolúveis,	 sendo	
que	 as	 lipossolúveis	 incluem	as	vitaminas	A,	D,	E	 e	K	 e	 são	 armazenadas	 em	
vários	tecidos,	podendo	resultar	em	toxicidade	se	consumidas	em	quantidades	
excessivas. 
As	vitaminas	hidrossolúveis	consistem	em	todo	o	complexo	de	vitaminas	
B	e	vitamina	C,	neste	caso,	como	são	solúveis	em	água,	a	 ingestão	excessiva	é	
eliminada	 na	 urina,	 com	 exceção	da	 vitamina	B6,	 que	 pode	 causar	 danos	 nos	
nervos	periféricos	quando	consumidos	em	quantidades	excessivas	e	da	vitamina	
C que pode causar danos renais e desequilíbrios osmóticos. 
Destaca-se	que,	se	um	atleta	é	deficiente	em	uma	vitamina,	a	suplementação	
ou	modificações	na	dieta	para	melhorar	o	status	dessa	vitamina	podem	melhorar	
consistentemente	a	saúde	e	o	desempenho	(KERKSICK	et al.,	2018).		
100
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
Os	 minerais,	 por	 sua	 vez,	 são	 elementos	 inorgânicos	 essenciais,	
necessários	para	uma	série	de	processos	metabólicos.	Os	minerais	servem	como	
estrutura	 para	 os	 tecidos,	 componentes	 importantes	 de	 enzimas	 e	 hormônios	
e	 reguladores	 do	 controle	 metabólico.	 Já	 nas	 populações	 atléticas,	 alguns	
minerais	são	considerados	deficientes,	enquanto	outros	são	reduzidos	devido	ao	
treinamento	e	exercício	prolongado,	como	sódio,	potássio	e	magnésio.	Sendo	que	
nessas	situações	os	atletas	devem	consumir	alimentos	e	líquidos	para	substituir	
essas	perdas	(THOMAS;	ERDMAN;	BURKE,	2016).
Dos	 minerais	 revisados	 por	 Kerksick	 et al.	 (2018),	 vários	 parecem	
contribuir	 com	a	 saúde	 e	desempenho	dos	 atletas	 em	determinadas	 situações,	
como	a	suplementação	de	cálcio	em	atletas	suscetíveis	à	osteoporose,	auxiliando	
na	manutenção	da	saúde	óssea.	
Zourdos,	Sanchez-Gonzalez	e	Mahoney	(2015)	destacaram	a	importância	
do status de ferro em atletas do sexo feminino, em que esforços recentes apontaram 
que	a	suplementação	de	ferro	em	atletas	propensos	a	deficiências	de	ferro	e/ou	
anemia pode melhorar a capacidade de exercício. 
De	 acordo	 com	 o	 COI	 (KERKSICK	 et al.,	 2018),	 os	 nutrientes	 que	
normalmente	são	suplementados	em	atletas	incluem	ferro,	cálcio	e	vitamina	D.	
Além	disso,	também	pode	ser	necessária	a	suplementação	de	iodo	(para	aqueles	
que	vivem	em	áreas	com	baixos	níveis	de	iodo	nos	alimentos	ou	que	não	usam	
sal	iodado),	folato	(para	mulheres	que	podem	engravidar)	e	vitamina	B12	(para	
aquelas	que	 seguem	uma	dieta	vegana	ou	quase	vegana).	Essas	 considerações	
não	se	aplicam	especificamente	aos	atletas.
As	contradições	na	quantidade	direcionada	aos	atletas	para	o	consumo	
das	vitaminas,	conforme	Hernandez	e	Nahas	(2009),	para	os	atletas	em	regime	
de treinamento intenso, tem sido sugerido o consumo de vitamina C entre 500 
e	1.500	mg/dia,	para	melhor	resposta	 imunológica	e	com	efeito	antioxidante;	e	
de	vitamina	E,	para	aprimorar	a	ação	antioxidante.	Todavia,	essas	afirmações	se	
baseiam	em	baixo	grau	de	evidência	científica.
Para	 os	 minerais,	 as	 condições	 são	 compatíveis	 com	 as	 pesquisas	
direcionadas	 às	 vitaminas	 para	 os	 atletas.	 Nesse	 ínterim,	 o	 zinco,	 por	 estar	
envolvido	no	processo	respiratório	celular,	quando,	em	deficiência	nos	atletas,	
pode	gerar	 anorexia,	 perda	de	peso	 significativa	 e	 consequentemente	 fadiga	 e	
queda no rendimento, fato que leva a sugerir a suplementação alimentar desse 
mineral.	 Todavia,	 as	 evidências	 científicas	não	 justificam	o	uso	 sistemático	do	
zinco	em	suplementação	nutricional,	apenas	em	situações	específicas	em	que	o	
nutricionista	identifique	essa	necessidade	(HERNANDEZ;	NAHAS,	2009).	
Permanecendo nesse pensamento, atletas do sexo feminino, devido a 
dietas	de	restrição	calórica,	podem	ter	sugestão	de	aporte	do	cálcio,	envolvido	na	
formação e manutenção óssea, assim como a baixa ingestão de ferro, causando 
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
101
fadiga	e	anemia,	podendo	afetar	o	desempenho	atlético	e	o	sistema	imunológico,	
sendo recomendado ter atenção especial ao consumo de alimentos com ferro de 
elevada biodisponibilidade.
De	 acordo	 com	 Medeiros,	 Paschoal	 e	 Sanches	 (2017),	 ao	 avaliar	 a	
magnitude dos efeitos que as vitaminas e os minerais exercem no organismo 
humano	e	a	infinidade	de	reações	bioquímicas	e	fisiológicas	que	estão	envolvidas	
no	exercício	físico,	faz-se	necessária	uma	avaliação	mais	complexa	e	profunda	de	
um	indivíduo	fisicamente	ativo,	conforme	pode	ser	observado	na	Figura	5.	
FIGURA 5 – MODULAÇÃO DOS EFEITOS DO EXERCÍCIO PELOS MICRONUTRIENTES SOB A 
ÓPTICA DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL
FONTE: Paschoal e Naves (2017, p. 244)
Nesse	contexto,	quando	se	fala	em	suplementação	nutricional,	de	acordo	
com	 Medeiros,	 Paschoal	 e	 Sanches	 (2017),	 é	 de	 suma	 importância	 promover	
educação	 nutricional,	 uma	 vez	 que	 estes	 nutrientes	 compõem	 uma	 extensa	
cadeia	 de	 reações,	 e	 seu	 uso	 sem	 orientação	 pode	 alterá-las,	 podendo	 trazer	
consequências	negativas	para	 a	 saúde	desses	 indivíduos,	 já	 que	nem	 todos	os	
nutrientes	são	excretados	de	maneira	eficiente	quando	em	excesso,	podendo	ser	
armazenados no organismo em quantidade tóxica. 
No	que	se	refere	às	controvérsias	sobre	a	suplementação	de	micronutrientes	
em esportistas e atletas, deve-se avaliar os fatores envolvidos na condução da 
pesquisa	para	que	ela	seja	relevante,	considerando,	desde	a	seleção	das	amostras,	
102
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
que	pode	ser	de	grande	diversidade.	Por	exemplo,	quanto	ao	grau	de	prática	de	
atividade	 física,	à	 intensidade	do	exercício,	à	modalidade,	ao	 tempo	de	 treino,	
à	 idade,	 ao	 sexo,	 à	 dieta,	 ao	 estilo	 de	 vida,	 além	 de	 período	 de	 treinamento,	
grau	de	estresse,	período	de	sono,	fatores	emocionais,	fatores	genéticos	ou	até	a	
presença	de	doenças,	ou	seja,	fatores	que	constituem	o	indivíduo	e	determinam	
sua	qualidade	de	vida	(MEDEIROS;	PASCHOAL;	SANCHES,	2017,	p.	244).
Analisando	 ainda	 fatores	 que	 envolvem	a	 eficácia	das	 vitaminas	 e	
minerais estudados, tais como a proporção entre os nutrientes, o 
mecanismo compensatório de defesa do organismo, a suplementação 
isolada	ou	conjunta,	entre	outros,	determina	a	absorção,	o	transporte,	
o armazenamento, a utilização e a excreção de micronutrientes, o que 
torna	o	estabelecimento	de	consensos	sobre	as	necessidades	diárias	e	
a suplementação cada vez mais difícil. Todos esses fatores evidenciam 
que a individualidade bioquímica deve sempre ser considerada na 
avaliação	nutricional	dos	indivíduos,	pois	as	evidências	encontradas	
em	estudos	científicos	foram	realizadas	em	grupos	heterogêneos,	o	
que	permite	a	sua	análise	sob	diferentes	óticas.	Desse	modo,	constata-
se	a	necessidade	de	constantes	avaliações,	pesquisas	e	estudos	que	
evidenciem	essas	discussões,	trazendo	comprovações	científicas	que	
permitam	 a	 sua	utilização	na	prática.	Ainda,	 é	 importante	 sempre	
levar	em	consideração	a	fisiologia	humana,	bem	como	a	bioquímica	
de	 vitaminas	 e	minerais,	 que	 já	 estão	 bem	 descritos	 na	 literatura,	
mostrando a necessidade de tais elementos nas vias metabólicas e 
reações	químicas	que,	de	maneira	complexa,	permitem	o	equilíbrio	
do	organismo,	mantendo-o	saudável.	Assim,	caso	sejam	aumentadas	
as	necessidades	desse	organismo,até	 então	equilibrado,	 resultado,	
por	 exemplo,	 da	 prática	 de	 atividade	 física	 seja	 com	 ou	 sem	 fins	
competitivos,	 as	 necessidades	 de	 vitaminas	 e	 minerais	 também	
serão	aumentadas,	 a	fim	de	 se	 respeitar	 sempre	 a	proporção	 entre	
os nutrientes que por sua vez asseguram ao organismo novamente 
seu equilíbrio.
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As necessidades nutricionais dos atletas são maiores que de indivíduos 
não atletas.
• O atendimento nutricional direcionado ao atleta segue o padrão do atendi-
mento clínico nutricional, requerendo um bom diagnóstico baseado em uma 
anamnese	alimentar	completa	para	que	as	intervenções	venham	de	encontro	
ao	objetivo	do	cliente.
•	 Os	 cálculos	 das	 necessidades	 nutricionais	 dos	 atletas	 podem	 seguir	 as	
recomendações	 das	 DRIs,	 seguindo	 o	 Fator	 de	Atividade	 Física	 compatível	
com	o	atleta	ou	pelo	METs,	considerando	que	as	variáveis	passíveis	de	erro	no	
estabelecimento desses ainda são discutidos pelos pesquisadores.
 
•	 As	 recomendações	 de	 macronutrientes	 para	 atletas	 são	 maiores,	 devendo,	
nessas	 situações,	 seguir	 as	 diretrizes	 da	 Sociedade	 Brasileira	 de	 Medicina	
Esportiva.
•	 De	forma	geral,	um	modelo	de	recomendação	diária	de	distribuição	de	ma-
cronutrientes	para	o	consumo	energético	total	diário	de	indivíduos	atletas	se	
enquadra	no	perfil	a	seguir,	conforme	Hernandez	e	Nahas	(2009)	é:	carboi-
dratos	(CHO)	–	60%	a	70%	das	calorias	(ou	de	5	g	a	10	g/kg/dia);	proteínas	
(PTN)	–	de	1,2	g	a	1,6	g/kg/dia	para	indivíduos	que	pratiquem	esportes	de	
resistência;	lipídios	(LIP)	–	30%	das	Calorias	(aproximadamente	1	g/kg/dia).
•	 A	recomendação	de	consumo	de	proteína	é	sempre	discutida	considerando	a	
variabilidade dos indivíduos e das modalidades que praticam.
•	 O	índice	glicêmico	dos	alimentos	fonte	de	carboidratos	deve	ser	considerado	
na	prescrição	do	planejamento	alimentar.	
104
1	 Uma	mulher	de	24	anos	de	idade,	com	58	kg	de	peso	corporal	e	1,70	m	de	
altura (IMC 20), ingressou recentemente no time de handebol da sua uni-
versidade. Preocupada com sua alimentação e com seu desempenho físico 
nas	competições,	ela	consultou	um	nutricionista	com	o	objetivo	de	obter	
informações	a	respeito	da	relação	entre	o	consumo	de	nutrientes	e	a	sua	
atividade	esportiva.	Considerando	a	situação	hipotética	anterior	e	a	relação	
entre	alimentação	e	desempenho	físico,	avalie	as	afirmativas	a	seguir:
I-	 É	recomendável	o	consumo	de	alimentos	ricos	em	carboidratos	e	mode-
rados	em	proteínas	próximo	ao	horário	da	atividade	física,	pois	esses	ali-
mentos	favorecem	o	depósito	do	glicogênio	hepático	e	a	disponibilidade	
de	aminoácidos	circulantes.
II-	 A	 jovem	 apresenta	 estado	 nutricional	 adequado,	 segundo	 o	 índice	 de	
massa corporal, e, por isso, deve ingerir alimentos ricos em gordura antes 
da	atividade	física,	pois	a	gordura	é	fonte	de	energia	para	esportes	de	alta	
intensidade.
III-	O	consumo	de	carboidrato	de	alto	índice	glicêmico	(30	a	60	g)	durante	a	
atividade	 física,	 após	 uma	hora	 de	 treino	 é	 recomendável	 por	 permitir	
que	a	glicose	seja	enviada	para	o	organismo	no	momento	em	que	a	fadiga	
aparece.
IV- A ingestão de proteína durante a atividade física retarda o surgimento da 
fadiga,	melhorando	também	o	desempenho	da	esportista	pela	manutenção	
da glicemia durante o exercício.
É	CORRETO	apenas	o	que	se	afirma	em:
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) I e IV.
d) ( ) II e III.
e) ( ) III e IV.
2	 Considerando	 a	 utilização	 dos	 substratos	 energéticos	 durante	 a	 prática	
esportiva. Leia com atenção as alternativas a seguir e classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(			)	 Durante	 o	 exercício,	 as	 células	 musculares	 transformam	 o	 glicogênio	
hepático	em	glicose,	através,	principalmente,	da	ação	do	glucagon.
( ) As proteínas e os carboidratos são os principais substratos utilizados pelo 
organismo como fonte de energia durante a atividade física.
AUTOATIVIDADE
105
( ) A ingestão de carboidratos na dieta antes, durante e depois do exercício 
de	 curta	 duração	 pode	melhorar	 e	 muito	 o	 desempenho	 atlético	 pela	
otimização	dos	músculos	e	depósitos	de	glicogênio	hepático,	ou	através	
da manutenção da homeostase da glicose sanguínea.
(			)	 A	refeição	pré-competição	ideal	consiste	em	alimentos	ricos	em	proteínas	
que irão garantir níveis elevados de proteína muscular durante a 
competição.
(			)	 O	consumo	de	carboidratos	com	alto	índice	glicêmico	constitui	um	meio	
mais	 efetivo	 de	 repor	 rapidamente	 o	 glicogênio	 depletado	 após	 um	
exercício intenso.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a) ( ) F, F, F, F, V.
b) ( ) F, V, F, V, V.
c) ( ) V, F, F, F, V.
d) ( ) F, F, F, F, F.
e) ( ) V, V, V, F, F.
3	 A	 recomendação	diária	de	distribuição	de	macronutrientes	para	o	 con-
sumo	energético	 total	diário	de	 indivíduos	atletas,	de	maneira	geral,	 se	
concentra	em	qual	das	quantidades	descritas	a	seguir?
a)	(			)	 Carboidratos	de	8	g	a	12	g/kg/dia;	Proteínas	de	1,2	g	a	1,6	g/kg/dia;	
Lipídios	aproximadamente	2	g/kg/dia.
b)	(			)	 Carboidratos	 de	 3	 g	 a	 5	 g/kg/dia;	 Proteínas	 de	 1,2	 g	 a	 1,6	 g/kg/dia;	
Lipídios	aproximadamente	1	g/kg/dia.
c)	(			)	 Carboidratos	de	5	g	a	10	g/kg/dia;	Proteínas	de	2,2	g	a	2,6	g/kg/dia;	
Lipídios	aproximadamente	1	g/kg/dia.
d)	(			)	 Carboidratos	de	5	g	a	10	g/kg/dia;	Proteínas	de	1,2	g	a	3,6	g/kg/dia;	
Lipídios	aproximadamente	5	g/kg/dia.
e)	(			)	 Carboidratos	de	5	g	a	10	g/kg/dia;	Proteínas	de	1,2	g	a	1,6	g/kg/dia;	
Lipídios	aproximadamente	1	g/kg/dia.
4 É sabido que o consumo de carboidratos por atletas, principalmente 
de	modalidades	 de	 resistência,	 se	 faz	 de	 suma	 importância	 para	 o	 bom	
rendimento	 e	 posterior	 recuperação	 muscular.	 Nesse	 sentido,	 muitos	
nutricionistas	 usam	 da	 estratégia	 de	 supercompensação	 de	 carboidrato	
e/ou	sistema	dissociado	para	viabilizar	uma	maior	disponibilidade	desse	
macronutriente	durante	as	competições.	De	acordo	com	o	exposto,	descreva	
como	é	realizada	a	supercompensação	de	carboidratos/sistema	dissociado.
106
5	 Há	 muitas	 controvérsias	 sobre	 a	 suplementação	 de	 micronutrientes	 em	
esportistas e atletas, pois deve-se avaliar os fatores relacionados a cada caso 
quanto	ao	grau	de	prática	de	atividade	física,	à	 intensidade	do	exercício,	
à	modalidade,	ao	tempo	de	treino,	à	idade,	ao	sexo,	à	dieta	e	ao	estilo	de	
vida,	além	de	período	de	treinamento,	grau	de	estresse,	período	de	sono,	
fatores	emocionais,	fatores	genéticos	ou	até	a	presença	de	doenças,	ou	seja,	
fatores que constituem o indivíduo e determinam sua qualidade de vida. 
Nesse	sentido,	descreva	sobre	a	importância	dessas	variáveis	na	análise	da	
suplementação	de	micronutrientes	na	área	esportiva.
107
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Olá,	 acadêmico,	 chegamos	 ao	 último	 tópico	 desta	 unidade,	 e	 iremos	
abordar	 a	 importância	 da	 hidratação	 no	 esporte.	 Reforçaremos	 algumas	
questões	fisiológicas	que	permeiam	o	termo	regulação	e,	consequentemente,	o	
mecanismo	de	hidratação	e	desidratação	de	um	esportista/atleta,	considerando	
poder	ser	a	hidratação	o	fator-chave	para	o	primeiro	lugar	no	momento	final	de	
uma competição. 
Além	disso,	 identificaremos	os	protocolos	de	hidratação,	antes,	durante	
e	após	a	prática	da	modalidade	esportiva,	refletindo	sobre	qual	o	tipo	de	fluido	
a ser ofertado em determinado momento, considerando a intensidade, tempo de 
esforço	e	as	condições	ambientais,	principalmente	temperatura	e	umidade	do	ar.	
Ainda,	caberá	discutir,	neste	tópico,	a	 legislação	brasileira	que	regula-
menta	as	bebidas	repositoras	de	eletrólitos,	com	orientações	de	quantidades	e	
tipos de carboidratos que podem estar presentes nessa bebida, bem como, quais 
são	as	quantidades	dos	minerais.	Por	fim,	é	válido	relembrarmos	as	alterações	
fisiológicas	que	acontecem	no	processo	de	desidratação,	suas	consequências	e	
impactos no desempenho de um praticante de exercício físico.
TÓPICO3 — 
HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
2 INGESTÃO HÍDRICA
A	 água	 corresponde	 a	 60%	 do	 peso	 corporal	 em	 um	 adulto	 normal,	
sendo	que	um	homem	de	70	kg	possui,	em	média,	42	L	de	água.	A	água	compõe	
três	 quartos	 do	 peso	 dos	 tecidos	magros	 e	menos	 de	 um	 quarto	 do	 peso	 da	
gordura, desta forma, podemos perceber que a composição corporal interfere na 
quantidade	de	água	corporal	(WHITNEY;	ROLFES,	2013).	
A	 localização	 da	 água	 é	 dividida	 em	 dois	 reservatórios:	 intracelular	
(dentro	das	 células),	 que	 reserva	 28	L	 (40%)	 e	 extracelular	 (toda	 água	 externa	
às	membranas	celulares)	os	outros	14	L	(20%),	considerando	o	exemplo	anterior	
de	 um	 homem	 de	 70	 kg,	 sendo	 que	 este	 último	 compartimento	 se	 subdivide	
funcionalmente	em	plasma	(5%)	e	fluido	intersticial	(15%).	
O	 fluido	 intersticial	 recobre	 diretamente	 as	 células	 extravasculares	 e	
permite a passagem de nutrientes e produtos metabólicos entre o sangue e as 
células	(GROPPER;	SMITH;	GROFF,	2011).				
108
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
A	água	possibilita	a	solubilização	e	a	passagem	de	uma	grande	variedade	
de	nutrientes	orgânicos	e	inorgânicos	do	sangue	para	a	célula	e	da	célula	para	o	
sangue,	além	das	inúmeras	reações	metabólicas	que	ocorrem	intracelularmente:	
• Mantém	a	estrutura	de	moléculas	grandes,	como	as	proteínas	e	o	glicogênio.
• Serve	 como	 solvente	 para	 minerais,	 vitaminas,	 aminoácidos,	 glicose	 e	
muitas	outras	moléculas	pequenas	para	que	possam	participar	de	atividades	
metabólicas.
• Age	 como	 lubrificante	 e	 amortecedor	 ao	 redor	de	 articulações	 e	dentro	dos	
olhos,	medula	espinhal,	e	em	gestações,	do	saco	amniótico	que	envolve	o	feto	
no	útero.	
• Auxilia na regulação da temperatura normal do corpo, pois a evaporação do 
suor pela pele elimina o excesso de calor do corpo.
• Mantém	o	volume	de	sangue.	
Dessa	 forma,	 para	 auxiliar	 nessas	 e	 demais	 funções,	 o	 corpo	 mantém	
o	 equilíbrio	 hídrico	 (ingestão	 =	 liberação)	 (GROPPER;	 SMITH;	 GROFF,	 2011;	
WHITNEY;	ROLFES,	2013).	
O hipotálamo controla atividades como a manutenção do equilíbrio hídrico, 
regulação da temperatura corporal e o controle do apetite (WHITNEY; ROLFES, 2013). 
NOTA
Vamos	recordar	como	ocorre	o	processo	da	sede?
Quando o equilíbrio hídrico diminui, o sangue começa a se concentrar, a 
boca	seca	e	o	hipotálamo	inicia	a	sensação	de	sede.	Os	receptores	de	estiramento	
no	estômago	enviam	sinais	para	a	ação	de	beber,	bem	como	os	receptores	que	
monitoram o volume de sangue no coração. 
Caso	o	 indivíduo	que	está	com	perda	de	água	não	a	 reponha,	ocorre	a	
desidratação,	que	justamente	tem	como	seus	primeiros	sintomas	a	sede,	e	como	
consequência	do	não	consumo	hídrico,	com	rapidez,	seguem	os	demais	sintomas	
(Tabela	2),	podendo	resultar	em	morte	(WHITNEY;	ROLFES,	2013).
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
109
2.1 UM POUQUINHO DA HISTÓRIA
Para iniciarmos, vamos rever o que a história nos traz sobre a ingestão de 
líquidos	em	competições,	para	compreendermos	um	pouco	do	porquê	ainda	hoje	
há	controvérsias	em	alguns	protocolos	de	reidratação.	
Até	 o	 século	 XX,	 a	 restrição	 de	 líquido	 durante	 a	 atividade	 física	 era	
associada	 ao	 ganho	 de	 desempenho	 durante	 as	 competições,	 sendo,	 naquele	
momento,	preconizada	a	não	ingestão	de	água	ou	outros	líquidos,	pensamento	
baseado	 nas	 observações	 de	 que	 os	 grandes	 atletas	 finalizavam	 as	 provas	
vitoriosos com temperaturas corporais acima de 40 °C, considerada para eles “a 
chave do sucesso”. 
Além	disso,	os	atletas	e	seus	preparadores	acreditavam	que	a	ingestão	de	
líquidos	e	alimentos	durantes	as	provas,	poderiam	trazer	desconfortos	gástricos	
(TIRAPEGUI,	2012).
Apenas	em	1940,	os	impactos	deletérios	da	desidratação	no	desempenho	
tornaram-se	 conhecidos,	 todavia,	 ainda	 envoltos	de	dúvidas	 e	 com	 resistência	
por parte de alguns atletas. 
Apenas	nos	últimos	30	anos,	os	profissionais	da	saúde	vêm	destacando	
a	 importância	 da	 ingestão	 de	 líquidos,	 antes,	 durante	 e	 após	 a	 prática	 de	
exercícios físicos. 
Foram	os	militares	os	primeiros	a	reconhecer	a	importância	da	reposição	
de líquidos no desempenho, pois, durante as batalhas, venciam os que tinham 
disponibilidade	de	água,	considerando	a	batalha	dos	“seis	dias”,	em	1967,	quando	
grande	parte	deles	morreu	por	desidratação	(TIRAPEGUI,	2012).
Atualmente,	a	hidratação	no	esporte	é	um	tema	bem	discutido,	reconheci-
do,	estudado	e	que	apresenta	inúmeros	benefícios	para	o	rendimento	dos	atletas	
e	praticantes	de	exercício	físico.	E	é	o	que	discutiremos	a	seguir,	iniciando	pela	
discussão do balanço hídrico.
O turnover	 hídrico	 é	 bastante	 variável,	 dependendo	 do	 clima,	 prática	
de exercício físico e sexo do indivíduo. Como exemplo, temos os indivíduos 
sedentários	que	residem	em	ambientes	amenos,	onde	a	perda	de	água	gira	em	
torno de 2 a 4 L por dia, em contrapartida, os atletas que chegam a perder mais 
de 10 L por dia. Essa perda acontece por meio da diurese, sudorese, perspiração, 
respiração	e	fezes	(BIESEK;	ALVES;	GUERRA,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).
110
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
2.2 COMPOSIÇÃO DO SUOR
A	composição	do	suor,	líquido	secretado	pelas	glândulas	sudoríparas,	é	
semelhante	ao	plasma	em	relação	aos	íons,	como	sódio,	cloreto,	potássio,	sendo	
os dois primeiros os mais abundantes. Todavia, essa composição pode alterar, 
dependendo do indivíduo, da dieta, taxa de sudorese, hidratação e grau de 
aclimatação. 
O ambiente do treinamento, quando muito quente estiver, mais favo-
recerá	uma	adaptação	ao	organismo,	no	sentido	de	que	o	suor	se	torna	hipo-
tônico	em	relação	ao	sangue,	pois	a	concentração	dos	sais	no	suor	é	reduzida	
em	50%,	já	que	a	sudorese	está	aumentada,	viabilizando	uma	maior	eficiência	
da termorregulação. 
Na	 Tabela	 2,	 estão	 descritas	 as	 faixas	 de	 concentrações	 normais	 da	
maioria dos eletrólitos encontrados no suor, no plasma e no meio intracelular 
(TIRAPEGUI,	2012).
TABELA 2 – CONCENTRAÇÕES DE ELETRÓLITOS NO SUOR, NO PLASMA E NO MEIO 
INTRACELULAR
Eletrólitos Suor (mmol/L) Plasma (mmol/L) Água intracelular (mmol/L)
Potássio 20	a	80 130 a 155 10
Sódio 4	a	8 3,2 a 5,5 150
Cloreto 20	a	60 96	a	110 8
Cálcio 0 a 1 2,1	a	2,9 0
Magnésio < 0,2 0,7 a 1,5 15
Bicarbonato 0 a 35 23	a	28 10
Fosfato 0,1 a 0,2 0,7	a	1,6 65
Sulfato 0,1 a 0,2 0,3	a	0,9 10
FONTE: Tirapegui (2012, p. 120)
Vale	 destacar	 que	 o	 íon	mais	 representativo	 no	 suor	 é	 o	 sódio,	 sendo	
que	 o	 potássio	 pouco	 se	 altera	 no	meio	 extracelular	 e	 rapidamente	 retorna	 às	
concentrações	normais	após	o	exercício	(TIRAPEGUI,	2002).
2.2.1 Taxa de suor
Essa	taxa	é	expressa	em	mililitros	por	hora.	Para	realizar	esse	cálculo,	de-
ve-se pesar o atleta antes e após a atividade física, obtendo a diferença de peso 
corporal	na	qual	deverá	ser	somada	a	ingestão	de	líquidos	durante	o	exercício	e	
descontada	a	eliminação	de	líquido	pela	diurese	(BIESEK;	ALVES;	GUERRA,	2015).	
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
111
Atingindo um resultado em mililitros, deve-se dividi-lo pelo tempo de 
atividade,	obtendo-se	a	taxa	da	sudorese.	No	Quadro	13	estão	descritos	os	fatores	
que	podem	influenciar	na	taxa	de	suor.
QUADRO 13 – FATORES QUE INFLUENCIAM A TAXA DE SUOR
Fatores Subfatores Mecanismo de ação
Área corporal Glândulas	ativadas	pelo	suor	(GAS)
Mais do que a superfície corporal, o 
número	do	GAS	por	unidade	de	área	é	o	
maior determinante da taxa de suor.
Sexo Feminino/Masculino
Em	geral,	homens	têm	maiores	taxas	de	
suor	do	que	as	mulheres,	porém	as	mulhe-
res	possuem	mais	GAS	por	área	corporal.
Tipo de 
atividade
Intensa
Diante	de	uma	condição	ambiental	
padrão, quanto maior a intensidade do 
exercício,	maior	será	a	produção	de	calor	
e taxa de suor.
Continua x 
intermitente
Taxas de suor em atividades intermitentes, 
em	que	a	intensidade	é	variada,	são	pouco	
descritas na literatura. Taxas de suor 
podem	ser	baixas,	já	que	as	pausas	nessasatividades permitem que a produção 
diminua momentaneamente.
Condições 
ambientais
Temperatura Sob uma intensidade constante, temperaturas altas promovem taxas 
maiores de suor.
Umidade
Sob uma intensidade constante, umidade 
alta promove taxas maiores de suor. Em 
mulheres, a umidade contribui para o 
recrutamento	da	GAS.
Status físico
Aclimatação Indivíduos aclimatados iniciam a sudorese em temperaturas menores e podem 
exercitar-se por um período mais longo.
Condicionamento
Independentemente da aclimatação, 
um condicionamento melhor implica 
uma	resposta	ao	suor	mais	eficiente	com	
o aumento da temperatura durante o 
exercício e pode contribuir para o aumento 
da perda total de suor.
Nível	de	hidratação Desidratação	reduz	a	resposta	da	capacidade de suor.
FONTE: Tirapegui (2012, p. 122)
112
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
3 HIDRATAÇÃO
O	grau	de	hidratação	 adequado	 é	mantido	 em	praticantes	de	 exercício	
físico que ingerem a quantidade de líquidos adequados antes, durante e após os 
exercícios,	todavia,	esse	equilíbrio	é	difícil	de	ser	mantido	devido	às	limitações	na	
frequência	da	ingestão	de	líquidos,	esvaziamento	gástrico	e	absorção	intestinal	
(TIRAPEGUI,	2012).	
Considera-se,	de	acordo	com	Hernandez	e	Nahas	(2009),	que	os	fluidos	a	
serem ingeridos pelos atletas, para facilitar a palatabilidade, devem estar entre 15 
e	22	°C	e	ter	sabores	leves,	pois	são	melhor	aceitos	do	que	apenas	água.
Nesse	 conceito,	 percebe-se	 que	 a	 água,	 como	 única	 fonte	 de	 liquido	
durante um exercício físico de longa intensidade, pode surtir efeitos adversos, 
pois,	à	medida	que	a	ingestão	de	água	aumenta,	ocorre	uma	expansão	do	volume	
sanguíneo	(diluição	plasmática),	com	consequente	diurese,	além	do	desconforto	
pelo aumento de líquido na bexiga do atleta. O aumento na excreção líquida 
promoverá	 também,	 eliminação	 de	 sódio	 (hiponatremia).	 O	 diagnóstico	 da	
hiponatremia	pode	ser	realizado	quando	as	concentrações	plasmáticas	de	sódio	
são	 menores	 que	 130	 mEq/L,	 causando	 apatia,	 náusea,	 vômito,	 consciência	
alterada	 e	 convulsões,	 que	 podem	ocasionar	 alterações	 neurológicas.	 Por	 isso,	
ganham	destaque	os	eletrólitos	para	minimizar	a	diluição	plasmática	(BIESEK;	
ALVES;	GUERRA,	2015).	
Qual	 é	 o	 eletrólito	 que	 se	destaca	para	 essa	 função?	O	 sódio,	 íon	mais	
abundante no plasma e o principal na manutenção da osmolaridade, e prevenção 
da	hiponatremia,	benefício	que	deu	origem	às	bebidas	esportivas,	os	isotônicos,	
assim	chamados	por	conterem	principalmente	glicose	e	sódio	nas	concentrações	
plasmáticas,	 com	 características	 de	 mais	 rápida	 absorção	 e	 menor	 diluição.	
Atualmente,	o	termo	isotônico	foi	substituído	por	repositores	hidroeletrolíticos	
(TIRAPEGUI,	2012).	
É importante ressaltarmos que os repositores hidroeletrolíticos são 
diferentes	 das	 bebidas	 chamadas	 energéticas,	 já	 que	 as	 energéticas	 possuem	
objetivo	 de	 fornecer	 energia	 extra	 para	 aumentar	 o	 rendimento	 e	 não	
necessariamente	 repõem	 os	 eletrólitos.	 Os	 repositores	 energéticos	 possuem	
concentração maior que 10% de carboidratos, ao passo que os repositores 
hidroeletrolíticos	apresentam	em	média	6%	de	carboidratos	e	eletrólitos,	como	
sódio,	cloro	e	potássio	(BIESEK;	ALVES;	GUERRA,	2015).	
3.1 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO
A	 manutenção	 dos	 fluidos	 corporais	 é	 de	 suma	 importância	 para	 a	
sobrevivência	 das	 células,	 pois,	 caso	 uma	 quantidade	 excessiva	 de	 água	 entre	
nelas,	 podem	 romper,	 já	 no	 caso	de	perda	 excessiva	de	 água,	 elas	 entram	 em	
colapso,	desta	forma,	para	controlar	o	fluxo	da	água,	as	células	controlam	o	fluxo	
dos	macrominerais	(WHITNEY;	ROLFES,	2013).
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
113
Quando	o	cloreto	de	sódio	(NaCl)	é	dissolvido	na	água,	ele	se	dissocia	em	
íons	 (átomos	que	ganharam	ou	perderam	elétrons,	possuindo,	portanto,	 carga	
elétrica),	que	podem	ser	cátions	(carga	positiva	–	Na+)	e	ânions	(carga	negativa	–	
Cl-),	transportam	na	água	eletricidade	de	forma	corrente,	por	isso	são	chamados	
de	eletrólitos	e	os	fluidos	aos	quais	estão	presentes	de	soluções	eletrolíticas,	as	
quais	possuem	concentrações	de	ânions	e	cátions	equilibradas.	
Dessa	forma,	se	um	ânion	entrar	no	fluido,	um	cátion	deverá	acompanhá-
lo,	ou	outro	ânion	deverá	sair,	sempre	que	íons	Na+	saírem	da	célula	outro	cátion	
entrará,	 o	 potássio	 (K+),	 por	 exemplo	 (MAHAN;	 ESCOTT-STUMP,	 2011).	 É	
importante	ressaltar	que	os	cátions	e	ânions	atraem	conjuntos	de	moléculas	de	
água	em	volta	deles,	possibilitando	sua	dissolução	e	possibilitando	que	o	corpo	
mova	fluidos	para	os	demais	compartimentos.	
Alguns	eletrólitos	permanecem	na	área	extracelular	(Na+	e Cl-), enquanto 
outros	têm	mais	afinidade	pela	parte	intracelular	(K+,	magnésio,	fosfato	e	sulfato)	
e,	 em	 toda	 troca	 de	 compartimento,	 a	 água	 acompanha	 o	 eletrólito	 (processo	
denominado	osmose)	(WHITNEY;	ROLFES,	2013).
3.2 DESEQUILÍBRIO ENTRE OS ELETRÓLITOS
Apesar do equilíbrio osmótico no organismo ser constante, em algumas 
situações	 ocorre	 o	 desequilíbrio,	 por	 exemplo:	 utilização	 de	 medicamentos,	
vômito	e	diarreia	forte,	suor	excessivo,	queimaduras	e	ferimentos.	
Considerando que o sódio e o cloreto são os íons extracelulares, serão 
os	primeiros	a	serem	perdidos	quando	o	líquido	é	eliminado.	Em	alguns	casos,	
a	 reposição	do	 líquido	perdido	acontece	apenas	com	a	água	natural	 e	 fresca	e	
alimentos	apropriados.	Todavia,	em	alguns	momentos,	é	necessária	a	reposição	
de	fluidos	e	eletrólitos.	Profissionais	da	saúde	utilizam,	em	determinados	casos	de	
diarreia	crônica,	a	terapia	de	reidratação	oral,	que	contém	uma	colher	de	açúcar,	
uma	pitada	de	sal	e	meio	litro	de	água	(MAHAN;	ESCOTT-STUMP,	2011).	
3.3 EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE
O	pH	é	a	unidade	de	concentração	de	íons	(H+), quanto menor for o pH, 
maior	é	a	concentração	de	 íon	H+	e	mais	 forte	é	o	ácido.	Um	pH	acima	de	7	é	
alcalino ou base e são predominantes íons OH- (WHITNEY;	ROLFES,	2013).	Veja	
a	escala	do	pH	na	Figura	6.
114
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
FIGURA 6 – ESCALA DO PH
FONTE: <https://bit.ly/3vObUQp>. Acesso em: 11 maio 2021.
O	 corpo	precisa	manter	 o	 pH	 com	variações	 limitadas	 para	 evitar	 que	
tragam	 riscos	 à	 vida.	 Pequenos	 desvios	 podem	 danificar	 proteínas,	 causando	
destruição	metabólica.	Por	 isso	possuímos	 três	sistemas	que	protegem	o	corpo	
das	oscilações	no	pH,	tampões	no	sangue,	respiração	nos	pulmões	e	a	excreção	
nos	rins	(WHITNEY;	ROLFES,	2013).	
• Regulação	por	meio	de	tampões:	o	bicarbonato	(composto	com	a	formula	HCO3 
que	resulta	da	dissociação	do	ácido	carbônico,	de	maior	importância	na	manu-
tenção	do	equilíbrio	ácido	base)	e	o	ácido	carbônico	nos	fluidos	corporais,	assim	
como	algumas	proteínas,	protegem	nosso	organismo	de	alterações	na	acidez,	
agindo	como	tampões,	neutralizando	ácidos	e	bases,	primeira	linha	de	defesa.	
• Regulação	por	meio	de	pulmões:	a	respiração	é	a	segunda	linha	de	defesa	para	
o	desequilíbrio	ácido-base.	O	dióxido	de	carbono,	formado	durante	o	metabo-
lismo	celular,	produzindo	ácido	carbônico	no	sangue,	que	se	dissocia	formando	
íons	de	hidrogênio	e	bicarbonato.	O	equilíbrio	entre	o	ácido	carbônico	e	o	bi-
carbonato	é	essencial	para	manter	o	pH	no	sangue	ideal,	pois	se	o	ácido	carbô-
nico for desenvolvido em excesso, a taxa respiratória acelera-se, aumentando o 
dióxido de carbono exalado, diminuindo consequentemente a concentração do 
ácido	carbônico.	Contrariamente,	se	o	bicarbonato	aumenta,	a	taxa	respiratória	
lentifica	e	o	dióxido	de	carbono	é	retido	em	forma	de	ácido	carbônico.	
• Regulação	por	meio	dos	rins:	ao	selecionar	quais	íons	serão	preservados	e/ou	
excretados,	os	rins	ajustam	o	equilíbrio	ácido-base	do	corpo,	por	isso,	a	acidez	
da	urina	oscila,	ajustando	esse	equilíbrio	(MAHAN;	ESCOTT-STUMP,	2011).	
Como a hidratação é uma questão de fundamental importância para a vida, nas 
práticas esportivas ela também merece destaque,devido à perda hídrica para equilíbrio da 
temperatura corporal. Sugerimos a leitura do artigo: Déficit hídrico pós-treino em judocas 
submetidos a diferentes intensidades de treinamento com e sem hidratação, disponível 
em: http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/496.
DICAS
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
115
4 ESVAZIAMENTO GÁSTRICO
Após	 a	 ingestão	 de	 fluidos	 o	 esvaziamento	 gástrico	 é	 considerado	 o	
primeiro	 fator	 limitante,	 para	 que	 este,	 esteja	 disponível	 na	 circulação,	 pois	 o	
estômago	não	tem	função	de	absorver	os	líquidos	de	forma	significativa,	a	qual	
acontecerá	 no	 intestino.	 O	 esvaziamento	 gástrico	 é	 controlado	 por	 diferentes	
fatores, são eles: intensidade, tipo do exercício, volume ingerido, densidade 
energética,	 osmolaridade,	 temperatura	 e	 tipo	 do	 carboidrato	 (HERNANDEZ;	
NAHAS,	2009).	
4.1 DENSIDADE ENERGÉTICA
Quantidades altas de carboidratos podem retardar o esvaziamento 
gástrico,	reduzindo	a	quantidade	de	fluido	disponível	para	absorção	intestinal,	
demonstrando	que	há	fatores	que	limitam	a	absorção	intestinal	de	glicose,	ainda	
a	 maior	 concentração	 luminal	 de	 carboidratos	 desloca	 água	 para	 o	 intestino,	
contribuindo	 para	 aumento	 no	 risco	 de	 desidratação,	 além	 de	 distúrbios	
gastrointestinais. 
Em	condições	ambientais	quentes,	o	recomendado	é	a	oferta	de	bebidas	
que	contenham	de	4	a	6%	de	carboidratos,	pois	nesta	concentração	não	haverá	
retardo	 no	 esvaziamento	 gástrico.	 Todavia,	 a	 velocidade	 com	 que	 as	 bebidas	
hidroeletrolíticas	 serão	 esvaziadas	dependem	 também	do	 conteúdo	 energético	
total	(BIESEK;	ALVES;	GUERRA,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).		
4.2 INTENSIDADE E TIPO DO EXERCÍCIO
Exercícios realizados em intensidades inferiores a 70% VO2máx acarretam 
pouco a função do trato digestório, mas em intensidades maiores tanto o 
esvaziamento	 quanto	 a	 absorção	 intestinal	 podem	 ser	 alterados.	Dessa	 forma,	
em	 situações	 em	que	 os	 indivíduos	 têm	 treinos	 longos	 e	 intensos,	 o	 consumo	
de	grandes	volumes	de	fluidos	pode	causar	desconforto	gástrico	e	prejuízo	no	
esforço físico.
Quando	o	exercício	é	de	corrida,	há	uma	incidência	maior	nos	problemas	
gastrointestinais,	 quando	 comparados	 à	 natação	 e	 ao	 ciclismo.	A	 ingestão	 de	
fluidos	durante	maratonas	deve	ser	pequena,	variando	ao	máximo	em	600	mL/h,	
aumentando	o	risco	de	desidratação	nesse	grupo	de	atletas	(TIRAPEGUI,	2012).
116
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
4.3 TEMPERATURA DAS BEBIDAS E VOLUME INGERIDO
A	temperatura	das	bebidas	deve	ser	de	acordo	com	a	preferência	do	atleta,	
considerando	que	bebidas	geladas	podem	auxiliar	quando	o	exercício	é	realizado	
em ambientes quentes, bem como bebidas menos geladas em ambientes mais frios. 
De	forma	geral,	água	em	temperatura	entre	5	e	15	°C	esvaziam	mais	rapidamente	
que	soluções	mornas.	
Quanto	ao	volume	a	ser	ingerido,	é	necessário	que	o	atleta,	durante	os	trei-
namentos,	verifique	a	sua	tolerância	a	grandes	volumes	de	líquido	no	estômago.	
Todavia,	 é	 comum	 que	 os	 atletas	 relatem	 com	 frequência	 refluxo	
gastroesofágico	resultante	da	ingestão	de	volumes	maiores	de	líquidos	já	antes	
do	início	da	prova,	por	isso,	não	o	fazem.	Com	isso,	se	torna	vantajoso	manter	
o	volume	no	estômago,	tolerável	durante	o	exercício,	próximo	de	400	a	600	mL	
(TIRAPEGUI,	2012).	
4.4 TIPO DE CARBOIDRATO NOS REPOSITORES 
HIDROELETROLÍTICOS
A ingestão de glicose, quando comparada a sacarose e maltodextrina, 
não	apresenta	diferença	em	relação	ao	esvaziamento	gástrico.	 Já,	soluções	com	
frutose,	passam	mais	rápido	pelo	estômago,	mas	são	absorvidas	mais	lentamente	
no intestino, podendo causar desconforto intestinal. 
A	 osmolaridade	 torna-se	 importante	 em	 soluções	 com	 quantidades	
maiores	de	carboidratos,	 todavia,	nestes	 casos,	a	própria	densidade	energética	
será	responsável	por	um	esvaziamento	gástrico	mais	lento.	
De	maneira	geral,	podemos	considerar	que	volume	do	conteúdo	gástrico,	
densidade	energética	e	a	osmolaridade	da	bebida	são	os	fatores	mais	relevantes	
no	esvaziamento	gástrico,	devendo	ser	considerado,	também,	que	a	substituição	
de glicose por polímeros de glicose parece aumentar levemente a taxa de oferta 
de	fluidos	e	de	substratos	para	o	intestino	delgado	(BIESEK;	ALVES;	GUERRA,	
2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).
5 ABSORÇÃO INTESTINAL
A	absorção	 líquida	de	água	aumenta	pelo	 transporte	ativo	de	glicose	e	
sódio.	Como	a	capacidade	de	absorção	de	solutos	e	água	no	estômago	é	reduzida,	
a	taxa	com	que	são	liberados	ao	intestino	influenciara	na	agilidade	de	sua	absorção	
(TIRAPEGUI,	2012;	HERNANDEZ;	NAHAS,	2009).	
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
117
5.1 TIPO E CONCENTRAÇÃO DE CARBOIDRATO
Importante prestarmos atenção agora, nas diferenças que veremos entre 
a	sacarose,	glicose	e	 frutose.	Bebidas	que	contêm	sacarose	e	glicose	viabilizam	
maior	absorção	de	água	e	sódio,	por	sua	vez,	bebidas	que	contêm	mais	frutose	
promovem	 absorção	 moderada	 de	 água	 e	 muito	 baixa	 de	 sódio,	 com	 isso,	 é	
importante a união desses diferentes carboidratos, que possuem vias de absorção 
diferentes, pois resultam em uma utilização maior desses carboidratos como 
fonte	de	energia,	do	que	quando	administrado	isoladamente,	gerando	também,	
aumento na absorção de líquidos.
A	concentração	luminal	de	glicose	de	80	a	200	mmol/L	maximiza	a	taxa	
de	absorção	de	fluidos,	contudo,	quando	este	está	em	baixas	concentrações	na	
solução.	Concentrações	com	6	a	8%	de	glicose	e	sacarose	parecem	promover	uma	
absorção	com	a	mesma	rapidez	que	a	água.	Quando	a	concentração	de	carboidra-
to	for	maior	que	10%,	o	fluido	é	deslocado	para	o	lúmen	intestinal,	promoven-
do	uma	desidratação	com	associação	a	câimbras	abdominais,	náuseas	e	diarreia	
(BIESEK;	ALVES;	GUERRA,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).	No	Quadro	14,	cons-
tam	as	recomendações	para	conjugação	de	hidratação	e	reposição	energética.	
QUADRO 14 – ESTRATÉGIAS PARA CONJUGAR A HIDRATAÇÃO COM O FORNECIMENTO DE 
CARBOIDRATO DURANTE O EXERCÍCIO
Recomendações	de	carboidratos 30 a 60 g por hora
Recomendações	de	líquidos 500 a 1000 mL por hora
Tipos de carboidratos Glicose,	frutose	e	maltodextrinas	misturados
Concentração 6	a	8%
FONTE: Tirapegui (2012, p. 135)
No	Quadro	15,	são	apresentadas	concentrações	de	carboidratos	deseja-
das para determinada bebidas.
QUADRO 15 – ELABORAÇÃO DE BEBIDAS
Quantidade de 
carboidrato por hora 30 g 40 g 50 g 60	g
Concentração a ser 
atingida Quantidade de liquido a ser acrescentado
6% 500 mL 667	mL 833	mL 1000 mL
7,5% 400 mL 533 mL 667	mL 800	mL
8% 375 mL 500 mL 625	mL 750 mL
FONTE: Tirapegui (2012, p. 135)
118
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
6 RECOMENDAÇÕES DE INGESTÃO DE FLUIDOS 
E ELETRÓLITOS
Para garantir que o esportista inicie o exercício bem hidratado, 
recomenda-se	que	ele	 ingira	cerca	de	250	a	500	ml	de	água	duas	horas	antes	
do	 exercício.	 Já	 durante	 o	 exercício,	 a	 recomendação	 é	 de	 início	 da	 ingestão	
nos primeiros 15 minutos, com contínua hidratação, bebendo a cada 15 a 20 
minutos. Em relação ao volume a ser ingerido, varia conforme as taxas de 
sudorese,	girando	entre	500	e	2.000	ml/hora.	
Caso a atividade dure mais de uma hora, ou se for intensa, mesmo com 
menos	de	uma	hora,	deve	ser	reposto	carboidrato	na	quantidade	de	30	a	60	g	
por	hora	e	sódio	na	quantidade	de	0,5	a	0,7	g/L	(HERNANDEZ;	NAHAS,	2009).	
Conforme vimos anteriormente, a bebida deve estar em temperatura entre 
5	 a	 22	 °C	 e	 apresentar	 um	 sabor	 de	 acordo	 com	 a	 preferência	 do	 indivíduo,	
favorecendo a palatabilidade. 
Após	o	exercício,	a	ingestão	é	de	suma	importância,	devendo	o	esportista	
continuar	ingerindo	líquidos	para	compensar	as	perdas	adicionais	de	água	pela	
diurese	e	sudorese.	Deve-se	aproveitar	para	 ingerir	carboidratos,	em	média	de	
50 g de glicose, nas primeiras duas horas após o exercício, para que se promova 
a	 ressíntese	 do	 glicogênio	muscular	 e	 o	 rápido	 armazenamento	 de	 glicogênio	
musculare	hepático	(HERNANDEZ;	NAHAS,	2009).	
ORIENTAÇÕES PARA PROMOÇÃO DE UMA ADEQUADA REIDRATAÇÃO
O atleta deve acompanhar as mudanças no seu peso corporal antes e após o exercício, 
verificando se o consumo de líquidos durante a prática esportiva foi suficiente. A perda de 
1 kg equivale a 1 L de fluido perdido, aproximadamente. Considerando a contínua perda 
durante o período de recuperação pela urina e suor, é necessário que o atleta ingira uma 
quantidade extra, 150% do volume perdido deve ser consumido em um período de duas 
a quatro horas, sendo este através de líquidos palatáveis, não podendo ser álcool e cafeína 
que estimulam a diurese. Em situações em que o déficit de fluidos foi de moderado a alto, 
a reposição de sódio ajudará na retenção do líquido, minimizando as perdas pela urina 
(TIRAPEGUI, 2012).
IMPORTANT
E
No	 Quadro	 16,	 seguem	 orientações	 para	 recuperação	 dos	 atletas	 pós	
exercício.
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
119
QUADRO 16 – ORIENTAÇÕES PARA O PERÍODO DE RECUPERAÇÃO
Objetivo	principal Ressíntese	de	glicogênio,	reposição	hídrica	e	de	sódio
Composição da solução
- Sódio 30 a 40 mEq.
- Cloreto 30 a 40 mEq.
-	Carboidrato	50	g/hora.
-	 Fluidos	 1,5	 vezes	 o	 peso	 perdido	 em	 água	 durante	 o	
exercício.
Justificativa
- O processo de reidratação deve ocorrer nos primeiros 20 
min pós exercício
- A solução deve possuir uma boa palatabilidade, uma 
concentração ideal de carboidrato para repor reservas de 
glicogênio	e	também	deve	conter	sódio	para	manter	volume	
extracelular.
FONTE: Tirapegui (2012, p. 150)
6.1 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 18, 
DE 27 DE ABRIL DE 2010
A	 resolução	 da	ANVISA,	 de	 2010,	 RDC	 nº	 18,	 de	 27	 de	 abril	 de	 2010,	
dispõe	sobre	alimentos	para	atletas,	e	tem	o	objetivo	de	estabelecer	a	classificação,	
a designação, os requisitos de composição e de rotulagem dos alimentos para 
atletas.	Dentre	essas	classificações,	estão	os	suplementos	hidroeletrolíticos	para	
atletas,	os	quais	devem	seguir	as	seguintes	recomendações,	conforme	artigo	6º	
dessa resolução:
Art.	6º	Os	suplementos	hidroeletrolíticos	para	atletas	devem	atender	
aos seguintes requisitos: 
I - a concentração de sódio no produto pronto para consumo 
deve	 estar	 entre	 460	 e	 1150	 mg/l,	 devendo	 ser	 utilizados	 sais	
inorgânicos	para	fins	alimentícios	como	fonte	de	sódio;	
II - a osmolalidade do produto pronto para consumo deve ser 
inferior	a	330	mOsm/kg	água;	
III	-	 os	carboidratos	podem	constituir	até	8%	(m/v)	do	produto	pronto	
para consumo; 
IV - o produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme 
Regulamento	 Técnico	 específico	 sobre	 adição	 de	 nutrientes	
essenciais;
V	-	 o	produto	pode	ser	adicionado	de	potássio	em	até	700	mg/l;	
VI - o produto não pode ser adicionado de outros nutrientes e não 
nutrientes; 
VII	-	o	produto	não	pode	ser	adicionado	de	fibras	alimentares.	
§1° Quanto ao tipo de carboidratos, referente ao inciso III, este produto 
não pode ser adicionado de amidos e poliois. 
§2° Com relação ao teor de carboidratos, constante do inciso III, o teor 
de	frutose,	quando	adicionada,	não	pode	ser	superior	a	3%	(m/v)	do	
produto	pronto	para	o	consumo	(BRASIL,	2010).
120
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
6.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE HIDRATAÇÃO E TIPO 
DE EXERCÍCIO
Conforme	 mencionado	 anteriormente,	 a	 manutenção	 dos	 fluidos	
corporais	é	de	suma	importância	para	a	sobrevivência	das	células,	pois,	caso	uma	
quantidade	excessiva	de	água	entre	nelas,	podem	romper,	 já	no	caso	de	perda	
excessiva	de	água,	elas	entram	em	colapso,	desta	forma,	para	controlar	o	fluxo	
da	água,	as	células	controlam	o	fluxo	dos	macrominerais	(WHITNEY;	ROLFES,	
2013).	Nesse	sentido,	considerando	as	diferenças	que	o	processo	de	hidratação	
requer	nas	variadas	modalidades	esportivas,	seguem	as	orientações:
6.2.1 Hidratação em esportes de alta intensidade 
e curta duração
Na	 modalidade	 de	 alta	 intensidade	 podemos	 exemplificar	 provas	
de corrida, ciclismo e de natação de velocidade. Eventos esportivos, nesta 
modalidade,	dispensam	intervenções	de	hidratação	durante	a	competição,	pois,	
além	do	curto	período,	a	absorção	intestinal	estará	diminuída.
Considerando	essa	afirmação,	alguns	estudos	com	intuito	de	verificar	o	
estado	 de	 hidratação	 desses	 atletas	 têm	 observado	 que,	mesmo	 em	 condições	
de	 hipo-hidratação,	 com	 perda	 de	 2	 a	 3%	 do	 peso	 corporal),	 não	 há	 redução	
significativa	de	força	ou	potência	muscular.	
Atletas de sprints	têm	vantagens	com	uma	composição	corporal	reduzida,	
ficando	mais	 leve	para	se	exercitar.	Nesse	contexto,	para	essas	modalidades,	a	
indicação	é	de	iniciar	o	treinamento	em	estado	desidratado	(TIRAPEGUI,	2012).	
6.2.2 Hidratação em corredores de meia distância
Nesta	modalidade,	 as	 distâncias	 percorridas	 giram	 em	 torno	 de	 800	 e	
3000	metros,	que	perduram	entre	2	a	9	minutos,	quando	realizadas	por	atletas	
de	elite.	Como	podemos	perceber,	a	duração	dessas	competições	é	pequena,	não	
requerendo intervenção de hidratação. Vale destacar que as características indi-
viduais	e	a	intensidade	do	exercício	devem	ser	consideradas,	todavia,	não	há	re-
lato	científico	de	diferença	significativa	de	desempenho	entre	atletas	que	iniciam	
esse	tipo	de	atividade	em	diferentes	estados	de	hidratação	(TIRAPEGUI,	2012).
6.2.3 Hidratação para exercícios de longa distância
Eventos	 de	 longa	 distância	 são	 os	 maiores	 de	 3000	 metros,	 corridas,	
caminhadas, ciclismo, natação entre outros, nos quais a taxa de suor e a duração 
do exercício são elevadas, resultando em perda de massa corporal que pode 
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
121
prejudicar	a	saúde	e	desempenho	do	atleta.	Nessas	modalidades,	as	 taxas	de	
suor variam entre 2 a 3 L por hora, avaliando uma atividade de duração superior 
a 2 horas. 
Quando a desidratação equivale a uma redução de massa corporal maior 
que 2%, conforme mencionado anteriormente, pode comprometer o desempenho 
físico.	A	Sociedade	Brasileia	de	Medicina	Esportiva	(2009)	orienta	a	reposição	de	
sódio quando a perda hídrica pelo suor for intensa. Como exemplo, podemos 
citar	um	atleta	de	70	Kg,	que,	ao	correr	por	três	horas,	pode	perder	2	L	de	suor,	e	
com ele 240 mEq de sódio, equivalente a 10% do sódio presente no meio extrace-
lular,	valor	suficiente	para	desencadear	a	hiponatremia	(BIESEK;	ALVES;	GUER-
RA,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014;	TIRAPEGUI,	2012).
 
Os macrominerais são assim chamados porque estão presentes e são 
necessários	 em	maiores	 quantidades	 que	 os	 demais	minerais.	 São	 substâncias	
inorgânicas	(que	preservam	sua	identidade	química)	e	tem	sua	biodisponibilidade	
variável,	pois	os	alimentos	contêm	aglutinadores	(fitatos	e	oxalatos)	que	combinam	
com alguns minerais e os carreiam para fora do organismo. 
Também,	os	minerais	interagem	entre	si,	como	o	sódio	e	o	cálcio,	excreta-
dos	em	conjunto	quando	o	consumo	de	sódio	é	excessivo,	assim	como	o	fósforo	
se	liga	ao	magnésio	no	TGI.	Nesse	contexto,	reforça-se	o	cuidado	com	a	utilização	
de	suplementos	(WHITNEY;	ROLFES,	2013).	
• Sódio: principal	 cátion	 do	 fluido	 extracelular	 e	 importante	 regulador	 do	
seu	 volume,	 assim	 como	 auxilia	 na	 manutenção	 do	 equilíbrio	 ácido-base,	
é	 necessário	 aos	 impulsos	 nervosos	 e	 contração	 muscular.	 É	 um	 mineral	
prontamente	 absorvido	 no	 TGI,	 e	 percorre	 o	 sangue	 livremente	 até	 chegar	
ao	 rim,	 onde	 é	 filtrado	 e	 devolvido	 a	 corrente	 sanguínea	 nas	 quantidades	
necessários	ao	organismo.	Em	geral,	o	que	é	absorvido	é	excretado.	Deficiência 
e toxicidade:	a	deficiência	pode	causar	cãibras,	apatia	mental,	perda	de	apetite,	
e o excesso pode desencadear edema e hipertensão aguda. Alimentos fonte: 
em geral, alimentos processados concentram a maior parte do sódio consumido 
pela	 população	 diariamente,	 75%	 do	 sódio	 da	 dieta	 é	 proveniente	 de	 sal	
adicionado no processamento dos alimentos, 15% originam do sal adicionado 
no	cozimento,	no	preparo	das	 refeições	e	apenas	10%derivam	do	conteúdo	
natural	dos	alimentos	(WHITNEY;	ROLFES,	2013	apud ROSA, 2020). 
• Cloreto: é	o	principal	ânion	dos	fluidos	extracelulares, que ocorre com mais 
frequência	 associado	 ao	 sódio	 (cloreto	 de	 sódio).	 Também	 pode	 deslocar-
se	 livremente	 para	 o	 interior	 da	 célula	 e	 se	 associai	 ao	 potássio.	Auxilia	 na	
manutenção	do	equilíbrio	hidroeletrolítico.	No	estômago,	este	íon	forma	o	ácido	
clorídrico	que	mantém	a	acidez	do	suco	gástrico.	Deficiência e toxicidade: não 
há	relatos	de	deficiência.	A	única	causa	conhecida	sobre	altas	concentrações	de	
cloreto	no	sangue,	é	durante	a	desidratação.	Alimentos fonte: sal de cozinha, 
molho	 de	 soja,	 quantidades	moderadas	 de	 carnes,	 leite	 e	 ovos	 (WHITNEY;	
ROLFES, 2013 apud ROSA, 2020).
122
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
• Potássio: é	 o	 principal	 cátion	 dentro	 da	 célula.	 Tem	 papel	 essencial	 na	
manutenção	do	equilíbrio	hidroeletrolítico	e	na	integridade	da	célula.	Durante	
a	 transmissão	 de	 impulsos	 nervosos	 e	 a	 contração	 muscular	 o	 potássio	 e	
o	 sódio,	 brevemente,	 trocam	 de	 posição	 através	 da	 membrana,	 e	 a	 célula	
as	 “manda”	 novamente	 para	 suas	 posições.	Deficiência e toxicidade: sua 
deficiência	é	o	desequilíbrio	eletrolítico	mais	comum,	devido	à	perda	(diarreia,	
vômito,	desidratação,	medicamentos	diuréticos)	e	não	deficiência	de	consumo,	
tendo	como	sintoma	a	fraqueza	muscular.	Não	foi	estabelecido	limite	superior	
tolerável	de	 ingestão.	O	excesso	poderá	acontecer	em	casos	de	utilização	de	
suplementos nutricionais, desencadeando uma parada cardíaca. Alimentos 
fonte: alimentos integrais, carnes, leites, frutas, hortaliças, grãos e leguminosas 
(WHITNEY;	ROLFES,	2013	apud ROSA, 2020). 
• Cálcio: é	 o	mineral	mais	 abundante	no	 corpo	humano,	 e	 se	 encontra	quase	
que	totalmente	(99%)	nos	ossos,	local	onde	desempenha	importantes	funções,	
integrando a estrutura óssea e com isso mantendo a postura ereta do corpo. 
Além	disso,	a	estrutura	óssea	também	é	uma	reserva	do	cálcio,	de	onde	este	
será	retirado	caso	esteja	deficiente	da	corrente	sanguínea.	Cabe	aqui	destacar,	
que	o	1%	de	cálcio	circulante	na	corrente	sanguínea	é	vital,	pois	participa	na	
forma	 de	 íon	 das	 contrações	 musculares,	 coagulação	 sanguínea,	 conforme	
vimos	 quando	 discutimos	 a	 vitamina	 K,	 transmissão	 de	 impulsos	 nervoso,	
secreção	 de	 hormônios	 e	 ativação	 de	 algumas	 reações	 enzimáticas.	 Ainda,	
importante	quando	 falamos	do	 cálcio	 é	o	 controle	que	nosso	organismo	 faz	
para	 mantê-lo	 em	 homeostase,	 considerando	 que	 envolve	 um	 sistema	 de	
hormônios	 e	 vitamina	 D.	 Nos	 momentos	 em	 que	 a	 concentração	 de	 cálcio	
entrar	 em	 desequilíbrio,	 três	 órgãos	 entrarão	 em	 ação,	 intestinos,	 ossos	 e	
rins,	com	a	participação	essencial	dos	hormônios	paratormônio	e	calcitonina.	
Deficiência e toxicidade:	 um	 baixo	 consumo	 de	 alimentos	 fontes	 de	 cálcio	
na fase de crescimento limita a capacidade de os ossos alcançarem sua massa 
óssea	 ideal,	 que	 ocorre	por	 volta	dos	 20	 anos.	Como	 consequência,	 após	 os	
30/40	anos,	quando	inicia	a	perda	de	massa	óssea	esses	indivíduos	têm	maior	
probabilidade	de	desenvolver	osteoporose.	Quanto	à	toxicidade,	seu	consumo	
excessivo	(acima	da	ingestão	máxima	tolerável)	pode	causar	constipação,	risco	
aumentado	de	cálculos	renais	e	interferência	na	absorção	de	outros	minerais.	
Alimentos fonte:	leite	e	derivados,	peixes	pequenos	com	espinha,	tofu	(queijo	
de	soja),	hortaliças	e	leguminosas	(JACQMAIN	et al.	2003;	WHITNEY;	ROLFES,	
2013 apud ROSA, 2020).
• Fósforo: é	o	segundo	mineral	mais	abundante	no	corpo,	sendo	que	85%	está	
concentrado	 com	 o	 cálcio,	 na	 forma	 de	 cristais	 de	 hidroxiapatita	 nos	 ossos	
e	dentes.	Os	demais	15%	do	fósforo	são	encontrados	em	todas	as	células	do	
corpo,	 como	 parte	 de	 um	 sistema	 tampão	 principal	 (ácido	 fosfórico	 e	 seus	
sais)	e	fazendo	parte	do	DNA	e	RNA	e	consequentemente	do	crescimento	das	
células.	Ainda,	este	mineral	auxilia	no	sistema	energético	celular,	pois	muitas	
vitaminas e enzimas apenas são ativadas na presença do fósforo, relembrando 
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
123
que	o	próprio	ATP	utiliza	três	grupos	de	fosfatos	nas	suas	atividades.	Podemos	
também,	ressaltar	a	atividade	do	fósforo	participante	da	membrana	celular	de	
alguns lipídios, que atua no transporte de outros lipídios no sangue. Deficiência 
e toxicidade:	a	deficiência	de	magnésio	pode	desencadear	fraqueza	muscular	
e	dores	nos	ossos	e	a	toxicidade	calcificação	dos	tecidos	não	esqueléticos	(rins),	
todavia nenhum efeito adverso foi relatado. Alimentos fonte: leguminosas, 
carne	 (frango,	 gado,	 peixe,	 porco),	 leite	 e	 derivados	 (MAHAN;	 ESCOTT-
STUMP,	2011	apud ROSA, 2020).
• Magnésio: ao	contrário	do	cálcio	e	do	fósforo,	o	magnésio	está	presente	no	corpo	
humano	 em	 pequenas	 quantidades,	 apenas	 aproximadamente	 28	 g,	 e	 mais	
da metade dessa quantidade concentra-se nos ossos. Ademais encontramos 
magnésio	 nos	 músculos,	 tecidos	 moles	 e	 fluido	 extracelular	 (apenas	 1%).	
O	magnésio,	 bem	 como	o	 cálcio	 também	 é	 considerado	um	 reservatório	 na	
estrutura óssea para os momentos de redução nos níveis sanguíneos. Como 
um	 componente	 necessário	 na	 catalisação	 de	 energia	 pelo	ATP,	 é	 de	 suma	
importância	na	utilização	da	glicose,	na	síntese	de	proteínas,	das	gorduras	e	
dos	ácidos	nucleicos,	e	nos	sistemas	de	transporte	das	membranas	celulares.	
Além	disso,	também	está	envolvido	nas	contrações	musculares	e	coagulação	
sanguínea,	inibindo	com	isso	as	ações	do	cálcio,	regulando	a	pressão	arterial	
e	 funcionamento	 dos	 pulmões.	 Com	 atuação	 ainda,	 relatada	 no	 sistema	
imunológico. Deficiência e toxicidade:	 sintomas	 de	 deficiência	 raramente	
foram relatados, mas podem surgir em casos de doenças e desordens, 
gerando	 fraqueza,	 confusão,	 convulsões,	 contrações	 musculares	 estranhas,	
alucinações	e	dificuldades	para	engolir.	A	toxicidade	também	não	é	comum,	
mas proveniente de fontes não alimentares podem causar diarreia, alcalose e 
desidratação. Alimentos fonte: nozes, leguminosas, cereais integrais, vegetais 
folhosos	 verdes,	 frutos	 do	 mar,	 chocolates	 e	 cacau	 (SABATIER	 et al. 2002; 
WHITNEY;	ROLFES,	2013	apud ROSA, 2020).
• Enxofre: o corpo não utiliza o enxofre isolado como nutriente. É um 
macromineral	que	aparece	sempre	em	conjunto	com	outros	minerais	essenciais,	
como a tiamina, metionina e cisteína. A pele, o cabelo e a unha possuem 
algumas das proteínas mais rígidas do corpo, as quais possuem alto teor de 
enxofre.	Não	existe	valor	de	ingestão	recomendada	para	o	enxofre,	bem	como	
não	há	registros	de	deficiência	e	toxicidade	devido	a	sua	característica	de	não	
estar	isolado	(WHITNEY;	ROLFES,	2013	apud ROSA, 2020). 
124
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
LEITURA COMPLEMENTAR
DIETARY REFERENCE INTAKES: APLICABILIDADE DAS TABELAS EM 
ESTUDOS NUTRICIONAIS
Renata Maria Padovani
Jaime	Amaya-Farfán
Fernando	Antonio	Basile	Colugnati
Semíramis	Martins	Álvares	Domene
INTRODUÇÃO
Na	 análise	 da	 qualidade	 nutricional	 da	 alimentação	 e	 da	 programação	
de	dietas	 considera-se	 o	 atendimento	 às	 necessidades	de	nutrientes	 e	 energia,	
determinadas	de	acordo	com	as	características	de	sexo,	estágio	de	vida,	atividade	
física	e	medidas	corporais	de	indivíduos	saudáveis.	Tanto	para	a	avaliação	da	dieta	
como	para	sua	prescrição,	são	estabelecidos	valores	de	referência	para	ingestão	de	
nutrientes,	os	quais	são	periodicamente	revisados	à	luz	de	novos	achados.	Assim,	
são	incorporados	novos	conhecimentos	de	eventuais	manifestações	aos	extremos	
de	exposição,	ou	seja,	sinais	carenciais	decorrentes	de	 ingestão	 insuficiente,	ou	
de toxicidade, que indicam efeitos adversos decorrentes do excesso de consumo.
As Dietary Reference Intakes	 (DRI)	constituem-se	na	mais	recente	revisão	
dos valores de recomendação de nutrientes e energia adotados pelos Estados 
Unidos	 e	Canadá,e	vêm	sendo	publicadas	desde	1997,	na	 forma	de	 relatórios	
parciais	elaborados	por	comitês	de	especialistas	organizados	por	uma	parceria	
entre o Institute of Medicine	 norte-americano	 e	 a	 agência	 Health	 Canada.	
Essas	 publicações	 substituem	 as	 sucessivas	 versões	 das	 Recommended Dietary 
Allowances	(RDA),	cuja	décima	revisão	foi	editada	em	1989.	Além	da	atualização	
de	 cotas	 dietéticas	 recomendadas,	 esse	 conjunto	 de	 publicações	 apresenta	 um	
novo	 sistema	de	 aplicação	das	quatro	 categorias	de	valores	de	 referência	para	
avaliação	e	planejamento	de	consumo,	rotulagem	e	fortificação	de	alimentos.	Os	
novos conceitos foram elaborados a partir da incorporação de achados sobre o 
aumento	dos	riscos	de	desenvolvimento	de	doenças	crônicas	não	transmissíveis,	
provocado	pela	alimentação,	além	da	abordagem	clássica	dos	efeitos	de	carência.	
Estas categorias são: 
• Estimated Average Requirement	 (EAR),	 este	 valor	 de	 referência	 corresponde	 à	
mediana da distribuição das necessidades de um nutriente em um grupo de 
indivíduos	saudáveis	do	mesmo	sexo	e	estágio	de	vida;	por	essa	razão,	atende	
às	necessidades	de	50%	da	população.
• Recommended Dietary Allowances	 (RDA),	esta	categoria	de	valores,	 já	empre-
gada	nas	versões	anteriores,	deriva	do	EAR	e	deve	atender	às	necessidades	
de	um	nutriente	para	97%	a	98%	dos	indivíduos	saudáveis	do	mesmo	sexo	e	
estágio	de	vida.	
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE
125
• Adequate Intake	 (AI),	 valor	 de	 consumo	 recomendável,	 baseado	 em	
levantamentos,	determinações	ou	aproximações	de	dados	experimentais,	ou	
ainda de estimativas de ingestão de nutrientes para grupo(s) de pessoas sadias e 
que,	a	priori,	se	consideraria	adequado.	Nem	sempre	o	conjunto	de	informações	
sobre	o	nutriente	é	suficientemente	consistente	para	o	estabelecimento	de	EAR.	
Nesses	casos,	deve-se	empregar	o	valor	de	AI,	projetado	como	possivelmente	
superior	ao	valor	de	RDA,	mas	sobre	o	qual	ainda	há	considerável	incerteza.	
Assim,	o	valor	de	AI	é	usado	quando	os	valores	de	EAR	ou	de	RDA	não	podem	
ser determinados.
• Tolerable Upper Intake Level	(UL),	há,	em	alguns	casos,	a	compreensão	equivoca-
da de que se um nutriente faz bem em pequena quantidade, uma grande quan-
tidade	 traria	 proporcionalmente	mais	 benefícios.	De	 fato,	 nutrientes	 podem	
ser	nocivos	em	doses	que	às	vezes	são	apenas	pouco	superiores	aos	valores	
de	recomendação.	O	UL	é	definido	como	o	mais	alto	valor	de	ingestão	diária	
prolongada de um nutriente que, aparentemente, não oferece risco de efeito 
adverso	à	saúde	em	quase	todos	os	indivíduos	de	um	estágio	de	vida	ou	sexo.	
Entre as novidades desse sistema não estão apenas as quatro categorias 
de	 referência	 já	mencionadas.	 Com	 as	DRI	 pode-se	 aprimorar	 a	 avaliação	 e	 o	
planejamento	da	alimentação,	ao	considerar	que,	para	cada	uma	dessas	etapas	da	
atenção	dietética,	deve-se	aplicar	uma	ou	mais	das	categorias	citadas,	de	maneiras	
distintas.	Assim,	para	indivíduos,	EAR	e	UL	são	as	categorias	de	referência	mais	
adequadas	para	a	avaliação	de	dietas,	enquanto	RDA	ou	AI	devem	ser	utilizadas	
como metas de ingestão. Valores habituais de consumo abaixo do EAR denotam 
grande	probabilidade	de	inadequação,	e	acima	do	UL,	risco	de	desenvolvimento	
de efeitos adversos. Contudo, se o consumo habitual estiver acima dos valores da 
RDA	há	maior	chance	de	que	as	necessidades	nutricionais,	tanto	de	indivíduos	
quanto	de	populações,	estejam	atendidas.	Quando	não	há	valor	de	EAR	e	apenas	
o	 valor	 de	AI	 se	 encontra	 disponível,	 há	 maior	 incerteza	 para	 avaliar	 se	 um	
determinado	nutriente	é	fornecido	pela	dieta	em	quantidade	adequada.	Portanto,	
pela	simples	aplicação	das	tabelas	não	é	possível	chegar	a	uma	conclusão	sobre	
inadequação, quando os valores de consumo habitual forem menores do que este 
valor	de	referência.	
Fontes	 de	 erro	 intraindividuais,	 devidas	 à	 variabilidade	 do	 padrão	 de	
consumo, ou interindividuais, decorrentes da distribuição das necessidades na 
população,	 aliadas	 a	um	pequeno	número	de	dias	de	observação,	 têm	grande	
impacto	sobre	a	confiabilidade	da	análise.	A	adoção	de	 técnicas	adequadas	de	
inquérito	 dietético,	 aplicadas	 duas	 ou	 mais	 vezes,	 preferencialmente	 em	 dias	
não	consecutivos,	contribui	para	melhorar	a	acurácia	de	métodos	quantitativos	
de consumo. Outros avanços do sistema incluem a proposição do conceito de 
‘estágios	da	vida’,	e	não	mais	‘faixas	etárias’;	a	definição	de	antioxidante	alimentar;	
o	emprego	do	conceito	de	unidades	equivalentes	para	vitamina	E	e	folato,	além	
da vitamina A. 
126
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE
Adicionalmente,	 houve	 a	 inclusão	de	um	maior	 número	de	 elementos,	
como	arsênico,	boro,	níquel	e	vanádio.	Para	estes,	entretanto,	a	insuficiência	das	
evidências	para	firmar	suas	funções	sobre	a	saúde	impede,	até	a	presente	data,	o	
estabelecimento de níveis de recomendação. [...]
FONTE: <https://bit.ly/3gVWAfm>. Acesso em: 11 maio 2021.
127
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
•	 É	 de	 suma	 importância	 o	 consumo	 hídrico	 antes,	 durante	 e	 após	 a	 prática	
esportiva, e que a cada momento, os líquidos e as quantidades podem ser 
alternados dependendo do tempo de exercício físico e da modalidade.
•	 Os	processos	fisiológicos	de	 equilíbrio	ácido-base	 e	o	 esvaziamento	gástrico	
são	influenciados	diretamente	pela	escolha	do	repositor	hidroeletrolítico.
• As quantidades de carboidrato e macrominerais presentes nos repositores 
hidroeletrolíticos	são	regulamentos	pela	ANVISA.
•	 Os	 fluidos	 a	 serem	 ingeridos	 pelos	 atletas,	 para	 facilitar	 a	 palatabilidade,	
devem estar entre 15 e 22 °C e ter sabores leves, pois são melhor aceitos que 
apenas	água.
• O consumo hídrico deve ser regulado, considerando que tanto a desidratação 
quanto	a	hiper-hidratação	podem	causar	efeitos	deletérios	ao	organismo.
128
1	 A	água,	como	única	fonte	de	liquido	durante	um	exercício	físico	de	longa	
intensidade,	 pode	 surtir	 efeitos	 adversos,	 pois,	 à	medida	 que	 a	 ingestão	
de	 água	 aumenta,	 ocorre	 uma	 expansão	 do	 volume	 sanguíneo	 (diluição	
plasmática),	com	consequente	diurese,	além	do	desconforto	pelo	aumento	
de líquido na bexiga do atleta, por isso, os repositores hidroeletrolíticos 
são	 de	 suma	 importância	 em	 determinadas	 situações.	 Em	 relação	 aos	
repositores	hidroeletrolíticos,	é	CORRETO	o	que	se	afirma	em:
a) ( ) O uso desses produtos deve ser monitorado pelos próprios praticantes 
de	atividade	física	e	é	mais	utilizado	antes	e	após	o	exercício	intenso.
b) ( ) São formulados pela concentração variada de eletrólitos (sódio e 
cloreto)	associados	a	concentrações	variadas	de	proteínas	e	lipídios.
c) ( ) São indicados apenas após uma atividade física muito intensa, ao ar 
livre, com sol (por mais de 2 a 3 horas) e com uma sudorese elevada.
d)	(			)	 Não	possui	contraindicações.
e)	(			)	 A	alimentação	diária	não	é	suficiente	para	promover	a	reposição	de	
eletrólitos	em	muitas	situações.
2	 A	 manutenção	 dos	 fluidos	 corporais	 é	 de	 suma	 importância	 para	 a	
sobrevivência	 das	 células,	 pois,	 caso	 uma	 quantidade	 excessiva	 de	 água	
entre	 nelas,	 podem	 romper,	 já	 no	 caso	de	perda	 excessiva	de	 água,	 elas	
entram	em	colapso,	desta	forma,	para	controlar	o	fluxo	da	água,	as	células	
controlam	 o	 fluxo	 dos	 macrominerais.	 Qual	 é	 o	 eletrólito	 que	 possui	
importante	função	na	redução	da	diluição	plasmática,	ganhando	destaque	
nos	repositores	hidroeletrolíticos?
a)	(			)	 Potássio.
b)	(			)	 Cálcio.
c) ( ) Sódio.
d) ( ) Fósforo.
e)	(			)	 Magnésio.
3	 A	água	possibilita	a	solubilização	e	a	passagem	de	uma	grande	variedade	
de	nutrientes	orgânicos	e	inorgânicos	do	sangue	para	a	célula	e	da	célula	
para	 o	 sangue,	 além	 das	 inúmerasreações	 metabólicas	 que	 ocorrem	
intracelularmente.	Nesse	 sentido,	 considerando	a	 importância	da	 correta	
hidratação	para	saúde	e	rendimento	do	atleta,	quais	são	as	orientações	para	
promoção	de	uma	adequada	reidratação?
AUTOATIVIDADE
129
4 Os macrominerais são assim chamados porque estão presentes e são 
necessários	 em	 maiores	 quantidades	 que	 os	 demais	 minerais.	 São	
substâncias	inorgânicas	e	tem	sua	biodisponibilidade	variável.	Os	minerais	
interagem	entre	si,	como	o	sódio	e	o	cálcio,	excretados	em	conjunto	quando	
o	consumo	de	sódio	é	excessivo,	assim	como	o	fósforo	se	liga	ao	magnésio	no	
TGI.	Nesse	contexto,	reforça-se	o	cuidado	com	a	utilização	de	suplementos.	
Descreva	abaixo	a	importância	do	sódio	nesse	processo,	assim	como	seus	
alimentos fontes.
5	 A	resolução	da	ANVISA,	RDC	nº	18,	de	27	de	abril	de	2010,	dispõe	sobre	
alimentos	 para	 atletas,	 e	 tem	 o	 objetivo	 de	 estabelecer	 a	 classificação,	 a	
designação, os requisitos de composição e de rotulagem dos alimentos para 
atletas.	Dentre	essas	classificações,	estão	os	suplementos	hidroeletrolíticos	
para	atletas,	os	quais	devem	seguir	as	seguintes	recomendações,	conforme	
artigo	6º	dessa	resolução.	Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a) ( ) A concentração de sódio no produto pronto para consumo deve estar 
entre	460	e	1150	mg/l,	devendo	ser	utilizados	sais	inorgânicos	para	fins	
alimentícios como fonte de sódio; a osmolalidade do produto pronto 
para	consumo	deve	ser	inferior	a	330	mOsm/kg	água;	os	carboidratos	
podem	constituir	até	8%	 (m/v)	do	produto	pronto	para	 consumo;	o	
produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme 
Regulamento	Técnico	específico	sobre	adição	de	nutrientes	essenciais.
b) ( ) O produto pode ser adicionado de outros nutrientes e não nutrientes, 
assim	como	pode	ser	adicionado	de	fibras	alimentares.
c) ( ) Com relação ao teor de carboidratos, o teor de frutose, quando 
adicionada,	não	pode	ser	superior	a	8%	(m/v)	do	produto	pronto	para	
o consumo.
d) ( ) Concentração de sódio no produto pronto para consumo deve estar 
entre	1150	e	2000	mg/l,	devendo	ser	utilizados	sais	inorgânicos	para	
fins	alimentícios	como	 fonte	de	sódio;	a	osmolalidade	do	produto	
pronto	 para	 consumo	 deve	 ser	 inferior	 a	 530	 mOsm/kg	 água;	 os	
carboidratos	 podem	 constituir	 até	 12%	 (m/v)	 do	 produto	 pronto	
para consumo; o produto pode ser adicionado de vitaminas e 
minerais,	conforme	Regulamento	Técnico	específico	sobre	adição	de	
nutrientes essenciais.
e) ( ) A concentração de sódio no produto pronto para consumo deve estar 
entre	460	e	1150	mg/l,	devendo	ser	utilizados	sais	inorgânicos	para	fins	
alimentícios como fonte de sódio; a osmolalidade do produto pronto 
para	consumo	deve	ser	inferior	a	330	mOsm/kg	água;	com	relação	ao	
teor de carboidratos, o teor de frutose, quando adicionada, não pode 
ser	superior	a	8%	(m/v)	do	produto	pronto	para	o	consumo.
130
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136
137
UNIDADE 3 — 
RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS 
E APLICABILIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o panorama geral dos suplementos alimentares, considerando as 
legislações existentes no Brasil e os Guidelines Nacionais e Internacionais;
•	 rever	 conceitos	 de	 fisiologia	 e	 bioquímica	 do	 exercício	 para	 facilitar	 a	
compreensão da real necessidade de suplementação alimentar;
• ampliar o olhar da suplementação alimentar aos praticantes de treinos de 
força	e	exercícios	resistidos;
•	 apontar	as	novidades	referentes	à	atuação	do	nutricionista	na	área	da	Nu-
trição	Esportiva,	abordando	a	fitoterapia	e	sua	aplicabilidade	no	esporte.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO 1 – RECURSOS ERGOGÊNICOS
TÓPICO 2 – RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOSRESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
TÓPICO 3 – FITOTERAPIA NO ESPORTE E ORIENTAÇÕES
 ESPECÍFICAS AOS ATLETAS
138
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
139
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Olá,	acadêmico,	vamos	iniciar	o	Tópico	1,	que	está	direcionado	a	abordar	
os	 suplementos	 alimentares	 de	 maneira	 geral,	 juntamente	 com	 as	 legislações	
e	 orientações	 nacionais	 e	 internacionais	 dessa	 área;	 para	 tanto,	 é	 importante	
fazermos	algumas	considerações	iniciais.	
Primeiro,	 cabe	 salientar	 que	 para	 que	 os	 atletas	 tenham	 sucesso	 em	
suas	modalidades,	dois	fatores	são	relevantes:	a	genética	e	o	treinamento,	pois,	
considerando o mundo das competições, onde, em sua maioria, os atletas possuem 
habilidades	genéticas	semelhantes,	fazem	do	treinamento	o	fator	que	pode	fazer	
a	diferença	no	“segundo	final”,	todavia,	por	vezes	são	expostos	a	treinamentos	
também	 semelhantes.	 Com	 isso,	 a	 busca	 dos	 atletas	 por	 possibilidades	 que	
melhorem	 seu	 rendimento	 é	 contínua,	 fazendo	 com	 que	 a	 alimentação	 e	 a	
suplementação	adentrem	nesse	campo	do	esporte	com	bastante	“força”.
Antes	 de	darmos	 sequência	 no	 conteúdo,	 vamos	 compreender	 o	 que	 é	
recurso	 ergogênico,	 já	 que	pode	 ser	 confundido	unicamente	 com	suplementos	
alimentares.
TÓPICO 1 — 
RECURSOS ERGOGÊNICOS
O que você considera um recurso ergogênico? De acordo com Willians 
(1995), a palavra “ergogênico” deriva do grego ergon, trabalho, e gennan, produção, que 
significa substâncias ou artifícios que visem à melhora do desempenho, ou seja, podem 
ser considerados recursos ergogênicos fatores nutricionais, como os suplementos, fatores 
farmacológicos, biomecânicos e mecânicos como roupas mais leves, bicicletas melhores 
adaptadas, no caso dos ciclistas, ainda fatores psicológicos e fisiológicos.
NOTA
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
140
Podemos,	 então,	 classificar	 os	 suplementos	 alimentares	 como	 recursos	
ergogênicos?	 Sim,	mas,	 infelizmente	 um	grande	 número	de	 suplementos	 vem	
sendo	 comercializado	 com	 diferentes	 objetivos,	 e	 sem	 respaldo	 científico,	
discutiremos	isso	na	sequência.	
É	importante,	ainda,	relembrar	o	que	é	um	atleta	e	um	esportista,	pois	as	
legislações,	por	vezes,	fazem	alegações	específicas	aos	dois:
• Os	atletas	(profissionais/amadores)	praticam	modalidades	esportivas	específi-
cas,	estabelecem	rotinas	fixas	e	frequência	praticamente	diária	de	treinamento,	
tendo	como	finalidade	a	obtenção	de	alto	desempenho	em	competições.	Nor-
malmente	usam	dessa	prática	como	fonte	de	renda.
• Os esportistas, por	 sua	 vez, são	 aqueles	 indivíduos	 que	praticam	 exercícios	
físicos,	sem	muita	especificidade,	podendo	ser	musculação,	ginástica	olímpica,	
vôlei,	tênis,	entre	outros,	com	regularidade	ou	não	em	cada	prática	e	intensidade	
variada,	sem	caráter	profissional.
Agora,	vamos	em	frente	e	rever	alguns	conceitos	e	legislações	em	torno	
dos	recursos	que	envolvem	a	categoria	nutricional,	dando	enfoque	às	substâncias	
mais	utilizadas	nos	últimos	tempos.	
2 INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR 
Quais	 seriam	 os	 objetivos	 de	 um	 atleta	 e	 ou	 esportista	 ao	 utilizar	 um	
suplemento	alimentar?
Em	sua	maioria,	os	atletas	usam	esses	recursos	com	foco	no	aumento	de	
massa	muscular	e	obtenção	de	energia	para	os	músculos,	pois	estão	envolvidos	
com	os	mecanismos	geradores	de	energia,	sendo	substrato	energético,	regulador	
de	 processos	 metabólicos	 que	 geram	 energia	 e	 promovem	 o	 crescimento	 e	
desenvolvimento	dos	tecidos	corporais.
 
O	Quadro	1	aborda	os	métodos/mecanismos	pelos	quais	os	ergogênicos,	
neste caso, suplementos alimentares, podem melhorar o desempenho (ALVES, 
2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
141
QUADRO 1 – MÉTODOS PELOS QUAIS OS ERGOGÊNICOS PODEM MELHORAR A 
PERFORMANCE MEDIANTE A POTÊNCIA FÍSICA, FORÇA MENTAL E LIMITE MECÂNICO
Métodos
Para intensificar a potência 
física
 − aumento de tecido muscular;
 − intensificação	dos	processos	metabólicos	de	
liberação	de	energia;
 − aumento	da	oferta	de	energia	no	musculo	
durante atividades de longa duração;
 − melhora	na	liberação	do	substrato	energético	no	
músculo;
 − combate	ao	acúmulo	de	substâncias	que	
interferem	na	ótima	produção	de	energia.
Para intensificar a força mental
 − aumento	dos	processos	psicológicos	que	
maximizam	a	produção	de	energia;
 − diminuição	nos	fatores	que	interferem	no	ótimo	
funcionamento	psicológico.
Para intensificar os limites 
mecânicos
 − melhora	na	eficiência	mecânica	pela	diminuição	
da	massa	corporal,	sobretudo	a	gordura;
 − melhora	da	estabilidade	pelo	aumento	da	massa	
corporal,	sobretudo	da	massa	muscular.
FONTE: Adaptado de Williams (1991)
Muito	 se	 tem	 discutido	 sobre	 os	 hábitos	 alimentares	 dos	 esportistas	 e	
atletas,	com	enfoque	aos	atletas,	pois	acabam	por	ter	demandas	energéticas	e	de	
nutrientes	maiores	que	os	demais	praticantes,	fazendo	com	que	tenham	dúvidas	
frequentes	sobre	o	uso	ou	não	de	suplementos	alimentares,	recursos	esses	que	não	
requerem	obrigatoriedade	de	prescrição	por	nutricionista	para	comercialização,	
o	que	causa	algumas	confusões	de	conceitos	e	consequentemente	de	utilização.	
Destaca-se	nesse	meio,	que	muitas	vezes	os	próprios	nutricionistas	care-
cem	de	mais	estudos	e	orientações,	devendo	este,	quando	atuar	na	área	esporti-
va,	conhecer	o	mercado	de	suplementos	nutricionais,	saber	avaliar	os	níveis	de	
evidencia	de	recomendação	estabelecidos	por	alguns	órgãos,	a	aplicabilidade	e	o	
custo	benefício	desse	uso	por	parte	do	atleta.	
Nesse contexto, os suplementos alimentares direcionados para atletas 
refletem	 produtos	 especialmente	 formulados	 para	 auxiliar	 no	 suprimento	
das	 demandas	 energéticas	 adicionais	 à	 necessidade	 de	 rendimento,	 visando	
complementar	a	alimentação	e	não	a	substituir.	
Ainda	se	sabe	que	a	opção	pelo	uso	de	suplementos	surge	por	solicitação	
do	próprio	atleta,	devido	a	sua	rotina	diária,	na	qual	não	consegue	consumir	
apenas	 com	alimentos	a	demanda	energética	necessária	para	 repor	a	 energia	
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
142
utilizada	 nos	 treinos	 e	 competições.	 Todavia,	 antes	 da	 suplementação,	 o	
nutricionista	pode	verificar	a	possibilidade	de	inserção	dos	alimentos	listados	a	
seguir na rotina do atleta:
• caldo	de	cana:	usado	para	reposição	do	glicogênio	muscular;
• castanha-do-brasil:	usada	como	fonte	de	selênio;
• leite	fortificado	com	ferro:	reposição	do	ferro;
• leite	em	pó:	aumentar	aporte	de	cálcio;
• leite:	para	hidratação	e	promoção	de	síntese	proteica	pós	treino;
• leite	com	achocolatado:	recuperação	muscular	após	exercício	intenso;
• banana	e	uvas	passas:	fonte	de	energia	durante	o	treino;
• suco	de	beterraba:	fonte	de	nitrito	para	melhorar	performance	de	endurance;
• água	de	coco:	repositor	de	eletrólitos;
• café:	melhora	no	foco	(HIRSCHBRUCH,	2014).
Bacurau	 (2009)	 relatou	 que	 os	 motivos	 mais	 relatados	 pelos	 atletas	
e esportistas para consumo de suplementos era: necessidade de compensar 
uma	dieta	ou	 estilo	de	vida	 inadequado;	 e	 atender	 a	um	suposto	 aumento	na	
necessidade	energética	ou	de	nutrientes	gerado	pelos	treinamentos	e	para	obter	
efeitos	na	performance.	
Justificativas	 que	 podem	 ser	 rebatidas,	 já	 que	 nem	 sempre	 uma	 rotina	
inadequada	apresenta	carências	nutricionais,	ainda	mais	quando	se	trata	de	um	
esportista,	por	sua	vez,	a	demanda	por	nutrientes	no	caso	de	atletas	ainda	é	bem	
contraditória	já	que	faltam	pesquisas	científicas	que	direcionem	o	consumo	au-
mentado	de	micronutrientes	e,	por	fim,	estudos	científicos	nem	sempre	suportam	
o	aumento	no	consumo	de	determinados	nutrientes	na	melhora	da	performance.
Nesse pingue-pongue do uso ou não de suplementos alimentares, no dia 
a	dia	da	profissão	de	nutricionista	são	diferentes	os	“pontos	de	vista”	em	relação	
a	essa	prescrição,por	isso	vale	a	pena	o	aprofundamento	nos	estudos	que	surgem	
em	relação	a	cada	suplemento	alimentar.	É	válido	verificar,	de	forma	criteriosa,	
a	metodologia	utilizada,	o	número	e	característica	do	público	pesquisado,	bem	
como	os	procedimentos	realizados	e	quantidades	consumidas,	assim	como	se	foi	
um	estudo	realizado	como	seres	humanos	ou	animais.
Seguem	algumas	condições	em	que	o	uso	de	suplementos	alimentares	é	
normalmente recomendado:
• dificuldades	na	ingestão	de	grandes	quantidades	de	alimentos	em	momentos	
de treinamentos e competições intensos;
• quando	 o	 indivíduo	 deseja	 reduzir	 a	 necessidade	 de	 defecação	 durante	
competições;
• em	momentos	em	que	a	perda	de	peso	é	necessária;
• em	 casos	 de	 dieta	 de	 supercompensação	 de	 carboidratos	 e	 dificuldade	 na	
aquisição	dos	alimentos	(viagens);
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
143
• quando	a	 recuperação	 rápida	é	necessária	 e	o	 indivíduo	apresenta	anorexia	
pós-esforço;
• obtenção	de	micronutrientes	em	momentos	de	dietas	restritivas.
Já	se	perguntou	por	que	tanta	atenção	é	dada	a	essa	área?
Existem	 hoje,	 em	 todo	 o	 mundo,	 centenas	 de	 tipos	 de	 suplementos	
disponíveis	 para	 venda,	 os	 quais,	 conforme	 alegações,	 remontam	mais	 de	 800	
tipos	de	mecanismos	diferentes	pelos	quais	a	performance	poderia	ser	melhorada.	
Dessa	 forma,	 percebe-se	 que	 a	 grande	 quantidade	 de	 produtos	 novos,	
falta	 de	 controle	 sobre	 as	 propagandas	 e	 o	 desconhecimento	 por	 parte	 dos	
consumidores,	assim	como	pesquisas	conduzidas	por	 fabricantes	e	 com	dados	
contraditórios	invalidem	o	processo	de	segurança	para	o	comercio	de	suplementos.
Conforme	 o	 Comitê	 Olímpico	 Norte-Americano	 (MAUGHAN et al.,	
2018),	todas	as	pesquisas	voltadas	a	suplementos	alimentares	devem	responder	
a	 questionamentos,	 tais	 como	 a	 relação	 dos	 suplementos	 com	 a	 ocorrência	 de	
lesões,	 a	 biodisponibilidade	 do	 nutriente	 usado	 no	 suplemento,	 determinação	
efetiva	do	efeito	ergogênico	e	o	risco	desse	suplemento	em	adolescentes.
Ainda,	 para	 finalizar,	 cabe	 a	 discussão	 sobre	 a	 segurança	 do	 uso	 do	
suplemento,	a	qual	remonta	um	fator	já	apontado	anteriormente,	a	ausência	do	
controle	da	produção	e	comercialização	desses	produtos.	
Nos	 EUA,	 após	 um	 levantamento	 da	 FDA,	 órgão	 regulador	 da	
comercialização,	os	resultados	foram	alarmantes,	já	que	evidenciaram	que	mais	
da	metade	dos	produtos	adquiridos	diferiram	em	20%	ou	mais	da	composição	
que	estava	descrita	nos	rótulos.	Fato	que	pode	ser	muito	perigoso,	pois	alguns	
elementos	diferentes	dos	descritos	nos	rótulos	podem	ser	tóxicos	ou,	por	exemplo,	
não	 serem	 absorvidos	 ou	 serem	 alergênicos	 ao	 indivíduo.	Um	 exemplo	 é	 um	
suplemento	proteico	ser	alterado,	possuindo	mais	carboidrato	do	que	descrito	no	
rótulo,	podendo	causar	hiperglicemia	no	indivíduo.
Bem,	devido	a	essa	ampla	variedade	de	tipos	e,	consequentemente,	marcas	
disponíveis	no	mercado,	é	que	os	suplementos	foram	agrupados	para	classificação,	
as	quais	veremos	no	próximo	tópico,	no	item	das	legislações	brasileiras.	
3 LEGISLAÇÃO DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES
E	então	acadêmico,	como	estão	seus	estudos	até	aqui?	
Agora	daremos	continuidade	abordando	a	história	das	legislações	até	os	
dias	atuais.
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
144
Em	1998,	a	Secretaria	de	Vigilância	Sanitária,	por	meio	da	portaria	SVS/
MS	nº	29/1998,	aprovou	o	regulamento	referente	a	alimentos	para	fins	especiais;	
os	 quais	 incluíram:	 alimentos	 especialmente	 formulados	 ou	 processados,	 com	
modificações	na	quantidade	de	nutrientes,	direcionados	a	dietas	diferenciadas,	
atendendo	às	necessidades	de	pessoas	em	condições	metabólicas	e	fisiológicas	
específicas,	como	é	o	caso	dos	alimentos	para	praticantes	de	atividade	física.	
Ainda nessa resolução, seguem as normas de rotulagem geral, nutricional 
e	específicas	do	alimento	convencional,	nas	quais	deve	constar	a	designação	do	
alimento,	finalidade	a	que	se	destina	e	informação	nutricional	(BRASIL,	1998a).		
Assim	 como	 os	 dizeres	 exigidos	 para	 alimentos	 em	 geral	 e	 para	 os	
alimentos	para	fins	especiais,	nos	quais	deve	constar	“a	orientação	em	destaque	e	
negrito:	Crianças,	gestantes	e	idosos,	consumir	preferencialmente	sob	orientação	
de	nutricionista	e	ou	médico”	(BRASIL,	1998b,	p.	4).
Posterior,	 tem-se	 a	 Portaria	 SVS/MS	 nº	 222/1998,	 que	 aprovou	 o	
regulamento	técnico	referente	a	alimentos	para	“praticantes	de	atividade	física”,	
incluindo	 formulações	 que	 contenham	 aminoácidos	 oriundos	 da	 hidrólise	 de	
proteínas,	 aminoácidos	 essenciais,	 quando	 utilizados	 em	 suplementação	 para	
alcançar	alto	valor	biológico,	e	aminoácidos	de	cadeia	ramificada,	desde	que	estes	
não	apresentem	ação	terapêutica	ou	tóxica.	
Foram	incluídos	nessa	resolução	também,	os	repositores	energéticos,	de-
finidos	como	“produtos	formulados	com	nutrientes	que	permitam	o	alcance	e/ou	
manutenção	do	nível	apropriado	de	energia	para	atletas”	(BRASIL,	1998b,	p.	2).	
Nestes	produtos,	 são	 fatores	essenciais	de	composição	e	qualidade	que	
“os	carboidratos	devem	constituir	90%	dos	nutrientes	energéticos	presentes	na	
formulação.	Opcionalmente,	estes	podem	conter	vitaminas	e	minerais”	(BRASIL,	
1998b,	p.	3).	
Quanto	 ao	 registro,	 os	 alimentos	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física	
passam	a	ter	registro	obrigatório,	conforme	Resolução	nº	23/2000	que	dispõe	sobre	
o	Manual	de	Procedimentos	Básicos	para	Registro	e	Dispensa	da	Obrigatoriedade	
de	Registro	 de	 Produtos	 Pertinentes	 à	Área	 de	Alimentos.	 Em	 2010,	 a	Anvisa	
aprovou	a	Resolução	nº	18	–	regulamento	técnico	sobre	“Alimentos	para	Atletas”	–,	
substituindo	a	Portaria	nº	222/1998,	que	orientava	as	características	de	qualidade	
que	deveriam	seguir	os	“Alimentos	para	Praticantes	de	Atividade	Física”.	
Nesta	RDC	fica	definido	que,	nos	 rótulos	dos	produtos	previstos,	deve	
constar	a	seguinte	frase	em	destaque	e	negrito:	“Este	produto	não	substitui	uma	
alimentação	 equilibrada	 e	 seu	 consumo	 deve	 ser	 orientado	 por	 nutricionista	
ou	médico”	 (BRASIL,	 2010a,	 p.	 7),	 devendo	 também	 constar	 a	 designação	 do	
produto;	número	de	registro;	prazo	de	validade	correspondente	ao	produto	com	
menor	prazo	e	a	informação	nutricional	(Art.	26).	
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
145
Destaca-se,	também,	o	que	não	deve	constar	nos	rótulos,	como	imagens	
que	induzam	o	consumidor	à	compra,	como	a	exposição	de	músculos	e/ou	perda	
de	 peso,	 assim	 como	 expressões	 que	 façam	 referências	 a	 hormônios	 e	 outras	
substâncias	farmacológicas	e	ou	do	metabolismo;	e	as	expressões:	“anabolizantes”,	
“hipertrofia	muscular”,	“massa	muscular”,	“queima	de	gorduras”,	“fat burners”,	
“aumento	da	capacidade	sexual”,	“anticatabólico”,	“anabólico”,	equivalentes	ou	
similares	previstas	no	Art.	27	(BRASIL,	2010a).	
Em	relação	ao	registro	desses	alimentos	para	atletas,	foi	publicada	a	RDC	
nº	27/2010,	que	inseriu	a	categoria	“alimentos	para	atletas”	na	lista	dispensada	
da	obrigatoriedade	de	registro,	junto	a	outras	categorias	de	alimentos,	situação	
essa	que	traz	implicações	importantes,	já	que	aumenta	o	risco	que	tais	produtos	
podem	trazer	ao	consumidor.	
Os	 produtos	 alimentícios	 de	 alcance	 da	Anvisa	 são	 divididos	 em	 dois	
grupos:	alimentos	com	registro	obrigatório	prévio	à	comercialização	e	alimentos	
dispensados	 da	 obrigatoriedade	 de	 registro,	 nesta	 situação,	 observa-se	 que	 os	
alimentos	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física	 encontravam-se	 na	 categoria	 de	
alimentos	com	registro	obrigatório,	e,	posteriormente,	os	alimentos	para	atletas	
dispensados	de	tal	obrigatoriedade.
 
Temos,	a	seguir,	a	diferença	entre	a	Resolução	de	2010	e	a	Portaria	de	1998.	
Em	 1998,	 os	 “alimentos para praticantes de atividade física”	 foram	
classificados	em:	
• repositores	hidroeletrolíticos	para	praticantes	de	atividade	física;	
•	 repositores	energéticos	para	atletas;	
• alimentos proteicos para atletas;
•	 alimentos	compensadores	para	praticantes	de	atividade	física;•	 aminoácidos	de	cadeia	ramificada;	e
•	 outros	alimentos	com	fins	específicos	para	praticantes	de	atividades	
físicas	(BRASIL,	1998b,	p.	2).	
Por	sua	vez,	em	2010,	os	“alimentos para atletas”	foram	classificados	em:
• suplementos	hidroeletrolíticos	para	atletas;
•	 suplementos	energéticos	para	atletas;	
• suplementos proteicos para atletas;
•	 suplementos	para	substituição	parcial	de	refeições	de	atletas;
• suplemento de creatina para atletas; e 
•	 suplemento	de	cafeína	para	atletas	(BRASIL,	2010a,	p.	2-3).
Verifica-se	 que	 a	primeira	diferença	 entre	 ambas	 é	 o	público	 ao	qual	 é	
direcionado	cada	suplemento.	
Em	 1998,	 havia	 designações	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física	 e	 não	
apenas	atletas,	como	ocorre	na	Resolução	de	2010.	Além	disso,	pode-se	observar	
que	 os	 aminoácidos	de	 cadeia	 ramificado	não	 foram	mais	 direcionados	 a	 este	
público,	 assim	 como,	 em	 2010,	 a	 creatina	 e	 a	 cafeína	 foram	 enquadradas	 nos	
alimentos	para	atletas.
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
146
No	Quadro	2,	estão	dispostos	os	alimentos	para	atletas	e	suas	especifica-
ções	para	comercialização.
QUADRO 2 – ALIMENTOS PARA ATLETAS E SUAS ESPECIFICAÇÕES
Resolução nº	18,	de	27	de	abril	de	2010
Suplementos hidroeletrolíticos 
para atletas
 − Produtos	destinados	a	auxiliar	na	hidratação.
 − Deverá	conter:	concentração	de	sódio	(460	a	
1150	mg/L),	com	a	utilização	de	sais	inorgânicos	
para	fins	alimentícios	como	fonte	de	sódio.	
 − Carboidratos:	pode	constituir	até	8%.
 − Vitaminas	e	minerais:	podem	ser	adicionados.
 − Potássio:	pode	ser	adicionado	em	até	700	mg/L.
 − *Não podem ser adicionados de outros 
nutrientes,	não	nutrientes	e	fibras	alimentares.
Suplementos energéticos para 
atletas
 − Produtos destinados a complementar as 
necessidades	energéticas.
 − Carboidratos:	o	produto	pronto	para	consumo	
deve	conter,	no	mínimo	75%	do	valor	energético	
total	provenientes	dos	carboidratos,	15	g	na	
porção.
 − Vitaminas	e	minerais	podem	ser	adicionados.
 − Outras	disposições:	podem	conter	líquidos,	
proteínas,	não	podem	ser	adicionados	fibras	e	
não	nutrientes.
Suplementos proteicos para 
atletas
 − Produtos destinados a complementar as 
necessidades	proteicas.
 − Proteínas:	o	produto	pronto	para	consumo	deve	
conter,	no	mínimo,	10	g	de	proteína	na	porção,	
50%	do	valor	energético	total	proveniente	da	
proteína.
 − A composição proteica deve apresentar 
PDCCAS**	acima	de	0,9.
 − Vitaminas	e	minerais	podem	ser	adicionados.
 − Outras disposições: não podem ser adicionadas 
fibras	e	não	nutrientes.
Suplementos para substituição 
parcial de refeições de atletas
 − Produtos	destinados	a	complementar	refeições	
de	atletas	em	situações	nas	quais	o	acesso	aos	
alimentos	seja	restrito.
 − Carboidratos:	devem	conter	de	50	a	70%	do	
valor	energético	total	do	produto	pronto	para	
consumo.
 − Proteína:	a	quantidade	de	proteínas	deve	
conter	de	13	a	20%	do	valor	energético	total	do	
produto,	com	PDCCAS	acima	de	0,9.
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
147
Suplementos para substituição 
parcial de refeições de atletas
 − Lipídios:	deve	corresponder	no	máximo	a	
30%	do	valor	energético,	sendo	que	o	teor	de	
gordura	saturada	não	pode	ultrapassar	10%	do	
valor	total	e	a	gordura	trans	1%.
 − Vitaminas	e	minerais	podem	ser	adicionados.
 − Outras	disposições:	o	produto	deve	oferecer	no	
mínimo	300	Kcal	por	porção,	e	ser	adicionado	
de	fibras.
Suplementos de creatina para 
atletas
 − Produto	destinado	a	complementar	os	estoques	
endógenos	de	creatina.
 − O produto pronto para consumo deve conter de 
1,5	a	3	g	na	porção.
 − Deve ser usada a creatina monoidratada, com 
grau	de	pureza	mínima	de	99,9%.
 − Carboidratos	podem	ser	adicionados.
 − Fibras	não	podem	ser	adicionadas.
Suplementos de cafeína para 
atletas
 − Produto	 destinado	 a	 aumentar	 a	 resistência	
aeróbica	em	exercícios.
 − Deve	conter	entre	210	e	420	mg	na	porção.
 − Apresentação	 de	 cafeína,	 com	 teor	 mínimo	 de	
98,5%	de	1,3,7	 trimetilxantina,	 calculada	a	base	
anidra.
 − Outras disposições: não podem ser adicionados 
outros	nutrientes	e/ou	não	nutrientes.
** PDCCAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score):	 escore	 aminoacídico	
corrigido	 pela	 digestibilidade	 da	 proteína	 para	 determinação	 de	 sua	 qualidade	
biológica.
FONTE: Adaptado de Brasil (2010a)
Ressalta-se que a Anvisa (BRASIL, 2010a) não recomenda o uso de suplementos 
para pessoas praticantes de exercício físico para a promoção da saúde, recreação e/ou com 
fins estéticos. De acordo com normas internacionais, os recursos ergogênicos devem ser 
consumidos e/ou ministrados com a orientação de profissionais competentes e éticos.
IMPORTANT
E
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
148
Posterior	à	RDC	de	2010,	obtivemos	a	RDC	nº	240,	de	26	de	julho	de	2018	
(publicada	no	DOU	nº	144,	de	27	de	julho	de	2018),	que	altera	a	Resolução	–	RDC	
nº	27,	de	6	de	agosto	de	2010,	no	que	dispõe	 sobre	as	 categorias	de	alimentos	
e	 embalagens	 isentas	 e	 com	 obrigatoriedade	 de	 registro	 sanitário.	 No	Art.	 1º	
o	 texto	 foi	 alterado	para:	 “Estabelece	as	 categorias	de	alimentos	 e	 embalagens	
dispensadas e com obrigatoriedade de registro sanitário”	(BRASIL,	2018,	p.	1).	
(NR);	e	no	art.	2º	passa	a	vigorar	com	a	seguinte	redação:	“Art.	2º	As	empresas	que	
detêm	o	registro	de	produtos	que,	de	acordo	com	esta	Resolução,	passam	a	ser	
dispensados	da	obrigatoriedade	de	registro,	podem	utilizar	rotulagem	contendo	
o	número	do	registro	concedido	até	a	data	do	vencimento	do	registro	ou	até	o	
final	do	estoque	existente	de	 embalagem	deste	produto”	 (BRASIL,	 2018,	p.	 1).	
(NR);	e	nos	Art.	4º	e	Art.	5º	passam	a	vigorar	os	Anexos	I	e	II	com	suas	alterações.	
Na	sequência,	o	Quadro	3	apresenta	o	Anexo	II,	em	que	consta	os	alimentos	e	
embalagens	com	obrigatoriedade	de	registro	sanitário.
QUADRO 3 – ALIMENTOS E EMBALAGENS COM OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO SANITÁRIO
FONTE: Brasil (2018, p. 2)
Com	 isso	 podemos	 observar	 que	 apesar	 de	 haverem	 alterações	 não	
incidiram	sobre	os	suplementos	mais	utilizados	pelos	“atletas”.
3.1 DIRETRIZES E POSICIONAMENTOS
Vários	 suplementos	 utilizados	 por	 esportistas	 e	 atletas	 não	 são	
mencionados	 nas	 RDCs	 discutidas	 até	 aqui.	 Desta	 forma,	 destaca-se	 que	 a	
qualidade	e	segurança	no	ato	da	prescrição	de	suplementos,	com	certeza	a	RDC	
da	Anvisa,	que	é	um	órgão	fiscalizador	da	nossa	federação,	traz	mais	segurança	
no	ato	da	prescrição,	tanto	para	auxiliar	na	escolha	do	suplemento,	bem	como	na	
quantidade	a	ser	prescrita.
Em	termos	de	Brasil,	temos	também	a	Sociedade	Brasileira	de	Medicina	
Esportiva,	 que,	 em	 2009,	 atualizou	 suas	 diretrizes	 e	 também	 traz	 discussões	
acerca	da	suplementação	na	área	esportiva,	no	documento	intitulado	Modificações 
dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação 
ergogênica e potenciais riscos para a saúde,	 publicado	 na	 Revista	 Brasileira	 de	
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
149
Medicina	Esportiva,	 volume	 15,	 número	 3,	maio	 e	 junho	de	 2009.	Documento	
que	pode	ser	considerado	por	profissionais	no	momento	da	prescrição,	e	o	qual	
discutiremos	nos	próximos	subtópicos.
Mundialmente,	 o	 uso	 de	 suplementos	 alimentares	 ocorre	 de	 forma	
descontrolada,	 por	 isso	 explanaremos,	 em	 seguida,	 algumas	 Diretrizes	 e	
Posicionamentos	estabelecidos	em	outros	países,	os	quais	recomendam	apenas	
alguns	 suplementos	 e	 uso	 com	 cautela,	 considerando	 sempre	 as	 divergências	
encontradas	nas	pesquisas	científicas.	
3.1.1 Declaração de Consenso da Associação 
Internacional das Federações de Atletismo 2019
De acordo com Burke et al.	(2019),	os	alimentos	esportivos	podem	ajudar	o	
atleta	atender	as	suas	necessidades	nutricionais	em	cenários	nos	quais	não	é	pos-
sível	consumir	os	alimentos	necessários	a	essa	demanda,	todavia,	destacam	que	a	
maioria	dos	produtos	de	desempenho	carece	de	evidências	para	apoiar	sua	eficácia.	
Em termos de orientação, no consensode 2019, são discutidos cinco 
suplementos	de	desempenho	baseados	em	evidências,	sendo	eles:	cafeína,	creatina,	
suco	de	nitrato/beterraba,	beta-alanina	e	bicarbonato,	os	quais	podem	contribuir	
para	ganhos	de	desempenho,	de	acordo	com	cada	modalidade	esportiva.	
Os	 autores	 ressalvam	os	desafios	para	o	 estabelecimento	de	protocolos	
que	possam	direcionar,	de	 forma	efetiva,	o	uso	repetido	desses	suplementos	e	
bons	resultados	em	competições	finais,	considerando	as	alterações	de	ambiente,	
temperatura	 e	 estresse	 gerados	 simultaneamente,	 sendo	 que	 ainda	 se	 tem	 as	
possíveis	desvantagens	do	uso	de	suplementos,	que	incluem:	despesas,	expectativa	
falsa	e	o	risco	de	ingestão	de	substâncias	proibidas	pela	Lista	da	Agência	Mundial	
Antidopagem,	que,	às	vezes,	estão	presentes	como	contaminantes	ou	ingredientes	
não	declarados.	
Por	 fim,	 Burke	 et al.	 (2019)	 concluem	 ser	 pertinente	 que	 os	 alimentos	
esportivos	e	suplementos	nutricionais	sejam	considerados	apenas	quando	uma	
forte	base	de	evidências	apoie	seu	uso	como	seguro,	legal	e	eficaz	e,	além	disso,	
que	esses	suplementos	sejam	testados	exaustivamente	pelo	indivíduo	antes	de	se	
comprometer	a	usá-los	em	um	ambiente	de	competição.	
3.1.2 Declaração de consenso do Comitê Olímpico 
Internacional (COI): suplementos alimentares e atleta de 
alto desempenho
Conforme	descreve	o	COI	(MAUGHAN et al.,	2018),	os	produtos	descritos	
como	suplementos	têm	diferentes	alvos	de	atuação	incluindo:	
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
150
• o	gerenciamento	de	deficiências	de	micronutrientes;	
• o	fornecimento	de	formas	convenientes	de	energia	e	macronutrientes	e;	
• o	fornecimento	de	benefícios	diretos	ao	desempenho	ou	benefícios	indiretos,	
como	o	apoio	a	intensos	regimes	de	treinamento.	
Todavia, apesar de o uso apropriado de alguns suplementos poder 
beneficiar	o	atleta,	outros	podem	prejudicar	a	saúde,	o	desempenho	e	/	ou	o	sustento	
e	a	reputação	do	atleta	(se	houver	uma	violação	da	regra	antidoping).	Com	isso,	
recomenda-se	que	haja	uma	avaliação	nutricional	completa	para	que	seja	tomada	
a	melhor	decisão	sobre	o	uso	de	suplementos.	
O COI, assim como Burke et al.	(2019),	alega	que	apesar	de	haver	diferentes	
produtos	sendo	comercializados	apenas	alguns,	como	a	cafeína,	creatina,	agentes	
tampão	 específicos	 e	 nitrato,	 têm	 boas	 evidências	 de	 benefícios,	 mas	 que	 as	
respostas	são	afetadas	pelo	cenário	de	uso	e	podem	variar	amplamente	entre	os	
indivíduos	devido	a	fatores	que	incluem	genética,	microbioma	e	dieta	habitual.	
Da	mesma	forma,	também	seguem	a	orientação	de	que	os	suplementos	
destinados a melhorar o desempenho devem ser testados exaustivamente em 
treinamento	ou	competição	simulada	antes	de	serem	utilizados	na	competição,	
sendo	que	a	proteção	da	saúde	do	atleta	e	a	conscientização	do	potencial	de	dano	
devem	 ser	 fundamentais;	 opinião	 e	 assistência	 profissional	 especializada	 são	
fortemente	aconselhadas	antes	que	um	atleta	embarque	no	uso	de	suplementos.
Para mais informações a respeito do consenso do Comitê Olímpico 
Internacional, acesse: https://bjsm.bmj.com/content/52/7/439.
DICAS
3.1.3 Autoridade brasileira de controle de dopagem
É	 importante,	 ainda,	 salientar	 que	 o	 Brasil	 também	possui	 um	Comitê	
Nacional	de	Controle	de	Dopagem	com	normas	rígidas	de	avaliação	e	punição	de	
atletas	que	usam	de	substancias	ilícitas	nas	competições.
Conheça	a	missão,	visão,	objetivos	e	princípios	desse	comitê:
Missão:	 consolidar	 a	 cultura	 antidopagem	 em	 âmbito	 nacional,	 por	
meio	 de	 ações	 de	 educação	 e	 controle	 em	 todas	 as	 manifestações	
esportivas,	 buscando	 o	 esporte	 limpo	 e	 saudável	 respeitando	 as	
normas	 e	 regramentos	 nacionais	 e	 internacionais.	 Visão:	 tornar	 o	
Brasil	uma	referência	mundial	na	cultura	antidopagem,	promovendo	
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
151
igualdade	nas	competições	e	disseminando	os	valores	do	jogo	limpo.	
Objetivos:	-	Promover	e	expandir	a	cultura	antidopagem	no	Brasil;	-	
Aprimorar	processos	de	gestão	e	governança	da	ABCD;	e	-	Fiscalizar	e	
gerir	os	procedimentos	de	controle	de	dopagem	em	âmbito	nacional.	
Princípios:	 Independência:	 atuar	 com	 isenção	 e	 total	 independência	
em	relação	às	organizações	esportivas	(MISSÃO,	2020,	s.	p.).
4 SUPLEMENTOS ALIMENTARES MAIS USADOS E SUA 
COMPOSIÇÃO
Neste	 momento,	 iremos	 descrever	 os	 suplementos	 de	 maior	 destaque	
e	 utilização	 na	 área	 acadêmica,	 ressaltando	 a	 importância	 da	 verificação	
individual	da	necessidade	real	da	prescrição	desse	recurso.	Com	isso	destaca-se	
algumas	 condições	 em	que	o	uso	de	 suplementos	 alimentares	 é	 normalmente	
recomendado, como:
• dificuldades	na	ingestão	de	grandes	quantidades	de	alimentos	em	momentos	
de treinamentos e competições intensos;
• quando	 o	 indivíduo	 deseja	 reduzir	 a	 necessidade	 de	 defecação	 durante	
competições;
• em	momentos	em	que	a	perda	de	peso	é	necessária;
• em	 casos	 de	 dieta	 de	 supercompensação	 de	 carboidratos	 e	 dificuldade	 na	
aquisição	dos	alimentos	(viagens);
• quando	a	 recuperação	 rápida	é	necessária	 e	o	 indivíduo	apresenta	anorexia	
pós-esforço;
• obtenção	de	micronutrientes	em	momentos	de	dietas	restritivas.
4.1 AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA
Os	aminoácidos	de	cadeia	ramificada,	conhecidos	como	BCAA	(Branched 
Chain Amino Acids),	 compreendem	 três	 aminoácidos	 essenciais	 –	 leucina,	
isoleucina	e	valina,	presentes	em	alimentos	de	origem	animal.
São	 aminoácidos	 absorvidos	 por	 meio	 do	 transporte	 ativo	 sódio-
dependente,	transportados	até	o	fígado,	onde	podem	ser	utilizados	para	síntese	
proteica.	Depositam-se	preferencialmente	no	músculo	esquelético,	onde	atuam	
como	 importante	 fonte	 energética	 em	períodos	de	 estresse	metabólico.	Podem	
promover	 síntese	 proteica,	 evitar	 catabolismo	 e	 servir	 como	 substrato	 para	 a	
gliconeogênese	(CARLI	et al.,	1992).	
Os	 efeitos	 sugeridos	 para	 a	 suplementação	 com	 BCAA	 são:	 auxílio	 na	
hipertrofia	muscular	(CARLI	et al.,	1992);	ação	anticatabólica;	retardo	da	fadiga	
central (BLOMSTRAND et al.,	 1997);	 melhora	 no	 desempenho	 (MADSEN	 et 
al.,	 1996);	 poupança	nos	 estoques	de	glicogênio	muscular;	 aumento	nos	níveis	
plasmáticos	 de	 glutamina,	 após	 exercícios	 intensos	 (BLOMSTRAND;	 SALTIN,	
2001);	atenuação	do	dano	muscular	(GREYER	et al.,	2007).
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
152
Suas	necessidades	diárias	são:
• Isoleucina	–	10	mg/kg/dia.
• Leucina	–	14	mg/kg/dia.
• Valina	–	10	mg/kg/dia.	
4.2 WHEY PROTEIN
Whey protein	é	o	nome	comercial	da	proteína	isolada	do	soro	do	leite	de	
vaca,	e	é	um	dos	mais	populares	suplementos	utilizados	por	atletas	e	esportistas.	O	
leite	de	vaca	é	composto	aproximadamente	por	3,5%	de	proteína,	2,9%	de	caseína	
e	0,6%	de	proteínas	do	soro.	As	proteínas	do	soro	do	leite	representam	20%	das	
proteínas	presentes	nesse	alimento,	sendo	que	as	duas	principais	(70	a	80%)	são	
alfalactoglobulina	e	betalactoglobulina	(ALVES,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).	A	
alfalactoglubulina	é	o	segundo	peptídeo	presente	em	quantidades	significativas	
no	soro	do	leite	de	vaca,	e	também	está	presente	no	leite	humano.	É	um	peptídeo	
de	rápida	e	fácil	digestão,	é	precursora	da	lactose	e	possui	a	capacidade	de	se	ligar	
positivamente,	facilitando	a	absorção,	a	minerais	como	o	cálcio	e	o	zinco,	além	de	
apresentar	atividade	antimicrobiana	(ALVES,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).
Além	 dessas	 duas	 proteínas,	 merece	 destaque	 a	 soroalbumina	 (10%),	
precursora	 da	 síntese	 de	 glutationa,	 que	 possui	 atividade	 antioxidante	 já	
comprovada,	além	de	favorecer	o	transporte	dos	ácidos	graxos.	As	imunoglobulinas	
também	possuem	suas	ações	na	imunidade	passiva	e	atividade	antioxidante.	
Em	relação	às	doses	recomendadas,	ainda	não	há	um	consenso	quanto	à	
dose	a	ser	utilizada	para	estimular	a	síntese	proteica	em	sua	extensão	máxima.	
As	quantidades	suplementadas	variam	de	dez	a	30	g	após	a	prática	do	exercício	
físico,	no	tempo	máximo	de	uma	hora	paraestimular	o	pico	de	síntese	proteica	e	
as	adaptações	fisiológicas	à	prática	esportiva.		
4.3 ARGININA 
A	arginina	 é	um	aminoácido	 condicionalmente	 indispensável,	 ingerido	
na	alimentação	(aproximadamente	3	a	5	g/dia)	e	sintetizado	por	nosso	organismo,	
primariamente	 nos	 rins.	 Após	 sua	 ingestão,	 uma	 quantidade	 de	 arginina	 é	
metabolizada	 pelas	 células	 intestinais	 (enterócitos)	 e	 pelo	 fígado.	 O	 restante	
permanece	na	circulação,	o	que	 faz	 com	que	a	 suplementação	oral	 seja	menos	
eficiente	(McCONELL	et al.,	2007).	
Suas	 funções	 biológicas	 são:	 detoxificação	 da	 amônia;	 reparo	 tecidual;	
fornecimento	 de	 energia	 como	 intermediário	 na	 síntese	 de	 creatinina	 e	 CP;	 e	
melhora	na	atividade	do	sistema	imunológico	(pesquisas	realizadas	em	ratos).
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
153
Em	relação	aos	efeitos	ergogênicos,	ainda	pouco	se	sabe	em	relação	a	sua	
efetividade	no	aumento	na	síntese	de	óxido	nítrico	(NO),	um	gás	naturalmente	
presente	no	nosso	organismo	e	que	está	relacionado	com	a	modulação	da	resposta	
imunológica,	 auxílio	no	processo	de	 cicatrização,	vasodilatação	e	 angiogênese,	
entre	outros	benefícios	(ALVES,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).	
É	 importante	 verificarmos	 que	 os	 estudos	 com	 ratos	 demonstram	
esse	 efeito.	 Mas	 e	 com	 seres	 humanos?	 McConell	 et al.	 (2007)	 afirmam	 que,	
em	 determinadas	 condições	 patológicas,	 o	 consumo	 de	 arginina	 auxilia	 na	
vasodilatação	e	melhora	do	fluxo	sanguíneo,	mas	não	há	consenso	do	seu	efeito	
em	indivíduos	saudáveis.	Doses	estudadas	entre	500	mg	a	30	g/dia,	por	períodos	
de	três	a	80	dias	(HENDLER,	RORVIK,	2007).	Não	há	relatos	de	efeitos	tóxicos	da	
arginina	(ALVES,	2015).
4.4 ALANINA
A	 alanina	 é	 um	 aminoácido	 dispensável	 precursor	 da	 carnosina	
(β-alanina-L-histidina),	 que	 apresenta	 várias	 funções	 biológicas,	 dentre	 elas,	 o	
tamponamento	dos	íons	H+,	estando	mais	concentrada	nas	fibras	musculares	tipo	
II (CULBERTSON et al.,	2010).
Estudos	têm	demonstrado	que	a	utilização	de	β-alanina,	 juntamente	ao	
treinamento	 físico,	poderia	 aumentar	 a	 síntese	de	 carnosina,	 a	 qual	 auxilia	no	
tamponamento	muscular.	 O	 tamponamento	muscular	 favorece	 a	 execução	 de	
exercícios	 intensos,	 uma	vez	que	 a	 elevação	do	pH	muscular	 contribui	para	 a	
redução	da	fadiga	(KENDRICK	et al.,	2009).
Hoffman	et al.	(2012)	realizaram	seu	estudo	que	durou	quatro	semanas,	
com	oito	sujeitos	experientes	na	prática	do	exercício	de	força	(mais	de	três	anos),	
que	receberam	4,8	g	de	β-alanina	(1,6	g/dia,	quatro	vezes	ao	dia)	ou	placebo.	
Após	o	período	de	três	dias	houve	a	 troca	de	suplementação,	de	forma	
que	todos	os	sujeitos	fizeram	o	uso	de	β-alanina.	Ao	final,	pode-se	perceber	que	
a	suplementação	com	β-alanina	aumentou	significativamente	a	força	muscular,	
sem	promover	alterações	hormonais	(GH,	testosterona	e	cortisol).
4.5 HMB
O	 β-hidroxi-	 β-metilbutirato	 (HMB)	 é	 um	 metabólito	 do	 aminoácido	
indispensável	 leucina,	 um	 dos	 três	 aminoácidos	 de	 cadeia	 ramificada	 que	
discutimos	 anteriormente.	 É	 produzido	 a	 partir	 do	 cetoiscaproato	 (KIC),	 um	
metabólito	do	aminoácido	 leucina,	pela	enzima	KIC-desidrogenase,	produzida	
naturalmente	pelo	corpo	humano.	
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
154
O	mecanismo	de	ação	do	HMB	como	recurso	ergogênico	ainda	é	incerto,	
e	as	especulações	afirmam	que:
• diminui	a	incidência	de	lesão	ou	aceleração	de	sua	recuperação	muscular	por	
reduzir	marcadores	de	lesão;
• aumento	da	força	muscular;
• aumento da massa corporal magra;
• ação imunomoduladora em modelo animal;
• redução da gordura corporal;
• melhora	da	capacidade	aeróbica	(ALVES,	2015).	
Ransone et al.	 (2003)	avaliaram	o	 impacto	da	suplementação	com	HMB	
sobre	 a	 força	 muscular	 e	 a	 composição	 corporal	 de	 35	 jogadores	 de	 futebol	
americano.	Os	16	atletas	estudados	receberam	3	g/dia	do	suplemento	por	quatro	
semanas	 e	 ao	final	não	apresentaram	 resultados	 estatisticamente	 significativos	
em	relação	ao	grupo	placebo.	O	que	demonstra,	considerando	o	estudo	de	Nissen	
et al.	 (1996)	 com	 indivíduos	 destreinados,	 que	 o	 HMB	 não	 apresenta	 efeitos	
positivos	em	atletas	com	rotinas	de	treino	intensos	e	de	força,	ou	que	o	tempo	de	
quatro	semanas	nesses	atletas	seria	muito	reduzido.
O Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva publicou, em 2013, 
sua posição sobre o uso do HMB. Leia o artigo: International Society of Sports Nutrition 
Position Stand: beta-hydroxy-beta-methylbutyrate (HMB). Disponível em: https://jissn.
biomedcentral.com/articles/10.1186/1550-2783-10-6.
DICAS
4.6 CREATINA
O	ácido	metilguanadinoacético,	ou	creatina,	há	alguns	anos,	tornou-se	um	
dos	recursos	ergogênicos	nutricionais	mais	utilizados	com	o	objetivo	de	melhora	
no	 rendimento	 físico,	 pois	 acredita-se	 que	 aumenta	 a	 força	 e	 a	 velocidade	 nos	
exercícios	de	explosão,	em	que	a	energia	predominantemente	utilizada	é	o	ATP-CP.
Três	aminoácidos	estão	envolvidos	com	a	síntese	de	creatina,	a	glicina,	a	
arginina	e	a	metionina.	Nos	alimentos,	a	creatina	é	encontrada	em	produtos	de	
origem	animal,	sendo	que	em	uma	dieta	com	aproximadamente	300	g	de	carne	e	
300	mL	de	leite,	o	consumo	de	creatina	será	de	aproximadamente	1	g	(BALSOM; 
SODERLUND;	EKBLOM,	1994).
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
155
As	 necessidades	 de	 creatina	 giram	 em	 torno	 de	 2	 g/dia,	 para	 repor	 a	
creatina	catabolizada,	sendo	que	o	que	não	for	consumido	na	dieta	será	sintetizado	
endogenamente.	Para	excreção	da	creatina,	ocorre	a	conversão	para	creatinina,	
formada	 em	 grande	 parte	 pelo	 musculo,	 atingindo	 a	 circulação	 por	 difusão	
simples,	é	filtrada	pelos	glomérulos	e	posteriormente	excretada	pela	urina.	
A	excreção	diária	é	também	de	aproximadamente	2	g,	variando	de	acordo	
com	a	massa	muscular	total	do	indivíduo	(ALVES,	2015).
Os	possíveis	efeitos	ergogênicos	da	creatina	são:
• aumento da massa corporal magra;
• aumento	da	força;
• recuperação	entre	esforços	repetidos	de	alta	intensidade;
• ação	antioxidante.
Quanto ao aumento da massa magra corporal, muitos estudos indicam 
que	a	dose	de	carga	favorece	o	alcance	desse	objetivo,	porém,	tendo	em	vista	de	
que	cinco	dias	seria	um	período	curto	de	tempo,	parte	desse	resultado	pode	ser	
devido	à	atividade	osmótica	da	creatina,	aumentando	a	quantidade	intracelular	
de	 água,	 gerando	 a	 hipertrofia	muscular.	Além	disso,	 apesar	 de	 grande	 parte	
das	 pesquisas	 realizadas	 com	 a	 suplementação	de	 creatina	 terem	 apresentado	
benefícios	 na	 força	 e	 na	 potência,	 inúmeros	 estudos	 não	 conseguiram	 chegar	
nesse	resultado	(LEDFORD;	BRANCH,	1999).
Destaca-se	que	algumas	estratégias	de	suplementação	usam	dose	de	carga	
de	 creatina,	 correspondente	 a	 20/30	 g	 por	 dia	 (creatina	monoidratada),	 sendo	
dividida	quatro	a	seis	doses	de	5	g,	as	quais,	 ingeridas	de	cinco	a	sete	dias,	 já	
favoreceriam	o	aumento	máximo	nos	estoques	de	creatina.	Após	o	período	da	
carga,	 sugere-se	 a	 ingestão	de	doses	 reduzidas,	 2	 a	 5	 g	 ao	dia.	Doses	maiores	
que	5	g	podem	provocar	náuseas,	 fraqueza	e	diarreia	(ALVES,	2015).	Hultman	
et al.	 (1996)	 recomendaram	como	dose	de	carga	0,3	g/kg/dia	durante	sete	dias,	
seguida	de	0,03	g/kg/dia	como	dose	de	manutenção	por	28	dias.	Posteriormente,	
recomenda-se	um	intervalo	de	90	dias	para	iniciar	nova	carga. 
4.7 CAFEÍNA
A	 cafeína	 (1,3,7	 –	 trimetilxantina)	 é	 um	 alcaloide	 que	 se	 encontra	 de	
forma	natural	em	folhas,	frutos	e	sementes	de	mais	de	60	espécies	vegetais,	tem	
efeito	estimulante	porque	aumenta	a	ação	de	catecolaminas	e	AMP	cíclico,	o	que	
leva	a	um	aumento	da	lipólise	no	tecido	adiposo	e	no	músculo,	aumentando	a	
disponibilidade	 de	 ácidos	 graxos	 livres	 e	 triglicerídeos	 intramusculares.	 Pode	
promover	alterações	no	sistema	nervoso	central	modificando	as	percepções	do	
esforço	 e	 da	 fadiga,	 aumentando	 a	 liberação	 da	 adrenalina	 (BIESEK;	ALVES;	
GUERRA,	 2010).	 Nesse	 contexto,	 é	 considerada	 um	 nutrientenão	 essencial,	
cujos	efeitos	incluem:	estimulação	do	sistema	nervoso	central,	diurese,	lipólise	e	
secreção	de	ácido	gástrico.	
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
156
Sobre	os	efeitos	ergogênicos	descritos	na	literatura	são:	
• auxiliar	na	melhora	do	desempenho	 físico,	 em	exercícios	 intermitentes	 e	de	
longa duração;
• aumentar o estado de alerta;
• diminuir	a	fadiga	mental	e	a	percepção	de	esforço	durante	o	exercício	físico;
• melhorar	a	concentração	e	a	memória;
• aumentar	a	oxidação	lipídica.
A	 cafeína	 melhora	 o	 desempenho	 físico	 de	 indivíduos	 treinados	 por	
meio	da	utilização	de	doses	de	3	a	6	mg/kg/dia,	com	dose	máxima	de	9	mg/kg/
dia,	já	que	doses	maiores	não	demonstraram	melhora	no	desempenho	esportivo	
(ALVES,	2015).	
Em relação aos efeitos adversos, a cafeína pode ser considerada segura para 
indivíduos saudáveis. De qualquer forma, o consumo excessivo pode provocar rubor facial, 
ansiedade, nervosismo, tremor, insônia e até mesmo arritmias cardíacas e perda de memória. 
Também pode aumentar a produção de calor, aumentando a temperatura corporal. Alguns 
atletas relatam sentir náuseas e dor de estômago com o consumo de cafeína. Ainda, por 
aumentar a diurese, ela poderia favorecer e desidratação, embora pesquisas demonstrem 
que a suplementação com cafeína não interfira de forma significativa no estado de 
hidratação (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2010).
IMPORTANT
E
4.8 BICARBONATO DE SÓDIO
Durante	o	exercício	anaeróbico,	a	rápida	formação	de	energia	na	forma	
de	ATP	dá	lugar	a	um	acúmulo	de	H+,	lactato	e	perda	de	potássio	(K+).	A	célula	
muscular	possui	mecanismos	para	tamponar	o	acúmulo	de	íons,	esse	mecanismo	
de	tamponamento	não	é	suficiente	para	impedir	a	formação	de	íons	hidrogênio	
durante	 o	 exercício	 intenso,	 por	 esse	 motivo,	 deverá	 ser	 veiculado	 de	 forma	
exógena.	 O	 aumento	 do	 pH	 sanguíneo	 retarda	 a	 fadiga	 muscular	 durante	 o	
exercício	anaeróbico	prolongado.	
Em	relação	às	doses	recomendadas	–	0,3	g/kg	de	peso	de	uma	a	duas	horas	
antes	do	exercício	–,	o	bicarbonato	de	sódio	não	possui	riscos	para	a	saúde,	exceto	
possíveis	moléstias	gastrintestinais	(vômitos,	diarreia,	tontura).	É	recomendado	
ingerir	o	bicarbonato	com	água	para	prevenir	a	diarreia	hiperosmótica.
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
157
5 VITAMINAS E MINERAIS
As	 vitaminas	 são	 divididas	 em	 hidrossolúveis	 e	 lipossolúveis,	 sendo	
que	 as	 lipossolúveis	 incluem	as	vitaminas	A,	D,	E	 e	K	 e	 são	 armazenadas	 em	
vários	 tecidos,	podendo	 resultar	 em	 toxicidade	 se	 consumido	em	quantidades	
excessivas.	
As	vitaminas	hidrossolúveis	consistem	em	todo	o	complexo	de	vitaminas	
B	e	vitamina	C,	nesse	caso,	como	são	solúveis	em	água,	a	 ingestão	excessiva	é	
eliminada	 na	 urina,	 com	 exceção	da	 vitamina	B6,	 que	 pode	 causar	 danos	 nos	
nervos	periféricos	quando	consumida	em	quantidades	excessivas,	e	da	vitamina	
C,	que	pode	causar	danos	renais	e	desequilíbrios	osmóticos.	
Destaca-se	que,	se	um	atleta	é	deficiente	em	uma	vitamina,	a	suplementação	
ou	modificações	na	dieta	para	melhorar	o	status	dessa	vitamina	podem	melhorar	
consistentemente	a	saúde	e	o	desempenho	(KERKSICK	et al.,	2018).		
Os	minerais,	por	sua	vez,	são	elementos	inorgânicos	essenciais,	necessários	
para	uma	 série	de	processos	metabólicos.	Os	minerais	 servem	 como	estrutura	
para	os	tecidos,	componentes	importantes	de	enzimas	e	hormônios	e	reguladores	
do	 controle	 metabólico.	 Já	 nas	 populações	 atléticas,	 alguns	 minerais	 são	
considerados	deficientes,	enquanto	outros	são	reduzidos	devido	ao	treinamento	
e	 exercício	 prolongado,	 como	 sódio,	 potássio	 e	 magnésio.	 Sendo	 que	 nessas	
situações	os	atletas	devem	consumir	alimentos	e	 líquidos	para	substituir	essas	
perdas	(THOMAS;	ERDMAN;	BURKE,	2016).
Dos	 minerais	 revisados	 por	 Kerksick	 et al.	 (2018),	 vários	 parecem	
contribuir	 com	a	 saúde	 e	desempenho	dos	 atletas	 em	determinadas	 situações,	
como	a	suplementação	de	cálcio	em	atletas	suscetíveis	à	osteoporose,	auxiliando	
na	manutenção	da	saúde	óssea.	
Zourdos,	Sanchez-Gonzalez	e	Mahoney	(2015),	em	sua	revisão,	apontam	
a	 importância	do	status	de	ferro	em	atletas	do	sexo	feminino,	em	que	esforços	
recentes	 destacaram	 que	 a	 suplementação	 de	 ferro	 em	 atletas	 propensos	 a	
deficiências	de	ferro	e/ou	anemia	pode	melhorar	a	capacidade	de	exercício.	
De acordo com o COI (MAUGHAN et al.,	 2018),	 os	 nutrientes	 que	
normalmente	são	suplementados	em	atletas	 incluem	ferro,	cálcio	e	vitamina	D	
(Quadro	4).	
Além	disso,	também	pode	ser	necessária	a	suplementação	de	iodo	(para	
aqueles	 que	 vivem	em	áreas	 com	baixos	 níveis	 de	 iodo	nos	 alimentos	 ou	que	
não	usam	sal	iodado),	folato	(para	mulheres	que	podem	engravidar)	e	vitamina	
B12	 (para	 aquelas	 que	 seguem	 uma	 dieta	 vegana	 ou	 quase	 vegana).	 Essas	
considerações	não	se	aplicam	especificamente	aos	atletas.
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
158
QUADRO 4 – MICRONUTRIENTES QUE FREQUENTEMENTE REQUEREM SUPLEMENTAÇÃO EM 
ATLETAS
Micronutriente Vitamina D
Visão geral
Importante na regulação da transcrição de genes na maioria dos 
tecidos,	 de	 modo	 que	 a	 insuficiência/deficiência	 afeta	 muitos	
sistemas corporais (HOSSEIN-NEZHAD et al.,	2013);	muitos	atletas	
correm	risco	de	insuficiência	em	vários	momentos	do	ano	(LARSON-
MEYER;	WILLIS,	2010).
Diagnóstico e 
Resultados de 
Insuficiência
Não	há	consenso	sobre	a	concentração	sérica	de	25-hidroxivita-
mina	D	(o	marcador	do	status	da	vitamina	D)	que	define	defici-
ência,	 insuficiência,	suficiência	e	UL	tolerável;	a	necessidade	de	
suplementar	depende	da	exposição	aos	UVB	e	do	tipo	de	pele.
Protocolos e 
resultados da 
suplementação
Recomenda-se	 a	 suplementação	 entre	 800	 UI	 e	 1.000–2.000	 UI/
dia	 para	 manter	 o	 status	 da	 população	 em	 geral.	 As	 diretrizes	
de	 suplementação	 ainda	 não	 foram	 estabelecidas	 em	 atletas.	 A	
suplementação	a	curto	prazo	e	em	altas	doses,	que	inclui	50.000	UI/
semana	por	8	a	16	 semanas	ou	10.000	UI/dia	por	várias	 semanas,	
pode ser apropriada para restaurar o status em atletas com 
deficiência.	 Monitoramento	 cuidadoso	 é	 necessário	 para	 evitar	
toxicidade	(HEANEY,	2008).
Micronutriente Ferro
Visão geral
O	status	de	ferro	abaixo	do	ideal	pode	resultar	da	ingestão	limi-
tada	de	ferro,	baixa	biodisponibilidade	e/ou	ingestão	inadequa-
da	de	energia	ou	excesso	de	ferro	devido	ao	crescimento	rápido,	
treinamento em grandes altitudes, perda de sangue menstrual, 
hemólise	de	batida	de	pé	ou	excesso	de	perda	de	suor,	urina,	ou	
fezes	(THOMAS	et al.,	2016).
Diagnóstico e 
Resultados de 
Insuficiência
Várias	 medidas	 realizadas	 simultaneamente	 fornecem	 avaliação	
mais	fidedigna	e	determinam	o	estágio	da	deficiência.	É	recomenda-
do	que	sejam	verificados:	ferritina	sérica,	saturação	de	transferrina,	
ferro	sérico,	receptor	de	transferrina,	protoporfirina	de	zinco,	hemo-
globina,	hematócrito,	volume	corpuscular	médio	(GIBSON,	2005).
Protocolos e 
resultados da 
suplementação
Atletas	que	não	mantêm	o	status	adequado	de	ferro	podem	precisar	
de	 ferro	 suplementar	 em	 doses	maiores	 que	 sua	 RDA	 (ou	 seja,>	
18	mg/dia	para	mulheres	 e>	 8	mg/dia	para	homens).	Atletas	 com	
deficiência	de	 ferro	 requerem	acompanhamento	clínico,	que	pode	
incluir suplementação com doses maiores de suplementação 
oral	de	 ferro,	além	de	 ingestão	de	 ferro	na	dieta	 (THOMAS	et al.,	
2016).	 Inúmeras	 preparações	 orais	 de	 ferro	 estão	 disponíveis	 e	 a	
maioria	é	igualmente	eficaz	(SCHRIER;	AUERBACH,	2017).
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS
159
Micronutriente Cálcio
Visão geral
Evitar	laticínios	e	outros	alimentos	ricos	em	cálcio,	ingestão	restrita	
de	 energia	 e/ou	 desordem	 alimentar	 aumenta	 o	 risco	 de	 status	
abaixo	do	ideal	de	cálcio	(THOMAS	et al.,	2016).
Diagnóstico e 
Resultados de 
Insuficiência
Nenhum	 indicador	 apropriado	do	 status	de	 cálcio;	 o	 exame	de	
densidade	mineral	 óssea	 pode	 ser	 indicativo	 de	 baixa	 ingestãocrônica	de	cálcio,	sendo	importantes	outros	fatores	como	status	
subótimo	de	vitamina	D	e	distúrbios	alimentares.
Protocolos e 
resultados da 
suplementação
Recomenda-se	ingestão	de	cálcio	de	1.500	mg/dia	e	1.500	a	2.000	
UI	de	vitamina	D	para	otimizar	a	saúde	óssea	de	atletas	com	bai-
xa	disponibilidade	de	energia	ou	disfunção	menstrual	(THOMAS	
et al.,	2016).
Abreviações:	 RDA	 =	 dose	 dietética	 recomendada;	 UL	 =	 limite	 superior;	 UVB	 =	
ultravioleta	B.
Nota:	a	suplementação	indiscriminada	com	qualquer	um	dos	nutrientes	acima	não	é	
recomendada.	As	deficiências	devem	primeiro	ser	identificadas	por	meio	de	avaliação	
nutricional,	 que	 inclui	 ingestão	 alimentar	 e	 o	 marcador	 sanguíneo	 ou	 urinário	
apropriado,	se	disponível.
FONTE: Larson-Meyer, Woolf e Burke (2018, p. 143)
6 ESCOLHA DO SUPLEMENTO ALIMENTAR
Vários	fatores	devem	ser	avaliados	ao	começar	a	aconselhar	 indivíduos	
com	treinamento	físico	regular.	Primeiramente,	é	importante	uma	compreensão	
clara	dos	objetivos	do	atleta	e	do	tempo	que	ele	tem	para	alcançá-los;	monitorar	
a	carga	do	treino	e	o	período	de	recuperação;	uma	avaliação	da	dieta	e	do	pro-
grama	de	treinamento	do	indivíduo	também	deve	ser	concluída	(KERKSICK	et 
al.,	2018).	
Para	 isso,	 deve-se	 garantir	 que	 o	 atleta	 esteja	 ingerindo	uma	dieta	 rica	
em	 nutrientes	 e	 equilibrada	 em	 energia,	 que	 atenda	 às	 necessidades	 diárias	
estimadas	 de	 energia	 e	 que	 esteja	 treinando	 de	 maneira	 inteligente.	 Muitos	
atletas ou treinadores se concentram demais na suplementação ou aplicações de 
suplementação	e	negligenciam	esses	aspectos	fundamentais.	
Depois	disso,	sugerimos	que	eles	geralmente	recomendem	apenas	suple-
mentos	na	categoria	I	(ou	seja,	fortes	evidências	para	apoiar	a	eficácia	e	aparente-
mente	“seguros”).	
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
160
Se um atleta estiver interessado em experimentar suplementos na 
categoria	II	(ou	seja,	evidência	limitada	ou	mista	para	apoiar	a	eficácia),	o	atleta	
deve	se	certificar	de	que	entende	que	esses	suplementos	são	mais	experimentais	e	
que	podem	ou	não	ver	o	tipo	de	resultado	reivindicado	(KERKSICK	et al.,	2018).	
Deve-se	 atentar	para	 a	 falta	de	 calorias	 suficientes	 e/ou	o	 tipo	 certo	de	
macronutrientes	pode	impedir	as	adaptações	de	treinamento	de	um	atleta.	Além	
disso,	manter	uma	dieta	deficiente	em	energia	durante	o	treinamento	pode	levar	
à	 perda	 de	massa	muscular,	 força	 e	 densidade	mineral	 óssea,	 além	 de	maior	
suscetibilidade	 a	 doenças	 e	 lesões,	 distúrbios	 na	 função	 imune,	 endócrina	 e	
reprodutiva	e	maior	prevalência	de overtraining	(KERKSICK	et al.,	2018).		
Atletas	 de	 triátlon	 envolvidos	 em	 níveis	 moderados	 de	 treinamento	
intenso	e/ou	treinamento	intenso	em	alto	volume	podem	gastar	600	a	1200	kcal	ou	
mais	por	hora	durante	o	exercício.	Por	esse	motivo,	suas	necessidades	calóricas	
podem	se	aproximar	de	40	a	70	kcal/kg/dia	(2000	a	7000	kcal/dia	para	um	atleta	
de	50	a	100	kg)	(BARRERO;	EROLA;	BESCOS,	2014).	
Já,	para	atletas	de	elite,	o	gasto	de	energia	durante	 treinamento	poderá	
exceder	 ainda	mais	 esses	 níveis,	 como	 é	 o	 caso	 do	 exemplo	 a	 seguir:	 o	 gasto	
energético	dos	ciclistas	para	competir	no	Tour de France	foi	estimado	em	12.000	
kcal/dia	(150	a	200	kcal/kg/dia	para	um	atleta	de	60	a	80	kg)	(BROUNS	et al., 1989).
Nessas	 situações	 de	 alta	 densidade	 energética,	 torna-se	 difícil	 para	 os	
atletas	consumir	a	quantidade	de	alimentos	recomendada,	até	mesmo	devido	ao	
desconforto	 gastrointestinal.	 Burke	 (2001)	 demonstrou	que	 as	 necessidades	de	
carboidratos	não	são	atendidas	por	grande	parte	dos	atletas.	Ainda,	tem-se	o	fator	
da	supressão	do	apetite	após	treinos	intensos,	falta	de	rotina	devido	a	horários	
de	viagens	e	de	treinamentos,	o	que	pode	limitar	a	disponibilidade	de	alimentos	
ou	os	tipos	de	alimentos	que	os	atletas	estão	acostumados	a	consumir	(MELIN	et 
al.,	2016).	
Nesse contexto, devido a essas preocupações, o uso de suplementos 
alimentares	pode	fornecer	uma	maneira	conveniente	para	os	atletas	completarem	
sua	dieta,	a	fim	de	manter	a	ingestão	de	energia	durante	o	treinamento.
161
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 A	palavra	“ergogênico”	significa	toda	e	qualquer	substância	ou	artifício	que	
visem	à	melhora	do	desempenho,	ou	seja,	podem	ser	considerados	recursos	
ergogênicos	fatores	nutricionais,	como	os	suplementos,	fatores	farmacológicos,	
biomecânicos	 e	 mecânicos	 como	 roupas	 mais	 leves,	 bicicletas	 melhores	
adaptadas,	no	caso	dos	ciclistas,	ainda	fatores	psicológicos	e	fisiológicos.
•	 Muitas	vezes,	a	opção	pelo	uso	de	suplementos	surge	por	solicitação	do	próprio	
atleta,	 devido	 a	 sua	 rotina	 diária,	 na	 qual	 não	 consegue	 consumir	 apenas	
com	 alimentos	 a	 demanda	 energética	 necessário	 para	 repor	 o	 que	 foi	 gasto	
nos	treinos	e	competições.	Sendo	importante	que,	antes	da	suplementação,	o	
nutricionista	verifique	a	possibilidade	de	 inserção	dos	alimentos	energéticos	
na	rotina	do	atleta.
•	 As	condições	em	que	o	uso	de	suplementos	alimentares	é	normalmente	reco-
mendado	são:	dificuldades	na	ingestão	de	grandes	quantidades	de	alimentos	
em	momentos	de	 treinamentos	e	 competições	 intensos;	quando	o	 indivíduo	
deseja	reduzir	a	necessidade	de	defecação	durante	competições;	em	momentos	
em	que	a	perda	de	peso	é	necessária;	em	casos	de	dieta	de	supercompensação	
de	carboidratos	e	dificuldade	na	aquisição	dos	alimentos	(viagens);	quando	é	
necessário	a	recuperação	rápida	e	o	indivíduo	apresenta	anorexia	pós-esforço;	
e	obtenção	de	micronutrientes	em	momentos	de	dietas	restritivas.
•	 A	primeira	diferença	entre	as	resoluções	de	1998	e	de	2010	da	Anvisa	é	o	pú-
blico	ao	qual	é	direcionado	cada	suplemento.	Em	1998,	havia	designações	para	
praticantes	de	atividade	física	e	não	apenas	atletas,	como	ocorre	na	Resolução	
de	 2010.	Além	disso,	 os	 aminoácidos	de	 cadeia	 ramificada	não	 foram	mais	
direcionados	a	este	público,	assim	como	em	2010,	a	creatina	e	a	cafeína	foram	
enquadradas	nos	alimentos	para	atletas.
•	 A	 Sociedade	 Brasileira	 de	 Medicina	 Esportiva,	 em	 2009,	 atualizou	 suas	
diretrizes	 e	 trouxe	 discussões	 acerca	 da	 suplementação	 na	 área	 esportiva,	
no documento intitulado Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos 
alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde.	
162
•	 De	acordo	com	o	COI	(2018),	os	nutrientes	que	normalmente	são	suplementados	
em	atletas	 incluem	ferro,	cálcio	e	vitamina	D.	Além	disso,	 também	pode	ser	
necessária	a	 suplementação	de	 iodo	 (para	aqueles	que	vivem	em	áreas	 com	
baixos	níveis	de	iodo	nos	alimentos	ou	que	não	usam	sal	iodado),	folato	(para	
mulheres	que	podem	engravidar)	e	vitamina	B12	(para	aquelas	que	seguem	
uma	 dieta	 vegana	 ou	 quase	 vegana).	 Essas	 considerações	 não	 se	 aplicam	
especificamente	aos	atletas.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
163
1	 Em	2010,	a	Anvisa	aprovou	a	Resolução	nº	18	–	regulamento	técnico	sobre	
“Alimentos	para	Atletas”	–,	substituindo	a	Portaria	nº	222/1998,	que	orientava	
as	 características	 de	 qualidade	 que	 deveriam	 seguir	 os	 “Alimentos	 para	
Praticantes	de	Atividade	Física”.	Assinale	a	alternativa	que	corresponde	as	
classificações	dos	alimentos	para	atletas	estabelecida	pela	Resolução	RDC	
nº	18,	de	27	de	abril	de	2010,	da	Anvisa:
a)	(			)	 Suplementos	hidroeletrolíticos	para	atletas;	suplementos	energéticos	
para atletas; suplementos proteicos para atletas; suplemento de 
creatina para atletas; e suplemento de leucina para atletas; suplemento 
de	cafeína	para	atletas.
b)	(			)	 Repositores	 hidroeletrolíticos	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física;	
repositores	energéticos	para	atletas;	alimentos	proteicos	para	atletas;	
alimentos	 compensadores	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física;aminoácidos	 de	 cadeia	 ramificada;	 e	 outros	 alimentos	 com	 fins	
específicos	para	praticantes	de	atividades	físicas.	
c)	(			)	 Repositores	 hidroeletrolíticos	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física;	
repositores	energéticos	para	atletas;	alimentos	proteicos	para	atletas;	
alimentos	 compensadores	 para	 praticantes	 de	 atividade	 física;	
suplemento	 de	 creatina	 para	 atletas;	 e	 outros	 alimentos	 com	 fins	
específicos	para	praticantes	de	atividades	físicas	como	HMB.
d)	(			)	 Suplementos	hidroeletrolíticos	para	atletas;	suplementos	energéticos	
para atletas; suplementos proteicos para atletas; suplementos para 
substituição	 parcial	 de	 refeições	 de	 atletas;	 suplemento	 de	 creatina	
para	atletas;	e	suplemento	de	cafeína	para	atletas.
2	 Considere	 os	 efeitos	 ergogênicos	 a	 seguir:	 auxiliar	 na	 melhora	 do	
desempenho	 físico	 em	 exercícios	 intermitentes	 e	 de	 longa	 duração;	
aumentar	o	 estado	de	alerta;	diminuir	 a	 fadiga	mental	 e	 a	percepção	de	
esforço	durante	o	exercício	físico;	e	melhorar	a	concentração	e	a	memória;	
e	 aumentar	 a	 oxidação	 lipídica.	 Considerando	 os	 alimentos	 para	 atletas	
regulamentados	pela	RDC	nº	18	de	abril	de	2010,	 assinale	o	 suplemento	
que	melhor	se	encaixa	nos	efeitos	ergogênicos	citados:
a)	(			)	 Creatina;
b)	(			) Whey protein;
c)	(			)	 Cafeína;
d)	(			)	 Palatinose.
AUTOATIVIDADE
164
3	 Vários	 são	 os	 nutrientes	 e	 não	 nutrientes	 com	 potencial	 antioxidante	 a	
serem	 inseridos	 na	 rotina	 dos	 atletas	 que	 podem	 auxiliar	 na	 prevenção	
de	 doenças,	 sendo	 que,	 de	 acordo	 com	 as	 pesquisas,	 as	 vitaminas	mais	
indicadas	com	efeito	antioxidante	são:
a)	(			)	 A,	D	e	K.
b)	(			)	 D,	E	e	B12.
c)	(			)	 K;	A	e	biotina.
d)	(			)	 C,	A	e	E.
4	 O	uso	de	HMB	(B-Hidroxi	B-Metil-butirato)	 tem	sido	cogitado	como	um	
agente	para	aumento	de	força	e	massa	muscular.	Ele	é	um	metabólito	de	
qual	aminoácido?
a)	(			)	 Isoleucina.
b)	(			)	 Triptofano.
c)	(			)	 Valina.
d)	(			)	 Leucina.
5	 Devido	à	necessidade	do	cuidado	na	prescrição	de	suplementos	alimenta-
res	e	considerando	que	os	mesmos	podem	fornecer	uma	maneira	conve-
niente	para	os	atletas	completarem	sua	dieta,	a	fim	de	manter	a	ingestão	de	
energia	durante	o	treinamento,	descreva	os	fatores	que	devem	ser	avalia-
dos no momento da consulta nutricional:
165
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Olá,	acadêmico!	Como	estão	os	estudos?
Chegamos	ao	Tópico	2,	do	Livro	Didático	de	Nutrição	e	Exercício	Físico.	
Nele,	 nós	 discutiremos	 os	 suplementos	 alimentares	 para	 exercícios	 resistidos	
e	 de	 resistência,	 revisando	 de	 maneira	 geral	 suas	 adaptações	 fisiológicas	 e	
necessidades	energéticas.
Iniciaremos	 pelos	 suplementos	 mais	 indicados	 para	 os	 exercícios	 de	
resistência,	mas,	antes,	detalharemos	os	modos	pelos	quais	os	recursos	ergogênicos	
nutricionais	auxiliam	no	aumento	da	performance,	os	quais	são:
• Intensificação de potência física: aumento do volume do tecido muscular, 
intensificação	 dos	 processos	 metabólicos	 que	 geram	 energia,	 aumento	 da	
oferta	de	energia	no	músculo	durante	as	atividades	de	longa	duração,	combate	
ao	acúmulo	de	substâncias	que	interferem	na	produção	de	energia.
• Intensificação da força mental:	aumento	dos	processos	psicológicos	envolvidos	
na	produção	de	energia.
• Intensificação de limites mecânicos:	 melhoria	 da	 eficiência	 mecânica	 pela	
melhoria	da	estabilidade	corporal	pelo	aumento	da	massa	muscular	e	redução	
da	massa	adiposa	(ALVES,	2015;	HIRSCHBRUCH,	2014).	
Destaca-se	que	a	nutrição	esportiva	é	um	campo	em	constante	evolução,	
com	muitos	 trabalhos	 de	 pesquisa	 científica	 sendo	 publicados	 constantemen-
te.	Segundo	Kerksick	et al.	(2018),	somente	no	ano	de	2017,	2082	artigos	foram	
publicados	 com	 a	 palavra-chave	 'nutrição	 esportiva'.	 Dessa	 forma,	manter-se	
atualizado	com	a	literatura	relevante	por	vezes	é	muito	difícil.
Conforme	mencionado	no	Tópico	1,	avaliar	o	mérito	científico	de	artigos	
e	anúncios	de	suplementos	alimentares	é	uma	habilidade	essencial	que	todos	os	
profissionais	de	nutrição	esportiva	devem	possuir.	
De	acordo	com	a	literatura	científica	que	testa	a	eficácia	e	a	segurança	dos	
suplementos	alimentares,	eles	podem	ser	colocados	em	três	categorias,	baseadas	
na	qualidade	e	quantidade	de	suporte	científico	disponível:
TÓPICO 2 — 
RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS 
E DE RESISTÊNCIA
166
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
• Fortes evidências para apoiar a eficácia e aparentemente seguro: suplementos 
que	possuem	uma	sólida	fundamentação	teórica	com	a	maioria	das	pesquisas	
disponíveis	 em	 populações	 relevantes,	 usando	 regimes	 de	 dosagem	
apropriados,	demonstrando	sua	eficácia	e	segurança.
• Evidências limitadas ou mistas para apoiar a eficácia: os suplementos desta 
categoria	são	caracterizados	como	tendo	uma	lógica	científica	sólida	para	seu	
uso,	mas	 a	 pesquisa	 disponível	 falhou	 em	 produzir	 resultados	 consistentes	
apoiando	 sua	 eficácia.	 Rotineiramente,	 esses	 suplementos	 exigem	 que	mais	
pesquisas	 sejam	 concluídas	 antes	 que	 os	 pesquisadores	 possam	 começar	 a	
entender	seu	impacto.	É	importante	ressaltar	que	esses	suplementos	não	têm	
evidências	disponíveis	para	sugerir	que	eles	não	têm	segurança	ou	devem	ser	
vistos	como	prejudiciais.
• Pouca ou nenhuma evidência para apoiar a eficácia e/ou segurança: 
os	suplementos	desta	categoria	geralmente	carecem	de	uma	 lógica	científica	
sólida	e	a	pesquisa	disponível	mostra	consistentemente	a	falta	de	eficácia.	Como	
alternativa,	 suplementos	que	podem	ser	prejudiciais	 à	 saúde	ou	há	 falta	de	
segurança	também	são	colocados	nesta	categoria.
A Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva (ISSN) recomenda que os 
nutricionistas desta área e os atletas realizem um processo sistemático de avaliação do 
mérito científico do valor ergogênico de um suplemento alimentar. Recomenda-se que 
seja verificada a lógica teórica por trás do suplemento e se existem dados bem controlados 
mostrando que o suplemento é eficaz (KREIDER et al., 2010).
IMPORTANT
E
Nos	 EUA,	 os	 fabricantes	 e	 distribuidores	 de	 suplementos	 alimentares	
devem	aderir	 a	 vários	 regulamentos	 federais	 antes	que	um	produto	possa	 ser	
comercializado,	sendo	que,	antes	da	comercialização	dos	produtos,	eles	devem	ter	
evidências	de	segurança	de	seus	suplementos	para	atender	a	todos	os	requisitos	
dos	regulamentos.	
Nos	 últimos	 20	 anos,	 muitas	 empresas	 de	 suplementos	 empregaram	
diretores	de	pesquisa	e	desenvolvimento	que	ajudam	a	educar	o	público	a	respeito	
de	nutrição	e	exercícios,	fornecem	informações	de	desenvolvimento	de	produtos	
e	conduzem	pesquisas	preliminares	sobre	produtos.	
Isso tem aumentado as oportunidades de emprego para especialistas em 
nutrição	 esportiva,	 além	 de	 oportunidades	 de	 financiamento	 para	 grupos	 de	
pesquisa	sobre	exercícios	e	nutrição	(KERKSICK	et al.,	2018).	
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
167
Os	suplementos	alimentares	podem	conter	carboidratos,	proteínas,	gor-
duras,	minerais,	vitaminas,	enzimas,	 intermediários	metabólicos	(por	exemplo,	
aminoácidos	selecionados)	ou	extratos	de	plantas/alimentos.	
2 SUPLEMENTOS ALIMENTARES PARA EXERCÍCIO 
DE RESISTÊNCIA
Nos	 próximos	 subtópicos,	 os	 suplementos	 nutricionais	 citados	 foram	
categorizados	em	duas	das	categorias	citadas	anteriormente:	
• categoria	I	–	evidências	fortes	para	apoiar	a	eficácia;	e	
• categoria	II	–	evidência	aparentemente	segura,	limitada	ou	mista	para	apoiar	
a	eficácia.	
Não	 trouxemos	 para	 discussão	 aqueles	 da	 categoria	 III	 –	 pouca	 ou	
nenhuma	evidência	para	apoiar	a	eficácia	e/ou	segurança.	
Neste primeiro momento, apresentaremos os suplementos com 
fortes	 evidências	para	 apoiar	 a	 eficácia	 e	 aparentemente	 seguros,	 os	quais	 são	
caracterizados	por	possuírem	uma	sólida	fundamentação	teórica	com	a	maioria	
das	pesquisas	disponíveis	em	populações	relevantes,	usando	regimes	de	dosagem	
apropriados,demonstrando	sua	eficácia	e	segurança.
• ß-alanina
A	ß-alanina	é	um	aminoácido	não	essencial,	que	tem	potencial	ergogênico	
com	base	em	seu	papel	na	síntese	de	carnosina,	que,	por	sua	vez,	é	um	dipeptídeo	
composto	pelos	aminoácidos	histidina	e	ß-alanina	que	ocorrem	naturalmente	em	
grandes	quantidades	nos	músculos	esqueléticos.
	 Nesse	 conceito,	 acredita-se	 que	 a	 carnosina	 seja	 uma	 das	 principais	
substâncias	 tamponadoras	 musculares	 disponíveis	 no	 músculo	 esquelético	
(KERKSICK	et al.,	2018).	
Harris et al.,	(2011)	demonstraram	que	a	ingestão	de	4	a	6	g	de	ß-alanina	
via	 oral,	 em	doses	divididas	 ao	 longo	do	dia,	 durante	um	período	de	 28	dias	
(crônico),	é	eficaz	no	aumento	dos	níveis	de	carnosina.	
2.1SUPLEMENTOS ALIMENTARES EFICAZES E 
APARENTEMENTE SEGUROS, COM FORTES 
EVIDÊNCIAS, DE ACORDO COM A SOCIEDADE 
INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO ESPORTIVA
168
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
Conforme	a	Sociedade	Internacional	de	Nutrição	Esportiva	(KERKSICK	
et al.,	 2018),	 pesquisas	 com	 ß-alanina	 sugerem	 melhorias	 no	 desempenho	 do	
exercício	 com	 efeitos	 mais	 pronunciados	 em	 atividades	 que	 duram	 de	 um	 a	
quatro	minutos;	melhorias	na	fadiga	neuromuscular	e	benefícios	potenciais	em	
pessoal	tático	(TREXLER	et al.,	2015).	
Além	 disso,	 também	 foi	 demonstrado	 que	 a	 ß-alanina	 pode	 aumentar	
o	número	de	repetições	de	séries	de	exercícios,	promover	o	aumento	da	massa	
corporal	magra,	aumentar	o	torque	de	extensão	do	joelho	e	aumentar	o	volume	
de	treinamento.	
Ainda	 cabe	 destacarmos	 que,	 embora	 pareça	 que	 a	 suplementação	 de	
ß-alanina	possa	melhorar	o	desempenho,	outros	estudos	falharam	em	demonstrar	
um	benefício	no	desempenho	esportivo	(KERKSICK	et al.,	2018).
• Bicarbonato de sódio (bicarbonato de sódio)
Durante	 o	 exercício	 de	 alta	 intensidade,	 acumulam-se	 no	 músculo	 e	
no	sangue	o	ácido	(H+)	e	o	dióxido	de	carbono	(CO2),	gerando	uma	acidez	no	
organismo	que	pode	causar	dor,	e	o	sistema	de	bicarbonato	é	o	principal	meio	pelo	
qual	o	corpo	se	livra	da	acidez	e	do	CO2	mediante	a	conversão	em	bicarbonato	
antes	da	remoção	subsequente	nos	pulmões	(KERKSICK	et al.,	2018).	
O	consumo	de	0,3	g/kg	de	bicarbonato	de	60	a	90	minutos	antes	do	exer-
cício	ou	5	g	duas	vezes	por	dia	durante	cinco	dias,	pois	o	bicarbonato	de	sódio	
demonstrou	ser	uma	maneira	eficaz	de	reduzir	a	acidez	durante	exercícios	de	alta	
intensidade,	que	tem	de	um	a	três	minutos	de	duração	(KERKSICK	et al.,	2018).	
Lindh et al.	(2008)	relataram	que	o	bicarbonato	pode	melhorar	o	desempe-
nho	da	natação	no	estilo	livre	de	200	m	em	nadadores	masculinos	de	elite.	
Da	mesma	forma,	estudos	relataram	a	capacidade	do	bicarbonato	para	
melhorar	 os	 testes	 de	 tempo	 de	 bicicleta	 de	 3	 km	 (KILDING;	 OVERTON;	
GLEAVE,	2012).
É	 importante	 destacar	 que	 um	 efeito	 indesejável	 comum	 em	 torno	 da	
ingestão	 de	 bicarbonato	 de	 sódio	 é	 o	 desconforto	 gastrointestinal.	 Portanto,	
os atletas devem experimentar seu uso antes do desempenho para avaliar a 
tolerância	(KERKSICK	et al.,	2018).
• Cafeína 
A	cafeína	é	um	estimulante	de	origem	natural	que	também	demonstrou	
ser	 uma	 ajuda	 ergogênica	 em	 exercícios	 aeróbicos	 e	 anaeróbicos,	 com	 uma	
capacidade documentada de aumentar o gasto de energia e promover a perda de 
peso (GOLDSTEIN et al.,	2010).	
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
169
De	acordo	com	Wiles	et al.	(2006),	que	investigaram	os	efeitos	da	cafeína	
no	desempenho	de	ciclistas	treinados,	a	cafeína	melhorava	a	velocidade,	o	pico	de	
potência	e	a	potência	média.	
Estudos,	como	de	Graham	(2001),	indicam	que	a	ingestão	de	cafeína,	de	
3	a	9	mg/kg,	tomada	30	a	90	minutos	antes	do	exercício,	pode	poupar	o	uso	de	
carboidratos	e,	assim,	melhorar	a	capacidade	de	exercício	de	resistência.
Além	do	 potencial	 impacto	 ergogênico,	 em	 sua	 revisão,	Kerksick	 et al.	
(2018)	também	relataram	que	a	cafeína	melhorou	significativamente	indicadores	
do	estado	de	humor,	reduziu	as	classificações	de	esforço	percebido	e	diminuiu	a	
percepção	de	dor	muscular	quando	em	doses	agudas	de	5	mg/kg/dia	de	cafeína	
antes	do	exercício	resistido	máximo.	
Doses	de	cafeína	acima	de	9	mg/kg	podem	resultar	em	níveis	urinários	de	
cafeína	que	ultrapassam	o	limiar	de	doping	para	muitas	organizações	esportivas.	
Em	resumo,	evidências	científicas	publicadas	pela	Sociedade	Internacional	
de	Nutrição	Esportiva	(KERKSICK	et al.,	2018)	estão	disponíveis	para	indicar	que	
a	cafeína	funciona	como	uma	ajuda	ergogênica	em	várias	modalidades	esportivas.	
 
Todavia,	 algumas	 pesquisas	 apresentam	 resultados	 ambíguos	 e	 serão	
necessárias	 mais	 pesquisas,	 considerando	 casos	 de	 indivíduos	 treinados	 que	
normalmente	 demonstram	 mais	 efeitos	 ergogênicos	 do	 que	 indivíduos	 não	
treinados,	 e	 que	 indivíduos	 que	 usam	 de	 bebidas	 com	 cafeína	 regularmente,	
parecem	experimentar	menos	benefícios	ergogênicos	da	cafeína.
• Carboidratos
Um	dos	recursos	ergogênicos	disponíveis	para	atletas	e	indivíduos	ativos	
é	o	carboidrato.	
Conforme	 já	mencionado,	 o	 carboidrato	deve	 ser	 consumido	na	dieta	
rotineiramente,	nas	horas	que	antecedem	o	exercício,	durante	o	exercício	e	nas	
horas	após	o	exercício,	podendo	garantir	que	os	estoques	endógenos	de	glico-
gênio	 sejam	mantidos	 e	 suportem	muitos	 tipos	 de	 desempenho	 do	 exercício	
(BURKE	et al.,	2011).	
Widrick	et al.	(1993)	examinaram	sistematicamente	todas	as	quatro	combina-
ções	possíveis	de	níveis	intramusculares	altos	e	baixos	de	glicogênio	pré-exercício,	
com	e	sem	fornecimento	de	carboidratos	antes	de	uma	sessão	padrão	de	exercício	
de	ciclismo,	comprovando	que,	quando	o	carboidrato	foi	fornecido,	o	desempenho	
foi	melhorado.	Além	dos	modelos	tradicionais	de	exercícios	de	resistência.	
Ainda,	Williams	e	Rollo	(2015)	verificam	em	sua	revisão	de	literatura	que	
o	desempenho	de	esportes	coletivos,	tipicamente	caracterizados	por	intensidades	
variáveis			e	períodos	intermitentes	de	grande	esforço,	tem	melhora	significativa	
com	o	consumo	de	carboidrato.	
170
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
Além	 da	 ingestão,	 Carter	 (1995)	 chamaram	 a	 atenção	 para	 o	 potencial	
impacto	 do	 enxágue	 bucal	 de	 carboidratos	 como	 estratégia	 ergogênica.	 Eles	
demonstraram,	em	sua	pesquisa,	um	aumento	no	tempo	de	desempenho	durante	
o	ciclismo,	revelando	que	os	receptores	no	cérebro	podem	estar	ligados	à	mera	
presença	de	carboidratos	na	boca.
• Creatina monoidratada
A	suplementação	de	creatina	é	uma	estratégia	bem	apoiada	para	aumen-
tar	a	massa	muscular	e	a	força	durante	o	treinamento,	todavia,	também	foi	re-
latado	que	 a	 creatina	melhora	 a	 capacidade	de	 exercício	 em	outras	 variáveis,	
descritas	a	seguir	(KERKSICK	et al.,	2018).
Especificamente,	de	acordo	com	Kreider	et al.	(2017),	estudos	documenta-
ram	melhorias	com	o	consumo	de	creatina,	uma	proteína	presente	em	diferentes	
fontes	alimentares,	em	especial	nas	carnes,	em:	sprints	únicos	e	múltiplos;	 tra-
balho	concluído	em	vários	 conjuntos	de	esforços	máximos;	 limiar	anaeróbico;	
carga	de	glicogênio	e	capacidade	de	trabalho.	
Consequentemente,	esportes	coletivos,	atividades	individuais	ou	esportes	
que	 consistem	 em	 exercícios	 intermitentes	 de	 alta	 intensidade,	 como	 futebol,	
tênis,	basquete,	entre	outros,	podem	se	beneficiar	do	uso	de	creatina	(KREIDER	
et al.,	2017).	
Chwalbinska-Moneta	(2003),	em	seu	estudo,	descobriu	que	a	ingestão	de	
20	g	de	creatina	por	cinco	dias	melhorava	a	resistência	e	o	desempenho	anaeróbico	
em	remadores	de	elite.	
A creatina pode melhorar as adaptações do treinamento em atletas 
de	 resistência	 e	 anaeróbicos,	 capacidade	 anaeróbica	 e	 permitir	 que	 os	 atletas	
concluam	maiores	volumes	de	treinamento	no	limiar	anaeróbico	ou	acima	dele	
(NELSON et al.,	2001).	
Não	há	evidências	clínicas	de	que	a	suplementação	de	creatina	aumente	
a	suscetibilidade	à	desidratação,	cãibras	musculares	ou	doenças	relacionadas	ao	
calor(KRIERKSI	et al.,	2018).
QUADRO 5 – SUPLEMENTOS ALIMENTARES COM BENEFÍCIO PARA O DESEMPENHO DE 
ATLETAS BASEADOS EM FORTES EVIDÊNCIAS
Cafeína
Protocolo de uso
3-6	mg/kg	de	 peso	 na	 forma	de	 cafeína	 anidra	 (isto	 é,	 forma	
de	 comprimido	 ou	 pó),	 consumiram	 ~	 60	 minutos	 antes	 do	
exercício	 (GANIO	 et al.,	 2009).	 Doses	mais	 baixas	 de	 cafeína	
(<3	 mg/kg	 de	 peso	 ±	 200	 mg),	 fornecidas	 antes	 e	 durante	 o	
exercício;	consumido	com	uma	fonte	de	CHO	(SPRIET,	2014).
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
171
Considerações 
adicionais e 
possíveis efeitos 
colaterais
Doses	maiores	de	cafeína	(≥9	mg/kg	BM)	não	parecem	aumentar	
o	 benefício	 de	 desempenho	 (BRUCE	 et al.,	 2000)	 e	 são	 mais	
propensas	 a	 aumentar	 o	 risco	 de	 efeitos	 colaterais	 negativos,	
incluindo	náusea,	ansiedade,	insônia	e	inquietação.	Doses	mais	
baixas	de	 cafeína,	 variações	no	 tempo	de	 ingestão	 antes	 e/ou	
durante	o	exercício	e	a	necessidade	(ou	falta	dela)	de	um	período	
de	abstinência	de	cafeína	devem	ser	 testadas	em	treinamento	
antes	 do	 uso	 da	 competição.	 O	 consumo	 de	 cafeína	 durante	
a	 atividade	deve	 ser	 considerado	 concomitante	 à	 ingestão	de	
CHO	para	melhorar	a	eficácia	(TALANIAN;	SPRIET,	2016).
Creatina
Protocolo de uso
Fase de carregamento: ∼20	g/dia	 (dividido	 em	quatro	doses	
diárias	 iguais),	por	cinco	a	sete	dias	(LANHERS	et al.,	2017);	
Fase	de	manutenção:	3	a	5	g/dia	(dose	única)	durante	o	período	
de	período	de	suplementação	(HULTMAN	et al.,	1996). Nota : 
o	 consumo	 simultâneo	 com	 uma	 fonte	 mista	 de	 proteína/
CHO (∼	50	g	de	proteína	e	CHO)	pode	aumentar	a	captação	
de	 creatina	 muscular	 através	 da	 estimulação	 da	 insulina	
(STEENGE et al.,	2000).
Considerações 
adicionais e 
possíveis efeitos 
colaterais
Nenhum	 efeito	 negativo	 para	 a	 saúde	 é	 observado	 com	 o	
uso	a	 longo	prazo	 (até	quatro	anos)	quando	os	protocolos	de	
carregamento apropriados são seguidos (SCHILLING et al.,	
2001).	Um	aumento	potencial	de	1-2	kg	de	peso	corporal	após	
o carregamento de creatina (principalmente como resultado 
da	retenção	de	água;	(DEMINICE	 et al.,	2013;	POWERS	et al.,	
2003),	pode	ser	prejudicial	para	o	desempenho	de	resistência	ou	
em	eventos	em	que	a	massa	corporal	deva	ser	movida	contra	a	
gravidade	(por	exemplo,	salto	em	altura,	salto	com	vara).
Nitrato
Protocolo de uso
Alimentos	 com	alto	 teor	de	nitrato	 incluem	vegetais	 folhosos	
de	 raiz	 e	verde,	 incluindo	 espinafre,	 salada	de	 rúcula,	 aipo	 e	
beterraba.	Os	benefícios	agudos	de	desempenho	são	geralmente	
vistos	dentro	de	duas	a	três	horas	após	um	bolus	de	NO3 a 5 a 9 
mmol	(310	a	560	mg)	(HOON	et al.,	2014).	Períodos	prolongados	
de ingestão de NO3 -	(>	3	dias)	também	parecem	benéficos	para	o	
desempenho (THOMPSON et al.,	2015,	2016)	e	podem	ser	uma	
estratégia	positiva	para	atletas	altamente	treinados,	em	que	os	
ganhos de desempenho com a suplementação de NO3- parecem 
mais	difíceis	de	obter	(JONES,	2014).
172
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
Considerações 
adicionais e 
possíveis efeitos 
colaterais
As	 evidências	 disponíveis	 sugerem	 que	 parece	 haver	 poucos	
efeitos	colaterais	ou	limitações	à	suplementação	de	nitrato.	Pode	
existir	 o	 potencial	 de	 distúrbios	 gastrointestinais	 em	 atletas	
suscetíveis	 e,	 portanto,	 deve	 ser	 exaustivamente	 testado	 no	
treinamento.	Parece	haver	um	limite	superior	para	os	benefícios	
do	 consumo	 (isto	 é,	 nenhum	 benefício	 maior	 de	 16,8	 mmol	
[1.041	mg]	vs.	8,4	mmol	[521	mg];	(WYLIE	et al.,	2013	).
Beta-Alanina
Protocolo de uso
Consumo	diário	de	~	65	mg/kg	de	peso	corporal,	ingerido	por	
um	regime	de	dose	dividida	(ou	seja,	0,8-1,6	g	a	cada	3-4	horas)	
durante	 um	 período	 prolongado	 de	 suplemento	 de	 dez	 a	 12	
semanas (SAUNDERS et al.,	2016).
Considerações 
adicionais e 
possíveis efeitos 
colaterais
A	eficácia	do	suplemento	parece	mais	difícil	de	ser	percebida	
em	 atletas	 bem	 treinados	 (BELLINGER,	 2014).	 Há	 uma	
necessidade	 de	 investigação	 adicional	 para	 estabelecer	 o	 uso	
prático	 em	 várias	 situações	 específicas	 do	 esporte	 (HOBSON	
et al.,	 2012).	 Possíveis	 efeitos	 colaterais	 negativos	 incluem	
erupções	cutâneas	e/ou	parestesia	transitória.
Bicarbonato de Sódio
Protocolo de uso
Dose	 aguda	 única	 de	 NaHCO3	 de	 0,2-0,4	 g/kg	 de	 peso,	
consumida	 60-150	 minutos	 antes	 do	 exercício	 (CARR	 et al.,	
2011; SIEGLER et al.,	 2012).	 Estratégias	 alternativas	 incluem:	
doses	 fracionadas	 (ou	 seja,	 várias	doses	menores	 que	mesma	
ingestão	total)	tomada	durante	um	período	de	30	a	180	minutos	
(LAMBERT et al.,	1993);	carregamento	em	série	com	3	a	4	doses	
menores	por	dia,	durante	dois	a	quatro	dias	consecutivos	antes	
de	um	evento	(BURKE,	2013).
Considerações 
adicionais e 
possíveis efeitos 
colaterais
Distúrbios	 gastrointestinais	 bem	 estabelecidos	 podem	 estar	
associados	a	este	suplemento.	As	estratégias	para	minimizar	o	
distúrbio	gastrointestinal	incluem:	coingestão	com	uma	pequena	
refeição	rica	em	carboidratos	 (±	1,5	g/kg	de	carboidratos	BM)	
(CARR et al.,	2011);	o	uso	de	citrato	de	sódio	como	alternativa	
(REQUENA et al.,	 2005	 );	 estratégias	 de	 dose	 dividida	 ou	
empilhamento	(BURKE,	2013).
FONTE: Maughan et al. (2018, p. 443)
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
173
2.2 SUPLEMENTOS COM EVIDÊNCIA LIMITADA OU MISTA 
PARA APOIAR A EFICÁCIA
Os	suplementos	alimentares	da	categoria	evidências	limitadas	ou	mistas	
para	 apoiar	 a	 eficácia,	 são	 caracterizados	 por	 possuírem	 uma	 lógica	 científica	
para	seu	uso.	Todavia,	as	pesquisas	disponíveis	falharam	em	produzir	resultados	
consistentes	 apoiando	 sua	 eficácia.	Compõem	uma	 classe	de	 suplementos	que	
exige	a	 realização	de	mais	pesquisas	para	que	os	 cientistas	possam	começar	 a	
entender	 seu	 impacto.	 É	 importante	 ressaltar	 que	 esses	 suplementos	 não	 têm	
evidências	disponíveis	para	 sugerir	que	eles	não	 têm	segurança	ou	devem	ser	
vistos	como	prejudiciais.
• Aminoácidos essenciais (BCAA)
Aceita-se	 que	 a	 ingestão	 de	 pelo	 menos	 2g	 do	 aminoácido	 essencial,	
leucina,	 seja	 necessária	 para	 estimular	 mecanismos	 celulares	 que	 controlam	
a	hipertrofia	muscular	 e	que	a	 ingestão	de	6	 a	 12	g	diária	de	uma	mistura	de	
aminoácidos	 essenciais	 é	 necessária	 para	 maximizar	 a	 síntese	 de	 proteínas	
musculares	 (KERKSICK	et al.,	 2018).	No	entanto,	atualmente,	não	está	claro	se	
a	adoção	dessa	estratégia	 levaria	a	maiores	adaptações	de	 treinamento	e/ou	se	
a	 suplementação	 de	 BCAA	 seria	 superior	 do	 que	 ingerir	 carboidratos	 e	 uma	
proteína	de	alto	valor	biológico	após	o	exercício.	
Por esses motivos, Jackman et al.	(2017)	incentivaram	a	priorização	de	fontes	
de	proteínas	intactas	na	ingestão	de	aminoácidos	de	forma	livre	para	promoção	
do aumento de massa livre de gordura, mas o impacto dessa recomendação nas 
alterações	de	desempenho	permanece	indeterminado	em	esportes	de	resistência.
• β-hidroxi β-metilbutirato (HMB)
De	 acordo	 Kerksick	 et al.	 (2018),	 o	 HMB	 parece	 ter	 mais	 efeito	 no	
desempenho	quando	a	intensidade	do	treinamento	é	maximizada,	embora	muitos	
dos	estudos	tenham	verificado	com	resultados	variados	o	potencial	ergogênico	
da	suplementação	de	HMB	em	indivíduos	fisicamente	ativos.
Os	estudos	recentes	de	Durkalec-Michalski	e	Jeszka	(2015)	confirmaram	
trabalhos	anteriores,	como	o	de	Vukovich	(2001)	de	que	o	HMB	tem	um	efeito	
positivo	no	aumento	da	capacidade	aeróbica.	
O	 HMB	 está	 disponível	 como	 cálcio-HMB	 e	 como	 ácido	 livre.	 Em	
comparação	com	o	HMB	de	cálcio,	o	ácido	livre	de	HMB	apresenta	uma	melhor	
absorção	(aproximadamente	30	min	vs.	duas	a	três	horas)	(FULLER	et al.,	2011).
Por	meio	de	uma	revisão	sistemática	da	literatura,	Silva	et al.	(2017)	conclu-
íram	que	a	forma	de	ácido	livre	do	HMB	pode	melhorar	a	força	e	atenuar	os	da-
nos	musculares	quando	combinada	com	o	treinamento	de	resistência	pesado,mas	
afirmou	que	são	necessárias	mais	pesquisas	para	confirmação	desses	resultados.	
174
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
• Citrulina
A	citrulina	(ácido	2-amino-5-	(carbamoilamino)	pentanóico	ou	L-carnitina)	
é	produzida	no	ciclo	da	ureia	a	partir	de	ornitina	e	fosfato	de	carbamoil.	É	eficien-
temente	reciclada	em	arginina	para	subsequente	produção	de	óxido	nítrico	atra-
vés	do	ciclo	de	citrulina-óxido	nítrico	(HAINES;	PENDLETON;	EICHLER,	2011).	
O	catabolismo	da	citrulina	possibilita	que	a	maioria	do	que	foi	consumido	
passe	 para	 a	 circulação	 sistêmica	 antes	 da	 conversão	 para	 arginina,	 fazendo	
com	que	sua	captação	não	competitiva	para	o	 transporte	celular	 faça	com	que	
a	 suplementação	 oral	 de	 citrulina	 seja	mais	 eficaz	 no	 aumento	 da	 arginina	 e,	
consequentemente,	ativação	da	enzima	óxido	nítrico	sintase	(NOS),	assim	como	
vários	biomarcadores	de	óxido	nítrico	(MCKINLEY-BARNARD	et al.,	2015).
Vários	estudos	empregaram	modelos	de	exercícios	aeróbicos	para	exami-
nar	o	impacto	da	citrulina	no	desempenho.	Glenn	et al.	(2017)	examinaram	o	im-
pacto	de	uma	dose	de	8	g	de	citrulina	durante	o	 treinamento	de	 resistência	no	
número	de	 repetições	 realizadas	durante	 seis	 séries,	 cada	um	dos	exercícios	de	
supino e leg press,	até	falhar	a	80%	de	1	RM	(repetições	múltiplas)	em	mulheres	trei-
nadas,	tendo	como	resultado	aumento	de	malato	de	citrulina,	melhorando,	de	for-
ma	significativa,	o	desempenho	durante	o	exercício	resistido	de	múltiplas	séries.	
Poré,	Cultrufello,	Gadomski	e	Zavorsky	(2015)	relataram	que	uma	dose	
de	 6	 g	 de	 L-citrulina	 não	 afetou	 os	 indicadores	 aeróbicos	 e	 anaeróbicos	 do	
desempenho	do	exercício.	Dessa	forma,	não	fica	claro	se	esses	benefícios	podem	
ser	atribuídos	exclusivamente	à	citrulina,	bem	como	qual	o	papel	que	a	citrulina	
pode	desempenhar	no	desempenho	aeróbico	e	anaeróbico.
• Glicerol
Sugere-se	 que	 a	 ingestão	 de	 glicerol	 com	 água	 aumenta	 a	 retenção	
de	 líquidos	 e	 mantém	 o	 estado	 de	 hidratação	 do	 atleta	 (GOULET,	 2012),	
podendo	prevenir	a	desidratação	e	melhorar	as	alterações	termorregulatórias	e	
cardiovasculares.	Todavia,	como	nos	demais	casos	dos	suplementos	enquadrados	
nessa	 classificação	 II,	 os	 resultados	 são	 variados	 sobre	 a	 melhora	 ou	 não	 da	
capacidade	de	exercício	(KERKSICK	et al.,	2018).
Consequentemente,	 como	 apontado	 por	 Goulet	 (2012),	 verifica-se	 ser	
necessário	concluir	mais	pesquisas	para	trabalhar	com	as	nuances	que	envolvem	
a	eficácia	do	potencial	do	glicerol.
• L-alanil-L-glutamina
Sob	o	mesmo	referencial	teórico	da	glutamina,	o	interesse	em	suplementar	
com	L-alanil-L-glutamina	tem	aumentado	nos	últimos	anos.	
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
175
Hoffman	e Falvo	(2010)	relataram,	em	um	grupo	de	dez	homens	fisicamente	
ativos,	 que	 a	 L-alanil-L-glutamina	 aumentou	 o	 tempo	 até	 a	 exaustão	 em	 um	
cicloergômetro,	mesmo	quando	exposto	a	um	leve	estresse	por	desidratação.	
Após	dois	anos,	o	mesmo	grupo	de	pesquisa	verificou	que	a	reidratação	
com	L-alanil-L-glutamina,	mesmo	em	estado	de	desidratação	de	2,3%	em	uma	
luta	 de	 basquete	 levou	 a	 uma	melhoria	 no	 desempenho	das	 habilidades	 e	 no	
tempo	de	reação	visual	quando	comparado	à	água	(HOFFMAN	et al.,	2012).	
Mccormack et al.	 (2015)	 determinaram	 que	 a	 L-alanil-L-glutamina	
melhorou	 significativamente	 o	 desempenho	 da	 corrida	 em	 esteira	 quando	
comparada	à	ausência	de	hidratação.	Essa	pesquisa	indica	ainda	que	a	L-alanil-
L-glutamina,	em	doses	que	variam	de	300	a	1000	mg	por	500	mL	de	fluido,	pode	
influenciar	 favoravelmente	 o	 status	 e	 o	 desempenho	 da	 hidratação,	 quando	
comparado	a	nenhuma	ingestão	de	líquidos	ou	apenas	água.
• Nitratos
A	 suplementação	 de	 nitrato	 é	 conhecida	 devido	 a	 seus	 efeitos	 na	
vasodilatação,	pressão	arterial	e	maior	eficiência	no	trabalho,	podendo	melhorar	
o desempenho esportivo (LARSEN et al.,	2007).	É	consumida	de	duas	a	três	horas	
antes	do	exercício,	com	suco	de	beterraba	ou	nitrato	de	sódio,	sendo	prescrita	em	
quantidades	que	variam	de	300	a	600	mg	(HOON	et al.,	2013).
Essas	 dosagens	 parecem	 ser	 bem	 toleradas	 quando	 consumidas,	 tanto	
como	suplementares,	quanto	como	fontes	suplementares	sem	alterações	signifi-
cativas	na	hemodinâmica.	
A	 suplementação	de	 ciclistas	 altamente	 treinados	 com	nitrato	de	 sódio	
(10	 mg/kg	 de	massa	 corporal)	 reduziu	 significativamente	 o	 pico	 de	 VO2 sem 
influenciar	o	tempo	até	a	exaustão	ou	a	potência	máxima	(BESCOS	et al.,	2011).	
Ainda,	Kenjale	et al.	 (2011)	 identificaram	que	a	suplementação	de	nitrato,	 com	
doses	de	aproximadamente	560	mg/dia	de	nitrato,	aumentou	significativamente	
o	fluxo	sanguíneo	para	o	músculo	em	exercício	e	o	tempo	de	exercício	em	idosos	
com	 doença	 arterial	 periférica,	 melhorando	 a	 função	 endotelial	 por	 meio	 de	
dilatação	mediada	por	fluxo	e	velocidade	do	fluxo	sanguíneo.
Todavia,	como	em	várias	situações	aqui	citadas,	nem	todas	as	pesquisas	
observam	 benefícios	 de	 desempenho	 com	 a	 suplementação	 de	 nitrato,	 como	
descreveram	Wilkerson	 et al.	 (2012),	 quando	verificaram	que	 a	 suplementação	
de	 nitrato	 (385	mg	de	 nitrato)	 2,5	 h	 antes	 de	 um	 treino	 de	 80	 km	de	 ciclistas	
bem	treinados	não	conseguiu	melhorar	o	desempenho	dos	atletas.	De	maneira	
geral,	coletivamente,	esses	resultados	indicam	que	a	suplementação	com	nitrato	
pode	melhorar	 o	 desempenho	 do	 exercício	 aeróbico	 e	 a	 saúde	 cardiovascular	
(KERKSICK	et al.,	2018).
176
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
• Quercetina
A	quercetina	é	um	flavonoide	encontrado	em	frutas	e	hortaliças,	além	de	
demais	espécies	vegetais,	sendo	conhecida	na	literatura	por	apresentar	benefícios	
à	saúde	com	o	seu	uso	terapêutico.	Foi	proposta	em	modelos	animais	e	humanos	
para	melhorar	o	desempenho	da	resistência	em	atletas.	
Em	uma	meta-análise	realizada	por	Pelletier,	Lacerte	e	Goulet	(2013)	para	
verificar	 o	 impacto	 potencial	 da	 suplementação	 de	 quercetina	 na	melhora	 da	
resistência,	que	envolveu	sete	estudos	publicados	representando	288	participantes,	
foi	 identificado	 que,	 somente	 em	 participantes	 não	 treinado,	 a	 quercetina	 foi	
capaz	de	aumentar	de	maneira	significativa	a	resistência	dos	participantes.	
Também,	em	outra	meta-análise	realizada	em	2011,	de	Kressler,	Millard-
Stafford	 e	Warren	 (2011),	 a	 conclusão	 foi	 semelhante,	 na	 qual	 eles	 indicaram	
que	a	quercetina	tem	benefícios,	mas	o	tamanho	desse	efeito	é	trivial	e	pequeno,	
sendo	necessário	mais	pesquisas	com	intuito	de	identificar	as	situações	em	que	a	
quercetina	pode	afetar	o	desempenho	no	exercício.
• Taurina
A	 taurina	 é	 um	 aminoácido	 encontrado	 em	 abundância	 no	 músculo	
esquelético	humano,	derivado	do	metabolismo	da	cisteína,	desempenha	funções	
em	vários	sistemas	do	organismo	(HARRIS	et al.,	2011).	Foi	relatado	em	alguns	
estudos	que	a	taurina	pode	melhorar	o	desempenho	do	exercício	e	a	recuperação	
de	exercícios	estressantes	(KERKSICK	et al.,	2018).	
Em	 uma	meta-análise	 realizada	 em	 2018	 por	Waldron	 et al.	 (2018),	 foi	
informado	que	doses	diárias	únicas	de	6	g,	por	até	duas	semanas,	melhoraram	
significativamente	 o	 desempenho	 do	 exercício	 de	 resistência	 em	 vários	
participantes.	Enquanto	mais	pesquisas	continuam	sendo	publicadas	envolvendo	
taurina, o consenso desses resultados continua a ser misto em relação ao potencial 
da	taurina	para	melhorar	o	desempenho	físico	(KERKSICK	et al.,	2018).
3 EFICÁCIA DO AUXÍLIO ERGOGÊNICO DOS SUPLEMENTOS 
ALIMENTARES NOS EXERCÍCIOS DE FORÇA
Conforme	 exposto	 no	 subtópico	 anterior,	 há	 dados	 bem	 controlados	
disponíveis,	 para	 demonstrar	 a	 eficácia	 do	 auxílio	 ergogênico	 proposto	 em	
populações	 atléticas	 ou	 em	 pessoas	 regularmente	 envolvidas	 no	 treinamento	
físico	com	objetivo	de	hipertrofia	muscular.	
Ainda,	para	contribuir	na	 importância	de	avaliar	os	artigos,	segue	uma	
série	de	perguntas	aserem	respondidas:
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
177
• Os	 estudos	 são	 realizados	 com	 pesquisas	 básicas	 em	 animais/populações	
clínicas	ou	foram	realizados	estudos	em	atletas/sujeitos	treinados?
• Os	 estudos	 foram	bem	 controlados?	 	Nos	 casos	 de	 pesquisas	 para	 recursos	
ergogênicos,	o	estudo	‘padrão	ouro’	é	um	estudo	clínico	randomizado,	duplo-
cego	e	controlado	por	placebo,	no	qual	nem	o	pesquisador	nem	o	sujeito	sabem	
qual	grupo	recebeu	o	suplemento	ou	o	placebo	durante	o	estudo,	sendo	que	os	
sujeitos	foram	aleatoriamente	designados	para	o	grupo	placebo	ou	suplemento.	
Ressalta-se	 que,	 em	muitos	 casos,	 as	 pesquisas	 de	 suplementos	 se	 baseiam	
em	estudos	mal	planejados,	como	por	exemplo:	pequenos	grupos	de	sujeitos,	
nenhum	grupo	de	controle,	testes	não	confiáveis			entre	outros.	
• Os	estudos	relatam	resultados	estatisticamente	significativos	ou	estão	sendo	
feitas	 afirmações	 por	 meios	 ou	 tendências	 não	 significativos?	 A	 análise	
estatística	apropriada	dos	resultados	da	pesquisa	permite	uma	interpretação	
correta	dos	dados.	Embora	estudos	que	relatem	tendências	estatísticas	possam	
levar	 pesquisadores	 a	 realizar	 pesquisas	 adicionais,	 estudos	 que	 relatam	
resultados	 estatisticamente	 significativos	 são	 mais	 confiáveis.	 Além	 disso,	
há	situações	em	que	o	intervalo	de	confiança	na	análise	de	médias,	respostas	
individuais	de	todos	os	participantes	e	tamanhos	dos	efeitos	são	informações	
adicionais	que	podem	permitir	uma	interpretação	mais	precisa.	
• Os	 resultados	 dos	 estudos	 citados	 correspondem	 às	 alegações	 feitas	 do	
suplemento ou retratam com precisão a resposta do suplemento contra um 
grupo	placebo	ou	controle	apropriado?	Não	é	incomum	que	as	alegações	de	
marketing	exagerem	bastante	nos	resultados	encontrados	nos	estudos	atuais,	
concentrando-se	 apenas	 nos	 resultados	 do	 grupo	 de	 suplementos,	 ao	 invés	
de como o grupo de suplementos mudou em comparação com a mudança de 
um	grupo	de	placebo,	sendo	que	uma	forma	de	determinar	isso	é	ler	o	artigo	
inteiro	e	comparar	os	resultados	observados	nos	estudos	com	as	afirmações	do	
marketing	disponível.	
• Os	 resultados	 do	 estudo	 foram	 apresentados	 em	 uma	 reunião	 científica	
respeitável	e/ou	publicados	em	uma	revista	científica	revisada	por	pares?	As	
pesquisas	 mais	 confiáveis	 normalmente	 são	 apresentadas	 em	 reuniões	
científicas	e/ou	publicadas	em	revistas	respeitáveis			revisadas	por	pares.	Sendo	
importante	 identificar	 se	 a	 revista	 é	 de	 qualidade.	 Três	 são	 as	maneiras	 de	
determinar	a	reputação	de	uma	revista:	identificar	o	editor;	“fator	de	impacto”;	
e	se	a	revista	é	ou	não	indexada	e	posteriormente	disponível	para	revisão	no	
PubMed	(KERKSICK	et al.,	2018).
Muitos	periódicos	“revisados			por	pares”	pertencem	a	empresas	que	fazem	
negócios	com	vários	produtos	nutricionais,	mesmo	que	estejam	disponíveis	no	
PubMed.	Por	isso,	é	recomendado	a	consulta	ao	site	do	editor,	buscando	verificar	
quantos	outros	periódicos	 foram	publicados.	No	caso	de	 serem	apenas	alguns	
outros	 periódicos,	 isso	 sugere	 que	 o	 periódico	 não	 é	 respeitável.	 Também	 é	
possível	pesquisar	quantos	artigos	foram	publicados	pela	revista	nos	últimos	seis	
a	12	meses	e	quantos	desses	artigos	são	estudos	bem	conduzidos	(KERKSICK	et 
al.,	2018).
178
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
• Os	 resultados	da	pesquisa	 foram	 replicados?	Em	 caso	 afirmativo,	 os	 resul-
tados	foram	replicados	apenas	no	mesmo	laboratório?	A	melhor	maneira	de	
conhecer	um	auxílio	ergogênico	é	verificar	se	os	resultados	foram	replicados	
em	outros	estudos	e	de	preferência	por	vários	grupos	de	pesquisa	distintos.	
Além	disso,	a	replicação	de	resultados	por	laboratórios	diferentes	e	não	afilia-
dos	com	autores	completamente	diferentes	também	reduz	o	elemento	de	viés	
de	publicação	e	conflitos	de	interesse	(KERKSICK	et al.,	2018).	
Um	 número	 notável	 de	 estudos	 a	 respeito	 de	 auxílios	 ergogênicos	 é	
realizado	 em	 colaboração	 com	 um	 ou	 mais	 cientistas	 que	 possuem	 interesse	
econômico	real	nos	resultados	do	estudo.	Devido	a	isso,	um	número	crescente	de	
periódicos	exige	divulgações	de	todos	os	autores	de	artigos	científicos,	incluindo	
tais	divulgações	em	artigos	publicados	(KERKSICK	et al.,	2018).	
3.1 SUPLEMENTOS PARA HIPERTROFIA MUSCULAR
Os	suplementos	listados	a	seguir	foram	analisados	na	literatura	científica	
com	intuito	de	promover	força	e	acúmulo	de	músculo	esquelético	em	conjunto	
com	um	programa	de	treinamento	bem	projetado.	
Destaca-se	 que	 ganhos	 ou	 perdas	 nas	 massas	 corporais	 podem	 afetar	
positiva	ou	negativamente	o	desempenho	atlético	de	um	indivíduo,	como,	por	
exemplo,	aumento	na	massa	corporal	e	na	massa	magra	são	adaptações	desejadas	
para	muitos	jogadores	de	futebol	americano,	podendo	melhorar	o	desempenho	
nessas atividades, todavia, reduções na massa corporal podem promover 
aumentos	no	desempenho,	como	ciclistas,	ginastas,	que	podem	precisar	reduzir	
rapidamente	o	peso,	mantendo	a	massa	muscular,	força	e	potência	(KERKSICK	
et al.,	2018).
3.1.1 Fortes evidências para apoiar a eficácia e 
aparentemente seguro
Serão descritos a seguir os suplementos presentes na literatura, com dados 
bem	controlados,	para	demonstrar	a	eficácia	do	auxílio	ergogênico	proposto	em	
populações	 atléticas	 ou	 em	 pessoas	 regularmente	 envolvidas	 no	 treinamento	
físico	com	objetivo	de	hipertrofia	muscular.	
• Aminoácidos	essenciais	(EAA)
Kobayashi	et al.	(2003)	indicam	que	a	ingestão	de	6	a	12	g	dos	aminoácidos	
essenciais	 (EAA)	 na	 ausência	 da	 alimentação,	 antes	 e/ou	 após	 o	 exercício	
resistido,	estimula	a	síntese	de	proteínas,	sendo	esta	resposta	independente	da	
fonte	de	proteína	ou	tipo	de	alimento,	condição	essa	que	pode	aumentar	a	massa	
livre	de	gordura.	
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
179
Embora	existam	vários	métodos	de	avaliação	da	qualidade	de	proteínas,	
a	maioria	dessas	abordagens	se	concentra	na	quantidade	de	EAAs	encontrados	
no	alimento.	Até	este	ponto,	estão	disponíveis	vários	estudos	que	afirmam	que	os	
EAAs	operam	como	um	pré-requisito	para	estimular	as	taxas	de	pico	da	síntese	
de	 proteínas	 musculares	 (PHILLIPS;	 CHEVALIER;	 LEIDY,	 2016),	 sendo	 que	
alguns	EAAs,	 individualmente,	 receberam	atenção	 considerável	por	 seu	papel	
potencial	no	impacto	da	tradução	de	proteínas	e,	consequentemente,	na	síntese	
de	proteínas	musculares,	como	é	o	caso	dos	aminoácidos	de	cadeia	ramificada	
(BCAAs)	(BLOMSTRAND	et al.,	2006).
É	importante	ressaltarmos	que,	de	todo	o	interesse	gerado	pelos	BCAAs,	
a	 leucina	 é	 o	 aminoácido	 principal	 no	 que	 se	 refere	 às	 alterações	 agudas	 na	
tradução	de	proteínas.	O	fornecimento	de	leucina,	após	a	conclusão	do	exercício	
resistido,	pode	potencializar	ainda	mais	os	aumentos	na	sinalização	de	mTOR	e	
na	tradução	de	proteínas,	sendo	a	dose	ideia,	de	acordo	com	Jager	et al.	(2017),	
entre	1,7	e	3,5	g/dia.	
• Bicarbonato	de	sódio
Tobias	et al.	(2013)	relataram	uma	melhora	significativa	na	produção	de	
força	na	parte	superior	do	corpo	em	atletas	treinados	em	artes	marciais	após	a	
ingestão	de	bicarbonato	de	sódio,	sendo	que	observaram	uma	melhoria	sinérgica	
na	potência	 e	desempenho	quando	beta-alanina	 e	 bicarbonato	de	 sódio	 foram	
utilizados	de	forma	conjunta.	
São	necessários	mais	estudos	para	estabelecer	quantidades	e	benefícios.
• β-hidroxi	β-metilbutirato	(HMB)
O	HMB	é	um	metabólito	da	leucina,	Slater	e	Jenkins	(2000)	documentaram	
em	sua	pesquisa,	que	a	suplementação	de	1,5	a	3	g/dia	de	HMB	de	cálcio	durante	
o	 treinamento,	 pode	 aumentar	 a	massa	muscular	 e	 força,	 principalmente	 nos	
indivíduos	não	treinados.	Além	disso,	Gallagher	et al.,	(2000)	verificaram	que	6	
g	por	dia	não	 forneceram	ganhos	 adicionais	na	massa	magra	 além	do	que	 foi	
relatado	com	uma	dose	de	3	g.
Ainda	conforme	Vukovich	et al.	(2001),	para	otimizar	a	retenção	do	HMB,	
é	recomendável	dividira	dose	diária	de	3	g	em	três	doses	iguais	de	1	g	cada	(com	
café	da	manhã,	almoço	ou	pré-exercício,	hora	de	dormir).
Cabe	 destacar	 que	 os	 efeitos	 da	 suplementação	 de	 HMB	 em	 atletas	
treinados	são	menos	claros,	já	que	estudos	demonstram	ganhos	não	significativos	
na massa muscular (SLATER et al.,	2001).	De	acordo	com	Kerksick	et al.	(2018),	a	
suplementação	de	HMB	pode	ser	realizada	em	doses	de	1,5	a	3	g	por	períodos	
curtos	de	três	a	quatro	semanas	em	populações	não	treinadas	e	durações	mais	
longas	 (12	 semanas)	 em	 populações	 treinadas,	 podendo	 levar	 a	melhorias	 na	
composição	corporal,	redução	na	gordura	e	aumento	na	massa	livre	de	gordura.
180
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
• Cafeína
Pesquisas	que	envolvem	a	cafeína	ainda	não	conseguem	alcançar	resul-
tados	padronizados.	Trexler	et al.	(2015)	relataram	que	a	cafeína	pode	melhorar	
o desempenho repetido do sprint,	mas	não	impactou	a	força	máxima	e	as	repe-
tições	à	fadiga	usando	exercícios	tanto	na	parte	superior	e	inferior	do	corpo.	No	
entanto,	outros	estudos	 indicaram	que	a	 cafeína	pode	afetar	 favoravelmente	o	
desempenho	muscular	com	ganho	de	força,	Goldstein	et al.	(2010)	relataram	que	
a	ingestão	de	cafeína	(6	mg/kg)	aumentou	significativamente	a	força	do	supino	
em	um	grupo	de	mulheres.	
De	maneira	resumida,	os	autores	relataram	melhorias	na	força	e	repetições	
até	a	falha	usando	o	supino	e	outros	exercícios.
• Creatina monoidratada
A	creatina	é	o	suplemento	alimentar	mais	eficaz	disponível	para	os	atletas	
com	objetivo	de	aumentar	a	capacidade	de	exercício	de	alta	intensidade	e	a	massa	
muscular,	sendo	que,	de	acordo	com	Kreider	(2010),	o	aumento	da	massa	corporal	
gira	em	média	entre	1	a	2	kg	a	mais	que	o	grupo	controle	durante	quatro	a	12	
semanas	de	treinamento.
Os ganhos em massa muscular parecem ser o resultado de uma capacidade 
aprimorada	de	 realizar	 exercícios	de	 alta	 intensidade,	permitindo	que	o	 atleta	
treine	 mais	 e	 promovendo	 maiores	 adaptações	 ao	 treinamento	 e	 hipertrofia	
muscular (OLSEN et al.	2006).	
Quanto	 à	 segurança	 no	 consumo	 desse	 suplemento,	 vários	 estudos	 de	
curto	e	longo	prazo,	como	o	de	Kim	et al.	(2011),	não	relataram	efeitos	colaterais	
aparentes.	A	posição	da	ISSN	sobre	a	creatina	monoidratada	(KREIDER	et al.,	2017)	
resume	suas	descobertas	da	seguinte	forma:	a	creatina	é	o	suplemento	alimentar	
mais	eficaz	disponível	para	atletas	que	buscam	aumentar	a	capacidade	de	exercício	
de	alta	intensidade	e	massa	corporal	magra	durante	o	treinamento;	possui	vários	
benefícios	 terapêuticos	em	populações	saudáveis	 		e	doentes,	variando	de	bebês	
a	 idosos;	não	há	evidências	 científicas	de	que	o	uso	de	 creatina	monoidratada	
(até	30	g/dia	por	cinco	anos)	tenha	efeitos	prejudiciais	em	indivíduos	saudáveis;	
recomenda-se	 que	 a	 suplementação	 de	 creatina	 seja	 considerada	 apenas	 para	
atletas	 mais	 jovens	 que	 estejam	 envolvidos	 em	 treinamento	 supervisionado	
competitivo;	possua	uma	dieta	bem	equilibrada	e	que	melhore	o	desempenho;	
não	exceda	as	doses	recomendadas.
Ressalta-se	 que	 a	 adição	 de	 carboidrato	 a	 um	 suplemento	 de	 creatina	
parece	 aumentar	 a	 captação	muscular	 de	 creatina,	 sendo	 que	 o	método	mais	
rápido	para	aumentar	os	estoques	de	creatina	muscular	é	o	consumo	de	0,3	g/
kg/dia	de	creatina	por	cinco	a	sete	dias,	seguidos	por	3	a	5	g/dia	para	manter	os	
estoques	elevados	(KERKSICK	et al.,	2018).	
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
181
Após	 a	 fase	 de	 sobrecarga,	 a	 dose	 de	 manutenção	 recomendada	 é	
consideravelmente menor, aproximadamente 2 a 5 g de creatina por dia ou 
0,03	g/kg	de	massa	 corporal	por	dia.	De	acordo	com	Ribeiro	 (2010),	pesquisas	
têm	demonstrado	um	aumento	de	10	a	40%	na	concentração	 intramuscular	de	
creatina	e	PCr	com	o	uso	desse	protocolo.	Após	a	ingestão	de	5	g	de	creatina,	o	
nível	plasmático	aumenta	de	uma	faixa	entre	50	e	100	mmol/ℓ para mais de 500 
mmol/ℓ,	1	h	após	o	seu	consumo.
 
• Proteína
De acordo com Morton et al.	(2018),	indivíduos	submetidos	a	treinamentos	
intensos	com	objetivo	de	promoção	do	aumento	de	massa	livre	de	gordura	devem	
consumir	entre	1,4	e	2,0	g/kg/dia	de	proteína.	Já	Tang	et al.	(2009),	considerando	
o	consumo	de	proteínas	por	praticantes	de	exercício	físico,	realizaram	um	estudo	
que	buscou	verificar	a	capacidade	de	três	fontes	diferentes	de	proteína	(proteína	
isolada	e	hidrolisada	do	soro	do	leite,	caseína	micelar	e	proteína	isolada	da	soja)	
em	estimular	mudanças	na	síntese	de	proteína	muscular	em	repouso	e	após	a	
realização	de	exercícios	resistido.	Ao	final,	observaram	que	todas	as	três	fontes	
de	 proteínas	 aumentaram	 significativamente	 as	 taxas	 de	 síntese	 de	 proteínas	
musculares	em	ambas	as	situações.
Cermak	e	Van	Loon	(2012),	através	de	uma	meta-análise	que	examinou	
o	impacto	da	suplementação	de	proteínas	nas	mudanças	de	força	e	massa	livre	
de	 gordura,	 verificaram	 que	 a	 suplementação	 demonstrou	 efeito	 positivo	 na	
massa	livre	de	gordura	e	força	da	parte	inferior	do	corpo	em	participantes	de	
todas	as	idades.	
Nesse	 contexto,	 embora	 sejam	 necessárias	 mais	 pesquisas	 nessa	 área,	
evidências	indicam	claramente	que	as	necessidades	de	proteínas	dos	indivíduos	
envolvidos	em	treinamento	intenso	são	elevadas	e,	consequentemente,	os	atletas	
que	obtêm	maiores	quantidades	de	proteína	durante	o	treinamento	promovem	
maiores	 alterações	 na	 massa	 livre	 de	 gordura,	 aumento	 na	 força	 e	 na	 massa	
muscular,	 sendo	 importante	 observar	 a	 realidade	 de	 cada	 indivíduo	 para	
indicação	das	fontes	dessas	proteínas.
3.1.2 Evidência limitada ou mista para apoiar a eficácia
Serão descritos a seguir os suplementos presentes na literatura com 
dados	 que	 permitem	 uma	 evidência	 de	 efetividade	 limitada	 para	 prescrições	
como	auxílio	ergogênico	para	populações	atléticas	ou	em	pessoas	regularmente	
envolvidas	no	treinamento	físico.
• Adenosina	-	5′-trifosfato	(ATP)
O	ATP	é	a	principal	fonte	de	energia	intracelular	e	possui	extensas	funções	
extracelulares,	como	o	aumento	da	permeabilidade	e	vasodilatação	no	músculo	
esquelético.	Arts	et al.	(2012)	demonstraram	que	o	ATP	oral	não	é	sistematicamente	
182
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
biodisponível,	todavia,	a	suplementação	crônica	com	ATP	aumenta	a	capacidade	
de	sintetizar	ATP	dentro	dos	eritrócitos,	minimizando	assim	as	quedas	induzidas	
pelo	exercício	nos	níveis	de	ATP.
Ainda,	 conforme	 Jager	 et al.	 (2017),	 o	 ATP	 pode	 aumentar	 o	 fluxo	
sanguíneo	para	o	músculo	em	exercício,	podendo	reduzir	a	fadiga	e	aumentar	a	
potência	de	pico	durante	sessões	posteriores	de	exercícios	repetidos.	No	entanto,	
dado	o	número	limitado	de	estudos	em	humanos	com	ATP	sobre	o	aumento	dos	
ganhos	induzidos	pelo	exercício	na	massa	muscular,	são	necessários	mais	estudos	
crônicos	de	treinamento	em	seres	humanos	(KIERKSICK	et al.	2018).
• Aminoácidos	de	cadeia	ramificada	(BCAA)
Discute-se, na literatura, o uso da suplementação de BCAA com intuito 
de	 reduzir	 a	 degradação	 de	 proteínas	 induzida	 pelo	 exercício,	 possivelmente	
promovendo	 um	 perfil	 hormonal	 anticatabólico	 (KREIDER	 et al.,	 2017).	 Na	
maioria	dos	casos,	assim	como	para	Dreyer	et al.	(2008),	a	leucina	é	reconhecida	
como	elemento	principal	na	ativação	o	complexo	mTORC1	nas	quantidades	de	3	
a	6	g,	resultando	na	tradução	favorável	de	proteínas.
Teoricamente, a suplementação de BCAA durante treinamento intenso 
pode	 ajudar	 a	minimizar	 a	 degradação	de	 proteínas	 e,	 assim,	 levar	 a	maiores	
ganhos	(ou	limitar	as	perdas	de)	de	massa	livre	de	gordura,	mas	existem	apenas	
evidências	limitadas	para	apoiar	essa	hipótese	(KIERKSICK	et al.,	2018).
Candeloro et al.	 (1995)	 verificaram	 que	 30	 dias	 de	 suplementação	 de	
BCAA	(14	g/dia)	promoveram	aumento	significativo	na	massa	muscular	(1,3%)	e	
força	de	preensão	(+	8,1%)	em	indivíduos	não	treinados.	Recentemente,	Jackman	
et al.	 (2017)	examinaram	a	capacidadede	uma	dose	aguda	de	aminoácidos	de	
cadeia	ramificada	para	estimular	aumentos	na	síntese	de	proteínas	musculares,	
e	obtiveram	como	resultado	que	a	ingestão	aguda	de	BCAAs	promoveu	aumen-
to	de	22%	a	mais	na	síntese	de	proteínas	musculares	quando	comparada	a	um	
grupo	placebo.	
Nesse	contexto,	de	acordo	com	Kierksick	et al.	(2018),	como	os	resultados	
divergentes	 reduzem	a	 capacidade	de	 fazer	determinações	 claras,	 os	 estudos	
sugerem	um	papel	mecanicista	dos	BCAAs,	com	destaque	parar	a	leucina,	mas	
ainda	há	 falhas	em	apoiar	 consistentemente	a	necessidade	de	 suplementação	
de	BCAA.	
De	acordo	com	a	Hernandez	e	Nahas	(2009),	os	BCAAs,	por	serem	potentes	
moduladores	da	captação	de	triptofano	pelo	sistema	nervoso	central,	poderiam	
aumentar	a	tolerância	ao	esforço	físico	prolongado.	Porém,	esses	dados	não	têm	
justificado	seu	consumo	com	finalidade	ergogênica.	Por	isso,	recomenda-se	que	
não	 seja	 utilizada	 a	 suplementação	 de	 aminoácidos	 de	 cadeia	 ramificada	 com	
finalidade	ergogênica.	
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS E DE RESISTÊNCIA
183
Nesse	 mesmo	 caminho,	 Hernandez	 e	 Nahas	 (2009)	 relatam	 que	 a	
glutamina,	 aminoácido	 que	 age	 como	 nutriente	 para	 as	 células	 de	 divisão	
rápida,	como	é	o	caso	das	imunitárias,	tem	sido	utilizada	para	aumentar	a	defesa	
imunológica	de	atletas,	contudo,	quando	a	 ingestão	é	oral,	o	elevado	consumo	
pelas	 células	 intestinais	 inviabiliza	 sua	disponibilidade	para	outras	 regiões	do	
organismo,	tornando,	também,	inviável	a	justificativa	de	sua	suplementação	oral.	
Atualmente,	 não	 há	 evidências	 científicas	 suficientes	 que	 demonstrem	
que	 a	 glutamina	melhore	 o	 funcionamento	 do	 sistema	 imunológico	 e	 previna	
lesões	 em	 atletas	 que	 consomem	 níveis	 adequados	 de	 proteínas,	 tornando	 a	
suplementação	necessária	apenas	em	casos	em	que	a	avaliação	individual	indicar.
“A	ornitina	e	a	arginina	são	aminoácidos	que	produzem	maior	secreção	
de	hormônio	de	crescimento	quando	oferecidos	através	de	infusão	intravenosa,	
sendo,	 entretanto,	 seu	 consumo	 por	 via	 oral	 ineficaz.	 Não	 é	 recomendada	 a	
suplementação	destes	aminoácidos”	(HERNANDEZ;	NAHAS,	2009,	p.	8).
184
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 É	possível	identificar	a	necessidade	de	sermos	críticos	perante	as	orientações	
de	 suplementos	 alimentares,	 considerando	 os	 tipos	 de	 pesquisas	 científicas	
que	os	englobam	e	segurança	e	qualidade	nutricional	de	cada	um.	
•	 Os	recursos	ergogênicos	nutricionais	atuam	de	diferentes	formas	na	melhora	da	
performance:	intensificação	de	potência	física;	intensificação	da	força	mental;	
intensificação	de	limites	mecânicos.
•	 Conforme	 a	 literatura	 científica	 que	 testa	 a	 eficácia	 e	 a	 segurança	 dos	
suplementos	alimentares,	eles	podem	ser	colocados	em	três	categorias	baseadas	
na	qualidade	e	quantidade	de	suporte	científico	disponível:	fortes	evidências	
para	apoiar	a	eficácia	e	aparentemente	seguro;	evidências	limitadas	ou	mistas	
para	apoiar	a	eficácia;	pouca	ou	nenhuma	evidência	para	apoiar	a	eficácia	e/ou	
segurança;
•	 Os	suplementos	alimentares	para	exercícios	resistidos	e	de	resistência	foram	
expostos	de	acordo	com	o	grau	de	evidencia	das	pesquisas	científicas.
185
1	 Considerando	os	métodos	pelos	quais	os	ergogênicos	podem	melhorar	a	
performance	mediante	 a	 potência	 física,	 força	mental	 e	 limite	mecânico,	
relacione as colunas a seguir:
(A)	 Para	intensificar	a	potência	física.
(B)	 Para	intensificar	a	força	mental.	
(C)	 Para	intensificar	os	limites	mecânicos.
(			)	 Aumento	 dos	 processos	 psicológicos	 que	 maximizam	 a	 produção	 de	
energia.
(			)	 Melhora	na	estabilidade	pelo	aumento	da	massa	corporal,	sobretudo	da	
massa	muscular.
(			)	 Melhora	na	liberação	do	substrato	energético	no	músculo.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 A;	B;	C.
b)	(			)	 B;	A;	C.
c)	(			)	 C;	A;	B.
d)	(			)	 B;	C;	A.
2	 (ENADE,	2010)	Uma	jovem	de	22	anos	de	idade,	com	58	kg	de	peso	corpo-
ral	e	1,70	m	de	altura,	ingressou	recentemente	no	time	de	handebol	da	sua	
universidade.	Preocupada	com	sua	alimentação	e	com	seu	desempenho	físi-
co	nas	competições,	ela	consultou	um	nutricionista	com	o	objetivo	de	obter	
informações	a	respeito	da	relação	entre	o	consumo	de	carboidratos	e	lipídios	
e	a	sua	atividade	esportiva.	Considerando	a	situação	hipotética	exposta	e	a	
relação	entre	alimentação	e	desempenho	físico,	avalie	as	afirmativas	a	seguir:
FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/
645401-inep-2010-enade-nutricao>. Acesso em: 9 jul. 2021.
I-	 É	recomendável	o	consumo	de	alimentos	ricos	em	carboidratos	e	lipídios	
próximo	ao	horário	da	 atividade	 física,	pois	 esses	 alimentos	 favorecem	
o	depósito	do	glicogênio	hepático,	considerado	a	fonte	de	glicose	para	o	
exercício.
II-	 A	 jovem	 apresenta	 estado	 nutricional	 adequado,	 segundo	 o	 índice	 de	
massa corporal e, por isso, deve ingerir alimentos ricos em gordura antes 
da	 atividade	 física,	 pois	 a	 gordura	 é	 fonte	de	 energia	 para	 esportes	 de	
intensidade	leve.
AUTOATIVIDADE
186
III-	O	consumo	de	bebidas	energéticas	com	6%	a	8%	da	solução	de	carboidra-
tos	durante	a	atividade	física	é	recomendável	por	permitir	que	carboidra-
tos	sejam	enviados	para	os	tecidos	no	momento	em	que	a	fadiga	aparece.
IV-	A	ingestão	de	carboidratos	durante	a	atividade	física	não	previne	a	fadiga	
muscular,	mas	retarda	o	seu	surgimento,	melhorando	também	o	desem-
penho	da	esportista	pela	manutenção	da	glicemia	durante	o	exercício.
É	CORRETO	apenas	o	que	se	afirma	em:
a)	(			)	 I	e	II.
b)	(			)	 I	e	III.
c)	(			)	 I	e	IV.
d)	(			)	 III	e	IV.
3	 É	indispensável	ao	esportista	uma	alimentação	equilibrada	antes,	durante	e	
após	a	atividade	física.	Com	relação	à	nutrição	e	ao	exercício	no	esporte	e	na	
atividade	física,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 O	 uso	 de	 carboidratos	 (CHO)	 complexos	 e	 simples	 deve	 ocorrer	 até	
trinta	minutos	antes	da	atividade	física,	sendo	aconselhável	ingerir,	para	
a	reposição	de	glicose	durante	a	prática	esportiva,	que	contenham	teor	
entre	10%	e	20%	de	CHO.
(			)	 Deve-se	jejuar	por	duas	horas	antes	de	uma	competição	esportiva	ou	um	
treinamento	 intenso	para	evitar	um	problema	estomacal	causado	pelo	
alimento	não	digerido.
(			)	 A	refeição	pré-competição	ideal	consiste	em	alimentos	ricos	em	proteínas	
que	 irão	 garantir	 níveis	 elevados	 de	 proteína	 muscular	 durante	 a	
competição.
(			)	 O	consumo	de	carboidratos	com	um	alto	índice	glicêmico	constitui	um	
meio	mais	efetivo	de	repor	rapidamente	o	glicogênio	repletado	após	um	
exercício	intenso.
(			)	 A	instalação	do	quadro	de	anemia	em	um	atleta	pode	trazer	uma	seria	
de	prejuízos	ao	seu	desempenho,	entre	eles	o	maior	o	 risco	de	 fadiga	
muscular,	menor	capacidade	de	trabalho	físico	e	menor	resistência.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:	
a)	(			)	 F	–	F	–	F	–	V	–	V.	
b)	(			)	 F	–	F	–	F	–	F	–	V.
c)	(			)	 V	–	F	–	F	–	F	–	V.
d)	(			)	 F	–	F	–	V	–	F	–	V.
187
4	 De	acordo	com	a	literatura	científica	que	testa	a	eficácia	e	a	segurança	dos	
suplementos	 alimentares,	 eles	 podem	 ser	 colocados	 em	 três	 categorias	
baseadas	 na	 qualidade	 e	 quantidade	 de	 suporte	 científico	 disponível.	
Descreva	e	caracterize	as	categorias:
5	 Os	suplementos	alimentares	da	categoria	evidências	limitadas,	ou	mistas	
para	 apoiar	 a	 eficácia,	 são	 caracterizados	 por	 possuírem	 uma	 lógica	
científica	 para	 seu	 uso.	 Todavia,	 as	 pesquisas	 disponíveis	 falharam	 em	
produzir	 resultados	 consistentes	 apoiando	 sua	 eficácia.	 Compõem	 uma	
classe	de	suplementos	que	exige	a	realização	de	mais	pesquisas	para	que	os	
cientistas	possam	começar	a	entender	seu	impacto.	Nesse	sentido,	descreva	
os	apontamentos	referentes	ao	BCAA.
188
189
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A	fitoterapia	é	uma	ciência	que	utiliza	espécies	vegetais	conhecidas	por	
plantas	medicinais,	para	prevenção	etratamento	de	diferentes	doenças.	Desde	a	
antiguidade,	as	plantas	medicinais	são	usadas	com	grande	eficácia,	existem	re-
gistros	de	uso	de	plantas	com	finalidade	terapêutica	desde	o	Egito	Antigo,	sendo	
que	o	primeiro	relato	de	uso	medicinal	é	o	Papiro	de	Ebers	e	relaciona	as	plantas	
usadas	no	processo	de	embalsamento	das	múmias	(HIRSCHBRUCH,	2016).
Atualmente,	observa-se	que	a	maioria	dos	medicamentos	tem	sua	síntese	
baseada	 em	 princípios	 ativos	 isolados	 em	 plantas.	 É	 possível	 contar	 com	 o	
tratamento	por	meio	de	plantas	e	até	mesmo	como	adjuvante	de	cura	de	algumas	
patologias	descartando-se	efeitos	colaterais	e	minimizando	as	agressões	a	outros	
órgãos.	Este	é	o	princípio	dos	alimentos	com	propriedades	funcionais,	uma	vez	
que	os	princípios	ativos	são	sempre	fitoquímicos	ou	fitocomplexos	com	atividade	
específica	e	seletiva.	São	diversas	as	maneiras	descritas	para	utilizar	as	plantas	
medicinais,	 sendo	as	mais	usadas	os	 chás,	 extratos	 líquidos,	 temperos,	óleos	e	
extratos	secos	que	podem	ser	encapsulados	ou	adicionados	a	sucos	ou	qualquer	
outra	preparação	culinária.	
É	 importante	 ressaltar	 que	 cada	planta	 tem	uma	finalidade	 específica	 e	
que,	apesar	de	terem	algumas	propriedades	conhecidas	a	muito	tempo,	é	sempre	
bom	checar	outras	características,	as	quais	podem	até	prejudicar	o	paciente,	uma	
vez	que	os	princípios	ativos	apresentam	toxicidade	variável.	As	plantas	medici-
nais	têm	amplo	espectro	de	ação,	dependendo	sempre	da	forma	e	da	dosagem	uti-
lizada	para	determinação	dos	efeitos	físicos.	As	formas	mais	comuns	no	Brasil	são:	
infusões,	tinturas,	xaropes,	óleos,	sucos	e	encapsulados	(HIRSCHBRUCH,	2016).
TÓPICO 3 — 
FITOTERAPIA NO ESPORTE E ORIENTAÇÕES 
ESPECÍFICAS AOS ATLETAS
2 FITOTERAPIA NO ESPORTE
Dentre	 todas	 as	 possibilidades	 de	 aplicar	 a	 fitoterapia	 no	 mundo	 dos	
esportes,	 a	 primeira	 aplicação	 prática	 recomendada	 é	 a	 respeito	 do	 processo	
digestório	 do	 esportista.	 Considerando-se	 que	 maus	 hábitos	 alimentares,	
medicamentos,	suplementos,	estresse	físico	e/ou	mental	produzem	e	armazenam	
toxinas	no	organismo,	o	princípio	para	essa	indicação	é	a	desintoxicação,	sendo	
usadas	para	esse	fim	as	plantas	com	ação	quelante	de	toxinas	metabólitos	e/ou	
gorduras,	 além	 de	 papel	 antioxidante	 e	 hepatoprotetor	 (SCHULZ;	 HANSEL;	
TYLER,	2002).
190
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE
Nesse	 meio	 de	 espécies	 vegetais	 desintoxicantes	 tem-se	 diferentes	
variedades, citaremos, a seguir, algumas delas, iniciando pela salsaparrilha 
(Smilax japicanga).
A	 salsaparrilha	 é	 uma	 planta	 cujos	 galhos	 e/ou	 raízes	 (hastes	 finas	 e	
pequenas)	 são	usados	para	a	confecção	do	chá.	É	uma	erva	rica	em	saponinas	
(similasaponina,	 sarsaponina),	 parrilina	 e	 sitosterol,	 entre	 outras	 substâncias	
biologicamente	 ativas.	 Tem	 ação	 sudorífica,	 depurativa,	 diurética,	 anti-
inflamatória	 e	 antirreumática.	 Forma	 complexos	 lipossolúveis	 com	 colesterol,	
metais	pesados	e	outras	gorduras,	facilitando	seu	processo	de	excreção	urinária.	
É	bastante	utilizada	nos	tratamentos	de	gota,	 também	por	auxiliar	na	excreção	
de	 ácido	 úrico	 e	 ureia.	 Por	 toda	 sua	 ação	 observa-se	 significativo	 aumento	
na	 diurese.	 Portanto,	 seu	 uso	 é	 desaconselhado	 em	 períodos	 de	 competição	
(HIRSCHBRUCH,	2016).
Tem-se	também	o	alecrim	(Rosmarinus officinalis),	que	é	tônico	e	diaforético,	
ou	seja,	favorece	a	transpiração.	Um	de	seus	flavonoides	é	o	diosmin,	que	diminui	
a	fragilidade	capilar	e	aumenta	a	irrigação	periférica,	favorecendo	a	oxigenação	
dos	 tecidos.	Aumenta	 a	 secreção	 biliar,	 reduz	 a	 formação	 de	 gases	 e	 quela	 a	
gordura.	Além	de	hepatoprotetor,	 é	um	potente	anti-inflamatório.	Além	disso,	
reduz	 dores,	 sendo	 indicado	 em	 caso	 de	 contusões	 e	 entorses.	 Recomenda-se	
evitar	seu	uso	no	período	noturno,	pois	pode	alterar	o	ciclo	de	sono.	Não	deve	ser	
usado por hipertensos e gestantes, pois pode potencialmente aumentar a pressão 
diastólica	e	ser	absortivo,	respectivamente.
A hortelã (Mentha piperita)	também	é	uma	espécie	vegetal	utilizada	para	o	
fim	aqui	descrito.	Tem	um	sabor	refrescante	em	razão	de	sua	composição	química.	
A	concentração	do	óleo	aromático	mentol	varia	entre	50	e	90%	quando	destilado	
a	 frio.	Há	ainda,	em	sua	composição,	mentonas,	ésteres	e	 terpenos.	Estimula	a	
secreção	de	ácido	clorídrico,	além	de	aumentar	a	contratilidade	intestinal.	Também	
é	colagoga	e	antisséptica	do	trato	digestivo,	uma	vez	que	o	mentol	é	excretado	pela	
bile.	Pode	ser	utilizada	como	estimulante	de	apetite	se	consumida	isoladamente	
de	apetite	se	consumida	isoladamente	antes	da	refeição.	Outro	papel	importante	
é	que	a	sensação	de	refrescância	provocada	pelo	mentol	incentiva	o	consumo	de	
líquidos,	diminuindo	assim	o	risco	de	desidratação	em	atletas.	Pode	ser	usada	
topicamente	 como	 recurso	 para	 redução	 das	 dores	 advindas	 de	 traumas	 e/ou	
contusões,	pois	a	aplicação	local	de	óleo	de	menta	anestesia	os	tecidos	lesionados	
de	forma	superficial	(SCHULZ;	HANSEL;	TYLER,	2002).
 
Além	 das	 plantas	 usadas	 para	 fins	 desintoxicantes	 em	 períodos	 de	
treinamento sem competição, pode ser indicado o uso do mulungu (Erythrina 
mulungu	Benth),	para	diferentes	objetivos.	
O	 primeiro	 deles	 é	 que	 essa	 é	 uma	 planta	 indutora	 do	 sono.	 É	 clara	
a	 importância	 do	 sono	 como	 agente	 reparador	 em	 qualquer	 organismo,	
principalmente	em	atletas,	cujo	desgaste	físico	intenso	nem	sempre	é	recuperado	
em	intervalos	normais.	Destaca-se	a	indução	ao	sono	em	momento	próprio	que	
TÓPICO 3 — FITOTERAPIA NO ESPORTE E ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AOS ATLETAS
191
favoreça	a	ação	do	hormônio	de	crescimento,	favorecendo	a	ação	ergogenica	dele.	
Essa	planta	ainda	apresenta	ação	de	controle	de	produção	e	liberação	de	cortisol	
e gerenciamento de estresse causado pelo descontrole da suprarrenal em atletas 
(HIRSCHBRUCH,	2016).
Além	disso,	há	outro	 importante	 fator:	 seus	principais	 alcaloides	 são	 a	
eritrina	e	a	erisopina	e	atribui-se	a	elas	o	estímulo	da	regeneração	tissular.	Por	ser	
extremamente	sedativa,	só	pode	ser	usada	com	segurança	no	chá	da	noite,	antes	
do	repouso.
Já	a	arnica	(Arnica montana),	que	é	encontrada	em	flores,	apresenta	altos	
teores	de	terpenos.	Essas	substâncias	diminuem	a	formação	exsudato,	explicando	
parte	 de	 seu	 poder	 anti-inflamatório.	Além	 disso,	 é	 espasmolítica,	 reduzindo	
sensivelmente	as	dores	em	geral,	principalmente	as	decorrentes	de	 lesões	e/ou	
traumas.	Sua	atividade	é	potencializada	na	presença	de	Hamamelis	(SCHULZ;	
HANSEL;	TYLER,	2002).
Tem-se	 também	 as	 algas,	 em	 especial	 a	 clorela	 (Chlorella pyrenoidosa),	
bastante	utilizada	por	ser	fonte	de	vários	aminoácidos,	vitaminas	e	minerais,	com	
destaque	para	a	vitamina	C,	B2,	além	de	fósforo,	potássio	e	cálcio.	É	importante	
na	síntese	do	colágeno.	Em	sua	composição,	destaca-se	a	presença	da	Chlorella 
growth factor	(CGF),	uma	substância	biologicamente	ativa	que,	em	conjunto	com	
outras,	estimula	o	trabalho	do	sistema	imunológico.	A	dose	recomendada	é	de	2	
g/dia.	Sua	ação	é	maximizada	quando	associada	a	suplementação	de	60	mg	de	
ácido	ascórbico.
Por	 sua	 vez,	 a	 castanha	 da	 índia	 (Aesculus hippocastanum)	 aumenta	
a	 resistência	 e	 o	 tônus	 das	 veias	 e	 favorecem	 o	 retorno	 sanguíneo	 e	 o	 alho	 é	
recomendado	cru	como	tempero	culinário.	A	alicina	presente	em	sua	composição	
é	 amplamente	 reconhecida	 como	 agente	 bactericida	 e	 fungicida.	 Além	 dela,	
há	 a	 quercetina,	 que	 também	 atua	 positivamente	 na	 diminuição	 de	 processo	
inflamatório.	Há	ainda	uma	gama	de	compostos	sulfurados	como:	
• aliina com ação hipotensora e hipoglicemiante;
• ajoeno	(ajocisteína),	que	atua	na	prevenção	de	coágulos	e	que	tem	papel	anti-
inflamatório,	vasodilatador,	hipotensor	e	antibiótico;
• alicina	e	tiossulfinatos,	que	são	antibióticos,	antifúngicos	e	antivirais;
• alil	mercaptano	e	sulfeto	dialil	com	a	ação	hipocolesterolemiante;
• s-alil-cisteína	 e	 compostos	 g-glutâmico,

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