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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Nutrição e exercício 
Físico
Prof.ª Roseane Leandra da Rosa
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Roseane Leandra da Rosa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
R788n
 Rosa, Roseane Leandra da
 
 Nutrição e exercício físico. / Roseane Leandra da Rosa – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 212 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-727-3
 ISBN Digital 978-65-5663-728-0 
 
 1. Esporte. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
CDD 610
ApreseNtAção
Olá, acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Nutrição e Exercício 
Físico! Este livro didático tem como propósito auxiliar você no processo de 
aprendizagem da ciência da Nutrição na área do esporte, o que envolve 
diferentes conceitos e dinamismo.
Este livro servirá como guia para você, futuro nutricionista, saber 
como proceder em um atendimento em consultório, clínica e academia 
com praticantes de exercício físico e atletas, adquirindo os conhecimentos 
necessários para diferenciar as necessidades de macronutrientes e 
micronutrientes a essa população, assim como verificar a composição 
corporal adequada à pratica esportiva realizada e prescrever desde cardápios 
personalizados até suplementos nutricionais.
O livro está dividido em três unidades, cada qual com objetivos, 
conteúdos, atividades de estudo, dicas, sugestões e recomendações. 
Na primeira unidade será abordada uma breve introdução de 
nutrição no exercício e no esporte. Revisaremos a história da nutrição na 
área esportiva, assim como a importância do planejamento da alimentação 
no rendimento dos desportistas. Em seguida, discutiremos a fisiologia do 
exercício, como ocorrem as adaptações biológicas no organismo de um 
indivíduo em resposta ao treinamento e a importância dessas adaptações 
relacionadas ao mecanismo de aproveitamento dos nutrientes, assunto 
que nos direciona para o terceiro tema abordado na Unidade 1, os 
sistemas de produção de energia, os quais são relacionados à bioquímica 
dos macronutrientes, como e em quais momentos cada macronutriente é 
utilizado pela célula como fonte energética.
Na segunda unidade, você aprofundará os conhecimentos referen-
tes à avaliação da composição corporal de um atleta, as fórmulas e dobras 
mais adequadas, bem como identificará percentuais de gordura corporal 
mais adequados para determinadas modalidades esportivas. Posterior-
mente, compreenderá como determinar as necessidades nutricionais dos 
desportistas nas diferentes modalidades que denotam diferentes objetivos, 
como a resistência e a força. Por fim, ainda na Unidade 2, poderá verificar a 
importância de uma correta hidratação durante a prática esportiva e quais 
os líquidos mais indicados para repor os micronutrientes perdidos no suor, 
assim como os que devem ser consumidos antes, durante e após a prática.
Já na terceira unidade será possível compreender o que são recursos 
ergogênicos e suplementos alimentares, identificando dentro da legislação 
brasileira e diretrizes internacionais quais são os suplementos mais indicados 
para cada modalidade e como se faz o processo de análise de um indivíduo 
até a prescrição do suplemento. 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Também conhecerá, de maneira breve, a fitoterapia e suas nuances e 
possibilidades dentro da área esportiva. Por fim, identificará os inquéritos 
alimentares mais adequados à população que pratica exercícios físicos e 
como proceder com orientações específicas aos atletas e suas demandas 
específicas. 
Desejamos uma ótima leitura!
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO .................................................................. 1
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA ............................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE É UM NUTRICIONISTA ESPORTIVO? ........................................................................... 4
2.1 IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO NO ESPORTE ...................................................................... 7
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 10
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO ................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15
2 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO .................................................................... 17
2.1 CLASSIFICAÇÕES DO EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................................... 17
2.2 RESPOSTAS HORMONAIS NO EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................... 20
2.3 INSULINA, GLUCAGON E EXERCÍCIO FÍSICO ................................................................... 22
2.4 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO, CORTISOL E CATECOLAMINAS
 NO EXERCÍCIO FÍSICO ............................................................................................................. 23
2.5 TESTOSTERONA E EXERCÍCIO FÍSICO ................................................................................. 25
2.6 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE AS RESPOSTAS
 HORMONAIS INDUZIDAS PELO EXERCÍCIO ..................................................................... 26
3 SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO .................................................................................................26
4 EXCESSO DE TREINAMENTO (OVERTRAINING) .................................................................. 28
5 OVERTRAINING EM ATLETAS DE ENDURANCE E FORÇA................................................. 30
5.1 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃO DO OVERTRAINING ....................... 31
6 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA FUNÇÃO CARDIOVASCULAR ............................. 32
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 — SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ......................................................... 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 AS CÉLULAS ...................................................................................................................................... 39
3 METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES .......................................................................... 45
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 47
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 49
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 53
UNIDADE 2 — COMPOSIÇÃO CORPORAL E NECESSIDADES
 NUTRICIONAIS NO ESPORTE ........................................................................... 57
TÓPICO 1 — COMPOSIÇÃO CORPORAL .................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 VARIÁVEIS APLICADAS NA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ................ 59
2.1 DOBRAS CUTÂNEAS ................................................................................................................. 61
2.2 CIRCUNFERÊNCIA OU PERÍMETRO ..................................................................................... 64
2.3 BIOIMPEDÂNCIA ........................................................................................................................ 66
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PRATICANTES DE EXERCÍCIO
 FÍSICO E ATLETAS ........................................................................................................................... 68
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 74
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 75
TÓPICO 2 — NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO ESPORTE ............................................. 79
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 79
2 ATENDIMENTO NUTRICIONAL ................................................................................................. 80
3 CÁLCULOS DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS .............................................................. 84
4 RECOMENDAÇÃO PARA CONSUMO DE MACRONUTRIENTES .................................... 88
4.1 CARBOIDRATOS .......................................................................................................................... 89
4.2 PROTEÍNA..................................................................................................................................... 92
4.3 LIPÍDIOS ....................................................................................................................................... 94
4.4 PLANEJAMENTO ALIMENTAR (ANTES/DURANTE E APÓS AS REFEIÇÕES) ............ 95
4.4.1 Estratégias pré-competição ................................................................................................ 96
4.4.2 Estratégias durante competição ......................................................................................... 98
4.4.3 Estratégias pós-competição ................................................................................................ 98
4.5 MICRONUTRIENTES .................................................................................................................. 99
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 104
TÓPICO 3 — HIDRATAÇÃO NO ESPORTE ............................................................................... 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107
2 INGESTÃO HÍDRICA .................................................................................................................... 107
2.1 UM POUQUINHO DA HISTÓRIA .......................................................................................... 109
2.2 COMPOSIÇÃO DO SUOR ........................................................................................................ 110
2.2.1 Taxa de suor ........................................................................................................................ 110
3 HIDRATAÇÃO ................................................................................................................................. 112
3.1 EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO .................................................................................... 112
3.2 DESEQUILÍBRIO ENTRE OS ELETRÓLITOS ........................................................................ 113
3.3 EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE ...................................................................................................... 113
4 ESVAZIAMENTO GÁSTRICO ..................................................................................................... 115
4.1 DENSIDADE ENERGÉTICA .................................................................................................... 115
4.2 INTENSIDADE E TIPO DO EXERCÍCIO ................................................................................ 115
4.3 TEMPERATURA DAS BEBIDAS E VOLUME INGERIDO .................................................. 116
4.4 TIPO DE CARBOIDRATO NOS REPOSITORES HIDROELETROLÍTICOS ..................... 116
5 ABSORÇÃO INTESTINAL ........................................................................................................... 116
5.1 TIPO E CONCENTRAÇÃO DE CARBOIDRATO ................................................................. 117
6 RECOMENDAÇÕES DE INGESTÃO DE FLUIDOS E ELETRÓLITOS .............................. 118
6.1 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC
 Nº 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010 .............................................................................................. 119
6.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE HIDRATAÇÃO E TIPO DE EXERCÍCIO ............................... 120
6.2.1 Hidratação em esportes de alta intensidade e curta duração ..................................... 120
6.2.2 Hidratação em corredores de meia distância ................................................................ 120
6.2.3 Hidratação para exercícios de longa distância .............................................................. 120
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 124
RESUMODO TÓPICO 3................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 130
UNIDADE 3 — RECURSOS ERGOGÊNICOS: CONCEITOS E APLICABILIDADE ............... 137
TÓPICO 1 — RECURSOS ERGOGÊNICOS ................................................................................. 139
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 139
2 INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR .......................................................... 140
3 LEGISLAÇÃO DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES ......................................................... 143
3.1 DIRETRIZES E POSICIONAMENTOS .................................................................................... 148
3.1.1 Declaração de Consenso da Associação Internacional
 das Federações de Atletismo 2019 ................................................................................... 149
3.1.2 Declaração de consenso do Comitê Olímpico Internacional (COI):
 suplementos alimentares e atleta de alto desempenho ................................................ 149
3.1.3 Autoridade brasileira de controle de dopagem ............................................................. 150
4 SUPLEMENTOS ALIMENTARES MAIS USADOS E SUA COMPOSIÇÃO ..................... 151
4.1 AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA ...................................................................... 151
4.2 WHEY PROTEIN ......................................................................................................................... 152
4.3 ARGININA ................................................................................................................................. 152
4.4 ALANINA .................................................................................................................................... 153
4.5 HMB .............................................................................................................................................. 153
4.6 CREATINA .................................................................................................................................. 154
4.7 CAFEÍNA ..................................................................................................................................... 155
4.8 BICARBONATO DE SÓDIO ..................................................................................................... 156
5 VITAMINAS E MINERAIS ........................................................................................................... 157
6 ESCOLHA DO SUPLEMENTO ALIMENTAR .......................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163
TÓPICO 2 — RECURSOS ERGOGÊNICOS NOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
 E DE RESISTÊNCIA .................................................................................................. 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 SUPLEMENTOS ALIMENTARES PARA EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIA ........................ 167
2.1 SUPLEMENTOS ALIMENTARES EFICAZES E APARENTEMENTE
 SEGUROS, COM FORTES EVIDÊNCIAS, DE ACORDO COM A
 SOCIEDADE INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO ESPORTIVA ....................................... 167
2.2 SUPLEMENTOS COM EVIDÊNCIA LIMITADA OU MISTA PARA APOIAR
 A EFICÁCIA ................................................................................................................................ 173
3 EFICÁCIA DO AUXÍLIO ERGOGÊNICO DOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES
 NOS EXERCÍCIOS DE FORÇA .................................................................................................... 176
3.1 SUPLEMENTOS PARA HIPERTROFIA MUSCULAR ......................................................... 178
3.1.1 Fortes evidências para apoiar a eficácia e aparentemente seguro .............................. 178
3.1.2 Evidência limitada ou mista para apoiar a eficácia ...................................................... 181
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 184
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 185
TÓPICO 3 — FITOTERAPIA NO ESPORTE E ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
 AOS ATLETAS ............................................................................................................ 187
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 187
2 FITOTERAPIA NO ESPORTE ...................................................................................................... 187
3 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA EVITAR DISTÚRBIOS
 GASTROINTESTINAIS DURANTE O EXERCÍCIO ............................................................... 192
3.1 CAUSAS DOS PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS DURANTE O EXERCÍCIO............ 192
3.2 QUEM TEM MAIOR CHANCE DE APRESENTAR PROBLEMAS 
GASTROINTESTINAIS? ............................................................................................................ 193
3.3 ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR OU MINIMIZAR DISTÚRBIOS 
GASTROINTESTINAIS DURANTE O EXERCÍCIO .............................................................. 193
3.3.1 Múltiplos transportadores ................................................................................................ 194
3.3.2 Bochecho de carboidrato .................................................................................................. 194
3.3.3 Recomendações práticas ................................................................................................... 195
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 196
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 198
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 200
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 202
1
UNIDADE 1 — 
NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender as nuances que envolvem o exercício físico, desde as 
adaptações fisiológicas aos sistemas de produção de energia;
• conhecer as diferentes formas de avaliação da composição corporal dos 
praticantes de exercícios físicos e atletas;
• calcular as necessidades nutricionais de acordo com o gasto energético 
de cada modalidade realizada, adaptando o planejamento alimentar de 
acordo com a individualidade de cada praticante;
• identificar a importância da hidratação e repositores hidroeletrolíticos, 
verificando como prescrever antes, durante e após a prática;
• verificar a necessidade de inserção de suplementos alimentares e 
fitoterápicos no planejamento alimentar dos atletas, identificando os 
protocolos que podem ser utilizados frente à realidade do indivíduo.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontraráautoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
TÓPICO 2 – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
TÓPICO 3 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Nesta primeira unidade, nós veremos uma breve 
introdução de nutrição no exercício e no esporte. Revisaremos a história da 
nutrição na área esportiva, assim como a importância do planejamento da 
alimentação no rendimento dos desportistas. Em seguida, discutiremos a 
fisiologia do exercício, como ocorrem as adaptações biológicas no organismo de 
um indivíduo em resposta ao treinamento e a importância dessas adaptações 
relacionadas ao mecanismo de aproveitamento dos nutrientes, assunto que nos 
direciona para o terceiro tema abordado nesta unidade, os sistemas de produção 
de energia, os quais são relacionados à bioquímica dos macronutrientes, assim, 
poderemos compreender os melhores momentos de consumir cada um deles 
(carboidrato, proteína, lipídio), para que possam ser bem absorvidos e, com isso, 
beneficiar as respostas esperadas no desempenho dos atletas.
Vamos lá? Você sabe quando a nutrição esportiva teve seu “start” no 
Brasil?
O grande interesse pela nutrição esportiva ocorreu na Copa do Mundo de 
1994, isso mesmo, há pouco menos de 30 anos, quando a então nutricionista da 
seleção brasileira de futebol e uma das pioneiras do trabalho nessa área no Brasil, 
Patrícia Bertolucci, abandonou a equipe após ter vetado, e não ter tido sua deci-
são respeitada, feijoada durante a estadia do time dos Estados Unidos, situação 
noticiada pela mídia da época demonstrou a desvalorização do profissional nutri-
cionista por parte dos atletas, equipe técnica e pelos dirigentes (RANGEL, 2006). 
Após muito empenho por parte dos nutricionistas, hoje, não só os atletas, 
mas também os esportistas, apresentam grande interesse pela nutrição esportiva. 
A consciência da necessidade de uma alimentação balanceada para o desempenho 
físico é cada vez maior, assim como a oferta de suplementos e bebidas para 
esportistas no mercado não para de crescer (HIRSCHBRUCH, 2003).
Nesse sentido, muitos profissionais vêm estudando e se especializando 
nessa área, todavia, quem está na linha de frente orientando os atletas e 
esportistas, raramente é responsável pela produção do conhecimento científico, 
já que os pesquisadores dificilmente são nutricionistas que atuam na área, sendo, 
em geral, pesquisadores vinculados a universidades, os demais profissionais 
acabam por trabalhar de forma bastante pulverizada, não sistemática e, muitas 
vezes, solitária.
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
4
Antes de introduzir a atuação do profissional da nutrição na área espor-
tiva, vamos rever algumas definições importantes. Você já parou para pensar se 
existe diferença entre os termos exercício físico e atividade física? Então, eles pos-
suem conceitos diferentes, vejamos a seguir:
A atividade física conceitua-se por qualquer movimento produzido pela 
musculatura esquelética que gere um gasto energético maior que o basal. Por 
sua vez, o exercício físico, caracteriza-se por qualquer atividade física planejada, 
estruturada e repetida, que tem o objetivo de manutenção ou de melhora da 
aptidão física (HIRSCHBRUCH, 2016).
Ainda há uma definição específica para esporte, a qual trata de uma 
prática corporal que envolve competição regulamentada e que tem base na 
superação de competidores ou de resultados já estabelecidos. De acordo com 
o tipo das atividades físicas realizadas diariamente, os praticantes podem ser 
classificados como fisicamente ativos, insuficientemente ativos ou sedentários. 
Seguem conceitos:
• O indivíduo fisicamente ativo é aquele que inclui no seu dia a dia 
atividades com gasto energético moderado a intenso e, portanto, 
segue as recomendações de intensidade e frequência da pratica de 
atividades físicas diárias, seja no lazer, em atividades domésticas, 
no trabalho ou na locomoção; 
• O indivíduo insuficientemente ativo pratica atividades com gas-
to energético de leve a moderado, não cumprindo as diretrizes 
de saúde publicada para os níveis diários recomendados de ati-
vidade física. 
• Já o indivíduo sedentário é caracterizado pela ausência de 
atividades que elevem de forma significante o gasto energético 
basal, com predominância de atividades que sejam realizadas em 
repouso (sentado em atividades de lazer, como assistindo à TV ou 
usando o computador, ou ainda atividades em repouso no trabalho 
ou na escola) (SIMINO, 2018, p. 11).
2 O QUE É UM NUTRICIONISTA ESPORTIVO?
De maneira geral, a rotina do nutricionista que atua na área esportiva 
não é diferente das áreas tradicionais da nutrição: atendimento nutricional 
individualizado, orientação nutricional a grupos, planejamento de compras, 
planejamento de cardápios entre outras demandas.
“Atuar com nutrição e exercício físico pode ser um desafio, especialmente 
quando se procuram definições e protocolos. Por ser uma área abrangente, os 
estudos já existentes acabam servindo a todas às situações” (HIRSCHBRUCH, 
2016, p. 4). Com isso, merece destaque o quesito da diferença entre as alterações 
do metabolismo causadas pelo exercício intenso e as alterações metabólicas 
induzidas por exercício leve e moderado, fator que já determina uma abordagem 
diferente pelo profissional nutricionista. 
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
5
Além disso, a própria definição de praticantes de exercícios físico, por 
vezes, é contraditória entre referências e pouco clara, sendo que a maioria dos 
estudos é realizada com atletas, representando um problema, já que esportistas 
recreacionais podem acabar seguindo as recomendações dietéticas direcionadas 
a atletas (PEREIRA; LAJOLO; HIRSCHBRUCH, 2003). 
Dentro disso, cabe caracterizar que os praticantes de exercícios físicos 
englobam desde as crianças em idade escolar a adultos de todas as idades, de 
competidores de elite a esportistas de final de semana. Apesar de se considerarem 
atletas, seus interesses, habilidades e necessidades de treinamento são variados. 
Ou seja, nesse grupo não se encaixam os atletas que possuem treinamentos 
mais intensos e comprometimento com a modalidade praticada, considerando 
que possuem o esporte como profissão, sendo remunerados/premiados. Nesse 
interim, destaca-se que a área da nutrição esportiva engloba tanto atletas como não 
atletas e a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada aos atletas de 
elite (olímpicos ou de competição) não sendo presente muitos na literatura dados 
que se referem aos chamados “atletas recreacionais” esportistas, desportistas 
ou praticantes de exercício físico, dificultando a atuação do profissional 
(HIRSCHBRUCH, 2016).
Seguindo esse conceito, o nutricionista acaba por utilizar das 
recomendações que não são específicas aos esportistas, já que nos locais onde 
atuam, em sua maioria, atendem a praticantes de exercícios físicos que visam lazer, 
melhora da forma física e saúde, sem objetivos competitivos e de desempenho 
(HIRSCHBRUCH, 2016). Demonstram com isso, que um dos maiores desafios 
acaba se tornando a adaptação das recomendações e os protocolos às modalidades 
específicas e à própria intensidade de treinamento do atleta. 
Caro acadêmico, nesse interim, surge uma pergunta. Será que a nutrição 
está preparada para atuar corretamente no esporte? Para Hirschbruch (2016, p. 5):
O nutricionista que deseja seguir a área esportiva precisa se preparar 
para algumas competências técnicas inerentes, que vão além do 
conhecimento básico de bioquímica e fisiologia geral e do exercício, 
devendo se dedicar às seguintes disciplinas: – avaliação nutricional: 
com conhecimentos em antropometria, composição corporal e biótipo 
ou somatotipia (somatotipo)ideal para diferentes tipos de esportes, 
bem como análise dietética, avaliação bioquímica e sinais clínicos 
importantes à conduta alimentar; – educação alimentar e nutricional: 
conhecer os mitos da alimentação, as necessidades nutricionais do 
esportista, as demandas necessárias em função da carga da prática 
físico-esportiva; – nutrição clínica: detectar possíveis riscos de 
transtornos alimentares, consequências das interações entre fármacos 
e nutrientes e entre nutrientes, conhecer as condutas para distúrbios 
alimentares, amenorreia, anemia, osteoporose e gravidez. Conhecer 
suplementos alimentares e compostos ergogênicos, bem como políticas 
de regularização dos suplementos e critérios específicos. Conhecer 
as características pertinentes das diversas modalidades esportivas 
(frequência, carga de treinamento, periodização do treinamento em 
função do calendário) estratégias de hidratação, estratégias de melhor 
recuperação após o exercício.
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
6
Grandjean (1993), em um levantamento sobre recomendações dos 
profissionais que lidam com nutrição esportiva nos Estados Unidos, descobriu 
que apenas 16% trabalham com atletas de competição e 3% com atletas de elite. 
Importante, ainda, conhecer métodos de investigação científica, além de revisar e 
criticar publicações informativas e/ou científicas.
Ressalta-se, aqui, que a principal função do nutricionista é modificar 
o hábito alimentar dos indivíduos para prevenir doenças, manter a saúde e 
melhorar o desempenho e o rendimento, isto é, influir positivamente sobre sua 
saúde e qualidade de vida, repassando informações dos conceitos científicos de 
nutrição e de como colocar em pratica hábitos alimentares saudáveis.
Ainda, segundo Hirschbruch (2016, p. 9), destaca-se que:
O nutricionista esportivo deve conduzir com cuidado e respeito 
mudanças de hábitos alimentares. Alimentos devem ser valorizados 
por meio de estratégias de educação nutricional: vínculo, motivação, 
valorização do positivo, proposta de ajustes individualizada. 
Praticidade virou sinônimo de produtos industrializados, shakes, 
caixinhas, barrinhas, pacotinhos. Estimular o consumo de alimentos 
de baixo valor nutricional e de suplementos como substitutos de 
refeição pode ser um erro. 
Percebe-se, dessa forma, que a reeducação alimentar permitirá ao indi-
víduo (atleta ou esportista) compreender, dentro de suas condutas alimentares, 
qual é a mais adequada para seu objetivo. O profissional nutricionista deve ex-
plicar ao cliente o que será realizado para montagem do planejamento, pois é 
o conhecimento da lógica do processo que lhe dá condições para conseguir se 
alimentar de maneira saudável.
É necessário que o nutricionista preste atenção em sua conduta para não 
incorrer na prescrição de treinamentos, atividade de competência do educador físico. 
Cabendo aos profissionais que atuam no esporte o fortalecimento das áreas de nutrição e 
educação física, já que uma dieta adequada e balanceada é um componente essencial de 
qualquer programa esportivo ou aptidão física (HIRSCHBRUCH, 2016).
ATENCAO
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
7
2.1 IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO NO ESPORTE
É comum que indivíduos que iniciem a realização de práticas esportivas, 
acabem por alterar seu padrão alimentar, passando a ter maior interesse pela 
manutenção da saúde, tendendo a consumir menos gordura, mais vegetais e outras 
fontes de carboidratos complexos (BUSKIIRK, 1991; HIRSCHBRUCH, 2016).
Também é sabido que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos 
benéficos sobre o metabolismo, reduzindo a gordura corporal, aumentando a 
massa magra, trazendo modificações positivas no perfil lipídico, assim como, 
aumento do metabolismo, controle da pressão arterial e da glicemia e maior 
mineralização óssea. Todavia, apesar das condições favoráveis, a qualidade 
da alimentação na maioria dos grupos fisicamente ativos não parece ser muito 
diferente da dos indivíduos sedentários, apesar da maior ingestão calórica.
Diversos são os estudos, que relatam que a ingestão energética e de 
nutrientes dos atletas, é inferior às suas necessidades (JUZWIAK; PASCHOAL; 
LOPEZ, 2000). Sendo, aqui, viável destacar a importância da relação entre a 
nutrição e a atividade física, já que a capacidade do rendimento físico do organismo 
só melhora diante da ingestão equilibrada de todos os nutrientes, sejam eles 
carboidratos, gorduras, proteínas, minerais e vitaminas. Ainda mais quando são 
períodos de treinamento para competição. A dieta, quando realizada de maneira 
inadequada, reduz o desempenho e pode prejudicar a saúde, considerando que 
uma ingestão energética inadequada está associada à ingestão marginal de macro 
e micronutrientes, principalmente de carboidratos, piridoxina, cálcio, folato, 
zinco e magnésio (CUPISTI et al., 2002).
Para o atleta de elite, a nutrição tem um papel vital da superação dos 
limites, se apresentando, ainda, como o fator extra para o sucesso quando todos 
os outros fatores se equiparam com os “concorrentes”. E claro, os esportistas 
também se beneficiam de um planejamento nutricional adequado para o esporte 
que praticam (MAUGHAN, 2002).
A consciência da população na importância da alimentação equilibrada é 
crescente, mas, na prática, as melhorias alimentares não têm avançado muito, se tornando 
um desafio aos profissionais nutricionistas, que devem usar a educação nutricional para 
preencher a lacuna entre as atitudes e os comportamentos das pessoas relacionados 
às dietas. Demonstrando que a alimentação saudável pode ser prazerosa e fácil de ser 
elaborada (HIRSCHBRUCH, 2016).
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
8
Por isso, a determinação de uma recomendação específica para pessoas 
fisicamente ativas poderia colaborar com a identificação precoce de padrões 
alimentares prejudiciais, podendo prevenir e tratar tais comportamentos 
inadequados nessa área, pois, tanto atletas como praticantes de exercícios 
físicos, muitas vezes se envolvem em práticas não saudáveis de controle de 
peso, particularmente, em esportes que exijam a manutenção de certo peso como 
fisiculturismo, dança, corridas de longa distância, mergulho, ginástica, natação, 
lutas, remo, hipismo e patinação (OPPLIGER et al., 1993).
É de suma importância que o objetivo dos atletas e desportistas seja a 
manutenção de um peso saudável por meio de comportamentos alimentares 
e práticas esportivas adequadas, já que um indivíduo bem nutrido tem menos 
probabilidade de sofrer lesões ou doenças (HIRSCHBRUCH, 2016).
Outro aspecto relevante está relacionado ao modismo do consumo de 
suplementos. Muitos atletas creem que o uso de suplementos proporcionou 
vantagens competitiva, desconsiderando todas as variáveis que impactam o 
organismo ao usar essas substâncias, que podem ser positivas e/ou negativas. Com 
frequência, determinadas substâncias são comercializadas sem base em pesquisa 
científica, que determine seus objetivos, seus benefícios potenciais ou possíveis 
efeitos colaterais nocivos, sendo alarmante o dado de que alguns suplementos 
entram e saem de moda antes que se façam estudos que estabeleçam seus efeitos. 
Nutricionistas qualificados podem ajudar atletas e indivíduos ativos:
• Educando sobre os requerimentos de energia para o esporte praticado e 
sobre o papel dos alimentos como combustível;
• Enfatizando a importância de uma ingestão energética adequada para a 
saúde, para a prevenção de lesões e para o desempenho;
• Desencorajando objetos de peso e composição corporal não realista;
• Avaliando e fazendo acompanhamentos antropométricos no intuito de 
estabelecer o peso e a composição corporal adequados para o esporte 
praticado;
• Ensinando técnicas adequadas para manter o peso e a composição corporal 
sem a necessidade de recorrer a dietas milagrosas ou muito restritivas;
• Avaliando a ingestão alimentar e de suplementos durante o período de 
treinamentos, competições e também fora das temporadas. Essa avaliaçãodeve ser usada como base das propostas nutricionais, que devem conter 
recomendações apropriadas de energia de nutrientes para a manutenção 
da saúde, do peso e da composição corporal adequados;
• Fornecendo diretrizes específicas para boas escolhas de alimentos e de 
líquidos em viagens e refeições fora de casa;
• Avaliando a ingestão hídrica e a perda de peso dos atletas durante o exercício 
e fazendo recomendações apropriadas de ingestão de líquidos antes, 
durante e depois do treino. Ajudando o atleta a escolher o tipo de bebida 
e a quantidade adequada a ser ingerida nessas situações, especialmente se 
ele se exercita em ambientes adversos;
TÓPICO 1 — NUTRIÇÃO ESPORTIVA: UMA VISÃO PRÁTICA
9
• Garantindo a ingestão de energia, proteínas e micronutrientes por meio 
de informações nutricionais adequadas, particularmente aos atletas que 
requerem considerações nutricionais específicas, como vegetarianos, 
crianças e adolescentes;
• Analisando cuidadosamente qualquer suplemento, fitoterápico, ergogênico 
ou droga que o atleta queira ingerir. Esses produtos devem ser utilizados 
com cautela e somente após a verificação de sua legalidade e da literatura 
atual sobre os ingredientes listados no rótulo. Suplementos só devem ser 
recomendados depois de uma análise da saúde, da dieta, das necessidades 
nutricionais e energéticas e dos suplementos e drogas atualmente utilizados 
pelo atleta.
Mais importante do que discutir prescrições alimentares é avaliar 
se essas prescrições são razoáveis e se podem ser traduzidas em escolhas 
alimentares consistentes. O nutricionista faz o seu melhor quando considera 
as pessoas e sua relação com a comida ao invés de ser um árbitro de dietas. 
A distância entre saber fazer continuará enquanto o saber não for realista. 
Se uma dieta não for realista, ela não trará benefício algum. A prescrição 
alimentar precisa ultrapassar as recomendações nutricionais.
A interação com outros profissionais pode colaborar para que nossas 
prescrições sejam mais humanizadas.
FONTE: AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE; AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION 
(ADA). Dietitians of Canada. Nutrition and athletic performance. Joint position statement. 
Med Sci Sports Exerc., [S. l.], v. 32, n. 12, p. 2130-2145, 2000. p. 2130.
10
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Nutricionistas têm o papel fundamental no desenvolvimento de intervenções 
e na promoção de pesquisa no campo da nutrição e do esporte.
• A educação nutricional deve ser componente significativo de um programa de 
exercícios físicos.
• O sucesso da comunicação e da motivação do comportamento requer 
conhecimento do que os atletas sabem de escolhas alimentares, por que fazem 
essas escolhas e de como respondem às mensagens nutricionais.
• É essencial educar a população sobre hábitos de exercício e de alimentação, já 
que muitas vezes, treinadores, preparadores físicos, professores e até mesmo o 
médico e o nutricionista, propagam informações errôneas sobre nutrição.
• Atletas competitivos ou recreacionais precisam de níveis adequados de 
“combustível”, líquidos e nutrientes para atingir o desempenho máximo.
• O papel do nutricionista esportivo é aconselhar os atletas acerca das neces-
sidades nutricionais adequadas antes, durante e depois do exercício e para a 
manutenção de uma boa saúde, do peso e da composição corporal adequados.
11
1 Após muito empenho por parte dos nutricionistas, hoje, não só os atletas, 
mas também os esportistas, apresentam grande interesse pela nutrição 
esportiva. A consciência da necessidade de uma alimentação balanceada 
para o desempenho físico é cada vez maior, assim como a oferta de 
suplementos e bebidas, todavia, é importante que se avalie em qual contexto 
o indivíduo se enquadra. Pontue as principais diferenças entre atividade 
física, exercício físico e esporte.
2 É sabido que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos benéficos 
sobre o metabolismo, reduzindo a gordura corporal, aumentando a massa 
magra, trazendo modificações positivas no perfil lipídico, assim como, 
aumento do metabolismo, controle da pressão arterial e da glicemia e maior 
mineralização óssea. Todavia, apesar das condições favoráveis, a qualidade 
da alimentação na maioria dos grupos fisicamente ativos não parece ser 
muito diferente da dos indivíduos sedentários, apesar da maior ingestão 
calórica. Descreva a importância do papel da nutrição/ do nutricionista 
para indivíduos fisicamente ativos.
3 Os praticantes de exercícios físicos englobam desde as crianças em idade 
escolar a adultos de todas as idades, de competidores de elite a esportistas 
de final de semana. Apesar de se considerarem atletas, seus interesses, 
habilidades e necessidades de treinamento são variados. Ou seja, nesse 
grupo não se encaixam os atletas que possuem treinamentos mais intensos 
e comprometimento com a modalidade praticada, considerando que 
possuem o esporte como profissão, sendo remunerados/premiados. Nesse 
interim, assinale a alternativa correta, considerando o público que a área da 
nutrição esportiva engloba:
a) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são tanto atletas como não atletas, 
sendo que a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada 
aos atletas de elite, não estando presente na literatura dados que se 
referem aos esportistas, desportistas ou praticantes de exercício físico, 
fato que dificultando a atuação do profissional.
b) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são apenas os atletas, pois a maior 
parte dos estudos e recomendações é direcionada aos atletas de elite.
c) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são os esportistas/não atletas, 
todavia a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada 
aos atletas de elite, não estando presente na literatura dados que se 
referem aos esportistas, desportistas ou praticantes de exercício físico.
AUTOATIVIDADE
12
d) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são tanto atletas como não atletas, 
sendo que a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada a 
ambos os públicos.
e) ( ) O público alvo da nutrição esportiva são tanto atletas como não atletas, 
sendo que a maior parte dos estudos e recomendações é direcionada 
esportistas, não estando presente na literatura dados que se referem 
aos atletas, desportistas ou praticantes de exercício físico, fato que 
facilita a atuação do profissional.
4 De acordo com o tipo da atividade física realizada diariamente, os praticantes 
podem ser classificados como fisicamente ativos, insuficientemente ativos 
ou sedentários. Assinale a alternativa que corresponde à característica dos 
indivíduos fisicamente ativos:
a) ( ) O indivíduo fisicamente ativo é aquele que inclui no seu dia a dia 
atividades com gasto energético moderado a intenso e, portanto, 
segue as recomendações de intensidade e frequência da prática de 
atividades físicas diárias, seja no lazer, em atividades domésticas, no 
trabalho ou na locomoção.
b) ( ) O indivíduo fisicamente ativo pratica atividades com gasto energético 
de leve a moderado, não cumprindo as diretrizes de saúde publicada 
para os níveis diários recomendados de atividade física. 
c) ( ) O indivíduo fisicamente ativo é caracterizado pela ausência de ativi-
dades que elevem, de forma significante, o gasto energético basal, com 
predominância de atividades que sejam realizadas em repouso (senta-
do em atividades de lazer, como assistindo à TV ou usando o compu-
tador, ou, ainda, atividades em repouso no trabalho ou na escola).
d) ( ) O indivíduo fisicamente ativo pratica atividades com gasto energético 
moderado, com predominância de atividades que sejam realizadas 
em repouso (sentado em atividades de lazer, como assistindo à TV ou 
usando o computador, ou ainda atividades em repouso no trabalho ou 
na escola).
e) ( ) O indivíduo fisicamente ativo pratica atividades com gasto energético 
de leve a moderado, cumprindo as diretrizes de saúde publicada para 
os níveis diários recomendados de esporte.5 Considerando todas as interfaces que circundam a área da nutrição, 
principalmente na área da nutrição no esporte, devido ao significante 
consumo de suplementos alimentares pelos esportistas. Assinale a 
alternativa que corresponde à principal função do nutricionista:
13
a) ( ) A principal função do nutricionista é prescrever suplementos 
alimentares, modificando o hábito alimentar dos indivíduos para 
inserção desses suplementos e com isso prevenir doenças, manter a 
saúde e melhorar o desempenho e o rendimento desses indivíduos.
b) ( ) A principal função do nutricionista é modificar os hábitos alimentares 
dos indivíduos para manter a saúde e melhorar o desempenho e o 
rendimento através da utilização de suplementos e complementos ali-
mentares, influindo positivamente em sua saúde e qualidade de vida.
c) ( ) A principal função do nutricionista é modificar o hábito alimentar 
dos indivíduos para prevenir doenças, manter a saúde e melhorar 
o desempenho e o rendimento, isto é, influenciar positivamente em 
sua saúde e qualidade de vida, repassando informações sobre os 
conceitos científicos de nutrição e como colocar em pratica hábitos 
alimentares saudáveis.
d) ( ) A principal função do nutricionista é reeducar os hábitos alimentares 
dos indivíduos, com intuito de manter a saúde e melhorar o desempe-
nho e o rendimento, influenciando positivamente em sua saúde e qua-
lidade de vida, repassando informações sobre os conceitos científicos 
de nutrição e como colocar em prática hábitos alimentares saudáveis. 
Destacando que não é função do nutricionista prevenir doenças.
e) ( ) A principal função do nutricionista é prescrever cardápios com ali-
mentos funcionais e suplementos alimentares, com objetivo de modi-
ficar o hábito alimentar dos indivíduos para prevenir doenças, manter 
a saúde e melhorar o desempenho e o rendimento.
14
15
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, como estão os estudos até aqui? No presente tópico, 
revisaremos os conceitos da fisiologia e suas adaptações normais e patológicas 
frente à prática do exercício físico.
A prática de exercícios físicos já vem sendo descrita como benéfica para a 
saúde, com cunho científico, desde a década de 1950, assim como a alimentação 
como fator de prevenção para diversas doenças. Hoje, sabe-se que os benefícios 
da prática regular de exercícios físicos vão além da prevenção e do tratamento 
de sobrepeso e doenças cardiovasculares, já que as adaptações biológicas 
desencadeadas pelos exercícios físicos garantem uma melhor qualidade de 
vida por provocar melhoras em demais aspectos, como: mentais, cognitivos, 
fisiológicos, bioquímicos e estruturais (SIMINO, 2018).
Nesse sentido, para que uma atividade física seja desempenhada, é 
necessário que ocorra a contração e o relaxamento muscular, e, sendo assim, 
seria possível imaginar que, para que a prática de atividades ocorra, basta que 
acionemos nossos “sistemas executores”, ou seja, os tecidos que, efetivamente, 
participam do processo. Será mesmo?
Não, pois para a prática de exercícios físicos, os mecanismos acionados 
são mais completos. Observe a Figura 1.
16
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
FIGURA 1 – EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO
FONTE: <https://bit.ly/3gX07do>. Acesso em: 10 maio 2021.
Destaca-se que esses sistemas fisiológicos agem de forma integrada, em 
que, a partir de alterações em um deles, segue uma sequência de respostas para 
reestabelecimento da homeostase, conforme demonstra a Figura 1, e que serão 
melhor detalhadas nos próximos subtópicos. Todo processo adaptativo precisa 
de um estímulo, natural ou artificial, espontâneo ou programado. No caso dos 
exercícios físicos, o estímulo é conhecido como carga de treino.
Também vale lembrar que influenciam diretamente nas adaptações aos 
exercícios, os nutrientes, sendo que a escolha adequada de alimentos e fluidos, 
os ajustes das quantidades a serem ingeridas, a definição do momento mais 
apropriado para consumi-los e a seleção de suplementos são as formas que a 
nutrição possui de contribuir com o desempenho físico (HIRSCHBRUCH, 2016).
Nesse sentido, torna-se de suma importância o acompanhamento perió-
dico dos resultados da intervenção alimentar, buscando adequar de acordo com 
o momento do calendário esportivo das competições. A base para a elaboração 
do plano alimentar é direcionada às necessidades de energia e nutrientes para o 
exercício físico, conforme a intensidade, duração e frequência, assim como se faz 
necessário adequar a composição corporal do atleta de acordo com a modalidade 
e a posição, favorecendo as adaptações fisiológicas e metabólicas do organismo.
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
17
2 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO 
O corpo humano pode se apresentar em estado de repouso ou de exercício 
e nas duas situações possuem mecanismos fisiológicos capazes de minimizar as 
alterações do meio interno, preservando a homeostasia. Os efeitos fisiológicos 
do exercício físico podem ser divididos em: agudos imediatos, agudos tardios 
e crônicos, sendo que os efeitos agudos, podem também ocorrer em associação 
direta com a sessão de exercício (TINOCO, 2002). Seguem divisões e suas 
características:
• Agudos imediatos: ocorrem nos períodos pré-imediato, e pós-imediato 
do exercício físico, caracterizados pelos aumentos de frequência cardíaca, 
ventilação e sudorese normalmente associados ao esforço.
• Agudos tardios: ocorrem nas primeiras 24 horas após uma sessão de exercício, 
identificados na pequena diminuição dos níveis tensionais e na elevação do 
número de receptores de insulina nas membranas das células musculares.
• Crônicos: são adaptações, resultam da exposição regular às sessões de exercício. 
Exemplo: hipertrofia muscular e o aumento do consumo máximo de oxigênio.
2.1 CLASSIFICAÇÕES DO EXERCÍCIO FÍSICO
Há diferentes formas de exercício físico, cada uma delas gera diferentes 
efeitos agudos ou crônicos, sendo importante sistematizar alguma forma de 
classificação. Nesse sentido, quando considerada a via metabólica predominante, 
temos os sistemas:
• anaeróbico alático: em casos de exercícios de grande intensidade e curtíssima 
duração;
• anaeróbico lático: em casos de grande intensidade e curta duração;
• aeróbico: em situações de baixa ou média intensidade e longa duração.
Além dessa variável, podemos classificar considerando o ritmo, que 
pode ser:
• fixo ou constante: não se alterna o ritmo ao longo do tempo;
• variável ou intermitente: alterna-se o ritmo ao longo do tempo do exercício.
Ainda, podemos diferenciar de acordo com a intensidade relativa do 
exercício, conforme segue:
• baixa ou leve: exercício com repouso até 30% do VO2 máximo;
• média ou moderada: exercício entre 30% do VO2 máximo e o limiar anaeróbico;
• alta ou pesada: exercício acima do limiar anaeróbico.
Por fim, tem-se também nessa diferenciação a mecânica muscular, que 
pode ser: 
18
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
• estático: não há movimento e o trabalho mecânico é zero;
• dinâmico: existe movimento e trabalho mecânico positivo ou negativo.
Dessa forma, é importante destacar que os exercícios que envolvem 
grandes massas musculares como andar, correr, pedalar ou nadar necessitam 
de uma participação relativamente maior da via aeróbica. Já os esforços com 
segmentos corporais localizados, tais como a extensão do cotovelo segurando um 
peso utiliza maior participação das vias anaeróbicas, sendo que, caso a duração 
do exercício ultrapasse dois ou três minutos, será predominante a participação 
aeróbica, já se ela durar até dez segundos, predomina a via anaeróbica alática 
(TINOCO, 2002). 
Nos casos de exercícios de alta intensidade, com duração entre 20 e 90 
segundos, é utilizada de maneira mais intensa a via anaeróbica lática, podendo 
causar um significativo desequilíbrio acido-básico e a sensação de esgotamento 
físico, sendo vistos com maior frequência nos eventos desportivos de natação, 
como as provas de50 e 100 metros e atletismo.
Em relação aos exercícios de intensidade baixa, esses correspondem 
a esforços de até 30% do consumo máximo de oxigênio. Nos de intensidade 
moderada, os esforços requerem entre 30% do consumo máximo de oxigênio e o 
nível correspondente ao limiar anaeróbico. Já nos exercícios de intensidade alta, 
a demanda excede o limiar anaeróbico. Portanto, nos exercícios prolongados, 
apenas os classificados como de alta intensidade teriam participação anaeróbica 
significativa (SIMINO, 2018).
Em casos de esforços de ritmo variável, como o jogo de tênis, ocorrem 
grandes variações nas necessidades de ressíntese de ATP, seguindo de periódicas 
modificações das variáveis fisiológicas. Essas atividades tendem a usar, 
inicialmente, as vias anaeróbicas alática e aeróbica, sem a participação significativa 
da via anaeróbica lática. Em séries de exercícios com grupamentos musculares 
localizados, como exercícios abdominais, que tendem a reduzir a qualidade na 
execução e fadiga quando realizados sem interrupções pode ser proporcionado 
um período de um a dois minutos de repouso, quando os exercícios serão 
reiniciados com a mesma velocidade, qualidade de execução adequada e relativa 
facilidade, pois esse tempo será suficiente para regenerar estoques intracelulares 
de ATP e fosfocreatina.
Vamos dar seguimento às demais adaptações fisiológicas frente aos 
exercícios físicos e suas determinadas cargas de treino. Os processos adaptativos 
desencadeados pelo estímulo dos exercícios físicos podem acontecer de diversas 
formas, conforme Figura 2.
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
19
FIGURA 2 – ADAPTAÇÕES FRENTE AO TREINAMENTO FÍSICO
FONTE: <https://www.efdeportes.com/efd166/adaptacao-biologica-aplicado-ao-treinamento-
fisico-03.jpg>. Acesso em: 10 maio 2021.
Conforme Simino (2018, p. 15), as adaptações fisiológicas seguem 
diferentes mecanismos:
De forma genotípica ou fenotípica, ou seja: em nível celular e mole-
cular (genótipo) ou em relação a mudanças visíveis e mais facilmente 
mensuráveis (fenótipo). De forma aguda ou crônica: existem adap-
tações que acontecem de forma rápida, apenas para que o exercício 
possa ser mantido. Por exemplo: adaptações que levam mais tempo a 
acontecer e que são mantidas por longos períodos. Em nível sistêmico: 
podem beneficiar processos comportamentais, fisiológicos, bioquími-
cos, neuro motores e estruturais. A pratica de exercícios físicos regular 
ou o treino esportivo, no caso dos atletas, proporciona, mediante os 
processos adaptativos, o desenvolvimento ou a melhora de algumas 
capacidades físicas específicas.
20
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Nos esportes de alto rendimento, se torna comum o uso da periodização em 
treinos que trabalhem as diferentes capacidades físicas, considerando que cada modalidade 
esportiva precisa de determinadas capacidades mais desenvolvidas e bem treinadas. Como 
é o caso dos corredores, que precisam treinar e aprimorar cada vez mais a velocidade.
IMPORTANT
E
2.2 RESPOSTAS HORMONAIS NO EXERCÍCIO FÍSICO 
Antes de destacarmos as alterações, é válido relembrar o conceito de 
hormônio. Os hormônios são substâncias químicas secretadas dentro de fluidos 
corporais, em sua maioria por glândulas endócrinas, sendo divididos em dois 
tipos, os esteroides e polipeptídicos. Esteroides são produzidos, a partir do 
colesterol, pelo córtex adrenal e pelas gônadas e os peptídeos são derivados de 
aminoácidos em outras glândulas endócrinas. 
Os tecidos alvos da ação hormonal podem ser próximos ou relativamente 
afetados em relação à glândula de secreção, podendo sua ação ser em um ou mais 
tecidos, como o hormônio insulina, que atua em diversos tecidos, apresentando 
potente efeito sobre o metabolismo em situações como o repouso e a prática de 
exercício físico (SIMINO, 2018). 
O estresse fisiológico induzido pelo exercício físico reflete diretamente à 
tentativa em manter as concentrações sanguíneas de determinados metabólitos 
próximas aos valores normais de repouso, por exemplo, manter a concentração 
sanguínea de glicose (glicemia) entre 90 e 100 mg/dL, uma vez que o exercício 
provoca o aumento da captação muscular de glicose a partir do sangue. Nesse 
mecanismo, a resposta fisiológica que busca a homeostase da glicemia durante 
o exercício se faz regulada por dois sistemas corporais: o sistema nervoso 
autônomo (SNA) e os sistema endócrino (hormonal), considerando que, em 
relação ao controle do metabolismo durante o exercício, a parte simpática do 
SNA é de maior destaque. Os mediadores químicos são liberados tanto pelo SNA 
quanto pelo sistema hormonal no intuito de auxiliar a manutenção da glicemia 
(HIRSCHBRUCH, 2016). 
A redução da glicemia durante os exercícios mais intensos induz uma 
resposta contrarreguladora, promovendo o aumento da glicemia e a manutenção 
da concentração sanguínea de glicose. O fígado exerce um papel importante no 
aumento e na manutenção da glicemia, uma vez que esse tecido sofre influência 
neural e hormonal, estimulando produção hepática de glicose. 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
21
Nesse ínterim, a glicose e glicogênio representam importantes substratos 
energéticos durante o exercício, ao mesmo tempo em que favorecem a utilização 
de lipídios como substrato energético na célula muscular (HIRSCHBRUCH, 2016). 
A glicose é, geralmente, o único substrato utilizado pelo cérebro e por outros 
tecidos do Sistema Nervoso Central e, deste modo, é fundamental para a funcionalidade 
desses tecidos, fato que reforça a importância da manutenção da glicemia durante o 
exercício prolongado, sendo relevante para o fornecimento de combustível ao cérebro 
e ao músculo esquelético, o qual utiliza também outros substratos além da glicose. 
Diversos hormônios agem especificamente para manter a glicemia e são denominados 
contrarregulatórios (glucagon, adrenalina, noradrenalina, cortisol), ou seja, suas ações são 
opostas à da insulina (COKER; KJAER, 2005).
NOTA
O ponto central das adaptações refere-se às repostas hormonais, tanto 
agudas quanto crônicas. As respostas agudas são importantes para a regulação da 
utilização de substratos energéticos, assim como nas alterações na permeabilidade 
ou na atividade enzimática das células (músculo, fígado, tecido adiposo). 
Nesse contexto, destaca-se o aumento dos hormônios que aumentam a 
taxa de lipólise, glicólise, glicogenólise e gliconeogênese, assim como ocorre a 
redução da concentração de hormônios que promovem lipogênese e glicogênese. 
Algumas alterações hormonais são positivamente relacionadas à duração 
do exercício. Destacamos que o metabolismo energético será melhor discutido no 
próximo tópico.
ESTUDOS FU
TUROS
Ainda, verifica-se que o sistema imune é influenciado pelo exercício, con-
dicionado à duração e à intensidade do exercício, sendo que o exercício modera-
do aumenta a imunocompetência, enquanto em treinamento intenso, após um 
evento competitivo, ocorre imunossupressão, gerando aumento na incidência 
de infecções, principalmente no trato respiratório superior dos atletas (HIRS-
CHBRUCH, 2016).
22
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
A alteração na funcionalidade do sistema imunológico está relacionada à 
alteração neuroendócrina derivada da prática do exercício, que gera o aumento 
na liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, que, consequentemente, 
modula a resposta imune, reduzindo sua efetividade.
Diante do exposto, estratégias nutricionais devem ser utilizadas desde o 
período de treinamento, durante o exercício e no período de recuperação pós 
exercício. As quais serão baseadas na modulação exercida pelos nutrientes sobre 
a resposta hormonal, influenciando o metabolismo de carboidratos, lipídios e 
proteínas, ao mesmo tempo em que modula a resposta imune do indivíduo.
2.3 INSULINA, GLUCAGON E EXERCÍCIO FÍSICO
Conforme mencionado anteriormente, durante a realização de exercícios 
mais intensos, ocorre uma maior utilização da glicose, fazendo com que a 
necessidade de glicosepelo tecido muscular cause, no decorrer do tempo, 
uma redução da glicemia, podendo ser compensada pela liberação de glicose, 
principalmente a partir do fígado, processo chamado de glicogenólise.
Importante destacarmos que, se a glicemia aumenta durante o exercício 
intenso, a insulinemia diminui decorrente da ação da adrenalina, promovendo o 
aumento da produção hepática de glicose. Sendo que a redução da insulinemia 
durante o exercício é diretamente proporcional à intensidade do esforço físico 
(COKER; KJAER, 2005).
O declínio da insulinemia durante o exercício minimiza a captação de 
glicose pelos tecidos não ativos, protegendo dessa forma o fornecimento de 
glicose para o cérebro e o tecido muscular ativo. 
Ainda, cabe ressaltar que, durante o exercício prolongado, a glicemia 
e a insulinemia diminuem, favorecendo o aumento da lipólise e, consequen-
temente, da disponibilidade de ácidos graxos livres na circulação sanguínea 
(VIRU, 1992).
Por fim, o glucagon é um hormônio secretado pelas células alfa-
pancreáticas e promove o aumento da taxa de glicogenólise promovendo 
aumento na concentração de glicose no sangue. Em situações nas quais a 
glicemia diminui (exercício prolongado, jejum), a concentração de glucagon 
aumenta no intuito de manter a glicemia em valores próximos aos de repouso 
(Figura 3). 
As concentrações de glucagon aumentam no plasma apenas se a duração 
do exercício for mantida por mais de uma hora (HIRSCHBRUCH, 2016). 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
23
FIGURA 3 – EFEITO DO GLUCAGON NA REGULAÇÃO DA GLICOSE
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/gl/uc/glucagon2-0-cke.jpg>. Acesso em: 10 
maio. 2021.
2.4 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO, CORTISOL E 
CATECOLAMINAS NO EXERCÍCIO FÍSICO 
O hormônio do crescimento (GH) é um polipetideo liberado a partir 
da hipófise anterior e estimula a síntese proteica, tanto em jovens quanto em 
indivíduos mais velhos, e representa um dos principais hormônios lipolíticos. 
Atua estimulando a captação tecidual de aminoácidos, síntese proteica e 
crescimento de ossos longos. Também, opõe-se à ação da insulina, uma vez que 
reduz a utilização de glicose plasmática, aumentando a síntese de glicose no 
fígado e elevando a mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo, buscando 
poupar a demanda tecidual por glicose plasmática.
Por sua vez, o cortisol é um membro da família dos hormônios esteroides, 
liberados pelo córtex adrenal, denominados glicocorticoides, e quando liberado 
mediante estresse físico ou emocional, causa a redução da glicemia e estimula 
o hipotálamo a secretar o hormônio liberador de corticotrofina, pela hipófise 
anterior do hormônio adenocorticotrófico (ACTH) e, posteriormente, o ACTH 
promove no córtex adrenal a liberação do cortisol para a circulação (CHATARD 
et al., 2002).
O exercício aeróbico intenso e o vigoroso provocam o aumento da 
concentração sérica de cortisol, o qual, por sua vez, irá favorecer a manutenção 
da glicemia por meio do estímulo da liberação de aminoácidos a partir do 
tecido muscular (proteólise muscular), pela estimulação da gliconeogênese 
24
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
hepática e por favorecer a mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo. 
Importante destacarmos que indivíduos treinados apresentam menor aumento 
da concentração sérica do cortisol durante o exercício em comparação com 
indivíduos não treinados (VIRU; VIRU, 2004).
Já as catecolaminas (adrenalina – noradrenalina – dopamina) sintetizadas 
pelas glândulas suprarrenais e pelo sistema nervoso, representam os hormônios 
derivados do catecol. Sua liberação via medula adrenal é estimulada pelo sistema 
nervoso simpático, promovendo a possibilidade da resposta para “atacar ou 
fugir”. Em exercícios prolongados e contínuos, as concentrações plasmáticas 
de catecolaminas aumentam com a duração do exercício e com a intensidade. 
Também, se torna válido discorrer que o exercício físico com característica 
intermitente, como levantamento de peso, de apenas alguns segundos de duração, 
também resulta em aumento da concentração plasmática de catecolaminas 
(HIRSCHBRUCH, 2016).
Tem sido demonstrado que o exercício físico é um potente estimulador da 
liberação do GH, quando indivíduos treinados ou atletas de resistência apresentam menor 
liberação do GH comparado a indivíduos não treinados; mulheres apresentam maior 
amplitude e frequência na liberação do GH; indivíduos mais velhos apresentam menor 
liberação de GH que indivíduos jovens (± 20 anos); a liberação é mais elevada de acordo 
com a intensidade do treinamento; sessões com duração ≥ 30 minutos aumentam 
a liberação do GH; exercício de forma intermitente em um mesmo dia aumentaram a 
concentração de repouso do GH; período do dia não tem nenhum efeito significativo na 
liberação do GH (HIRSCHBRUCH, 2016).
IMPORTANT
E
Já no caso de exercícios resistidos, a musculação pode influenciar no 
GH das seguintes formas: indivíduos não treinados em geral apresentam 
concentração do GH menor que indivíduos treinados ou atletas diante de um 
mesmo esforço; homens apresentam maior amplitude e frequência na liberação 
do GH que mulheres; indivíduos mais velhos (± 70 anos) ou de meia idade; 
(± 40 anos) apresentam menor liberação do GH que indivíduos jovens (± 20 
anos); maior liberação do GH em intensidades moderadas (± 60% de 1-RM) se 
comparada a sessões de baixa; (≤ 40%) ou elevada intensidade (≥ 80%); sessões 
de maior volume (≥ 8 e ≤ 15 repetições por série) resultam em maior liberação do 
GH; intervalos mais curtos (± 1 min) entre as séries parecem aumentar a liberação 
do GH comparado com intervalos mais longos (± 3 min); maior concentração de 
ácido lático pode estimular a liberação do GH (AMARAL NETO, 2020).
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
25
2.5 TESTOSTERONA E EXERCÍCIO FÍSICO
A testosterona é um hormônio esteroide que apresenta consideráveis 
efeitos anabólicos sobre o tecido muscular, destacando o aumento da síntese 
proteica e a redução no catabolismo proteico dentro da fibra muscular. 
Tem sido demonstrado que o exercício físico (intensidade, duração e tipo 
de exercício) provoca aumento agudo na concentração sanguínea de testosterona 
(BLAZEVICH; GIORGI, 2001).
O treinamento de força também promove aumento da concentração 
plasmática de testosterona após o exercício (BLAZEVICH; GIORGI, 2001).
Destaca-se que diferentes protocolos de treinamento podem induzir diferentes 
respostas da testosterona durante e/ou após o exercício.
ATENCAO
FIGURA 4 – MECANISMO DE AÇÃO DA TESTOSTERONA
FONTE: <https://bit.ly/2Ug0HuQ>. Acesso em: 10 maio 2021.
26
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
2.6 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE AS 
RESPOSTAS HORMONAIS INDUZIDAS PELO EXERCÍCIO
Em geral, as respostas hormonais (Quadro 1) a um período de exercício 
são significativamente atenuadas após o treinamento. A atividade nervosa 
simpática, refletida pela concentração de noradrenalina plasmática durante o 
exercício, encontra-se diminuída na mesma taxa de absoluta de trabalho após um 
período de treinamento, porém permanece constante em relação à mesma taxa 
relativa de trabalho. 
As concentrações plasmáticas dos hormônios ACTH, cortisol, gluca-
gon e GH também apresentam menores aumentos durante o exercí-
cio submáximo em indivíduos treinados. A concentração plasmática 
insulina, de modo geral, diminui durante o exercício intenso, con-
tudo, em indivíduos treinados, essa diminuição da insulinemia é 
menor. Esse fato está relacionado, em parte, à diminuição induzida 
pelo treinamento sobre a resposta da adrenalina durante o exercício, 
uma vez que esse hormônio inibe a secreção pancreática de insulina 
(HIRSCHBRUCH, 2016, p. 388).
QUADRO 1 – RESUMO DOS EFEITOS METABÓLICOS DOS HORMÔNIOS
Efeito metabólico Hormônio
Captação da glicose celular Insulina
Síntese de glicogênio Insulina
Síntese de triacilgliceróis Insulina
Diminuição da glicemia Insulina
Glicogenólise hepática Adrenalina, glucagon
Glicogenólise muscular Glucagon
Lipólise AdrenalinaSíntese de proteínas Cortisol, adrenalina, hormônio do crescimento
Catabolismo proteico Hormônio do crescimento
Aumento da glicemia – efeito direto Insulina
Aumento da glicemia – efeito indireto Cortisol, adrenalina, glucagon
Aumento da taxa metabólica Adrenalina, noradrenalina e tiroxina
FONTE: Hirschbruch (2016, p. 388)
3 SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO 
É de suma importância considerar a influência do exercício sobre o sistema 
imunológico, em razão do aumento no número de casos de doenças infecciosas 
e queda no desempenho de atletas, principalmente em situações de treinamento 
intenso e prolongado. 
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
27
Nesse sentido, diferentes estudos vêm demonstrando que o exercício 
exaustivo pode causar alterações tanto no sistema imune inato quanto 
específico, incluindo: redução da atividade de neutrófilos, da concentração de 
imunoglobulinas A (IgA), da atividade citolítica de células natural killer (NK) e da 
capacidade proliferativa de linfócitos, juntamente ao aumento da concentração 
plasmática de citocinas pró e anti-inflamatórias. 
A imunomodulação mediada pelo exercício físico está relacionada com 
questões multifatoriais, incluindo alterações circulatórias (hemodinâmicas) e 
hormonais (liberação de cortisol e catecolaminas). Além de estar ligada a fatores 
metabólicos, como a concentração plasmática de glutamina (GLEESON, 2006).
Estudos verificaram que o exercício tem relevante papel na redução da 
ocorrência e da gravidade de infecções e doenças relacionadas ao câncer humano. 
Todavia, os mecanismos pelos quais o exercício agudo ou o treinamento físico 
alteram a resposta imune do indivíduo ainda não tenham sido completamente 
compreendidos. O efeito particular dependo do tipo, da intensidade e da 
duração do exercício (Figura 5). Dessa forma, sugere-se que exercícios de 
intensidade moderada podem melhorar a imunocompetência, enquanto o 
exercício intenso e prolongado pode direcionar à situação oposta. Verificou-se 
que, após exercício intenso e prolongado, ocorre supressão parcial de parâmetros 
da imunocompetência de atletas, caracterizando esse período como uma “janela 
aberta” para a invasão de microrganismos. 
Quanto aos exercícios moderados, os efeitos imunológicos se apresentam 
diante da redução do risco para infecções. Os parâmetros laboratoriais que podem 
explicar os benefícios clínicos demonstram aumento de diversos fatores, como 
atividade citotóxica de células NK, fagocitose, expressão de moléculas de adesão 
e concentração salivar de IgA (BISHOP et al., 1999).
A doença mais comum observada em atletas é uma branda infecção viral do 
trato respiratório, sendo que, em sua revisão de literatura, verificou-se que a incidência 
de infecções do trato respiratório superior (ITRS) acomete somente atletas engajados 
em exercícios intensos e prolongados. Todavia, ressalta-se que uma dieta inadequada e 
repouso insuficiente são também fatores importantes que colaboram para a ocorrência de 
ITRS, como resfriados e gripes (HIRSCHBRUCH, 2016).
INTERESSA
NTE
28
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
FIGURA 5 – RESUMO DOS EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO DE INTENSIDADE MODERADA E 
INTENSA NA RESPOSTA IMUNOLÓGICA
Legenda: MØ – macrófagos, Nφ – neutrófilos.
FONTE: Adaptada de Terra et al. (2014, p. 213)
4 EXCESSO DE TREINAMENTO (OVERTRAINING)
Na maioria dos programas de treinamento ocorre a aplicação do princípio 
de sobrecarga progressiva, que corresponde a uma carga de trabalho acima do 
nível considerado confortável, com objetivo de maximizar a performance por 
meio de adaptações fisiológicas positivas, visando promover adaptações que 
evitem lesões e prejuízo do processo de adaptação.
A associação de um programa exaustivo de treinamento somado a um 
insuficiente período de recuperação e consequente prejuízo da performance 
por longos períodos (diversas semanas ou meses) caracteriza a síndrome de 
overtraining. Além disso, outros sinais e sintomas estão presentes, observe o 
Quadro 2:
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
29
QUADRO 2 – PRINCIPAIS SINTOMAS DO OVERTRAINING
Fisiológicos/
performance Imunológicos Psicológicos
↓Performance ↑Suscetibilidade e gravidade de ITRS Depressão
Período de recuperação 
prolongado
↓Atividade funcional de 
neutrófilos Apatia
↓Tolerância à sobrecarga 
de treinamento ↓Contagem total de linfócitos
Instabilidade 
emocional
↓Força muscular ↓Resposta mitógenos Alteração de personalidade
↓Capacidade de trabalho 
máxima
↑Contagem de eosinófilos no 
sangue
↓Concentração no 
treinamento
Perda de coordenação ↑Infecção bacteriana Medo de competições
Alterações na pressão 
sanguínea
Significativas variações na 
razão CD4: CD8 ↓Autoestima
↑Frequência da 
respiração Bioquímicos
↓Gordura corporal Balanço nitrogenado negativo
↑Taxa metabólica basal Disfunção hipotalâmica
Fadiga crônica ↓Concentração de glicogênio muscular
Insônia ↓Conteúdo mineral ósseo
Anorexia nervosa ↓Ferro sérico
Perda de apetite ↓Ferritina sérica
Bulimia Depleção de minerais (Zn, Mn, Se, Cu etc.)
Dor de cabeça ↑Concentração de ureia
Náusea ↑Concentração de cortisol
Dores musculares ↓Testosterona livre e total
↓Razão testosterona livre: 
cortisol (>30%)
↑Concentração de ácido úrico
↑Concentração de creatina 
quinase
FONTE: Adaptado de Fry et al. (1991 apud HIRSCHBRUCH, 2016, p. 389)
30
UNIDADE 1 — NUTRIÇÃO NO EXERCÍCIO FÍSICO
Ainda, o overtraining deve ser diferente do termo overreaching, o qual 
corresponde a um período curto de dias, sendo esta condição facilmente 
recuperada em curto prazo. Corresponde a uma fase planejada durante muitos 
programas de treinamento, desde que se acredite que essa intervenção contribua 
para subsequentes aumentos de performance (HIRSCHBRUCH, 2016).
5 OVERTRAINING EM ATLETAS DE ENDURANCE E FORÇA
A maioria dos estudos sobre a síndrome de overtraining tem sido realizada 
a partir de protocolos com exercícios físicos predominantemente aeróbicos 
(endurance). Poucos resultados de estudos longitudinais foram realizados sobre 
as respostas fisiológicas frente à redução de performance decorrente do estado 
de overtraining em atletas de força. Segundo Fry e Kraemer (1997, p. 398, grifos 
nossos):
[...] existem diferenças nas respostas fisiológicas entre o overtraining 
decorrente de exercícios físicos aeróbicos e anaeróbicos. Sendo assim, 
muito dos sinais e sintomas de overtraining de natureza aeróbica. 
Estudos demonstram que atividades de endurance podem originar um 
estado de overtraining caracterizado pela regulação parassimpática, 
enquanto atividades anaeróbicas podem causar um estado de 
overtraining dominado pela regulação simpática.
A síndrome do overtraining apresenta o aumento da intensidade relati-
va ao treinamento de força, o que acarreta respostas fisiológicas diferentes das 
observadas frente ao aumento do volume de treinamento de força. Verifica-se, 
ainda, que a concentração dos hormônios do crescimento, testosterona total e li-
vre e cortisol não é substancialmente afetada pelo protocolo de exercício de força 
de alta intensidade em indivíduos em estado de overtraining (Figura 6). Com o 
aumento do volume do treinamento de força, muitas das respostas neuroendó-
crinas são similares àquelas observadas em atletas de endurance com overreaching 
ou overtraining, os quais, apresentam excesso de volume de treinamento.
FIGURA 6 – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES OBSERVADAS NA SÍNDROME DE OVERTRAINING EM 
ATLETAS DE ENDURANCE
FONTE: Rogero, Mendes e Tirapegui (2005, p. 360)
TÓPICO 2 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
31
A incidência de infecções é mais elevada após uma sessão de exercício 
vigoroso, períodos com elevada carga de treinamento e/ou aumento da frequência 
de competições, principalmente se associados a outros fatores estressores 
(aspectos psicológicos, alimentação inadequada, medicamentos e distúrbios de 
ritmos biológicos), do que em outros períodos de treinamento. Também, demais 
infecções de menor gravidade acabam por apresentar recidivas em atletas que 
retornam ao treinamento,

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