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QUESTÕES OBJETIVAS 1C; 2B; 3D; 4A; 5E Questão 1 A fase decisória deve ser compreendida como a fase do processo em que o órgão jurisdicional profere uma sentença. Rigorosamente falando, tal estágio processual se limita (ou pode se limitar) à análise da sentença idealmente proferida para colocar fim à etapa cognitiva do processo na primeira instância, o que foi formal e legalmente previsto pelo legislador no diploma processualista. Tamanha é sua importância, que vários enunciados foram editados pelos Tribunais, à exemplo do enunciado n. 519 do Superior Tribunal de Justiça, ao afirmar que “na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios”. Sobre o regramento previsto na lei processual civil acerca das sentenças, assinale uma ÚNICA opção, registrando sua escolha no quadro constante do início da avaliação: I. (F ) É legalmente adequado ao juízo processante da ação de cancelamento de contrato proposta por MONICA em desfavor de RAFAEL proferir sentença definitiva pelo fato daquela primeira se manter inativa em relação a um ato processual somente a ela atribuído no prazo de sessenta dias. (Resposta – dentre as hipóteses de sentença definitiva previstas no art. 487, CPC, não estão a que se refere a afirmativa e, por outro lado, o inc. III do art. 485, CPC, se fosse o caso de uma sentença terminativa, menciona o prazo de 30 dias, o que torna a afirmativa incorreta) II. (F ) Não é legalmente autorizado que FLAVIA apresente, na ação de indenização proposta em seu desfavor por RAIMUNDO, uma sentença arbitral e, diante do reconhecimento daquele documento pelo órgão judicial, este último extinga o processo com resolução do mérito. (Resposta – a afirmativa trata justamente da hipótese do inc. VII, art. 485, CPC, a qual menciona que o juízo proferirá sentença terminativa e não resolverá o mérito no caso de alegação da existência de tal convenção, o que torna a afirmativa incorreta) III. (V ) No mandado de segurança proposto por CLARA em desfavor de JONAS, diretor de uma autarquia federal, este último terá razão ao afirmar, em contestação, que se aquela primeira renunciar à pretensão veiculada na demanda, deverá o órgão julgador extinguir o processo mediante sentença definitiva. (Resposta – trata-se justamente da hipótese prevista na alínea c, inc. III, art. 487, CPC, o que torna a afirmativa correta) IV. (F ) PAULA, parte autora de uma ação de indenização por danos morais manejada em desfavor de VILMA, poderá desistir da ação somente até antes da citação da parte requerida. (Resposta – o §5º, art. 485, CPC, autoriza que a desistência da ação possa ser apresentada até a sentença, ou seja, mesmo depois da citação, o que torna a afirmativa incorreta) V. (F ) Tanto SOFIA quanto ABRAÃO, requerente e requerido numa ação de interdito proibitório, não terão direito de se manifestar acerca da sentença terminativa proferida pelo órgão judicial, mesmo que este reconheça a prescrição após a citação da parte requerida. (Resposta – pela combinação do §1º, art. 332 com o §único, 485, CPC, as partes teriam direito de se manifestar e, por outro lado, seria o caso de se falar em sentença definitiva, o que duplamente torna a afirmativa incorreta) Questão 2 Pela leitura da lei processual civil o rol das sentenças definitivas, ou seja, daquelas em que o órgão judicial avalia e decide o mérito, está expressamente previsto em dispositivo no Código de Processo Civil (CPC). Uma das primeiras hipóteses diz respeito ao acolhimento ou rejeição do pedido, relativo às “verdadeiras” sentenças de mérito, pelas quais efetivamente há um julgamento, no sentido de ser apreciado, para acolher ou rejeitar, o pedido formulado pelas partes. Isto pareceria simples, não fosse o fato de que várias demandas são encaminhadas aos Tribunais para que seja revista a decisão proferida pelo juízo monocrático, a exemplo do trecho da decisão do Recurso Especial n. 1.823.072/RJ, no qual o relator entendeu que “a generalidade da sentença a ser proferida em ação civil coletiva, em que se defendem direitos individuais homogêneos, decorre da própria impossibilidade prática de se determinar todos os elementos normalmente constantes da norma jurídica em questão, passível de imediata execução”. Considerando o regramento relativo às sentenças que resolvem o mérito na seara civil, assinale a única opção INCORRETA, registrando sua opção no quadro constante do início da avaliação: A. (V ) Terá razão a Sociedade Empresária MALAS DIRETAS Ltda., parte requerida do pedido de falência ajuizado por MARCELO, ao afirmar em contestação que existe previsão legal autorizando o órgão julgador a rejeitar o pedido formulado pela parte autora. (Resposta – é o que expressamente determina o inc. I, art. 487, caput, CPC, o que torna a afirmativa correta) B. (F ) Estará em sintonia com a lei processual a afirmativa de CLAUDIO, na ação de indenização que propôs em desfavor de SAMIRA, ao dizer que no sistema atual o órgão julgador não poderá, mediante resolução do mérito, extinguir o processo ao reconhecer a decadência. (Resposta – trata-se de uma disposição expressa no inc. II, art. 487, CPC, o que torna a afirmativa incorreta) C. (V ) Estará com a razão RICARDO, na ação de manutenção de posse proposta em seu desfavor por MANOELA, ao afirmar que se as partes identificarem que existe razão no pedido formulado pela autora e fizerem um ajuste para tal reconhecimento, pode o órgão judicial validar tal acordo mediante sentença definitiva. (Resposta – é o que expressamente determina a alínea a, inc. III, art. 487, CPC, o que torna a afirmativa correta) D. (V ) Na ação de repetição de indébito fazendário proposta por SILVANIA em desfavor do Governo do Distrito Federal, estará com razão este último ao dizer que o órgão julgador poderá resolver o mérito e extinguir o processo ao confirmar a convenção realizada pelas partes. (Resposta – é a hipótese prevista na alínea b, inc. III, art. 487, CPC, que expressamente autoriza tal tipo de sentença, o que torna a afirmativa correta) E. (V ) É correta a afirmativa de JULIA, em uma prova de concurso, ao dizer que mesmo se ocorrer alguma hipótese de extinção do processo mediante sentença terminativa é possível ser proferida sentença definitiva. (Resposta – é o que expressamente prevê o art. 488, CPC, o que torna a afirmativa correta) Questão 3 A coisa julgada é explicitamente prevista (e garantida) no texto constitucional, inclusive como direito fundamental, no inc. XXXVI, art. 5º. Trata-se de uma técnica adotada para garantir a estabilidade de determinadas manifestações do Estado-juiz, colocando-as a salvo inclusive dos efeitos de novas leis que queiram eliminar os efeitos das decisões jurisdicionais. Tamanha importância tem este instituto que ele é observado em diversos julgamentos dos tribunais superiores, a exemplo do trecho do julgamento do Recurso Especial n. 1.829.223/RJ, no qual o relator entendeu que “não tendo a sentença coletiva fixado delimitação expressa dos seus limites subjetivos, a coisa julgada advinda da ação coletiva deve alcançar todos os integrantes da categoria, que terão legitimidade para a propositura da execução individual de sentença”. A partir dessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas, quanto ao regramento da coisa julgada. I. Na ação de consignação em pagamento proposta por TERESA em desfavor de VALDIR, estará em sintonia com o ordenamento jurídico brasileiro a afirmativa daquela primeira ao dizer que a coisa julgada é um efeito da sentença proferida na demanda proposta. (Resposta: FALSO – coisa julgada é uma qualidade que a sentença adquire em tornar- se, em regra, definitiva, pois efeito de uma sentença é a condenação, a declaração, entre outras, o que torna a afirmativa incorreta). Por outro lado, igualmente é correta a assertiva de VALDIR ao dizer em contestação, categoricamente, que se houvera interposição de recurso da sentença proferida na consignação, não há qualquer possibilidade de ocorrer o trânsito em julgado da decisão. (Resposta: FALSO – o art. 502, CPC, menciona que a sentença se torna imutável a autoridade da decisão não mais sujeita a recurso, ou seja, enquanto houver recurso, não ocorrerá trânsito em julgado, o que torna a afirmativa incorreta) PORQUE II. Não é correta a afirmativa de TERESA, ao dizer que em todas as sentenças sem resolução do mérito bem como nas sentenças com resolução do mérito tais decisões necessariamente ultrapassam o limite subjetivo das demandas e, por outro lado, o que se decide ultrapassa os limites do mérito processual. (Resposta: VERDADEIRO – o art. 503, caput, CPC, estabelece como regra que limite da decisão em tais sentenças vai até a questão principal expressamente decidida, o que torna a afirmativa correta). Por outro lado, também estará a autora da ação com a razão ao afirmar que a questão prejudicial, resolvida de maneira incidental, poderá transitar em julgado, quando o juízo processante é competente para o julgamento da demanda em razão da pessoa. (Resposta: VERDADEIRO – o inc. III, §1º, art. 503, CPC, expressamente prevê que a questão prejudicial transita em julgado nos limites decididos justamente na hipótese mencionada, o que torna a afirmativa correta). Questão 4 No trecho do julgamento do Recurso Especial n. 1.567.607/SP, o relator indicou que “a jurisprudência do STJ é uníssona ao afirmar que a decisão que resolve impugnação ao cumprimento de sentença e extingue a execução deve ser atacada através de apelação, enquanto aquela julga o mesmo incidente, mas sem extinguir a fase executiva, por meio de agravo de instrumento. É firme, também, o entendimento de que, em ambas as hipóteses, não é aplicável o princípio da fungibilidade recursal” revelando a importância deste recurso para o processo civil brasileiro, particularmente pelo fato de que uma considerável parte da teoria geral dos recursos vale-se das regras previstas para a apelação. Considerando as disposições normativas bem como os aspectos conceituais relativos à apelação, avalie todas as afirmativas abaixo, assinalando a alternativa CORRETA e utilizando o quadro constante do início da avaliação para marcar a sua resposta: A. (V ) Na apelação interposta por GRAZIELE e tendo como recorrida MARIA ZÉLIA, esta última terá razão ao afirmar que as contrarrazões devem ser protocolizadas, obrigatoriamente, no juízo a quo. (Resposta – VERDADEIRO – pela combinação do caput do art. 1.010 com o §1º do mesmo artigo, CPC, expressamente as contrarrazões devem ser protocolizadas perante o juízo de primeiro grau, ou seja, o juízo a quo, o que torna a afirmativa correta) B. (F ) Na peça da apelação interposta por JACIARA e considerando o atual sistema processual, não há a menor possibilidade bem como não existe autorização legal para que a recorrente alegue matérias que, na fase de conhecimento e por não serem objeto de agravo de instrumento, não se consideram preclusas e possam ser avaliadas em sede recursal pela instância revisora. (Resposta – FALSO – tal hipótese é uma novidade prevista expressamente no art. 1.009, §1º, CPC, o que torna a afirmativa incorreta) C. (F ) Na apelação apresentada por SUSANA, estará em sintonia com o sistema recursal em vigor a afirmativa da procuradora de justiça ANA, ao dizer que somente existe a possibilidade de invalidação de sentença monocrática pelo fato da parte recorrente divergir de tal decisão. (Resposta – FALSO – existem duas possibilidades de revisão da sentença em sede de apelação: a) a cassação da sentença prevista no art. 1.010, inc. III, 1ª figura, quando a parte não concorda com a decisão e quer a sua reforma; b) a decretação de nulidade da sentença com fundamento no art. 1.010, inc. III, 2ª figura, quando existe algum vício na sentença, a exemplo do juiz absolutamente incompetente ou no caso de sentença extra petita, o que torna a afirmativa incorreta) D. (F ) É correta a afirmativa de JOSUÉ, em contrarrazões na apelação interposta por VALQUÍRIA, ao dizer que se não houver sucumbência recíproca na sentença definitiva proferida pelo órgão monocrático, terá direito a parte interessada em interpor a apelação adesiva. (Resposta – FALSO – pela combinação dos §§1º e 2º, art. 997 e do §2º, art. 1.010, CPC, deve necessariamente haver sucumbência recíproca para que se possa falar em apelação adesiva, o que torna a afirmativa incorreta) E. (F ) Na ação de desocupação proposta por FABIANO em desfavor de PIETRO, na qual este último foi condenado pelo juízo da 1ª Vara Cível de Taguatinga/DF, mediante sentença definitiva, a desocupar o imóvel e pagar indenizações ao autor, a lei impõe a obrigação de que o órgão monocrático faça o juízo de admissibilidade do recurso de apelação. (Resposta – FALSO – a regra prevista no §3º, art. 1.010, CPC não mais determina que o órgão monocrático faça a admissibilidade recursal da apelação, o que torna a afirmativa incorreta) Questão 5 VIVIANE propôs uma ação de indenização com pedido liminar de tutela de evidência em desfavor de MAURO, em decorrência de um erro médico cometido por aquele último e que o juízo da 15ª Vara Cível de Brasília/DF proferiu uma decisão que indeferiu a referida tutela provisória. Em situações como essa, é muito comum a utilização de um recurso específico para tentar reverter a situação descrita, discutido em diversas demandas que chegam aos tribunais superiores, a saber, o agravo de instrumento (AI), expressamente previsto no Código de Processo Civil (CPC). Sua relevância pode ser observada pela leitura do enunciado n. 315 do Superior Tribunal de Justiça, ao dizer que “não cabem embargos de divergência no âmbito do agravo de instrumento que não admite recurso especial”. Considerando a ação de indenização inicialmente descrita, na qual litigam VIVIANE e MAURO, bem como o regramento relativo ao AI, avalie as afirmativas abaixo, assinalando a única alternativa CORRETA e registre sua escolha no quadro constante do início da avaliação. A. (F ) VIVIANE terá razão ao afirmar, na minuta de AI interposta em desfavor de MAURO, que o agravo retido é uma das maneiras do Tribunal fazer a revisão da decisão do juízo monocrático, sendo uma das formas de agravo de instrumento mais utilizadas atualmente. (Resposta – não existe mais a figura do agravo retido, que havia no CPC anterior, art. 522, 1ª parte, CPC/73 e art. 523, caput e §3º, CPC/73, havendo atualmente apenas o AI previsto nas hipóteses do art. 1.015, CPC/2015, o que torna a afirmativa incorreta) B. (F ) Estará com a razão MAURO ao afirmar, em contraminuta de AI, que não há qualquer possibilidade de haver outras hipóteses de agravo de instrumento previstas em legislação esparsa, ou seja, fora do CPC. (Resposta – é possível se falar em AI em outras hipóteses não previstas no CPC, mas em qualquer processo contencioso ou voluntário que não tenha outro recurso aplicável à espécie, pelo que autoriza o inc. XIII, art. 1.015, CPC, visto que menciona “outros casos expressamente referidos em lei”, o que torna a afirmativa incorreta) C. (F ) Nos argumentos expostos por VIVIANE na petição de AI, elaborados por seu advogado, é correta a afirmativa de que o AI interposto terá como regra o efeito devolutivo e o suspensivo da decisão agravada, de maneira idêntica ao que ocorre com o recurso especial. (Resposta – o efeito suspensivo não é a regra para o AI, visto que existe apenas a possibilidade de ser concedido, conforme determina o art. 1.019, inc. I, CPC, o que torna a afirmativa incorreta) D. (F ) É obrigatório que VIVIANE, para formalizar o seu pedido no AI, protocolize a sua petição recursal em desfavor de MAURO na secretaria do juízo da 15ª Vara Cível de Brasília/DF, para que este julgue tal recurso. (Resposta – não apenas não é o juízo a quo que julgará o AI, mas a petição deverá ser protocolizada no Tribunal, conformeo art. 1.016, CPC, o que torna a afirmativa incorreta) E. (F ) Não há qualquer obrigatoriedade legal no sentido de que VIVIANE, para instruir o AI em desfavor de MAURO, deva juntar cópia da capa do processo que tramita na instância inferior, pois os requisitos formais de admissibilidade de tal recurso tratam de outros documentos para que sejam juntados ao agravo de instrumento. (Resposta – as peças obrigatórias do AI estão previstas no inc. I do art. 1.017, CPC, e em tal dispositivo não consta cópia da capa de processo, o que torna correta a afirmação) QUESTÕES DISCURSIVAS Questão 6 Suponha que na ação de cancelamento de contrato combinada com danos morais proposta por RACHEL em desfavor de JORGE foi requerida liminarmente uma tutela provisória de bloqueio de ativos financeiros do requerido. Considere que foi concedida tal tutela e que ela foi confirmada na sentença definitiva, a qual, por outro lado, gerou sucumbência recíproca para as partes em litígio. Suponha que em razões de apelação, MAURO afirmou que é obrigatório que ao interpor a apelação no caso em questão, os efeitos da decisão do juízo a quo sejam suspensos e, além disso, que o tribunal não tem competência para conhecer da matéria constante do apelo. Considerando as assertivas de MAURO, indique de modo claro, preciso e explícito se houve acerto ou erro em TODAS as alegações, fundamentando NECESSARIAMENTE sua resposta em dispositivo de lei. Respostas sem fundamentação legal NÃO SERÃO consideradas. Respostas: ERRO 1 – o efeito suspensivo, previsto no caput do art. 1.012, CPC, não diz respeito às hipóteses do §1º, ou seja, nas hipóteses deste parágrafo não ocorre efeito suspensivo, até porque o §3º do mesmo artigo, expressamente indica que pode ser feito o pedido de efeito suspensivo no caso de confirmação de tutela provisória, previsto no inc. V daquele §1º; ERRO 2 – o efeito devolutivo, previsto no art. 1.013, expressamente determina que o tribunal competente conheça das matérias veiculadas na peça recursal, no que estão incorretas as afirmativas de MAURO Questão 7 Considere que na ação de cobrança proposta por VALTER em desfavor de MIRIAM, esta última condenada ao pagamento dos valores devidos, considerando inclusive a atualização da obrigação, num montante de alto valor. Diante da sentença condenatória, a parte requerida interpôs apelação. O advogado de VALTER, em contrarrazões de apelação afirmou, por um lado, que não existe previsão no atual sistema recursal, de que o tribunal reforme sentença que identificou a prescrição e, sendo assim, não haveria qualquer possibilidade da instância ad quem julgar o mérito em tais casos. Considerando as assertivas do advogado, indique de modo claro, preciso e explícito se houve acerto ou erro em TODAS as alegações, fundamentando NECESSARIAMENTE sua resposta em dispositivo de lei. Respostas sem fundamentação legal NÃO SERÃO consideradas. Respostas – no atual sistema e considerando o §4º, art. 1.013, CPC, autoriza não apenas que o tribunal reforme uma sentença que reconheça a prescrição, mas também que, se possível, julgue o mérito, o que tornam incorretas as afirmativas do advogado Questão 8 No juízo da 3ª Vara Cível de Taguatinga/DF tramita uma ação de indenização proposta por SAMANTA em desfavor de FELIPE. Em tal demanda, o órgão monocrático proferiu uma sentença com resolução do mérito a qual não decidiu sobre dois dos quatro pedidos formulados pela autora. Diante disso, o advogado de SAMANTA protocolizou uma petição de agravo interno perante o Superior Tribunal de Justiça, cuja tramitação foi admitida e julgada monocraticamente pelo ministro relator. Considerando a situação narrada, indique de modo claro, preciso e explícito se houve acerto ou desacerto em TODOS os aspectos do caso, fundamentando NECESSARIAMENTE sua resposta em dispositivo de lei. Respostas sem fundamentação legal NÃO SERÃO consideradas. Respostas – ERRO 1) o recurso cabível para o caso deveria ter sido os embargos de declaração, na expressa hipótese do inc. II c/c o §único, inc. II, todos do art. 1.022 c/c o inc. IV, §1º, art. 489, todos do CPC, visto que se trata tipicamente de uma decisão que apresenta omissão, não se enquadrando em nenhuma das hipóteses do art. 1.015, CPC; ERRO 2) o agravo interno não diz respeito a um conteúdo decisório proferido em uma sentença, pois refere-se a atos praticados por um relator e, por outro lado, é dirigido a um órgão colegiado, conforme expressamente menciona o art. 1.021, CPC, o que torna todo os procedimentos incorretos Questão 9 Suponha que o Ministro de Estado da Educação praticou um ato que violou o direito líquido e certo de JOANA e que o advogado desta manejou um mandado de segurança perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão competente para o julgamento de tal demanda. Considere ainda que o STJ indeferiu o pedido de JOANA e não concedeu a segurança pretendida. Diante disso, o advogado recorreu da sentença mediante o recurso previsto na lei especial de tal ação, a saber, Lei n. 12.016/2009. Diante desta situação, indique explicitamente se houve acerto ou desacerto do procedimento do advogado, fundamentando NECESSARIAMENTE sua resposta em dispositivo de lei. Respostas sem EXPLÍCITA fundamentação legal não serão consideradas. Resposta – para o caso narrado seria cabível o recurso ordinário e não a apelação, previsto aquele primeiro no art. 102, inc. II, alínea a, 2ª figura, CF e art. 1.027, inc. I, 1ª figura, CPC, tornando incorreta a escolha recursal por parte do advogado Questão 10 Considere que em uma ação cível pelo rito ordinário manejada por FRANCISCA em desfavor de SAMUEL, na qual se discutem direitos humanos, o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal da 1ª Região (TRF1), em decisão final (da qual não mais cabia qualquer recurso), considerou válida uma lei do Distrito Federal questionada pela parte prejudicada, tendo como parâmetro a Lei Orgânica do Distrito Federal. Diante disso, o advogado daquela primeira protocolizou um recurso extraordinário (RE), afirmando que se tratava justamente de uma das hipóteses de cabimento de tal recurso. O causídico, na petição recursal, afirmou categoricamente que o Superior Tribunal de Justiça deveria reconhecer a repercussão geral da demanda, ao harmonizar o entendimento acerca da legislação infraconstitucional. Considerando as assertivas do advogado de ABEL, indique expressamente TODOS os acertos e erros das afirmativas feitas na peça processual, fundamentando OBRIGATORIAMENTE suas respostas em dispositivo de lei. Respostas sem EXPLÍCITA fundamentação legal não serão consideradas. Respostas – o advogado indicado cometeu ao menos dois erros: ERRO 1) o caso narrado não está em nenhuma das hipóteses das alíneas do inc. III, art. 102, CF, visto que, no máximo, a alínea c menciona a declaração de inconstitucionalidade de tratado ou lei federal ou, então, a alínea c menciona a validade de uma lei local contestada em face da Constituição Federal, o que não foi o caso; ERRO 2: quem tem competência para o julgamento do RE é o Supremo Tribunal Federal e não o STJ, conforme expressamente o determinam a combinação do caput do art. 102 com o seu inc. III, CF, ao harmonizar o entendimento do ordenamento das leis federais tendo como parâmetro a Constituição Federal, o que torna todas as afirmativas do advogado incorretas Questão 11 Suponha que MIRIAM é a parte autora de uma ação de indenização proposta em desfavor de VALDEIR a qual já está em sede recursal, e que em tal demanda o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) proferiu decisão ainda passível de recurso. Diante disso, o advogado daquela primeira protocolizou perante a Secretaria do Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição de recurso especial (REsp) encaminhada ao Presidente do TJDFT, afirmando, por um lado, que o fato da ação já ter chegado ao tribunal é razão para a interposição do REsp. Por outro lado, afirmou que o REsp é cabível de decisões proferidaspor quaisquer tribunais. Diante de tal situação, indique expressamente TODOS os acertos e erros das afirmações feitas pela advogada de JOSETE, fundamentando OBRIGATORIAMENTE TODAS AS SUAS RESPOSTAS em dispositivo de lei. Respostas sem EXPLÍCITA fundamentação legal não serão consideradas. Respostas – o advogado cometeu ao menos dois erros, a saber: ERRO 1 – é necessário o esgotamento da instância para que se possa falar em prequestionamento, visto que o art. 105, inc. III, CF, menciona as causas decididas, ou seja, das quais não exista qualquer resíduo de matéria com possibilidade de revisão por parte do órgão hierarquicamente superior; ERRO 2 – o inc. III do art. 105, CF, menciona apenas as decisões proferidas pelos TRF’s e TJ’s como órgãos dos quais se pode interpor REsp, e não quaisquer Tribunais, a exemplo das Turmas Recursais de JEC, o que ocorre com o recurso extraordinário, o que favoreceu o entendimento observado no enunciado n. 727 do STF1, o que torna todas as afirmativas do advogado incorretas 1Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento interposto da decisão que não admite recurso extraordinário, ainda que referente a causa instaurada no âmbito dos juizados especiais.