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Profa. Dra. Andréa Cotrim UNIDADE II Literatura Norte-Americana O objetivo geral da disciplina é levar você, aluno, a refletir criticamente sobre as obras que compõem a literatura norte-americana, considerando tanto produções canônicas quanto não canônicas em todos os gêneros: poesia, ficção – conto, romance e dramaturgia. Os objetivos específicos são: construir relações sincrônicas e diacrônicas entre os diferentes aspectos da literatura norte-americana; desenvolver uma melhor prática docente da literatura norte-americana; Objetivos gerais e específicos adquirir os instrumentos teóricos necessários para o estudo de obras literárias, com o fim de desenvolver estratégias de interpretação literária levando-se em conta a relação entre discurso, texto e contexto no campo da literatura norte-americana. Objetivos específicos (2) O livro-texto está organizado em duas unidades. Na primeira consideraremos a produção literária nos Estados Unidos, no século dezenove, focando obras de diferentes gêneros. Já na segunda unidade, nos debruçaremos sobre romancistas, poetas e dramaturgos do século vinte, levando-se em conta os diferentes cânones que conformam a literatura norte-americana, tanto os tradicionais quanto os novos cânones das literaturas (antes consideradas periféricas por serem de comunidades minorizadas). Organização Como vimos, na unidade I, a ficção da década de 1920 foi de experimentação. Nos anos 1920, quem melhor dramatizou esta experiência foi F. Scott Fitzgerald (1896- 1940). Oriundo de St. Paul, Minnessotta, ficou conhecido por seus contos e suas crônicas da Era do Jazz. Ele ainda estudou na Universidade de Princeton, onde manteve contato com jovens de famílias muito ricas do Leste dos Estados Unidos. Esse fato se tornou uma obsessão e um dos temas principais da sua literatura: sua narrativa típica costuma tratar de um moço novo e de boa aparência, mas sem dinheiro, que se apaixona por uma mulher de família rica. O Modernismo Norte-Americano (1900-1930) Em 1917, o autor se alistou no exército, mas nunca foi ao fronte na Europa. Seu primeiro romance, This Side of Paradise (1920), foi um sucesso imediato. As pessoas confundiam as personagens do romance, a melindrosa da década de 1920 e o moço boêmio e rico, com Fitzgerald e sua mulher Zelda, uma bela sulista com quem se casou, primeiro se estabelecendo em Nova York, e emigrando posteriormente para a Europa. Seu livro de ensaios autobiográficos, The Crack Up, mostra seu declínio pessoal, junto à crise financeira de 1929. F. Scott Fitzgerald (1896-1940) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8 d/F._Scott_Fitzgerald_Nassau_Herald_June_1917.jpg/640 px-F._Scott_Fitzgerald_Nassau_Herald_June_1917.jpg Fitzgerald é mais lembrado por sua extravagância, seu dandismo e sua relação tumultuada com Zelda. Ele, porém, foi um cronista de sua época, o porta-voz da nova atitude norte-americana. Seu estilo é uma fusão do romantismo, como o simbolismo e o lirismo, o que se percebe no vocabulário empregado, e o realismo, como a representação da vida do dia a dia americano. O amor e o dinheiro tornam-se elementos através dos quais o escritor dramatiza um dos temas principais de seus romances: o sonho americano destruído pela materialização da vida norte-americana. Tal inconsistência do sonho americano era típica dessa época de turbulência. F. Scott Fitzgerald (1896-1940) O sonho americano alcança a sua melhor expressão em The Great Gatsby. O sonho pessoal de Jay Gatsby relaciona-se ao sonho da nação norte-americana, paradoxalmente. Por um lado, é ilusão, pelo outro, ela só pode ser alcançada por meio de um materialismo cru e sem piedade. Assim, o romance não nega o sonho americano, mas o critica a partir de uma perspectiva social. The Great Gatsby está ambientado na cidade de Nova York, para onde convergem todas as personagens, oriundas do meio-oeste americano com rumo ao leste para conquistar uma nova fronteira, a grande cidade. The Great Gatsby (1925) The Great Gatsby, movie poster from 1926 Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo ns/1/16/The_Great_Gatsby_1926.jpg A personagem principal é Jay Gatsby, um homem que, no melhor estilo do “self-made man”, inventa uma identidade e uma história para atingir seu sonho: conseguir o amor de uma mulher de família rica e tradicional, Daisy Buchanan. Uma das características mais importantes do romance é ser narrado da perspectiva de Nick Carraway, membro de uma família tradicional do meio-oeste. Dessa maneira, observamos Gatsby, um gângster e contrabandista de álcool, a partir do olhar do conservadorismo americano das cidadezinhas interioranas. Sob o foco de Carraway, é que ele tem um sonho. No final do romance, no entanto, esse sonho é reconsiderado, tanto no nível pessoal, quanto no da história dos Estados Unidos. The Great Gatsby (1925) (2) O enredo gira ao redor do conflito moral e social provocado pelo confronto entre Gatsby, Daisy Buchanan e seu marido, Tom Buchanan. Os eventos têm lugar em Nova York, e são apresentados de maneira fragmentada, através de flashbacks. A alternação desses flashbacks com a narrativa linear do romance faz com que presente e passado sejam apresentados de maneira diacrônica, lado a lado. Gatsby é um sonhador corrupto, Daisy, o objeto de amor corrompido, casada com um marido violento e cercada por “desleixo” e indiferença social. Porém, ao final do romance, reconsidera e ressignifica o sonho americano. Uma das versões fílmicas da obra é protagonizada por Leonardi di Caprio. Trailer Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-141808/ The Great Gatsby (1925) (3) Era do meio-oeste; participou da I Guerra Mundial dirigindo uma ambulância, foi ferido e hospitalizado. Após a Guerra, ficou em Paris, onde esteve em contato com Fitzgerald, Sherwood Anderson, Ezra Pound e Gertrude Stein, o que influenciou seu estilo. Logo, participou como jornalista na Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Hemingway foi também porta-voz de sua época. Seu estilo se particulariza pela grande precisão e o uso controlado das palavras, a falta de conectores, a pouca adjetivação, as metáforas reduzidas. Assim, seus textos se caracterizam por frases curtas e objetivas, relacionadas pela conjunção “and”, o que dá um senso cumulativo a sua narrativa. É o leitor que precisa relacioná-las e saturá-las de significações. Ernest Hemingway (1899-1961) Esse estilo econômico expressa dores e emoções: seus heróis se destacam pela “grace under pressure”: o controle formal da narrativa implica o controle emocional, revelando que no modernismo a forma carrega tanto significado quanto o conteúdo. Seus temas foram a I Guerra Mundial, as lesões físicas, morais e psicológicas sofridas por aqueles que dela participaram, bem como a morte e a “geração perdida”. Suas personagens são soldados, toureiros, atletas, pescadores e jornalistas de caráter, marcados por um estoicismo trágico, mas que revela a integridade moral da personagem. Ganhou o Pulitzer por The Old Man and the Sea, em 1952 e o Nobel de Literatura. Ernest Hemingway (1899-1961) (2) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/common s/thumb/9/99/Ernest_Hemingway_1950_crop.j pg/640px-Ernest_Hemingway_1950_crop.jpg Pertencia a uma tradicional família sulista de Mississipi. Suas narrativas têm lugar no condado imaginário de Yoknapatawpha, onde moram várias famílias interligadas há várias gerações. A cidade principal do condado, Jefferson, tem muito em comum com a cidade de Oxford, onde ele nasceu. Em suas narrativas, Faulkner recria a história do sul dos Estados Unidos, na sua dramatização gótica da decadência das famílias de fazendeiros e da escravatura. Uma de suas características principais é o uso do fluxo de consciência e ouso de múltiplos pontos de vista, como em seus romances The Sound and the Fury (1929) e As I Lay Dying (1930). William Faulkner (1897-1962) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6d/Carl_ Van_Vechten_-_William_Faulkner.jpg/640px-Carl_Van_Vechten_- _William_Faulkner.jpg O conto retrata as tradições do Sul, a relação entre a família, a comunidade e a terra, e os conflitos entre brancos e negros no Sul que, mesmo após a Guerra Civil, os mantêm amarrados ao passado e não os deixa progredir. Gênero: conto gótico sobre uma mulher sulista, solteira e excêntrica que se apaixona por um nortista. Emily Grierson enfrenta dificuldades de relacionamento com seu pai, seu amante e toda a comunidade de Jefferson. Seu criado, Tobby, se porta de maneira cautelosa e misteriosa, acatando suas ordens. A rose for Emily (1925) O conto é um estudo sobre anormalidades psicológicas. É também uma alegoria sobre as relações entre o Norte e o Sul e o que está deteriorado: a casa de Emily está desgastada e tudo ao redor cheira mal. Emily, paradoxalmente, é humanizada como uma heroína trágica, e remete ao mito da elegância e benevolência do Sul e à “The Lost Cause”. Quando ela morre, evidencia que as marcas de gênero, classe social, raça e dinheiro não mais importam. A rose for Emily: temas e símbolos Check what is not true about “A rose for Emily”, by William Faulkner: a) In Emily´s death, taking away the “miss” brings her to a more human level: she becomes equal to everyone else. b) Markers of gender and race no long matter after death. c) The rose can symbolize the final display of respect for the dead, which is flowers at the funeral. d) Emily hates Homer Barron, the guy from the North, who comes to reconstruct the South. e) Faulkner uses flashbacks to narrate. Interatividade Check what is not true about “A rose for Emily”, by William Faulkner: a) In Emily´s death, taking away the “miss” brings her to a more human level: she becomes equal to everyone else. b) Markers of gender and race no long matter after death. c) The rose can symbolize the final display of respect for the dead, which is flowers at the funeral. d) Emily hates Homer Barron, the guy from the North, who comes to reconstruct the South. e) Faulkner uses flashbacks to narrate. Resposta Quando as atitudes progressistas se renovaram devido à Grande Depressão, o documentário de denúncia política ocupou a cena literária. Aparecem em cena os escritores Sinclair Lewis (1885-1951), John Dos Passos (1869-1970) e John Steinbeck (1902- 1968). Os temas desses escritores eram o desemprego, o desespero urbano e a miséria rural. Muitos escritores novos se voltaram para temas proletários, interessando-se pelos bolsões de pobreza, pela degradação social e pela linguagem que atacasse as mazelas sociais e levasse o povo a tomar uma atitude. As narrativas de crítica social: o romance engajado Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ad/ The_Grapes_of_Wrath_(1939_1st_ed_cover).jpg Oriundo da Califórnia, foi autodidata e de família pobre. Trabalhou como carpinteiro, agrimensor, vendedor de loja, empregado de farmácia, de uma fábrica e de um rancho. Steinbeck tinha ambições tanto científicas (próprias do naturalismo), que se manifestam em seu desejo de explicar a biologia das ações dos homens e afirmar a necessidade espiritual da existência humana. Esse elemento místico está presente em The Pasture of Heaven (1932) e To a God Unknown (1933), que narram o movimento dos norte-americanos para o oeste, à procura de suas raízes. Para Steinbeck, essas raízes não estavam nas satisfações individuais, na posse de propriedades ou na moralidade convencional. John Steinbeck (1902-1968) Esse romance é emblemático da Depressão da década de 1930 e dramatiza a migração dos “okies” (habitantes do estado de Oklahoma), devido à crise econômica e à grande seca, para os vales da Califórnia. Em uma das cenas, Steinbeck narra o momento em que os pequenos arrendatários são obrigados a sair das terras porque, para fazê-las renascer, precisavam alternar a plantação, pois o algodão havia deixado a terra exausta. Mas, eles não tinham dinheiro para comprar outras sementes. Então, os donos das terras explicavam aos arrendatários sobre a necessidade de saírem de lá, uma vez que eles também estavam endividados com os bancos, o que gera desespero e indignação política. The Grapes of Wrath (1939) Representante da escola poética do imagismo, a favor de uma apresentação clara e visual. Ele queria encontrar beleza nas coisas simples. Os princípios do imagismo eram evitar o uso supérfluo de palavras; somente deveriam ser usados aqueles adjetivos que revelassem importância. Da mesma maneira, era contra o uso de abstrações e a favor de expressar diretamente os temas através de figuras concretas. Segundo Pound, a composição deveria seguir o ritmo da música. Ele ainda era contra o uso de metáforas ou símbolos que remetessem o leitor a algum referente fora do poema. Para o autor, o poder da poesia era produto da linguagem, e não do contexto social. Ele era, no entanto, a favor da justaposição de elementos díspares. In a Station of the Metro The apparition of these faces in a crowd; Petals on a wet, black bough (POUND, 1913). Ezra Pound (1885-1972) Seus poemas narram a vida no campo e apelam para a nostalgia do passado. Sua poesia, de vocabulário simples, metáforas acessíveis e uso de rima agradavam o público. Porém, as poesias sugerem um outro nível de significação, como no poema “The Road not Taken”. Robert Frost (1874-1963) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo ns/thumb/3/36/Robert_Frost%2C_1910s.jpg/6 40px-Robert_Frost%2C_1910s.jpg Two roads diverged in a yellow wood, And sorry I could not travel both And be one traveler, long I stood And looked down one as far as I could To where it bent in the undergrowth; Then took the other, as just as fair, And having perhaps the better claim […] Two roads diverged in a wood, and I — I took the one less traveled by, And that has made all the difference. The road not taken (1916) O’Neill foi um dramaturgo cujas obras têm como foco a condição do subalternizado norte-americano. Assim, as personagens lutam para manter sua esperança, em bairros periféricos de cidades como Nova Yorque, em que mulheres precisavam se prostituir para sobreviver, como o caso da peça em um ato, “The Web” de 1913. Todas essas características colocam suas obras dentro do estilo do Realismo, seguido por dramaturgos, como Henrik Ibsen, na Suécia, e Anton Chekhov, na Rússia. Entre as peças mais destacadas está Beyond the Horizon (1920), grande sucesso na Broadway que recebe o Pulitzer de 1920. O teatro: Eugene O’Neill (1881-1953) É interessante notar que desde a época colonial havia algumas vozes que não apareciam entre as dos homens brancos e anglo-saxões, como a de Phillis Wheatley (1753-1784), uma escravizada afro-americana que foi levada da África para Boston, onde foi comprada por um alfaiate rico, John Wheatley, para servir sua esposa. Em suas poesias, Wheatley afirma a igualdade espiritual entre negros e brancos, ao mesmo tempo que critica o racismo. A literatura afro-americana Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com mons/thumb/2/2d/Phillis_wheatley_portrait_ 2.jpg/640px-Phillis_wheatley_portrait_2.jpg It was mercy brought me from my pagan land, Taught my benighted soul to understand That there's a God, that there's a Savior too: Once I redemption neither sought nor knew. Some view our sable race with scornful eye, "Their color is a diabolic dye." Remember Christians; Negroes, black as Cain, May be refined, and join the angelic train On Being Brought From Africa To America Líder antiescravagista que nasceu escravo em Maryland e conseguiu fugir em 1838.Em 1845, publicou Narrative of the Life of Frederick Douglas, An American Slave. Frederick Douglas (1817-1895) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo ns/7/72/Frederick_Douglas_NYHS_c1866.jpg Primeiro gênero literário da prosa negra dos EUA. Os afro-americanos construíram uma identidade própria que os separava dos brancos, revalorizando as tradições e os valores de suas comunidades. Na segunda metade do século XIX, estas narrativas vão abranger autobiografias, textos de protesto, sermões, poesias e cânticos. A identidade negra começa a se impor nas narrativas de Booker T. Washington, W. E. B. Dubois, Charles Waddel Chesnutt e Paul Laurence Dunbar, entre muitos outros. “A narrativa de escravos” W. E. B. Du Bois (1868-1963) Nasceu na Nova Inglaterra e se formou nas universidades de Harvard e Berlim. Sua principal obra é The Souls of Black Folks (1903); foi um dos fundadores da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP). A importância de seu trabalho reside no fato de ter ajudado os afro-americanos a redescobrirem o valor de sua cultura. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com mons/thumb/4/45/Du_Bois%2C_W._E._B..j pg/640px-Du_Bois%2C_W._E._B..jpg Dunbar utiliza o dialeto dos afro-americanos como uma maneira de mostrar a sua diferença cultural, mas também do inglês formal. Por um lado, enfatiza uma imagem diferenciada, por outro, mostra a capacidade do afro-americano em comunicar em qualquer forma da língua inglesa: alegoria de resistência. Sympathy I know what the cage bird feels, alas! When the sun is bright on the upland slopes; When the wind stirs soft through the springing grass, And the river flows like a stream of glass; When the first bird sings and the first bud opens, And the faint perfume from its chalice steals — I know what the caged bird feels! I know why the caged bird beats its wing Till its blood is red on the cruel bars […] Paul Laurence Dunbar (1872-1906) Foi o jazz, música dos afro-americanos, que deu o nome a essa década: the jazz age. Nela destacaram-se músicos como Duke Ellington e cantoras como Bessie Smith. Outros gêneros em voga eram o blues e os negro spirituals. O objetivo do movimento Harlem Renassance foi recriar estilos e experiências da comunidade afro-americana. The Harlem Renaissance (1919-1929): a afirmação da literatura afro- americana Assim, a década de 1920 foi um momento de lutas políticas, sociais e raciais que vão se afirmar através das expressões artísticas. Em 1919, soldados afro-americanos, que tinham lutado na I Guerra Mundial, voltavam para os EUA e tinham dificuldade de encontrar emprego. Muitos afro-americanos foram linchados no sul, o que desencadeou uma reação da comunidade negra. Uma conferência do NAACP pediu leis que proibissem tamanha violência. Em 1920, o líder Marcus Garvey organizou uma convenção no Madison Square Garden, da qual centenas de cidadãos participaram. Em 1922, Louis Armstrong vai de Nova Orleans para Chicago e começa a tocar em uma banda. Panorama da década 1920 Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/common s/f/f1/Three_Harlem_Women,_ca._1925.png Em 1925, a revista Survey Graphic publicou um número dedicado aos artistas do Renascimento do Harlen, intitulado “Harlem: Mecca of the New Negro”, apresentando a poesia, a ficção e os ensaios de artistas afro-americanos ao público branco. Curiosamente, há uma mudança na forma como os afro-americanos são representados. Black artists: the New Negroes Fonte: https://cdn10.bigcommerce.com/s- e2q5po/products/4921/images/9010/surveygraphic001 __33434.1412110342.1280.1280__82216.1542230330 .386.513.jpg?c=2 It is incorrect to say that: a) Life wasn’t easy for ex-slaves, especially in the Southern states. b) Ex-slaves from the South moved to New York, in order to become rich businessmen. c) The Harlem meant a new possibility for ex-slaves to live in a less hostile atmosphere. d) Black people took their music to Harlem. e) Besides jazz, musicians played the blues and the spirituals. Interatividade It is incorrect to say that: a) Life wasn’t easy for ex-slaves, especially in the Southern states. b) Ex-slaves from the South moved to New York, in order to become rich businessmen. c) The Harlem meant a new possibility for ex-slaves to live in a less hostile atmosphere. d) Black people took their music to Harlem. e) Besides jazz, musicians played the blues and the spirituals. Resposta Langston Hughes nasceu em Missouri; se pai abandonou a família, em decorrência do racismo. Hughes foi criado por sua avó e, depois de sua morte, foi viver com amigos. Posteriormente, moraria com sua mãe. Estudou engenharia na Universidade de Colúmbia, abandonando o curso, por conta do preconceito racial. No Harlem escreve poesia, contos e peças teatrais. Langston Hughes (1902-1967) Fonte: https://hips.hearstapps.com/hmg- prod/images/langston-hughes-9346313-1- 402.jpg?resize=1200:* Hughes incorporou em sua poesia os ritmos do jazz e do blues, a linguagem coloquial de sua comunidade e temas folclóricos. Ele teve uma atuação relevante no Harlem Renaissance não somente através de sua literatura, mas também pela ação para abrir teatros e promover eventos de artistas afro-americanos. Hughes escreveu poesias, duas autobiografias e sketches, através dos quais fazia sua crítica social. Seu tom é irônico e de crítica; também discute o conceito de “negritude” (desenvolvido por Aimé Cesaire) e seu orgulho de ser afro-americano, como em “My People”, no qual afirma o slogan “Black is Beautiful”: Em foco: a Poesia de Hughes The night is beautiful, So the faces of my people. The stars are beautiful, So the eyes of my people. Beautiful, also, is the sun. Beautiful, also, are the souls of my people My people I, too, sing America. I am the darker brother. They send me to eat in the kitchen When company comes, But I laugh, And eat well, And grow strong. Tomorrow, I, too (1926) I’ll be at the table When company comes. Nobody’ll dare Say to me, “Eat in the kitchen”, Then. Besides, They’ll see how beautiful I am And be ashamed — I, too, am America. I, too (2) Hughes utiliza a perspectiva de uma pessoa negra que não é mais escravizada, mas que também não se sente livre, sob as leis Jim Crow. Esta pessoa sabe que um dia será respeitada e terá os mesmos direitos que uma pessoa branca. Também é ciente de todo o trabalho de construção dos EUA. No próximo poema, Hughes ressalta a importância do negro na civilização, embora tenha sido explorado e segregado. No entanto, Hughes convoca seu povo para um renascimento coletivo. Direitos x segregação I am a Negro: Black as the night is black, /Black like the depths of my Africa. I’ve been a slave: /Caesar told me to keep his door-steps clean. I brushed the boots of Washington. /I’ve been a worker: Under my hand the pyramids arose. /I made mortar for the Woolworth Building. I’ve been a singer: /All the way from Africa to Georgia I carried my sorrow songs./I made ragtime. I’ve been a victim:/The Belgians cut off my hands in the Congo. They lynch me now in Mississipi. I am a Negro: Black as the night is black, Black like the depths of my Africa. The Negro Oriunda da Flórida, Hurston estudou antropologia e tinha uma visão científica da etnicidade. A autora se interessou pelas lendas folclóricas do povo afro-americano, tanto dos Estados Unidos como do Haiti, utilizando a língua coloquial dos afro-americanos, mas do sul da nação. Their Eyes were Watching God (1937) é uma narrativa, na qual a autora discute o conflito de identidade dos afro-americanos, apontando para a falta de visibilidade. Hurston denunciou como a mulher negra também era maltratada por homens de sua própria comunidade. Zora Neale Hurston (1903-1960) Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com mons/5/57/Hurston-Zora-Neale-LOC.jpg A literatura norte-americana, após a Segunda Guerra Mundial, sofreu influência de movimentos, como o existencialismo europeu e o realismo mágico da América Latina, além da cultura popular do rádio e da televisão. O horror ao Holocausto e à bomba atômica levou à produção de uma literatura sóbria, baseada na ideia de que a inocência da nação havia ficado para trás. Foi também uma época materialista, de expansão militar, ansiedade ideológica e de um forte senso de transformação da consciência. Se o sucesso econômico era um dos objetivos principais, o fracasso se tornou, por consequência, um dos temas centrais dessa literatura. Já, Flannery O’Connor narra a maneira como a ignorância provoca violência e discriminação. Entre seus contos, destaca-se Everything that Rises Must Converge (1965). A tradição literária após a II Guerra Mundial (1940-1950) O romance judeu-americano dessa época não falava da experiência da imigração, mas do materialismo, da cidade moderna, das relações interpessoais. Foi nessa época que apareceram alguns dos escritores mais importantes dessa tradição. Os temas principais são a luta do homem para sobreviver e a ética dos judeus imigrantes. Destacamos J. D. Salinger (1919-2010), cujo romance The Catcher in the Rye (1951), narrado da perspectiva de um adolescente de dezesseis anos de classe alta, foge de um colégio de elite e se desaponta com o mundo materialista dos adultos. Escritores judeu-americanos Tennessee Williams foi um dos dramaturgos mais controversos da cena norte-americana. Nascido no estado sulista do Mississippi, suas obras se caracterizam pela dicção sulista das personagens, assim como pela paisagem gótica. Esse gênero o ajudou a recriar o trauma causado pela escravidão, assim como causado pela Guerra Civil e pelo duro período da Reconstrução. Williams também foi um dos primeiros escritores a assumir sua homossexualidade. Foi um autor prolífico, com mais de vinte peças de teatro, dentre as que se destacam A Streetcar Named Desire (1949). Veja a seguir um trecho da primeira cena de A Street Car Named Desire. O dramaturgo Tennessee Williams (1911-1983) A peça se passa na pobre cidade de Nova Orleans nos anos 1940, após a Segunda Guerra Mundial. Stanley e Stela Kowalski moram em um andar térreo de um prédio de esquina. Blanche DuBois, irmã de Stella, chega. Ela é uma mulher sulista, professora de literatura da decadente cidade de Laurel, Mississipi. Veio de família rica assim como sua irmã Stella, mas perderam tudo. Morava numa fazenda (plantation) chamada Belle Reve. E em seguida ela foi dispensada do cargo de professora por causa de seus nervos. Blanche critica todos os arredores da cidade. E critica Stella por ter feito uma opção tão abaixo de seu status social. Existe algo de predador no marido de Stela. Na verdade, a peça também abarcará violência doméstica, além de questões sobre classe social e contexto histórico. A streetcar named Desire Arthur Miller (1915-2005), de Nova York, ficou famoso com a encenação de Death of a Salesman (1949). Por meio de uma saga familiar, a obra discute o sucesso ou fracasso do indivíduo na crua América capitalista. Miller também publicou The Crucible (As bruxas de Salem) (1953) durante o período do macarthismo. The Crucible acontece no séc. XVII em Salem, Massachussets, e relata o julgamento de vários colonos puritanos acusados de bruxaria. Por meio desse enredo, Miller – que foi acusado de comunista pelo senador McCarthy, mas se negou a fornecer os nomes de seus companheiros de Hollywood, para se salvar – se utiliza desse injusto julgamento do passado para falar da situação criada pelo macarthismo no presente. A mensagem de sua obra é que a “caça às bruxas” não cabe em uma democracia. Ainda no ano de 1954, Miller publicou sua peça Incident in Vichy (Incidente em Vichy), em que denuncia o holocausto e o horror criado pelo nazismo. Arthur Miller (1915-2005) Plath se utilizou do estilo confessional para expressar sua visão contra as normas literárias e sociais impostas às mulheres. Ela expressava seus desejos, ódios e mesmo seu impulso suicida em termos intimistas. Sylvia Plath (1932-1963) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com mons/d/d0/Sylvia_Plath.jpg Na língua alemã, na vila polonesa Aterradas pelo rolo-compressor Das guerras, guerras, guerras. Mas o nome do lugar é comum. Diz meu amigo polaco Que há uma ou duas dúzias. Assim nunca soube onde você Fincou seus pés, suas raízes, Com você nunca pude falar. A língua presa no maxilar. Arapuca de arame farpado. Ich, ich, ich, ich, Mal conseguia dizer. Um trecho de “Papai” The poetry of Langston Hughes: a) exalts the identity affirmation of indigenous people. b) incorporates the rhythm of Irish music. c) incorporates the rhythms of jazz and blues, the colloquial language of the black community and folk themes. d) is inspired by James Joyce´s writings. e) discusses the concept of experimental poetry. Interatividade The poetry of Langston Hughes: a) exalts the identity affirmation of indigenous people. b) incorporates the rhythm of Irish music. c) incorporates the rhythms of jazz and blues, the colloquial language of the black community and folk themes. d) is inspired by James Joyce´s writings. e) discusses the concept of experimental poetry. Resposta Na década de 1960, surgiu um estilo conhecido como “novo jornalismo”, em que ficção e jornalismo se misturavam. A obra mais relevante é In Cold Blood (1966), de Truman Capote, que narra o assassinato de uma família de fazendeiros no estado de Kansas. Da mesma maneira, a literatura da década de 1970 se caracteriza pela visão satírica dos valores da sociedade norte-americana, numa fusão entre o cômico, o metafísico e o grotesco. Um dos escritores mais destacados desse momento é Thomas Pynchon (1937-). Seu estilo lança mão de jogos e códigos: muitas vezes a trama da narrativa é desconhecida para uma das personagens principais, que precisa criar uma ordem a partir do caos que a rodeia. Entre suas obras se destacam The Crying Lot of 49 (1966). As narrativas das décadas de 1960 e 1970 O Black Arts Movement tinha como objetivo transformar a maneira como os afro-americanos tinham sido retratados nas artes, em geral. Por isso, a arte negra dos anos 1960 é uma expressão engajada politicamente que surge durante o Movimento Black Power. Após o falecimento do ativista Malcolm X, em 1965, formam-se duas correntes: uma formada pelo The Revolutionary Nationalists, representada pelo Partido Black Panther e o Cultural Nationalists. “I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal." MLK The Black Arts Movement (1965-1975) Imagem 2 Fonte: https://thumbs.imagekind.com/canvas2/blurred/df07c770-d97d-49d2- b731-7f94d4f3fc76_16_650/King-of-Hearts_art.png?v=04102014- 1644063782 Imagem 1 Fonte: https://thumbs.imagekind.com/canvas2/blurred/f0e9c30a-9af1-4e05- bac6-5ecbb996c872_16_650/ElHajj_art.png?v=04102014-1592401172 Os Cultural Nationalists focavam na poesia, romance, artes visuais e teatro. Eles refletiam o orgulho da história negra. Além disso, eles queriam reafirmar a autonomia dos artistas, criando arte negra para pessoas negras. Esse movimento significou, portanto, o despertar da consciência sobre o valor da negritude e a resistência contra a exclusão. Black art for black people Fonte: https://i.pinimg.com/474x/18/aa/a3/18aa a345439fb1953843591d7ab380c2.jpg Fonte: https://ih1.redbubble.net/image.282515750 0.6246/bg,f8f8f8-flat,750x,075,f- pad,750x1000,f8f8f8.jpg Our theatre will show victims so that their brothers in the audience willbe better able to understand that they are the brothers of victims, and that they themselves are blood brothers. And what we show must cause the blood to rush, so that pre-Revolutionary temperaments will be bathed in this blood, and it will cause their deepest souls to move, and they will find themselves tensed and clenched, even ready to die, at what the soul has been taught (apud YOUNG, 1996, p. 1965). Estética e resiliência negra Maya torna-se uma grande expoente da literatura negra. Still I rise You may write me down in history / With your bitter, twisted lies, You may trod me in the very dirt / But still, like dust, I'll rise. [...] Leaving behind nights of terror and fear / I rise Into a daybreak that’s wondrously clear / I rise Bringing the gifts that my ancestors gave, / I am the dream and the hope of the slave. I rise/ I rise / I rise. Maya Angelou (1928-2014) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/th umb/8/83/Maya_Angelou_visits_YCP_Feb_2013.jp g/640px-Maya_Angelou_visits_YCP_Feb_2013.jpg Feminista e ativista, Walker trata da busca da dignidade na vida humana. Sua obra principal é The Color Purple, que se baseia na maneira em que as mulheres se apoiam umas às outras em momentos de grande aflição. Alice Walker (1944-) Fonte: https://upload.wikime dia.org/wikipedia/com mons/thumb/5/59/Alic e_Walker.jpg/640px- Alice_Walker.jpg Toni Morrison estudou na Universidade de Harvard e trabalhou como editora em Washington. Ao mesmo tempo, foi professora emérita de várias universidades. Em 1993, Morrison ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Como técnica, Morrison utiliza frequentemente o fluxo de consciência, quebra da narrativa e flashbacks. O tema principal da sua literatura é a identidade negra. Em The Bluest Eye (1970), Morrison conta a história de uma moça negra abusada pelo pai. Em Sula (1973), a autora desconstrói o estereótipo da mulher negra e a apresenta como um ser humano em toda sua complexidade. Toni Morrison (1931-2019) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bd/Toni_ Morrison_2_%2848479374541%29.jpg Em Beloved (1987), Morrison narra a história de uma mulher, no sul dos Estados Unidos, que mata seus filhos para que não continuem como escravizados. O tema principal de Jazz (1992) é a vida no Harlem, assim como as memórias de seus habitantes sobre a vida no Sul. Em Home, a autora reforça a importância da participação de soldados negros na Guerra da Coreia, os quais lutaram pelo seu país, mas ainda eram segregados quando voltavam aos EUA. Frank Money volta da Guerra da Coreia em um cenário racista. Durante os anos de sua ausência, sua irmã Ycidra sobrevive a uma sociedade machista, em que as mulheres são abandonadas pelos maridos e muitas vezes mutiladas. Toni Morrison (1931-2019) (2) Na década de 1950, a poesia tradicional norte-americana se distingue pela sua dicção convencional, usando rima ou padrão métrico preestabelecido, de grande precisão e de tom realista. Essa poesia vai entrar em contraponto com a poesia experimental, que pode ser dividida em cinco escolas: “Escola de Black Mountain”; “A Escola de São Francisco”; “Os Poetas Beat”; “A Escola de Nova York”; “Surrealismo e Existencialismo”. Esses poetas se inspiraram no jazz, na pintura expressionista abstrata. Eles eram intelectuais de contracultura que se dissociaram das universidades e criticavam a sociedade burguesa. Na sua busca por novos valores, escreveram uma poesia ousada e original. Há uma volta para as tradições indígenas norte-americanas. Os principais poetas “beat” foram Allen Ginsberg e Jack Kerouac. Muitos consideram a poesia beat como uma antecipação do rap. Foi ela que mais criticou os valores do “establishment”, da sociedade burguesa e capitalista. A geração Beat O teatro do absurdo define-se como um movimento que surgiu como uma reação ao Realismo. Para os autores do absurdo, o teatro da burguesia já não mais respondia às necessidades da sociedade contemporânea. Devido às guerras mundiais, os valores da burguesia foram colocados sob rasura. O mundo tornou-se um lugar absurdo que pedia um novo estilo de arte em que se expressasse esse sentimento de desolação e, por isso, a influência do Existencialismo nesta vertente da dramaturgia. Essa qualidade do absurdo se manifesta nos diálogos fragmentados e até sem sentido aparente, além do uso do grotesco, para a descrição de cenas cotidianas, elementos tragicômicos, entre outros. O teatro do absurdo Edward Albee utiliza de elementos do absurdo para criticar acidamente o Sonho Americano como Who is Afraid of Virginia Woolf? (1962). A peça narra uma madrugada na vida turbulenta de um professor universitário e sua esposa, após uma festa. Eles são um casal de meia idade que, nessa noite, estão acompanhados por um casal de professores amigos mais jovens. Assim, se estabelece entre eles um jogo de sedução que se torna grotesco devido ao excesso de bebida assim como os desejos reprimidos e às frustrações das diferentes personagens. Edward Albee (1928-2016) Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e3/Edw ard_Albee_1.jpg/640px-Edward_Albee_1.jpg A partir da segunda metade do séc. XX floresce a literatura multiétnica. Escritores chicanos (norte-americanos de origem mexicana), hispanos (cubanos-norte americanos ou porto-riquenhos), latinos, nativos e sino-americanos começaram a atrair a atenção do grande público. Todas essas narrativas criticam os valores do establishment como universais e únicos. Entre os temas mais destacados estão a reescrita do conceito de raça como culturalmente construída; a etnicidade como conceito cultural; o etnocentrismo em contraponto com a heterogeneidade cultural; o monolinguismo versus o polilinguismo. Sandra Cisneros é um exemplo com o seu livro The house on Mango Street. As vozes das margens Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a8/ Cisneros_pic.jpg/640px-Cisneros_pic.jpg Os escritores nativos caracterizam-se pela tradição do verso xamanístico, de sua herança cultural, evocando o mundo natural. Simon Ortiz (1941-) trata das contradições na vida de um indígena norte-americano, no dia de hoje, dividido entre o presente e o passado. Ortiz lembra das injustiças cometidas contra o seu povo, mas também da necessidade de resistir: Resistance We have to resist, no matter what. To stop fighting wrong is death. We have to live in order to live. To live is to matter. […] Resistance is necessary when we decide to make a stand. Literatura nativa Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ce/Red-ink- alexie-matsunaga-2016-3085_%2827727652941%29.jpg/640px-Red- ink-alexie-matsunaga-2016-3085_%2827727652941%29.jpg What is correct to state about the Black Arts Movement? a) The assassination of Malcolm X motivated the Revolutionary Nationalists to fight for social justice. b) The Cultural Nationalists called for the creation of poetry, visual arts, theater etc. to reflect pride in black history and black culture. c) The movement wanted to awaken black consciousness. d) The Black Arts Movement was established in 1965. e) All of them are correct. Interatividade What is correct to state about the Black Arts Movement? a) The assassination of Malcolm X motivated the Revolutionary Nationalists to fight for social justice. b) The Cultural Nationalists called for the creation of poetry, visual arts, theater etc. to reflect pride in black history and black culture. c) The movement wanted to awaken black consciousness. d) The Black Arts Movement was established in 1965. e) All of them are correct. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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