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1 Fernanda E. Bocutti T6 - É o estudo das mal formações congênitas, ou seja, das anomalias de desenvolvimento que provocam alterações morfológicas presentes ao nascimento Até a década de 1940 acreditava-se que – membranas extraembrionárias ou fetais (âmnio e córion) e paredes uterina e abdominal das mães forneciam proteção contra agentes ambientais como fármacos, vírus e compostos químicos 1941- Relatados os primeiros casos bem documentados de que um agente ambiental (vírus da rubéola) poderia produzir defeitos congênitos. Apenas algumas substâncias, endógenas ou exógenas, não são capazes de passar através da membrana placentária pelo tamanho, configuração e carga da molécula ou organismo Substâncias nocivas: drogas, venenos e monóxido de carbono Vírus: rubéola e citomegalovírus Causas dos efeitos congênitos - São divididas em três categorias amplas: 1. Fatores genéticos 2. Fatores ambientais (ex: fármacos/ drogas e vírus) 3. Herança multifatorial (fatores genéticos e ambientais agindo em conjunto) A maior parte é de etiologia desconhecida. Mas entre os fatores, a herança multifatorial é a mais prevalente Defeitos congênitos causados por fatores genéticos Não tem como reverter. O que se pode fazer um aconselhamento genético 1. Alterações cromossômicas numéricas: Causa: não disjunção meiótica (obs: considerar também a não disjunção mitótica) - Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) - Síndrome de Klinefelter (XXY) – menino que tem ginecomastia - Síndrome de Turner (perda de cromossomo 45X, o segundo X é inativado. A ausência desse X são responsáveis pelas alterações) 98% dos casos levam a aborto espontâneo e as alterações pós parto não são muito altas. As características da síndrome incluem baixa estatura, pescoço alado, ausência de maturação sexual, tórax largo com grande espaço entre os mamilos e tumefação por linfedema das mãos e pés. 2. Alteração cromossômicas estruturais - Deleção terminal parcial do braço curto do cromossomo 5 Síndrome do miado do gato – O choro da criança lembra um miado de um gato 3. Defeitos congênitos causados por genes mutantes - Exemplo: acondroplasia - Gene do receptor do fator de crescimento de fibroblastos Mutação Guanina pela Adenina Um menino jovem com acondroplasia apresenta baixa estatura, membros e dedos curtos, comprimento normal do tronco, pernas curvadas, cabeça relativamente grande, testa proeminente e ponte nasal deprimida. 4. Fatores ambientais Exposição a teratógenos: qualquer agente que possa produzir um defeito congênito ou aumentar a incidência de um defeito na população Exemplos: Teratologia 2 Fernanda E. Bocutti T6 - Agentes químicos (álcool, varfarina e talidomina). - Agentes infecciosos (vírus da rubéola, toxoplasma gondii) - Agentes físicos (radiação) Alguns teratógenos (ex: infecções e fármacos) - Pode simular doenças genéticas, como quando dois ou mais filhos de pais normais são afetados - O princípio importante a ser lembrado é que nem tudo o que é familiar é genético * familiar = estilo de vida!!! Quais são as consequências da ação de um agente teratógeno? - Teratógenos agem através de um número relativamente limitado de mecanismos patogênicos 1.. Indução da morte celular II. Alterações no crescimento dos tecidos III. Interferência na diferenciação celular Afetam eventos básicos do organismo em desenvolvimento – suas consequências podem atingir mais de um tecido ou órgão. Alguns estágios do desenvolvimento embrionário são mais vulneráveis a perturbações que outros: lilás: mais sensível verde: menos sensível Princípios da teratogênese: períodos críticos do desenvolvimento - Estágio do desenvolvimento de embrião quando exposto a um teratógeno – determina sua suscetibilidade a esse agente - Os períodos críticos do desenvolvimento - A dose do medicamento ou do composto químico - O genótipo (constituição genética) do embrião 3ª semana - A época mais sensível do embrião é da 3ª a 8ª semana 1. Fenitoína O uso desse medicamento durante a gestação. 5 a 10% desenvolvem síndrome fetal da hidantoína - Mais da metade não é afetada - Genótipo do embrião determina se o agente teratogênico prejudicará seu desenvolvimento 3 Fernanda E. Bocutti T6 Caso clínico – Toxoplasmose 1. Qual é o agente teratogênico? - Toxoplasma gondii – que é um protozoário. Zoonose altamente disseminada e de ampla distribuição geográfica, sendo uma das infecções parasitárias mais comuns em humanos 2. Qual a forma de transmissão? - Ao ingerir água, frutas e vegetais contaminados com os oocistos (esporozoítos). A ingestão de cistos teciduais (bradizoitos) encontrados em carne crua ou mal cozida. Por meio de transfusões sanguíneas, contato com secreções e excreções ou ainda por via placentária em gestantes primoinfectados (taquizoítos) 3. Há algum período crítico em que o contato com esse agente trata maiores complicações? - No primeiro trimestre gestacional a infecção pode acarretar consequências mais graves. As consequências podem ser apresentadas como: coriorretinite, retardo mental e moderada perda de audição. A retinocoroidite é a principal lesão observada. 4. Há variação nas alterações observadas de acordo com o período em que houve contato com esse teratógeno? - A infecção materna que ocorre no último trimestre, embora com maior frequência, tem menor gravidade; portanto, no decorrer da gestação há um aumento no risco de transmissão vertical e diminuição da gravidade do acometimento fetal. 5. Há algum modo de prevenção? - Prevenções primaria com informações sobre as fontes de infecção, triagem sorológica pré-natal (pela identificação da toxoplasmose gestacional o mais precoce possível, seguida de tto antimicrobiano, a fim de prevenir ou limitar a transmissão transplacentária, diagnóstico e tratamento fetal), estratégias estas que podem ser alternativas em regiões com prevalência baixa de infecção toxoplásmica, ou indispensáveis em regiões com elevada prevalência.