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PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE

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L
PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE 
 
 
1 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA .............................................................. 8 
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO– HUMANIZASUS ................... 16 
DIRETRIZES DO HUMANIZASUS/PNH ...................................................... 19 
GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO .................................................. 20 
AMBIÊNCIA .................................................................................................. 21 
CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA ................................................. 21 
VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR .......................................................... 22 
DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS ................................................ 22 
PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS ............................................................... 22 
OBJETIVOS DO HUMANIZA SUS ............................................................... 24 
CONCLUSÃO ............................................................................................... 26 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
NOSSA HISTÓRIA 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas 
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de 
comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela 
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeos de Apoio 
 
 
 
3 
Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto 
de HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA, foram selecionados alguns vídeos 
que deverão ser assistidos antes de iniciar a leitura do conteúdo da apostila. 
 
➢ Vídeo 1: O SUS e a humanização da saúde 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=GE2v0GmESdg > 
Sinopse: o Canal TedX Talks, traz uma palestra repleta de humanidade, na 
qual Júlia Rocha, médica de família e comunidade nos fala sobre o direito 
universal à saúde e sobre a importância da humanização do atendimento 
médico através da escuta e do olhar atento, trazendo à tona histórias de vida 
e de cura. Descubra como, mesmo na escassez de recursos da saúde pública, 
é possível exercer uma medicina mais humana. 
 
➢ Vídeo 2: HumanizaSUS 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=CygobCIwKIU > 
Sinopse: o Canal do Ministério da Saúde, traz por meio de um pequeno 
documentário realizado por cineastas nove experiências bem sucedidas e 
inovadoras de humanização no SUS foram reconhecidas pelo Ministério da 
Saúde por meio do Prêmio #HumanizaSUS. 
 
 
 
 
➢ Vídeo 3: Política Nacional de Humanização 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=Oms5l_iduQE > 
https://www.youtube.com/watch?v=GE2v0GmESdg
https://www.youtube.com/watch?v=CygobCIwKIU
https://www.youtube.com/watch?v=Oms5l_iduQE
 
 
4 
Sinopse: o Canal do Conexão SUS traz em um vídeo mais informações sobre 
a Humanização em Saúde. A Política Nacional de Humanização foi criada em 
2003 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção 
e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas 
solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. 
 
➢ Vídeo 4: Humanização 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=anWZAlODufs > 
Sinopse: o Canal Enfermagem Florence traz em um vídeo acerca da 
humanização, que é um assunto muito comentado na área da saúde. No 
entanto nota-se que a discussão se encontra mais em teoria do que em ações, 
tornando difícil entender o seu enorme grau de importância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=anWZAlODufs
 
 
5 
INTRODUÇÃO 
A humanização da assistência à saúde é um assunto de extrema 
importância, e que na atualidade está em foco, devido a boa parcela da 
população brasileira como usuária dos serviços de saúde se queixar de maus 
tratos. Observa-se essas queixas principalmente na mídia, veículo que 
denuncia aspectos negativos dos atendimentos prestados à população. 
No que diz respeito à assistência de saúde, em nosso país, a 
humanização do paciente está incluída na Constituição Federal Brasileira de 
1988, por meio da garantia a toda população do acesso à assistência à saúde 
de forma resolutiva, igualitária e integral. O assunto, também, é tema da Carta 
dos Direitos do Paciente e da Comissão Conjunta para Acreditação de 
Hospitais para a América Latina e o Caribe. 
Visando a melhoria na prestação da assistência à saúde, há alguns 
anos o Ministério da Saúde do Brasil lançou o Programa Nacional de 
Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), cujo objetivo principal é 
aprimorar as relações dos profissionais da saúde, tanto entre si quanto do 
hospital com a comunidade. 
Se faz necessário valorizar o ser humano, capacitando os hospitais 
públicos e privados, tornando-os em organizações modernas, solidárias, com 
foco a alcançar as expectativas dos gestores, assim como a comunidade. 
A humanização da assistência à saúde demanda atenção a inúmeros 
aspectos. Estes devem ser orientados e alinhados a uma filosofia 
organizacional, na qual os princípios devem estar claramente estabelecidos e 
possíveis de serem concretizados na prática. 
Diversas questões sobre a humanização no atendimento às pessoas 
que procuram os serviços de saúde têm sido abordadas pela imprensa e pelos 
usuários, com enfoques negativos como, por exemplo, a demora ou até 
 
 
6 
mesmo atendimento inadequado por parte dos profissionais de saúde, área 
física inadequada, falta de material, equipamentos e recursos humanos. 
Frente a esse cenário se faz necessário entender o significado de atendimento 
humanizado, como ambiente no qual em sua estrutura física, tecnológica, 
humana e administrativa valoriza e respeita a pessoa, colocando-se a serviço 
desta, garantindo-lhe um atendimento de extrema qualidade. 
 
As especificidades do ambiente hospitalar tendem a induzir os 
trabalhadores desse local a terem uma posição impessoal no atendimento, 
gerando dificuldade na atuação humanizada. Além disso, pode-se destacar à 
alta demanda de atendimento as deficiências estruturais do sistema de saúde 
como um todo; a fragmentação do cuidado; a falta de filosofias de trabalho e 
de ensino voltada para a humanização de maneira efetiva. 
 
No Brasil, assim como em outros países, os serviços de emergência 
são cada vez mais buscados, como resultado, a demanda torna-se cada vez 
maior. Diante desse cenário, destaca-se a precariedade desses serviços – 
com frequência nota-se corredores aglomerados de pacientes em macas sem 
colchões, à espera de atendimento e, ainda, vulneráveis a infecções 
cruzadas. 
 
A visão dos acompanhantes em relação à assistência prestada às 
pessoas atendidas em situação de urgência e emergência, revela o seguinte: 
falta de comunicação, entendidacomo fator de cuidado humanizado; carência 
de infraestrutura versus atendimento humanizado; alta demanda. Por meio 
disto, nota-se que a humanização é possível e pode ser alcançada por meio 
de ações conjuntas, tais como: um simples olhar atentivo; boa vontade dos 
profissionais; ambiente higienizado; material suficiente e equipamentos 
 
 
7 
adequados e funcionantes; cordialidade; conforto; profissionais capacitados 
nas ações desempenhadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 
Nas últimas décadas, as ciências da saúde têm sofrido influência de 
diversos fatores: exacerbado crescimento demográfico da população mundial, 
modificações geopolíticas em diversos países, revolução dos costumes 
advinda da globalização, explosão de conhecimentos alavancada pelo 
desenvolvimento dos meios de comunicação, em particular da internet, e o 
imenso avanço da tecnologia na prevenção, diagnóstico e tratamento das 
doenças. 
BENEVIDES; PASSOS (2005), lecionam: 
Não podemos retomar o conceito de humanização sem 
considerar o cenário no qual ele vem ganhando destaque crescente 
em Programas no campo da saúde pública. Tal concentração 
temática indica o que poderíamos chamar de um modismo que, 
enquanto tal, padroniza as ações e repete modos de funcionar de 
forma sintomática. Neste sentido, é possível afirmar que a 
humanização ganha, no início dos anos 2000, um aspecto de 
conceito-sintoma. 
Parece que, de certa forma, nos encontramos no melhor dos momentos 
para o serviço de saúde. Atingimos níveis extremamente elevados de grande 
sofisticação nos procedimentos médicos, na farmacologia e na tecnologia. 
Estamos apressadamente alcançando uma melhor organização do 
serviço de saúde com relação a pacientes, ao cuidado em casa, nos serviços 
de prevenção e promoção da saúde. Estamos, nestes termos, nos 
aproximando da situação de alcançar sucesso com centenas de problemas 
dos quais éramos inaptos há alguns anos. 
No entanto, se faz necessário lutar pela preservação da figura do 
profissional de saúde em seu sentido mais humano, aquele realiza visitas em 
casa e acalenta seu paciente, o qual sua imagem digna de respeito, amigável 
e confiável vem se rompendo nos últimos anos. Isso devido a frieza e o 
distanciamento entre o profissional e paciente, esta que provêm, em grande 
parte, do nosso sistema de saúde vigente, no qual não há nem ao menos 
 
 
9 
tempo para ouvir o paciente, além das péssimas condições oferecidas ao 
profissional para a prática humanitária do seu dever. 
Regularmente, um notável espaço da mídia é preenchido por 
reportagens e críticas acerca da precariedade dos atendimentos de saúde: 
óbitos de neonatos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal , falta de 
atendimento médico devido escassez de vagas, familiares e pacientes 
peregrinando por diversos hospitais em busca de vaga para internação, 
equipes sobrecarregadas, desmotivadas e estressadas dando mais do que 
podem para tentar salvar vidas, profissionais com mal remunerados 
submetendo-se a jornadas de trabalho exaustivas, o que acaba interferindo 
na qualidade da assistência. 
Desse modo, algumas questões são tidas como fundamentais na 
atenção à saúde, das quais podem ser destacadas: limitado acesso aos 
cuidados; manutenção de processos e tecnologias de trabalho 
homogeneizantes, abstraindo a diversidade de condições, identidades, 
experiências e contextos de intersubjetividade; permanência da tradição 
autoritária, distanciada e hierarquizada nas interligações entre profissionais e 
indivíduos, finalidades dos cuidados em saúde, centrada em referências 
profissionais e em um modo científico de identificar, controlar e tratar 
problemas que exclui os saberes e as experiências diversos do outro polo da 
relação. 
Humanização é uma expressão de difícil definição, considerando seu 
caráter subjetivo, complexo e multidimensional. No cenário da área da saúde, 
a humanização, além de qualidade clínica dos profissionais, exige a qualidade 
do seu comportamento. 
FORTES; MARTINS (2000), destacam: 
Humanizar significa reconhecer as pessoas, que 
buscam nos serviços de saúde a resolução de suas 
necessidades de saúde, como sujeitos de direitos. Humanizar 
 
 
10 
é observar cada pessoa em sua individualidade, em suas 
necessidades específicas, ampliando as possibilidades para 
que possa exercem sua autonomia. 
É incontestável a relevância do profissional de saúde empenhar-se em 
"transcender" a doença e buscar, por trás das suas evidências, o indivíduo 
que sofre e que necessita ser amparado com a mesma dedicação que o 
empenhado no combate à doença. 
A arte de curar excede o conhecimento científico e, dessa forma, 
prescinde do equilíbrio simétrico entre o talento profissional, sua formação e 
uma visão humanista do seu ofício, permeado por noções básicas de 
psicologia, que o ajudariam a separar a doença do doente. 
De forma evidente, a proximidade do risco à vida é o principal ponto de 
atenção da equipe de saúde. No entanto, compreender a situação de 
instabilidade do paciente como algo que se estende pelo físico, psicológico e 
social gera, certamente, recursos complementares à equipe, o que garante o 
aperfeiçoamento do seu trabalho e permite que o cliente se veja como parte 
integrante de um processo saúde-doença humanizado. 
A doença, por sua própria característica, é uma situação extremamente 
desfavorável para o paciente e sua família. Por cuidarmos de pessoas nas 
quais, predominantemente, o corpo foi o objeto do desencadeamento de uma 
vivência negativa, pode-se considerar que a perda do suposto controle sobre 
o tempo acarretará tanto ao paciente quanto à sua família inúmeras 
sensações instáveis e, em geral, desnorteadas, tendo como destaque o medo 
da morte e do sofrimento. Isso, numa instância completamente concreta, que 
é denunciada pela dor e demais sofrimentos físicos e psicológicos, pela 
situação de dependência de terceiros (equipe de saúde), pelo sentimento de 
impotência. 
A boa correlação entre equipe e o equilíbrio emocional, tanto individual 
quanto do grupo, são instrumentos indispensáveis na atenção às situações do 
 
 
11 
processo saúde-doença, uma vez que os profissionais de saúde acabam 
“emprestando”, mesmo que por um tempo momentâneo, esse equilíbrio ao 
paciente e à sua família, até que estes possam se recompor para se enfrentar 
e, se possível, superar a doença e sua fase aguda, que é de desesperança, 
desorganização, despersonificação, e até mesmo, morte. 
Deve-se considerar que, embora supostamente, o paciente e a família 
sejam, os pontos mais suscetíveis às ameaças que a situação de crise 
impõem, também a equipe está exposta a ela, seja com relação à intervenção 
técnica, na qual destaca-se o binômio onipotência/impotência como forte fator 
causador de ansiedade, seja quanto à dimensão do ser humano que está “por 
trás” do profissional de saúde, que sente, identifica e sofre. 
Apesar das dificuldades descobertas no ambiente de trabalho, é 
possível realizar procedimentos de forma humana, evidenciando que o 
profissional de saúde não está ali somente para cumprir e executar tarefas, 
pois este se encontra com a vida de pessoas em suas mãos, e dependendo 
da maneira como é tratada têm-se, também, a responsabilidade de preservar-
lhes a dignidade. 
Analisando as diversas faces da falta de humanização, nota-se que 
esta se torna vigorosamente existente na ocasião em que o paciente é 
despersonalizado, sendo identificado por um número, uma doença, um 
procedimento, colocando de lado sua vivência, suas emoções e suas 
expectativas. Se faz extremamente necessário dirigir-se ao paciente 
chamando-o pelo nome, explicando-lhe os passos do procedimento que será 
realizado e demonstrar interesse em sua história, instituindo dessa forma, no 
relacionamento profissional-paciente o diálogo. 
O diálogo é um pontoimportante quando se observa o conceito de bom 
profissional, concedido por leigos, pelo fato de terem suas necessidades 
 
 
12 
ouvidas, bem como seus medos e dores valorizados e, mais ainda, pelo toque 
afetivo e um cumprimento no final de uma consulta. 
Determinados textos demostram a importância da humanização, 
confrontando-a com o desenvolvimento tecnológico na sociedade atual, 
alegando que este gera um distanciamento e modificação da relação 
profissional-paciente. Porém é necessário levar em conta, que a falta de 
recursos tecnológicos, quando necessários, tendem a gerar um fator de 
estresse e de conflito entre profissionais e usuários, o que tende a resultar na 
desumanização do cuidado. 
 A humanização se faz por meio do próprio indivíduo, da sua cultura e 
valores, sendo modificável de pessoa para pessoa. É demonstrada por meio 
da linguagem verbal e não verbal e extremamente observada pelos pacientes. 
Para isso, basta analisar que ao se dirigir a eles para a realização de dado 
procedimento, primeiramente fixam o olhar no rosto do profissional, 
independentemente da técnica a ser executada, buscando entender o que os 
profissionais da saúde, sentem ao lhes prestar cuidados. 
 Boa parte dos profissionais não ofertam uma assistência humanizada 
por não se reconhecerem de fato envolvidos com o paciente que, em 
consequência da doença, se encontra fragilizado e sensibilizado. Para prestar 
um cuidado humanizado é necessária uma formação qualificada, no entanto, 
esta ainda apresenta carências em disciplinas voltadas para esse tema. 
Porém, não é bastante uma eficiente formação universitária, é necessário 
formar personalidades que valorizem a ética humanitária. 
O conjunto de ações que tem sido chamado humanização só será 
compreendido em sua totalidade quando os profissionais de saúde 
perceberem o valor do seu papel nesse contexto, auxiliando as pessoas a 
vivenciar o processo de doença/recuperação em todas as suas fases, 
incluindo, se inevitável, a ocorrência de uma morte digna. 
 
 
13 
Com a origem do Sistema Único de Saúde (SUS) a saúde passou a ser 
direito de todo cidadão brasileiro, sendo dever do Estado prover políticas 
econômicas e sociais que visem a redução dos riscos de adoecimento. 
Especialmente, associado às ações e serviços, estas devem ser asseguradas 
através de políticas de promoção, proteção e recuperação, com participação 
da população, estruturada nas decisões e na implementação das ações. 
No percurso de edificação do SUS, vale salientar os diversos 
progressos alcançados, principalmente aqueles referentes à universalidade e 
à descentralização. Apesar disso, ainda permanecem alguns impasses, 
direcionando para a demanda de melhoria na implementação do sistema em 
suas diretrizes essenciais, tais como a regionalização e a hierarquização, a 
equidade, a integralidade, uma efetiva participação social e o investimento na 
formação e capacitação de recursos humanos em saúde. 
 
HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE: ENFOQUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
Dicionários da língua portuguesa definem a palavra humanizar como: 
tornar humano, civilizar, dar condição humana. Dessa forma, é justificável 
expressar que humanização é um processo que se encontra em contínua 
transformação e que sofre interferências do contexto em que advém, só sendo 
produzida e subordinada pelo próprio homem. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) traz em suas entranhas os princípios 
e diretrizes daquilo que conseguiria ser a grande política de humanização da 
assistência à saúde no país, garantindo acesso universal, gratuito e integral, 
retirando o caráter de pobreza e convertendo a saúde em direito. No entanto, 
as filas gigantescas rotineiramente encontradas nas portas dos serviços de 
saúde, bem como falta de atendimento, falta de medicamentos, mostram o 
 
 
14 
afastamento da proposta humanizadora do SUS e a realidade de saúde no 
país. 
 Encontram-se diversas lacunas no planejamento da assistência, a 
serem consideradas. Tal como, as longas esperas e adiamentos de consultas 
e exames, a precária condição de instalações e equipamentos, a falta de 
privacidade, a falta de preparo psicológico e de informação para os pacientes, 
e a falta de ética pela parte de alguns profissionais. 
A humanização do atendimento demanda transformações políticas, 
administrativas e subjetivas, carecendo da mudança da própria forma de ver 
o usuário – de objeto passivo a sujeito; do necessitado de caridade àquele 
que executa o direito de ser usuário de um serviço que garanta qualidade e 
segurança, prestado por trabalhadores responsáveis. 
Entretanto, falar de humanização da assistência em saúde para os 
profissionais da área, quando metodicamente tem sido vedada a humanidade 
desses trabalhadores, devido uma exorbitância de atividades e funções, 
jornada de trabalho dupla ou tripla, dificuldade em conciliar a vida familiar e 
profissional, péssimos salários e precárias condições de trabalho, que geram 
desgaste físico e emocional, pode parecer irônico. 
As instituições de saúde não fornecem um ambiente adequado, 
possuindo déficit de recursos humanos e materiais, o que desencoraja o 
profissional para uma mudança de desempenho. Vale salientar que 
humanização demanda também investimento no trabalhador para que este 
possua condições de prestar um atendimento humanizado. 
Além de que, a arquitetura, o acabamento, as dimensões, as salas de 
estar, das unidades de serviço são alguns pontos significativos no que diz 
respeito à parte física, muito importante na organização de um ambiente 
humano. E o que se nota na maioria das Unidades de Saúde são espaços 
físicos improvisados, impróprios e com péssimo estado de conservação, 
 
 
15 
afetando desfavoravelmente a acolhida dos usuários, assim como 
influenciando na qualidade dos atendimentos, impedindo ou até mesmo 
impossibilitando, a privacidade na realização de procedimentos. 
No que lhe diz respeito, a padronização é um fato verificado no 
cotidiano das práticas de saúde, o que pode levar à rigidez e impessoalidade 
da relação. Além de que, o modelo utilizado prevalentemente no atendimento 
à saúde ainda determina que o profissional possui autoridade, pois é detentor 
de conhecimento e habilidades. 
Nesse cenário, o profissional assume o compromisso pela tomada das 
decisões, as pessoas deixam de ser o foco das atenções com facilidade, 
sendo remodeladas em “objeto” do cuidado e fonte de lucro, ficando 
dependentes e passivas, à espera do “poder científico” que os profissionais 
de saúde acreditam ter. O “comércio” da doença acaba se antepondo à 
dignidade das pessoas. 
Discutir sobre humanização da assistência em saúde coletiva resulta 
refletir em transformar os serviços em resolutivos e de qualidade, 
estabelecendo as necessidades de saúde dos usuários como compromisso 
de todos os profissionais envolvidos no processo de trabalho. Os profissionais 
de saúde, devem refletir e debater como tem sido a sua prática em todos os 
momentos de vínculo com o usuário, desde a portaria do estabelecimento até 
a visita domiciliar. 
No entanto, de modo a alcançar esses objetivos são fundamentais 
recursos humanos e materiais suficientes. Considera-se que na análise do 
público, há maior reconhecimento da forma do atendimento, da habilidade 
demonstrada pelos profissionais de saúde para compreender suas demandas 
e suas expectativas, o que chega a ser mais valorizado que a falta de 
profissionais e insumos para assistência. 
 
 
16 
Percebe-se, desse modo, o descontentamento dos usuários no que diz 
respeito, especialmente, as questões de relacionamento com os profissionais 
de saúde. Diante da demanda de mudanças no atendimento do SUS, o 
Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Humanização (PNH) ou 
Política de Humanização da Atenção da Gestão em Saúde no SUS 
(HumanizaSUS). Por meio dessa proposta, a Humanização passa a ser 
definida comouma política, e não mais como programa, norteando princípios 
e modos de operar no conjunto das relações dos diferentes atores da rede 
SUS. 
Com a implementação da PNH, o Ministério da Saúde busca consolidar 
quatro marcas específicas: redução das filas e tempo de espera; 
conhecimento por parte dos usuários dos profissionais que cuidam de sua 
saúde; garantia de informações ao usuário por parte das unidades de saúde 
e garantia de gestão participativa das unidades de saúde aos seus 
trabalhadores e usuários, assim como educação permanente aos 
trabalhadores. 
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO– HUMANIZASUS 
A Política Nacional de Humanização (PNH) surgiu no 2003 para cumprir os 
princípios do SUS na rotina das práticas de atenção e gestão, garantindo 
qualidade na saúde pública no Brasil e estimulando trocas benéficas entre 
gestores, trabalhadores e usuários. 
A PNH deve se tornar presente e estar introduzida em todas as políticas e 
programas do SUS. Garantir a comunicação entre estes três grupos pode 
gerar um encadeamento de discussões em rumo a mudanças que possibilitem 
uma melhor forma de cuidar e novas formas de estruturar o trabalho. 
A humanização é o reconhecimento dos usuários, trabalhadores e gestores 
no processo de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é favorecer uma 
 
 
17 
maior liberdade, a ampliação da sua habilidade de transformar a realidade em 
que vivem, através do dever compartilhado, da criação de vínculos 
humanitários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção 
de saúde. 
DE ABREU BRANDOLFI; MEDEIROS; PACHECO (2021) destacam: 
A reflexão que envolve o contexto histórico de criação do 
SUS, juntamente às políticas públicas de saúde, ganha 
importância quando se passa a compreender o processo 
histórico como algo vivo, e que integra e é indissociável do 
Brasil contemporâneo. Analisar esses aspectos mostra-se 
significativo ao passo que, a saúde coletiva lança mão do 
planejamento estratégico, observando características 
peculiares regionais. 
Construindo alterações nos modos de administrar e cuidar, a PNH 
incentiva o diálogo entre gestores, trabalhadores e usuários para produzir 
processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto 
que muitas vezes produzem atitudes e práticas desumanizadoras que inibem 
a autonomia e a coparticipação dos profissionais de saúde em seu trabalho e 
dos usuários no cuidado de si. 
Em geral os resultados da prática da PNH são: Diminuição de filas e do 
tempo de espera; ampliação do acesso aos serviços de saúde; Atendimento 
acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; Garantia dos direitos dos 
usuários; Valorização do trabalho e Gestão participativa nos serviços. 
Ligada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, a PNH 
conta com um conjunto técnico com sede em Brasília – DF e equipes regionais 
de apoiadores que se associam às secretarias estaduais e municipais de 
saúde. Por meio desta estruturação se elaboram, de forma repartida, planos 
de ação para favorecer e difundir atualidades em saúde. 
Com a avaliação dos problemas e obstáculos em cada serviço de saúde e 
tendo por orientação experimentos exitosos de humanização, a PNH tem sido 
 
 
18 
implantada em todo o Brasil. Existe um SUS que dá certo, e dele partem as 
diretrizes da PNH, demonstradas em sua técnica, métodos, orientações e 
ferramentas. 
Com intuito de valorizar participação de usuário, profissionais e gestores 
pode-se destacar algumas ações: realização de rodas de conversa, incentivar 
redes e movimentos sociais e a gestão dos conflitos gerados pela inclusão 
das diferenças. Assim como incluir os trabalhadores na gerência, para que 
eles, no cotidiano, reformulem seus métodos de trabalho e sejam autores 
ativos das mudanças no serviço de saúde. Inserir usuários e seus familiares 
nos meios de cuidado é um excelente instrumento para a desenvolvimento da 
corresponsabilização no cuidado de si. 
De acordo com o Ministério da Saúde O HumanizaSUS aposta em 
inovações em saúde: 
➢ Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a 
todos oferece a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, 
origem, gênero e orientação sexual; 
➢ Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no 
processo de gestão; 
➢ Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e 
subjetivas de saúde; 
➢ Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de 
produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; 
➢ Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos 
coletivos; 
➢ Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de 
sujeitos; 
➢ Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, 
tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde 
 
 
19 
e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os 
trabalhadores e as relações sociais no trabalho; 
➢ Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, 
mais ágil e mais resolutivo; 
➢ Qualificação do ambiente, melhorando as condições de trabalho e de 
atendimento; 
➢ Articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de 
saúde; 
➢ Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação 
de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a 
saúde integral para todos e qualquer um. 
 
DIRETRIZES DO HUMANIZASUS/PNH 
 
Figura 1: Diretrizes Do PNH 
 
 
 
 
 
 
Como exposto na figura acima, o PNH possui seis diretrizes que 
norteiam sua prática, e que estão detalhadas a seguir: 
 
 
 
20 
Acolhimento 
Acolher é identificar o que o outro traz como autêntica e singular demanda 
de saúde. O acolhimento deve comparecer e amparar a relação entre 
equipes/serviços e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, 
o acolhimento é edificado de forma comunitária, por meio da avaliação dos 
métodos de trabalho e tem como intuito a produção de relações de 
confiabilidade, empenho e ligação entre as equipes/serviços, 
trabalhador/equipes e usuário com sua rede social. 
Com uma percepção qualificada oferecida pelos trabalhadores às 
necessidades do paciente, é provável a garantia do acesso apropriado desses 
usuários a tecnologias adequadas às suas demandas, expandindo a eficiência 
das práticas de saúde. Isso garante, tal como, que todos sejam atendidos com 
prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. 
Gestão participativa e Cogestão 
Cogestão demonstra tanto à incorporação de novos sujeitos nos processos 
de observação e definição quanto ao desenvolvimento das tarefas da gestão, 
que se modifica também em espaço de realização de análise dos contextos, 
da política em geral e da saúde em particular, em lugar de formulação e de 
pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo. 
A PNH destaca dois grupos de dispositivos de cogestão: aqueles que 
possuem relação com a estruturação de um espaço coletivo de gestão que 
possibilite o acordo entre necessidades e interesses de usuários, 
trabalhadores e gestores; e aqueles que dizem respeito aos mecanismos que 
garantem a contribuição ativa de pacientes e familiares no cotidiano das 
unidades de saúde. Colegiados gestores, Mesas de negociação, Contratos 
Internos de Gestão, Câmara Técnica de Humanização (CTH), Grupo de 
 
 
21 
Trabalho de Humanização (GTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são 
estruturas de trabalho que possibilitam o teste da cogestão na rotina da saúde. 
Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a 
privacidade, propicie mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de 
encontro entre as pessoas. 
 Ambiência 
Ambiência diz respeito a criação de espaços saudáveis, acolhedores e 
confortáveis, que garantam a privacidade, proporcione mudanças no método 
de trabalho e que sejam lugares de encontro entre as pessoas. 
A discussãorepartida do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos 
espaços conforme as necessidades de usuários e trabalhadores de cada 
serviço de saúde é uma instrução que pode melhorar o trabalho em saúde. 
 
 Clínica ampliada e compartilhada 
A clínica ampliada é um instrumento teórico e prático que possui como 
propósito a contribuição para uma conduta clínica do adoecimento e do 
sofrimento, que considere a particularidade do indivíduo e a complexidade do 
processo saúde/doença. Permitindo o enfrentamento da fragmentação do 
conhecimento e das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia. 
Esta deve ser realizada utilizando recursos que permitam melhoria dos 
diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a 
percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do 
diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento 
quanto destes com o usuário), de modo a possibilitar decisões compartilhadas 
e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS. 
 
 
22 
 
 Valorização do trabalhador 
É relevante dar destaque à experiência dos trabalhadores e incluí-los na 
tomada de decisão, confiando na sua habilidade de examinar, estabelecer e 
qualificar os processos de trabalho. O Programa de Formação em Saúde e 
Trabalho e a Comunidade Ampliada de Pesquisa são perspectivas que tornam 
viável o diálogo, intervenção e análise do que gera sofrimento e adoecimento, 
do que fortalece o grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de 
como agir no serviço de saúde. É importante também assegurar a participação 
dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão. 
 
 Defesa dos Direitos dos Usuários 
Os usuários dos serviços de saúde dispõem de direitos assegurados por lei 
e os serviços de saúde devem estimular o conhecimento destes, e garantir 
que eles sejam atingidos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até 
a alta. Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado 
sobre sua saúde, assim como procedimentos a serem realizados e também 
de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social. 
 
PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS 
A Política Nacional de Humanização (PNH) deve ser efetiva e estar 
incorporada em todas as políticas e programas do SUS. A PNH procura 
modificar os convívios de trabalho por meio do desenvolvimento do grau de 
contato e da comunicação entre as pessoas e grupos, retirando-os do 
 
 
23 
afastamento e das relações de poder categorizados. Transversalizar é admitir 
que as diversas especialidades e práticas de saúde podem dialogar com a 
vivência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir 
saúde de forma mais responsável. 
Indissociabilidade entre atenção e gestão 
As decisões da gestão influenciam de modo direto na atenção à saúde. 
Dessa forma, funcionários e usuários devem procurar entender como funciona 
a gestão dos serviços e da rede de saúde, bem como participar efetivamente 
da ordem de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de 
saúde coletiva. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se 
limitam aos compromissos da equipe de saúde. O usuário e seus familiares 
necessitam também se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, 
admitindo posição protagonista com relação a sua saúde e dos seus. 
 
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e 
coletivos 
Qualquer modificação na gestão e atenção é mais sólida se erguida com a 
ampliação da liberdade e interesse das pessoas incluídas, que compartem 
compromissos. Os usuários não são só pacientes, os profissionais não só 
cumprem regras: as mudanças ocorrem com o reconhecimento do papel de 
cada um. Um SUS humanizado admite cada pessoa como real cidadã de 
direitos, respeita e estimula seu desempenho na promoção de saúde. 
Resumidamente, os princípios do Humaniza SUS podem ser descritos, 
conforme a figura abaixo. 
Figura 2: Princípios do PNH 
 
 
24 
 
 
 Objetivos do Humaniza SUS 
O Ministério da Saúde por meio da Política Nacional de Humanização 
(PNH), destacou como objetivos do Humaniza Sus: 
➢ Acometer trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios 
e as diretrizes da humanização; 
➢ Fortalecer iniciativas de humanização já existentes; 
➢ Aperfeiçoar tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas 
de gestão e de atenção; 
➢ Desenvolver, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a 
mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão; 
 
 
25 
➢ Executar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando 
saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas. 
➢ Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores 
e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental 
e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários; 
➢ Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na 
agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da 
sociedade civil; 
➢ Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos 
de formação e produção de conhecimento em articulação com 
movimentos sociais e instituições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
CONCLUSÃO 
Apesar de nas últimas décadas, ter ocorrido um imenso avanço da 
tecnologia na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças. Nota-se que 
a humanização da assistência ainda não é foco da grande parte dos 
profissionais da saúde. Diversos são os casos de denúncias de casos em que 
o paciente é tratado como uma espécie de “objeto”. 
A Política Nacional de Humanização (PNH) surgiu no ano 2003 para 
cumprir os princípios do SUS na rotina das práticas de atenção e gestão, no 
entanto sua prática não é deveras realizada. 
A PNH deve se tornar presente e estar introduzida em todas as políticas e 
programas do SUS. Visando dessa forma um encadeamento de discussões 
em rumo a mudanças que possibilitem uma melhor forma de cuidar e novas 
formas de estruturar o trabalho. 
Se faz necessário valorizar os indivíduos, favorecendo uma maior 
liberdade, bem como a ampliação da sua habilidade de transformar a 
realidade em que estes habitam, através do dever compartilhado, da criação 
de vínculos humanitários, da participação coletiva nos processos de gestão e 
de produção de saúde. 
É consentido notar que a PNH está, ainda, muito focalizada no 
ambiente hospitalar. Esse fato leva à reflexão sobre a extrema necessidade 
de expandir a humanização do atendimento para todos os níveis de atenção 
à saúde da população. 
De modo a garantir a participação de usuário, profissionais e gestores 
pode-se destacar algumas ações: realizar de rodas de conversa, incentivar 
redes e movimentos sociais e a gestão dos conflitos gerados pela inclusão 
das diferenças. Bem como incluir os trabalhadores na gerência, para que 
estes, no cotidiano, reformulem seus métodos de trabalho e sejam autores 
 
 
27 
ativos das mudanças no serviço de saúde. Inserir usuários e seus familiares 
nos meios de cuidado é um excelente instrumento para a desenvolvimento da 
corresponsabilização no cuidado de si 
Sem dúvida, assegurar melhores condições de trabalho, assim como 
adotar estratégias de reconhecimento e de valorização dos servidores na 
saúde: enfoque na atenção primária e nos profissionais, denota respeito e, 
consequentemente, um ambiente de trabalho mais humanizado. 
Dada a proposta do PSF, cujo cerne apoia-se na construção de 
vínculos entre os profissionais de saúde e usuários, bem como na 
corresponsabilização com a resolução dos problemas de saúde da 
comunidade, faz-se necessária a reordenação efetiva e a implementação da 
PNH nas unidades de saúde em todos os níveis de atenção à saúde. 
No atributo do SUS, a humanização não pode ser compreendida como 
somente um Programa a ser aplicado nos serviços de saúde, porém como 
uma organizaçãoque atue através de toda a rede SUS. 
A humanização da assistência só se tornará sólida caso seja inclusa 
como parte de práticas cotidianas e por elas sustentada; se alimentada por 
mecanismo de reprodução dentre os praticantes do cuidado e se vista como 
exercício que envolve uma prática coletiva e individual, no entanto de forma 
alguma inerente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
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