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Nutricao em Oncologia

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AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
NUTRIÇÃO EM ONCOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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CURSO DE 
NUTRIÇÃO EM ONCOLOGIA 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
 
 
3 TIPOS 
 
 
3.1 CABEÇA E PESCOÇO 
 
 
BOCA 
 
Esse tipo de câncer é mais frequente em pessoas brancas, atinge a 
cavidade interna oral e os lábios, ocorrendo normalmente no lábio inferior. Na parte 
bucal interior, devem-se observar bochechas, gengivas, língua (especialmente nas 
extremidades), assoalho (debaixo da língua) e palato duro (céu da boca). 
 
Prevenção 
 
O tumor bucal manifesta-se mais nos homens com idade superior a 40 anos. 
Os elementos de risco mais conhecidos neste tipo de tumor são: 
 
1- Cigarro: segundo a OMS, cerca de 90% dos pacientes com diagnóstico de 
tumor eram fumantes. O tabaco desempenha o maior elemento de risco para a 
evolução dessa doença, e o risco é proporcional ao consumo. Isto é, quanto maior o 
consumo, maior a probabilidade de desenvolvimento de tumor bucal. 
 
2- Alcoolismo: a frequente ingestão de bebidas alcoólicas amplia a 
probabilidade de desenvolvimento do tumor bucal. A combinação entre tabaco e 
álcool eleva muito o risco para este tipo de câncer. 
 
 
 
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3- Vírus HPV: estudos mostram que, em alguns casos, o vírus HPV tem 
relação com o tumor bucal. 
 
4- Radiação solar: a falta de proteção quando há exposição ao sol, também 
é um elemento de risco para um tumor nos lábios. 
 
Além destes elementos, podemos observar que os pacientes com tumor de 
boca apresentam uma deficiência em higiene bucal e uma alimentação rica em 
gordura e carente de vitaminas, proteínas e minerais. 
 
Sintomas 
 
Deve-se observar os principais indícios, que são: 
- gânglios (nódulos) no pescoço; 
- erupções/manchas esbranquiçadas ou vermelhas nas gengivas, parte 
interna das bochechas, palato duro e língua; 
- constante disfonia; 
- ferimentos na mucosa bucal ou lábios que permanecem por mais de 15 
dias. 
 
Em casos mais adiantados, percebe-se: 
- dificuldade na linguagem, 
- dificuldade de mastigar e deglutir, 
- impressão de ter algo agarrado na garganta. 
 
Detecção precoce 
 
Ante a uma ferida que não cicatriza em um prazo de 15 dias, é aconselhável 
a procura de um médico ou dentista para avaliação completa da boca. A visita 
constante ao dentista colabora para um diagnóstico prematuro do tumor bucal, pois 
é possível detectar ferimentos suspeitos. O cuidado deve ser dobrado para as 
pessoas tabagistas e as que consomem álcool por possuírem um maior risco de 
desenvolvimento do tumor bucal. 
 
 
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Tratamento 
 
Cerca de 80% dos casos de câncer de boca, quando diagnosticado 
precocemente e de maneira correta, tem cura. Normalmente, o tratamento envolve 
cirurgia e/ou radioterapia. Ambos podendo ser utilizados de maneira independente 
ou combinada. Por apresentarem resultados positivos em lesões iniciais (limitadas 
ao local de origem), a recomendação dependerá do local da doença neoplásica e 
das adulterações funcionais que podem ocorrer durante o tratamento. 
 
 
- LARINGE 
 
 
O tumor de laringe é o mais frequente (aproximadamente 25% dos tumores 
malignos da área e 2% de todas as enfermidades malignas) dentre os que 
acometem a área do pescoço e cabeça e, atingem principalmente os homens. O 
órgão se divide em três porções: supraglótica, glote e subglote e, a enfermidade 
pode ocorrer em qualquer uma dessas. Cerca de 2/3 das neoplasias aparecem na 
corda vocal verdadeira, situada na glote, e 1/3 agride a porção supraglótica (acima 
das cordas vocais). O carcinoma epidermoide é o tipo de tumor mais comum, sendo 
cerca de 90% dos doentes. 
Os fatores de risco principais relacionados ao câncer de laringe são o 
tabagismo e consumo bebidas alcoólicas, porém outros fatores como exposição a 
cancerígenos como o amianto, os ácidos inorgânicos fortes, a poeira de cimento e a 
sílica cristalina livre também contribuem para o surgimento da doença. Referente à 
dieta alimentar o consumo de carne salgada e gorduras também está relacionado 
com excesso de risco de câncer de laringe. Em contrapartida, vários estudos 
confirmam que frutas, vegetais crus e legumes protegem e ajudam a minimizar os 
riscos contra este câncer. Muitos casos de câncer na família, particularmente de 
tumores de cabeça e pescoço, aumenta o risco de câncer da laringe. 
 
 
 
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Programas de controle do tabagismo e políticas para redução do consumo 
excessivo de álcool, bem como a vigilância de exposições a cancerígenos 
ocupacionais, se fazem necessários e serão medidas benéficas para a prevenção do 
câncer de laringe. 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico do carcinoma de laringe é histopatológico. Anteriormente a 
qualquer projeto terapêutico, é obrigatória a realização da biópsia, porque a laringe 
apresenta diversos tipos de lesões benignas que são aparentemente malignas. Há 
duas maneiras de realizar a biópsia: sob anestesia local (utilizando endoscópios 
flexíveis) ou sob anestesia geral (realizando uma laringoscopia direta). O estágio e 
as características em que as células neoplásicas se encontram irão determinar o 
melhor tipo de tratamento oncológico e funcional. 
 
Prevenção 
 
A bebida alcoólica e o cigarro são os maiores oponentes da laringe. A 
probabilidade de fumantes desenvolverem um carcinoma de laringe é dez vezes 
maior do que aqueles não fumantes. As pessoas que combinam o tabaco com o 
álcool aumentam essa probabilidade para 43. Uma alimentação imprópria, utilização 
incorreta da voz e o estresse também são fatores nocivos. A alimentação adequada 
precisa associar a proteína (de preferência, peixe ou frango) junto a verduras, 
legumes, sais minerais e frutas ricas em vitaminas (principalmente, A, B2, C e E). 
Alimentos gordurosos e muito temperados devem ser evitados, assim como líquidos 
muito quentes e frios. Pacientes com o carcinoma de laringe que permanecem 
fumando e bebendo aumentam a probabilidade de surgimento de um segundo tumor 
na região da cabeça e pescoço e, diminuem as chances de cura. 
 
Sintomas 
 
O local da lesão está diretamente ligado aos sintomas. Por exemplo, uma 
dor de garganta pode indicar um câncer supraglótico, já uma disfonia (rouquidão) 
 
 
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pode sugerir um câncer glótico ou subglótico. O tumor supraglótico normalmente é 
associado a outros sinais, como uma variação na propriedade da voz, impressão de 
“caroço” na garganta e dificuldade de engolir. Além da disfonia, os tumores 
avançados das cordas vocais, podem apresentar outros sintomas, tais como: 
dificuldade para respirar e engolir, falta de ar e dor de garganta. 
 
Tratamento 
 
Dependendo do local e extensão do tumor, o tratamento pode ser realizado 
com cirurgia e/ou radioterapia; quimioterapia combinada com a radioterapia. Quanto 
mais antecipado for realizado o diagnóstico, menor será a probabilidade de 
problemas psicossociais e deformações corporais; visto que o tratamento dos 
tumores da cabeça e pescoço podem acarretar problemas nos dentes, deglutição e 
linguagem. A remoção total da laringe (laringectomia) e a traqueostomia definitiva 
provoca a perda da voz fisiológica. Para prevenir a voz, em alguns momentos, a 
radioterapiaé indicada primeiro, deixando a cirurgia apenas para quando a mesma 
não for eficaz para o controle do câncer. 
A combinação entre a radio e a quimioterapia, tem apresentado resultados 
positivos e, é indicada em protocolos para preservar órgãos, criados para cânceres 
mais avançados. Novas técnicas cirúrgicas foram inventadas a fim de preservar a 
função da laringe, mesmo em cânceres moderadamente avançados. Vale lembrar 
que, mesmo sendo submetidos a uma laringectomia total, os pacientes podem 
reabilitar a voz por próteses traqueoesofageanas fonatórias. 
 
 
3.2 LEUCEMIA 
 
 
A leucemia é uma neoplasia maligna que atinge os glóbulos brancos 
(leucócitos) e, geralmente, sua origem é desconhecida. Sua principal característica é 
um elevado número de células novas anômalas presentes na medula óssea (local 
onde são formadas as células sanguíneas, conhecida também por tutano), que 
sobrepõem às células normais do sangue. 
 
 
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Diagnóstico 
 
Na pesquisa laboratorial, o exame de sangue (hemograma) irá apresentar 
alterações, mas, o diagnóstico só será comprovado com a realização do mielograma 
(exame da medula óssea). Nesse exame, uma amostra pequena de material 
esponjoso é retirada e, assim, analisado as células ali localizadas. 
 
Prevenção 
 
Apesar de as causas ainda não estarem determinadas, há uma grande 
suspeita de que a combinação de alguns fatores com os riscos aumentem o 
desenvolvimento de determinados tipos: 
- Fumo: leucemia mielogênica aguda; 
- Benzeno (substância encontrada na fumaça do cigarro e indústrias 
químicas) e, Radiação: leucemia mielogênica aguda e crônica e leucemia 
linfoblástica aguda; 
- Enfermidades hereditárias, Síndrome de Down: leucemia aguda; 
- Síndrome mielodisplásica e demais desordens do sangue e, Quimioterapia: 
leucemia mielogênica aguda e leucemia linfoblástica aguda. 
 
Sintomas 
 
Os principais sintomas provêm do elevado número de células anômalas na 
medula óssea, atrapalhando ou impossibilitando a fabricação das hemácias 
(acarretando anemia e, consequentemente cansaço e palpitação), leucócitos 
(facilitando as infecções do organismo) e das plaquetas (gerando manchas cutâneas 
roxas ou avermelhadas, sangramentos gengivais e pelo nariz). 
Linfonodos inchados, porém sem dor, especialmente na região das axilas e 
do pescoço, podem ser apresentados pelo paciente; além de febre ou sudorese 
noturna; diminuição do peso sem motivos manifestos; dores nas articulações e nos 
ossos; desconforto no abdômen (devido ao inchaço do fígado ou baço). Caso a 
doença atinja o SNC, podem aparecer sintomas como: cefaleia, enjoos, vômitos, 
 
 
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desnorteação e visão dupla. Depois de instalada, a doença se desenvolve muito 
rápido, exigindo o início do tratamento assim que diagnosticado e classificado qual 
tipo de leucemia. 
 
Tratamento 
 
Tem por finalidade a destruição das células leucêmicas, a fim de que a 
medula volte a fabricar células normais. O maior avanço para se conseguir uma cura 
total da leucemia foi atingido com a combinação de remédios (poliquimioterapia), 
contenção das complicações inflamatórias e hemorrágicas e, prevenção ou combate 
da enfermidade no SNC (medula espinal e cérebro). Em determinados casos, há 
indicação de transplante de medula óssea. 
O tratamento é realizado em fases. A primeira tem por objetivo a obtenção 
de um estado de aparente regularidade depois da poliquimioterapia, isto é, uma 
absolvição completa. Essa resposta é atingida depois de um a dois meses do 
tratamento iniciado, assim que os exames (sanguíneo e da medula óssea) não 
apresentarem células anômalas. 
Porém, estudos confirmam que para não haver uma recaída, deve-se 
continuar o tratamento, pois ainda sobram no corpo bastantes células leucêmicas 
(doença por resíduos). Nas fases posteriores, o tratamento vai de acordo com o tipo 
de célula que foi atingida pela leucemia, por exemplo: nas células linfoides pode ter 
duração superior a dois anos; enquanto nas mieloides, com período inferior a um 
ano. São três etapas: consolidação (tratamento intenso com elementos não 
utilizados anteriormente); reindução (repetição das substâncias empregadas na 
etapa de indução da remissão) e; conservação (o tratamento é mais suave e 
ininterrupto durante alguns meses). Por ser uma poliquimioterapia, quando há casos 
de infecções que decorrem da diminuição dos leucócitos normais devido ao próprio 
tratamento, é recomendada a internação do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
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3.2.1 Fígado 
 
 
As neoplasias malignas que ocorrem no fígado podem ser divididas em dois 
tipos: neoplasia primária (originada no próprio órgão) e metastática/secundária 
(atinge o fígado, porém sua origem é em um outro órgão). 
Dentre as neoplasias provindas do fígado, a mais comum é o carcinoma 
hepatocelular ou hepatocarcinoma. Destrutivo, em mais de 80% das ocorrências. 
Outros tipos de neoplasias primárias de fígado são: o hepatoblastoma, neoplasia 
maligna rara que afeta os bebês e crianças nos primeiros anos de vida, o 
colangiocarcinoma (origem nos dutos biliares do mesmo) e o angiossarcoma (tumor 
raro que é originado nos vasos sanguíneos do fígado). 
 
Diagnóstico 
 
Em virtude a rápida evolução do hepatocarcinoma, normalmente, quando 
realizado o diagnóstico, o tumor se encontra em estado avançado. A duplicação do 
volume da massa será dada, em média, de quatro meses. Os exames que irão 
ajudar o médico no diagnóstico são: 
 
Tomografia computadorizada: Utilizada para encontrar os tumores, técnica 
na qual há uma produção de imagens como se fosse um “recorte” do corpo. 
 
Ressonância Nuclear Magnética (RNM): Não há diferença da tomografia, 
pois também é capaz de detectar as neoplasias hepáticas primárias ou metastáticas. 
Porém, esse exame pode determinar com um pouco mais de precisão o tamanho da 
neoplasia apresentada pelos pacientes com cirrose hepática. 
 
Laparoscopia: Possibilita uma observação clara do órgão e a biópsia 
(retirada de um pequeno pedaço de tecido para exame laboratorial que vai definir se 
 
 
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é uma neoplasia benigna ou não). É mais eficiente quando relacionada à 
ultrassonografia videolaparoscópica. 
 
Prevenção 
 
Hepatocarcinoma 
Metade das ocorrências de hepatocarcinoma teve procedência de cirrose 
hepática. Essa, por sua vez, está relacionada ao excesso de bebida alcoólica ou a 
hepatite crônica, do qual o motivo mais frequente é a contaminação pelos vírus da 
hepatite B ou C. A quantidade de álcool consumida deve ser controlada, pois assim 
não se desenvolve a cirrose, jamais ultrapassar duas doses diárias. Já o contágio do 
vírus da hepatite B pode ser prevenido pela vacina. 
Uma dieta com pequena quantidade de gordura saturada e elevada 
quantidade de fibras (cereais, grãos, hortaliças, legumes e frutas) evita muitos tipos 
de tumores malignos conhecidos por provocar metástase para o fígado, como por 
exemplo: mama, pulmão, reto e os de intestino. No entanto, é necessária cautela em 
relação à origem de cereais e grão, uma vez que quando guardados em locais 
inapropriados e com bastante umidade podem ser infectados pelo fungo Aspergillus 
flavus (produtor de uma substância cancerígena aflatoxina, um fator de risco para o 
hepatocarcinoma). 
 
Colangiocarcinoma 
Está associado a inflamações das vias biliares, especialmente devido à 
invasão de um parasita do aparelho digestivo (clonorchis sinensis), comumente 
encontrado nos países asiáticos e africanos. 
 
Angiocarcinoma 
Relacionado à potencialidade carcinogênica de elementos químicos como 
cloreto de vinil, utilizado para fabricação de algumas variedades de plástico, os 
arsênicos inorgânicos e o Thorotraste (solução de dióxido de tório). 
 
 
 
 
 
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Tratamento 
 
A retirada cirúrgica é o tratamento mais aconselhadoquando se encontra 
limitado a uma parte do fígado (ou seja, neoplasia primária) e também nas 
neoplasias metastáticas de fígado na qual a lesão primária foi/é passível de ser 
ressecada de maneira curativa. 
 
Sintomas 
 
Hepatocarcinoma 
Dor e aumento da massa abdominal, estiramento, falta de apetite, 
inexplicável perda de peso, indisposição, icterícia (tonalidade amarelada na pele e 
nos olhos) e ascite (excesso de líquido no abdômen). 
 
 
3.2.2 Estômago 
 
 
Podendo ser chamado, também, de carcinoma gástrico, apresentam-se em 
três tipos: linfoma (com diagnóstico em 3% dos casos), leiomiossarcoma (originado 
nos tecidos iniciais dos músculos e dos ossos) e, adenocarcinoma 
(aproximadamente 95% dos tumores). 
Apresenta-se em sua maioria, em homens de mais ou menos 70 anos. Em 
média, 65% dos pacientes com diagnóstico de tumor maligno de estômago possuem 
mais de 50 anos. No país, essas neoplasias aparecem em 3º lugar na ocorrência 
com homens e, em 5º com mulheres. Dados estatísticos apontam que há uma 
diminuição da ocorrência no resto do mundo, principalmente nos EUA, Inglaterra e 
diversos países desenvolvidos. 
A elevada letalidade tem sido registrada ultimamente na América Latina, 
sobretudo na Colômbia, Costa Rica e Chile. Contudo, o maior número de 
ocorrências está localizado no Japão, no qual são identificados 780 doentes a cada 
100.000 habitantes. 
 
 
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Diagnóstico 
 
O exame radiológico contrastado do estômago e a endoscopia digestora 
alta, o procedimento mais eficaz, são os dois exames recomendados. A endoscopia 
é um exame, efetuado sob sedação e anestesia, no qual é introduzido um tubo 
flexível com uma microcâmera pela boca e levado até ao estômago. Esse exame 
proporciona a análise visual do tumor, a efetuação de biópsias e a análise citológica. 
Já na radiografia contrastada, há um esboço da parte interna do esôfago e 
estômago no qual o médico busca por extensões incomuns ou tumores. Por não 
terem sintomas particulares, especialmente nas etapas iniciais, a maioria dos casos 
de neoplasia maligna de estômago, é diagnosticada em estágio adiantado. 
Por meio da ultrassonografia endoscópica, é possível a análise do grau de 
comprometimento da parede do estômago e o desenvolvimento das células tumorais 
para as proximidades do órgão e gânglios linfáticos. 
 
Prevenção 
 
Uma alimentação balanceada, desde a infância, constituída por frutas 
cítricas, vegetais crus e alimentos ricos em fibras é essencial para prevenção do 
câncer de estômago. A vitamina C (ácido ascórbico) e o betacaroteno (precursor da 
vitamina A), presentes em frutas e hortaliças frescas, impedem que conservantes 
presentes nos alimentos industrializados (nitritos) se convertam a nitrosaminas, 
atuando assim, como protetores da neoplasia maligna de estômago. Do mesmo 
modo, é imprescindível o combate ao fumo e a redução do consumo de álcool. 
Os fatores de risco para esse tipo de neoplasia maligna são: elevada 
ingestão de alimentos enlatados, defumados, conservados em sal e com corantes; 
pobre em vitaminas A e C e, carnes e peixes. O número de casos de tumores 
malignos aumenta expressivamente em determinadas regiões brasileiras, pois os 
alimentos não são conservados em geladeira e sua manutenção é desfavorável. 
Determinadas enfermidades preexistentes podem ter forte ligação com esse 
tipo de tumor, como por exemplo: anemia perniciosa, gastrite atrófica e metaplasia 
intestinal (lesões pré-cancerosas) e contaminação pela bactéria H. pylori. Essa 
 
 
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bactéria é encontrada em alimentos e água potável, é considerada a segunda mais 
comum, sendo superada apenas pelas cáries e, é predominante nas regiões 
socioeconomicamente inferiores. Estima-se que ela viva no estômago de 70% dos 
brasileiros, mas apenas as pessoas geneticamente propensas são afetadas. O 
tratamento, contra a bactéria, por meio de antimicrobianos é eficaz em 95% dos 
casos. Essa bactéria causa gastrite crônica e quando sem tratamento, há uma 
evolução para gastrite atrófica e atrofia gástrica. Portanto, uma lesão pré-cancerosa 
demora cerca de 20 anos para evoluir e se tornar um tumor maligno. 
Pessoas com histórico familiar e, tabagistas que consomem álcool ou que já 
tenham sido submetidos a cirurgias no estômago têm maior possibilidade de 
desenvolver esse tipo de tumor. 
 
Sintomas 
 
O câncer de estômago não apresenta sintomas particulares. Contudo, 
determinados sinais como diminuição do peso, falta de apetite, cansaço, sensação 
de estômago cheio, vômitos, enjoos e constate desconforto no abdômen podem ser 
indícios de uma enfermidade benigna (úlcera, gastrite, etc.) ou até mesmo tumor de 
estômago. 
Indícios de estágio adiantado da enfermidade são: presença de nódulos em 
torno do umbigo e íngua na parte inferior esquerda do pescoço, massa palpável na 
parte superior abdominal e acréscimo da dimensão do fígado. 
Sangramentos estomacais são raros em lesões malignas, porém, o vômito 
com presença de sangue acontece entre 10 e 15% dos casos de tumor maligno de 
estômago. Podendo aparecer sangue nas fezes, além de apresentar fezes escuras, 
visguentas e com cheiro muito forte (indício de sangue digerido). 
 
O paciente com tumor maligno, durante a palpação no exame físico, pode 
sentir dor no estômago. 
 
 
 
 
 
 
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Tratamento 
 
A principal opção terapêutica e única possibilidade de cura é o tratamento 
intervencionista, removendo parcial ou totalmente o estômago, além dos nódulos 
linfáticos próximos. Para estabelecer a melhor técnica cirúrgica, deve-se levar em 
conta o local, dimensão, padrão e comprimento da disseminação e tipo histológico 
da neoplasia. Para poder ter uma melhor resposta cirúrgica, a radio e a 
quimioterapia são considerados tratamentos secundários. 
 
 
3.2.3 Colorretal 
 
 
O tumor maligno colorretal abrange tumores que agridem uma parte do 
intestino grosso e o reto. Quando detectado precocemente (antes de atingir outros 
órgãos), é tratável e grande parte das vezes tem cura. A maioria dessas neoplasias 
tem início a partir de pólipos, lesões benignas que podem se desenvolver na borda 
interior do intestino grosso. A detecção e retirada dos pólipos antes de se tornarem 
malignos, é uma forma de prevenção do surgimento das neoplasias. 
 
 
Diagnóstico 
 
 
Para um diagnóstico preciso é necessário uma biópsia (retirada de um 
fragmento do tecido que possui a lesão). Essa retirada é realizada pela introdução 
retal de um aparelho (endoscópio). 
 
 
 
 
 
 
 
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Prevenção 
 
 
Além da realização de atividades físicas, a prevenção do tumor colorretal se 
dá por uma boa alimentação, rica em laticínios e vegetais, evitando o excesso de 
carne vermelha e desprovida de gordura (em especial, a saturada). Alguns 
elementos elevam o risco de evolução da doença, como por exemplo: sedentarismo, 
idade superior a 50 anos, histórico pessoal, baixa ingestão de cálcio e excesso de 
peso. 
Outros fatores de risco são: enfermidades hereditárias (por exemplo: 
polipose adenomatosa familiar e tumor maligno colorretal hereditário sem polipose), 
assim como enfermidades infecciosas do intestino (por exemplo: inflamação 
ulcerativa crônica do reto e cólon e, doença de Crohn). 
O fator ambiental, principalmente a dieta alimentar da população é 
significante fator na incidência do câncer de cólon e reto, segundo estudos 
realizados. O modo ao qual ocorre essa relação da dieta com o surgimento do 
câncer é explicado da seguinte maneira: a atividade da microflora intestinal é 
influenciada pela dieta, e sendo esta predominantemente de muita gordura e pouca 
fibra, favorecerá a proliferação de bactérias e consequente degradação dos ácidos 
biliares, sendo produzidos agentes carcinogênicos. A dieta quando pobre em fibra 
ocasiona retardamento da função intestinal,o que fará com que os agentes 
carcinogênicos no bolo fecal ficarão por mais tempo em contato com a mucosa 
intestinal. 
Nos locais do intestino onde as fezes costumam se estagnar, região do início 
do cólon ascendente, cólon distal e reto. São locais em que evidenciaram a 
predominância de tumores do intestino. Este fato sugere que a indução do tumor 
está relacionada com o prolongado tempo de contato das fezes e a mucosa 
intestinal. 
Pesquisas reforçam a evidência de que enfermidades do trato intestinal, 
destacadamente hemorroidas, colite ulcerativa, apendicite, diverticulite e câncer de 
cólon e reto, são muito raros em comunidades rurais Africanas. 
 
 
 
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Importantes estudos realizados nos países em desenvolvimento 
demonstraram que o consumo de cereais integrais é reduzido na medida em que o 
processo de urbanização vai crescendo, o que ocasiona uma redução nos teores de 
fibra na dieta. Considerando o surgimento do processo de moagem, a introdução do 
processamento dos alimentos, toda mudança advinda da tecnologia, são fatores que 
contribuem para diminuição no consumo de fibra alimentar. 
Nos Estados Unidos, foi realizado um trabalho que comparou o teor de fibra 
presente na dieta de vegetarianos puros e ovo-lacto vegetarianos, os resultados 
demonstraram que ambos os grupos consumiam altos teores de fibras. 
Relacionando este dado com a inexistência de incidência de distúrbios 
gastrintestinais, conclui-se que existe uma relação positiva entre o alto consumo de 
fibra e a ausência de doenças intestinais. 
Estudos realizados pela American Cancer Society, em pessoas com faixa 
etária entre 40 e 79 anos, nos Estados Unidos, entre 1959 a 1969, levantando dados 
sobre os hábitos alimentares, verificou-se a diferença no tipo de alimentação 
consumida pela população do norte e do sul do país. A população do norte 
consumia arroz em menos quantidade comparado à população do sul e, havia uma 
predominância do câncer do cólon e reto em relação ao sul. 
Em outro estudo comparativo realizado entre as mesmas regiões dos 
Estados Unidos, confirma tal conclusão de maior incidência na região norte do país 
(pessoas brancas) revelando que essa população tinha em seu padrão alimentar 
maior consumo de carnes e gordura comparado a população do sul (pessoas 
negras). 
Estudos realizados nos Estados Unidos, onde as taxas de incidência de 
câncer de cólon e reto são elevadas, verificou-se o oposto em uma região chamada 
Utah, por influência da religião, em que a prática da dieta balanceada é 
recomendada por questões doutrinárias e tem como base o consumo de grãos 
integrais, frutas frescas e vegetais e moderação ao comer carnes. Observaram-se 
nessa população menores índices de câncer do intestino grosso. 
Todas essas pesquisas evidenciam a presença de um fator comum de 
grande influência na incidência de câncer – o fator alimentar – principalmente de 
dieta com menos fibras e mais gorduras. Os estudos epidemiológicos da doença, 
associado ao conhecimento do hábito alimentar da população se torna muito 
 
 
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importante na ampliação das pesquisas sobre a carcinogênese do cólon e reto, 
ainda mais no Brasil, onde se encontra uma variedade grande de raças e religiões, 
assim como imigrantes de diversos locais. 
 
Sintomas 
 
Pessoas acima de 50 anos com anemia de origem indefinida e que 
apresentem desconfiança de perda crônica de sangue no exame sanguíneo 
precisam submeter-se a uma endoscopia gastrintestinal superior e inferior. São 
sinais de alerta: alteração habitual do intestino (diarreia ou prisão de ventre), 
desconforto no abdômen com flatulências ou cólicas, presença de sangue nas fezes, 
sangramento no ânus e impressão de que o intestino não se esvaziou após a 
evacuação. 
Podendo ocorrer, também, diminuição do peso sem razão aparente, fadiga, 
fezes pastosas de cor escura, enjoos, vômitos e sensação dolorosa na região do 
ânus, com esforço inútil para defecar. Procurar orientação médica caso apresente 
esses sintomas. 
 
 
Tratamento 
 
 
O tratamento inicial se dá por uma cirurgia, na qual remove a parte 
comprometida do intestino e os nódulos linfáticos nas proximidades da região. Logo 
após, utiliza-se da radioterapia, combinada ou não com a quimioterapia, a fim de 
diminuir a probabilidade do regresso do tumor. 
O tratamento depende especialmente da dimensão, posição e comprimento 
do tumor. Quando há metástases para outros órgãos, a possibilidade de cura 
diminui. 
 
 
 
 
 
 
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 51 
 
 
3.2.4 Pulmão 
 
 
É a neoplasia maligna mais frequente de todas, apresentando uma elevação 
de ocorrência mundial de 2% ao ano. Cerca de 90% dos casos apresentados, o 
tumor no pulmão está ligado à utilização do cigarro e suas substâncias. Em 2008, no 
Brasil, 20.662 pessoas morreram com esse tipo de câncer. Extremamente fatal, a 
média de sobrevivência nos últimos cinco anos, varia de 13 a 21% nos países 
desenvolvidos e de 7 a 10% em países em desenvolvimento. No final do séc. XX, o 
tumor maligno pulmonar, tornou-se um dos principais motivos de óbitos evitáveis. 
Comprovações bibliográficas indicam que pacientes com tumor maligno de 
pulmão apresentam risco elevado para surgimento de outros tumores de pulmão e 
que, familiares de pessoas que tiveram/têm esse tumor apresentam risco 
ligeiramente elevados para o surgimento do mesmo. Contudo, é complicado 
assegurar o quanto desse maior risco advém de causas hereditárias e o quanto se 
dá pelo uso do cigarro. 
 
 
Diagnóstico 
 
 
O raio-X é a melhor forma para o diagnóstico do tumor de pulmão, sendo 
complementado por uma tomografia. Para possibilitar casualmente uma biópsia, 
antes deve ser realizada uma broncoscopia (endoscopia respiratória) que tem por 
finalidade analisar a árvore traqueobrônquica. É essencial uma precisão de 
diagnóstico, seja pela citologia ou patologia. 
Confirmada a enfermidade, é realizado um estadiamento, no qual há uma 
análise da fase de progresso, isto é, averígua se a enfermidade está limitada ao 
pulmão ou espalhada por outros órgãos. Esse estadiamento é realizado por 
múltiplos exames sanguíneos e radiológicos, como dosagens enzimáticas e 
ultrassonografia, nesta ordem. 
 
 
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 52 
 
Prevenção 
 
Como o consumo de substâncias provindas do cigarro está na origem de 
90% dos casos, independente do gênero, não fumar é a principal forma de 
prevenção da doença. O ato proporciona uma diminuição da quantidade de casos 
(incidência) e de letalidade. Equiparados aos não tabagistas, os fumantes possuem 
entre 20 e 30 vezes mais a probabilidade de desenvolverem câncer de pulmão. 
Geralmente, essas taxas que incidem sobre certo país demonstram seu consumo de 
tabaco. 
É aconselhável manter elevado o consumo de hortaliças e frutas e, evitar o 
contato com alguns agentes químicos encontrados especialmente em ambientes de 
ocupação, como por exemplo: o arsênico, asbesto, berílio, cádmio, cloreto de vinila, 
cromo, éter de clorometil, gás de mostarda, níquel, radônio, urânio. 
Alguns fatores que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer são: 
histórico na família, carência e excesso de vitamina A, fator genético (que 
predeterminam uma ação carcinogênica de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos 
e compostos inorgânicos de asbesto), exposição a ar poluído, inflamações 
pulmonares frequentes, enfisema pulmonar e bronquite crônica. 
 
 
Sintomas 
 
 
Sangramento pelas vias respiratórias e tosse, são os indícios mais habituais 
do câncer de pulmão. Nos tabagistas, o ritmo comum da tosse é modificado e 
surgem crises em horários infrequentes para o paciente. Pneumonia recorrente pode 
ser também um indício inicial da enfermidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 
 
3.2.5 Mama 
 
 
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum no mundo e o mais 
frequente entreas mulheres, correspondendo a 22% dos casos anuais. Quando 
descoberto e tratado de forma favorável, tem-se um prognóstico relativamente bom. 
As taxas de obituário decorrentes do câncer de mama continuam altas, no 
Brasil, possivelmente por ser diagnosticada em estágios avançados. No mundo, a 
sobrevivência após cinco anos é, em média, de 61%. 
Antes dos 35 anos, a doença, é relativamente rara, após esta faixa etária 
sua ocorrência aumenta súbita e progressivamente. Estatísticas apontam uma 
elevação de sua ocorrência tanto em países desenvolvidos quanto em 
desenvolvimento. Conforme a OMS, nas décadas de 60 e 70 houve um aumento 
nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes de 10 vezes 
nos percentuais de casos ajustados por idade. 
Depois de diagnosticado o câncer de mama, a mulher tem necessidade de 
alterações em sua vida, havendo particularidades conforme a fase da doença, que 
deverão ser levadas em consideração no planejamento das intervenções dos 
profissionais de saúde. São constituídos de quatro momentos a progressão do 
câncer: diagnóstico, tratamento, reabilitação e terminalidade. 
A cirurgia para retirada do tumor, à quimioterapia e a radioterapia fazem 
parte do tratamento inicial (geralmente primeiro ano) e, às vezes, a hormonioterapia, 
em alguns casos. Após esse período é necessária à realização de exames para 
verificação de sua condição clínica, durante os cinco anos seguintes, o retorno ao 
médico deverá ser frequente para certificar possibilidade de metástase ou possível 
recidiva da doença. Havendo a remissão ou período livre da doença, os retornos 
para exames serão mais espaçados e a frequência do retorno para controle passa a 
ser anual. 
O câncer de mama é o tipo mais frequente no mundo. Os fatores de risco 
principais são: 
 
 
 
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 54 
- o aumento da idade, sendo a incidência dobrada a cada dez anos até a 
menopausa; 
- a etnia, pois no ocidente os casos são maiores que no oriente; 
- a menarca precoce; 
- menopausa tardia; 
- primeiro parto em mulheres com idade avançada; 
- nuliparidade (mulheres que nunca geraram); 
- casos de câncer de mama na família antes de completar 40 anos (herança 
genética); 
- a exposição à radiação ionizante; 
- o sobrepeso na pós-menopausa; 
- ingestão de álcool. Porém dieta rica em gordura e tabagismo não parece 
ter influência no surgimento da doença; 
- uso de contraceptivos orais e até depois de 10 anos de desuso; 
- terapia de reposição hormonal com combinação de progesterona e 
estrogênio. 
 
 
Prevenção 
 
 
A recomendação básica para prevenção do câncer de mama é a prática de 
atividades físicas e uma alimentação equilibrada para evitar a obesidade, visto que o 
sobrepeso eleva o risco de desenvolvimento da doença. Por ser um fator de risco 
para esse tipo de neoplasia, o consumo de álcool é contraindicado, mesmo em 
quantidade moderada, bem como, em idade inferior a 35 anos, a exposição a 
radiações ionizantes. 
A associação da utilização de pílulas anticoncepcionais com a elevação do 
risco para o câncer de mama ainda é incerta. Podem estar mais propensas a 
desenvolverem a doença mulheres que fizeram uso de contraceptivos orais com 
altas dosagens de estrogênio, que utilizaram a medicação por um longo tempo e as 
que usaram anticoncepcionais anteriormente à primeira gravidez. 
 
 
 
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 55 
A principal prevenção desse tumor até esse momento não é completamente 
possível devido à variedade dos fatores de risco e das propriedades genéticas que 
estão envolvidas na sua origem. 
Autoexame das Mamas: O autoexame das mamas é um método isolado de 
detecção prematura do tumor maligno de mama, não estimulado pelo INCA. A 
indicação é que o exame das mamas realizado pela própria mulher faça parte dos 
procedimentos de educação para a saúde que contemplem a percepção do próprio 
corpo. 
Comprovações científicas indicam que o autoexame das mamas não é 
eficaz para a detecção prematura e não auxilia para a redução de óbitos por câncer 
de mama. Além disso, trazem implicações negativas, como elevação do número de 
biópsias em lesões benignas, falsa impressão de segurança nos exames falsamente 
negativos e abalo psicológico negativo nos exames falsamente positivos. 
Logo, o autoexame das mamas não substitui o exame realizado por um 
médico ou enfermeiro qualificado para essa atividade. 
 
Sintomas 
 
Podem aparecer modificações na pele recobrindo a mama, como por 
exemplo, abaulamentos ou compressões, inclusive no mamilo, ou aparência igual a 
casca de laranja. Outro sinal de alerta é secreção no mamilo. O indício palpável do 
tumor é o nódulo no seio, seguido ou não de dor mamária. Nódulos palpáveis na 
axila também podem aparecer. 
 
 
3.2.6 Colo do útero 
 
 
O tumor maligno do colo do útero, também conhecido como cervical, demora 
muito tempo para se desenvolver. As modificações celulares que podem provocar o 
tumor são reveladas facilmente no Papanicolau (preventivo), por esse motivo é 
fundamental sua recorrente efetuação. A principal mudança que pode causar esse 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
tipo de tumor maligno é a contaminação por alguns subtipos de alto risco do HPV 
(papiloma vírus humano) relacionados ao câncer. 
Atrás somente do câncer de mama, é a segunda neoplasia mais comum na 
população feminina e, a quarta causa de óbito dentre as mulheres brasileiras com 
câncer. Anualmente, 18430 novos casos são apresentados, sendo 4800 fatais. A 
comprovação de que o Brasil progrediu na sua capacidade de realização diagnóstica 
precoce é que na década de 90, 70% dos casos diagnosticados eram do estágio 
mais invasiva da doença, enquanto nos dias de hoje, 44% dos casos são de lesão 
precursora do tumor maligno, conhecida como in situ. Um tipo de lesão localizada. 
Mulheres com diagnóstico precoce da doença, quando tratadas de forma apropriada, 
possuem praticamente 100% de chance de cura. 
O principal fator de risco é a infecção pelo vírus HPV (Papiloma Virus 
Humano) que ocorre por meio de relações sexuais. Em quase todos os casos de 
câncer de colo de útero esse vírus se faz presente, porém a progressão das lesões 
pré-invasivas ocorre em conjunto a outros fatores como: tabagismo, vários parceiros 
sexuais, uso de contraceptivos orais, vários filhos, baixa ingestão de vitaminas, 
precoce iniciação da vida sexual, e infecção somado a vírus HIV. 
 
 
Diagnóstico 
 
 
Anamnese: Deve ser conduzida especialmente aos sintomas e sinais e aos 
fatores de risco relacionados ao tumor maligno. 
 
Exame físico: Quando se deparar com a doença avançada, para exclusão de 
metástases, deve conter palpação do fígado, regiões inguinais e supraclaviculares. 
 
Exame especular: Pode comprovar uma lesão exofítica, endofítica, ulcerativa 
ou polipoide, mas, se a neoplasia tem por origem o epitélio glandular no canal 
cervical, a ectocérvice pode aparentar normal macroscopicamente. A dimensão da 
cérvice é mais bem verificada por meio do toque retal, a qual também é necessária 
para identificação da dimensão da enfermidade ao paramétrio. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
Citologia oncótica: É a principal técnica para rastrear o tumor maligno 
cervical, apesar do sangramento, do tecido necrótico e das células inflamatórias 
atrapalharem na visualização de células neoplásicas. O percentual de falso negativo 
da citologia pode ir além de 50%. Dessa forma, nunca se deve considerar um 
resultado definitivo em um esfregaço negativo de uma paciente sintomática. 
 
Colposcopia e biópsia dirigida: são fases essenciais na propedêutica do 
carcinoma agressor inicial do colo uterino, tendo como principal objetivo a 
demarcação da dimensão da doença no colo e na vagina e o segundo a confirmação 
diagnóstica. 
 
Quando o exame histopatológico confirma lesões claramente agressivas, a 
biópsia torna-se relevante, pois há a necessidade de complementotoda vez que a 
profundidade de invasão for menor do que 5 mm e a dimensão inferior a 7 mm 
(microinvasão). Nesses casos, será indicada a biópsia alargada, a conização ou a 
exérese da zona de transformação (EZT), na dependência da característica 
macroscópica e/ou colposcópica. 
 
Deve ser realizado pelo médico o preenchimento de um prontuário com a 
representação gráfica da lesão, local, dimensão e tamanho da mesma, além da 
informação dos locais onde as biópsias foram realizadas. 
 
 
Prevenção 
 
 
Um importante papel no desenvolvimento do câncer de colo de útero é a 
contaminação persistente pelo HPV. Pesquisas mostram que em mais de 90% dos 
casos de câncer cervical tem o vírus presente. A utilização de camisinha durante a 
relação sexual, para impedir a contaminação pelo HPV é uma forma preventiva. 
 
 
 
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 58 
O início precoce da atividade sexual e a multiplicidade de parceiros são os 
principais fatores de riscos. O cigarro e o uso prolongado de pílulas contraceptivas 
são costumes ligados também a um maior risco de desenvolvimento deste tipo de 
tumor. 
 
 
Tratamento 
 
 
Geralmente esse câncer tem início quando há uma lesão pré-invasiva no 
local, e pode progredir lentamente por 10 a 20 anos até atingir o estágio de invasão, 
onde a cura se torna mais difícil. 
Cada caso deve ser analisado para que um tratamento adequado seja 
indicado pelo médico. Dentre os mais frequentes para esse tipo de tumor estão a 
intervenção cirúrgica e a radioterapia. O tipo de tratamento irá depender do estágio 
da doença, dimensão do tumor e fatores particulares, como idade e vontade de ter 
filhos. 
 
 
Sintomas 
 
 
Por ser uma doença de desenvolvimento lento que pode cursar 
silenciosamente na fase inicial e progredir para quadros de sangramento vaginal 
descontínuo ou depois da relação sexual, secreção vaginal irregular e dor no 
abdômen combinada a reclamações urinárias ou intestinais nos casos mais 
adiantados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 59 
 
 
3.2.7 Próstata 
 
 
Localizada na parte inferior abdominal, a próstata é uma glândula que 
apenas o homem possui. É um órgão muito pequeno, com formato de uma maçã e 
se situa logo abaixo da bexiga e dianteira do reto. A próstata abrange a porção 
inicial da uretra (canal pelo qual a urina guardada na bexiga é excretada). A próstata 
é responsável por parte da produção do sêmen (líquido que contém os 
espermatozoides e é liberado durante a relação sexual). 
O tumor maligno de próstata é o segundo mais frequente nos homens 
brasileiros (atrás somente do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos, 
representando 10% do total de tumores malignos, é o sexto tipo mais frequente no 
mundo e o mais prevalente em homens. Seu percentual de ocorrência é seis vezes 
maior nos países desenvolvidos em relação aos países em desenvolvimento. 
É considerado um tumor da terceira idade, mas do que qualquer outro tipo, 
posto que 75% dos casos mundiais acontecem a partir dos 65 anos. A observável 
elevação nos percentuais de ocorrência no país pode ser explicada pelo progresso 
dos procedimentos diagnósticos, pela melhora na qualidade dos sistemas 
informativos do Brasil e pela elevação na expectativa de vida. 
Umas dessas neoplasias podem desenvolver de forma acelerada, 
expandindo-se para outros órgãos e podendo levar ao óbito. A grande maioria, no 
entanto, desenvolve-se de forma tão ligeira (demorando 15 anos para chegar a 1 
cm³) que não chega a sinalizar durante a vida e nem ameaçar a saúde do homem. 
 
 
Prevenção 
 
 
Evidências mostram que uma alimentação menos gordurosa (especialmente 
as de procedência animal) e, rica em grãos e cereais integrais, frutas, hortaliças e 
legumes ajudam a diminuir probabilidade do desenvolvimento de enfermidades 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
crônicas não transmissíveis e também do câncer. Desse modo, são indicados alguns 
hábitos saudáveis, como: mínimo de 30 minutos de exercício físico por dia, 
manutenção do peso apropriado à altura, reduzir o consumo de álcool e não fumar. 
A ocorrência de óbito eleva significativamente após os 50 anos, portanto a 
idade é um fator de risco fundamental para o tumor maligno de próstata. 
O risco de ter a doença aumenta de 3 a 10 vezes, em comparação à 
população geral, quando o pai ou irmão desenvolve o câncer de próstata antes dos 
60 anos; podendo refletir tanto fatores hereditários, hábitos alimentares e costumes 
de vida de uma família. 
 
 
Sintomas 
 
 
O câncer da próstata, em seu período inicial, tem uma evolução silenciosa. 
Muitos pacientes não apresentam sintoma algum ou, quando apresentam, são 
idênticos aos do aumento benigno da próstata (como por exemplo: dificuldade de 
urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase 
avançada, pode acarretar dores nos ossos, indícios urinários ou, quando mais grave, 
insuficiência renal ou até mesmo infecção generalizada. 
 
 
Tratamento 
 
 
Para a doença limitada ao local, são oferecidos: intervenção cirúrgica, 
radioterapia e até mesmo observação vigilante (em determinadas ocorrências 
especiais). Para a doença localmente avançada, a radioterapia ou a cirurgia 
associada com tratamento hormonal têm sido utilizadas. Para a doença com 
metástase, o tratamento preferencial é a terapia hormonal. 
Após uma conversa junto ao médico discutindo quais os riscos e benefícios 
do tratamento, a escolha mais apropriada deve ser individual. 
 
 
 
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 61 
 
 
3.2.8 Pele 
 
 
Um dos tipos de câncer de pele é o melanoma cutâneo, que tem por sua 
origem as células produtoras de melanina (os melanócitos), é de alta gravidade em 
virtude da grande probabilidade de metástase e, seu predomínio é em adultos 
brancos. Apesar do tumor de pele ser o mais comum no país e representar 
aproximadamente 25% de todas as neoplasias malignas registradas, o melanoma 
corresponde somente a 4% dos tumores malignos do órgão. 
Quando constatado nos estágios iniciais, o prognóstico desse tipo de tumor 
pode ser classificado como bom. Ultimamente, com a constatação prematura do 
câncer, houve uma enorme melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma. 
 
 
Diagnóstico 
 
 
A pigmentação pode alterar de castanho-claro passando por diversas 
tonalidades atingindo até à cor negra (melanoma típico) ou aparecer área com 
despigmentação (melanoma com área de regressão natural). 
O desenvolvimento ou alteração do formato é gradativo e se faz no sentido 
horizontal ou vertical. Na fase de desenvolvimento horizontal (superficial), o tumor 
invade a camada mais superficial da pele (epiderme), atingindo ou não a camada 
intermediária (derme superior). Já na fase vertical, seu desenvolvimento é acelerado 
por meio da grossura da pele, formando nódulos aparentes e apalpáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 62 
 
 
Prevenção 
 
 
Evitar a exposição ao sol entre os horários de 10h as 16h, momento de raios 
mais agressivos, é a forma indispensável para a prevenção do melanoma e outros 
tipos de tumor de pele, visto que o principal fator de risco para o seu aparecimento é 
a sensibilidade ao sol (queimadura e não bronzeamento). Seja qual for o período de 
exposição ao sol, é sempre recomendada à utilização de proteção, como: filtro 
solares com fator de proteção 15 ou superior, óculos escuros, chapéu e guarda-sol. 
Outros fatores de risco são: exposição demasiada ao sol; histórico familiar 
de melanoma; caso anterior de tumor de pele; pinta escura; pele clara; doença 
congênita na qual há intolerância total de contato da pele com o sol; maturidade 
(depois dos 15 anos a predisposição para este tipo de tumor é maior) e; lesões 
escuras de pele com modificações celulares pré-cancerosas. 
 
 
Sintomas 
 
 
A partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada tem-se o início do 
melanoma. O aparecimento da doençana pele normal se dá depois de surgir de 
uma pinta escura de margens irregulares seguida de prurido e descamação. Já nos 
casos de lesão pigmentada preexistente, há um aumento na dimensão, modificação 
na pigmentação e na forma da lesão, que passa a exibir margens irregulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 63 
 
 
Tratamento 
 
 
O tratamento mais aconselhado é o cirúrgico. Dependendo do estágio do 
tumor, a radioterapia e a quimioterapia também são utilizadas. Quando há 
metástase, o melanoma, na maior parte dos casos, não tem cura. Em casos 
avançados, o tratamento tem por finalidade aliviar os sintomas e dar melhor 
qualidade de vida ao paciente. 
 
 
3.2.9 Linfoma 
 
 
Linfoma de Hodgkin 
 
 
Chamada também de doença de Hodgkin, esse tipo de tumor tem por 
origem os gânglios (linfonodos) do sistema linfático, no qual tem por objetivo a 
produção das células responsáveis pelos vasos e imunidade que as transportam 
pelo corpo. Apesar de ter maior ocorrência em adultos jovens, de 25 a 30 anos, o 
linfoma pode aparecer em qualquer faixa etária. A doença se desenvolve quando um 
linfócito se transforma em célula maligna, capaz de se multiplicar 
descontroladamente e se alastrar. A célula maligna produz nos linfonodos cópias 
iguais (também conhecidas por clones). No decorrer do tempo, há um grande risco 
dessas células malignas se espalharem para tecidos vizinhos e, se não tiver um 
tratamento, alcançar outras partes do corpo. O número de casos, nos últimos 50 
anos, permaneceu estável, enquanto a taxa de óbito diminuiu mais de 60% desde o 
início dos anos 70 por consequência dos progressos no tratamento. Grande parte do 
pacientes com linfoma de Hodgkin pode ter cura caso haja um tratamento 
apropriado. 
 
 
 
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Prevenção 
 
 
Pessoas com o sistema imunológico comprometido, por consequência de 
enfermidades geneticamente hereditárias, contaminação pelo HIV e/ou consumo de 
drogas imunossupressoras, apresentam um pequeno aumento de risco de 
desenvolver a doença de Hodgkin. O histórico familiar, também, é um fator de risco 
para o desenvolvimento da doença. 
 
 
Sintomas 
 
 
O linfoma de Hodgkin pode ter sua origem em qualquer parte do corpo e os 
sintomas variam de acordo com sua localização. Caso apareça nos gânglios 
superficiais do pescoço, axilas e virilhas há uma formação de ínguas indolores 
nesses locais. Se a doença surge na região torácica, sintomas como tosse, dispneia 
e dor no tórax podem se manifestar. Já os sintomas de sensação de estômago cheio 
e distensão do abdômen são indicações da doença apresentada na pelve e no 
abdômen. Outros sinais indicativos são febre, cansaço, suor noturno, diminuição do 
peso sem motivo aparente e prurido na pele. 
 
 
Tratamento 
 
 
O linfoma de Hodgkin tem cura quando tratado de maneira adequada. O 
tratamento habitual é a poliquimioterapia (quimioterapia com outras drogas), com ou 
sem combinação com a radioterapia. Para pacientes reincidentes da doença, as 
opções vão depender da forma introdutória de tratamento. As alternativas utilizadas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
frequentemente, e com recomendações relativamente precisas, são a 
poliquimioterapia e o transplante de medula. 
Após o tratamento, os pacientes devem ser seguidos sempre, com consultas 
recorrentes, cujas intermitências podem ir aumentando progressivamente. 
 
 
Linfoma não Hodgkin 
 
 
Os linfomas são tumores malignos, originados do linfonodos, elementos 
fundamentais no combate a infecções. Existe mais de 20 tipos distintos de linfoma 
não-Hodgkin. Esse é o tipo mais incidente na infância, dentre os linfomas. Por 
motivos ainda desconhecidos, nos últimos 25 anos o número de casos duplicou, 
principalmente entre pessoas acima de 60 anos. 
 
 
Diagnóstico 
 
 
São análises para a detecção do linfoma não-Hodgkin: a biópsia (remoção 
de pequena porção de tecido para exame em laboratório de análise patológica), 
tomografia computadorizada, punção lombar e ressonância magnética. 
Depois de confirmado o diagnóstico, a doença é qualificada de acordo com o 
tipo de linfoma e o estágio em que se encontra. 40% dos linfomas não são 
agressivos, enquanto os 60% restantes são invasivos. 
 
 
Prevenção 
 
 
Assim como em outras formas de tumores, uma alimentação rica em 
hortaliças e frutas podem ter efeito preventivo contra o linfomas não-Hodgkin. O 
comprometimento do sistema imune e a exposição química e/ou a elevadas doses 
de radiação, são fatores de risco para o desenvolvimento da doença. 
 
 
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 66 
 
Pessoas com carência de imunidade, devido a enfermidades hereditárias, o 
consumo de drogas imunossupressoras e a contaminação pelo HIV, têm maior 
probabilidade de desenvolver linfomas. Já os pacientes portadores da bactéria H-
pylori e dos vírus Epstein-Barr e HTLV1, têm um aumento da possibilidade de 
desenvolvimento de alguns tipos de linfoma. 
Em pesquisas realizadas com agricultores e outros grupos que se expõem a 
produtos químicos, comprovam que a exposição a certos agentes, incluindo 
pesticidas, solventes, fertilizantes, herbicidas e inseticidas estão associados ao 
desenvolvimento de linfomas. 
 
 
Sintomas 
 
 
Linfonodos inchados na região das axilas, do pescoço e/ou virilha, podem 
ser apresentados pelo paciente e devem ser investigados pelo médico; além de 
febre ou sudorese noturna; diminuição do peso sem motivos manifestos e, prurido 
na pele. 
 
 
Tratamento 
 
 
Os linfomas são tratados, em sua maioria, com a quimioterapia, a 
radioterapia ou uma combinação de ambas. A quimioterapia se baseia na 
associação de duas ou mais drogas. A radioterapia é uma forma de radiação 
utilizada que tem por finalidade a diminuição da carga tumoral em partes 
específicas, para suavizar os sintomas, ou também para fortalecer o tratamento de 
quimioterapia, reduzindo as possibilidades de retorno da enfermidade em 
localizações mais propícias à recaída. 
Dependendo da recomendação médica, em caso de linfomas não 
agressivos, as alternativas de tratamento variam de observação clínica a 
tratamentos bastante intensos. 
 
 
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 67 
 
Já nos casos de linfomas com maior probabilidade risco de invasão do SNC 
(cérebro e medula espinhal), realiza-se uma terapia preventiva (radioterapia que 
englobe o cérebro e a medula e/ou aplicação de drogas quimioterápicas diretamente 
no líquido cérebro-espinhal). Em pacientes já com o SNC comprometido ou os que 
desenvolvem essa complicação no decorrer do tratamento, são efetuados os 
mesmos tratamentos. 
Ultimamente, a imunoterapia está sendo ainda mais associada ao 
tratamento, combinada ou não à quimioterapia. 
 
 
3.2.10 Câncer Infantil 
 
 
O tumor maligno infantil assemelha-se a um conjunto de enfermidades que 
possuem em comum o aumento descontrolado de células anômalas e que pode 
surgir em qualquer parte do corpo. As doenças neoplásicas infanto-juvenis mais 
comuns são: linfomas (no sistema linfático), leucemia (nos leucócitos) e no sistema 
nervoso central. 
Também atacam as crianças e os adolescentes os tumores das células do 
sistema nervoso periférico (neuroblastoma, com frequência no abdômen); tumor de 
Wilms (tipo de doença neoplásica renal); tumor da retina (retinoblastoma); tumor das 
células que originam os testículos e ovários; tumor das células ósseas e, tumor das 
partes moles (conhecidos como sarcomas). 
No Brasil, bem como nos países desenvolvidos, o câncer corresponde como 
a principal causa de óbitos por enfermidades entre crianças e adolescentes (1-19 
anos). 
Nas últimas décadas, a evolução no tratamento dos tumores infanto-juvenis 
foi extremamente significativa. Atualmente, quando diagnosticados precocemente e 
tratados em locais especializados, cerca de 70% das crianças e adolescentes 
acometidas por um tumor podem ser curadas. Grande parte deles,após um 
tratamento apropriado, terá boa qualidade de vida. 
 
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Diagnóstico 
 
Devido a diversos fatores, como desinformação dos pais e médicos e, o 
medo de comprovação do diagnóstico de câncer, muitas crianças e adolescentes 
com tumor chegam a um local especializado de tratamento com a doença já em 
estágio adiantado. 
Por apresentarem sinais clínicos semelhantes a doenças frequentes na 
infância, muitas vezes, o diagnóstico é feito tardiamente. Dessa forma, o 
conhecimento do pediatra sobre o câncer é decisivo para um diagnóstico confiável e 
acelerado. 
 
 
Prevenção e Detecção Precoce 
 
 
Até então, não existem comprovações científicas de que há uma ligação 
entre as neoplasias infanto-juvenis e os fatores ambientais. Portanto, a prevenção é 
um desafio para o futuro. A atenção atual deve ser dada ao diagnóstico prematuro e 
a condução terapêutica de qualidade. 
 
 
Tratamento 
 
 
O câncer na infância e adolescência normalmente atinge as células 
sanguíneas e os tecidos de sustentação, distintamente do tumor do adulto. Por 
terem uma predominância de natureza embrionária, tumores infanto-juvenis são 
formados por células indiferenciadas, o que, normalmente, possibilitam uma melhor 
resposta aos tratamentos modernos. 
Um diagnóstico correto é o início do tratamento do câncer. Para isso, há 
necessidade de um laboratório seguro e a análise de imagens. Por ser complexo, o 
tratamento deve ser realizado em um local especializado. Envolve três modalidades 
 
 
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principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia, sendo realizado de forma racional e 
individualizado para cada tumor específico e conforme a dimensão da doença. 
O trabalho multidisciplinar coordenado (psicólogos, nutricionistas, 
farmacêuticos, oncologistas pediatras, radioterapeutas, cirurgiões pediatras, 
patologistas, enfermeiros, assistentes sociais, radiologistas) também é decisivo para 
o sucesso do tratamento. 
Visto que as crianças e os jovens enfermos devem receber uma dedicação 
integral, no contexto familiar, é tão essencial quanto o tratamento em si, a atenção 
oferecida aos aspectos sociais da doença. A cura deve abranger também, o bem-
estar e a qualidade de vida do paciente e, não somente a recuperação biológica. 
Nesse sentido, o apoio psicossocial não deve faltar ao paciente e à sua 
família desde o começo do tratamento. 
 
 
Sintomas 
 
 
Os pais devem ter atenção, pois crianças não inventam sintomas. Com o 
indício de alguma irregularidade, levar os filhos para uma análise do médico. Em 
grande parte, os sintomas relacionam-se com enfermidades normais na infância, 
porém não é motivo para desconsiderar uma avaliação médica. 
Os sintomas de tumores na infância e adolescência podem não se 
diferenciar muito de enfermidades benignas (sem grande seriedade) normais nessa 
faixa etária. Em muitas ocasiões, a avaliação médica é essencial, pois a criança ou 
adolescente apresenta-se em condições razoáveis, no princípio da enfermidade. 
Algumas maneiras de tumores infantis se apresentarem são: 
• Devido à invasão da medula óssea por células anômalas, na leucemia, a 
criança fica mais vulnerável a infecções, podendo apresentar palidez, sangramentos 
e dores nos ossos. 
 
• O "reflexo do olho do gato" é um indício considerável para o 
retinoblastoma; é o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Podendo 
proporcionar, também, fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar 
 
 
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vesgo). Na maioria das vezes, agride as crianças antes de três anos de idade. Hoje 
em dia, o estudo desse reflexo pode ser realizado desde recém-nascido. 
• Elevação do volume ou aparecimento de massa abdominal pode ser indício 
de neuroblastoma ou tumor de Wilms (atinge os rins). 
• Tumores sólidos podem causar dores nos membros, por se manifestarem 
de forma visível ou não a formação de massa. Esse sintoma é comum, por exemplo, 
no tumor do osso em crescimento (osteossarcoma), mais frequente em 
adolescentes. 
• Os sintomas do tumor do sistema nervoso central são: cefaleia, náuseas, 
variações motoras, paralisia de nervos e variações comportamentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III

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