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Desenvolvimento de Produtos e Servicos Estratégia em Serviços Desenvolvimento do material Ronaldo de Jesus Alves 1ª Edição Copyright © 2022, Afya. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya. Sumário Estratégia em Serviços Para início de conversa… ................................................................................ 3 Objetivos ......................................................................................................... 3 1. Áreas das Decisões Estratégicas ............................................................. 4 2. Critérios de Desempenho .......................................................................... 7 3. Estrutura de Back e Front Office ............................................................. 10 Referências ......................................................................................................... 12 Estratégia em Serviços Para início de conversa… Definimos um serviço como o conjunto de atividades realizadas por uma empresa ou por uma pessoa para atender e satisfazer às necessidades de um cliente. Ele é um tipo de produto que se difere de um bem físico por que é essencialmente intangível, isto é, se compõe de experiências que o cliente vivencia na hora da prestação do serviço e sempre é consumido no momento em que é prestado. Neste capítulo, vamos falar das áreas das decisões estratégicas de serviços, revisitando os 4 Ps do Mix de Marketing tradicional: Produto (o próprio serviço, com suas características diferenciadoras), o Preço (ser justo com os clientes sem perder a lucratividade, que é o objetivo final do negócio), a Promoção (fator primordial para o crescimento e desenvolvimento dos serviços) e a Praça (Lugar e hora, isto é, como os serviços serão distribuídos), ampliando-os de modo a incorporar as características que diferem os serviços dos bens físicos. Também vamos falar sobre os critérios de desempenho e as estruturas de Front e Backoffice, mostrando que as empresas de prestação de serviço, embora tenham um nível bem alto de contato com o cliente, precisam, também, desenvolver excelência nas atividades que ocorrem longe dos olhos dos clientes. Objetivos ▪ Reconhecer as características de serviços e a importância do gerenciamento em serviços. ▪ Reconhecer os papéis das pessoas em serviços. Desenvolvimento de Produtos e Servicos 3 1. Áreas das Decisões Estratégicas Sabemos que serviços são produtos e essa é uma grande verdade! Todo serviço é um produto, ou seja, produz satisfação e benefícios que vão gerar valor para o cliente. As organizações de serviços devem saber exatamente quais serão essas satisfações e benefícios, isto é, qual o produto que o seu negócio vende. Se pensássemos, por exemplo, numa empresa que presta o serviço de manutenção de equipamentos, poderíamos dizer que ela vende a “percepção” de que o cliente sempre terá um equipamento “novo” por um preço mais baixo. Em serviços, o entendimento de qual é o “pacote” formado por produtos e serviços que a empresa oferece ao mercado, como arma competitiva, é crucial para satisfazer as necessidades dos clientes e fazer diante da acirrada disputa que acontece nos mercados em que ela atua. Uma coisa importante que deve ser priorizada na prestação de serviços é planejamento do contato com o cliente. Lovelock (2011) afirma que existem dois níveis diferentes de contato entre empresas e clientes: os chamados serviços de alto contato e de baixo contato. Serviços de alto contato: Nestes, os clientes têm uma grande participação no processo, ou seja, existe um contato ativo entre os clientes e o pessoal do serviço, abrangem a maioria dos serviços que processam pessoas. Os clientes visitam as instalações do serviço e permanecem até a sua entrega, conhecendo e interagindo com ele, como no caso de hotéis, cabeleireiros, hospitais e restaurantes. A base do alto contato são as pessoas (profissionais ou mão de obra especializada). Serviços de baixo contato: Pouco (ou nenhum) contato com os clientes. Esses serviços ocorrem nos casos onde a impessoalidade é marcada pela ajuda da tecnologia para resolução dos problemas do cliente, como ocorre em serviços oferecidos por meio de canais eletrônicos ou físicos. (Ex: NET TV, caixa eletrônico e banda larga). Em alguns casos, como os clientes querem conveniência, muitas empresas de alto contato, como instituições bancárias, acabam oferecendo também serviços de baixo contato pela internet. Sua base consiste em equipamentos (automatização ou operação por pessoal não especializado). Distribuição (lugar e hora) Como o serviço é produzido no momento de seu consumo, decisões sobre o lugar e o tempo da entrega, como, onde e quando entregar os serviços acabam influenciando a percepção do cliente sobre o serviço prestado e trazem grande impacto à formação da imagem da empresa prestadora Desenvolvimento de Produtos e Servicos 4 (ou do profissional) de serviços. Decisões como essa são extremamente importantes pois definirão os custos envolvidos na sua prestação, os preços praticados, os tipos de encontro (alto ou baixo contato), além de equipes e recursos necessários. Como os serviços devem ser distribuídos? Os canais de distribuição possibilitam o contato da empresa com o cliente do serviço, primordialmente em situações nas quais a estratégia de posicionamento da empresa, muitas vezes, requer dos clientes um contato físico direto com seu pessoal, como nos casos em que ele tem que estar presente (como em uma consulta médica). Já sabemos que os canais de distribuição de serviços que uma empresa disponibiliza podem ser físicos (loja, quiosques, vending machines etc.) e virtuais (internet, telefone). As empresas que prestam serviços têm que tomar outras decisões como que componentes do serviço (central e suplementares) oferecerá em cada canal, se apenas um ponto de venda é suficiente para a entrega do serviço, ou ainda, de acordo com a natureza do serviço, se os clientes terão de ir às instalações da organização ou ela enviará pessoal e equipamentos para onde estiverem os clientes. Da mesma maneira, a preocupação com a forma que define a participação do cliente no contexto da entrega do serviço, torna importante a definição do local e horário para a proposta de distribuir da maneira segura, adequada, conveniente e econômica esses serviços. Para que possamos entender melhor essas questões, Lovelock (2011) propõe o seguinte quadro que possibilita a análise dessas questões, e que apresenta seis opções para a entrega de serviços. Natureza da interação cliente/organização serviços Disponibilidade de pontos de serviço Local único Vários locais Clientes vão até o local do serviço Teatro Salão de beleza Transporte (ônibus, táxis etc.) Redes de Fast Food A organização de serviços vai até o cliente Pintura de casa Lavagem de carros Serviços de Entrega (Ex. correspondência; pacotes) Autossocorro em estradas. Organização e clientes realizam transações à distância Operadoras de cartões de crédito Emissoras de TV local Rede de comunicações Empresas de telefonia Figura 1: Seis opções para a entrega de serviços. Fonte: Lovelock (2011). Clientes visitam o local de serviço Esta opção de entrega dos serviços ocorre quando é indispensável a presença do cliente para a prestação do serviço ou ao menos para dar início a ela. O acesso às instalações do serviço ou mesmo ao próprio ambiente físico pode ser critério muito valorizado pelos clientes e, assim Desenvolvimento de Produtos e Servicos 5 sendo, a questão da conveniência que alude a economia de tempo e de esforços com que os consumidores conseguem chegar ao prestador e se engajar na prestação do serviço, deve ser alvo de especial atenção. A organização de serviços vai até os seus clientes A situação em que a organizaçãoou prestadores de serviços autônomos vão até seus clientes é decorrente da impossibilidade do bem físico ou o serviço que se propõe deve ser prestado em local fixo ou não há possibilidade de locomoção. É o caso, por exemplo, de consertos de máquinas (Ex: máquina de lavar em uma residência) ou ainda a manutenção de um equipamento industrial. É um tipo de serviço mais personalizado e que acaba incorrendo em custos adicionais no contexto da oferta, pois envolve o transporte de pessoas e equipamentos necessários à manutenção. O advento da internet trouxe uma outra realidade: existem casos, como nos serviços virtuais, em que a transação do serviço ser conduzida à distância. Podemos pensar em situações nas quais produtos ou serviços vinculados a informações podem ser desenvolvidos também pelo telefone ou correio. Para reduzir o grau de incerteza, que é inerente à própria prestação dos serviços e aumentar a conveniência do cliente, muitas organizações estão procurando dispor de canais variados para o seu atendimento, como no caso dos bancos, como já citamos acima. Promoção em serviços A Promoção é tudo o que se relaciona às estratégias de comunicação e de divulgação dos serviços com o objetivo de destacar os diferenciais e benefícios ofertados pela organização de serviços. A comunicação prioriza informar, influenciar, persuadir, convencer uma pessoa a adotar uma postura mental favorável em relação ao serviço oferecido. Ela deve ser clara, consciente e muito bem direcionada ao público-alvo. As ferramentas de comunicação para os serviços ajudam a tangibilizar o intangível, criar imagem e a passar credibilidade. Imagine, por exemplo, a propaganda de um cruzeiro marítimo para a Grécia. A comunicação visual e as informações devem ser trabalhadas para que os clientes se sintam atraídos pelo pacote e acreditem realmente, que ele vai vivenciar/experimentar exatamente tudo aquilo que ele viu exposto no banner, impresso no folder, anunciado na tv ou informado por qualquer outra ferramenta colocada dentro da agência. Por meio de uma comunicação direcionada, as empresas podem informar aos seus clientes as características, vantagens e diferenciais de oferecidos pelo seu serviço. Embora as organizações entendam que esses diferenciais devem ser amplamente explorados, de modo que os clientes sejam atraídos e que se engajem no processo efetivo da compra, elas não podem se esquecer de que não adianta ter verba para investir, se não houver uma mensagem clara e que atinjam diretamente o consumidor. Fazer dessa maneira é jogar dinheiro fora. Desenvolvimento de Produtos e Servicos 6 Outra coisa importante referente à comunicação de marketing (tanto em serviços como em produtos) é que o objetivo final das ações de comunicação não pode ser somente atrair um cliente novo. É necessário estabelecer programas de relacionamento que evidenciam a preocupação da organização em manter a fidelidade da base de seus clientes atuais. Preço No caso do preço, definir o que se deve cobrar na prestação de serviços é um desafio ainda maior pois a subjetividade de alguns fatores pode modificar a percepção do preço a ser cobrado e, dependendo do segmento de atuação, atividades similares podem ter preços completamente diferentes. Estabelecer um padrão com base nos valores praticados no mercado pelos concorrentes, estudos detalhados dos custos de produção, tempo gasto para a execução da atividade, qualificação necessária para realização do serviço, a complexidade de cada projeto e o perfil do cliente e, ainda, o quanto o seu público está disposto e pode pagar de acordo pelo serviço ofertado, são elementos relevantes para a determinação dos preços em serviços. Em síntese, o elemento Preço engloba a mensuração de vários aspectos interligada ao valor agregado do seu serviço/produto oferecido. 2. Critérios de Desempenho No momento em que ocorre a prestação do serviço, a organização, seus processos, funcionários e instalações ficam expostos para os clientes e por esta razão, identificar os critérios que são priorizados pelos clientes na avaliação de serviços é o primeiro passo para garantir o sucesso na formulação das estratégias de operações. Parasuraman, Zeithaml e Berry, pesquisadores norte-americanos de marketing, desenvolveram um modelo denominado SERVQUAL que mede a qualidade do serviço com base nas expectativas do cliente em contraponto à percepção de que esse mesmo cliente tem em relação ao serviço prestado. Esse modelo é baseado em 5 critérios já utilizados em análises para comércio de tangíveis: confiabilidade; responsividade; segurança; empatia e tangibilidade. No entanto, estudiosos de Gestão em Serviços, começaram a observar que esses critérios, por serem muito abrangentes, não atendiam plenamente a necessidade de detalhamento que permitissem uma avaliação mais qualitativa e consistente para os serviços. Sendo assim, a complexidade de alguns tipos de serviços tornou necessária a ampliação desse leque para dar segurança aos gestores de estratégias de operações no planejamento de suas ações. Por fim, a análise acurada desses Desenvolvimento de Produtos e Servicos 7 fatores culminou na criação de um conjunto mais amplo de critérios de avaliação de serviços, cujos critérios serão apresentados a seguir. Acesso: Este critério busca uma avaliação do grau de facilidade encontrado pelo cliente para entrar em contato com o prestador do serviço. Como nos chamados serviços de alto contato (que são o que ocorrem na maioria das vezes), o cliente precisa estar presente na prestação do serviço, o critério acesso torna-se fator imprescindível de avaliação. E este acesso é avaliado por fatores como a facilidade de chegar ao local, a proximidade, a disponibilidade de estacionamento etc. Sendo assim, organizações prestadoras de serviços devem se preocupar com a conveniência da localização; a sinalização eficiente dos acessos; a disponibilidade de vagas para estacionamento e mesmo com a ampliação dos horários para funcionamento das atividades. Estes fatores, podem colaborar significativamente para encurtar a distância entre os serviços disponibilizados pela organização e seus clientes. É claro que, no caso serviços que envolvem por exemplo, atividades de delivery (remédios, lanches, compras, etc.) e consultas pela internet, ter uma central telefônica de pedidos, um site disponível e de fácil navegação e uma linha 0800, por exemplo, são condições essenciais para uma boa avaliação deste critério. Velocidade: Esse critério leva em consideração não só tempo despendido para o atendimento, mas também à prontidão em prestar o serviço. A responsividade, isto é, a rapidez na solução do problema, a capacidade dos colaboradores tomarem a responsabilidade para si ao recepcionar questões e dúvidas no intuito de respondê-las rapidamente, podem afetar a expectativa do cliente. O tempo do cliente se divide em dimensão real (minutos, horas, dias etc.) e dimensão percebida. É importante que a organização saiba lidar com esses fatores. No primeiro caso, quando a maioria dos clientes pode considerar como “tempo perdido” os momentos que antecedem à prestação de um determinado serviço, investimentos em técnicas, equipamentos e estratégias que agilizem os processos podem ser determinantes para a redução do tempo despendido na prestação do serviço demandado pelo cliente. No caso da dimensão percebida, a percepção do tempo gasto pode ser reduzida através de intervenções que ajudem o cliente a não perceber tanto o tempo de espera. Exemplos comuns são a disponibilização de revistas, oferta de cafezinho e a instalação de TVs em sala de espera de consultórios médicos. Consistência: Significa a conformidade com a experiência anteriormente obtida ou em outros termos, a ausência de variabilidade no processo ou no resultado apresentado. Esse critério é importante pois ajuda a formar na cabeça do cliente uma imagem mental (expectativa) do que ele irá receber.Por sua vez, essa imagem mental deve ser coerente com a capacidade do prestador em atender à demanda. Como a maioria dos clientes são avessos a riscos e gostam de repetir experiências agradáveis, Desenvolvimento de Produtos e Servicos 8 a consistência na entrega do serviço é um elemento importante na sua avaliação. Esteira dos critérios para avaliação da qualidade do serviço prestado Veja os itens da esteira da Esteira dos Critérios para Avaliação da Qualidade do Serviço Prestado. Figura 2: Critérios para avaliação da qualidade do serviço prestado. Fonte: Elaborado pelo autor. Esteira dos Critérios para Avaliação da Qualidade do Serviço Prestado Competência Consistência Velocidade no atendimento Atmosfera atendimento AcessoCusto Elementos tangíveis Flexibilidade Credibilidade/ Segurança Competência: O conhecimento e grau de habilidade do prestador para a realização/ execução do serviço demandado pelo cliente, isto é, a sua capacidade técnica e conhecimento sobre o produto com o qual se trabalha ou sobre os serviços prestados é o que define a competência do prestador de serviços. Este é um critério bastante valorizado em serviços profissionais. Quanto maior e mais complexa for à necessidade do cliente, esse critério assumirá maior relevância na avaliação qualitativa de um serviço. Notadamente nas situações em que o cliente precisa de um diagnóstico e não conhece os parâmetros envolvidos ou não se considera hábil para a sua análise, a competência do prestador de serviços é essencial para sua distinção e escolha. Atendimento/atmosfera: Um atendimento personalizado, dentro de uma atmosfera agradável, proporciona uma percepção sensorial positiva do ambiente físico e pode contribuir de maneira especial para o envolvimento do cliente no processo e no aumento do grau da qualidade percebida na prestação do serviço. Em um restaurante, por exemplo, a combinação de luz, som ambiente e uma comunicação adequada proporcionam um pano de fundo que pode aumentar a sensação de prazer do cliente no processo de prestação do serviço, sendo um perfeito exemplo de elementos que fazem parte desse critério. Flexibilidade: A flexibilidade diz respeito ao grau de capacitação demonstrada na rápida adaptabilidade do prestador do serviço às novas demandas enviadas pelos clientes, tanto no processo quanto Desenvolvimento de Produtos e Servicos 9 no suprimento dos recursos necessários (suas necessidades e desejos). Em serviços, a característica da alta variabilidade e incerteza presentes no processo de sua prestação principalmente nas operações de “front office” tende a realçar a importância desse critério. A flexibilidade e a reação rápida e eficiente na resolução de eventuais problemas surgidos durante o atendimento (como recuperar uma falha percebida pelo cliente) podem contribuir de maneira decisiva para reverter expectativas negativas por parte dos clientes. Segurança/credibilidade: O grau de credibilidade que o cliente deposita no processo de prestação do serviço é tido como fundamental para que este se decida favoravelmente pela contratação do serviço. Este critério procura avaliar a segurança proposta pelo prestador de serviços (marca, capacitação dos colaboradores), por meio da qual os clientes definirão sua opção pela contratação do serviço. Reduzir a percepção de riscos é condição tida como fundamental para a conquista do cliente principalmente nos serviços em que o valor em jogo é muito elevado. Custos: É sabido que a comparação de preços entre serviços é muito difícil devido à intangibilidade do mesmo, o que traz maior insegurança e dúvidas para o cliente. Sendo assim, este critério procura avaliar o quanto o consumidor está disposto a pagar pela sua prestação. Ele representa não só a questão do preço a ser pago (custo monetário) mas também outros custos indiretos que interferem na decisão de compra e na geração de expectativa e percepção; tais como: tempo gasto, esforço físico, desgaste psicológico etc. Como muitas vezes, o elemento preço possui alto fator de percepção (a maioria dos clientes associa qualidade a altos preços), se o serviço ofertado for caro a exigência e a expectativa serão ainda maiores. Por outro lado, a lógica é que, quanto menor o custo para produzir um bem ou serviço, menor e mais competitivo pode ser o preço aos consumidores. Qualidade dos bens/ tangíveis: Esse critério se refere à qualidade e / ou aparência dos elementos tangíveis, ou seja, as evidências físicas que acompanhem a prestação do serviço. Estes podem ser os chamados bens facilitadores para sua execução como: equipamentos, instalações físicas, uniformes e equipamentos utilizados pelas equipes de front- office. É notória a redução da questão da intangibilidade dos serviços em situações onde o cliente pode ver os itens tangíveis que fazem parte do processo. 3. Estrutura de Back e Front Office Neste tópico, abordaremos a estrutura de back e front office, veja mais detalhes a seguir. Atividades de front-office Como via de regra, o cliente não consegue perceber todos os aspectos compreendidos na entrega dos serviços, na maioria das vezes, a construção da imagem do serviço prestado pela organização é realizado a partir da observação de quem “tangibiliza” o serviço: o pessoal do Desenvolvimento de Produtos e Servicos 10 atendimento ou da linha de frente. As atividades de front-office ou linha de frente, são uma espécie de “termômetro” de uma organização de Serviços e é utilizada para medir o nível de aquecimento de seus mercados. Por causa da sua importância, a seleção e capacitação de pessoas que estarão em contato direto com os clientes é algo que se torna prioritário para qualquer organização de serviços, pois em última análise, esses profissionais serão responsáveis por passar a imagem da organização aos seus antigos e novos clientes e traduzirão, para a organização, aquilo que seus clientes verdadeiramente necessitam e desejam. Como essa parte “visível” do atendimento, não raras vezes, é responsável por moldar a opinião, sentimentos e definir o valor do serviço prestado ao cliente, é importantíssimo que as organizações desenvolvam a capacidade de atrair e manter em seu quadro pessoas com perfil adequado para, trabalharem nesta “linha de frente”. Esses profissionais devem ser dotados de capacidade de entender as necessidades dos clientes e ainda, serem dotados de autonomia para tomar iniciativas que os surpreendam e encantem ao promover respostas satisfatórias no seu atendimento. Backoffice O chamado backoffice, como a própria tradução sugere, são os serviços feitos “por trás”. É toda a parte de gestão interna das operações de uma organização que incluem as atividades de planejamento, marketing, inteligência, logística, produção, gerenciamento de pedidos, gestão de relacionamento com clientes, relatórios, finanças, tecnologia da informação, Recursos Humanos, serviços ao cliente etc. Como acontece na maioria dos casos, o cliente não sabe que, por trás de um serviço prestado, existe uma grande estrutura, a missão da empresa ao desenvolver uma eficiente estrutura de backoffice é garantir que os serviços sejam prestados com excelência. Para garantir o sucesso de uma empresa em um mercado cada vez mais concorrido, é preciso compreender que o desafio não reside apenas na busca de diferenciais e melhorias constantes na gestão das equipes que estão diretamente envolvidas na linha de frente do atendimento aos clientes: é preciso a compreensão de que, se a sua estrutura de suporte for mal gerenciada, certamente toda a empresa enfrentará problemas, pois a estrutura de backoffice é que proporciona o alicerce, o suporte de todo o negócio. Toda essa estrutura “invisível” que os clientes não veem são tão importantes para o funcionamento do estabelecimento quanto aqueles que estão diretamente ligados às vendas. Então, podemos dizer que toda empresa precisa contar com um excelente back office para garantira qualidade do atendimento prestado pelas equipes da “linha de frente” aos consumidores. O problema é que, pelo fato dessa área não ser a responsável pela interação direta com o cliente, muito menos pela Desenvolvimento de Produtos e Servicos 11 entrega do serviço ou faturamento da empresa e ser “invisível” aos olhos do consumidor, em algumas organizações, ela é negligenciada pelos gestores e vista apenas como “custos”. Neste capítulo, apresentamos as áreas das decisões estratégicas das organizações de Serviços: o Produto (o próprio serviço, com suas características diferenciadoras), o Preço (ou aquilo que o cliente está disposto a pagar pela sua satisfação e que determina a lucratividade da organização), a Promoção, ou comunicação de serviços, fator primordial para o seu crescimento e desenvolvimento e a os canais de distribuição de serviços (Praça/Lugar e Hora), que envolve as estruturas necessárias para a criação de acesso e disponibilização dos serviços), evidenciando as características que diferem os serviços dos bens físicos. Abordamos, também, os chamados Critérios de desempenho para Avaliação da Qualidade do Serviço Prestado e as estruturas de front e backoffice mostrando que as empresas de prestação de serviço, precisam contar com uma excelente estrutura de suporte nas operações de Backoffice para garantir a qualidade do atendimento prestado pelas equipes de Front Office aos consumidores. Referências LOVELOCK, C.H; WIRTZ, J.; HEMZO, M.A. Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e estratégia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. Desenvolvimento de Produtos e Servicos 12 Estratégia em Serviços Para início de conversa… Objetivos 1. Áreas das Decisões Estratégicas 2. Critérios de Desempenho 3. Estrutura de Back e Front Office Referências
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