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Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Profº Sérgio Schettini 19 de out. de 2023 Introdução - Definição: Cálculo nos rins - Prevalência: superior à 5,0% da população, durante a vida - Constituição:mais de 80,0% são de sais de cálcio, principalmente oxalato de cálcio ● Não quer dizer que o paciente tenha algum tipo de distúrbio, ele só pode ter a mais e com isso ter o cálculo - Associados a distúrbio metabólico: Ácido úrico e Cistina → muito frequente - Associados à infecção urinária crônica: Estruvita (fosfato de amônio e magnésio) ● Precisa descobrir a etiologia através da ultrassonografia para saber porque esse paciente tem infecção urinária crônica Etiologia e Fisiopatologia - Material normalmente solúvel supersatura na urina formando cristais que lesam o epitélio, tendo aí um ancoramento e progressiva agregação, formando um cálculo - Fatores de risco: 1. Baixo volume de urina – baixa ingesta líquida ● Melhor prevenção 2. Hipercalciúria ● Distúrbio metabólico → indivíduo temmuito cálcio 3. Hiperoxalúria ● Aumento do ácido úrico 4. Eliminação muito elevada de ácido úrico ou cistina 5. Alta ingestão de cloreto de sódio e proteínas 6. Acidose tubular renal tipo I: defeito na acidificação urinária com acidose metabólica 7. Antecedente familiar Quadro clínico - Assintomática: achado de imagem (rara) → tem que fazer uma tomografia sem contraste - Dor de moderada à muita intensa localizada onde o cálculo obstrui a pelve ou ureter ● Vai dar uma dor irradiada para o escroto ou para os grandes lábios, e é muito forte - Ondas dolorosas relacionadas ao movimento do cálculo - Hematúria quase sempre presente, normalmente microscópica ● Até a cor da urina vai estar alterada → sangue diluído na urina - Método diagnóstico de escolha é a Tomografia sem contraste ● Se o cálculo for mais alto vai distender a pelve e o rim, e vai dar muita dor, e o giordano deve-se iniciar bem aos poucos a força 1 Tratamento - Inicial: Hiperhidratação e analgésicos → eliminação espontânea (vide tabela) - Administração de Tansulosina (bloqueador alfa- adrenérgico) aumenta a chance de eliminação ● Relaxa o esfíncter da bexiga, e se tiver um cálculo na bexiga vai facilitar a eliminação - Cálculos radiotransparentes como os de ácido úrico são eliminados com alcalinização urinária com bicarbonato de sódio e cloreto de potássio via oral - Cirurgia aberta para os cálculos maiores é menos frequente, substituída por: ● Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (quebra o cálculo) ● Litotripsia percutânea (mais de 2 cm) ○ Punção, dilatação e endoscópios flexíveis ● Cistoscopia e Ureteroscopia: para a retirada do cálculo 2 Retenção urinária - Causas: ● Bexiga neurogênica ● Estenose uretral ● Cálculos vesicais e uretrais ● Carcinoma do colo vesical ● Prostatite ● Hiperplasia benigna da próstata ● Carcinoma da próstata Bexiga neurogênica - Mecanismo da micção: ● Processo com envolvimento: ○ SNC, SNA, Musculatura do detrusor e esfíncter vesical. ● Armazenamento progressivo da urina com baixa pressão vesical, sem ocorrência de contrações não inibidas é a Complacência vesical normal ● Interação entre o relaxamento do músculo esfíncter externo, relaxamento e abertura do colo vesical e contração do detrusor (musculatura da bexiga) ● Interação entre o córtex motor cerebral, núcleos da base, da ponte e os da medula sacral (S2, 3 e 4) de onde saem os nervos que atuam sobre o detrusor e o esfíncter vesical. Avaliação da micção - História clínica avalia a função sensitiva: sensação de enchimento e de urgência para urinar - Estudo urodinâmico: ● Avaliam a complacência vesical, a força e o ritmo de contração do detrusor - Cistometria: ● Presença de contrações não inibidas - Eletromiografia: ● Avalia o esfíncter urinário: Para saber se o esfíncter está hiperativo ou não - Ultrassonografia vesical e Renal: ● Injeta contraste pela uretra e observa se tem refluxo ou não → hidronefrose Tratamento clínico - Objetivo: preservar a função renal com padrões de micção normal - Drogas: ● Droga anticolinérgica: Oxibutinina (Retemic) ○ Relaxa a bexiga, melhora a complacência vesical e atua contra as contrações não inibidas ● Compostos alfa adrenérgicos se for necessário aumentar a pressão do esfíncter ● Compostos bloqueadores alfa adrenérgicos se houver necessidade de bloquear a força do esfíncter vesical ○ Doxazosina - Tansulosina ● Cateterização intermitente estéril: manter a bexiga sem resíduo Tratamento cirúrgico - Pacientes com bexigas disfuncionais de alta pressão e má complacência ● Mielomeningocele ● Lesões da medula espinal 3 - Ampliação vesical ● Ileocistoplastia com implante do apêndice para servir como conduto para esvaziamento. ● Usa alça do intestino para aumentar a capacidade da bexiga - Ileocecoplastia ● Bexiga que não contrai direito → abre, tira a bexiga, corta o intestino grosso e junta com o intestino delgado ● Depois, o intestino grosso (parte ascendente) junta com os ureteres ● Por fim, corta o apêndice e costura para fora do corpo na cicatriz umbilical ● Assim o paciente vai conseguir esvaziar a bexiga ● Procedimento mais simples: coloca o ileo na cicatrização umbilical, tira a bexiga, e com isso consegue esvaziar → a cada 4 horas esvazia, o paciente não consegue sentir para saber quando tá cheia e deve esvaziar 4