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Cálculo de necessidades nutricionais- parte I Fisiopatologia e Dietoterapia I Recomendações Nutricionais • Quantidade de nutriente que deve ser ingerido por meio de uma dieta cujo o valor satisfaz ás necessidades individuais da maioria dos indivíduos de um grupo ou uma população. DRI EAR UL AI RDA Importante para planejamento, prescrição e avaliação das dietas Recomendações Nutricionais Necessidades Nutricionais Quantidade de nutrientes e de energia disponível nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas normais e prevenir sintomas de deficiência. Terapia nutricional Conjunto de procedimentos terapêuticos para a manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição. (America: the multicenter ELAN study. Nutrition 2003) NUTRIENTES Energia Proteínas Lipídios Carboidratos Vitaminas Minerais Fibras Influencia na TMB • Tamanho corporal • Composição corporal • Idade • Sexo • Estado Hormonal • Outros Componentes do gasto energético total Gasto Energético Basal (GEB) x GER Fatores Etnia, peso, massa magra, idade, período menstrual, jejum, Atividade Física Termogênese Induzida pela Dieta 0-3% para os lipídios, 5-10% para carboidratos e 20-30% para proteínas ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS Cirurgias eletivas, infecções leves = ↑ 5% a 20% Fraturas múltiplas, injúrias abdominais extensas, traumatismos do sistema nervoso central e infecções graves = ↑ 50% a 60% Grandes queimados, insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória, pancreatite aguda, neoplasias e hemorragia subaracnóide = ↑2 x GEB Eletrocardiograma, exame físico e outras interações de curta permanência com a equipe de saúde = ↑ 10% e 15% CIRCUNTÂNCIAS QUE AUMENTAM O GEB ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS CALORIMETRIA *A quantidade de energia gerada pelo organismo pode ser avaliada direta ou indiretamente. Direta Monitoração da quantidade de calor produzida por um indivíduo. Indireta Mede a taxa metabólica pela determinação do consumo de oxigênio com um espirômetro e a produção de dióxido de carbono do organismo durante um período de tempo. ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS Fórmulas • Harris & Benedict (1919) • Schofield (1985) • Mifflin-St Jeor (1990) • Ireton-Jones (1992) • DRIs* (2005) • FAO/OMS • Regras de bolso (Kcal/Kg/dia) Mulheres: TMB (kcal/dia) = 655 + (9,6 x Peso em kg) + (1,8 x Altura em cm) - (4,7 x Idade em anos) Homens: TMB (kcal/dia) = 66 + (13,7 x Peso em kg) + (5 x Altura em cm) - (6,8 x Idade em anos) GET = TMB x FA x FI x FT FA: Fator Atividade FI: Fator Injúria FT: Fator Térmico Peso: 25 a 124,9 kg Altura: 151 a 200 cm Idade: 21 a 70 anos ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS Harris & Benedict (1919) Fator Atividade Fator Lesão Pontuação Fator Térmico Pontuação Acamado = 1,2 Paciente Não Complicado 1,0 38°C 1,1 Acamado + Móvel = 1,25 Pós-operatório de Câncer 1,1 39°C 1,2 Ambulante = 1,3 Fratura 1,2 40°C 1,3 Sepse 1,3 41°C 1,4 Peritonite 1,4 Multitrauma + Reabilitação 1,5 Multitrauma + sepse 1,6 Queimadura 30 a 50% 1,7 Queimadura 50 a 70% 1,8 Queimadura 70 a 90% 2,0 FATORES CUPPARI, 2014 Condição Clínica Fator injúria Pequena cirurgia 1,2 Cirurgia Eletiva 1,0 a 1,2 Pós-operatório geral 1,0 a 1,5 Pós-operatorio de câncer 1,1 Pós-operatório de cirurgia cardíaca 1,2 a 1,5 Fratura 1,2 Sepse 1,4 a 1,8 Câncer 1,1 a 1,45 Infecção grave 1,3 a 1,35 Peritonite 1,4 Multitrauma (reabilitação) 1,5 Multitrauma (sepse) 1,6 Insuficiência cardíaca 1,6 a 1,5 Queimadura 30 a 50% 1,7 Queimadura 50 – 70% 1,8 Queimadura 70 a 90% 2,0 Valores propostos para os fatores Injúria/estresse (FI) Cuppari, 2003 Augusto, 1995 VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA GET = 629 – (11 x I) + (25 x P) + (609 x O) VENTILAÇÃO MECÂNICA GET = 1784 – (11 x I) + (5 x P) + (244 x S) + (239 x T) + (804 x Q) I = IDADE P = PESO O = OBESIDADE (Sim = 1 ; Não = 0) S = SEXO (M = 1 ; F = 0) T = TRAUMA (Sim = 1 ; Não = 0) Q = QUEIMADURA (Sim = 1 ; Não = 0) EQUAÇÃO DE IRETON-JONES (1997 - Revisada) ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS Mulheres de 19 a 78 anos: GER (kcal/dia) = 10 x Peso + 6,25 x Altura(cm) – 4,92 x Idade - 161 Homens de 19 a 78 anos: GER (kcal/dia) = 10 x Peso + 6,25 x Altura(cm) – 4,92 x Idade + 5 EQUAÇÃO DE MIFFLIN-ST JEOR (1990) ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS EQUAÇÃO DE SCHOFIELD (1985) TMB Faixa Etária Homens Mulheres <3 (0,240 x peso - 0,127) x 239 (0,244 x peso - 0,130) x 239 3 – 10 (0,095 x peso + 2,110) x 239 (0,085 x peso + 2,033) x 239 10 – 18 (0,074 x peso + 2,754) x 239 (0,056 x peso = 2,898) x 239 18 – 30 (0,063 x peso + 2,896) x 239 (0,062 x peso + 2,036) x 239 30 – 60 (0,048 x peso + 3,653) x 239 (0,034 x peso + 3,538) x 239 > 60 (0,049 x peso + 2,459) x 239 (0,028 x peso + 2,755) x 239 ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS Kcal/kg Peso real ou estimado Recomendações específicas por patologia FÓRMULA DE BOLSO Dieta Energia (Kcal/kg/dia) Hipocalórica < 25 Normocalórica 25 a 35 Hipercalórica > 35 ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES MÓRBIDAS Componentes do Gasto Energético Taxa Metabólica Basal 60%-75% Atividade Física 15%-30% Efeito termogênico do Alimentos 07%-13% Harris & Benedict (1919) Equação de Harris & Benedict • Homem: 66,47 + (13,75 x peso) + (5,00 x altura) – (6,75 x idade) • Mulher: 655,09 + (9,56 x peso) + (1,84 x altura) – (4,67 x idade) Peso = kg / altura = cm / idade = anos Mifflin-St Jeor (1990) Ireton-Jones (1992) DRIs OMS/FAO TMB x NAF Formula de Bolso • Kcal/Kg • Peso real ou estimado • Recomendações específica para cada patologia; Macronutrientes Necessidade Proteicas ASPEN Necessidades Calóricas para cada tipo de paciente. OBESOS TRAUMA SIDA QUEIMADOS SEPSE CÂNCER Caso Clínico M.J.G deu entrada no hospital no qual você é o nutricionista de plantão. Ao realizar a avaliação nutricional identificou o paciente relatava tontura, e fratura no braço direito. Informou ter 40 anos, 1,70m. Calcule o valor do GEB e do GET. Paciente ambulante, afebril, eupnéico e com fratura . Realize os cálculos pelas formulas disponíveis na aula, compare as taxas metabólicas e escolha a que você usaria. Justifique sua resposta. Usar... GEB GET Harris & Benedict Mifflin-St Jeor Formula de Bolso Nome: M.D.S, 64 anos, aposentado, apresentando quadro de Insuficiência Renal Crônica, Diabetes Mellitus tipo II, Hipertensão arterial Sistêmica, seguido de acidente Vascular Cerebral. Através de exame físico foi detectado palidez aparente e dentição incompleta. Encontra-se em 28º DIH, apresentando diversos sintomas durante a internação como edema em face, membros inferiores (MMII), diarréia, dor abdominal, astenia, náusea, pico febril, polaciúria, tosse com secreção amarelada, cãibras em membro superior esquerdo. Os medicamentos prescritos foram Furosemida 40mg/dia; Aldactone 100mg/dia; Sinvastatina 20mg/dia e Ciclosporina 100mg/dia. Administrado pela via oral Sulfato Ferroso e Ácido Fólico. Pela via intravenosa é administrado Dipirona e vitamina do Complexo B, e na forma subcutânea insulina. Dados antropométrico: AJ: 52cm; PCT: 18 mm; CB: 23 DCB = 10 mm e Subescapular = 7,5 mm, CP: 29cm Modificação de Dieta- Parte II Dietas Hospitalares • Segundo Isosaki et al. (2009), as dietas são elaboradas considerando-se o estado nutricional e fisiológico das pessoas, e em situações hospitalares, devem estaradequadas ao estado clínico do paciente, além de proporcionar melhoria na sua qualidade de vida NORMAL MODIFICADA Dietas Hospitalares Dieta Normal • Aquela elaborada a partir de um determinado padrão de alimentação que permite a manutenção da saúde, onde todos os alimentos e todas as consistências podem ser consumidas. Dieta Modificada • Aquela que possui características físico- químicas ajustadas á alterações do processo digestivo ou de funcionamento geral do organismo Padronização de Dietas • Objetivo manter um atendimento nutricional seguro, eficiente e de qualidade ao paciente, portanto as dietas são classificadas em três grupos, dietas de rotina, modificadas, especiais ; • Facilita o trabalho na produção e distribuição de refeições; • Permite treinamento de pessoal, devendo ser sempre flexível para permitir adequações as condições e necessidades individuais. • ISOSAKI et al., 2009; WAITZBERG, 2000. Quais modificações você acha que podem ser realizadas nas dietas??? Internação Quadro clínico Avaliação Nutricional Calculo das NE Conduta Nutricional Modificação de Dieta • As dietas podem ser modificadas quanto a(o): • Valor calórico • Distribuição dos macronutrientes • Dietas modificadas em nutrientes • Diminuição parcial dos nutrientes • Temperatura • Resíduo • Consistência Valor calórico • Hipocalórica • Normocalórica • Hipercalórica Calorias Distribuição de Macronutrientes Carboidrato Proteína Lipídios HIPO NORMO HIPER Modificada em Nutrientes Isenta de Lactose Isenta de glúten Pobre em fibras Diminuição parcial de nutrientes Hipossódica Baixo teor de lactose Baixo teor de potássio Temperatura • Dieta enteral ( temperatura ambiente) • Restrição de temperaturas extremas Resíduos • Dieta sem resíduo: sem leite, vegetais e frutas cruas; • Dieta com pouco resíduo ou resíduos brandos: • Frutas e vegetais cozidos e sem cascas, cereais triturados ou não integrais; • Dietas ricas em resíduo: • Vegetais folhosos, frutas cruas e com cascas, cereais integrais Consistência • Dieta Líquida restrita ( líquidos claros) • Dieta líquida completa • Dieta Pastosa • Dieta Branda • Dieta normal ou geral Dieta Líquida restrita • Fornecer líquidos e eletrólitos via oral, prevenindo desidratação, minimizar o trabalho do TGI e a presença de resíduos no cólon; Indicação: Câncer de esôfago Preparo de exame Obstrução do Aparelho digestivo Lesões de boca e faringe, lesões ulcerosas agudas Pré e pós operatório Dieta Líquida Restrita • Consistência liquida ou que se transforma em líquido na temperatura corporal; • Mínima quantidade de resíduo • Redução no teor calórico, aumento de CHO e redução de proteína e lipídios; • Fácil absorção • Baixa saciedade (2h e 2h) • Volume controlado (200ml) • Duração limitada Dieta Líquida Restrita • Água e infuso (chá e água de coco) • Gelatina • Suco de fruta coado • Caldo de carne e legumes bem coado Dieta Líquida Completa • Fornecer uma dieta oral que seja bem tolerada por pacientes que não podem ingerir alimentos sólidos Indicação: • Pós-operatório cirurgia de cabeça e pescoço • Incapazes de tolerar alimentos ou com disfagia • Risco de broncoaspiração Dieta Líquida Completa • Consistência líquida, semi- viscosa ou espessa; • Alimentos que se liquefazem á temperatura corporal; • Redução de calorias, aumento de CHO e redução dos lipídios • Aproximadamente 1300Kcal e 60g de proteína • Fácil absorção • Duração imitada Dieta Líquida completa • Leite iogurte, coalhada, vitaminas de fruta, queijo cremoso • Chás, café, chocolate, mate, bebidas não gasosas • Cereais adicionados a bases líquidas • Sopas de vegetais, de carne e de galinha • Gemada • Gordura- óleo vegetais, margarina e creme de leite • Alimentos espessastes: • Farinhas pré-cozidas, trigo, milho, isolados proteicos, clara de ovo • Sobremesa • Gelatinas, geleias de mocotó, pudim, creme de fruta e sorvetes; Dieta Pastosa • Fornecer uma dieta que possa ser mastigada e deglutida com pouco esforço Indicação: • Paciente com dificuldade de mastigar ou deglutir • Danos neurológicos, retardo menta, ausência de dentição ou prótese Dieta Pastosa • Consistência abrandada pela cocção e processos mecânicos • Normal em todos os nutrientes • Purês ou amassados Alimentos • Leites e derivados • Carne moída, desfiada, amassada, soufle • Ovos • Fruta ( cozida, amassada ou em suco) • Pães e similares • Arroz papa • Sorvetes, geleias, doces em pasta , pudins cremes Dieta Branda • Fornecer uma dieta contendo o mínimo possível de fibras que não foram abrandadas pela cocção e uma quantidade moderada de resíduos Indicação: • Dieta de transição • Dificuldade de mastigar e/ou deglutir • Gastrite e úlcera péptica Dieta Branda • Nutricionalmente adequada, níveis baixos de celulose e tecido conjuntivo ( modificados pela cocção); • CHO, PRT e LIP normais • Alimentos cozidos, grelhados, assados • Frituras, condimentos e irritantes são evitados Dieta Normal ou Geral • Manter ou promover o estado Nutricional, com ausência de alterações metabólicas significativas ao risco nutricional Indicação: • Pacientes sem restrição em qualquer forma de preparo Dieta balanceada, indivíduos sem restrição de nutrientes • Cho, PRT e LIP normal • Sem restrição quanto a forma de preparo