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FORMAÇÃO E GESTÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
Atuação dos Profissionais em EAD 
Estrutura e Metodologia 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dra. Solange Maria Sanches Gervai 
Prof. Ma. Edna Barberato Genghini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GERVAI, Solange Maria Sanches 
GENGHINI, Edna Barberato 
 
 Atuação dos Profissionais em EAD: Estrutura e 
Metodologia (livro-texto, unidades I, II, III e IV) / Solange Maria 
Sanches Gervai; Edna Barberato Genghini – São Paulo: Pós-
Graduação Lato Sensu UNIP, 2019. 
 
105 p. : il. 
 
1. Educação a Distância. 2. Metodologias. 3.Tecnologias. I. 
Gervai, Solange Maria Sanches. Genghini, Edna Barberato. II. 
Pós-Graduação Lato Sensu UNIP. III. Atuação dos 
Profissionais em EAD: Estrutura e Metodologia. 
 
 
Professora conteudista 
 
SOLANGE MARIA SANCHES GERVAI 
Graduou-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (1988), é mestre e doutora 
em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, pela Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo. Professora titular da Universidade Paulista (Unip), lidera o grupo de pesquisa 
Multiletramentos na Formação Contínua de Educadores e atua como professora em cursos 
presenciais de graduação e pós-graduação na modalidade a distância. 
 
Professora colaboradora 
 
EDNA BARBERATO GENGHINI, professora universitária desde 2002. Atualmente, é 
coordenadora para todo o Brasil dos cursos de pós-graduação lato sensu em 
Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação 
a Distância pela Universidade Paulista – UNIP EaD, onde também atua como professora 
adjunta, nas modalidades interativa e semipresencial. É diretora e psicopedagoga da 
Mentor Orientação Psicopedagógica Ltda. ME desde 1991. Possui graduação em 
Economia Doméstica pelas Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), 
graduação em Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), pós-graduação em 
Psicopedagogia pela Universidade São Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas 
pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação lato sensu em Formação em 
Educação a Distância pela Universidade Paulista – UNIP (2011). É autora e coautora de 
livros-texto para os cursos de pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia Institucional, 
Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação a Distância da UNIP EaD. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 6 
1. TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) ............................................................. 8 
1.1 As diferentes fases da EaD e suas marcas tecnológicas ................................................................ 8 
1.2 A internet como ferramenta de mudança ............................................................................................. 10 
1.3 Paradigmas educacionais e tecnologias .............................................................................................. 19 
2. METODOLOGIAS EM EAD: PARADIGMAS ........................................................................ 35 
2.1 A concepção de educação e processos de ensino aprendizagem .................................................. 35 
2.2 Modalidades de trabalho pedagógico em EAD ................................................................................... 43 
2.3 A qualidade das interações e o papel do professor em ambientes virtuais .................................... 45 
3. FERRAMENTAS SÍNCRONAS E ASSÍNCRONAS DE APRENDIZAGEM EM AVA ............ 52 
3.1 Mediação pedagógica para construir conhecimento complexo ........................................................ 53 
3.2 Atividades e ferramentas em AVA (síncronas e assíncronas).......................................................... 56 
3.3 Chats, tarefas individuais, fóruns e avaliação processual ................................................................. 59 
4. PARADIGMAS: O TEMPO E A AUTONOMIA EM EAD ....................................................... 79 
4.1 A administração do tempo e do espaço na educação a distância ............................................... 80 
4.2 Autonomia: a responsabilidade pela própria aprendizagem ......................................................... 87 
4.3 Ampliando o conceito do “estar junto virtual” ................................................................................... 94 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá, aluno(a)! 
Bem-vindo(a)! 
 
Neste material você encontrará os conteúdos pertinentes à disciplina Atuação dos 
Profissionais em EAD: Estrutura e Metodologia, que trata sobre diversas questões 
relacionadas às metodologias aplicadas na modalidade a distância e seus possíveis 
resultados de aprendizagem. 
Vamos analisar tecnologias e suas implicações para a atuação de professores nos 
ambientes de aprendizagem, relacionando-as aos paradigmas educacionais que norteiam 
nossas ações como profissionais da educação (presencial ou não). 
Buscaremos compreender um pouco mais sobre os possíveis paradigmas que 
permeiam e norteiam as ações dos profissionais da área, no âmbito da ação pedagógica, 
assim como no design dos materiais e escolhas das ferramentas a serem trabalhadas com 
os alunos. 
Para finalizar, analisaremos questões importantes que podem afetar os estudos dos 
alunos e a ação dos professores na modalidade, como a organização do tempo e o 
desenvolvimento de autonomia. 
A disciplina visa promover atitudes que fomentem mais oportunidades de autonomia 
e aprendizagem. 
 
Animado(a)? 
 
Então, mãos à obra! 
 
6 
INTRODUÇÃO 
 
O objetivo deste livro-texto do curso de pós-graduação - FORMAÇÃO EM 
EDUCAÇÃO a DISTÂNCIA, da UNIP EaD, é ajudá-lo a refletir sobre os desafios da 
atuação dos profissionais da modalidade, para o uso de ferramentas que promovam uma 
educação a distância mais próxima. Buscamos compreender quais elementos podem ser 
fundamentais para uma EaD que promova mais engajamento dos alunos e professores, 
com responsabilidade e autonomia. 
O material que agora você tem em seu poder está dividido em quatro unidades 
didáticas distintas, porém complementares. Cada uma delas apresenta uma particularidade 
do tema, tendo em vista facilitar seu percurso dentro da temática. 
Veja como estão organizadas as unidades: 
 
Unidade 1 – Tecnologia e Educação a Distância (EaD): As diferentes fases da EaD e 
suas marcas tecnológicas; A internet como ferramenta de mudança; Paradigmas 
educacionais e tecnologias. 
Unidade 2 – Metodologias em EaD: paradigmas: A concepção de educação e processos 
de ensino aprendizagem; Modalidades de trabalho pedagógico em EaD; A qualidade das 
interações e o papel do professor em ambientes virtuais. 
Unidade 3 – Ferramentas síncronas e assíncronas de aprendizagem em AVA: 
Mediação pedagógica para construir conhecimento complexo; Atividades e ferramentas em 
AVA (síncronas e assíncronas); Chats, Tarefas individuais, Fóruns e avaliação processual. 
Unidade 4 – O tempo e a autonomia em EaD: A administração do tempo e do espaço na 
educação a distância; Autonomia: a responsabilidade pela própria aprendizagem; 
Ampliando o conceito do “estar junto virtual”. 
 
Para estudar todos os temas indicados, os objetivos gerais da disciplina são: 
• Trabalhar a noção de como as novas tecnologias influenciam a atuação de 
professores nos ambientes de aprendizagem, relacionando-as aos paradigmas 
educacionais; 
 
7 
• Conhecer a modalidade do ensino a distância como um advento marcado pelas 
novas possibilidades tecnológicas; 
• Analisar os desafios da educação a distância; 
• Refletir sobre os objetivos de aprendizagem relacionando-os às escolhas de 
ferramentas tecnológicas. 
 
Saiba, também, quais são os objetivos específicos:• Identificar desafios ao processo de avaliação; 
• Perceber que a avaliação não é neutra, mas deve ser fidedigna. Identificar 
relações entre teoria e prática na modalidade de educação a distância; 
• Compreender os processos que podem levar à construção de diferentes tipos de 
conhecimentos; 
• Conhecer elementos fundamentais para maior engajamento dos alunos para a 
construção de responsabilidade e autonomia. 
 
Aproveite a leitura e as imagens do seu livro e não deixe de buscar as indicações da 
sessão “Saiba mais” para aprimorar seus conhecimentos. 
 
Boa jornada! 
 
 
 
8 
UNIDADE I 
 
1. TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) 
 
 
 
 
 
Nesta unidade, a intenção principal é analisar como as tecnologias 
influenciam a existência da Educação a Distância (EaD), marcando diferentes 
fases da modalidade. Buscaremos olhar para o advento da internet como 
ferramenta de aprendizagem, refletindo sobre os paradigmas educacionais e as 
tecnologias escolhidas. 
A prática de educação a distância (EaD) tem concretamente existido no 
mundo há muitos anos, como ação educativa, mas, como apontam Taylor 
(1994) e Nipper (1989), somente com a mídia impressa é que realmente 
podemos dizer que a educação a distância passou a ser aceita como parte de 
um sistema educacional. Historicamente, em um primeiro momento, a EaD teve 
como apoio fundamental o meio impresso. 
Para começar, vamos falar sobre as diferentes fases da modalidade a 
distância. 
 
1.1 As diferentes fases da EaD e suas marcas tecnológicas 
 
A primeira fase, conhecida como a primeira geração da educação a 
distância, foi seguida pela geração multimídia, que, segundo Taylor (1994) e 
Nipper (1989), foi uma época marcada pelo uso de recursos mais 
desenvolvidos, como os guias de estudos impressos, leituras selecionadas, 
vídeos, fitas cassete e até computadores. É importante lembrarmos que a 
Conteúdos trabalhados na unidade: Tecnologia e Educação a Distância: As 
diferentes fases da EaD e suas marcas tecnológicas; A internet como ferramenta de 
mudança; Paradigmas educacionais e tecnologias. 
 
9 
primeira fase da EaD pode ser também chamada de geração textual (1890 a 
1960). 
Os estudos eram empreendidos por meio de correspondência, 
taquigrafia em cartões postais e exercícios. Foi no século XIX, na Europa, que 
o ensino por correspondência se caracterizou como a primeira geração de 
procedimentos de ensino a distância. 
Taylor (1994) aponta que muitas instituições de ensino a distância, 
simplesmente foram se adaptando às novas possibilidades tecnológicas e 
mudaram da primeira para a segunda geração, mas ainda outras saltaram 
diretamente para a chamada terceira geração, da qual fazem parte os que já 
utilizaram como ferramentas áudio e teleconferências, bem como as 
videoconferências com apoio em rádio e televisão. 
Seguindo essa categorização, os autores apresentam a quarta geração, 
compreendida como a que combina essas últimas tecnologias com todos os 
outros recursos que passaram a existir mediados pela internet. Essa geração 
tem como característica o aumento da interatividade e da interação, com um 
crescimento significativo de fontes de informação de fácil e rápido acesso, 
disponibilizadas pela internet. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale a pena conhecer um pouco mais sobre a História da Educação a Distância no Brasil. 
Entre no link sugerido e veja como tudo aconteceu. 
Você pode baixar o livro que, também, faz uma trajetória e uma reflexão sobre a situação 
atual dos programas de governo da Universidade Aberta do Brasil e Rede e-Tec 
https://www.researchgate.net/publication/324136558_EDUCACAO_A_DISTANCIA_NO_B
RASIL_breve_historico_e_contribuicoes_da_Universidade_Aberta_do_Brasil_e_Rede_e-
Tec_Brasil 
 
10 
1.2 A internet como ferramenta de mudança 
 
Você̂ já parou para pensar como as tecnologias desenham o mundo em 
que vivemos? 
Podemos afirmar que a internet é uma ferramenta tão revolucionária 
quanto a imprensa de Gutemberg? 
O surgimento da imprensa mudou o mundo. A tecnologia da impressão 
em larga escala garantiu o desenvolvimento dos processos de disseminação 
de ideias, distribuindo impactos e alterando a organização da vida cotidiana. 
E a internet? Bem, essa nos permitiu, como jamais antes, o aumento da 
interatividade e da interação, com um crescimento significativo de fontes de 
informação disponibilizadas pela Web (World Wide Web), sistema hipertextual 
que opera através da internet, com o uso de computadores e outros aparelhos 
móveis, como os celulares. 
 
 
 
Então, aumentamos de forma significativa as possibilidades de obtermos 
conhecimentos e de interagirmos com o mundo. O que você entende por 
História e usos da Internet 
Pré-história da Internet 
Os primórdios da Internet remetem à reação do governo norte-americano 
ao Projeto Sputnik da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 
(URSS), capitaneadas pela Rússia, durante a guerra fria, em 1957. 
Siga lendo a história no site <https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-
geral/historia-da-internet>. 
 
 
11 
interação? Seria o mesmo que interatividade? A figura a seguir pode 
representar os dois conceitos? 
 
Figura 1: Interação e interatividade 
 
http://telainterativa-interatividade.blogspot.com/2009/04/interatividade-x-interacao.html 
Acesso em jan. de 2019. 
 
Sim, a figura pode representar os dois conceitos. Silva (2002) afirma 
que, apesar de interatividade e interação caminharem lado a lado, não são 
iguais: 
• A interatividade deve ser entendida como a conexão entre indivíduo e a 
informação, feita com a mediação de uma tecnologia: uma máquina; um 
computador; um celular, por exemplo. 
• A interação, por sua vez, é muito mais ampla, podendo ser digital ou 
não, implicando trocas e influências entre pessoas, como em conversas, 
gestos, recados, discussões, entre milhões de outros gêneros de comunicação. 
 
 
12 
Essa nomenclatura estabelecida é importante para nos ajudar a 
perceber como as novas tecnologias permitiram o desenvolvimento de uma 
educação a distância com mais possibilidade de interação. 
É interessante lembrar também que o aperfeiçoamento dos serviços de 
correio, melhores meios de transporte e o desenvolvimento tecnológico, em 
geral; como o da telefonia, influenciaram decisivamente o destino da educação 
a distância. 
Como qualquer outro produto social, a educação está sujeita a 
mudanças, decorrentes não somente das próprias esferas sociais, como 
também de novos procedimentos de organização do uso da linguagem e da 
introdução de novas mídias. 
Daí nosso particular interesse por questões relacionadas às tecnologias, 
pois muitos contextos educacionais, incluindo os de educação a distância, 
passaram por modificações por conta do impacto delas. 
Com o advento das novas Tecnologias de Comunicação e Informação 
(TICs), muitas mudanças passaram a afetar, sobretudo, a atuação de 
professores. Mudanças profundas? Não sabemos… O que você acha? Você 
sente que as novas tecnologias mudaram muito as suas aulas? 
 
13 
 Atividade de aplicação 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
Então, pode ser que para você lidar com novas tecnologias seja simples, 
mas isso não ocorre com todo mundo. Moran (2011), um dos maiores 
especialistas brasileiros no uso da internet em sala de aula presencial ou a 
distância, em uma de suas entrevistas, aponta para a insegurança do professor 
causada pela invasão das tecnologias e do conhecimento advindo das redes, 
afirma que: 
 
[…] o professor,desde que surgiu o livro, sempre teve um pouco de 
receio de que o aluno aprendesse outras versões além da dele. Só 
que hoje você tem muitas outras formas de informações em qualquer 
mídia… e a internet agrava ainda mais a sensação de que o aluno 
pode encontrar informações que o professor não tem (MORAN, 2011, 
p. 4). 
 
E muitos alunos sabem mais de tecnologias do que muitos professores, 
pois são nativos digitais. Entretanto, ainda segundo Moran (2011), tal atitude 
Escreva exemplos de como você inclui as novas tecnologias em suas 
aulas, reservando um parágrafo para refletir sobre a seguinte questão: 
 
As tecnologias utilizadas servem de suporte real para que você atinja 
os seus objetivos pedagógicos? 
 
14 
vem mudando. Muitos professores já se valem de novas tecnologias como 
aliadas em seus espaços de trabalho e buscam integrá-las ao contexto 
educacional, fazendo com que o aluno também tenha uma diferenciada 
experiência de aprendizagem. 
Assim, parece que por mais que se tente controlar a entrada de alguma 
tecnologia em nossas vidas, de alguma forma, a resistência resultará vã. A 
revolução informacional, permitida pela conexão em redes, penetrou na 
sociedade tal como a da energia elétrica. Pense bem, não há como ignorá-la! 
A seguir, reflitamos um pouco mais sobre essa questão. 
Na área dos estudos da comunicação, é constante a preocupação com a 
influência dos meios na transmissão de mensagens. Vários estudos entendem 
o meio como simples canal de passagem de conteúdo comunicativo, pois os 
meios, ou mídias, já foram amplamente entendidos como incapazes de 
influenciar os conteúdos comunicativos que veiculam. 
Com o desenvolvimento de pesquisas na área, como as de Marshall 
McLuhan, por volta dos anos 1960, inicia-se uma mudança na forma de 
entender a importância dos meios, na medida em que eles começaram a 
ganhar valor analítico, como elementos que poderiam mudar a comunicação: 
de simples canais, passaram a ser vistos como determinantes na comunicação. 
Para ocluam (1995), a tecnologia em que se estabelece a comunicação 
não constitui apenas a forma comunicativa, mas é fator decisivo daquilo que 
pode ser dito, moldando o próprio conteúdo da comunicação. McLuhan (1995) 
afirma que a evolução midiática é um elemento fundamental para a 
transformação da cultura humana e, para tanto, ele demonstra a importância 
das mídias, distinguindo três grandes períodos de evolução. 
• A cultura acústica: a das sociedades cujo meio de comunicação é a 
palavra oral; 
• A cultura tipográfica: característica das sociedades alfabetizadas; 
• A cultura eletrônica: determinada pela velocidade e pela integração 
dos sentidos. 
 
 
15 
Para cada uma dessas galáxias, McLuhan (1995) descreve um modo 
próprio do ser humano pensar o mundo e de nele se situar. Mas, essas 
preocupações eram típicas dos estudos que focalizam a comunicação e as 
relações socioculturais. 
No entanto, algumas questões discutidas nos estudos da comunicação, 
referentes, principalmente, à introdução de novas mídias, acabaram 
permeando também o âmbito educacional. Por exemplo, são muitos os que 
veem as tecnologias como simples instrumentos a serviço do ensino. Outros, 
seguindo um raciocínio semelhante ao de McLuhan, acreditam que as 
tecnologias podem definir as relações educacionais. 
São posições polarizadas que acabam por enfatizar somente um lado de 
um contexto maior, concorda? 
Para educadores e pesquisadores na área de EaD, como Garrison e 
Anderson (2003), as tecnologias afetam diretamente o desenho dos materiais, 
as interações, o custo dos programas educacionais e até mesmo os resultados, 
mas são somente um dos aspectos envolvidos no contexto educacional. Para 
eles, não é possível deixar de lado aspectos como a mediação, o desenho de 
um curso, as formas de avaliação, as pessoas envolvidas, as motivações, os 
estilos de ensino e aprendizagem, enfim, todos os outros elementos que 
compõem o contexto educacional. 
Garrison e Anderson (2003) acreditam que a tecnologia educacional 
deve ser definida como o uso formal de tecnologias para o desenvolvimento de 
uma educação que dissemine, ilustre, comunique ou inclua professores e 
alunos em atividades com propósitos bem definidos e orientados, com vistas a 
atingir objetivos específicos de aprendizagem. 
Nesse sentido, Chaves (1999) acrescenta que a tecnologia pode ser 
usada na educação, mas isso não a torna educacional ou educativa, por isso, 
sugere o termo “tecnologia na educação” ou “informática aplicada à educação”. 
Além disso, o autor salienta que precisamos também ter clareza quando 
nos referimos às tecnologias, pois o termo “tecnologia” é muito mais complexo. 
 
 
16 
[…] podemos nos referir a todas as tecnologias que o ser humano 
inventou e que afetaram profundamente a educação: a fala baseada 
em conceitos (e não apenas grunhidos ou a fala meramente 
denotativa), a escrita alfabética, a imprensa (primeiramente de tipo 
móvel), e, sem dúvida alguma, o conjunto de tecnologias 
eletroeletrônicas que a partir do século passado começaram a afetar 
nossa vida de forma quase revolucionária: telégrafo, telefone, 
fotografia, cinema, rádio, televisão, vídeo, computador – hoje todas 
elas digitalizadas e integradas no computador (CHAVES, 1999, p. 2) 
 
Enfim, existem muitas tecnologias e o impacto delas, em seus 
respectivos momentos, faz com que muitos pensem em mudanças e novas 
soluções para tudo. Não podemos esquecer que a educação continua ainda a 
ser feita, predominantemente, pela fala e pela escrita, mantendo-as como as 
“tecnologias” predominantes na educação, tanto presencial como a distância. 
Assim, queremos que você comece a refletir sobre o uso que fazemos 
dos mais diversos meios de comunicação, sejam eles antigos ou atuais, 
usados nos espaços de aprendizagem. Será que propiciam aquilo que se 
pretender construir durante o processo educacional? 
Queremos apontar que se pode pensar nas tecnologias como aliadas e 
possibilitado rãs de novas aprendizagens e que elas podem ser usadas de 
forma crítica e consciente, para atingir os objetivos específicos de 
aprendizagem. 
Por essa razão, nosso enfoque não é olhar para a tecnologia em si, mas 
o que os professores e alunos podem fazer com ela. O que realmente importa 
são os conteúdos, e não as características inerentes a esses meios. Clark 
(1983, p. 445) faz questão de salientar que: 
 
[…] os meios são simples veículos que entregam instrução, mas não 
influenciam nos resultados de aprendizagem dos alunos, assim como os 
caminhões que entregam as verduras não causam nenhuma mudança 
em nossa alimentação. 
 
Portanto, como salienta Taylor (1994), a chave para melhorar a 
qualidade do ensino em EaD é aprimorar a qualidade do design e dos materiais 
didáticos a partir do desenho de tarefas bem estruturadas para a promoção de 
experiências de aprendizagens significativas, melhorando, assim, a eficácia da 
educação. 
 
17 
Autores como Nipper (1989) e Garrison e Anderson (2003) argumentam 
que uma visão e uma divisão cronológica tão tecnologicamente marcada e tão 
determinista podem deixar a impressão de que as ferramentas são mais 
fundamentais que todo o entorno educacional. Na realidade, deveríamos olhar 
para a forma como as tecnologias foram e ainda são usadas. 
Assim, esses autores afirmam que devemos buscar critérios de seleção 
para atingir objetivos pedagógicos específicos, do material impresso e da 
correspondência, do rádio e da televisão, até as mais recentes tecnologias de 
comunicação. 
 
 
 
Como lidar com esses desafios, então? Veja o que diz Saraiva (1996, p. 
17): 
 
[…] os conteúdos e resultados obtidos devem se identificar com a 
educação como projeto e processo humanos, histórica e 
politicamente definidos na cultura das diferentes sociedades. A 
educação a distância deve buscar umcaminho que garanta uma 
verdadeira comunicação, nitidamente educativa, ultrapassando o 
simples colocar de materiais instrucionais à disposição dos alunos 
distantes. 
 
Assim sendo, podemos entender que o atendimento pedagógico é 
fundamental e pode superar distâncias. Ele promove a essencial relação 
Podemos afirmar que os meios simplesmente enviam informação e as 
instruções dão acesso às experiências educacionais. O projeto pedagógico de 
um curso é que deve afetar os processos de ensino e aprendizagem e as 
escolhas das tecnologias! 
A escolha da tecnologia deve basear-se na promoção da efetiva interação 
pedagógica que deve passar por critérios de viabilidade, conveniência e custo-
benefício. 
 
18 
professor-aluno, por meios e estratégias que devem ser institucionalmente 
garantidos. Como lembra Saraiva (1996, p. 17): 
 
[…] embora a educação implique comunicação de informações e 
conhecimentos, estímulo ao desenvolvimento de habilidades e atitudes, 
que constituem o que denominamos ensino, implica também e 
necessariamente a apropriação, por parte dos sujeitos, das informações 
e conhecimentos comunicados, das habilidades e atitudes estimuladas, 
apropriação denominada aprendizagem. 
 
Voltando às palavras de Garrison e Anderson (2003), salientamos que, 
no mundo atual, em que temos acesso a uma enorme quantidade de 
informação, deveríamos preocupar-nos em desenvolver, com os alunos, 
habilidades e estratégias para gerenciá-las de forma crítica, assim como 
incentivar o trabalho colaborativo, dentro de uma visão de aprendizagem 
construtivista, em que o social não pode ser separado da formação do 
indivíduo. 
 
 
Para complementar seus estudos, a leitura do artigo a seguir ajudará você a 
perceber que as tecnologias para a EaD são diversas, algumas simples, outras 
complexas. Você deverá avaliar sempre, para escolher alternativas reais e 
funcionais, atreladas a objetivos específicos de trabalho. Consulte: 
BRITO, M. S. da S. Tecnologia para a EAD: via internet. In: ALVES, L.; NOVA, 
C. (Org.). Educação e tecnologia: trilhando caminhos. Salvador: Ed. da Uneb, 
2003. p. 62-89. Disponível em: <http://www.lynn.pro.br/pdf/ educatec/brito.pdf>. 
Acesso em: 7 out. 2018. 
 
Nesse sentido, reafirmamos a inter-relação entre a construção individual 
e o papel do entorno social como fundamental. Em nenhum momento, a 
importância das possibilidades de acesso à informação é vista como algo 
 
19 
menor, mas temos de salientar a importância de usarmos os novos meios de 
comunicação para forjarmos espaços de aprendizagem que propiciem mais 
interação e reflexão. 
No caso da educação a distância, podemos aproveitar uma possibilidade 
única de comunicação, entre pessoas de diversos lugares e sem o problema do 
tempo, pois as pessoas podem comunicar-se de forma assíncrona. Nesse tipo 
de comunicação, o receptor/transmissor pode encaminhar quantas mensagens 
quiser, desde que a mensagem anterior seja entregue, ele não necessita de 
uma resposta, e sim da conclusão do envio da mensagem. A presença de um 
interlocutor, no momento da mensagem, não se faz necessária. 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 Paradigmas educacionais e tecnologias 
 
Paradigmas são as realizações cientificas universalmente reconhecidas 
que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para 
uma comunidade de praticantes de uma ciência” (KUHN, 1991, p. 13). 
Assim pontuado, queremos mostrar para você que a visão de 
aprendizagem de autores como Garrison e Anderson (2003) baseia-se em 
conceitos de John Dewey, que, por volta de 1938, defendia a ideia de que um 
indivíduo não pode ser entendido separadamente do mundo social em que vive 
e atua, nem pode ser pensado como totalmente subordinado a esse meio. No 
O que é virtual? Não deixe de ler! 
É um livro que analisa a virtualização como um processo irreversível, por não 
compreendê-la ou não saber de suas consequências, o autor mostra que a passagem 
para o virtual é a força e a velocidade pelas quais se direciona a cultura atual. Antes de 
temer que ela torne as pessoas desprendidas de seus próprios saberes, de sua 
identidade, de seus empregos, de sua profissão e de seu país, precisamos 
acompanhar. 
LÉVY, Pierre. O que é virtual? Trad. Paulo Neves. São Paulo, Ed. 34, 1996. 
 
 
 
20 
caso da educação, aponta-se a necessidade de considerar sempre a inter-
relação das duas instâncias. 
Na esfera educacional, é necessário um olhar atento para a relação 
entre professores e alunos. Garrison e Anderson (2003) explicam que suas 
ideias são fundamentadas em um conceito de aprendizagem que salienta o 
importante papel da interação, entendida por Dewey (1963), como o 
procedimento que une o sujeito ao ambiente social. Por meio das interações, 
ideias são geradas e vão possibilitando um entendimento do mundo exterior, o 
que significa que o conhecimento é construído nas e pelas relações sociais. 
Assim, Garrison e Anderson (2003), além de outros pesquisadores da 
área Feenberg (2001); Fino (2004); Gail e Williamson (2004); Gardner (1996), 
Gervai (2007); entre outros, veem como responsabilidade da escola tentar 
promover experiências que desencadeiem a construção de conhecimento 
baseada na colaboração entre os participantes dessas experiências. 
Nesse sentido, percebemos também uma necessidade de adaptação 
que exige esforços na formação e treinamento de profissionais para atuarem 
em diferentes áreas, algumas um pouco novas ou outras bem diferentes. 
Hoje, há uma estrutura organizacional complexa a serviço do educando 
“distante”: comunicação otimizada, professores, tutores, coordenadores, 
material didático e seus elaboradores, elasticidade temporal para dedicação 
aos estudos, além de todas as áreas de suporte, logística e gerenciamento dos 
processos. 
Estruturas que, em outros tempos, eram mais típicas dos contextos 
presenciais, passaram a existir para atender a alunos que não mais se 
restringem a tempo e espaço muito específicos ou definidos. Parece que o 
redimensionamento do lapso temporal no processo de ensino exprime e define 
inovações na EaD. A atuação da instituição escolar não mais se restringe a 
suas instalações, ampliando‐se a possibilidade de as pessoas terem acesso à 
educação de qualidade, em um processo evolutivo crescente. 
Não podemos negar que persiste certo preconceito em relação à EaD, 
principalmente, no ensino superior. No Brasil, a EaD sempre esteve vinculada 
ao ensino técnico, desde a década de 1940, com o Instituto Monitor e o 
 
21 
Instituto Universal Brasileiro, até o ensino de adultos – os antigos supletivos e 
os famosos telecursos, levando muitos a olharem para a modalidade como 
uma rota mais fácil, para pessoas de baixa renda ou com dificuldades de 
acesso à educação de qualidade. 
No entanto, com as novas TIC e as mudanças daí decorrentes, nas mais 
diversas sociedades, esse quadro parece estar mudando. A conciliação que 
harmoniza trabalho e estudos alcança aqueles que não dispõem de condições 
para estudos presenciais. A modalidade a distância pode ser um caminho 
interessante para resolver o problema relativo à falta de tempo e/ou à 
dificuldade de locomoção. 
Os últimos anos foram muito dinâmicos, especialmente com relação ao 
desenvolvimento de novas tecnologias da comunicação e estas passaram a ser 
exigidas nos cursos atuais, possibilitando a confecção de cursos com maior 
qualidade e maiores possibilidades de integração entre alunos, professores e 
materiais de estudos. 
Os cursos a distância, muito criticados pela possível minimização da 
interação entre as pessoas e pela massificação da educação, foram aos 
poucos modernizando‐se e, é possível, hoje em dia, já verificarmos, em 
diversos programas, que tais pontos negativos estão sendo superados, 
respeitando‐se a compatibilidadedo estudante na sua relação com a educação 
e a vida profissional, tudo graças ao apoio em tecnologias como o computador 
e a internet. 
Claro que a qualidade de um curso depende muito da tecnologia 
adotada e do profissionalismo da instituição de ensino, bem como de seus 
objetivos educacionais, e nem sempre todos esses elementos são 
contemplados pelas instituições. Mas as pesquisas atuais na área apontam 
para a predominância da busca da qualidade, em virtude da competição entre 
diferentes institutos e da prática de credenciamento e de controle feita pelo 
governo, por meio do Ministério de Educação e Cultura (MEC). 
Pela Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, foi estabelecida a 
possibilidade do uso orgânico da EaD em todos os níveis e modalidades de 
ensino. Esse artigo foi regulamentado posteriormente pelos Decretos n.º 2.494 
 
22 
e 2.561, de 1998; os quais ainda foram revogados pelo Decreto n.º 5.622, em 
vigência desde 19 de dezembro de 2005. 
Pelo Decreto n.º 5.622, foram instituídos o acompanhamento e a 
avaliação. Entre os tópicos relevantes do decreto, destacam‐se: 
• A caracterização da EaD; 
• A preponderância das avaliações presenciais (muito criticada por 
alguns pesquisadores, como Litto (2008); 
• Maior explicitação para os critérios de credenciamento, 
principalmente em relação a polos de atendimento aos alunos; 
• Mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do 
número de vagas na educação superior; 
• Permissão de regime de colaboração e cooperação com outros 
conselhos, estaduais ou nacionais, para a troca de informações; 
• Previsão para atendimento de portadores de deficiências; 
• Institucionalização do documento oficial Referências de Qualidade 
para a Educação Superior a Distância (BRASIL, 2007). 
 
 
Leia o documento a seguir na íntegra, fundamental para o trabalho em EaD no 
pais em ensino superior: 
BRASIL. 2007. Referências de qualidade para a educação superior a distância. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/ 
legislacao/refEaD1.pdf>. Acesso em: 13 out. 2015. 
 
Nesse sentido, apesar de muitos não estarem de acordo com todas as 
resoluções do Ministério, é de sentimento comum entender como louvável a 
insistência do MEC em estabelecer critérios para a garantia de qualidade por 
 
23 
parte das instituições credenciadas para oferecer cursos por meio da 
modalidade a distância. Para Litto (2008, p. 1): 
 
[…] a EaD representa a mais apropriada solução para aumentar o 
acesso a estudos pós‐secundários destinado a camadas da nossa 
população que não tiveram essa oportunidade no passado, ou por 
morarem longe dos centros urbanos (70% dos municípios brasileiros 
não dispõem de qualquer instituição de ensino superior), ou por não 
terem condições econômicas para se dedicar aos estudos. A 
flexibilidade oferecida pela EaD é ideal para pessoas que têm de 
trabalhar para seu próprio sustento, que têm a motivação para 
progredir profissionalmente e a autodisciplina necessária para 
completar tarefas acadêmicas, mesmo quando não há um docente a 
seu lado auxiliando‐as. É difícil imaginar uma preparação melhor para 
demandas profissionais cada vez mais exigentes. 
 
Para o MEC, foi fundamental definir princípios, diretrizes e fomentar 
reflexões para que a modalidade pudesse oferecer cursos de qualidade. Por 
essa razão, existe também, atualmente, uma secretaria para a EaD no Brasil 
(SEED/MEC). Por meio dela, referenciais de qualidade puderam ser 
desenhados e, atualmente, contamos com um ordenamento legal vigente, em 
complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação (Decretos n.º 5.622, de dezembro de 2005 e n.º 5.773, de junho de 
2006, portarias normativas 1 e 2, de janeiro de 2007). 
Esse documento, Referências de Qualidade para a Educação Superior a 
Distância, embora sem força de lei, serve como referencial norteador para 
subsidiar atos legais do poder público no que se refere a processos de 
regulação, supervisão e avaliação da modalidade. 
Assim, é preciso muito comprometimento acadêmico e científico 
independentemente da modalidade, ser presencial ou a distância. Nesse 
sentido, não podemos entender a EaD como um concorrente à aprendizagem 
presencial, porque ambas têm a mesma finalidade. Devemos entendê‐la, 
antes, como mais uma modalidade de trabalho que lida, entretanto, com outras 
particularidades, tais como: a distância, a necessidade de gestão do tempo, a 
disciplina, a organização e a força de vontade do educando, pois a distância 
pode tornar a modalidade difícil. 
Por isso, temos a necessidade de pensar em formação de profissionais 
para atender a necessidades de um mercado que demanda e busca qualidade. 
 
24 
Professores e demais profissionais de EaD precisam de treinamento e 
desenvolvimento para formação em diversas áreas que vão além da atuação 
do professor com seus alunos, mas que abrangem também atividades como as 
do desenho educacional para EaD que envolvem a elaboração, administração 
de cursos nos ambientes virtuais e uso de diferentes plataformas e 
ferramentas. 
Atualmente, os envolvidos nos processos precisam aprimorar seus 
conhecimentos sobre a acessibilidade de seus cursos e precisam desenvolver 
capacidades para poder avaliar os diferentes Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem (AVA) disponíveis no mercado, para poder melhor atingir os 
objetivos de trabalho com os alunos. 
Hoje, o aluno inscrito em curso a distância logo perceberá seu conjunto 
de tarefas, notas, a necessidade de participar de fóruns, chats, de enviar 
atividades escritas, participar de trabalhos em grupos, realizar provas 
presenciais, com todas as ações dentro de prazos bem determinados. 
Muitos alunos assustam‐se com a quantidade de trabalho, isso porque, 
culturalmente, ainda prevalece o pensamento que cursos na modalidade EaD 
seriam mais fáceis. Motivo suficiente para que muitos abandonem seus cursos 
em curto espaço de tempo, após depararem com uma realidade de trabalho 
muito maior do que a esperada. 
Vários alunos reclamam que não conseguem acompanhar os cursos 
atuais porque não imaginavam que um curso online pudesse tomar tanto 
tempo. Os paradigmas educacionais para a EaD mudaram, mas a barreira 
cultural não permite que muitos alunos percebam que atualmente um curso a 
distância não é muito diferente de um curso presencial em termos de trabalho e 
de engajamento do aluno. 
Professores relatam que vários alunos até chegam a perceber que o 
nível dos cursos pode ser melhor. Mas para participar ativamente de alguns 
cursos, os alunos precisam comparecer com atividades efetivamente 
realizadas, escrever, participar. O envolvimento e a dedicação do aluno são 
primordiais, embora nem todos estejam preparados para isso. 
 
25 
Por isso, não só os profissionais de EaD precisam conhecer melhor 
como atuar e o que podem fazer, mas aos alunos também cabe adquirir uma 
visão diferente dessa modalidade de ensino. Além disso, ainda há muitos que 
precisam aprender a lidar com as novas formas de comunicação com objetivos 
pedagógicos. 
 
 
 
Para refletir 
 
 
 
 
Para melhor encontrar as respostas para os questionamentos acima, 
sugerimos a leitura do texto a seguir: 
MORAN, J. M. O que é um bom curso a distância? In: MORAN, J. M.; 
ALMEIDA, M. E. B. Integração das tecnologias na educação. Serie Salto para o 
Futuro, Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, 
Seed, 2005. p. 147‐148. Disponível em: <http://www.eca.usp. 
br/prof/moran/site/textos/educacao_online/bom_curso.pdf>. Acesso em: 7 out. 
2018. 
 
 
Será que conseguem 
utilizar as tecnologias 
apropriadamente? 
Será́ que os alunos sabem 
usar tecnologia para aprender 
em cursos a distância? 
 
26 
 Na verdade, se imaginarmos o contexto da vida cotidiana, muitas 
pessoas foram adaptando‐se ao uso informaldos mais diversos equipamentos 
digitais, de acordo com suas necessidades e seus interesses. Mas, no caso de 
espaços pedagógicos, as adaptações são mais complexas, porque exigem alto 
grau de reflexão e preparação para uma utilização mais adequada aos 
objetivos específicos de aprendizagem. 
 O propósito da inserção de uma determinada ferramenta tecnológica no 
âmbito pedagógico pode ser muito diferente das circunstâncias de uso 
cotidiano dessa mesma ferramenta. Por exemplo, podemos usar uma sala de 
bate‐papo (chat) para conversar informalmente com amigos, mas também 
podemos utilizar chats para encontros acadêmicos entre professores e alunos, 
com objetivos específicos de aprendizagem e, portanto, nesses espaços 
acadêmicos, as tecnologias serão utilizadas de forma diferente. 
 Consequentemente, os educadores precisam aprender a ajudar seus 
alunos “distantes” a usar as ferramentas tecnológicas de forma adequada a 
diferentes objetivos educacionais. Por isso, temos a necessidade de 
preparação de profissionais para a utilização da tecnologia e para o 
planejamento de mediações adequadas aos propósitos educacionais. Essas 
questões não parecem muito simples e as pesquisas confirmam essa 
preocupação. Vejamos. 
 Na EaD, o processo de incorporação das novas ferramentas 
tecnológicas nem sempre é isento de problemas. No caso do Brasil, de acordo 
com dados de Toschi (2003), muitos cursos passaram a utilizar novas 
tecnologias sem, contudo, oferecer um trabalho formativo e crítico sobre o uso 
dessas novas ferramentas para professores. Além disso, como afirmam Toschi 
(2003), Belloni (2003) e Barreto (2003), entre outros estudiosos de EaD, muitos 
programas de educação a distância incorporaram as tecnologias para 
incentivar atividades de autoaprendizagem, com programas que, em geral, 
negam a importância da mediação de professores e da interação entre alunos 
e entre alunos e professores. 
 Assim, acabam ressaltando apenas a relação entre equipamentos e 
usuários, deixando abandonada à sua própria sorte, a mediação de 
 
27 
professores que, em muitos programas de educação a distância, só 
acompanham o que o aluno está fazendo para cobrar as tarefas e fazem 
atendimento específico para resolver dúvidas. Hoje, em alguns cursos e 
instituições, esse papel é repassado aos tutores que, muitas vezes, não têm 
autonomia para a tomada de decisões. 
 Uma consequência dessas práticas acaba sendo a falta de parâmetros 
que auxiliem o professor ou formador de professores a preparar‐se para usar 
os novos recursos tecnológicos de modo que privilegiem interações entre 
participantes ou trabalho colaborativo. E os alunos acabam por ver reforçada a 
ideia da distância e da cultura da EaD de pouca qualidade. 
 Além disso, outro dado que pouco contribui para o contato dos 
professores com as tecnologias é que elas são muito subutilizadas nas escolas 
e nas faculdades durante a formação deles. Pesquisadores como Wild (1996) e 
Ramal (2002) apontam a falta de uso das tecnologias nas escolas, afirmando 
que muitos professores não se sentem preparados para o uso das tecnologias, 
o que acaba por deixá‐los distantes dos computadores e da internet. Toschi 
(2003) denomina tal despreparo de “temor tecnológico”. Esse temor faria com 
que professores simplesmente não utilizassem a tecnologia com seus alunos, 
afastando‐os, portanto, do contato com tecnologia para uso pedagógico. 
 Portanto, para que se efetive a qualidade de ensino, é preciso fazer com 
que o aluno perceba a necessidade de aprender a lidar com exigências um 
tanto diferentes. Para que a aprendizagem seja produtiva, o aluno precisa ser 
responsável, motivado e perseverante. Como resultado do despreparo tanto de 
profissionais da área como de alunos, temos os altos índices de evasão. Os 
alunos acabam por perder a motivação e abandonam a modalidade. Até 2002, 
de acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), o 
índice de desistência no Brasil era de 80% e, atualmente, vem caindo pela 
melhora da qualidade do atendimento e do preparo dos diversos profissionais 
da área. 
 Cavalcanti (2011), entre outros pesquisadores, aponta caminhos que 
podem minimizar esses problemas. Por exemplo, para a autora, as instituições 
devem investir em: 
 
28 
 Um sistema eficaz de atendimento ao aluno, que utilize vários canais 
de comunicação, como telefone, e‐mail, chat, entre outros; 
 Infraestrutura para que o aluno tenha acesso a materiais como 
livros; 
 Uma equipe multidisciplinar capacitada para dar apoio em 
tecnologia; 
 Equipe para o desenvolvimento de material didático apropriado; 
 Capacitação de coordenadores, professores e tutores. 
 
 Staa (2003) ainda acrescenta a urgência de os ambientes permitirem 
apoio cognitivo avançado, oportunidades para interação entre alunos e entre 
alunos e professores, além de um suporte para atender às dificuldades 
técnicas e emocionais dos alunos. O suporte técnico é fundamental também, 
pois os alunos poderão ter dificuldade de acesso ou até mesmo de lidar com a 
tecnologia. 
 Para Staa (2003), é preciso sempre observar o contexto em que o curso 
está inserido, seu preço, seu tempo de duração, o design do material que 
contemplem a existência de tutoriais, o tipo de atividades propostas, as 
tecnologias propostas, o grau de motivação de professores e alunos, bem 
como os tipos de feedback oferecidos. Além disso, os alunos precisam saber 
sobre critérios de avaliação, e é sempre interessante criar um ambiente que os 
faça refletir sobre como devem estudar. 
 
 
Fizemos um resumo adaptado para você. 
A. Nem tudo o que leem na web pode ser tomado como verdade 
absoluta. 
 
29 
B. O acesso às redes sociais durante os momentos de estudo, por 
exemplo, pode causar distração e interferir no desempenho 
acadêmico. 
C. O excesso nas redes pode ser arriscado. O mundo “offine” não deve 
ser substituído pelo “online”. 
D. O mundo online permitiu algumas mudanças na escrita da língua 
portuguesa, dando a ela, novos aspectos e sentidos. Isso pode 
interferir na qualidade de redação de outros gêneros. A linguagem 
da internet ainda não foi naturalizada como padrão em nossa 
sociedade! 
E. Muitos estudantes não pensam antes de postar algum conteúdo na 
internet. É preciso lembrar, porém, que tudo o que escrevemos na 
web pode ser visto e logicamente, julgado. Posts com conteúdos 
comprometedores podem trazer complicações ao aluno ao longo de 
sua caminhada acadêmica e profissional. 
 
Pesquise também, no Educomunicação, os aspectos positivos das 
mídias sociais no site: 
<https://cadernodia.wordpress.com/2011/07/23/redes‐sociais‐e‐educacao‐uma‐
relacao‐de‐amor‐e‐odio/>. 
 Como já dissemos, nem todas as propostas de cursos em EaD têm a 
mesma preocupação e tampouco os mesmos paradigmas para nortear o 
planejamento, a metodologia e a realização de um curso. Martins e Prado 
(2011), afirmam que existem desde propostas que retratam um modelo de 
educação de massa, como outras mais abertas, que enfatizam o processo de 
construção de conhecimento, a autonomia e o desenvolvimento de 
competências que a sociedade atual exige de um profissional. Pelas palavras 
das autoras (2011, p. 1): 
 
O fato é que a educação a distância, muitas vezes, reproduz a 
educação presencial tal como vem sendo desenvolvida – de forma 
obsoleta para os dias atuais, mas em um formato veiculado pelas 
novas tecnologias. Geralmente são cursos que disponibilizam na rede 
 
30 
uma grande variedade e quantidade de informações, esperando que 
isto seja suficiente para a aprendizagem do aluno. Desenvolver um 
curso a distância nesses moldes acaba empobrecendo e 
obscurecendo as potencialidades da Internet como um meio para 
desenvolver um trabalho educacional baseado numa rede de 
aprendizagem.No entanto, tal visão de EaD não é generalizada. Os estudos 
demonstram a tendência em buscar propostas que privilegiam a interação entre 
os participantes e o desenvolvimento do trabalho colaborativo. Nessa 
perspectiva, Valente (2000b) vem apresentando uma perspectiva que enfatiza 
o estar junto virtual, isto é, o papel do formador de acompanhar e assessorar o 
aluno, criando situações de aprendizagem que possam ser significativas. 
 Adotando uma linha socioconstrutiva do conhecimento, além da 
interação com o formador, a dinâmica do curso deverá promovê‐la também 
entre os alunos: na troca de ideias e experiências, surgiriam novos 
questionamentos, referências, dúvidas e buscas de novas compreensões. 
 Cabe, aqui, ressaltar que o processo de construção de uma rede de 
aprendizagem não é natural e nem acontece simplesmente disponibilizando 
informações para os alunos via internet. Existem vários elementos 
inter‐relacionados constituintes do universo de um curso a distância, que 
podem facilitar essa construção: um dos aspectos cuja revisão urge é o 
relacionado ao papel do professor online e sua mediação pedagógica, tanto 
nos ambientes como na confecção e desenho dos materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
O psicólogo bielo‐russo Lev Vygotsky (1896‐1934) conceitua a interação. 
Para ele, todo o aprendizado é necessariamente mediado – e isso torna o 
papel do ensino e do professor mais ativo do que o previsto por Piaget. O 
aprendizado não se subordina ao desenvolvimento das estruturas 
intelectuais, mas alimenta‐se do outro, provocando saltos qualitativos de 
conhecimento. O ensino deve antecipar‐se ao que o aluno ainda não sabe, 
não sendo capaz de aprender sozinho. 
 
31 
Assim, podemos imaginar que a mediação pedagógica demanda a 
abertura do professor para aprender e uma postura reflexiva para rever 
constantemente sua prática, bem como a criticidade e a autonomia para 
relativizar suas intenções. A mediação pauta‐se na articulação dos princípios 
de ensino‐aprendizagem, concretizando‐se pelas constantes recriações de 
estratégias durante a realização de um curso. 
 No entanto, para que isso ocorra, os princípios educacionais são 
fundamentais. E, normalmente, o professor está inserido em um contexto 
educacional e o seu local de ação pode comprometer seu trabalho, pois o 
ambiente e as propostas de um curso a distância podem facilitar e promover as 
trocas e os contatos com os alunos, ou, simplesmente, não. 
 Por outro lado, não podemos deixar de considerar, como um aliado 
importante, a existência dos recursos de suporte da educação a distância. Os 
institutos de ensino devem buscar o aproveitamento máximo dos recursos 
disponíveis para auxiliar o trabalho do professor, que pode, além de contar com 
materiais didáticos, dispor de ferramentas para mapear as formas diferenciadas 
de desenvolvimento do aluno no decorrer do curso. 
Para finalizar, convidamos você a realizar uma atividade sobre as 
temáticas que discutimos nesta unidade. 
 
 
 
Analise a sua situação como aluno da modalidade EaD e responda às 
questões abaixo: 
 
1) Você sente que está envolvido com o curso? 
2) Você sente que aprende com os colegas e com os professores? 
 
32 
3) Você percebe que a rotina e disciplina são elementos necessários para os 
estudos em EAD? 
4) Quais são os pontos diferentes dos cursos EaD para os presenciais? 
 
 Elabore um pequeno texto sobre esse tema, relacionando-o aos textos 
lidos. Justifique e exemplifique como trabalhar para uma Ead com mais 
interação e construção conjunta de conhecimento. 
 
Bom trabalho! 
 
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33 
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Chegamos ao final dessa primeira unidade. 
Aqui você estudou sobre a educação, a didática e as mudanças na 
modalidade EaD possibilitadas a partir do surgimento de novas tecnologias. 
Mais detalhadamente: as diferentes fases da EaD; a internet como ferramenta 
de aprendizagem; a educação e suas tecnologias, relacionados aos 
paradigmas educacionais. 
Você foi levado a pensar a importância das novas tecnologias de 
informação e suas potencialidades, mas, ao mesmo tempo, tentamos mostrar-
Não deixe de ler MARTINS, M. C; PRADO M. E. B. B. A mediação 
pedagógica em propostas de formação continuada de professores em 
informática na educação. São Paulo: ABED, 2005. Disponível em: 
<http://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/textos_ead/628/2005/11/a_mediac
ao_pedagogica_em_propostas_de_formacao_continuada_de_professores_
em_informatica_na_educacao>. Acesso em: 16 dez. 2018. 
 
34 
lhe que essas ferramentas, sozinhas, não mudam paradigmas de ensino-
aprendizagem estabelecidos há séculos. 
Também vimos a consolidação da EaD e como o MEC foi fundamental 
para definir princípios, diretrizes, além de fomentar reflexões para que a 
modalidade pudesse oferecer cursos de qualidade, culminando na elaboração 
do documento Referências de Qualidade para a Educação Superior a 
Distância. 
Assinalamos a notória melhora de qualidade dos cursos oferecidos. 
Concluímos que um curso a distância não é muito diferente de um presencial 
em termos de trabalho e engajamento, mas alunos e professores precisam 
desenvolver certas habilidades e competências, diferentes daquelas 
desenvolvidas nas salas de aulas tradicionais presenciais, principalmente, em 
cursos que busquem maior colaboração para a construção conjunta de 
conhecimento. 
Esperamos que você tenha aprendido bastante e esteja motivado(a) a ir 
adiante. 
 
35 
UNIDADE II 
 
2. METODOLOGIAS EM EAD: PARADIGMAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta unidade a intenção principal é estudar as diferentes concepções 
teóricas sobre educação e como podem afetar os processos de ensino e 
aprendizagem na modalidade de trabalho pedagógico em EAD. Vamos seguir 
um pouco mais adiante com as reflexões, discutindo e aprofundando o 
conhecimento sobre as teorias que servem de base para o desenvolvimentodos programas e materiais didáticos, além de ajudar você a avaliar algumas 
metodologias adotadas nas opções existentes no mercado. Pode ser bem útil 
para o seu futuro profissional! 
Preparado(a)? 
Então, mãos à obra! 
 
2.1 A concepção de educação e processos de ensino aprendizagem 
 
Vamos, então, dar início à questão da educação como fundamento. 
Embora a modalidade EaD tenha suas particularidades com relação a distância 
e às mudanças de contexto, recursos técnicos e infraestrutura, todos esses 
elementos só ganham sentido dentro de uma ação político-pedagógica 
O psicólogo bielo‐russo Lev Vygotsky (1896‐1934) conceitua a interação. 
Para ele, todo o aprendizado é necessariamente mediado – e isso torna o 
papel do ensino e do professor mais ativo do que o previsto por Piaget. O 
aprendizado não se subordina ao desenvolvimento das estruturas 
intelectuais, mas alimenta‐se do outro, provocando saltos qualitativos de 
conhecimento. O ensino deve antecipar‐se ao que o aluno ainda não sabe, 
não sendo capaz de aprender sozinho. 
Conteúdos trabalhados na unidade: a concepção de educação e 
processos de ensino aprendizagem; modalidades de trabalho pedagógico 
em EAD; a qualidade das interações e o papel do professor em ambientes 
virtuais. 
 
36 
educacional. Cada modalidade, presencial ou a distância, precisa pensar e 
elaborar seu projeto político-pedagógico (PPP) e levar em consideração 
questões teóricas básicas sobre ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 
 
https://www.google.com/search?biw=1680&bih=881&tbm=isch&sa=1&ei=S-
JiXL_dOOz5OUP8NStkAo&q=projeto+pol%C3%ADtico+pedag%C3%B3gico&oq=projeto+pol%
C3%ADtico+pedag%C3%B3gico&gs_l=img.3..0l2j0i5i30j0i24l7.2262.3302..4126…0.0..0.142.57
9.5j1……0….1..gws-wiz. Acesso em: jan. 2019. 
 
 Cada projeto político pedagógico deve apresentar com clareza uma 
opção teórica sobre o que é educar e aprender, porque as decisões sobre as 
ações de trabalho em EaD não podem simplesmente acontecer sem que haja 
uma consciência clara sobre os objetivos de formação dos cidadãos. 
Projeto Político-Pedagógico (PPP) é um documento que imprime 
uma direção com especificidades e singularidades, apresentando o 
funcionamento de um curso, determinando suas prioridades, sua inserção 
no contexto social, econômico e acadêmico do país. Deve apresentar com 
clareza uma opção teórica sobre o que é educar e aprender. 
 
37 
 A opção epistemológica acabará por orientar todo o trabalho, desde a 
organização do currículo, como a organização dos temas, das formas de 
trabalhos propostas nos materiais, nos modos de mediação dos professores e 
nas suas formas de avaliar os alunos. O papel do aluno será diferente de 
acordo com as diferentes formas de pensar a questão da aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As tecnologias empregadas em um curso podem favorecer ou não 
determinados caminhos para diferentes tipos de oportunidades de 
aprendizagem. Portanto, devem estar a serviço do projeto pedagógico, e não 
constituir seu fim em si. Todos os elementos de um programa devem ser 
coerentes com as propostas do PPP, manifestando-se de forma clara para 
todos os envolvidos, incluindo os alunos. 
 Assim sendo, a EaD tem as mesmas exigências da modalidade 
presencial com relação às escolhas de metodologias de ensino aprendizagem 
e, portanto, diversos caminhos podem ser seguidos, gerando oportunidades de 
aprendizagem muito diversas. 
 O problema, como já́ apontado, é o de muitas instituições, que trabalham 
com a modalidade a distância, acabarem deixando de refletir sobre as 
Epistemologia significa “ciência”, “conhecimento”. É o estudo científico que 
trata dos problemas relacionados à crença e ao conhecimento, sua natureza 
e suas limitações. Aborda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do 
conhecimento, sendo igualmente conhecida como teoria do conhecimento, 
relacionando-se à metafísica, à lógica e à filosofia da ciência. É uma das 
principais áreas da filosofia, compreende a investigação sobre a 
possibilidade do conhecimento, ou seja, de o ser humano alcançar o 
conhecimento total e genuíno, bem como da origem do conhecimento. 
Veja mais sentidos do conceito no site: <http://www.significados.com.br/ 
 
38 
questões pedagógicas e metodológicas, dando maior ênfase para a estrutura 
organizacional e a logística do negócio. Quando as novas tecnologias são 
incorporadas com pouca reflexão sobre suas reais funções pedagógicas, os 
professores também acabam, muitas vezes, sem saber o seu papel no novo 
contexto. 
 
Para refletir! 
Para a modalidade Ead, como professor, pense nas seguintes questões: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os estudos mostram que os professores não sabem muito bem como 
mediar a aprendizagem de seus alunos em contextos a distância. Berge 
(1995), tal como Berge e Collins (1995), assinala que as novas tecnologias 
podem ajudar a promover novos ambientes de aprendizagem, com maior 
possibilidade de incentivo de aprendizagem colaborativa, ressaltando a 
necessidade de trabalhos interdisciplinares, além de distribuir mais as 
responsabilidades pela construção de conhecimento, mas faltam, em geral, as 
possibilidades de acesso e uma visão de empreendimento educacional 
Fonte: https://publicdomainvectors.org/pt/vetorial-
gratis/Rapaz-pensando-em-
quest%C3%A3o/70001.html 
Que tipo de aula 
devo construir? 
 
Como deve ser 
exposto o 
material 
didático que 
desenho? Como deve ser 
minha 
intervenção? 
 
39 
necessária à criação de ambientes em que a tecnologia sirva como suporte 
para os objetivos específicos de aprendizagem. 
Nessa perspectiva, escreve Almeida (2003, p. 2): 
 
[…] a integração entre a tecnologia digital com os recursos da 
telecomunicação, que originou a internet, evidenciou possibilidades 
de ampliar o acesso à educação, embora esse uso per se não 
implique práticas mais inovadoras e não represente mudanças nas 
concepções de conhecimento, ensino e aprendizagem ou nos papéis 
do aluno e do professor. No entanto, o fato de mudar o meio em que 
a educação e a comunicação entre alunos e professores se realizam 
traz mudanças ao ensino e à aprendizagem que precisam ser 
compreendidas ao tempo em que se analisam as potencialidades e 
limitações das tecnologias e linguagens empregadas para a 
mediação pedagógica e a aprendizagem dos alunos. 
 
Em outros termos, as tecnologias ofertam novas possibilidades para a 
educação, mas de nada servem se usadas para reproduzir os mesmos padrões 
das tecnologias antigas. 
Com relação mais específica à mediação pedagógica em EaD, apoiada 
nas TIC, alguns autores, como Gutierrez e Prieto (1994), ressaltam que as 
diferentes ações do professor podem permitir a recriação de estratégias, para 
que o aluno venha a atribuir sentidos àquilo que está aprendendo. 
E, para que isso ocorra, é fundamental que o professor tenha clareza 
sobre os princípios educacionais que norteiam sua ação pedagógica, sobre a 
intencionalidade e os objetivos em longo e curto prazos. 
Por essa razão, acreditamos necessária a criação de espaços, como 
este curso, que permitam a discussão sobre o uso das tecnologias em EaD, 
relacionando-as aos pressupostos teóricos fundamentais à mediação 
pedagógica. 
Precisamos entender a importância da mediação; das escolhas das 
tecnologias e do desenho do curso, relacionados a princípios pedagógicos para 
que possamos fazer sempre o melhor. 
Como aponta Peraya (2002, p. 49): “a utilização de determinada 
tecnologia como suporte à EaD não constitui em si uma revolução 
metodológica, mas reconfigura o campo do possível”. 
 
40 
Nesse sentido, Wallace (2003) aponta que pesquisas recentes indicam 
importantes áreas de atuação do professor e começam a disponibilizarorientações que podem ajudar nas mediações pedagógicas a distância. Por 
exemplo, no caso do uso de ferramentas, como fóruns ou chats, várias 
pesquisas sugerem alguns modelos de mediação (CELANI; COLLINS, 2005; 
GERVAI, 2007; WADT, 2009, VICTORIANO, 2010). 
Certos tipos de trabalhos em fóruns ou chats podem promover 
interações entre alunos, e outros não. A maneira de dar instruções e respostas, 
em espaços de aprendizagem online, também pode gerar diferentes tipos de 
engajamento e participação por parte dos alunos, entretanto, apenas abrir um 
fórum não necessariamente garantirá uma interação de qualidade. Um fórum 
pode se transformar em um depósito de postagens sem respostas. 
O que percebemos é que muitos profissionais que trabalham com EaD 
nem sempre sabem o que mais funciona e muitos nem pensam em como tomar 
as decisões baseadas nos objetivos pedagógicos de seus cursos. Muitas 
vezes, nem paramos para pensar sobre o que queremos de nossos alunos. 
Qual o papel do aluno? O que ele deve fazer? 
Como já discutimos, muitos professores começam a trabalhar com a 
modalidade e poucos são preparados para o novo empreendimento. No caso 
do Brasil, de acordo com dados de Toschi (2003), muitos cursos passaram a 
utilizar novas tecnologias, sem, contudo, oferecer um trabalho formativo e 
crítico sobre o uso dessas novas ferramentas para professores. O professor 
deixa de ter parâmetros para a sua atuação. 
Autores, como Pawan et al. (2003), apontam que as interações entre 
alunos em cursos da modalidade EaD, geralmente, restringem-se a trocas de 
informação. As discussões em fóruns podem estruturar-se como monólogos, 
nos quais os participantes podem avançar para o compartilhamento de 
experiências e expressão de opiniões, mas com pouco esforço para conectar-
se a outros ou para interagir com as participações dos colegas de curso. 
Essas pesquisas contribuem para nos alertar sobre a necessidade e 
importância da formação de professores nesses ambientes de aprendizagem, 
pois apontam para mudanças na atuação de professores, de tutores e 
 
41 
designers de cursos, a fim de gerar oportunidades de aprendizagens mais 
significativas. 
 
 
 
 Atividade de aplicação 
 
A integração das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) aos 
processos educacionais pode contribuir para a democratização das 
oportunidades educacionais, para o acesso ao conhecimento e, para a 
diminuição do abismo, que tem de um lado a exclusão e de outro a 
desigualdade social. 
Não é porque estamos em um mundo de novas tecnologias, que temos 
uma educação diferente daquela que predomina na modalidade presencial 
tradicional. Podemos usar uma tecnologia para simular a educação 
presencial, com o uso de uma nova mídia, mas continuar fazendo tudo 
igual. 
 
42 
 
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Por meio de um texto dissertativo/argumentativo, explique a passagem 
citada e justifique-a, de acordo com a legislação brasileira. 
Como a inclusão é tratada na educação atual e como pode o 
especialista em EaD atuar para que se torne inclusiva a prática escolar 
normalmente excludente? 
Como devem ser preparadas as escolas que optarem por inserir, em 
sua grade, conteúdos veiculados por EaD, para que todos aprendam? 
De que maneira a EaD pode ser utilizada como ferramenta de 
promoção para a cidadania? 
 
 
43 
2.2 Modalidades de trabalho pedagógico em EAD 
 
Como já dissemos, várias modalidades de trabalho coexistem em EaD. 
Por exemplo, há cursos que integram os meios de comunicação de massa 
tradicionais – rádio e televisão – associados à distribuição de materiais 
impressos pelo correio ou pela própria web, via computadores. Esses cursos 
emitem informações de maneira uniforme para todos os alunos, que recebem 
os materiais impressos com conteúdos e tarefas propostas. 
Espera-se que os alunos estudem os conceitos recebidos e realizem os 
exercícios e provas. Essas tarefas são corrigidas pelos professores da 
instituição, mas, em geral, com pouca interação entre alunos e professores ou 
alunos com outros alunos. Esse tipo de abordagem da EaD apresenta altos 
índices de matrículas e enormes números de desistência, mas encontra-se em 
todas as partes do mundo. 
Nessa modalidade de trabalho, o papel do professor fica mais centrado 
na elaboração de materiais instrucionais, com foco na transmissão de 
conteúdos e com pouco espaço para o planejamento de estratégias de ensino 
e, na maioria das situações, há um tutor encarregado de responder as dúvidas 
dos alunos. 
Nesse quadro, no caso do Brasil, o tutor tem assumido um papel 
complexo, pois poucos são preparados para atuar com os cursos. Muitos nem 
entendem sobre o conteúdo que têm de administrar e, para acrescentar dados 
à lista de problemas, as pesquisas mostram que poucos têm formação como 
educadores. Portanto, trabalham com os alunos, mas com poucos objetivos 
específicos de desenvolvimento destes. 
O aluno, por sua vez, parece ter o papel de receptor de conteúdo, 
aquele que deve receber informação e fazer tarefas. Se analisarmos essa 
lógica organizacional, refletindo sobre a interação dos participantes dos cursos 
em EaD, perceberemos que tal interação é programada e mais robotizada. O 
estudante, apesar de estar em um curso a distância, como tecnologias atuais 
como apoio, acaba tendo um papel mais passivo no processo de socialização 
virtual, pois não tem muita oportunidade de interagir livremente e socializar-se, 
 
44 
por estar numa estrutura padronizada, sem grandes possibilidades de 
interação. 
Com a inserção das novas tecnologias, algumas possibilidades de 
mudanças reavivaram a EaD, mas parece-nos claro que permitiram também a 
continuidade das tradicionais formas mecanicistas de transmissão de 
conteúdos, que podem, agora, ser digitalizados e enviados pela internet. 
Como explorar o potencial de interatividade das TIC e desenvolver 
atividades a distância com base na interação, possibilitando a produção 
diferenciada de conhecimento? 
A seguir, para termos um panorama das modalidades que encontramos 
com frequência atualmente, apresentamos a nomenclatura de Prado e Valente 
(2002) para ajudar-nos a entender como as instituições estão trabalhando. 
Para esses autores, as abordagens de EaD, com apoio das TIC, podem ser de 
três tipos: 
• Broadcast; 
• Virtualização da sala de aula presencial; 
• Estar junto virtual. 
Prado e Valente (2002) chamam de broadcast a tecnologia 
computacional empregadapara ‘’entregar a informação ao aluno’’ da mesma 
forma que ocorre com o uso das tecnologias tradicionais de comunicação como 
o rádio e a televisão. A virtualização da sala de aula, para eles, ocorre quando 
os recursos das redes telemáticas são utilizados da mesma forma que a sala 
de aula presencial. O objetivo é o de reproduzir o que acontece em uma sala 
de aula, que procura transferir para o meio virtual o paradigma do espaço-
tempo da aula e da comunicação bidirecional entre professor e alunos. 
Já o estar junto virtual também denominado “aprendizagem assistida por 
computador” (AAC) explora a potencialidade interativa das TICs, tentando ao 
máximo aproximar os emissores dos receptores dos cursos, permitindo criar 
condições de aprendizagem e colaboração. 
 
45 
Então, você percebe que, mesmo com a integração das novas 
tecnologias, não é fácil sair dos padrões de mera transmissão do 
conhecimento? 
Para Almeida (2003), é preciso compreender que não basta colocar os 
alunos em ambientes digitais para que ocorram interações significativas e 
tampouco se pode admitir que o acesso a hipertextos e recursos 
multimidiáticos dê conta da complexidade dos processos educacionais. 
Por isso, é fundamental ter como base projetos pedagógicos com teorias 
claras para que os caminhos possam ser delineados de maneira que as 
escolhas tecnológicas possam servir aos propósitos pedagógicos. Esse 
caminho pode até mesmo ajudar as equipes envolvidas a reformular ações e 
planejar outras no intuito de uma constante melhora na qualidade da educação. 
Seguindo essa perspectiva, aproveitamos para aprofundar a questão do 
estar junto virtual, pois várias instituições, atualmente, buscam conhecer 
melhor esse caminho, a fim de implementá-lo em seus projetos de EaD. 
Segundo Prado e Valente (2002), o estar junto virtual implica uma 
presença muito mais ativa dos professores. Eles passam a ter um papel de 
orientador, que acompanha o aluno e o desenvolvimento dos cursos. Nesse 
sentido, o professor tem de atuar em determinados momentos para fazer com 
que os alunos melhorem suas produções, aproveitando para fazê-los refletir, 
discutir e aprofundar os conteúdos dos cursos. O professor tem de estar 
presente, mas não controla o contexto o tempo todo. 
 
2.3 A qualidade das interações e o papel do professor em 
ambientes virtuais 
 
Outra contribuição importante, para se entender a qualidade do trabalho 
dos professores nesses ambientes, está na análise das interações que ocorrem 
nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). 
Kanuka e Anderson (1998), ao trabalharem com as categorias de 
Gunawardena et al. (1997), perceberam que a maioria das interações 
 
46 
analisadas em AVA, apontavam para uma enorme quantidade de interações 
sociais sem que ocorressem negociação de sentidos para a construção de 
novos conhecimentos. 
Segundo eles, os dados das pesquisas apontam para a simples 
aquisição de informação compatível com o conhecimento existente. Nas 
interações analisadas por esses autores, informação adicional era 
supostamente adquirida pelos participantes, mas sem que eles pudessem 
perceber, por meio dos dados, mudanças na estrutura das colocações dos 
participantes. Essas interações foram nomeadas por eles de intercâmbio social. 
Kanuka e Anderson (1998) também perceberam que os momentos de 
construção de conhecimento aconteciam depois de longos momentos de 
desacordos entre participantes, por exemplo, em fóruns. Portanto, sentiam que 
somente quando os participantes tinham uma postura de buscar entender as 
diferentes ideias e conceitos expostos, é que aconteciam mudanças na 
qualidade das interações. O processo de construção do conhecimento dava-se 
por meio do desacordo, que funcionava como catalisador da transformação ou 
mudança de conhecimento. Contudo, na maioria das vezes, esses desacordos 
eram simplesmente ignorados e nada se construía conjuntamente. 
Segundo os autores, um relativo desconhecimento dos participantes 
entre si e a natureza assíncrona da interação são responsáveis por muitas das 
diferentes contribuições dos alunos serem, simplesmente, ignoradas. Daí a 
importância de se investigar o papel do professor incentivador nesse processo, 
pois acredita-se que as tensões e contradições devam ser aproveitadas para 
motivar maior aprofundamento das interações entre alunos, com possibilidade 
de mudança e desenvolvimento de ideias, procedimentos esses, considerados 
essenciais para a construção colaborativa do conhecimento. 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Você não pode deixar de ler PRADO, M. E. B. B; MARTINS, M. C. A mediação 
pedagógica em propostas de formação continuada de professores em 
informática na educação. São Paulo: ABED, 2002. Disponível em: 
<http://www.abed. 
org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=4abed&infoid
=193&sid=102>. Acesso em: 16 out. 2018. 
 
Neste artigo a Educação a distância é abordada como uma possibilidade 
de trabalhar a formação continuada fundamentada numa abordagem 
pedagógica que favorece o desencadeamento do processo reflexivo do aluno-
profissional, integrando o conhecimento prático e teórico relacionado ao seu 
contexto de atuação. Enfatiza o processo de construção do conhecimento. A 
mediação se pauta na articulação dos princípios de ensino e aprendizagem, e 
se concretiza pelas constantes recriações de estratégias durante a realização 
de um curso. 
 
48 
 
 
 A internet oferece muitas oportunidades para as pessoas trocarem 
experiências profissionais, mas é sempre importante conferir a qualidade do 
ambiente! 
 
 
As novas tecnologias podem ir além das frequentes palestras, em que 
só o professor fala, pois permitem interação e colaboração entre as pessoas. 
Nessa perspectiva, Kanuka e Anderson (1998, p. 2-3) colocam as teorias 
construtivistas de aprendizagem como grandes aliadas dos meios tecnológicos/ 
digitais. Essa relação ocorre pelo fato dos computadores proporcionarem muito 
mais interação que outros meios tecnológicos. 
 
 
49 
 
 
 Analise um outro ambiente de aprendizagem virtual de seu interesse 
profissional. 
Verifique: 
1) Quais as características? 
2) Como é a participação dos alunos? 
3) Como são as atividades? 
4) Quais são os pontos interessantes? 
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