Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Técnica Dietética Professora Esp. Vanuza Neres Pacheco Carluccio EduFatecie E D I T O R A EQUIPE EXECUTIVA Editora-Chefe Profa. Dra. Denise Kloeckner Sbardeloto Editor Adjunto Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Assessoria Jurídica Profa. Dra. Letícia Baptista Rosa Ficha Catalográfica Tatiane Viturino de Oliveira Zineide Pereira dos Santos Revisão Ortográfica e Gramatical Profa. Esp. Bruna Tavares Fernandes Secretária Geovana Agostinho Daminelli Setor Técnico Fernando dos Santos Barbosa Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt www.unifatecie.edu.br/ editora-edufatecie edufatecie@fatecie.edu.br 2022 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2022 Os autores Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP C286t Carluccio, Vanuza Neres Pacheco Técnica dietética / Vanuza Neres Pacheco Carluccio. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 84 p. : il. Color. ISBN 978-65-5433-020-6 1. Nutrição. 2. Dietética. 3. Alimentos – Combinação. 4. Cardápios. I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de educação a Distância. III. Título. CDD : 23 ed. 613.2 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 EduFatecie E D I T O R A UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. https://orcid.org/0000-0001-5409-4194 Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira UNIDADE I Técnica Dietética AUTORA Professora Esp. Vanuza Neres Pacheco Carluccio ● Especialista em Nutrição Clínica Funcional pela UNIPAR, turma de 2008; ● Especialista em Nutrição e Saúde Pública pela PUC, turma de 2010; ● Bacharel em Nutrição pela UNIPAR – turma de 2006; ● Especialista em Nutrição e Esporte pela UNINGÁ, turma de 2012; ● Técnica em Administração Estratégica e Logística em unidades de Alimentação. UEM-EAD; ● Funcionária Pública na Prefeitura Municipal de Paraíso do Norte – serviços prestados – 1995 até data atual; ● Nutricionista responsável pela implantação do Programa de Merenda escolar e sistema de segurança alimentar e nutricional no Munícipio de Paraíso do Norte de 2007 a 2014; ● Palestrante no SESCOOP – Treinamento Saúde e Qualidade de Vida 2016 a 2020; ● Nutricionista Clínica na Saúde pública de 2014 até a data atual; ● Nutricionista Clinica no Centro Result. de 2008 até a data de hoje. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Olá Alunos (as) Sejam Bem-Vindos (as) !!!! É com imensa satisfação que juntos estaremos aqui nestas unidades apresentadas nessa apostila, trilhando o caminho da aprendizagem na dinâmica da Nutrição, como ferra- menta adequada na produção de alimentos. O alimento faz parte da nossa vida e saber aproveitá-lo em sua totalidade é o que fara o diferencial na longevidade das pessoas, o que dá a certeza que a nutrição dietética é primordial. O mundo passou por diversas mudanças que acarretou em uma transição nutricional no padrão de saúde e consumo alimentar. As principais doenças deixaram de ser agudas e passaram a ser crônicas e as carências nutricionais estão cada vez mais acentuadas. Reflexo esse do acesso a alimentos inadequados em sua composição ou transformados no processo de preparação. Nossa disciplina abordará ao longo das unidades aqui apresentadas um pouco dos conhecimentos teóricos a serem aplicados, desde a seleção ao preparo e consumo final dos alimentos. Na primeira e segunda unidade entenderemos e abordaremos os princípios da téc- nica dietética e planejamento de ações que favorecem a qualidade nutricional juntamente com as técnicas de preparo Na unidade três e quatro conhecer a composição de cada alimento e aprender a planejar seu preparo sem desperdícios, conservando seus valores nutricionais nos diversos tipos de cardápios e dietas que podemos apresentar tanto a população saudável, quanto a população enferma. Ao final, vocês estarão aptos a administrar uma unidade de alimentação e nutrição garantindo ao cliente a nutrição em seus três pilares principais quantidade, variedade e qualidade. Muito obrigada e bom estudo! UNIDADE I Técnica Dietética SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 4 Técnica Dietética UNIDADE II ................................................................................................... 20 Técnica de Preparo dos Alimentos UNIDADE III .................................................................................................. 37 Grupos Alimentares UNIDADE IV .................................................................................................. 63 Cardápios de Unidades de Alimentação e Nutrição 4 Plano de Estudo: ● Conceito básico em técnica dietética; ● Abordagem sobre os objetivos da técnica dietética; ● Classificação dos Alimentos; ● Laboratório de técnica Dietética. Objetivos da Aprendizagem: ● Compreender a sistematização dos procedimentos e das técnicas adequadas para aquisição, seleção, pré-preparo, preparo, conservação e armazenamento de alimentos visando à preservação dos nutrientes; ● Conhecer e identificar cada grupo alimentar e suas funções; ● Identificar a importância dos nutrientes e seu impacto na saúde do organismo. UNIDADE I Técnica Dietética Professora Esp. Vanuza Neres Pacheco Carluccio 5UNIDADE I Técnica Dietética INTRODUÇÃO Olá tudo bem com vocês? Sejam todos bem-vindos (as) a nossa primeira unidade da disciplina de Técnica Dietética. A nutrição é fundamental em todos os momentos da vida humana e segundo This (1994) na cozinha o nosso pensamento deveria ser sempre como um cientista transformando o ato de cozinhar em um ato cientifico, e assim conservar os nutrientes na forma correta que um organismo precisa. Portanto a partir de agora vamos embarcar juntos nessa missão. Conhecer e aprender a técnica dietética para elaborar refeições, tanto para atuação clinica quanto em unidades de alimentação e nutrição, o profissional nutricionista precisa dominar todas as transformações que ocorre com a manipulação de alimentos por isso o nosso primeiro tópico trará estes conceitos. Entender e viajar neste mundo dos nutrientes é primordial, pois nutrir o corpo é o funda- mento principal na ingestão do alimento, e este deveproporcionar os nutrientes para promover, conservar ou modificar o bom funcionamento do organismo através na nutrição celular. E aí preparados para embarcar comigo nessa viajem de aprendizado? Se ainda não está corre, se organiza para aproveitar cada página desta unidade. Excelente Estudo para vocês! 6UNIDADE I Técnica Dietética 1. CONCEITO BÁSICO DA TÉCNICA DIETÉTICA Iniciamos nossa unidade entendendo que: O estudo da técnica dietética e importan- te não apenas para que possamos conhecer ou identificar os alimentos, mas também, para que possamos adquiri-los, armazená-los, prepará-los e conservá-los de modo adequado que garanta a segurança alimentar em sua integralidade ao indivíduo que receberá este alimento. Saliento que a finalidade de extrema RELEVÂNCIA será sempre o APROVEITA- MENTO INTEGRAL de todos os NUTRIENTES garantido a segurança do consumo. Como o alimento é a ferramenta principal de TRABALHO de todo NUTRICIONISTA dentro da técnica dietética, entender e conhecer cada conceito é FUNDAMENTAL. 1.1 Vamos ao conceito de Técnica Dietética De acordo com Ornellas (2007, p. 03) “A técnica dietética é a sistematização e o estudo dos procedimentos para tornar possível a utilização total dos alimentos, tendo como principal meta a preservação total do valor nutritivo e manutenção/ obtenção de todos características sensoriais desejadas ao alimento. Faz parte da técnica dietética as opera- ções tecnológicas nos quais podemos submeter os alimentos, a todas as modificações que ocorrem durante seu processamento até o consumo final deste alimento.” A partir desta definição, afirmo que a TÉCNICA DIÉTETICA nos permite conhecer os diferentes tipos de alimentos e muito mais do que isso, nos auxilia a aproveitá-los de forma eficiente conservando os nutrientes necessários para a boa SAÚDE DO CORPO HUMANO. 7UNIDADE I Técnica Dietética 2. ABORDAGEM SOBRE OS OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Ornelas (2011) basicamente nos direciona que são 06 os objetivos da técnica dieté- tica, podendo ser diferenciados e definidos de acordo com suas principais características, a seguir um breve resumo de cada um deles, fiquem atentos ao impacto que cada um pode promover no aproveitamento de nutrientes. 1. DIETÉTICO: tem como principal fundamento a adequação da quantidade, quali- dade e a forma de preparo que será utilizada para o alimento de acordo com a necessidade fisiopatológicas do indivíduo ou população que receberá este alimento. 2. DIGESTIVO: não é possível comer todos os alimentos CRUS, partindo desta primícia os objetivos digestivos se resumem ao processo de cocção de alimen- tos que facilitam o processo de digestão dos mesmos. Deixando um exemplo prático a vocês, arroz com feijão prato típico do brasileiro se não forem subme- tidos a cocção, não há digestão. 3. NUTRITIVOS: consiste em escolher a melhor metodologia de pré-preparo do alimento que conserve o seu VALOR NUTRITIVO. Gravem bem esta afirmação, pois aqui todas as etapas são fundamentais: seleção, compra, armazenamento e consumo. Para melhor fixação de aprendizado: a salada de frutas e um suco de laranja por exemplo devem ser preparados e consumidos imediatamente, para melhor conservar o aproveitamento da vitamina c, visto esta ser uma vita- mina antioxidante. 8UNIDADE I Técnica Dietética 4. HIGIÊNICO: Higienizar consiste em prevenir a ação de fatores externos que vão prejudicar a qualidade do alimento e é claro também contribui para aumentar a vida útil do alimento. Frutas, verduras e legumes são exemplos que merecem muito este cuidado e atenção. Tendo como base Ornelas (2011) e Philippi (2006) uma breve afirmação para não es- quecerem: “Além de nutritivos, higienicamente seguros e com boa digestibilidade, os alimentos precisam estar sensorialmente atrativos, para assim ser bem aceitos ao consumo diário”. FIGURA 1 – SENSORIAL / ACEITAÇÃO 5. OPERACIONAL: consiste em entender que para preparar e organizar materiais, espaço físicos, materiais e utensílios, planejar cardápios e capacitar o pessoal selecionado para o trabalho, é a base para que para os objetivos operacionais sejam alcançados. 6. ECONÔMICO: escolher a técnicas a serem empregadas no preparo dos alimen- tos, considerando custos, recurso humanos, materiais e financeiros disponíveis. Para executar de forma eficaz este aspecto econômico, o planejamento de car- dápios, compras racionais, levando em conta sazonalidade, per capita correto, armazenamento correto e pré-preparo sem desperdícios é fundamental. EM SÍNTESE PARA VOCÊS OS OBJETIVOS DA TD SÃO: Dietético, Digestivo, Nutritivo, Higiênico Sensorial, Operacional, Econômico. 9UNIDADE I Técnica Dietética 2.1 Características e fatores que modificam os Alimentos Ainda dentro do contexto da técnica dietética, vale destacar, observar e saber quais a características e fatores que podem mudar o aspecto dos alimentos o que afeta toda a sua preparação e aproveitamento é fundamental. Abaixo vamos entender cada um deles. 2.2 Fatores que modificam os Alimentos 1. Físicos: subdivisão dos alimentos, dissolução dos alimentos, temperatura e união dos alimentos. 2. Químicos: Cocção dos alimentos, ação das enzimas e ácidos e suas reações e combinações químicas. 3. Biológicos: fermentos, bactérias e fungos. 2.3 Características que modificam os alimentos 1. Características Físicas: aspecto, textura, consistência, aroma, sabor e cor 2. Estado físico: estado liquido, estado sólido, estado viscoso, solução, suspen- são e emulsão. 3. Características físico químicas: hidratação, hidrólise por ação da cocção, ba- terias ou ácidos, solubilidade, gelatinização, coagulação, termolabilidade, termo estabilidade e ação enzimática 4. Composição química: modificações na composição nutricional dos alimentos que podem ocorrer durante a manipulação e preparo do alimento. 5. Características biológicas: a modificação que ocorre nos alimentos por ação de fermentos, enzimas ou bactérias, que modificam o sabor, o aroma, a digesti- bilidade e o valor nutritivo do alimento. 10UNIDADE I Técnica Dietética 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Baseado em Gonçalves (2012) é possível identificar vários tipos de alimentos e é fundamental saber classifica-los e identifica-los nos planejamentos de aquisição dos alimentos que serão utilizados nas preparações da técnica dietética. Didaticamente segue a classificação de cada um deles: 1. Alimento Convencional: e aquele que é produzido com uso do solo, adubos químicos solúveis e agrotóxicos. 2. Alimento orgânico: e aquele produzido com o uso do solo equilibrado (química, física e biologicamente), com boas condições para que a planta se desenvolva e produza o alimento sadio e sem a utilização de resíduos tóxicos, não se utiliza nenhum aditivo químicos. Nas embalagens destes alimentos vem a identificação de “selo verde.” 3. Alimento funcional: segundo definição da ANVISA (Agência Nacional de Vigi- lância Sanitária): Todo alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e /ou fisiológicos e /ou efeitos benéficos a saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica (BVSMS, 2009, online). 11UNIDADE I Técnica Dietética Os alimentos funcionais são divididos e três grupos: ● Aqueles que reduzem o risco de doenças; ● Aqueles que modulam as funções do sistema imunológico; ● Aqueles que melhoram ou modulam a disposição e o desempenho físico. E para melhor entendimento vou exemplificar de forma resumida na tabela abaixo quais são eles e suas propriedades funcionais: QUADRO 1 – PROPRIEDADES FUNCIONAIS NOS ALIMENTOS E SEUS BENEFÍCIOS Fontes presente nos Alimentos Compostos presentes com atividade fisiológica Benefícios para a saúde humana Carotenoides presente na cenoura Alfa caroteno Ação antioxidante Carotenoides presente nos vegetais verdes Luteína Manutenção da visão Carotenoide presente no tomateLicopeno Redução do risco de câncer de próstata Carotenoide presente nos ovos, frutas cítricas e no milho. Zeaxantina Manutenção da visão Fibras dietéticas do farelo de trigo, aveia e psilio. Fibra solúvel Redução risco de câncer de mama/colón e doenças cardiovasculares Flavonoides presente nas frutas Antocianidinas Antioxidante e reduz risco de câncer Flavonoides presente nos chás Catequinas Antioxidante e reduz risco de câncer Flavonoides presentes frutas cítricas Flavonas Antioxidante e reduz risco de câncer Glicosinolatos presentes nos vegetais crucíferos (repolho acelga e etc.) Sulforafano Antioxidante e reduz risco de câncer Pré-bióticos presentes na cebolinha, alcachofra e cebola Ácido fenólico e caféico Antioxidantes que ajudam a diminuir os riscos de doenças cardíacas, degenerativas e oculares 12UNIDADE I Técnica Dietética Fitoestrogênio dos grãos de soja e seus derivados Isoflavonas Genisteína Daizseína Protege contra doenças cardíacas e alguns tipos de câncer. Promove a redução de LDL, colesterol total e triglicerídeos. Taninos derivados do cacau e do chocolate Protoantocianidinas Redução de risco de doença cardiovascular e saúde do trato urinário. Probióticos presentes em bebidas lácteas fermentadas Lactobacillus e bifidobactéras Aumento da imunidade a infecções e redução do colesterol. Cebola, alho, azeitona, alho porró e cebolinha verde Dialisulfeto e ditioltionas Redução de LDL e melhora do sistema imunológico. Fonte: Adaptado de: Philippi (2006). 4. Alimentos Transgênicos: entre os genes próprios dos alimentos, são introdu- zidos um novo gene ou fragmento de DNA. Através do decreto 3871/2001, os alimentos transgênicos embalados devem trazer essa informação nutricional no rotulo do mesmo. 5. Alimento Enriquecido: consiste em um alimento que foi adicionado um ou mais ingredientes com o objetivo de reforçar seu valor nutritivo para prevenir/ corrigir deficiências em um ou mais nutrientes na alimentação de pessoas com deficiências especificas. 6. Alimento Hidropônico: aquele que é produzido em estufas; tubos plásticos, sem uso do solo e com uso de adubos químicos de boa solubilidade em água. Livre de contaminantes como bactérias, fungos, lesmas, insetos. 7. Alimento Diet: elaborados e padronizados para que sua composição atenda às necessidades dietoterápicas especificas frente a alterações metabólicas. fisiológicas ou patológicas em pessoas de todas as idades. Normalmente são utilizados em dietas com restrição de açúcar, proteína, gordura ou sódio) 8. Alimento Light: aqueles em que são reduzidos 25% de dos componentes como calorias, açúcar, sal, gorduras, carboidratos e colesterol. 13UNIDADE I Técnica Dietética 4. LABORATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA O principal objetivo das aulas práticas em laboratório é o conhecimento das técni- cas dietéticas utilizadas no preparo dos alimentos garantido toda segurança que o alimento bem como suas preparações deve conter. E estas são regras que devem ser seguidas na cozinha de qualquer unidade de alimentação e nutrição. Como todo laboratório, para seu perfeito funcionamento, se faz necessário alguns cuidados com organização, limpeza, higiene pessoal, higiene de equipamentos e utensílios. 4.1 Conduta e asseio pessoal e regras gerais ● Sempre de uniforme composto por jaleco branco fechado, cabelos sempre presos usando toucas, sapatos fechados; ● Lavar mãos antes de entrar e iniciar qualquer atividade no laboratório; ● Não usar nenhum adorno (relógio, pulseiras, brincos pequenos ou grandes, aliança, anel etc; ● Organizar materiais na bancada no início e no final da aula; ● Unhas sempre curtas e sem esmaltes; ● Não se deve levar a boca talheres, espátulas ou as mãos utilizadas para ma- nipular os alimentos, portanto os talheres utilizados para provar os alimentos, devem ser imediatamente higienizados; ● Celulares são proibidos durante o preparo dos alimentos; ● É expressamente proibido fumar no local e entrada de pessoas não autorizadas. 14UNIDADE I Técnica Dietética 4.2 Elaboração de Relatórios das Aulas Práticas Após o termino de cada aula prática deverão ser elaborados relatórios sobre todos os procedimentos executados e estes deverão seguir os seguintes passos: ● Introdução do assunto apresentado; ● Objetivo da aula; ● Metodologia utilizada; ● Resultado e discussões; ● Conclusão destacando a importância do tema para a nutrição humana; ● Ficha técnica de preparação; ● Referência bibliográficas. 4.3 Normas para limpeza do Laboratório/Cozinha Para melhor organização de uma rotina de limpeza, sugiro a seguinte escala abaixo apresentada: QUADRO 2 – ESCALA DE PERIODICIDADE DE ROTINA DE LIMPEZA PROCEDIMENTO PERIODICIDADE Higienizar peias, bancadas e o piso Imediatamente após o uso Higienizar geladeira e micro-ondas 1x no mês Retirada de lixo Ao término de produção de cada refeição Higienizar janelas e vidros 1x no mês Higienizar fogões Quinzenalmente Paredes 1x no mês Higienizar armários (estoque, utensílios e equipamentos) 1x no mês Utensílios utilizados no preparo Imediatamente após uso. Fonte: A autora (2022). 4.4 Normas para controle de Pragas e Vetores Recomenda-se seguir as orientações da CVS5/2013 (Regulamento Técnico, sobre boas práticas para serviços de alimentação). Adequar janelas com telas de proteção, para prevenir ou minimizar a presença de vetores e pragas urbanas. A empresa prestadora de Serviço no Controle de vetores e pragas urbanas a mesma deve ser licenciada no órgão de vigilância sanitária competente e os produtos utilizados devem ser regularizados na Anvisa. 15UNIDADE I Técnica Dietética MODELO DE FICHA TÉCNICA PARA LABORATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA NOME DA RECEITA INGREDIENTES UTILIZADOS NUMEROS DE PORÇÕES REFEIÇÃO INDICADA PESO TOTAL DA PREPARAÇÃO PESO DA PORÇÃO VALOR CALÓRICO DA PREPARAÇÃO VALOR CALÓRICO DA PORÇÃO CUSTO TOTAL DA PREPARAÇÃO TEMPO DE PREPARO UTENSILIOS UTILIZADOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS OBSERVAÇÕES Fonte: A autora (2022). 16UNIDADE I Técnica Dietética SAIBA MAIS Estudo dos procedimentos que tornam possível a utilização dos alimentos, visando à preservação de suas qualidades sensoriais desejadas e seu valor nutricional. Fonte: (PHILLIPPI, 2006; ORNELAS, 2007). SAIBA MAIS “Técnica e dietética é a disciplina que, baseada em ciências exatas, estuda as opera- ções as quais são submetidos os alimentos depois de cuidadosa seleção e modificação que estes sofrem durante os processos culinários e de preparação para o consumo”. Fonte: Ornelas (2007). REFLITA Os argumentos favoráveis às recomendações dietéticas baseadas em alimentos estão muito bem documentados na literatura científica. O aumento no leque de evidências científicas sobre a relação de dietas com as doenças é expresso em termos de alimen- tos, mais do que em componentes dietéticos específicos. Fonte: (WORLD CANCER RESEARCH FUND, 1997; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). 17UNIDADE I Técnica Dietética CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa primeira unidade, até aqui aprendemos alguns concei- tos que serão fundamentais para um bom profissional de nutrição. O conhecimento da área dietética que acompanha e orienta as atividades de controle de qualidade, higiênico-sanitá- rias e de segurança no trabalho, em todo o processo de produção de refeições e alimentos. Sugiro fortemente que baseado neste material a mente de vocês se abram para novas leituras e pesquisas nesta área a fim de aprimorar ainda mais este conhecimento. Ter uma vida saudável depende muito do que o indivíduo consome durante sua vida e consequentemente a forma de apresentação e preparo dos alimentos tem um papel fundamental para esta conquista. Conhecimentos enquanto profissional da área é essencial para manter a saúde e o bem-estar das pessoas e já fiquem ligados porque na próxima unidade entenderemos especificadamente todas as técnicas bem como transformações que o preparo todosali- mentos podem causar frente a conservação e aproveitamento de seus NUTRIENTES. Espero que já estejam curiosos e na expectativa para nossa próxima unidade. Um forte abraço!!!!!! 18UNIDADE I Técnica Dietética LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: A ciência da nutrição em trânsito: da nutrição e dietética à nutrigenômica Autor: Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos Link de acesso: https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000600001 https://www.scielo.br/j/rn/a/w8gHGQgH7VscVBdcB8XxrPJ/?format=pdf&lang=pt Resenha: Este artigo vai aprimorar um pouquinho mais a curiosidade e o conheci- mento de vocês frente a influência dos nutrientes que pode modificar a expressão genica e assim contribuir positiva ou negativamente ao metabolismo. Fonte: VASCONCELOS, F, A. A ciência da nutrição em trânsito: da nutrição e dietética à nutrigenômica. Especial Rev. Nutr. 23 (6), Dez 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000600001. Acesso em: 30 jun. 2022. https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000600001 https://www.scielo.br/j/rn/a/w8gHGQgH7VscVBdcB8XxrPJ/?format=pdf&lang=pt https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000600001 19UNIDADE I Técnica Dietética MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Nutrição e técnica Dietética Autora: Sonia Tucunduva Philippi. Editora: Manole. Sinopse: Sonia Tucunduva Philippi aborda todos os princípios da técnica dietética de forma simples a autora viaja pelo universo da composição dos alimentos e suas respectivas funcionalidades. FILME / DOCUMENTÁRIO Título: Um Delicado Equilíbrio: A Verdade (A Delicate Balance: The Truth) Ano: 2008. Sinopse: Este documentário, lançado em 2008, também aborda a relação direta entre uma alimentação correta e a nossa saúde, principalmente na disseminação de doenças como câncer, diabetes e outras tantas. Além de trazer entrevistas com médicos e especia- listas de diferentes universidades do mundo, o filme também faz um alerta muito importante em relação ao impacto ambiental que a pecuária e a pesca, dentre outras atividades, causam no planeta. https://www.ipgs.com.br/educacao-continuada/curso/sistematizacao-do-cuidado-nutricional-no-diabetes-mellitus-tipo-1 20 UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos Professora Esp. Vanuza Neres Pacheco Carluccio Plano de Estudo: ● Técnica de Preparo e operações de alimentos; ● Métodos de cocção; ● Indicadores no Preparo de Alimentos; ● Índice de reidratação, densidade, pesos e medidas para UAN. Objetivos da Aprendizagem: ● Identificar o porquê preparar os alimentos e suas técnicas de preparo; ● Conhecer os fatores que influenciam na preservação dos nutrientes e custos; ● Saber quais técnicas utilizar para manter as características organolépticas dos alimentos. 21UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos INTRODUÇÃO Sejam todos bem-vindos a nossa segunda unidade da disciplina de Técnica Dieté- tica. Nessa unidade iremos conhecer passo a passo as técnicas e fatores que influenciam no valor nutricional, bem como nos custos para produção de alimentos em unidades de alimentação e nutrição. O Conhecimento da Técnica Dietética é de extrema importância tanto na definição de uma conduta alimentar quanto na criação de cardápios. Seja atuando na área clínica ou em produção de alimentos, o Nutricionista precisa dominar os indicadores da cocção, das perdas não comestíveis e da reidratação dos alimentos Entender e viajar neste mundo dos nutrientes e ver como eles se modificam, se suas características organolépticas serão mantidas, se os pilares da nutrição: quantidade, variedade e qualidade serão mantidas frente aos custos que uma preparação pode ter. Muitas vezes sensação que temos é que uma mágica acontece e transforma e dá condições do alimento ser o nosso principal remédio capaz de nutrir, o corpo utilizando os nutrientes como fonte de energia, para que seja possível realizarmos as nossas funções vitais. E aí preparados para embarcar comigo nessa viagem de aprendizado? Se ainda não está corre, se organiza para aproveitar cada página desta unidade. Excelente Estudo para vocês! 22UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 1. TÉCNICA DE PREPARO E OPERAÇÕES DE ALIMENTOS Preparar Alimentos é saber processar o mesmo nas cozinhas domésticas, industriais e hospitalares em unidades de alimentação e nutrição. Pode até ser definida popularmente como “Preparar a comida para comer”. Sim, de fato é isso, porém, não só isso e, esta técnica tem como principais objetivos: ● Preservar o valor nutritivo dos Alimentos; ● Favorecer a digestibilidade; ● Promover a apresentação atraente, favorecendo não só os aspectos visuais da preparação como também a aceitação do mesmo; ● Promover agradável palatabilidade e, assim garantir aceitação da preparação. 1.1 Operações no pré-preparo dos Alimentos Segundo Ornelas (2007), os Alimentos devem ser submetidos a procedimentos iniciais antes de serem levados a cocção final, o prefixo pré nos dá a ideia de “primeiro” “antes” e é exatamente isso antes de preparar os alimentos o pré-preparo é fundamental. Operações de limpeza, divisão ou mistura, para serem consumidos crus ou sub- metidos a cocção. Utiliza se métodos secos como por exemplo escolher arroz ou feijão ou métodos úmidos como por exemplo lavar frutas, verduras e legumes.Vamos exemplificar um resumo das operações de pré-preparo que devem ser utilizadas em UANS. 23UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos QUADRO 1 - PRÉ PREPARO DOS ALIMENTOS Pré preparo Tipos de alimentos Operação a realizar Limpeza Carnes Retirada de pele e tecido conjuntivo Limpeza Vegetais Lavagem Subdivisão simples Alimentos sólidos Cortar ou picar Moer Triturar Subdivisão com separação de partes Alimentos líquidos Decantar Centrifugar Subdivisão com separação de partes Alimentos sólidos Pelar ou descascar Peneirar Subdivisão com separação de partes Alimentos sólidos e líquidos Moer Espremer Filtrar ou coar Sedimentar Centrifugar União de alimentos Alimentos sólidos e líquidos Misturar Bater Amassar ou sovar Fonte: Adaptado de: Ornelas (2007). Finalizada a etapa de pré-preparo, os alimentos estão prontos para serem subme- tidos a diferentes processos no qual resumidamente chamamos de “preparo definitivo dos alimentos ou operações definitivas.” Estes processos conferem novas características de sabor, odor, cor e composição química dos alimentos, e ocorrem por meio de energia mecânica (divisão ou união), energia térmica (calor ou frio) ou pela associação de ambas. Abaixo vamos entender cada um deles com exemplos práticos e exemplificando suas aplicações. 24UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 2. MÉTODOS DE COCÇÃO Baseado nos estudos de Philippi (2006) exemplifico os métodos que se referem a aplicação de calor no alimento dando ao mesmo a textura favorável para o consumo sendo eles: 2.1 Calor seco Ocorre na ausência da água. A desidratação que promove pelo calor, as substân- cias presentes nos alimentos ficam concentradas em seu interior 2.2 Calor úmido Ocorre sempre com o uso de água. A hidratação do alimento e responsável por dissolver as substâncias químicas responsáveis pelas características sensoriais e concen- tração dos nutrientes, pode se dar por condução ou conservação Dica: a fervura em fogo lento e uma cocção de longa duração em calor úmido, com liqui- do suficiente para cobrir o alimento, mantendo temperatura até 95 graus. Podendo ser usada em carnes ou outros alimentos que necessitem de cocção prolongada. Como por exemplo os doces e molhos. Quanto mais prolonga o cozimento mais saboroso ele fica. Agora a fervura em ebulição também é uma cocção em calor úmido que consiste em cozinhar os alimentos em bastante água e em temperaturas maiores de 100 graus e assim conferir a textura desejável ao paladar destes alimentos. Ex: caldos, grãos se- cos, massas e legumes. 25UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 2.3 Calor misto É quando usamos os dois tipos de cocção, tanto calor úmido quanto calor secono preparo dos alimentos. 2.4 Aplicação dos métodos de cocção na prática QUADRO 2 - APLICAÇÃO DOS TIPOS DE CALOR CALOR ÚMIDO Cocção em liquido (água) Ebulição Fogo lento Banho maria CALOR ÚMIDO Cocção vapor Sem pressão Com pressão CALOR SECO Com ar Assar no forno Assar no espeto Grelhados CALOR SECO Com gordura Saltear Fritar CALOR MISTO Água Vapor Ar Gordura Ensopar Refogar Brasear Fonte: Adaptado de: Philippi (2006). BRASEAR: é dourar o alimento em pequenas quantidades de gordura acrescen- tando pequenas quantidades de líquido e mantendo o ponto de fervura até que o alimento fique macio. 26UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 2.5 Cocção a vapor O cozimento do alimento é por vapor, tendo como grande vantagem o realce a aparência do alimento que acaba minimizado as perdas por dissolução preservando o valor nutritivo. E realizada por pressão (panela de pressão) ou panela elétrica). 2.6 Cocção no micro-ondas Já vamos deixar claro que a finalidade básica do micro-ondas é aquecer ou des- congelar alimentos prontos, podendo ser usado para o preparo de alimentos. Porem as receitas precisam ser adaptadas e não pode usar recipientes metalizados em seu interior. A cocção no micro-ondas não é nem por calor úmido e nem por calor seco, e sim por ondas eletromagnéticas que penetram no alimento, causando fricção entre as moléculas de água produzindo calor. 27UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 3. INDICADORES NO PREPARO DE ALIMENTOS Segundo Mezomo (2015) entender e aplicar estes indicadores e de extrema impor- tância para o planejamento que envolve o processo de compra do alimento e o seu preparo. Entenda cada um deles e como aplicar na prática. 3.1 Indicador da parte Comestível (IPC) IPC antes conhecido como FATOR DE CORREÇÃO, trata se de uma constante obtida para que possamos fazer a relação entre o Peso Bruto (PB) (gramas) e do Peso Líquido (PL) (gramas) do alimento. IPC= PB dividido por PL PB: alimento conforme foi adquirido PL: alimento limpo e preparado para utilizar 3.1.1 Exemplo Prático Comprei 1000g de abobrinha verde. Após limpeza sobrou 500 gramas de abobrinha para utilizar. Cálculo do IPC: PB=1000g IPC:1000/500=2 IPC=2 PL=500g 28UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos Super tranquilo realizar este cálculo, porém, é importante saber que este indicador encontrado é fundamental para sabermos que analisado o exemplo acima se quero preparar 1000g de abobrinha terei que comprar 2000g, ou seja o dobro do valor que havia comprado. 3.1.2 Importante: O IPC pode variar de acordo com cada local Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) pois alguns fatores influenciam: tipo (qualidade do alimento comprado), mão de obra do serviço (se a equipe de manipuladores de alimentos é treinada para evitar desperdícios), utensílios (faca afiada minimiza perda) e equipamentos utilizados (descascador sempre tem que estar bem regulado). 3.1.3 Consequências se o IPC não for adequado De maneira bem objetiva são basicamente 04 as consequências: ● Aquisição superfaturada; ● Falta de alimentos; ● Aumento dos custos; ● Desperdícios com sobras de alimentos já preparados. Prejuízo para Unidade de Alimentação e Nutrição por erro no planejamento. 3.2 Fator térmico Quando o alimento é submetido ao aquecimento a temperatura provoca alterações em sua massa o que resulta em diminuição ou aumento do alimento, dependendo da sua composição química e também do tipo de calor utilizado para o preparo do alimento. De forma simples é a relação entre o Peso do alimento cozido e o peso do alimento limpo/ cru. O fator térmico determina a porção preparada (quantidade que será servida) a partir da determinação do per capita que é a base de cálculo para dietas) Importante: Fatores térmicos maior que 1,0 o alimento ganhou peso durante a cocção, por conta do processo de hidratação. Caso o resultado seja menor que 1,0 o alimento perdeu peso durante a cocção, devido à perda de água e à retração das fibras. FT= rendimento (R) ou porção (P) (alimento pronto); PL= per capta (PC) (alimento cru). 29UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 3.3 Índice de Conversão (IC) O Índice de conversão considera as modificações físicas (temperatura), as quími- cas (ação de ácidos) e as biológicas (ação de fermentos). É usado a seguinte equação para cálculo desta relação. 3.3.1 Cálculo de IC: IC= peso do alimento processado(g) / peso do alimento inicial(g) Importante: considera –se alimento processado: ● Alimentos cozidos: peso do alimento cozido/peso alimento cru; ● Alimentos naturais sem cozimento não se calcula IC, apenas IPC; ● Alimentos após descongelamento considera-se peso do alimento descongelado/ peso do alimento congelado; ● Para preparações como feijoada e polenta com molho, utiliza-se peso final sobre o somatório de todos os pesos líquidos dos ingredientes utilizados, obtendo-se o IC da preparação. 30UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 4. ÍNDICE DE REIDRATAÇÃO, DENSIDADE, PESOS E MEDIDAS PARA UAN 4.1 Indicador de Reidratação (IR) Este indicador é utilizado para os grãos, arroz, feijão etc. Quanto maior o tempo de reidratação, menor o tempo de cocção. Assim como os outros indicadores usaremos uma formula para cálculo. Como calcular: IR= peso do alimento reidratado (g) / peso do alimento seco (g) 4.2 Densidade Os tamanho e quantidade de equipamentos utilizados em uma cozinha industrial sempre vão depender de algumas variáveis: tempos de cocção, fator de cocção, per capita, número refeições e densidade. Para entendimento desta afirmação entenda o significado da expressão abaixo. Formula aplicada: V ( volume ) = M ( massa ) / D ( densidade ) • A densidade sempre será a relação entre massa e volume e assim conseguiremos mensurar o volume que cada preparação ocupará. • Conhecendo estes volumes conseguimos escolher a capacidade ideal das vasilhas utilizadas na distribuição dos alimentos. 31UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos 4.3 Pesos e medidas Dominar a técnica de pesos e medidas dentro de cozinha/ unidade de ALIMENTA- ÇÃO E NUTRIÇÃO segundo Barbosa (2021) é fundamental para o resultado do preparo final de qualquer receita, e aqui os detalhes influenciam na totalidade o resultado. Então vamos aos métodos/ conversões padrões mais utilizados. Para medir os ingredientes de uma receita/ preparação deve ser utilizados dois métodos quantitativos: 1. Capacidade: medida em litros ou mililitros (ml). 2. Massa: medida em gramas ou miligramas (mg). Geralmente a mais utilizada é em gramas, por isso se faz essencial utilizar o equi- pamento BALANÇA DE ALIMENTOS. Na ausência da mesma faz se a conversão através de medidas em colheres, xicaras ou copos. 4.3.1 Principais utensílios de medidas ● Xícaras medidoras: ideais para medir alimentos secos e podem ser utilizadas tanto de material inox, plástico ou vidro. ● Colheres medidoras: dividas em colher de sopa, colher de chá, colher de café. ● Copo medida: serve para medições tanto em ml quanto em gramas, geralmente o mais utilizado pelo valor que custa e facilidade de uso. ● Balança digital: recomenda pela sua precisão e facilidade com o preparo de grandes volumes. Segue abaixo um breve exemplo com a utilização de colheres medidas e peso: Alimentos secos apresentação em pó ● Farinhas e fermento: 01 colher de sopa = 25 gramas aproximadamente. ● Farinhas e fermento: 01xícara de chá = 120 gramas aproximadamente. ● Farinhas e fermentos: 01 colher de chá = 7,5 gramas aproximadamente. ● Açúcar: 01 colher de sopa = 12 gramas aproximadamente. ● Açúcar 01 xícara de chá = 180gramas aproximadamente. ● Sal 01 colher de sopa = 20 gramas aproximadamente. ● Sal 01 colher de café = 05 gramas aproximadamente. ● Achocolatados/chocolate em pó 01 colher de sopa = 20gramas aproximadamente. ● Achocolatados/ chocolate em pó 01 xícara de chá = 100 gramas aproximadamente. . 32UNIDADE II Técnicade Preparo dos Alimentos De acordo com a literatura de Abreu (2016) quantificar de forma correta os ingredien- tes é garantia de sucesso e qualidade na sua refeição, bem como economia dos alimentos, pois, sabendo a proporção exata a ser utilizada, não há desperdícios dos alimentos e a preparação terá o resultado adequado a finalidade na qual foi produzido. SAIBA MAIS Ao final desta unidade deixo um ponto importante a ser questionado, estudado e aprimo- rado com vocês. Dentro de uma unidade de alimentação e nutrição, os manipuladores de alimentos são peças fundamentais. O trabalho por eles desenvolvidos é fundamental para garantir a segurança alimentar protegendo a saúde dos consumidores deste ali- mento. Então faz se necessário entender todos os cuidados higiênicos preconizados na RDC 216/04, sobre serviços de alimentação e nutrição. Deixo como material de apoio a vocês um resumo feito pela ANVISA-Agencia nacional de Vigilância Sanitária. Trata-se de um resumo dos cuidados durante a manipulação de alimentos nas unidades de alimentação e Nutrição. Endereço eletrônico para pesquisa e impressão: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/manuais- -guias-e-orientacoes/cartilha-boas-praticas-para-servicos-de-alimentacao.pdf/view https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/manuais-guias-e-orientacoes/cartilha-boas-praticas-para-servicos-de-alimentacao.pdf/view https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/manuais-guias-e-orientacoes/cartilha-boas-praticas-para-servicos-de-alimentacao.pdf/view 33UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos REFLITA O Guia Alimentar para a População Brasileira destaca que brasileiros de todas as idades são diariamente expostas a diversas estratégias utilizadas pelas indús- trias de alimentos na divulgação dos seus produtos. Mais de dois terços dos comerciais sobre alimentos veiculados na televisão se referem a produtos comercializados nas redes de fast food, salgadinhos, biscoitos, bolos, cereais matinais, balas e outras guloseimas, refrigerantes, sucos adoçados e refrescos em pó, todos classificados como produtos ultra processados. Endereço eletrônico para pesquisa e estudo: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a- -saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view 34UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final de mais uma unidade, em que aprendemos o passo a passo das técnicas e fatores que influenciam no valor nutricional, bem como nos custos para produção de alimentos em unidades de alimentação e nutrição, afirmo que a necessidade em saber adequar os espaços destinados a área de alimentação (cozinhas, depósitos e refeitórios) de acordo com os padrões de segurança sanitária são fundamentais para diminuir riscos microbiológicos envolvidos na manipulação. Vale destacar também a importância frente a implantação de um sistema de lo- gística eficaz com a equipe de manipuladores para atender ao objetivo primordial de toda unidade de alimentação e nutrição que é “As necessidades alimentares em todas as suas condições, seja num estado de saúde ou doença”. Conhecer as modificações bem como o resultado que o alimento seguro traz tan- to para consumidor, quanto para empresa que o fornece, fator este primordial dentro da técnica dietética, que só através deste, o profissional desta área estará seguro e apto a administrar uma unidade de alimentação e nutrição. Espero que tenham aproveitado ao máximo os conhecimentos aqui apresentados e que usem este material com revisão em todas as dúvidas na pratica desta função. Na nossa próxima unidade conheceremos passo a passo cada grupo alimentar, cada alimento, onde combinado as técnicas adequadas de seleção e preparo, vocês irão ver a dinâmica transformadora que temos em nossas mãos com a produção correta dos alimentos. Aguardo vocês na próxima unidade!!!!! Um Forte Abraço 35UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: Desperdício de Alimentos em Unidades de Alimentação e Nutrição Autora: Millena Dutra da Silva Barbosa Link de acesso: http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2439 Resenha: O presente estudo é uma análise de vários artigos brasileiros que avaliam um dos principais desafios da técnica dietética, que é evitar o desperdício de alimentos. Através de um bom planejamento e execução de cada etapa da seleção, preparo até o consumo dos alimentos. Ver dados reais é um subsidio para que vocês entendam ainda mais a importância do profissional de nutrição capacitado e habilitado para o planejamento e controle de Unidades de Alimentação e Nutrição. Sugiro fortemente que usem este ma- terial como apoio Fonte: BARBOSA, Millena Dutra da Silva. Desperdício de Alimentos em unidades de alimentação e nutrição. Episteme Transversalis, [S.l.], v. 12, n. 3, dez. 2021. ISSN 2236-2649. Disponível em: http://revista. ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2439. Acesso em: 20 jun. 2022. http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2439 http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2439 http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/2439 36UNIDADE II Técnica de Preparo dos Alimentos MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de fazer. Autores: Edeli Simione de Abreu, Monica Gloria Neumann Spinelli e Ana Maria de Souza Pinto. Editora: Metha LTDA, 6° edição. Sinopse: de uma forma simples e didática esta leitura vai contribuir para ampliar a visão das estratégias que abordam a administração de Unidades de Alimentação e Nutrição para uma administração voltada ao planejamento, organização e avaliação respeitando todas as normas que englobam a legalidade sanitária. FILME / VÍDEO Título: Ratatouille Ano: 2007. Sinopse: O filme trata com leveza a arte de saber preparar os alimentos de modo que impacte a visão, olfato e paladar dos consu- midores de alimentos, o que vai muito de encontro com o assunto tratado em nossa unidade. Um ratinho francês de gosto refinado e muito ambicioso chamado Remy sonha em se tornar um grande chef de cozinha. Para tanto decide mudar-se para Paris com a família, onde uma série de eventos leva o pequenino ao restaurante do chef Auguste Gusteau e assim se desenrola toda história. 37 UNIDADE III Grupos Alimentares Professora Esp. Vanuza Neres Pacheco Carluccio Plano de Estudo: ● Ovos, Laticínios e Carnes; ● Leguminosas e Cereais; ● Vegetais folhosos e Legumes; ● Frutas, Óleos e Gorduras. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e aplicar as técnicas de preparo de cada alimento dos grupos alimentares; ● Compreender classificar cada alimento dos grupos alimentares e suas composições; ● Estabelecer e conhecer a importância da utilização de cada alimento utilizando os conceitos da técnica dietética. 38UNIDADE III Grupos Alimentares INTRODUÇÃO Caros (as) alunos (as), chegamos a nossa terceira unidade!!!!! E não menos importante que todo conteúdo trabalhado até aqui. Esta unidade vem recheada de conhecimentos. Os artistas principais serão os alimentos, distribuídos em grupos alimentares. Vocês terão a grata satisfação e oportunidade de aprimorar, conhecer e entender cada um deles, para muito brevemente usá-los como ingrediente na produção de refeições em unidades de alimentação e nutrição. Trilhando o mundo da variedade de componentes alimentares (gorduras, carboidra- tos, proteínas e sais minerais, água e vitaminas). Nutrientes estes que, podem participar de diversas transformações químicas duranteo processo de produção de receitas. Exemplificando para vocês que a alimentação de pessoas sadias ou doentes é inti- mamente impactada com a escolha dos alimentos e tipo preparação utilizada na produção dos mesmos de modo a conservar todas as suas propriedades nutricionais fundamentais para a nutrição celular do corpo humano. Então nobres alunos (as), papel e caneta na mão, olhos e ouvidos bem atentos a esta unidade. Estejam sempre preparados e a postos. Que comecem os estudos de vocês!!!!! 39UNIDADE III Grupos Alimentares 1. OVOS, LATICÍNIOS E CARNES 1.1 Ovos O ovo é um corpo unicelular e são classificados quanto ao: peso, qualidade, estru- tura e valor nutricional. 1.1.1 Sua classificação quanto a qualidade se divide em três classes: 1. Classe A: ovos com casca integra e sem deformações, clara limpa, transparente e gema translúcida consistente e centralizada 2. Classe B: ovos com casca limpa e integra e pode conter pequenas deformações, clara límpida e transparente, gema consistente e ligeiramente descentralizada e deformada. 3. Classe C: ovos com casca limpa e integra, com pequenos defeitos de textura e contorno, clara ligeiramente turva e gema descentralizada e com deformação. Sua classificação quanto ao peso: se dá pelo peso médio dos ovos de acordo com o tipo, conforme descrito na tabela abaixo. TABELA 1 - CLASSIFICAÇÃO DE OVOS SEGUNDO O PESO Tipo de ovos Peso médio (g) Jumbo Maior que 73 g Extra grande tipo1 Entre 63 e 72 g Grande tipo 2 Entre 55 e 72 g Medio tipo3 Entre 50 e 54 g Pequeno tipo 4 Entre 43 e 49 g Industrial Menor que 42 g Fonte: Adaptado de: Philippi (2002). 40UNIDADE III Grupos Alimentares 1.1.2 Sua classificação de acordo com a estrutura: casca, gema e clara ● A casca do ovo é composta por carbonato de cálcio e poros para que aja troca de gases. Também composta por cera para cobertura dos poros impedindo a perda de água e a entrada de microrganismo. Sua coloração pode ser branca ou avermelhada. ● A gema do ovo é composta por lipoproteínas e contem carotenoides. Os lipídeos presentes são gorduras simples, fosfolipídios (lecitinas e esteróis) emoluídos de óleo em água. Contém as seguintes proteínas lipovitelina, fosfovitina e livitina. A gema possui capacidade de emulsificar, ou seja, misturar dois liquido não miscíveis. Esse é o processo para obtenção de molho da maionese a mistura óleo ao componente ácido da gema. ● A clara é composta por proteínas sendo elas a ovoalbumina, conoalbumina, ovomucoide, ovomucina, avidina, lisozima e ovo globulina. Ao bater as claras em neve, ocorre retenção de ar devido a viscosidade da albumina, conferindo esponjosidade e leveza as preparações. Quando a clara é batida por muito tempo, ela divide-se em duas fases, pois o ponto de aeração foi ultrapassado. 1.1.3 A classificação dos ovos de acordo com o valor nutritivo ◊ Ovos são fontes de proteínas, vitamina A, D e vitaminas do complexo B; ◊ Cerca de 5% da gordura dos ovos é colesterol; ◊ A gema é composta de 34% de gordura,16% de proteína e 50% de água; ◊ A clara é composta de 10% de proteína e 90% de água; ◊ A quantidade de minerais presente nos ovos depende muito da alimentação da ave; a cor da gema varia devido a presença de carotenoides. 1.1.4 Utilidade do ovo na técnica dietética Eis um dos alimentos bastante versátil, pode ser consumido puro ou ser usado como acompanhamento ou como ingrediente de diversas preparações: 41UNIDADE III Grupos Alimentares ● Acompanhamento das preparações: bife a cavalo (bife com um ovo frito em cima), bife a camões (bife com dois ovos fritos, carne recheada com ovos cozidos ● Puro ou combinado: ovo quente, cozido, frito, mexido, poche, fritada, omelete e gemada Ingrediente de preparações: tem diversas funções exemplificadas no quadro abaixo: QUADRO 1 - FUNÇÃO DOS OVOS NAS PREPARAÇÕES Preparações Função dos ovos Cremes, mingau, sopa e molhos Espessar Pães, suflês e musses Crescer e aerar Bife e frango à milanesa Cobrir e envolver Superfície de pães e tortas Conferir cor, brilho e sabor Pasteis e tortas Vedar Ovo inteiro, picado, ralado Decorar Bolos pudins e fla Unir Fonte: Adaptado de: Ornelas (2007). 1.1.5 Orientações ao uso de ovos na preparação de alimentos Logo abaixo veremos as orientações básicas quanto ao uso de ovos na preparação de alimentos, segundo Philippi (2002): » Esfriar rapidamente após a cocção (para evitar a ação do sulfeto de ferro que provoca a camada escurecida na gema); » Não acrescentar ovos a misturas quentes, para não talhar. Espere esfriar ou vá adicionando pequenas quantidades; » Incorporar a clara em neve com outros ingredientes somente no último momen- to, com movimentos suaves; » Utilizar somente a clara em preparações à milanesa (pois a cobertura fica mais crocante e a gordura espirra menos durante a fritura; » Sempre verificar os ovos um a um, antes de acrescentá-los a preparações (po- dem estar alterados e comprometer a receita). Nunca quebrar os ovos sobre os outros ingredientes; » Cortar ovos cozidos em rodelas fica mais fácil se a faca antes ser mergulhada em água quente; isso impede que os ovos esfarelem; » Acrescentar sal ao fritar um ovo, pois isso acelera a coagulação de proteínas; 42UNIDADE III Grupos Alimentares » Acrescentar ácido (limão, vinagre na água de cocção de ovos poche, pois ace- lera coagulação de proteína; » Evite a cocção excessiva do ovo, pois as proteínas da clara contem ácidos de enxofre, que, submetidos a altas temperaturas, liberam gás sulfeto de hidrogê- nio, causando odos desagradável e coloração esverdeada ao redor da gema; » O armazenamento dos ovos podem ser de 2 a 4 semanas a cinco graus, desde que protegidos do sol e do calor; » A lavagem da casca do ovo deve ser feita no momento que for usar. A cloração dos ovos em cloro por 5 minutos diminui a contaminação por microrganismos, seguida de lavagem e remoção do cloro; » Na seleção dos ovos, priorizar aqueles que apresentam casca sem manchas e resistentes com peso regular. Devem estar limpos, íntegros, no prazo de va- lidade, com conservação e armazenamento que não propiciem contaminação cruzada. Curiosidade: Teste da luz: o ovo fresco ao ser colocado contra a luz, parece denso e escuro por igual. Se apresentar uma parte oca, o ovo está estragado. Teste da água: o ovo fresco ao ser colocado em um copo de água sal ficara parado no fundo o ovo velho flutuará. 1.2 Laticínios Segundo Silva e Mura (2011) o leite é o produto da obtido das glândulas mamarias dos mamíferos, composto de proteína, gorduras, minerais, vitaminas. O valor nutricional vai variar de acordo com a espécie do animal e alimentação do mesmo. QUADRO 2 – PROTEÍNAS DO LEITE Nutrientes do leite Tipos/ características Proteína Lactoalbumina, lactoglobulinas, albumina e caseína. Carboidrato Lactose= glicose+galactose. Lipídio Triacilgliceróis com ácidos graxos saturados e insaturados, fosfolipídio e colesterol. Vitaminas e minerais As hidrossolúveis (riboflavina e lipossolúveis (vit. A e D). Minerais: cálcio, magnésio, potássio e sódio. Fonte: Adaptado de: Silva e Mura (2011). 43UNIDADE III Grupos Alimentares A caseína a principal proteína do leite compõe 85% dele e a mesma precipita-se por ação enzimática ou por diminuição do pH. E as diferentes texturas obtidas desta ocorrência conferem ao leite dar origem a muitos produtos/derivados dele tais como: queijo, iogurte, coalhada etc. 1.2.1 Processamento do leite Tempo e temperatura são fundamentais para o processamento do leite exemplifica- dos da seguinte forma: ● Ultra pasteurização (UHT) :caracteriza –se pelo aquecimento do leite de 130oC a 150oC, por 1 a 4 segundos e resfriamento imediato para destruição de possíveis microrganismos. ● Pasteurização: combinação de tempo e temperatura para destruir os microrga- nismos patogênicos e reduzir o número total de bactérias. O leite é aquecido de 72oC a 76oC, por 15 a 20 segundos e resfriado em seguida.1.2.2 Tipos de leite São vários os tipos de leite, e sabemos que eles não são iguais. Em relação ao leite de vaca, no qual é o mais usado, é importante destacar as seguintes características, conforme listadas no quadro abaixo: QUADRO 3 - CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS DE LEITE Tipos de leite Principais características Fluido, liquido e homogeneizado Integral ou parcialmente desnatado Evaporado Retirada parcial de água para alcançar 79% de umidade, usado para preparo de doces Condensado Também submetido a retirada parcial de água e acrescentado sacarose para conferir textura cremosa Em pó ou sem aditivos Retirada quase que na totalidade de água, muito utilizados em preparações em grande escala pois facilita a padronização de receitas Em pó desnatado Retirada quase que total de água e gorduras Leite fermentado Leite desnatado fermentado pelos lactobacilos casei Fonte: Adaptado de: Nepa (2004). 44UNIDADE III Grupos Alimentares 1.2.3 Classificação dos leites ● Leite tipo A: leite pasteurizado de elevada qualidade microbiológica, embalado em granja leiteira com teor de gordura original, desnatado ou semidesnatado e deve ser transportado e armazenado sob refrigeração. ● Leite pasteurizado tipo E: leite pasteurizado integral de média qualidade microbiológica. Extraído por ordenha mecânica, com teor de gordura original, desnatado ou semidesnatado, transportado e armazenado sob refrigeração ● Leite tipo C: leite pasteurizado de baixa qualidade microbiológica contendo mínimo de 35 de gordura. Geralmente é o leite utilizado para fabricação de manteiga, creme de leite e requeijão. ● Leite ultrapasteurizado (UHT): leite submetido ao processo de ultra pasteuri- zação, pode ser transportado e armazenado sem refrigeração e consumido no máximo em 90 dias a partir da data de fabricação Importante: O leite cru apresenta características próprias de sabor, quando o mesmo é submetido ao tratamento térmico algumas modificações ocorrem. Entre 60oC a 65oC forma uma película fina conhecida como nata (caseína + cálcio). Caso não queira a formação de nata deixe o recipiente tampado ou mexa frequentemente. A albumina precipita –se quando o leite é fervido formando aquela crosta no fundo da panela, para evitar isso é só aquecer o leite em banho-maria. Quando leite é misturado a fruta que são alimentos ácidos, a proteína caseína se coagula e confere a preparação a característica de maciez e cremosidade. 1.2.4 Aplicação do leite na técnica dietética O leite nas preparações é o ingrediente responsável por conferir sabor, cor, maciez, umidade e cremosidade aos alimentos. Podendo ser utilizado em preparações não acidas (arroz doce e mingaus) e sopas e cremes. Também como ingredientes de bolos, purês, suflês, molho branco e massas. O consumo pode ser de forma direta acompanhado ou não a outros alimentos: leite puro, leite com açúcar, leite com achocolatado, com café, com chá, com frutas e com sorvete. 45UNIDADE III Grupos Alimentares TABELA 2 - CONSERVAÇÃO DO LEITE Produto Tempo de conservação Cuidados na compra Cuidados na conservação Leite pasteurizado 24 h Verificar data fabricação/ validade Ferver/ conservar em geladeira Leite longa vida 03 meses Verificar data de fabricação/validade Embalagem deve estar limpa, sem vazamentos ou sinais amassados Guardar na geladeira só após aberta Leite em pó 12 meses Verificar data de fabricação/validade A lata deve estar limpa, sem vazamentos, sinais de amassado ou ferrugem Guardar em local fresco sem umidade Ao abrir a lata, não deixar a tampa virada para baixo. Fechar bem a lata e limpar o excesso de leite que possa ter ficado na superfície. Fonte: Adaptado de: Ornelas (2007). 1.3 Carnes Na pasteurização, o leite é aquecido de 72oC a 76oC, por 15 a 20 segundos e resfriado em seguida. 1.3.1 Aquisição e armazenamento da carne Baseado em Silva (2013) a aquisição das carnes esta, deve acontecer em estabe- lecimentos cujos fornecedores tenham registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF). As condições higiênico sanitárias, e a temperatura devem sempre ser verificada. QUADRO 4 - TEMPERATURA DOS ALIMENTOS ● Alimentos congelados:-18 graus ou inferior. ● Alimentos refrigerados: inferior a 05 graus. ● Produtos armazenados: a – 18 graus têm validade de 90 dias. ● Produtos resfriados: pescados, até no máximo 02 graus; carnes bovinas, ● suínas e de aves máximo de 4 graus, por 03 dias. Fonte: Adaptado de: Silva e Mura (2011). 46UNIDADE III Grupos Alimentares 1.3.2 Principais características a serem observadas nas carnes Carne bovina: a cor normal e vermelho vivo e o odor adequado, carnes com colo- ração arroxeada, acinzentada ou esverdeada com odor forte e desagradável, não deve ser usada na alimentação. Aves: são de pele clara coloração entre o amarelo e o branco, cor homogênea sem manchas e de consistência elástica e úmida. Peixes: deve apresentar consistência firme, não amolecida e nem pegajosa, co- loração branca ou levemente rosada, brilhante. A carne deve estar úmida, firme, elástica e lisa, olhos inteiros, úmidos, brilhantes e salientes. Nota importante no pré-preparo: para conferir maciez a carne alguns processos são utilizados tais como: moer, bater, picar, cozinhar e submeter a ação de enzimas (bromelina e papaína extraídas do mamão e do abacaxi) e também da ação química do vinho ou vinagre. A carne deve sempre ser cortada no sentido perpendicular as fibras musculares para dar maciez a mesma. 1.3.3 Preparo das carnes As carnes passam pelo processo de cocção para destruir microrganismos patogê- nicos, coagular proteínas, abrandar o tecido e desenvolver um sabor apreciável utilizando cocção por calor seco ou por calor úmido. A melhor técnica de preparo para carnes como (alcatra, lagarto, peito de frango e peixes) é o calor seco (grelhadas ou mal passadas). Já as carnes com pouco colágeno (paleta, acém, fraldinha, peito e capa de filé) o calor úmido é o mais adequado. As temperaturas de cocção utilizadas são: ● Para carnes ao ponto: 60 a 70 graus; ● Para carnes bem passadas: 70 a 80 graus; ● Para carnes muito bem passadas: 80 a 90 graus. Asa carnes quando submetidas a cocção forma o pigmento metamioglobulina pela modificação da cor da carne dando a coloração marrom a mesma. A gordura sempre favorece o sabor a suculência e a maciez da carne. Sobre os tecidos presentes na carne, destaca-se dois que devem ser observados, são eles: 47UNIDADE III Grupos Alimentares ● Tecido conjuntivo amarelo: é composto de elastina, e muito flexível e tem aspecto brilhante, geralmente encontrado nos ligamentos que unem os ossos e os órgãos; ● Tecido conjuntivo branco: este se transforma em gelatina quando é submetido ao calor úmido. É semitransparente e composto de colágeno, encontrado em grandes quantidades nos tendões como exemplo nos pés de galinha e pele de peixe. 48UNIDADE III Grupos Alimentares 2. LEGUMINOSAS E CEREAIS 2.1 Leguminosas As leguminosas são grãos/sementes contidos em vagens e são riquíssimas em tecido fibroso. Vale destacar que são produtos ricos em proteínas de origem vegetal, es- tima-se 23% da sua composição, porem a limitação no aminoácido metionina. O feijão é pobre em metionina e o arroz é pobre no aminoácido lisina, a combinação destes dois alimentos ingeridos juntos corrigem esta deficiência de ambos os aminoácidos. Os grãos ou sementes são classificados em: ● Oleaginosas: soja ou amendoim; ● Grãos: feijão, lentilha, ervilha e fava. As leguminosas são ricas em minerais como ferro, zinco e potássio, bem como vitaminas do complexo B, ácido fólico e tem na sua composição 50% de carboidrato. Na tabela abaixo de forma resumida vamos conhecer cada um deles e suas princi- pais características: 49UNIDADE III Grupos Alimentares TABELA 3 – TIPOS DE LEGUMINOSAS Leguminosa Características principais Feijão Produz vagem de até 15 cm, dentro das quais estão as sementes/grãos que usa- mos na alimentaçãoLentilha É uma planta com vagem castanho clara na qual se desenvolvem duas ou três sementes de cor cinza ou avermelhada Grão de bico Tem vagens lisas e ovaladas, contendo de um a três grãos arredondados com a ponta de cor castanha claro Soja A vagem da soja mede de 05 a 08 cm de comprimento e contem de 03 a 05 grãos de forma e tamanho variáveis. Ervilha Pode ser consumida seca ou verde; é alon- gada, fibrosa. De cor castanho clara. Fava Produz vagens grandes dentro dos quais formam-se grãos grossos, ovalados e de cor verde esbranquiçada. Fonte: Adaptado de: Nepa (2004) e Philippi (2002). 2.1.1 Cocção de leguminosas Dois detalhes devem ser observados na forma de preparo: maceração (remolho e a cocção. A maceração ou remolho deve ser feita da seguinte forma: deixar os grãos de molho em água na proporção 2:1 aproximadamente de 08 a 12 horas, descartando a água do remolho antes de colocar para cozinhar com outra água. A água possibilita a ação dos oligossacarídeos, enzimas que diminuem os oligossacarídeos possibilitando a digestibilida- de dos grãos reduzindo a produção de gases e desconforto abdominal quando ingeridos. A cocção é através do método por calor úmido. O tempo de cocção vai variar de acordo com a temperatura e grão. No método de ebulição simples cerca de 2 a 3 horas, mas na pressão este tempo reduz para 20 a 30 minutos. A quantidade de água utilizada para cozimento vai variar também de acordo com os grãos: ● Ervilha, lentilha seca e feijão banco: 4:1 ● Feijão preto, mulatinho e fradinho: 3:1 Quanto mais as leguminosas são submetidas ao calor úmido seus respectivos grãos aumentam de tamanho de duas a três vezes. 50UNIDADE III Grupos Alimentares Fatores que podem interferir no processo de cocção: ● Período de armazenamento: quanto maior o tempo de armazenamento, mais difícil é a cocção do grão, devido a perda da umidade. ● Variedade da leguminosa: ervilhas e lentilhas secas são mais tenras e levam a menos tempo para cozinhar do que o grão de bico ● Presença de minerais na água de cozimento: o grão fica endurecido, dificul- tando, portanto, a cocção ● Temperatura e grau de umidade local de armazenamento: quanto maior a temperatura e menor a umidade local, maior será a perda de umidade, dificul- tando a cocção do grão. Além destes fatores acima citados, vale destacar os seguintes fatores: ANTINUTRICIONAIS: que são compostos naturalmente presentes em alimentos, que interferem negativamente atividade de determinadas enzimas digestivas, reduzindo a digestibilidade e a qualidade nutricional das proteínas. Faço destaque aos seguintes fatores antinutricionais (inibidores de tripsina, fitatos, polifenóis e os oligossacarídeos). Dica de cozimento: a espuma formada durante a fervura dos grãos, pode ser minimizada adicionando sal de cozinha ou gordura ao cozimento. 2.2 Cereais Cereais são alimentos de origem vegetal tais como: arroz, trigo, milho, aveia, cen- teio, cevada. São excelentes fontes de carboidratos cerca de 70% das suas composições, 10% de proteína e vitaminas como tiamina, riboflavina e niacina. Destaque aos cereais integrais que além desses nutrientes, são ricos em fibras e minerais como o ferro. O arroz é o cereal de maior consumo entre a população, seguido do trigo e do milho. É classificado com um cereal para subsistência, então vamos identificar e definir este cereal: 51UNIDADE III Grupos Alimentares QUADRO 5 - TIPOS DE ARROZ Arroz polido Conhecido como arroz branco, tem grãos curtos e redondos, obtido através do polimento dos grãos integrais através de maquinas que removem as camadas externas do endosperma e do germe Arroz integral É o grão do qual é removido apenas a casca e assim conserva-se todos os seus nutrientes, sendo uma importante fonte de vitaminas e minerais Arroz parbolizado Arroz de grão longo, submetido a cocção sob pressão antes do beneficiamento, passando pelos processos de: maceração, tratamento a vapor e secagem no arroz em casa antes do beneficiamento. Fonte: Adaptado de: Philippi (2002). 2.2.1 Formas de Consumo Geralmente são consumidos natural (aveia) e cozidos (arroz e milho ou em prepa- rações sob a forma de farinhas (pães, biscoitos, macarrão etc.) Este grupo alimentar e muito importante sob vários aspectos, pois suas proprieda- des na proteína e amido são fundamentais para o sabor e qualidade de várias preparações. Destaco a seguir 02 propriedades: Glúten: proteína presente nos grãos de trigo e aveia, cevada e centeio, composta de gliadina e gluteína que quando misturados a água forma um complexo elástico que confere a liga para produções de pães. Amido: é um polissacarídeo constituído de glicose, insolúvel em água, sem sabor e que tem a característica de gelatinização, dextrinização e retrogradação. 2.2.2 Definições de alguns conceitos importantes 1. Retrogradação: ocorre durante o resfriamento e o armazenamento de pastas de amido. Ex: característica do molho branco ou pudim após resfriamento. 2. Dextrinização: é a hidrolise do amido, ocorre com o aquecimento prolongado, quando há o rompimento das membranas que envolvem os grãos, deixando a substância semissolúvel. Ex: farofa. 3. Gelatinização: capacidade de absorção de água melhorando a digestibilidade do amido, limitado a temperaturas acima de 95 graus, que confere aspecto liquido a preparação devido a hidrolise do amido, formando uma goma ou gel. Ex: mingau de aveia e arroz cozido. 52UNIDADE III Grupos Alimentares 3. VEGETAIS FOLHOSOS E LEGUMES Definimos vegetais folhosos e legumes como plantas ou partes de plantas que servem para o consumo humano como flores, frutos, caules, sementes, folhas, tubérculos e raízes. Hortaliça e o nome “genérico” para legumes e verduras. ● Verdura é a parte comestível do vegetal como folhas e flores (espinafre, acelga, alface, agrião, brócolis etc.). ● Legume é quando as partes comestíveis são os frutos e sementes (abobrinha, berinjela, cenoura, jiló, tomate etc. QUADRO 6 – EXEMPLOS DE VEGETAIS Folhas Acelga, agrião, aipo, alface, almeirão, couve, espinafre, repolho, rúcula. Sementes Vagem. Raízes Beterraba, cenoura, rabanete, alho, cebola, alho poró. Flores Alcachofra, brócolis e couve flor. Frutos Abobora, abobrinha, berinjela, chuchu, jiló, pepino, pimentão, quiabo, tomate e maxixe. Caules Acelga, aipo. Aspargo e palmito. Fonte: Adaptado de: Nepa (2004). 53UNIDADE III Grupos Alimentares 3.1 Valor Nutricional De acordo com Silva e Mura (2011) os vegetais são riquíssimas fontes de vitaminas, minerais e fibras. Entre as vitaminas, destacam-se a vitamina C, AC vitaminas do complexo B e a provitamina A(betacaroteno). Em relação aos minerais, destacam-se o ferro, cálcio potássio e o magnésio. Fibras solúveis e insolúveis estão presentes em grandes quantida- des nos mesmos também. 3.1.2 Valor nutricional quanto ao teor de energia: quanto a quantidade de carboidratos classificamos as hortaliças como ● Grupo A: contém 5% de carboidratos: folhas, abobrinha, aspargo, berinjela, brócolis, palmito, pimentão etc. ● Grupo B: contém 10% de carboidratos: Abobora, beterraba, cenoura, chuchu, ervilha verde, quiabo e vagem etc. 3.1.3 Aquisição e Armazenamento São alimentos perecíveis que apresentam em sua composição nutrientes bem sensíveis ao calor, oxigênio e a luz. Cuidados básicos na aquisição e armazenamento dos mesmos impactam diretamente no seu valor nutritivo. Na aquisição dos mesmos faz se importantíssimo observar: 1. Que sejam frescas e sem defeitos; 2. Tenha, aroma e cor própria da espécie e variedade; 3. Intactas, firmes e bem desenvolvidas; 4. Não danificadas e nem sujas; 5. Isentas de odor podre ou fermentado; 6. Isentas de resíduos de fertilizantes; 7. Livres de bolores ou mucosidades. OBS IMPORTANTE: devem ser armazenadas sob refrigeração de 4 a 16 graus e umidade relativa de 90% para evitar ressecamento ou proliferação de bolores 54UNIDADE III Grupos Alimentares 3.2 Pré-preparo e Preparo Pré-preparo:os vegetais devem ser manipulados inteiros, deixando os cortes para depois do cozimento evitando assim a diminuição do teor de nutrientes pela lavagem ou exposição do ar e a luz no corte dos alimentos. Devem ser lavados inteiros em água cor- rente com uso de escova macia. A sanitização deve ser feita com a imersão da hortaliça ainda inteira em solução de água com 150ppm de cloro ativo por 30 minutos e, em seguida enxague em água corrente novamente. OBS IMPORTANTE: a sanitização é fundamental para as verduras que não serão submetidas a cocção por temperatura. Preparo: Extremamente importante aqui preservar os nutrientes e os pigmentos que dão a coloração natural aos mesmos e que conferem um sabor e aparência de quali- dade a estes alimentos. Segue tabela com os tipos de cocção indicada: TABELA 4 – TIPOS DE COCÇÃO VEGETAIS Cocção por calor úmido em fogo brando. Cocção por calor úmido em ebulição/ pressão. Cocção por calor úmido a vapor. Cocção por calor seco assados. Cocção por calor seco frituras. Fonte: Adaptado de: Ornelas (2007). ● Clorofila: os alimentos pigmentação verde deve ser submetida a cocção em recipiente tampado e evitar o uso de bicarbonato. ● Carotenoides: os alimentos com pigmentação alaranjada, amarela e vermelha devem ser submetidos a cocção por calor úmido e por períodos curtos de cozi- mento, recomenda-se aqui o branqueamento dos legumes. 55UNIDADE III Grupos Alimentares 4. FRUTAS, ÓLEOS E GORDURAS 4.1 Frutas Definimos fruta como a parte pomposa que envolve as sementes das plantas. Possuem aroma característico, são ricas em suco, normalmente de sabor doce e em sua maioria são consumidas cruas. São ricas em açucares (monossacarídeos). Os teores de vi- taminas e minerais variam de acordo com a espécie, grau de amadurecimento. Geralmente as frutas maduras são ricas em vitamina C, e se conservadas de forma errada perdem até 50% desta vitamina. Basicamente classificamos as frutas em: ● Frutas duras: maçã e pera; ● Frutas com caroço: ameixa, cereja, damasco, nectarina e pêssego; ● Frutas cítricas: laranja, limão, tangerinas e mexericas; ● Frutas mediterrâneas e tropicais: abacaxi, bananas, carambola, caqui, figos, fruta do conde, lichias, mamão, maracujá, melão, melancia e goiaba; ● Frutas moles: amora, framboesa, morango e uvas. IMPORTANTE: As frutas podem ser consumidas cruas, cozidas ou forma de su- cos, refrescos, batidas com leite, sorvetes, saladas e purês. As frutas cozidas podem ser: assadas, compotas, doce cremoso, doce em ponto de corte, geleias. 56UNIDADE III Grupos Alimentares Quanto ao teor de carboidratos segue a classificação: TABELA 5 – TEOR DE CARBOIDRATOS DAS FRUTAS Tipos de frutas Teor de carboidrato Frutas tipo A: carambola, açaí, caju, goiaba, melancia, melão etc. 5% Frutas tipo A: jaca, jambo, lima, laranja, pêssego etc. 5% a 10% Frutas tipo B: abacate, ameixa, amora, figo, mamão, manga etc. 10% a 15% Fruta tipo B: banana, caqui, uva, pequi, nêspera, fruta do pão etc. 15% a 20% Frutas especiais como tamarindo. 53% Fonte: Adaptado de: Nepa (2004). 4.1.2 Sabor/aroma, Pigmentos, Amadurecimento das Frutas O Sabor das frutas e atribuído aos açúcares e minerais e ácidos que conferem sabor e aroma as mesmas e os pigmentos são os mesmos encontrados nas hortaliças com predominância aos carotenoides e flavonoides. Quanto ao amadurecimento podemos classificar em dois: 1. Natural: modificações químicas e físicas acontecem na cor e qualidade da polpa com os próprios compostos naturais das frutas; 2. Artificiais: método utilizado para acelerar o amadurecimento com aplicação de gás de etileno. Quanto a seleção e preparo, três prontos devem ser bem observados: 1. Cor e aroma típicos de cada estágio de maturação da fruta; 2. Integridade e uniformidade da mesma; 3. Firmeza e suculência. O pré-preparo deve passar pelas seguintes etapas: lavagem para remoção das sujidades e descontaminação com hipoclorito. 57UNIDADE III Grupos Alimentares 4.2 Óleos e gorduras Hora de falar de um grupo importante em função do fornecimento de calorias e vita- minas lipossolúveis. Os óleos e gorduras podem ser de origem vegetal e animal e formados predominantemente glicerol e ácidos graxos chamados de triacilgliceróis. As gorduras os óleos se diferem em seu estado físico. Óleos são líquidos a temperatura ambiente, enquan- to as gorduras são semissólidas. As fontes alimentares dos óleos vegetais na dieta humana são extraídas de grão ou sementes como: soja, canola, girassol, algodão e amendoim, ou podem ser extraídos de frutos como a azeitona e dendê. Já a fontes de gorduras animais são extraídas de banha, toucinho manteiga ou Bacon. 4.2.1 Classificação das gorduras Abaixo veremos a classificação das gorduras, baseado nos autores Silva e Mura (2011): Saturadas: possuem maior quantidade de ácidos graxos saturados. Normalmente de origem animal e estão em estado sólido. Insaturadas: possuem maior quantidade e ácidos graxos insaturados normalmente de origem vegetal e se apresentam em estado líquido. Gorduras de leite e derivados: tem ácidos graxos de cadeia curta e grande quantidade e se decompõem a temperaturas baixas. Ácido láurico: ácidos graxos de cadeia média e baixa quantidade de ácidos saturados e insaturados. 4.2.2 Decomposição das gorduras Vamos falar de rancificação, o ranço consiste em modificações de ordem físico-quí- micas que alteram as propriedades sensoriais levando a recusa da ingestão. ● Oxidação: gorduras saturadas expostas ao ambiente (luz, calor e umidade) sabor e odor são característicos das gorduras rançosas. ● Hidrólise: desdobramento enzimático próprio das gorduras em ácidos graxos e glicerinas, aumentando a sua acidez. 58UNIDADE III Grupos Alimentares ● Aquecimento excessivo: ocorre a desidratação da molécula de glicerol, produzin- do acroelina, substância volátil e odor desagradável que irrita a mucosa gástrica. A liberação de acroelina pode ser percebida no ponto denominado de Fumaça. ● Temperatura e métodos de cocção: óleos e gorduras são muito versáteis na culinária e observar as temperaturas adequadas é importante. Importante: Para dourar o alimento permanece o mínimo de tempo em gordura aquecida de 190 a 198 graus. Para corar utiliza-se quantidade pequena de gordura aquecida de 130 a 150 graus. Para fritura: o alimento cru é cozido utilizando imersão em gordura e temperatura elevada entre 180 e 200 graus ou mais. SAIBA MAIS Ao final desta unidade saliento a importância da intimidade e segurança com cada grupo alimentar e sua importância frente a saúde humana; algo que é fundamental para este aprendizado, é estar sempre atento as várias colocações e orientações que são preco- nizadas pelos órgãos competentes por orientar a atuação dos profissionais de nutrição nestas áreas. Deixo o material abaixo de apoio para pesquisa e fundamentação teórica/ pratica numa abordagem publicada pelo Ministério da Saúde. Endereço eletrônico para pesquisa e impressão: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_saudavel.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_saudavel.pdf 59UNIDADE III Grupos Alimentares REFLITA “A comida é tudo o que somos. É uma extensão da nossa história pessoal, da nossa região, do nosso bairro, do nosso país. A comida é inseparável dessas coisas desde o princípio dos tempos”. Saber reconhecer e entender gostos e preferencias alimentares da população traba- lhada contribui para uma maior aceitação as preparações e alimentos oferecidos em unidades de alimentação e nutrição. Segue o link para consulta e pesquisa na tabela de composição nutricional dos alimentos mais consumidos no Brasil, elaborada pelo IBGE. Endereço eletrônico para pesquisa: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf 60UNIDADE III Grupos Alimentares CONSIDERAÇÕES FINAIS Encerramos aqui mais uma unidade, que ao
Compartilhar