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5ºAula Teoria Das Filas Parte I Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • conhecer o processo de Teoria das Filas; • analisar os elementos que compõem essa teoria; • conhecer como se dá aplicação em exercícios com exemplos práticos e de fácil compressão. Prezados(as) alunos(as), após a Aula 4, na qual estudamos o Método Monte Carlo, aprendemos algumas noções básicas de estatística e como seria uma simulação no Excel, vamos dar início da nossa aula 5. Na Aula 5, aprenderemos a Teoria das Filas, quais os elementos que estão inclusos nessa teoria, exercícios para fixação do conteúdo e aplicações rotineiras. Boa Aula! Bons estudos! 32Simulação da Produção Seções de estudo 1- Teoria das fi las 2- Elementos de uma fi la 3- Variáveis Fundamentais e Resumo de Fórmulas 4- Exercícios e aplicações da teoria das fi las 1- Teoria das fi las Pensar em fi las nos remete a uma experiência que temos dia após dia. Nós entramos em qualquer tipo de fi la, seja em uma fi la no supermercado para pagar a nossa compra, em uma fi la na farmácia, em uma fi la no banco para descontar um cheque , em fi la para comprar ingressos no cinema etc., A fi la está presente de todas as formas em nossas rotinas. É um tipo de técnica disponível para modelagem e sistemas. A teoria das fi las está muito empregada e é a mais utilizada na simulação da produção. Como o próprio nome sugere, é um tipo de técnica que permite imitar o funcionamento de um sistema real. Os mais modernos programas de computadores disponíveis permitem construir modelos, nos quais é possível visualizar na tela o funcionamento de um banco, uma fábrica, um pedágio, um supermercado, como se estivéssemos em tal cenário. É um tipo de simulação virtual e nos permite avançar e estipular diversos modelos e elementos diferentes em cada situação (ANDRADE,2011). Como dissemos anteriormente, as fi las estão empregadas no nosso dia a dia, mas também aparecem nas produções, nos chãos de fábrica, aparecem em ambientes gerais de produção. Algumas vezes aparecem também em situações abstratas, como uma pilha de papéis, referentes a pedidos de manufaturas ou lista de pedidos de compras em espera, processos judiciais, enfi m, temos os mais variados tipos de fi las (FOGLIATTI,20017). Algumas vezes temos o exemplo de fi las para cortar cabelo, no salão de beleza, porém essas fi las não são vistas como “enfi leiradas”, são vistas como fi las normais. Temos diversos tipos considerados fi las. Atualmente surgiu o conceito de fi las em computadores, fi las de programas esperando por espaço na memória, ou para serem atendidos e processados, muitas vezes procurando um registro e dados em um disco magnético ou para terem acesso através de um servidor (FOGLIATTI,20017). Obviamente não é agradável fi car muito tempo esperando em uma fi la. Temos as mais diversas experiências em relação a isso e quando esperamos pelo serviço tempo demais, acabamos saindo aborrecidos, mudando o nosso estado de espírito. Automaticamente se existem fi las, passamos a comparar o desempenho da fi la que estamos com as outras fi las, e geralmente somos levados a pensar como uma das leis de Murphy. Mas o que diz essa lei? Bom, resumidamente diz que a fi la que anda é a outra, e não adianta trocar de fi la, pois a que vai andar vai continuar sendo a outra. Mas, como consequência de nossas experiências temos algumas atitudes. Uma delas é tentar agilizar o processo, trocando o supermercado, o gerente da conta, o horário de saída com menos movimento, tudo para evitar as fi las. Porém, vendo com os olhos das empresas isso é chamado de perda de negócio (ANDRADE,2011). A situação ilustrada acima se espelha em muitas outras da vida real. Apesar de não serem simpáticas e causarem prejuízos, temos que conviver com as fi las na vida real e pensando em um sistema onde nunca mais existam fi las para que possamos otimizar nosso tempo e nosso lucros. A modelagem de sistemas em contrapartida pode ser feita por duas abordagens inteiramente diferentes entre si, porém com muitas semelhanças em se tratando de sistemas, as duas são: teoria das fi las e simulação. O que temos de comum entre essas duas abordagens e porque ao mesmo tempo são diferentes? As semelhanças, nesse caso, são complementares, vamos explicar o porquê. A teoria das fi las é obtida como um método analítico que aborda o assunto através de formular matemáticas e a simulação é uma técnica que utiliza o computador, usamos e testamos vários modelos e acabamos escolhendo o que melhor representa o sistema de nossos dados, do nosso estudo. E são complementares, pois conseguimos utilizar a teoria das fi las na simulação (ANDRADE,2011). Vamos conhecer um pouco mais das duas, a teoria das fi las, tem uma abordagem mais matemática, iniciou no século 1908 na Dinamarca, através de Kendall Erlang, que é considerado o pai da teoria das fi las. A ideia se deu origem quando ele trabalhava em uma companhia telefônica, e o estudo se deu pelo comportamento de um problema que ocorria no redimensionamento de centrais telefônicas. Já a simulação surgiu na década de 50 e a modelagem de fi las pode ser analisada pelo ângulo da simulação, onde não se usam mais fórmulas matemáticas, mas tentam imitar o funcionamento do sistema real. As linguagens de simulação aparecem na década de 60, e por apresentar menor complexidade o seu uso cresceu também, pois teve uma aceitação positiva no mercado, algumas linguagens são mundialmente conhecidas como: Arena, ProModel, Automod, Gdss, Gasp, Simscrip, Siman, dentre outros (ANDRADE,2011). Agora vamos aprender aplicação de modelagem em sistemas. São 6 procedimentos: linhas de produção, transporte, comunicação, bancos/supermercados/escritórios, confi abilidade e procedimentos de dados. Acompanhem na fi gura 1 a seguir. Figura 01: Aplicação de modelagem de sistemas. 33 De acordo com a fi gura 01, sobre aplicação de modelagens, vamos explicar como funciona cada tópico citado na fi gura. Vamos começar com Linhas de Produção? Bom, vamos lá, as linhas de produção apresentam a maior quantidade de aplicações de modelagem e são inúmeros cenários que se encaixam neste item, mas podemos começar listando 3 deles: modifi cações em sistemas existentes, setor de produção totalmente novo e a melhor política de estoques (FOGLIATTI,20017). As modifi cações em sistemas existentes consistem em serem produzidas da atual produção, trocando equipamentos ou adicionando novos tipos de produtos, afetam a dinâmica do processo, antecipando os gargalos oriundos de modifi cações como por exemplo: modifi cação de fl uxo, alterações nas programações das atividades, ou adicionar novos tipos de facilidades, procurando um melhor modelo que incorpore as modifi cações requeridas (FOGLIATTI,20017). No setor de produção totalmente novo, pode e deve ser planejado com o objetivo de obter o melhor fl uxo dentro dele. E na melhor política de estoques vemos como uma obtenção por meio da simulação. Nesse tipo, a necessidade seria de solicitar o material e a função de atender os fornecedores seriam prioridade. E os resultados seriam o ponto de pedido e a quantidade de pedido. O transporte molda as fi las, essas fi las podem ser aplicadas a transporte ferroviário, rodoviário, marítimo, elevadores, todos os tipos de transportes podem se aplicadas e moldadas no complexo fi la. No transporte ferroviário existem alguns problemas, por exemplo, no número e na localização dos desvios e alocação de máquinas de serviço, tudo isso baseado em tabela de trens, tabela de horários de trens, que passam pelo local, das fi las ocasionadas pelo tráfego de pessoas, dentre outros. No transporte marítimo e também aéreo as aplicações se referem a confecção da tabela de horários e dimensionamento de portos e aeroportos. No transporte rodoviário, podemos dimensionar os fl uxos de veículos, ônibus, que transitam pela cidade, tentando assim,encontrar um modelo que nos traga a movimentação relacionada com pedágios, paradas, automaticamente agilizando os sistemas como um todo, evitando um tráfego alto nos pedágios, nas lojas, nas paradas de carro, no semáforo, com o objetivo de redução de custos e otimização de tráfego. Os elevadores que citamos anteriormente, podemos minimizar o tempo de espera e o custo de movimentação, quantas paradas, quanto tempo trafegando, quais os andares envolvidos, chegada e saída de pessoas, quais os destinos, o funcionamento geral para atender o serviço padrão (FOGLIATTI,20017). Através da comunicação, vamos entender o funcionamento das fi las, o funcionamento das fi las possui uma variedade de problemas que podemos analisar através da modelagem de fi las. Mas como assim? Vamos obter os dados referentes a nossa modelagem, na modelagem vamos defi nir nossos parâmetros, como por exemplo, o tempo, a direção, vamos levantar todos os dados informacionais para estipularmos nosso modelo. Nas comunicações outro ponto que levantamos para entender os funcionamentos das fi las, possui uma variedade de problemas que podem ser analisadas pela modelagem de fi las, nas comunicações procuramos entender os tipos de respostas sobre chamadas perdidas que podem ser obtidas através dos dados informacionais. Essas chamadas perdidas, seriam desencontro de informações, e esse tipo de comunicação preza as regras para análise de rotas alternadas, e são comparadas a um estudo econômico para poder avaliar o poder de concentração dos canais, linhas disponíveis etc. (FOGLIATTI,20017). No tópico de supermercados, bancos, escritórios é o mais comum quando falamos em fi las, certo? Um estudo realizado pelos donos dos empreendimentos diz que a prioridade é do cliente em qualquer ponto de foco é o estudo das fi las que pela simulação pode dimensionar o número de caixas, por exemplo, de modo que surjam os tais “caixas rápidos” dos supermercados, minimizando a espera. No caso dos bancos, a “fi la única” pode trazer um melhor atendimento aos clientes, apesar da gente se assustar as vezes com os tamanhos das fi las. Outros tipos de empreendimentos também estão visando a facilidade de atendimento, como terminais eletrônicos espelhados por toda a cidade, tentando otimizar a facilidade e priorizando o cliente. Depois de citado tudo isso precisamos entender também que existe uma confi abilidade envolvida em todos os estudos relacionados a fi la. A simulação é uma excelente ferramenta para obtermos a medição quantitativa da confi abilidade dos sistemas. Felizmente, essas características são comuns e conseguimos resolvê-las, através da captação de alguns dados como, tempo médio de falha, tempo médio de reparo, componentes etc. Através de diversos tipos de modelos podemos planejar a simulação e ser efi ciente, um planejamento de manutenção preventiva também pode ser realizado evitando possíveis falhas Enfi m, o último tópico da fi gura nos remete a base de qualquer simulação, o processamento de dados. A modelagem de fi las tem sido amplamente usada pelas empresas que desenvolvem computadores de modo a se medir a produtividade ou o tempo de resposta de um certo sistema de computadores e terminais. A área de teleprocessamento possui inúmeras opções de uso. Uma outra área que está se tornando popular dentro da comunidade de informática é o estudo de performance e de capacidade, pois através dele pode-se identifi car gargalos e indicar opções de crescimento. 2- Elementos de uma fi la Vamos dar início a esse tópico conhecendo um pouco mais dos elementos pertencentes a uma fi la. Vamos observar a fi gura a seguir: Figura 02: Elementos de uma fi la. 34Simulação da Produção Na fi gura 02 vemos os elementos que compõem uma fi la. Nela, tem-se que, de uma certa população, surgem clientes que formam uma fi la e que aguardam por algum tipo de serviço. Podemos pensar em uma fi la de banco, supermercado, farmácia. O termo cliente é usado de uma forma genérica e pode designar tanto uma pessoa, quanto um grupo de pessoas, um material, um equipamento. Como sinônimo de cliente usamos também o termo “transação” ou “entidade”. O atendimento é constituído de um ou mais servidores (que podem ser chamados de atendentes ou canais de serviço) e tanto pode designar um barbeiro, um cais de atracação ou uma máquina (FOGLIATTI,20017). Seguimos algumas características fundamentais de uma fi la, como por exemplo: clientes e tamanho da população, processo de chegada, processo de atendimento, número de servidores, disciplina da fi la, tamanho médio da fi la, tamanho máximo da fi la, tempo de médio de espera na fi la, como exemplifi cado na fi gura a seguir. Figura 03: Características de uma fi la. Antes de começarmos a entender como funciona tais características, devemos conceituar melhor cada ponto citado na fi gura acima. Vamos concordar que um cliente faz parte de uma população e entendemos como população, um conjunto de pessoas, pessoas essas que são denominadas independentes em cada fi la aplicada. Mas como assim? A chegada de um novo cliente a uma fi la não afeta a taxa de vários clientes na fi la, e sim o que afeta são as chegadas de vários clientes. Vamos citar um exemplo: pense em um funcionamento de trem, se chegar um cliente não vai acontecer um tumulto ocasional, mas se chegarem 50 clientes, pode ser um fator determinante e prejudicial a todos. Ou seja, quando a população é pequena não afeta o efeito e pode ser considerável, com a população grande pode acontecer transtornos. O processo de chegada será exemplifi cado com o exemplo de um pedágio. No pedágio temos 5 atendentes, por exemplo, e vamos supor que o pico das chegadas seja entre as 7 e 8 horas da manhã, ou seja 20 carros chegam por minuto ou 1 carro chega a cada 3 segundos. Dado esse exemplo, vamos achar um valor médio, pois não signifi ca que constantemente irão chegar os 20 carros. Em intervalos de 1 minuto podem chegar de 10, 15, 25 ou até 30 automóveis, dependendo do trânsito, consequentemente os valores entre os carros de chegada são muito variáveis e não temos como controlar, mas fazendo uma média dos movimentos anteriores, teremos uma previsão, entre o intervalo de tempo dado das 7 as 8 da manhã. No caso citado anteriormente, poderemos simular uma situação utilizando outro tipo de distribuição que não seja a normal, a de Poisson ou a exponencial por exemplo, pois neste caso não se trata da frequência e sim das condições que ocorre. Quanto estudamos teoria das fi las, o ritmo da chegada é uma variável importante, chamamos de randômica. E para quantifi car essa variável, utilizamos a letra grega l que signifi ca ritmo de chegada e IC sempre (no nosso material), vai representar intervalo de chegadas. No tópico processo de atendimento também como parte de teoria das fi las, analisamos todas as variáveis que fazem parte do modelo. Vamos continuar com o exemplo do pedágio. Vamos supor que um atendente atende 6 veículos por minuto e que gasta 10 segundos para atender um veículo. Os exemplos citados são apenas para ilustração, pois não temos como calcular esse tempo de atendimento entre o cliente, por isso podem acontecer muitos imprevistos, como chuva, falta de moeda, fi la, dentre outros. Continuando, o processo de atendimento é quantifi cado por uma variável randômica, a letra m é utilizada nesse caso para signifi car o ritmo/tempo de atendimento e se usa TA para tempo de duração de serviço ou atendimento. Por exemplo, o nosso m=6 clientes por minuto e TA= 10 segundos por cliente. Os números de servidores fazem parte de outro tópico incluso na teoria das fi las, e é o único servidor que pode atender 1 cliente por vez. Para normalizar o atendimento das fi las, o número de atendentes pode ir aumentando conforme a demanda dos clientes, conforme o ritmo de chegada. O outro tópico é disciplina na fi la que retrata de uma regra que defi ne qual o próximoa ser atendido e o comum é que o primeiro da fi la ser atendido, ou o primeiro a chegar, é o primeiro a ser atendido. Existe um termo bem comum em inglês que tem a sigla FIFO, ou seja, “Firts in Firts Out”, que signifi ca serviço por ordem de chegada, prioridade. O outro tópico é o tamanho médio da fi la. Esse tópico tem uma característica da fi la mais considerada ao se defrontar com a opção de escolher uma fi la, o ideal seria chegar e se atendido, fi la zero. Mas, sabemos que às vezes não é assim. O tamanho da fi la não é constante, e então analisamos o tempo do ritmo médio de chegada e de atendimentos, mantendo uma constante, o tamanho da fi la oscila em torno de um valor médio. O tamanho máximo da fi la já induz que o cliente deve esperar. Um exemplo é o salão de beleza: signifi ca que alguma área de espera deve existir, por exemplo, as cadeiras para aguardar sua vez no salão, o foco é observar uma certa quantidade máxima de clientes em espera, geralmente feitos com base em experiência real, de acordo com a demanda prevista e os horários marcados. Essas considerações são diretamente ligadas e chamamos de tamanho máximo da fi la e se dá tanto para salões de beleza, tanto para carros esperando para abastecer, é um campo bastante amplo e comum. O último tópico é o tempo medo de espera na fi la. Esse tópico traz a característica de causa de irritação. Pelo longo tempo na fi la aguardando, o ideal em um sistema perfeito 35 é não existir espera nas fi las, mas como vivemos em uma sociedade acostumada e que não faz nada para mudar (em alguns casos), a única alternativa é esperar. Se entrarmos numa fi la com 10 pessoas a nossa frente, o tempo de espera será igual ao somatório dos tempos de atendimento de cada um dos clientes da nossa frente ou, possivelmente, será a 10 a duração média de atendimento, igual como o tamanho médio da fi la, o tempo médio de espera na fi la depende dos processos de chegada e de atendimento (ANDRADE,2011). Vamos aprender agora sobre variáveis randômicas, mas o que seria esse tipo de variável? As variáveis randômicas são variáveis que fazem referência a existência de um valor médio e uma distribuição de probabilidades, que nos mostra a chance de ocorrência dos valores. Por exemplo, vamos afi rmar que o tamanho médio de uma fi la é 5 clientes, não estamos dizendo que o tamanho da fi la é sempre de 5 clientes, em diferentes momentos de observação acontece uma variação de tamanho as vezes 10, 7, 3 clientes, ou simplesmente não existe fi la. O valor médio de 5 signifi ca uma média aritmética ponderada dos tamanhos da fi la durante alguns intervalos de tempo. Quando se deseja dimensionar qualquer tipo de sistema dentro da teoria das fi las, devemos prestar atenção para as opções de atendimento que temos como: uma única fi la e um único servidor, uma única fi la e diversos servidores, diversas fi las e diversos servidores, fi las especiais, alteração dinâmica no sistema de atendimento. A escolha dentre essas opções que citamos, vai depender das características dos sistemas que estamos analisando, pode ser ótimo ou péssimo depende da situação. 3- Variáveis Fundamentais e Resumo de Fórmulas Considera-se o sistema de fi las da Figura 4, onde alguns clientes entram e saem de uma fi la de cachorro-quente, existe N servidores para atende-los. Suponhamos que λ seja o ritmo médio da chegada e µ o ritmo médio de atendimento de cada atendente. Vejamos a fi gura a seguir para entender mais das variáveis. Em algumas delas vocês vão reparar que vamos encontrar frequentemente chamaremos de variáveis randômicas (ANDRADE, 2011). Figura 4: Localização das Variáveis. Na fi gura anterior, podemos perceber algumas variáveis e o comportamento delas e no quadro abaixo vamos aprender o signifi cado de cada uma. A seguir, no quadro 1, vou destacar as variáveis que mais vamos utilizar e as que mais vocês vão encontrar relacionadas a teoria das fi las. Variáveis Referentes ao Sistema Variáveis Referentes ao Processo de Chegada Variáveis Referentes à fi la Variáveis Referentes ao Processo de Atendimento TS= tempo médio de permanência no sistema; l= Ritmo Médio de Chegada; TF= Tempo Médio de Permanência na Fila; TA= Tempo Médio de Atendimento ou de Serviço; NS= número médio de clientes no sistema; IC= Intervalo Médio entre Chegadas; OBS: 1/l (defi nição) NF= Número Médio de Clientes na Fila; M= Qualidade de atendentes; NA= Número Médio de Clientes que estão sendo atendidos; m= Ritmo Médio de Atendimento de cada Atendente; TA= 1/m (Defi nição); Quadro 01: Variáveis Fundamentais e seus signifi cados. Para continuamos a aprender sobre teoria das fi las, precisamos entender a relação básica que existe entre as variáveis, existem basicamente duas fórmulas básicas que são, NS= NF+ NA e TS=TF+TA. Demonstrando que NA = l/m=TA/IC. Então, temos que NS=NF+NA =NF +l/m = NF + TA/IC. Essa é a relação existente. Vamos aprender mais a frente nos exemplos como usar cada fórmula individualmente, porém, acabamos de aprender qual a relação entre elas. A taxa de utilização é outro fator importante que vamos nos deparar no dia a dia nos campos da teoria da fi la, mas o que precisamos saber? Bom, para o caso de “uma fi la / um atendente”, chama- se de taxa de utilização do atendente a expressão: ρ = λ / µ onde, λ = ritmo médio de chegada e µ = ritmo médio de atendimento. No caso de uma fi la / vários atendentes, a expressão se torna: ρ = λ / (M. µ) em que M é o número de atendentes, ρ representa a fração média do tempo em que cada servidor está ocupado. Vamos a um exemplo para fi car mais fácil ? Pensem em um atendente de supermercado, se chegarem 4 clientes por hora e se o atendente tiver capacidade para atender 10 clientes por hora. Logo, a taxa de utilização é 0,40 e pode-se também afi rmar que o atendente fi ca 40% do tempo ocupado e 60% do tempo livre (ANDRADE,2011). O último tópico antes de entrar nas fórmulas e Little que precisamos saber, é sobre a intensidade de trafego ou número mínimo de atendentes. Chamamos de tráfego a expressão: i = | λ / µ | = | TA / IC |, onde i signifi ca que é o próximo valor inteiro que se obtém, no caso um valor absoluto e é medido em “erlangs”, em homenagem a A.K. Erlang. Mas na prática i representa o número mínimo de atendentes necessários para 36Simulação da Produção atender um determinado fl uxo de tráfego. Vamos demonstrar com um exemplo: em um mercado supostamente vai chegar 10 clientes por hora e a minha TA é de 3 minutos, então temos que nosso λ é de igual a 10 e nossa TA é 3. Fazendo a distribuição dos valores nas fórmulas vamos ter que o λ=0,5 ou i =1. Ou seja, um atendente neste caso é sufi ciente. Mas vamos entender melhor essas fórmulas no tópico a seguir. 4- Exercícios e aplicações da teoria das fi las Com a descoberta de J.D.C. Little, mudou a teoria das fi las para uma forma mais útil de ser utilizada, e ele demonstrou, então, que, para um sistema estável de fi las, temos: NF = λ. TF NS = λ. TS Essas fórmulas são muito importantes, pois fazem referências a quatro das mais importantes variáveis randômicas de um sistema de fi las: NS (número médio de clientes no sistema), NF (tamanho médio da fi la), TS (permanência no sistema) e TF. Por exemplo, se além de λ e µ é conhecido TS, pode-se obter as outras variáveis: NS = λ. TS Se TA = 1 / µ Portanto, TF = TS – TA = TA – 1 / µ Finalmente, NF = λ. TF É importante salientar que todas as fórmulas anteriores independem da quantidade de servidores e do modelo de fi la, pois se trata de fórmulas fundamentais básicas. Mas vamos praticar mais para fi xar nosso conhecimento. Este quadro de fórmulas a seguir é de suma importância que tenham ele sempre a vista, pois está resumido as fórmulas que mais se encontram na teoria das fi las. Quadro 02: Resumo das fórmulas. Exercício 1 Exemplo 1: Em uma fábrica de sorvetes observou-se ofuncionamento de um dado setor, em que Ritmo médio de chegadas (λ) é de 20 clientes / hora, o Ritmo médio de atendimento (µ) é de 25 clientes / hora e o Tempo médio de permanência no sistema (TS) é de 0,3 hora. Pede-se o tamanho médio da fi la (NF). Resolução Como resolver? Primeiro vamos utilizar a seguinte fórmula: TA = 1 / µ = 1 / 25 = 0,04 Após, vamos utilizar a de permanência do sistema: TF = TS – TA = 0,3 – 0,04 = 0,26 E por fi m, vamos utilizar a para medir o tamanho da fi la: NF = λ x TF = 20 x 0,26 = 5,2 clientes Exercício 2 Para um mesmo sistema acima (Exemplo 1), calcular o Número médio de clientes no sistema (NS) e o Número médio de clientes sendo atendidos (NA). Resolução Primeiro achamos a NS = λ x TS = 20 x 0,3 = 6 clientes Após, a NA = NS – NF = 6 – 5,2 = 0,8 clientes Exercício 3 Em um supermercado verifi cou-se que o tempo médio de permanência no sistema (TS) dos caminhões junto a descarga de mercadoria é de 3 minutos e que, em média, existem 6 caminhões (NS) no setor. Qual a taxa de chegada de caminhões? Veja Figura abaixo 5. Figura 5: TS e NS. Na fi gura x vemos de um lado 24 caminhões em processo de descarregamento de produtos de um supermercado e 6 caminhões em processo de carregamento Podemos estruturar a solução da seguinte maneira: Resolução NS = λ x TS ou λ = NS / TS Pela lei de Little: λ = 6 / 3 = 2 chegadas por minuto Exercício 4 No mesmo sistema acima, existindo um total de 30 caminhões em serviço, qual a duração de um ciclo? Chamamos de ciclo ao tempo gasto para que todos os caminhões “passem” pela carregadeira uma vez. Ao fi nal de um ciclo o sistema terá atendido uma vez a cada um dos 30 caminhões. Resolução Duração do ciclo = (quantidade de caminhões) / λ Duração do ciclo = 30 / λ = 30 / 2 = 15 minutos Exercício 5 No mesmo sistema acima, qual o tempo médio para o processo completo de descarregamento (ou TFS: Tempo Fora do Sistema)? Solução: 37 Um ciclo corresponde à soma do tempo dentro do sistema (TS = 3) com o tempo de descarregamento (TFS). Logo: TFS + TS = 15 caminhões TFS = 15 – 3 = 12 caminhões Chegamos ao fi nal de mais uma aula. Tudo certo até aqui? Vamos recordar! Retomando a aula 1- Teoria das fi las Nesta seção, aprendemos as aplicações de modelagens de sistemas. Vimos onde a teoria das fi las é normalmente aplicada, vimos as áreas que mais são usadas, aprendemos a real fi nalidade da teoria das fi las e o quanto podem ser benéfi cas quando aliadas a simulação da produção. 2- Elementos de uma fi la Quando se deseja dimensionar qualquer tipo de sistema dentro da teoria das fi las, devemos prestar atenção para as opções de atendimento que temos como: uma única fi la e um único servidor, uma única fi la e diversos servidores, diversas fi las e diversos servidores, fi las especiais, alteração dinâmica no sistema de atendimento. A escolha dentre essas opções que citamos, vai depender das características dos sistemas que estamos analisando, pode ser ótimo ou péssimo depende da situação. 3- Variáveis Fundamentais e Resumo de Fórmulas Nesta seção, aprendemos sobre as variáveis mais utilizadas dentro da teoria das fi las, aprendemos a localização das variáveis, aprendemos as fórmulas mais utilizadas, as relações que as variáveis possuem. Aprendemos também a fórmula de Little e aprendemos qual o signifi cado de cada termo. 4- Exercícios e aplicações da teoria das fi las Nesta seção, aprendemos como funciona cada fórmula dentro de alguns exemplos. Vimos como disponibilizar as variáveis envolvidas em cada contexto exemplifi cado. Até a próxima aula! Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=ybZe4spMFfk. Vale a pena acessar https://www.youtube.com/watch?v=eFyAyz6Xy6g (Revisão de probabilidade e estatística). Vale a pena assistir h t t p s : / / w w w . r e s e a r c h g a t e . n e t / publication/336266032_Teoria_das_filas_Fundamentos_ basicos_aplicacoes. Vale a pena ler Vale a pena Minhas anotações
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