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Proteínas Proteínas são macromoléculas complexas, compostas de aminoácidos. São os constituintes básicos da vida e necessárias para os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos. Proteínas Nos animais, correspondem a cerca de 80% do peso dos músculos, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco. Mesmo nos vegetais as proteínas estão presentes. A importância das proteínas está relacionada com suas funções no organismo. Todas as enzimas conhecidas são proteínas. Estas substâncias catalisam todas as reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção de outras moléculas - proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios. Proteínas Proteínas As proteínas podem ser simples, constituídas somente por aminoácidos, ou conjugadas, que contém outros grupos (grupo prostético) não-protéicos como carboidratos, íons, etc. A hemoglobina é um exemplo de proteína conjugada. Contém 4 proteínas ligadas a uma porfirina e a um íon de ferro. As liproproteínas, tal como LDL e HDL, são também exemplos de proteínas conjugadas - neste caso, com lipídeos. Proteínas Outra forma de classificar as proteínas é baseado na sua função. Podem ser divididas em proteínas estruturais e biologicamente ativas. A maioria das proteínas estruturais são fibrosas. São compostas por cadeias alongadas. Dois exemplos são o colágeno (ossos, tendões, pele e ligamentos) e a queratina (unhas, cabelos, penas, cascos e bicos). Proteínas As proteínas biologicamente ativas são globulares. Muitas delas ficam na membrana celular, e atuam de diversas maneiras. A porina é uma proteína trans-membrana, que atua como um canal iônico em bactérias. Existe um "buraco" na estrutura protéica onde os íons passam, seletivamente. A Estrutura tridimensional de proteínas Níveis de organização A ESTRUTURA DITA A FUNÇÃO. A FUNÇÃO DE UMA PROTEINA DEPENDE DIRETAMENTE DE SUA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL, QUE POR SUA VEZ É DETERMINADA PELA SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS Síntese ProteínasA seqüência dos aminoácidos na proteína é determinado geneticamente a partir da seqüência dos nucleotídeos no DNA celular. Quando uma proteína em particular é necessária, o código do DNA para esta proteína é transcrito em uma seqüência complementar de nucleotídeos chamada de RNA mensageiro. Uma seqüência de 3 nucleotídeos no RNA mensageiro especifica o aminoácido. Desta maneira, o organismo é capaz de sintetizar as várias proteínas com as funções mais diversas de que precisa. Assim a seqüência de aminoácidos é ditada pelo RNA mensageiro. Síntese Proteínas CC O HO NH2 R H CHOOC N R H H H CHOOC N R H H CC O NH2 R H HOH Proteínas As proteínas também são chamadas de polipeptídeos, porque os aminoácidos são unidos por ligações peptídicas. Ligação peptídica é a união do grupo amino de um aminoácido com o grupo carboxila de outro amino ácido, através da formação de uma amida. Através destas ligações, os aminoácidos formam cadeias longas. A maioria das proteínas tem mais de 200 resíduos de aminoácidos e podem ser formadas por uma ou mais cadeias polipeptídicas. Ligação Peptídica FORMAÇÃO DE UMA LIGAÇÃO PEPTÍDICA POR CONDENSAÇÃO. Proteínas – Estrutura primária A seqüência de aminoácidos é conhecida como estrutura primária. É esta estrutura que, de fato, determina a forma e a função da proteína. A estrutura primária é somente a seqüência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação espacial da molécula. O oxigênio carbonílico possui uma carga parcial negativa e o nitrogênio amídico, uma carga parcial positiva, gerando um pequeno dipolo elétrico � unidade peptídica A ligação peptídica apesar de ser representada por um único traço de ligação, tem características intermediárias entre uma ligação simples e uma dupla ligação, devido à interação entre as duas formas de ressonância. Assim, não há possibilidade de rotação em torno da ligação peptídica. Apenas há rotação em torno das ligações do carbono α. A CADEIA POLIPEPTÍDICA CONSISTE EM UM ARRANJO FLEXÍVEL DE UNIDADES PEPTÍDICAS, CONECTADAS POR UMA ARTICULAÇÃO: O CARBONO αααα. ESTRUTURA PRIMÁRIA DE PROTEÍNAS: É A SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS AO LONGO DA CADEIA POLIPEPTÍDICA. Leu-encefalina, um peptídeo opióide que modula a percepção de dor A seqüência de aminoácidos determina a estrutura espacial da proteína • A organização espacial da proteína é resultante do tipo de aminoácido que a compõem e de como eles estão dispostos uns em relação aos outros. • A seqüência de aa irá determinar o tipo de interação possível entre as cadeias laterais. • A organização tridimensional de uma proteína, desde a seqüência de aminoácidos, passando pelo enrolamento da cadeia polipeptídica até a associação de várias cadeias, pode ser descrita em níveis estruturais de complexidade crescente. Proteínas Os ângulos formados pelas ligações peptídicas fazem com que a cadeia protéica assuma uma conformação espacial chamada de estrutura secundária. Esta conformação espacial é reforçada pelas interações intramoleculares e intermoleculares entre os aminoácidos. A principal é a ligação hidrogênio que acontece entre os hidrogênios dos grupos amino e os átomos de oxigênio dos outros aminoácidos. Proteínas Estas ligações forçam a proteína a assumir uma forma helicoidal, chamada de αααα−−−−hélice. Ou a forma de folhas β pregueadas (ββββ-sheets), onde uma cadeia interage paralelamente com outra. α-hélice ββββ-sheets A estrutura secundária • É dada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na seqüência primária da proteína. • São dois os tipos principais de arranjo secundário regular: – alfa-hélice; – folha-beta. • A α-hélice e a folha β-pregueada estabilizam-se por pontes de hidrogênio entre o nitrogênio e o oxigênio dos grupos –NH e –C=O, constituintes das ligações peptídicas. •O grupamento CO de cada aminoácido forma ponte de hidrogênio com o grupamento NH do aminoácido que está situado a quatro unidades adiante na seqüência linear, sendo que todos os grupamentos NH e CO formam pontes de hidrogênio. α-Hélice • Alfa-hélice está presente na estrutura secundária dos níveis de organização das proteínas. Se assemelha a uma escada em espiral. • Nesta estrutura o esqueleto polipeptídico está estreitamente enrolado ao longo do maior eixo da molécula e os grupos R dos resíduos de aminoácido projetam-se para fora do esqueleto helicoidal • A estabilização se dá pela presença das ligações de hidrogênio entre os grupamentos NH e CO (integrantes da ligação peptídica) da cadeia principal. MODELO BOLA – BASTÃO DE UMA αααα-HÉLICE. A αααα-HÉLICE É UMA ESTRUTURA ENROLADA MANTIDA POR PONTES H INTRACADEIA. OS 4 MODELOS DA αααα - HÉLICE, MOSTRANDO DIFERENTES ASPECTOS DE SUA ESTRUTURA REGULAR. α-hélice Modelo bola-bastão. Vista por cima. Modelo espaço cheio. FERRITINA, UMA PROTEÍNA QUE ARMAZENA FERRO, TEM 75% DE SUA ESTRUTURA EM αααα - HÉLICE. Folha beta pregueada • Folha-beta é um padrão estrutural encontrado em várias proteínas, nas quais regiões distantes da cadeia polipeptídica ou regiões de cadeias polipeptídicas diferentes associam-se por meio de pontes de hidrogênio resultando em uma estrutura achatada e rígida. • As pontes de hidrogênio são perpendiculares ao eixo das cadeias, e os grupos R dos aminoácidos projetam- se para cima e para baixo do plano da folha pregueada. UMA FOLHA ββββ ANTIPARALELA. FITAS ββββ VIZINHAS CORREM EM DIREÇÕES OPOSTAS. UMA FOLHA ββββ PARALELA. FITAS ββββ ADJACENTES CORREM NA MESMA DIREÇÃO. ESTRUTURA DE UMA FOLHA ββββ MISTA. Estrutura terciária: • Refere-se a todos os aspectos do enovelamento tridimensional de um peptídeo. • Descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica por interação com regiões de estrutura regular ou sem estrutura definida. • A estruturaterciária das proteínas é mantida por interações fracas entre as cadeias laterais dos aminoácidos que constituem a proteína ���� o grande número destas ligações é responsável pela manutenção da estrutura terciária das proteínas. Estrutura terciária: • Ligações fracas: – Pontes de hidrogênio: entre grupos R de aminoácidos polares com ou sem carga. – Interações hidrofóbicas: entre cadeias laterais hidrofóbicas de aa apolares. Ocorre na presença da molécula protéica no ambiente aquoso. As cadeias hidrofóbicas ficam no interior da molécula para se “protegerem” da água. – Ligações iônicas ou salinas: entre grupos com cargas opostas. Mas a maioria destes grupos se localiza na superfície fazendo interação íon-dipolo com a água, que forma uma camada organizada de água ao redor da molécula = camada de solvatação. Tipos de interação químicas na estrutura terciária • Pontes de hidrogênio • Interações hidrofóbicas • Ligações iônicas ou salinas • Pontes de dissulfeto: ligação covalente formada entre 2 resíduos de cisteína (cistina) � grande estabilidade. Ocorre mais em proteínas extracelulares. ESTRUTURA TERCIÁRIA DESCREVE O DOBRAMENTO FINAL DA CADEIA POLIPEPTÍDICA, ONDE SEGMENTOS DISTANTES NA SEQUÊNCIA PODEM SE APROXIMAR E INTERAGIR POR INTERAÇÕES FRACAS. MODELO BOLA- BASTÃO DA MIOGLOBINA. Interações ou ligações que estabilizam a estrutura terciária das proteínas Ligação de hidrogênio Ligação iônica Interação hidrofóbica VISÃO ESQUEMÁTICA DA MIOGLOBINA QUE TEM 80% DE SUA ESTRUTURA EM αααα HÉLICE DISTRIBUIÇÃO DE AMINOÁCIDOS NA MIOGLOBINA. Proteínas Certas proteínas são compostas por mais de uma unidade polipeptídica. A imunoglobulina, por exemplo, é constituída por 4 cadeias protéicas. A conformação espacial destas cadeias, juntas, é que determina a estrutura quaternária. ESTRUTURA QUATERNÁRIA DE PROTEÍNAS: O TETRÂMERO αααα2ββββ2 DA HEMOGLOBINA HUMANA. Proteínas Fibrosas x Proteínas Globulares FIBROSAS • Colágeno • Queratina GLOBULARES • Enzimas • Mioglobina • Hemoglobina • Têm forma alongada, são geralmente insolúveis e desempenham um papel basicamente estrutural nos sistemas biológicos. • Possuem cadeia polipeptídica muito longa com estrutura secundária regular • Fornecem suporte, formas e proteção externa aos vertebrados. • Possuem diversas funções dinâmicas nos sistemas vivos. • Uma ou mais cadeias polipeptídicas organizadas em forma esférica. • Geralmente são solúveis em meio aquoso. ESTRUTURA DO CABELO: A ααααHÉLICE DA QUERATINA SE ENROLA AOS PARES, QUE SE COMBINAM FORMANDO PROTOFILAMENTOS E PROTOFIBRILAS. As α- queratinas são componentes principais da epiderme dos vertebrados � cabelo, lã, unhas, chifres , bicos e penas A estrutura do fio de cabelo PROCESSO DE FAZER PERMANENTE NOS CABELOS É ENGENHARIA BIOQUÍMICA. Enovelamento de proteínas O enovelamento de uma proteína geralmente ocorre via um processo em etapas • Segmentos se dobram dentro de estruturas secundárias • Forças dirigem as regiões hidrofóbicas para o interior da proteína Proteínas Auxiliares auxiliam o dobramento: • Chaperonas • Proteína dissulfeto isomerase • Prolina cis-trans isomerase Diversas patologias têm origem na alteração do enovelamento de proteínas Sintomas incluem: demência e perda de coordenação As encefalopatias espongiformes transmissíveis ou doença do Príon são doenças neurodegenerativas fatais, caracterizadas por perda neuronal, resultantes da deposição de agregados protéicos insólúveis nas células neuronais. • A PrPc (forma celular) é encontrada normalmente no tecido nervoso • Suas funções são ainda discutíveis: • manutenção da concentração intracelular adequada de íons Cu2+; • participação no transporte ou metabolismo de zinco; • proteção ao estresse oxidativo; • participação na excitabilidade celular e transmissão sináptica; • apoptose celular. • A doença é causada pela alteração estrutural da proteína PrPc cerebral para PrPsc (scrapie) � aumento do conteúdo de folhas-beta e diminuição daquele de alfa-hélice. • A proteína se torna insolúvel e precipita formando os agregados. • A PrPsc induz as alterações na proteína PrPc, o que explica ser uma doença infecciosa. Doença de Alzheimer • O enovelamento incorreto de uma proteína endógena ao tecido cerebral humano, β- amilóide, é uma característica marcante da doença. Nos pacientes com a doença, os níveis da proteína β-amilóide se tornam elevados. Esta proteína sofre uma mudança conformacional de um estado rico em α-hélices solúvel para um estado rico em folhas β e propenso à auto- agregação. Estrutura primária: é a seqüência de aminoácidos ao longo da cadeia polipeptídica, que é determinada geneticamente, sendo específica para cada proteína. A estrutura primária das proteínas é mantida por ligações covalentes, mais especificamente, as ligações peptídicas. Estrutura secundária: refere-se a arranjos estáveis dos resíduos de aminoácidos, originando padrões estruturais recorrentes. Descreve as estruturas regulares tridimensionais formadas por segmentos da cadeia polipeptídica. A estrutura secundária das proteínas é mantida por pontes de H entre os grupos C=O e N – H que fazem parte da ligação peptídica. Estrutura terciária: refere-se a todos os aspectos do enovelamento tridimensional de um peptídeo. Descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica por interação com regiões de estrutura regular ou sem estrutura definida. A estrutura terciária das proteínas é mantida por interações fracas entre as cadeias laterais dos aminoácidos que constituem a proteína. Estrutura quaternária: descreve a associação de duas ou mais cadeias polipeptídicas para compor uma proteína funcional. A estrutura quaternária das proteínas também é mantida por interações fracas entre as cadeias laterais de aminoácidos, só que estes aa. estão localizados em sub-unidades diferentes. A solubilidade das proteínas A solubilidade das proteínas • Carga elétrica total da proteína = somatório das cargas apresentadas pelos radicais dos aa • pI das proteínas = pH no qual o número de cargas positivas equivale ao número de cargas negativas � eletricamente neutra • pI é determinado experimentalmente = valor do pH em que a proteína não migra quando submetida a um campo elétrico • pI > 7 = proteína básica • pI < 7 = proteína ácida • A solubilidade de uma proteína é determinada fundamentalmente por sua estrutura primária, que define a relação espacial entre os aminoácidos na estrutura tridimensional e sua interação com a água. Mas, características do meio tais como pH, concentração de sais interferem na solubilidade. • No pI a solubilidade é menor do que em outros valores de pH, onde as moléculas tem todas a mesma carga e por isso se repelem eletrostaticamente, estabilizando-se em solução. A SOLUBILIDADE DAS PROTEÍNAS É INFLUENCIADA PELA COMPOSIÇÃO DO MEIO AQUOSO. CARGA ELÉTRICA E SOLUBILIDADE DE PROTEÍNAS. O VALOR DO pI DE UMA PROTEÍNA REFLETE SUA COMPOSIÇÃO EM AMINOÁCIDOS. “SALTING IN”: Acredita-se que os íons adicionais presentes em solução interagem com os grupos carregados das moléculas de proteínas, atenuando as interações entre elas. “SALTING OUT”: Ocorre com sais di ou trivalentes, que competem com a proteína por moléculas de água para solvatação. Em altas concentrações desses sais, há tantos íons solvatados, que a quantidade de água disponível é insuficiente para dissolver todos os solutos: as interações proteína-proteína tornam-se mais fortes que as interações proteína- solvente; a proteína sofre agregação e precipita. Concentração de sais x solubilidade EFEITOS “SALTING IN” E “SALTING OUT” Alterações estruturais das proteínas Alterações estruturais das proteínas • Conformação nativa = conformação mais estável assumida pela molécula � enzimas estão ativas • Proteína desnaturada = conformação nativa destruída � quebra dasligações não- covalentes = cadeia polipeptídica distendida • Agentes desnaturantes: – Aquecimento – Ácidos e álcalis fortes � afetam a ionização dos grupamentos das proteínas – Uréia � estabelece pontes de hidrogênio com os radicais das proteínas – Detergentes e sabões (agentes anfipáticos) � sua cauda hidrofóbica é introduzida no interior da molécula desfazendo as interações hidrofóbicas que mantém a estrutura nativa da proteína Alterações estruturais das proteínas • Renaturação: – Retirado o agente desnaturante algumas proteínas podem voltar a sua conformação nativa Alterações estruturais das proteínas Um exemplo de desnaturação e renaturação da enzima ribonuclease Estado nativo Estado desenovelado Ligações dissulfeto reduzidas Renaturação. Ligações dissulfetos refeitas PROTEINAS DESNATURADAS PODEM RENATURAR. A RENATURAÇÃO DEMONSTRA QUE A ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE UMA PROTEINA É CONSEQUÊNCIA DE SUA ESTRUTURA PRIMÁRIA. CONFORMAÇÃO NATIVA DA RIBONUCLEASE A DESNATURAÇÃO DA PROTEÍNA ACARRETA PERDA DE SUA ESTRUTURA ORIGINAL.
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