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1 Profa. Laura Fantazzini Grandisoli 1 2 2 3 SUBNUTRIÇÃO PRIMÁRIA - Condições sócio-econômicas - Fatores psicológicos - Dependência para se alimentar (idosos, psiquiátricos) SECUNDÁRIA - Patologias - Balanço energético ou protéico negativo - Maior causa em adultos 4 3 Autor Grupo de pacientes % subnutrição Jansen, 1982 (Dinamarca) Cirurgia abdominal 28 V. Hoof, 1986 (Holanda) Câncer 74-80 Gassul, 1986 (Espanha) Doença inflamatória intestinal 85 Symreng, 1982 (Suécia) Cirurgia abdominal 26 Warnold, 1978 (Suécia) Cirurgia vascular 37 Bastow, 1993 (Inglaterra) Cirurgia ortopédica 19 Hill, 1977 (Inglaterra) Cirurgia geral 25-40 Bistrian, 1974 (EUA) Cirurgia geral 50 Meguid, 1985 (EUA) Câncer 44 Willcutts, 1978 (EUA) Cirurgia geral 65 Tanphaichitr, 1980 (Tailândia) Medicina geral/cirurgia 50-80 Pettigrew, 1994 (N Zelândia) Cirurgia geral 28 Waitzberg, 1999 (Brasil) Medicina geral/cirurgia 48 Adaptado de Waitzberg e col, 2002 PREVALÊNCIA DA SUBNUTRIÇÃO HOSPITALAR 5 Prevalência na admissão: 40 a 60% Aumento durante o período de internação: >80% em pacientes internados por pelo menos 2 semanas Idosos Cirúrgicos Críticos 6 4 IBRANUTRI • Estudo multicêntrico • 4000 pacientes atendidos pelo SUS • 12 estados e DF 7 IBRANUTRI • Estado nutricional dos 4000 pacientes: Waitzberg e col. Rev Bras Nutr Clin, 1999 8 5 • Fatores de risco associados ao pior estado nutricional: Idade >= 60 Câncer Infecção 1,39 2,69 2,56 OR P< 0,05 Waitzberg e col. Rev Bras Nutr Clin, 1999 IBRANUTRI 9 • Incidência de complicações de acordo com EN: p < 0,01 IBRANUTRI Waitzberg e col. Rev Bras Nutr Clin, 1999 10 6 • Tempo de internação e mortalidade: Nutridos 10,1 ± 11,7 d 4,7% Desnutridos 16,7 ± 24,5 d 12,4% Tempo de internação Mortalidade p < 0,01 IBRANUTRI Waitzberg e col. Rev Bras Nutr Clin, 1999 11 SUBNUTRIÇÃO CALÓRICA Marasmo • Progressão lenta, mecanismos de adaptação • Baixo peso, depósitos de gordura e musculares • Imunocompetência e cicatrização relativamente preservadas • Albumina normal ou levemente diminuída (não inferior a 2,8mg/dl) - Anorexia nervosa - DPOC - IRC - Câncer obstrutivo - AIDS - Insuficiência cardíaca - Idosos 12 7 SUBNUTRIÇÃO PROTÉICA Kwashiorkor • Progressão rápida, hipermetabolismo • Depósitos de gordura e musculares podem estar normais • imunocompetência e cicatrização • Edema • Hipoalbuminemia (inferior a 2,8mg/dl) - Trauma - Infecções - Sepse - Algumas neoplasias - Queimados - Cirurgias 13 SUBNUTRIÇÃO MISTA Marasmático Estresse agudo Infecção Trauma cirúrgico Predomínio calórico ou protéico Catabolismo protéico + ingestão + demanda energética CAQUEXIA 14 8 15 PACIENTE GRAVE Catecolaminas Citocinas (IL-1, IL-6, TNF) Glicocorticóides Hipermetabolismo Resistência à insulina Proteólise à massa magra Lipólise 16 9 SUBNUTRIÇÃO Baixo nível socioeconômico Estimulação insuficiente Saneamento básico precário Baixo peso ao nascer Interrupção precoce do AME Baixa escolaridade Instabilidade familiar Fraco vínculo mãe-filho Fonte: adaptado de Bull WHO (1996); 74 (2): 23-9. EQU IPE MUL TIPR OFIS SION AL Prim ária o u Sec undá ria SUBNUTRIÇÃO INFANTIL 17 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS MARASMO > PREVALÊNCIA NA POPULAÇÃO COMPROMETE MAIS OS LACTENTES 1º ANO DE VIDA Sinais clínicos: - apatia - cabelos escassos e finos - costela proeminente - pele frouxa - membros magros (perda de tecido adiposo e muscular) Tempo para desenvolver: meses a anos Predomínio de déficit energético 18 10 19 20 11 KWASHIORKOR < PREVALÊNCIA NA POPULAÇÃO COMPROMETE MAIS CRIANÇAS > 2 anos CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS Sinais clínicos: - Alteração na cor e textura do cabelo, quebradiço e escasso - Alterações na pele (dermatose) - Barriga protuberante (hepatomegalia) - Presença de edema em membros inferiores e/ou anasarca - Falsa aparência de boa nutrição (edema leve) Tempo para desenvolver: Semanas! Predomínio de déficit proteico 21 Palpação para identificação do edema (pressão moderada no local do inchaço com depressão cutânea e tecidual) 22 12 Edema bilateral no dorso dos pés e pernas 23 KWASHIORKOR MARASMÁTICO POUCO FREQUENTE CRIANÇAS ENTRE 1 E 2 ANOS Sinais Clínicos: - Edema simétrico iniciando pelo dorso de ambos os pés - Emagrecimento acentuado CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS 24 13 DOENÇAS ASSOCIADAS À SUBNUTRIÇÃO INFANTIL • Infecção pulmonar aguda • Doença diarreica • Câncer (leucemias) • Doença do Refluxo Gastroesofágico grave • Síndrome Genética / Neuropatia • Síndrome de má absorção • Cardiopatia • Doença Metabólica Hereditária • Deficiência na oferta alimentar 25 SUBNUTRIÇÃO HOPITALAR EM PEDIATRIA • Transição nutricional – redução da subnutrição infantil • Ambiente hospitalar: tendência de aumento • Estudos internacionais: 19 a 45,6% • Brasil: 18 a 58% (4 estudos) Araújo e Viana, 2016 26 14 CONSEQÜÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO • Alterações cognitivas / comportamentais • apatia • letargia • alterações capacidade intelectual •depressão • ansiedade • irritabilidade 27 CONSEQÜÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO • Ventilação artificial • Infecções pulmonares • síntese protéica • catabolismo • débito cardíaco • volume sistólico • PA • Atrofia tecidos linfáticos • linfócitos T e complemento • Infecções 28 15 CONSEQÜÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO • Retardo cicatrização • Deiscência incisões e anastomones • Surgimento úlceras decúbito • Dificuldade cicatrização • secreção gástrica, pancreática e biliar • hipomotilidade intestinal • atrofia de vilosidades • Atrofia tubular • filtração glomerular 29 CONSEQÜÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO MÁ ABSORÇÃODIARRÉIA SUBNUTRIÇÃO 30 16 BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100 31 BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100 32 17 BRASPEN J 2019; 34 (1): 3-23 33 BRASPEN J 2019; 34 (1): 3-23 34 18 www.diganaoadesnutrição.org 35 SLO, sexo masculino, 84 anos ITU multi® + Síndrome Consumptiva AP: HAS, ICC “Paciente internado por confusão mental há 2 semanas e história de perda de peso de 24 kg nos últimos 3 anos. Esteve internado em outro serviço por ICC, onde recebeu dieta por SNE durante um mês. Desidratado, descorado, emagrecido, desorientado no tempo e espaço, confuso, PA 9X6. Apresenta alterações de eletrólitos e albumina reduzida sugestivos de subnutrição”. CASO CLÍNICO 36 http://www.diganaoadesnutricao.org/ 19 CONDUTA • Identificar os pacientes subnutridos ou com risco de subnutrição • Determinar as necessidades calóricas e proteicas • Programar a terapia nutricional • Avaliar a recuperação 37 Resolução 63 Portaria 337 “Compete ao nutricionista: realizar avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional ...” Ministério da Saúde Secr. Vigilância Sanitária Junho/2000 Abril/1999 38 20 TRIAGEM NUTRICIONAL Prever as probabilidades de pior desfecho devido a aspectos nutricionais e quanto o tratamento nutricional pode influenciar esse desfecho. Identificação de pacientes em risco nutricional Ações para a reabilitação nutricional 39 TRIAGEM NUTRICIONAL • MUST (Malnutrition Universal Screening Tool) Score 1. IMC 2. Perda de peso em 3- 6 meses 0 ≥20 ≤5% 1 18,5 – 20 5 – 10% 2 ≤18,5 ≥10% 3. Efeito agudo da doença Acrescentar +2 pontos se houve ou há possibilidade de jejum > 5 dias Risco de SUBNUTRIÇÃO 0 (baixo): Cuidados de rotina. Repetir semanalmente. 1 (médio): Observar. Documentar a ingestão alimentar e hídrica por 3 dias. 2 ou + (alto): Tratar. Encaminhar para o nutricionista ou aplicar os procedimentos de rotina. Alimentação padrão seguida de suplementação. ESPEN Guidelines for Nutritional Screening Kondrup e col., 2003 40 21 • NRS-2002 (Nutritional Risk Screening) Tabela 1 Triagem inicialSIM NÃO 1 IMC < 20,5? 2 Perda de peso nos últimos 3 meses? 3 Redução da ingestão alimentar na última semana? 4 O paciente está grave? (ex. UTI) SIM: prosseguir para a tabela 2 NÃO: repetir semanalmente ESPEN Guidelines for Nutritional Screening Kondrup e col., 2003 TRIAGEM NUTRICIONAL 41 • NRS-2002 Tabela 2 Triagem final Estado nutricional Gravidade da doença Ausente Score 0 Estado nutricional normal Ausente Score 0 Necessidades nutricionais normais Leve Score 1 Perda peso >5% em 3m ou ingestão alimentar < 50-75% necessidades na semana anterior Leve Score 1 Fratura de quadril; pacientes crônicos com complicações agudas: cirrose, DPOC; hemodiálise, DM Moderado Score 2 Perda peso >5% em 2m ou IMC 18,5- 20,5 + estado geral prejudicado ou ingestão alimentar < 25-60% necessidades na semana anterior Moderado Score 2 Cirurgia abdominal de grande porte, AVC, pneumonia grave Grave Score 3 Perda peso >5% em 1m (>15% em 3m) ou IMC <18,5 + estado geral prejudicado ou ingestão alimentar 0- 25% necessidades na semana anterior Grave Score 3 Trauma, transplante de medula óssea, pacientes de UTI Score < 3: repetir semanalmente Score ≥ 3: o paciente tem risco nutricional (somar + 1 ponto se 70 anos ou mais) ESPEN Guidelines for Nutritional Screening Kondrup e col., 2003 TRIAGEM NUTRICIONAL 42 22 § MNA § A. Nos últimos 3 meses houve diminuição da ingestão alimentar devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar e deglutir? § (0) severa (1) moderada (2) sem diminuição § B. Perda de peso nos últimos meses: § (0) > 3 kg (1) não sabe (2) 1 a 3 kg (3) sem perda § C. Mobilidade: § (0) restrito ao leito ou cadeira de rodas (1) deambula, mas não é capaz de sair de casa (2) normal § D. Sofreu stress físico ou doença aguda nos últimos 3 meses? § (0) Sim (2) Não § E. Alterações neuropsicológicas: § (0) demência severa ou depressão (1) demência leve (2) sem alterações § F. IMC: § (0) < 19 (1) 19 – 20 (2) 21 – 22 (3) >= 23 Score 12 ou +: sem risco Score < 12: Possível subnutrição à Continuar o questionário. TRIAGEM NUTRICIONAL ESPEN Guidelines for Nutritional Screening Kondrup e col., 2003 43 SUBNUTRIÇÃO ENTRE IDOSOS ingestão alimentar • < atividade física • dentição precária • < acuidade visual • < sensibilidade gustativa e olfativa • depressão • limitação funcional aproveitamento dos nutrientes • alterações trato gastrointestinal • motilidade • secreção ácida • capacidade absortiva • medicamentos • doenças crônicas 44 23 Massa magra: - 0,3kg/ano a partir dos 30 anos Músculos, ossos, tecido conectivo, colágeno, células imunológicas, proteínas carreadoras < reserva orgânica Seidell e Visscher ,2000 ; Moriguti e col, 2001; Hickson, 2005; Sobotka, 2008 COMPOSIÇÃO CORPORAL 45 SUBNUTRIÇÃO ENTRE IDOSOS Idosos è mais propensos à falta de apetite que os indivíduos jovens durante um stress fisiológico. Déficit energético reservas corporais marginais < capacidade de manter homeostase > risco de desenvolver novas complicações antes de se recuperar da primária Risco de complicações e morte aumenta na proporção direta da severidade dos déficits nutricionais Sullivan e col., 1999 46 24 SLO, sexo masculino, 84 anos ITU multi® + Síndrome Consumptiva AP: HAS, ICC Entrevista com familiar (filho): - Peso habitual: 70 kg (há 3 anos) - Peso há 7 meses: 55 kg - Peso na alta hospitalar (há 2 semanas): 46 kg - Após alta hospitalar: sem SNE, aceitando dieta líquida cremosa em pequena quantidade (falta de apetite e dificuldade para se alimentar). - Acamado. - AJ = 56 cm à A = 1,73m IMC? % perda de peso? CASO CLÍNICO Triagem nutricional Score: 4 pontos 47 SLO, sexo masculino, 84 anos ITU multi® + Síndrome Consumptiva AP: HAS, ICC Entrevista com familiar (filho): - Peso habitual: 70 kg (há 3 anos) - Peso há 7 meses: 55 kg - Peso na alta hospitalar (há 2 semanas): 46 kg - Após alta hospitalar: sem SNE, aceitando dieta líquida cremosa em pequena quantidade (falta de apetite e dificuldade para se alimentar). - Acamado. - AJ = 56 cm à A = 1,73m - IMC = 15,4 kg/m2 - % perda de peso = 16,4% em 7 meses (perda de peso grave) CASO CLÍNICO Triagem nutricional Score: 4 pontos 48 25 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado • Não há um único método de avaliação com especificidade e sensibilidade adequadas para o paciente hospitalizado. • Condições clínicas afetam diversos parâmetros. Considerar o maior número de parâmetros subjetivos e objetivos ao avaliar o estado nutricional do paciente hospitalizado. ASPEN, 2012 49 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Exame físico: - Detectar sinais e sintomas associados à subnutrição. - Método limitado para o diagnóstico precoce. - Alguns sinais clínicos não são específicos de carências nutricionais à considerar conjuntos de sinais que caracterizam uma síndrome nutricional. - Para diagnóstico, os sinais devem ser confirmados com exames laboratoriais e avaliação do consumo alimentar. Vanucchi e col., 1996 Palma e Rosa, 2006 50 26 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) • História de perda de peso à acima de 10% em 6 meses • Alterações da ingestão alimentar • Sintomas gastrointestinais • Capacidade funcional • Grau de stress do diagnóstico • Exame físico: perda gordura subcutânea e musculatura, edema • Diagnóstico nutricional: eutrofia, subnutrição moderada ou subnutrição grave 51 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Antropometria Adultos (<60 anos): Frisancho (NHANES I e II) Metropolitan Life Insurance Company P/A IMC CB DCT PCSE CMB AMB CP Idosos (³60 anos): Kukzmarski et al. (NHANES III) SABE Burr & Phillips (acima 65 anos) Frisancho (até 74 anos) 52 27 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Toledo et al. Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100 53 Exames laboratorias Albumina - normal: > 3,5 mg/dL - depleção leve: 3,0 a 3,5 mg/dL - depleção moderada: 2,4 a 2,9 mg/dL - depleção grave: < 2,4 mg/dL Transferrina - depleção leve: 150 a 200mg% - depleção moderada: 100 a 150 mg% - depleção grave: < 100 mg% Pré-albumina - normal: 20 mg/dL - depleção leve: 10 a 15 mg/dL - depleção moderada: 5 a 10 mg/dL - depleção grave: < 5 mg/dL Contagem total de linfócitos - depleção leve: 1200 a 2000/mm3 - depleção moderada: 800 a 1199/mm3 - depleção grave: < 800/mm3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 54 28 CONDUTA • Identificar os pacientes subnutridos ou com risco de subnutrição ✓ • Estimar as necessidades calóricas e proteicas • Programar a terapia nutricional • Avaliar a recuperação 55 ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES PESO? 56 29 1ª semana PESO ATUAL Acompanhar glicemia, P, K e Mg IMC < 16 kg/m2: Síndrome da realimentação ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES 57 SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO SÍNDROME DO ROUBO CELULAR Desequilíbrio hidroeletrolítico severo associado a anormalidades no metabolismo de carboidratos • Hipofosfatemia • Hipomagnesemia • Hipocalemia Pacientes subnutridos realimentados por via oral, enteral ou parenteral • Deficiência de tiamina • Retenção hídrica • Hiperglicemia, hiperTG 58 30 § II Guerra Mundial § Realimentação à Insuficiência cardíaca, edema, dispneia e complicações neurológicas Cerco de Leningrado (set 1941 – jan 1944) Porções diárias de 250g de alimentos para trabalhadores e 125g para outros civis. Máximo de 460 calorias diárias, média de 300 calorias, praticamente sem proteínas. Alpers e Klein 1999, Marinella 2003, Hearing 2004, Sparén e col 2007 59 § Décadas de 70 e 80 Complicações severas relacionadas à realimentação agressiva por via parenteral em pacientes com caquexia Nutrição Parenteral à Morte súbita por arritmias em pacientes com anorexia nervosa. Gottdiener e col 1978, Isner e col 1985 Silvis e col 1972, Weinsier e col 1981 60 31 SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO INANIÇÃO insulina glucagon Lipólise Proteólise CATABOLISMO STRESS PMgK Mg MgMg P P P K K K K LIPÍDIO PROTEÍNA ENERGIA 61 SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO GLICOSE REALIMENTAÇÃO insulina captação de glicose pelas células Síntese protéica ANABOLISMO Mg Mg P K K utilização de tiamina MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 62 32 SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO SÍNDROME DO ROUBO CELULAR •Deficiência de tiamina (encefalopatia de Wernicke): • confusão • distúrbio ocular • tremores • coma Hipofosfatemia: • fraqueza muscular • cardiomiopatia • contratilidade diafragmática • perturbação mental, parestesia Hipomagnesemia: • arritmia cardíaca • desconforto abdominal, anorexia • confusão, irritabilidade • tremores, parestesia, tetania Hipocalemia: • arritmia cardíaca, hipotensão • confusão • fraqueza muscular, paralisia • depressão respiratória 63 DISTRIBUIÇÃO DE FLUIDOS CORPORAIS REALIMENTAÇÃO CARBOIDRATOS PROTEÍNAS - LIPÍDIOS < excreção sódio e água Expansão do compartimento extracelular Ganho de peso, insuficiência cardíaca > excreção de sódio e água Perda de peso, hiponatremia, desidratação 64 33 Distúrbios eletrolíticos Complicações cardíacas Alterações neurológicas 65 Crook e col. Nutrition, 2001 § Subnutridos, >10% perda peso em 2 meses § Jejum por 7 a 10 dias + STRESS § IMC < 16 kg/m2 § Perda de peso recente > 15% § Anorexia nervosa § Etilismo crônico § Emagrecimento intenso após cirurgia da obesidade § Câncer em quimioterapia § Idosos § Pós-operatórios (íleo) ALTO RISCO SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO PACIENTES EM RISCO 66 34 ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES 1ª semana PESO ATUAL Acompanhar glicemia, P, K e Mg IMC < 16 kg/m2: 2ª / 3ª semana PESO IDEAL / HABITUAL Normalização níveis séricos IMC ³ 16 kg/m2: • peso habitual (IMC entre 18,5 e 25) • peso ideal Síndrome da realimentação 67 ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES 68 35 Toledo et al. Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100 ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES 69 Estimativa das necessidades nutricionais A estimada = 1,73m (Chumlea, 1994) P utilizado para cálculo = 46 kg (“atual”) GET = 1306 kcal (GEB x 1,2 x 1,1) è 28,4 kcal/kg Proteínas = 46 a 64,8g/dia Harris-Benedict Homens: GEB = 66,5 + (13,7 x Peso) + (5 x Alt) – (6,8 x Idade) FA: 1,2 (acamado) FI: 1,1 (infecção leve) PROTEÍNAS: 1,0 – 1,2g/kg Fórmula de bolso: 15 kcal/kg (risco síndrome realimentação) PROTEÍNAS: 1,0 – 1,2g/kg GET = 690 kcal Proteínas = 46 a 64,8g/dia 70 36 CONDUTA • Identificar os pacientes subnutridos ou com risco de subnutrição ✓ • Estimar as necessidades calóricas e proteicas ✓ • Programar a terapia nutricional • Avaliar a recuperação 71 TERAPIA NUTRICIONAL VIAS DE ACESSO Oral Parenteral Enteral 72 37 TERAPIA NUTRICIONAL Toledo et al. Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2018; 33 (1): 86-100 73 Estimativa das necessidades VIA DE ACESSO ? 74 38 06/junho Dieta enteral padrão 150 ml 3/3h 1260kcal (27 kcal/kg) 47,9 g prot (1,04 g/kg) 06/junho P =1,8 mg/dL Mg =1,7 mg/dL Evacuações 3x, SL a L 07/junho Introduzida fibra solúvel 2 x ao dia Evacuações 3x, SP a SL P = 1,3 mg/dL 08/junho Dieta enteral padrão 100 ml 3/3h 840kcal (18 kcal/kg) 30,1 g proteínas (0,65 g/kg) 08/junho Evacuações ausentes 09/junho Solução de fibra solúvel 1x ao dia 10/junho P =1,0 Mg =1,7 Reposição medicamentosa 12/junho P =3,1 Mg =1,4 11/junho Inicia com dieta VO (acompanhamento fonoaudiológico) Mantida SNE 13/junho VO Dieta enteral padrão 150 ml 3/3h 1260kcal (27 kcal/kg) 47,9 g prot (1,04 g/kg) 14/junho P =1,8 Mg =1,5 Sacada SNE Evolução 1,2 kcal/mL 45,6 g prot/L P = 2,4 - 4,4 mg/dL Mg = 1,6 - 2,6 mg/dL 75 REABILITAÇÃO NUTRICIONAL Suplementação calorico-protéica visando ganho de peso Proteínas: 0,8 a 2 g/kg/dia, conforme diagnóstico e grau de catabolismo Calorias: + 1000 kcal/dia 1kg / semana PACIENTES ESTÁVEIS 30 a 40 kcal/kg 76 39 ACOMPANHAMENTO • Ingestão alimentar: diariamente • Peso: 3 vezes por semana • Antropometria: 20 dias • Albumina sérica: 20 dias • Transferrina sérica: 10 dias • Pré-albumina: 2 dias • Balanço nitrogenado • Força de preensão palmar: 2 a 3 vezes por semana Monitorar: Rossi e col., 2009 77 • Períodos de jejum longos e repetidos (exames, cirurgias) • Resposta inflamatória exacerbada • Baixa ingestão alimentar durante o período de internação. Avaliar o risco de desenvolvimento de subnutrição durante a estadia hospitalar: ASPEN, 2012 ACOMPANHAMENTO 78 40 “Com ajuste dos eletrólitos e tratamento da ITU, o paciente apresentou melhora importante do nível de consciência e do padrão hemodinâmico. Vai de alta orientado no tempo e espaço, consciente, comunicativo, alimentado-se por via oral.” Sacada SNE Alta em 18/junho Evolução 79 CONDUTA • Identificar os pacientes subnutridos ou com risco de subnutrição ✓ • Determinar as necessidades calóricas e protéicas ✓ • Programar a terapia nutricional ✓ • Avaliar a recuperação à acompanhamento ambulatorial 80 41 Subnutrição SarcopeniaCaquexia 81 Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, Cooper C, Landi F, Rolland Y, Sayer AA, Schneider SM, Sieber CC, Topinkova E, Vandewoude M, Visser M, Zamboni M; Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2018 Oct 12. 82 42 § Primário § Envelhecimento § Secundários § Doenças: inflamatórias, osteoartrite, doenças neurológicas § Sedentarismo § Desnutrição: subnutrição (baixo consumo, má-absorção de nutrientes), obesidade Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, Cooper C, Landi F, Rolland Y, Sayer AA, Schneider SM, Sieber CC, Topinkova E, Vandewoude M, Visser M, Zamboni M; Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2018 Oct 12. 83 § https://www.youtube.com/watch?v=R-Me945izj0#action=share Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, Cooper C, Landi F, Rolland Y, Sayer AA, Schneider SM, Sieber CC, Topinkova E, Vandewoude M, Visser M, Zamboni M; Writing Group for the European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2018 Oct 12. Pontos de corte para diagnóstico 84 https://www.youtube.com/watch?v=R-Me945izj0 43 § PROTEÍNAS § Idosos produzem menos massa muscular do que indivíduos mais jovens com a mesma quantidade de proteína alimentar. § Recomendação: 1,0 a 1,5g/kg/dia § Distribuir equitativamente nas refeições principais § Suplementação deve ser feita nos intervalos das refeições principais (lanches). § Aminoácidos de cadeira ramificada – leucina: efeito anabólico. § VITAMINA D § Hipovitaminose D está relacionada com baixa força muscular. § Acompanhar níveis séricos regularmente. § HMB (β-hidroxi-β-metilbutirato) § Metabólito da leucina. § Redução da degradação proteica muscular e aumento da massa magra Morley JE, Argiles JM, Evans WJ, et al. Nutritional recommendations for the management of sarcopenia. J Am Med Dir Assoc. 2010;11(6):391-396. ROSSI, L.; POLTRONIERI, F. (org.). Tratado de Nutric ̧ão e Dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019 85 86
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