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metodologia-manutencao-1.pdf Metodologia da Manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Unidade 1 Introdução a Manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Metodologia da Manutenção Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autores ANDREW SCHAEDLER E GISELLY MENDES Andrew Schaedler Eu, Andrew, sou formado em Engenharia Mecânica, com uma experiência técnico-profissional na área de engenharia de processos e usinagem de precisão, de mais de 8 anos. Passei por empresas como a TDK multinacional Japonesa produtora de componentes eletrônicos, John Deere multinacional Americana produtora de equipamentos agrícolas e hoje sou sócio proprietário de uma metalúrgica especializada em usinagem de precisão atendendo empresas de grande porte do ramo automotivo. Giselly Mendes Eu, Giselly, sou Mestra em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em Polímeros, Administradora, Educadora com uma experiência técnico- profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais de mais de 12 anos. Somos apaixonados pelo que fazemos e adoramos transmitir nossa experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! OS AUTORES Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Conceitos e definições da manutenção ............................................10 O que é manutenção? ............................................................................................................... 11 Manutenção industrial ............................................................................................................... 13 Manutenção predial ..................................................................................................................... 16 Manutenção elétrica ................................................................................................................... 18 Gestão da manutenção ............................................................................21 Classificação de bens ativos ................................................................................................. 23 Manutenção corretiva e aplicações ....................................................30 Manutenção preventiva e aplicações ................................................37 Vantagens da manutenção preventiva ......................................................................... 39 Implantação da manutenção preventiva ..................................................................... 40 Metodologia da Manutenção 7 INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO UNIDADE 01 Metodologia da Manutenção8 Você sabia que a área da manutenção é uma das maiores demandas na indústria? A manutenção também está presente em nosso dia a dia praticamente em todo lugar que frequentamos. Essa área de atuação profissional existe em todas as regiões do mundo. Nesta unidade vamos iniciar nossos estudos nesta área de conhecimento tão utilizada pela sociedade atual. Iremos aprender sobre os conceitos e definições da manutenção. Veremos como a gestão da manutenção é realizada e o impacto que ela tem no ramo industrial predial e elétrico. Ainda entenderemos o que é uma manutenção corretiva, o que é uma manutenção preventiva, suas diferenças, quando e como utilizá-las. Ficou empolgado? Ótimo! Então seguimos aprendendo sobre essa vasta área de conhecimento! INTRODUÇÃO Metodologia da Manutenção 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1 . Entender os conceitos básicos e definições da manutenção; 2. Aplicar técnicas de gestão da manutenção; 3. Compreender e aplicar a manutenção corretiva nas situações apropriadas; 4. Estudar os modelos de financiamento com métodos avançados. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Metodologia da Manutenção10 Conceitos e definições da manutenção INTRODUÇÃO: Neste capítulo você entenderá os conceitos de manutenção e suas definições. Dividiremos a manutenção em três áreas para melhor entendermos suas aplicações. Serão elas manutenção industrial, manutenção predial e manutenção elétrica. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos em frente! Em nosso tempo os serviços básicos e necessidades da sociedade tem exigido cada vez mais de instalações sofisticadas, métodos de produções com maiores tecnologias e serviços mais capazes e eficientes. Dentro deste cenário exigente e competitivo é extremamente importante que a área de conhecimento e atuação da manutenção acompanhe com velocidade e qualidade compatíveis as exigências demandadas. Vamos tomar por exemplo, a internet, que hoje está constantemente conosco, em nossos bolsos, fones de ouvido, televisão e muitas funções de trabalho dependem da internet para poderem produzir. Sobre a quantidade de profissionais da manutenção especializados nas mais diversas áreas estão atuando neste momento para que a rede de internet esteja funcionando para todos. Essa manutenção passa pela área industrial, onde está sendo produzido equipamentos prediais onde temos as instalações elétricas e de redes de comunicação e pela manutenção elétrica provendo-nos energia para nossas casas. Após essa reflexão e estendendo este exemplo para demais objetos ou sistemas que utilizamos, é possível ter uma ideia da necessidade importância e dependência, que todos temos, dos profissionais e conhecimentos da área de manutenção. Metodologia da Manutenção 11 O que é manutenção? Sabemos o que significa manutenção! Sempre associamos a palavra manutenção com “consertar as coisas”, ou no caso de nossos carros quando falamos em manutenção pensamos em troca de óleo, pastilha de freios e outros itens que sofrem desgastes ou deteriorações e necessitam ser trocados antes que o carro estrague ou deixe de funcionar. Segundo Almeida (2017), a manutenção, de maneira geral, engloba todos os procedimentos necessários para manter instalações, máquinas, equipamentos e todos os recursos de infraestrutura requeridos. Figura 1: Ilustração de manutenção. Fonte: Pixabay” Vamos usar como definição uma citação da NBR (norma técnica). NBR 5462/1994 item 2.81, manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual ele possa desempenhar uma função requerida. Se formos analisar definições elaboradas por órgãos normalizadores ou dicionário, a manutenção pode ser definida como o conjunto de cuidados e procedimentos técnicos necessários ao bom funcionamento Metodologia da Manutenção12 ou ainda ao reparo de máquinas, equipamentos, peças, veículos, instalações prediais e elétricas. A palavra derivada do latim manus tenere, que significa “manter o que se tem”, é definida de diversas formas (EN 13306, ABNT NBR 15154). SAIBA MAIS: NBR é uma sigla usada para representar a expressão Norma Técnica. É um conjunto de normas e regras técnicas relacionadas a documentos, procedimentos ou processos aplicados a empresas ou determinadas situações. Uma NBR é criada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Este órgão é responsável pela organização e elaboração de normas técnicas que são aplicadas em diferentes áreas, que abrangem desde a pesquisa acadêmica até documentos e procedimentos empresariais. Para que servem as NBR’s? A NBR, assim como outras normas, serve para padronizar, organizar e qualificar a produção de documentos ou procedimentos. A padronização, através do cumprimento das normas técnicas facilita a compreensão, já que toda documentação é constituída por um mesmo padrão. Estes padrões podem ser referentes a: • Formatação e configuração de documentação; • Etapas de realização de procedimentos e processos; • Uso adequado de termos, símbolos e classificação pré- definida para facilitar a compreensão. • As NBR não se referem apenas a elaboração de documentos e processos. Existem diversas de normas técnicas para diversas áreas como: • Normas de sistemas de gestão de qualidade. Metodologia da Manutenção 13 • Padronização de procedimentos operacionais. • Normas de acessibilidades. • Gestão ambiental. • Segurança ocupacional. • Construção, acústica e engenharia. • Sistemas de armazenamento de dados e de informação. • Métodos de medição. • Segurança de alimentos. • Gestão de arquivos. • Normas para produtos de saúde. • Controle de combustíveis. Então, compreendeu um pouco mais sobre as NBR? Legal não é mesmo? O Brasil já tem uma sistemática bem elaborada para diversas áreas de trabalho incluindo a manutenção. Vamos em frente. Manutenção industrial A indústria atual tem uma alta exigência por qualidade e produtividade, sendo assim exige que os processos produtivos estejam sempre em seu melhor funcionamento para atender as demandas produtivas. Essa condição exige muito da manutenção industrial, responsável por manter as máquinas e linhas de produção em funcionamento e o mais importante funcionando dentro dos padrões de qualidade exigidos. Em busca de competitividade e excelência operacional, a manutenção assume cada vez mais uma função estratégica nas organizações. Como ela é a responsável direta pelo funcionamento das máquinas de uma indústria, acaba tendo uma grande importância nos Metodologia da Manutenção14 resultados da empresa, sendo este resultado diretamente relacionado com a qualidade da manutenção de realizado dentro da empresa. Podemos afirmar que devido ao alto nível de exigência do mercado atual, a manutenção industrial é a área da manutenção que mais se desenvolveu, tanto em ferramentas para sua realização quanto na capacitação de seus profissionais e sistemas de gestão (ALMEIDA, 2017). Figura 2: Ilustração de manutenção industrial. Fonte: Freepik A manutenção industrial tem como objetivo maximizar a vida útil de uma máquina ou equipamento aplicando ações necessárias para manter ou restaurar um componente, peça ou até mesmo a máquina inteira. Você pode observar que a manutenção industrial é um “fator-chave” na estratégia de qualquer indústria que deseja ter o máximo de eficiência, excelência e um bom custo-benefício. Sendo assim podemos subdividi-la em quatro categorias, de acordo com Almeida (2017): • Manutenção corretiva não planejada – Quando um componente ou o equipamento falha ou apresenta uma diminuição significativa de desempenho de modo não esperado. Metodologia da Manutenção 15 Exemplo: O pneu de um carro furou e é necessário realizar a troca. • Manutenção corretiva planejada – Neste caso, quando a máquina começa a demonstrar os primeiros sinais de que seu desempenho está reduzindo, ou que uma falha pode vir a ocorrer, há um planejamento para que a manutenção seja realizada. Exemplo: A lâmpada de um carro queimou e planejamos a troca. • Manutenção preventiva – Como o próprio nome diz, visa prevenir falhas ao adotar uma série de medidas periódicas. Exemplo: A troca de óleo de um carro. O óleo do carro é troca tendo como base uma quantidade quilômetros rodados já pré-estabelecido e testado, garantindo assim o bom funcionamento do motor sem danos. • Manutenção preditiva – Considerada a mais moderna e uma das mais eficientes no ramo da manutenção industrial, a manutenção preditiva atua na inspeção rotineira de equipamentos para identificação de irregularidades que podem vir a dar problema. Por essa razão vem o nome “preditiva”, de prever, já que é possível prever uma futura falha e evitá-la. Exemplo: A manutenção de um carro tendo como base itens identificados por leitura de sensores presentes no carro. Temos como exemplo os scanners de injeção eletrônica. Na manutenção industrial, devido à alta demanda por ações, correção e reparas, existe algumas classificações para que os profissionais saibam como agir diante das atividades a serem realizadas, sendo algumas delas: • Emergencial: Quando um defeito pode trazer riscos a operação ou ao trabalhador, e neste caso deve se aplicar a manutenção corretiva imediatamente. • Crítico: Um patamar “abaixo” do emergencial, entra o plano de manutenção preventiva. Metodologia da Manutenção16 • Normal: Utilizada em manutenções a serem planejadas sem grande urgência. Neste caso, a manutenção preditiva. Após definida a prioridade, é necessário avaliar a ordem de trabalho a ser executado, podendo ser, segundo Baptista (2017): • Corretiva: Utilizada para serviços emergenciais onde a execução precisa ser imediata. Não há planejamento. • Planejada: Parte do plano da já citada manutenção preventiva ou quando o serviço é solicitado pelo cliente. • Rota: Utilizada somente para planos de manutenção. • Parada Geral: Semelhante a ordem planejada, essa é utilizada para serviços a serem realizados em paradas setoriais ou totalmente. Você aluno, já pode perceber a abrangência de conhecimento necessário para uma execução adequado da manutenção industrial não é mesmo? Seguimos em frente para aprendermos um pouco sobre a manutenção predial. Manutenção predial Estamos habituados com pequenas manutenções em nossas casas ou apartamentos, até mesmo em nosso local de trabalho. A manutenção predial faz parte dos nossos dias e sabemos da importância dela. Alguns desses reparos até nós mesmos sabemos executar, como uma pequena pintura ou um pequeno vazamento. Agora imagine a manutenção necessária em shoppings center, hipermercados ou em grandes condomínios com mais de 1000 apartamentos. A necessidade de uma manutenção rápida e eficaz é crucial para o bem estar das pessoas que utilizam estes estabelecimentos Metodologia da Manutenção 17 e a complexidade da gestão passa a ser um ponto ao qual os profissionais de manutenção precisam estar atentos. Quando pensamos em manutenção predial normalmente se pensa em contratar alguém para consertar problemas grandes, ou fazer pequenas reformas, quando necessário. Porém, a esta atividade começa muito antes disso, e envolve todo o cuidado com a infraestrutura do prédio, bem como de seus equipamentos. Isso significa que dentro do escopo da manutenção predial podemos incluir, de acordo com Baptista (2017): • Inspeções de rotina para checar as condições de cada elemento do imóvel; • Pequenos reparos elétricos, hidráulicos e de outras naturezas dentro do prédio; • Bom uso dos equipamentos e instalações para prevenir problemas com o tempo;. • Revisão periódica de elevadores, ar-condicionado, caixas da água Figura 3 - Ilustração de manutenção predial. Metodologia da Manutenção18 Equipe multidisciplinar Quanto ao trabalho profissional a equipe que irá executar a manutenção precisa ser multidisciplinar, para que cada especialidade seja cuidada por pessoas preparadas e especializadas em sua função. Segue alguns exemplos de como essa equipe deve ser composta, de acordo com Baptista (2017): • engenheiros; • eletricistas; • encanadores; • pintores; • pedreiros; • vidraceiros; • faxineiros; • técnicos especializados em manutenção de equipamentos específicos, como elevadores, instalação de gás e ar- condicionado. A manutenção predial ainda não é encarada pela maioria dos administradores de edificações como prioridade, pelo menos quando se trata da opção preventiva. Isso significa que existe oportunidade de negócio para quem souber vender os benefícios que esse tipo de cuidado oferece. Manutenção elétrica A manutenção elétrica está muito presente em diferentes campos das organizações de todos os setores, desde as instalações prediais que possibilitam a alimentação de iluminação, e leva energia até as indústrias com máquinas de produção em massa que necessitam de energia elétrica. Metodologia da Manutenção 19 Por ser invisível, a energia elétrica torna as operações de manutenção não extremamente perigosas, mas com necessidade da adoção de medidas de segurança adequadas a cada tipo de máquina, instalação industrial ou residencial (ALMEIDA, 2017). Figura 4 - Ilustração de manutenção elétrica. Fonte: Pixabay Estamos acostumados com quedas de luz, ou equipamentos que param de funcionar e até pequenos curto-circuito em nossas casas ou eletrodomésticos. Esses pequenos problemas fazem parte do nosso cotidiano e são prevenidos ou arrumados com a manutenção elétrica. Com certeza temos manutenção elétrica acontecendo dentro da indústria e dentro de nossas residências também. Mas essa área necessita de profissionais qualificados e normas de segurança específicas para ela. A energia elétrica é uma tecnologia complexa e com elevado risco a saúde de um ser humano quando manipulada de forma errada ou com displicência. Metodologia da Manutenção20 Sendo assim, a manutenção elétrica tornou-se uma área de conhecimento complexa e com diversas normas técnicas que precisam ser seguidas. RESUMINDO: E então? Deu pra ter uma boa noção da amplitude da manutenção não é mesmo? Aposto que você ver um trabalhador desta área exercendo sua função irá gastar alguns minutos para refletir sobre o que ele está fazendo o impacto de seu trabalho certo? Vimos neste capítulo as definições de manutenção. Foi possível discernir as três áreas de manutenção as quais estamos estudando, manutenção industrial, predial e elétrica. Também foi possível entender a importância de cada uma das áreas, um pouco de suas aplicações e diferenciá-las entre si. Conseguimos ter uma visão ampla do que é a manutenção e a importância dela para a sociedade atual. Bastante coisa não foi mesmo? Ficou curioso gostaria de aprender mais sobre manutenção? Ótimo! Então seguimos em frente! Metodologia da Manutenção 21 Gestão da manutenção INTRODUÇÃO: Neste capítulo você entenderá os conceitos e a importância sobre a gestão da manutenção. Será possível observar a importância da gestão nos casos em que as ações de manutenção envolvem equipes multidisciplinares e inúmeras ações. Ainda veremos como os processos pré-definidos e metodologias específicas garantem a rapidez e a eficácia nas ações dos profissionais envolvidos na manutenção, seja ela industrial, predial ou elétrica. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos em frente! Figura 5 - Ilustração de gestão da manutenção. Fonte: Pixabay O que você entende por gestão? Aposto que pensa logo em organização e administração certo? Pois quando falamos em gestão da manutenção é exatamente isso que significa, a organização dos recursos humanos e materiais, insumos e o planejamento estratégico necessário que as máquinas, equipamentos e instalações elétricas ou prediais Metodologia da Manutenção22 estejam em boas condições de funcionamento e supram as necessidades produtivas ou demandas por seus usuários. O gestor de manutenção deve controlar os recursos disponíveis tanto de entrada como de saída de modo a manter o perfeito funcionamento dos equipamentos ou sistemas que estão sobre sua responsabilidade, operacionalizando as demandas de trabalho com o nível de importância na produção e com os profissionais de manutenção em número necessário para executar o trabalho (ALMEIDA, 2017). Agora iremos ver alguns pontos importantes que são de responsabilidade do gestor de manutenção: • Deterioração de peças sem utilização por longo tempo: Algumas peças ou sistemas podem degradar por ficarem muito tempo paradas sem utilização. Um bom exemplo disso é a bateria de um carro que não é ligado durante vários dias. A bateria tem grande chance de precisar receber uma carga para voltar ao seu estado de trabalho normal. Esse tipo problema é evitado seguindo as especificações técnicas do equipamento, normalmente fornecidas pelo fabricante. • Excesso de gastos: Quando se adquire peças de reposição que não estão no cronograma planejado da manutenção e que não serão utilizadas para nenhuma emergência ou parada imprevista de equipamentos ou sistemas, a verba financeira do mês ou do período em questão pode ser afetada e impactar outra área da manutenção. Esses gastos extras refletem no orçamento da organização, esse gasto não planejado interfere em todos demais processos, comprometendo a competitividade da empresa ou em caso de ser um prédio ou condomínio pode implicar em um aumento no valor mensal pagos pelos moradores a administração do condomínio. • Metodologia da Manutenção 23 • Desperdício de espaço físico: grandes estoques desnecessários de peças de reposição representam desperdício devido a ocupação de um espaço que poderia ser utilizado para produção no caso de uma empresa. É possível evitar esse desperdício se a compra de peças de reposição for planejada para serem utilizadas assim que compradas (ALMEIDA, 2017). Após analisarmos as informações acima, você pode concluir que uma das fases mais importantes da manutenção é o planejamento e que os insumos ou peças utilizados diariamente na manutenção de uma organização devem ser adquiridos de forma planejada, sempre com o objetivo de ter o melhor aproveitamento e o mínimo de desperdício para empresa, prédio ou condomínio. Classificação de bens ativos Como você cuida os itens que você possuiu em sua casa? Com certeza tem um lugar para cada coisa e mantém tudo limpo e organizado certo? Pois bem, a gestão de ativos de uma organização é bem parecida, ela consiste em classificar máquinas, equipamentos, sistemas e peças em função de sua importância no sistema produtivo do caso de indústrias e no caso de prédios temos a classificação de acordo com a necessidade de utilização do usuário. Uma gestão eficiente dos bens ativos de uma organização inicia-se com uma avaliação da necessidade ou utilização em se manter a máquina, equipamento ou sistema em funcionamento ou a necessidade de troca por outro mais moderno devido a maior produtividade, conforto ao usuário ou até mesmo a facilidade de manutenção. Por essas vantagens, se é decidido como utilizar o investimento disponível e o ciclo de vida dos equipamentos definido. Ciclo de vida de um equipamento representa o tempo de utilização do mesmo até ele ser substituído por outro equipamento novo. O ciclo de Metodologia da Manutenção24 vida de um equipamento contempla o período de aquisição do mesmo período de utilização e o período de desativação (BAPTISTA, 2017). Os bens ativos compreendem os bens materiais, utilizados para atender a capacidade produtiva das organizações em todas as fases dos processos da organização. Sendo assim, é necessário ter uma classificação que define o nível de importância dos equipamentos e sistemas para a gestão da manutenção planejar a execução das operações necessárias. Para analisarmos a importância de cada equipamento, utiliza-se a classificação descrita seguir: • Equipamentos classe “A”: os equipamentos classificados aqui, pertencem ao grupo que em caso de parada, interrompem o processo produtivo ou atendem a principal atividade econômica da organização. Temos como exemplo uma máquina em uma linha de produção ou um elevador de um condomínio com vários andares. Temos agora uma lista com equipamentos classe “A” para uma indústria. Quadro 1 - Exemplos de ativos classe “A” Metodologia da Manutenção 25 Fonte: Almeida (2017, s.p. –Kindle) Tornou-se CNC para indústrias, elevadores e sistemas de gás para prédios e condomínios, são exemplos de equipamentos classe “A”. Figura 6- Ilustração de equipamento classe “A” em um prédio. Fonte: Pixabay • Equipamentos classe “B”: quando um equipamento classe “B” para devido problemas, ele causa uma interrupção parcial da produção, sendo assim não causa perda significativa da produção ou ganhos da empresa. Metodologia da Manutenção26 Quadro 2- Exemplos de ativos classe “B” Fonte: Almeida (2017, s.p. –Kindle) Quando pensamos em manutenção predial, podemos citar itens do grupo “B”, sendo eles: janelas, uma prateleira quebrada, fechadura que não está fechando. Figura 7: Ilustração de equipamento classe “B”. Furadeira de bancada. Fonte: Almeida (2017, s.p. –Kindle Metodologia da Manutenção 27 • Equipamentos classe “C”: são ativos que não pertencem ao meio produtivo ou itens não essenciais para utilização do usuário. Sua parada não causa prejuízo financeiro a empresa em razão de existirem outros meios que possam substituí-lo. Mas como qualquer item em uma gestão, sua manutenção deve ser controlada. Podemos citar como exemplo de equipamentos do grupo “C” nas indústrias sendo: ferramentas, as quais existem outros itens iguais. Já em um prédio poderíamos citar: um piso quebrado (que não exponha o usuário em risco), uma pintura que necessita retoque (ALMEIDA, 2017). Figura 8: Ilustração de equipamento classe “C”. morsa de bancada. Fonte: Almeida (2017, s.p. –Kindle)]].) Conseguiu entender um pouco a importância de termos nossos ativos classificados certos? Essa organização de ativos nos ajuda a tomar decisões rápidas sem termos gastos desnecessários. Almeida (2017) mostra que a organização de ativos condizente com a necessidade da organização, não só facilita o planejamento das operações de manutenção, mas também possui vantagens importantes dentro da gestão, sendo elas: Metodologia da Manutenção28 • Eficiência financeira: a administração do planejamento e execução de operações de manutenção preventiva e preditiva, quando possuiu uma classificação de ativos, oferece economia financeira em termos de matéria-prima, insumos e mão de obra. • Aumento da confiança do cliente: por consequência da diminuição de paradas imprevistas de manutenção. • Gestão eficaz dos custos de curto e longo prazo: o planejamento das operações de manutenção facilita o cálculo e o controle de gastos que vão compor o custo das organizações. SAIBA MAIS: O PAS 55 é um procedimento técnico com 28 requisitos. Tem como objetivo uma gestão abrangente e aperfeiçoar a gestão de ativos das empresas. Define a gestão de ativos como atividades sistemáticas e coordenadas, por meio da qual uma organização realiza a gestão, de forma otimizada e sustentável. Desde março de 2014, a ISO aprovou as normas ISO 55000 para manutenção e gestão de ativos. Link: https://bit.ly/2Dpq1GI. (Acesso em 11/07/2020). É possível ver como uma gestão da manutenção bem implementada e bem executada consegue impactar nos custos e na efetividade das ações de manutenção não mesmo? Esse área relacionada a manutenção é muitas vezes deixada de lado e esquecida. Apenas quando vemos um caso de sucesso de gestão da manutenção que nos damos contas da importância e do impacto que ela tem em uma operação. Metodologia da Manutenção 29 RESUMINDO: Você tinha ideia da quantidade de informação que essa área de conhecimento possui? A manutenção é um campo muito vasto e essencial para sociedade atualmente. Neste capítulo foi possível aprender a importância de uma boa gestão da manutenção, o quanto ela impacta nos custos de manutenção, produção de um ambiente fabril e até mesmo na percepção do usuário quando estamos falados de manutenção predial. Também aprendemos como classificar os bens ativos por grupos de importância e impacto que eles causam em caso de falha. Vimos ainda que o planejamento das ações de manutenção deve ser embasado na classificação de ativos, assim priorizando a manutenção de certos equipamentos devido seu nível de importância. Como estamos até aqui? Assimilando bem os conhecimentos sobre manutenção? Podemos seguir em frente aprendendo mais? Ótimo! Vamos em frente! Metodologia da Manutenção30 Manutenção corretiva e aplicações INTRODUÇÃO: Neste capítulo você entenderá os conceitos e a importância da manutenção corretiva. Saberá discernir o que é uma manutenção corretiva de uma preventiva. Também iremos passar alguns casos de manutenção corretiva como exemplo. Você já deve ter passado por situações inesperadas devido a um equipamento ou sistema que parou de funcionar de forma inesperada certo? Podemos citar como exemplo seu carro particular, ar-condicionado, televisão, celular entre outros. Todos esses itens citados são usados quase que diariamente e quando estragados é necessário consertá-los quase de imediato. Temos aí uma situação de manutenção corretiva a ser executada. Figura 9: Ilustração de ferramentas. Fonte: Pexels Na indústria a manutenção corretiva acontece em equipamentos com paradas imprevistas. A máquina que está em produção é responsável por garantir os prazos de entrega acordados, a qualidade e confiabilidade dos produtos produzidos, contribuindo com a produção de recursos financeiros da organização. Sendo assim, nesta manutenção Metodologia da Manutenção 31 a ação tomada é imediata, assim que o equipamento para a equipe de manutenção começa seu trabalho. Segundo a NBR 5462/1994, manutenção corretiva é a manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida. Em nosso dia-a-dia podemos observar as manutenções corretivas acontecendo, sendo em casa ao trocar uma lâmpada, ou uma privada entupida, na rua ao trocarmos um pneu furado. Algo quebrado ou danificado é consertado ou substituído imediatamente para que volte a funcionar o mais rápido possível. Esses exemplos de manutenção executadas após ocorrência de quebras ou falhas imprevistas, são eles exemplos de manutenção corretiva (ALMEIDA, 2017). Figura 10: Ilustração de manutenção corretiva. Trocando lâmpada. Fonte: Rawpexel Com certeza você já está com vários exemplos de manutenções corretiva em mente certo? Também já consegue imaginar como pode ser desastroso uma parada inesperada de um equipamento em uma empresa. Pois então, em uma manutenção corretiva, a equipe de manutenção age imediatamente para que o equipamento ou sistema em questão volte a funcionar o mais rápido possível. Porém, nem sempre essa atuação, Metodologia da Manutenção32 mesmo sendo rápida, consegue evitar prejuízos devido a uma parada de equipamento imprevista. Podemos ter prejuízos causados por funcionário parado, atrasos na produção, gastos com reposição de materiais sem o tempo para pesquisar os melhores preços de compra, entre outros possíveis custos. A manutenção corretiva pode ser planejada ou não planejada dependendo da situação do equipamento ou sistema e de como foi identificado o problema. Podemos entender que a manutenção corretiva pode ser planejada ou não de acordo com a forma como achamos o problema. A manutenção corretiva pode ser evitada se tivermos uma boa manutenção preventiva dos equipamentos ou sistemas certos. Vamos usar por exemplo nossos carros, que acredito ser o sistema de manutenção preventiva mais bem implementado dentro da sociedade atual. Quase todos levam seus carros para a revisão conforme as especificações das montadoras certo? E você sabe o por que também, não sabe? Pelo simples fatos de que não queremos que eles quebram, e sim durem o máximo de tempo possível. Quando as revisões (manutenções preventivas) são bem executadas em nossos carros, apenas teremos manutenções corretivas por desgaste excessivo em alguma peça após vários mil quilômetros, ou por um acidente, podendo ser ele um buraco na estrada ou algo mais grave. Interessante pensarmos dessa forma não é mesmo? Já aplicamos manutenção preventiva e corretiva muito antes de sabermos mais sobre elas. Quando uma falha acontece, a manutenção corretiva pode ou não ser planejada. Vamos ver um exemplo: algumas empresas que possuem implantado sistemas de manutenção autônoma e planejada, possuem rotinas de atividades de inspeção, manutenção preditiva ou mesmo um sistema de relatos de falhas pelos operadores, assim ajudando a identificar Metodologia da Manutenção 33 possíveis pontos de paradas de equipamentos ou sistemas. Sendo assim em alguns casos, é possível detectar problemas antecipadamente, a manutenção corretiva pode então ser planejada tendo o objetivo de não comprometer o cronograma de produção (BAPTIST, 2017). Também temos as situações que a parada de um equipamento devido à falta de manutenção ou a quebra devido a manutenção preventiva mal executada, ocasiona a manutenção corretiva não planejada que em alguns casos precisa ser executada imediatamente. Esta sim é a manutenção mais cara que temos na indústria e o motivo é óbvio: se você precisa produzir e a sua máquina quebra, você está com um problema que irá interferir nos lucros da organização. Você tinha uma programação que não será cumprida até que o equipamento seja consertado, a empresa estará perdendo dinheiro e deixando de lucrar (BAPTIST, 2017). Figura 12: Ilustração de manutenção corretiva na indústria. Fonte: Pexels As manutenções realizadas com monitoramento ou as que foram detectadas e identificadas as causas raízes antecipadamente, podem ser planejadas e executadas em horários que não irá afetar o cronograma da produção, não interferindo nas entregas e preservando a lucratividade da empresa, diferentemente do que ocorre quando o equipamento quebra inesperadamente e necessita de reparo imediato. Metodologia da Manutenção34 Uma atividade que geralmente as empresas ignoram e que é de extrema importância para a qualidade da manutenção é o fato de que após a realização da manutenção corretiva, as pessoas devem inspecionar e investigar os motivos de parada, levantando a causa raiz da falha, assim sendo necessário implementar medidas para eliminar ou reduzir a frequência de futuras falhas. As medidas podem ser a revisão dos planos de inspeção, lubrificação, manutenção preventiva e planos de preditiva (BAPTIST, 2017). Para se ampliar ainda mais seus conhecimentos de manutenção, vamos aprender um pouco sobre Downtime. Downtime, é uma expressão originada da TI – Tecnologia de informação, que indica o tempo em que um sistema, processo ou atividade não está em operação. Isso quer dizer, quando um serviço específico prestado pela TI, é temporariamente interrompido, paralisado ou fica fora do ar. Essas interrupções podem ser planejadas, ocorrendo durante uma atualização ou manutenção do equipamento, ou não planejadas. Similar as falhas que a manutenção corretiva vem a ser necessária que estávamos vendo a pouco não é mesmo? São justamente as paradas não planejadas que trazem grandes prejuízos e devem ser evitadas. Downtime no conceito produtivo é basicamente o mesmo conceito que para TI. Ele é o tempo em que um sistema, processo ou equipamento está indisponível. O que muda aqui são as causas dessa indisponibilidade. Mas antes vamos aprender mais sobre esse conceito baseado na estabilidade de um processo produtivo segundo o STP – Sistema Toyota de Produção. Segundo a Toyota, a estabilidade de um processo produtivo é uma necessidade mínima e importante para atender as demandas conforme o cronograma de produção vai sendo criado. Metodologia da Manutenção 35 Essa estabilidade nada mais é que manter o processo de produção dentro de limites de especificações aceitáveis de acordo com a necessidade dos clientes atendidos. SAIBA MAIS: Para você se aprofundar mais nesses conceitos e termos relacionados a manutenção industrial e a processos produtivos. Acesse o link e leio o artigo completo. Link: https:// bit.ly/3bnBenP. (Acesso em 11/07/2020). As manutenções corretivas são quase intuitivas se pararmos para pensar. Desde pequenos quando quebramos algo a primeira reação é tentar consertar ou pedir ajuda para que alguém conserte. É muito interessante observar como a manutenção corretiva está presente em nossas vidas e como elas podem ser geridas e executadas de maneiras cada vez mais efetivas. RESUMINDO: Já está perito em manutenção corretiva? Aposto que você nem sabia como a manutenção está tão próxima de você certo? Pois então, nesse capítulo vimos como a manutenção corretiva atua dentro e fora na indústria. Foi possível entender o porquê uma manutenção corretiva, na maioria, das vezes é tão temida dentro de um sistema produtivo certo? Os gastos e danos que uma manutenção corretiva pode causar para uma organização podem ser astronômicos. Os profissionais da manutenção tentam a todo custo evitar uma parada de equipamento ou sistema devido aos riscos que ele representa. Metodologia da Manutenção36 RESUMINDO: Também vimos que uma manutenção corretiva no ramo da manutenção predial elétrica não é nada bom. Ela pode representar a insatisfação de um cliente e até mesmo a perda do cliente devido ao incômodo causado. Devido a esses riscos que os profissionais de manutenção devem usar da gestão para estarem planejados e prontos para evitar ao máximo uma manutenção corretiva e caso não seja possível executá-la da melhor forma possível. Metodologia da Manutenção 37 Manutenção preventiva e aplicações INTRODUÇÃO: Neste capítulo você entenderá os conceitos e a importância da manutenção preventiva. Saberá discernir o que é uma manutenção corretiva de uma preventiva. Também iremos passar alguns casos de manutenção preventiva como exemplo. Agora que você já tem um bom conhecimento sobre manutenção, com certeza você é capaz de perceber que já vem fazendo algumas manutenções preventivas sem nem mesmo para refletir sobre elas. Podemos citar como exemplo a revisão do seu carro onde óleo, pastilhas freios e outras peças de desgaste são trocadas antes que o caro estrague. Também realizamos limpezas em nosso ar condicionado. Caso você tenha tido uma bicicleta deve ter passa graxa na correia para que ela não rompesse ou até mesmo reapertado alguns parafusos que soltaram com tempo. Figura 13: Ilustração de manutenção preventiva em uma bicicleta. Fonte: Pexels Metodologia da Manutenção38 Pois é isso mesmo as manutenções preventivas já fazem parte de nossas vidas. Segundo Almeida (2017), a evolução nos processos de industrialização, exigiu o surgimento de processos de processos capazes de evitar os diversos problemas causados pelas falhas e paradas inesperadas de máquinas. O estudo da frequência de falhas de manutenções corretivas executadas, as informações sobre vida útil das peças fornecidas pelo fabricante e um diagnóstico das máquinas possibilitaram o desenvolvimento de um método baseado na construção e um cronograma que possibilita realizar paradas programadas para trocas de peças, reparos e até operações de lubrificação de maneira planejada, assim eliminando boa parte das paradas inesperadas. A manutenção preventiva é a manutenção planejada e controlada, executada em datas predeterminadas, com o objetivo de manter a máquina, equipamento ou sistema m condições adequadas de funcionamento e conservação, de modo a evitar paradas imprevistas. O planejamento é possível quando se documentam as operações de manutenção corretiva realizadas (ficha de execução de operações de manutenção corretiva) com informações sobre a vida útil das peças, fornecidas pelo fabricante. Outro fator relevante são as condições do local de trabalho em que o equipamento ou sistema está sendo utilizado (ALMEIDA, 2017). Agora você pode observar que a manutenção preventiva precisa de informações que provêm das manutenções corretivas. A existências das duas manutenções não só coexistem dentro de uma gestão de manutenção, como também se comunicam. Vamos ver agora um exemplo de aplicação de manutenção preventiva. Um mecânico de manutenção recebeu a missão de implantar um programa de manutenção preventivo em um torno mecânico horizontal universal utilizado na fabricação seriada de eixos no setor de usinagem de uma empresa de autopeças. Para a criação do cronograma de execução de manutenção preventiva, o mecânico analisou as fichas de manutenção corretiva e Metodologia da Manutenção 39 constatou a frequência das trocas de correias que executam o acionamento da máquina e o alinhamento entre partes móveis da máquina. Ao observar o histórico das manutenções, foi possível verificar que a troca das correias e das polias onde elas trabalham, é realizada em uma mesma manutenção, dentro de uma periodicidade de 18 meses. Além dessa informação, o fabricante informa a vida útil de aproximadamente 24 meses. Portanto, na elaboração do cronograma de manutenção preventiva, a periodicidade da troca das polias e correia e também do alinhamento é de dezesseis meses, ou seja, um prazo menor do que a ocorrência das trocas emergenciais, porém aproveitando ao máximo a vida útil das peças a fim de evitar gastos desnecessários. Vantagens da manutenção preventiva Vejamos a ilustração de planejamento de manutenção preventiva. Figura 14- Ilustração de planejamento de manutenção preventiva. Fonte: Pexels A implantação de um sistema de manutenção preventiva é a implantação de práticas e documentos que irão focar a atuação da manutenção na origem do problema, evitando, assim, diversos problemas causados por paradas inesperadas, podemos citar as seguintes vantagens: Metodologia da Manutenção40 • Equilibra a utilização de recursos humanos: com o planejamento das operações de manutenção, é possível prever a quantidade de mecânicos e profissionais necessários para executar a demanda de trabalho. • Eliminar tempo de espera para a compra de peças: com um cronograma de manutenção preventiva, é possível fazer uma boa estimativa de consumo de peças de reposição ou insumos, assim podendo ser programado a compra de materiais pouco antes de sua utilização, dispensando desta forma estoques desnecessários. • Confiabilidade de prazos no sistema de produção: a manutenção preventiva permite o bom funcionamento das máquinas utilizadas no sistema produtivo de uma empresa, o que evita atrasos ou esperas por quebras máquinas. • Satisfação do cliente ou usuário: a manutenção preventiva contribui a respeitar os prazos de entrega e qualidade das peças produzidas (ALMEIDA, 2017). Implantação da manutenção preventiva A implantação da manutenção preventiva é uma atividade que toma tempo, é necessário mudar a cultura de trabalho do setor. Normalmente, o ambiente de trabalho está acostumado a trabalhar apenas com manutenção corretiva famoso “apaga incêndio”, para a implementação da cultura de manutenção preventiva, os profissionais devem estar atentos as variações de funcionamento dos equipamentos ou sistemas, antes mesmo de eles falharem. Serão necessários os seguintes procedimentos para a implementação de um sistema de manutenção preventiva, de acordo com Almeida (2017): • Diagnóstico e verificação da vida útil das peças fornecidas pelo fabricante e das condições em que se encontram, Metodologia da Manutenção 41 bem como dos registros de manutenção corretiva das máquinas, equipamentos e sistemas; • Elaboração do plano e do registro de manutenção preventiva; • Elaboração da ficha de lubrificação (aqui vamos criar um exemplo de uma ação necessário em um caso específico para facilitar o entendimento). Para facilitar o entendimento e controlar as ações necessárias para a execução correta da manutenção preventiva e garantir que cronograma seja cumprido, é essencial elaborar uma ficha de controle de execução das ações de manutenção preventiva, contendo as datas previstas para a realização da operação com um campo para anotar a data em que foi efetuada acompanhada da assinatura do responsável por ela. O roteiro ou descrição do processo de execução de manutenção preventiva é um documento que contém as orientações de como a manutenção deve ser executada, as vezes acompanha um passo-a- passo, também as informações do equipamento ou sistema em questão. Vejamos abaixo de acordo com Almeida (2017): • O roteiro ou descrição do processo de execução de manutenção preventiva: é um documento que contém as orientações de como a manutenção deve ser executada, as vezes acompanha um passo da ficha de lubrificação (aqui vamos criar um exemplo de uma ação necessário em um caso específico para facilitar o entendimento). • O plano de manutenção preventiva: contém a numeração de todas as operações descritas no cronograma de execução da manutenção preventiva, com espaços para registrar a data e o nome do responsável pela realização da operação ou conjunto de operações de manutenção preventiva. Metodologia da Manutenção42 • O plano de lubrificação (aqui vamos criar um exemplo de uma ação necessário em um caso específico para facilitar o entendimento): Este documento tem a finalidade de registrar todas as máquinas que devem ser lubrificadas, assim facilitando o controle da manutenção preventiva destas máquinas. Este documento é obrigatório e extremamente útil pois permite o planejamento da execução de lubrificação das máquinas e garante para que isso aconteça. Também indica a periodicidade necessária e o lubrificante que deve ser aplicado. Com o plano de manutenção corretiva pronto é possível elaborar o cronograma de controle da manutenção preventiva. SAIBA MAIS: A manutenção preventiva voltada para manutenção predial necessita atenção constante e cuidados à infraestrutura total do prédio: parte elétrica, hidráulica, estrutural, funcional, sistemas contra incêndio entre outros. É nessa rotina de serviços de manutenção que consiste na manutenção predial preventiva. Fonte: https://bit.ly/3jJiS3s (Acesso em 26/07/2020). Figura 15: Exemplo de plano de manutenção preventiva predial. Fonte: Pexels Metodologia da Manutenção 43 O objetivo é a conservação e recuperação de todos os itens responsáveis pela funcionalidade do prédio, prevenir danos e garantir a eficiência e segurança das instalações. Empresas de pequeno, médio ou grande porte, centros comerciais ou de convenções, escolas, hotéis, prédios comerciais ou residenciais. É grande a lista de edificações em que os serviços manutenção predial preventiva podem ser o detalhe que separa a segurança de uma situação trágica, como a ocorrida com o Museu Nacional em setembro de 2018. Na ocasião, um incêndio – que as investigações apontam que pode ter sido causado por problemas na instalação elétrica – destruiu grande parte do prédio e cerca de 90% do acervo do museu. O prejuízo é incalculável, e poderia ter sido evitado com uma rotina consistente de manutenção. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a manutenção predial preventiva acesse um dos links a seguir e amplie seus conhecimentos sobre o assunto. Fullconnection. Link: https://bit.ly/3jJiS3s. Acesso em 11/07/2020. Unifesp. Link: https://bit.ly/32RcqAR. (Acesso em 11/07/2020). A implantação da manutenção preventiva pode ser desafiadora no início. Mas uma vez tendo a cultura e os processos implementados fica muito difícil seguir a operação sem este tipo de manutenção. Os ganhos lucrativos e a efetividade das ações de manutenção preventivas corretamente geridas são de suma importância para qualquer organização. Metodologia da Manutenção44 RESUMINDO: Conseguindo absorver todo conteúdo até agora? Bastante coisa não é mesmo? Mas isso é bom seguimos aprendendo dentro dessa área de conhecimento tão vasta que é a manutenção. Neste capítulo aprendemos sobre a gestão e a aplicação da manutenção preventiva. Foi possível ver como ela está intimamente ligada a manutenção corretiva. Vimos que a manutenção preventiva precisa dos conhecimentos de uma manutenção corretiva bem executada para poder ser criada. Também repassamos os procedimentos e processos de implementação da manutenção preventiva. Foi possível entender como gerar os cronogramas necessários para que ela acontece, onde conseguir as informações de vida útil qual material ou peças a ser trocados e controlados. Não podemos esquecer da importância dos documentos exigidos, o roteiro de execução, o plano de manutenção preventiva, lista das máquinas e das peças de reposição que também estão presentes na lista de ativos da empresa. Bom seguimos em frente, agora já com uma boa base de conhecimento sobre a manutenção, mas com a certeza de que temos muito mais a aprender. Metodologia da Manutenção 45 REFERÊNCIAS ABRAMAN. Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Disponível em: <https://www.abramanoficial.org.br>. Acesso em 11 jul 2020. ABRAMAN. Gestão de Ativos e Pas 55. ABRAMAN. Disponível em:<https://abramanoficial.org.br/page/gestao_de_ativos>. Acesso em: 11 de jul. 2020. ALMEIDA, Paulo Samuel de. Gestão da Manutenção Aplicada as Áreas Industrial Predial e Elétrica – 2017, Editora Saraiva. BAPTISTA, José Antônio. Manutenção Industrial: Técnicas, Contos e Causos – 2017. CYRINO, Luis. Downtime, o peso da manutenção. Manutenção em foco, 2019. Disponível em:<https://www.manutencaoemfoco.com.br/ downtime-o-peso-da-manutencao/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. LAASCH, Conaway. Fundamentos da gestão responsável: sustentabilidade, responsabilidade e ética. São Paulo: Cengage Learning, 2015. NBR. SIGNIFICADOS, 2018. Disponível em:<http://significados.com. br/nbr/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. Metodologia da Manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Andrew Schaedler e Giselly Mendes Metodologia da Manutenção metodologia-manutencao-2.pdf Unidade 2 As áreas da manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Metodologia da Manutenção Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autores ANDREW SCHAEDLER E GISELLY MENDES Andrew Schaedler Eu, Andrew, sou formado em Engenharia Mecânica, com uma experiência técnico-profissional na área de engenharia de processos e usinagem de precisão, de mais de 8 anos. Passei por empresas como a TDK multinacional Japonesa produtora de componentes eletrônicos, John Deere multinacional Americana produtora de equipamentos agrícolas e hoje sou sócio proprietário de uma metalúrgica especializada em usinagem de precisão atendendo empresas de grande porte do ramo automotivo. Giselly Mendes Eu, Giselly, sou Mestra em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em Polímeros, Administradora, Educadora com uma experiência técnico- profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais de mais de 12 anos. Somos apaixonados pelo que fazemos e adoramos transmitir nossa experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! OS AUTORES Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Macroprocessos da manutenção mecânica ............................................ 10 Processos da manutenção mecânica ........................................................................... 10 Ferramentas para manutenção .......................................................................... 11 Técnicas de montagem e desmontagem de equipamentos ...... 15 Fundamentos de usinagem ...................................................................................17 Manutenção predial civil ..................................................................................21 Conhecendo a manutenção predial ................................................................................21 Inspeção Predial ............................................................................................................24 Manutenção predial x Inspeção Predial ......................................................27 Classificação de falhas .............................................................................................28 Manutenção elétrica predial ..........................................................................31 Entendendo a Manutenção Elétrica Predial ............................................................. 31 Periodicidade da manutenção elétrica predial ......................................34 Verificação de rotina em manutenção preventiva ...............................34 Processos da manutenção elétrica predial ...............................................................36 Normas regulamentadoras aos processos de manutenção ............. 40 O que são as Normas? ............................................................................................................ 40 Normas Técnicas Brasileiras ................................................................................................42 Metodologia da Manutenção 7 AS ÁREAS DA MANUTENÇÃO UNIDADE 02 Metodologia da Manutenção8 Você sabia que a área da manutenção é uma das maiores demandas na indústria? A manutenção também está presente em nosso dia a dia praticamente em todo lugar que frequentamos. Essa área de atuação profissional existe em todas as regiões do mundo. Nesta unidade vamos iniciar nossos estudos nesta área de conhecimento tão utilizada pela sociedade atual. Iremos aprender sobre os conceitos e definições da manutenção. Veremos como a gestão da manutenção é realizada e o impacto que ela tem no ramo industrial predial e elétrico. Ainda entenderemos o que é uma manutenção corretiva, o que é uma manutenção preventiva, suas diferenças, quando e como utilizá-las. Ficou empolgado? Ótimo! Então seguimos aprendendo sobre essa vasta área de conhecimento! INTRODUÇÃO Metodologia da Manutenção 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 02 – As áreas da manutenção. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender o macroprocesso da manutenção mecânica; 2. Entender como se processa a manutenção predial civil; 3. Discernir sobre as especificidades da manutenção elétrica predial; 4. Aplicar as normas regulamentadoras ao processo de manutenção.. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Metodologia da Manutenção10 Macroprocessos da manutenção mecânica INTRODUÇÃO: Neste capítulo iremos conhecer um pouco mais sobre manutenção mecânica. Entenderemos onde ela é aplicada, como os profissionais de manutenção trabalham. Também iremos conhecer um pouco sobre processos e equipamentos utilizados para a execução de manutenção mecânica, reparo de peças quebradas ou desgastadas e até mesmo a confecção de novas peças para reposição. Ficou curioso não é mesmo? Ótimo, vamos em frente! Processos da manutenção mecânica Podemos entender como manutenção mecânica o conjunto de reparos e cuidados técnicos para o bom funcionamento e reparo de máquinas, equipamentos, peças, moldes ou ferramentas. A manutenção não atua exclusivamente em máquinas e equipamentos que estão em operação, mas também na concepção de um projeto, a acessibilidade dos conjuntos pelo mecânico ou o dimensionamento de peças e dos componentes devem atender a critérios para facilitar as operações de manutenção que serão executadas no futuro. Assim como as máquinas, as ferramentas, os materiais e a tecnologia evoluíram desde o surgimento da mecanização, industrialização e automatização, a mecânica também evoluiu, não só no que se refere aos procedimentos práticos de montagem, desmontagem, substituição de peças e alinhamento, a parte de gestão da manutenção evoluiu significativamente (ALMEIDA, 2018). Metodologia da Manutenção 11 Figura 1 – Exemplo de manutenção mecânica. Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). Vamos agora conhecer sobre as ferramentas utilizadas nos processos de manutenção montagem e desmontagem por exemplo, processos de usinagem e soldagem. Ferramentas para manutenção Para que o mecânico de manutenção efetue as operações de manutenção necessárias garantindo o bom funcionamento de máquinas e equipamentos é essencial que ele conheça as ferramentas que podem ser empregadas nos procedimentos que ele irá executar. 1. Chaves fixas de montagem e desmontagem: • Chave de boca é utilizada para apertar e desapertar porcas e parafusos com perfil quadrado e sextavado. • Chave estrela possui o mesmo campo de atuação que a chave de boca, porém possibilita maior quantidade de posições de trabalho. Metodologia da Manutenção12 Figura 2 – Exemplo de chaves de boca (esquerda) e de estrela (direita). Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). • Chave combinada possui em uma de suas extremidades uma chave de boa e uma chave de estrela, sendo assim extremamente prática. Figura 3 – Exemplo de chaves combinada. Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). 2. Chave de soquete: entre as chaves intercambiáveis, a chave de soquete é o tipo mais comum e versátil, devido à ampla gama de acessórios fornecidos, esse tipo de chave se torna uma ferramenta extremamente prática. Os Metodologia da Manutenção 13 soquetes podem ter o perfil sextavado ou estriado. A chave de soquete possibilita o acesso a porcas ou parafusos em locais onde outros tipos de chaves não conseguem alcançar, além de permitir o acoplamento em catracas que possibilitam o aperto dos parafusos sem a retirada da chave. Figura 4 – Exemplo de jogo de chaves de soquete com catraca. Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). 3. Chave hexagonal tipo Allen: A chave allen é utilizada para fixar ou soltar parafusos com sextavados internos, com ou sem cabeça. O tipo de chave Allen mais utilizado possui perfil “L”, o que possibilita o efeito alavanca durante o aperto ou desaperto de parafusos. Figura 5 – Exemplo de jogo de chaves allen. Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). Metodologia da Manutenção14 4. Chave para canos e tubos: também conhecida como grifo é uma ferramenta específica para a instalação e manutenção de tubulações. 5. Chave de boca ajustável: conhecida como chave inglesa, é muita utilizada na mecânica, também podendo ser usada em trabalhos de manutenção predial como montagem de tubulações ou eletrodutos com elementos de fixação rosqueáveis. Figura 6 – Exemplo de chaves de canos (esquerda) e chave inglesa (direita). Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). 6. Alicate universal: Ferramenta manual destinada a segurar, puxar ou dobrar objetos possui a função de uma morsa. 7. Alicate de pressão: tem a mesma função que o alicate universal porém o alicate de pressão, possui regulagem de abertura das garras. Figura 7 – Exemplo de alicate de pressão. Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). Metodologia da Manutenção 15 8. Martelo: ferramentas utilizadas na conformação de chapas, pregos, peças entre outras. Utilizado nas diversas áreas da mecânica, caldeiraria, funilaria, marcenaria e construção civil. Apesar de ter uma construção simples, o tipo martelo deve ser selecionado corretamente assim evitando danos a peça que estão sendo utilizadas (ALMEIDA, 2018). Figura 8 – Exemplo de martelos, de cima para baixo: martelo de borracha, martelo para pregos, martelo bola, martelo de pena. Fonte: adaptado de Almeida (2018, s.p. – Kindle). Bastante ferramentas não é mesmo? Imagine como esse número aumenta quando começamos utilizar ferramentas especiais ou com tamanhos variáveis. É fundamental para o profissional de manutenção conhecer e saber escolher as ferramentas que irá utilizar. Técnicas de montagem e desmontagem de equipamentos Quando pensamos em manutenção de máquinas qual a imagem que vem a sua imaginação? Aposto que é uma máquina desmontada com um profissional de manutenção segurando uma ferramenta certo? Montar e desmontar equipamentos está diretamente ligado a manutenção dos mesmos. E para esses processos existem normas e boas práticas a fim de assegurar a melhor execução da atividade de manutenção. Metodologia da Manutenção16 Durante a desmontagem de equipamentos é necessário assegurar a integridade das peças e dos componentes, além de garantir que a montagem não comprometa a eficiência do equipamento. Vamos aprender sobre os procedimentos que visam reduzir o risco de problemas na desmontagem e montagem de máquinas e equipamentos, sempre usando as técnicas de manutenção e os requisitos da norma ABNT 15154 (Requisitos para mecânico de manutenção) (ALMEIDA, 2018). • Procedimento para a correta desmontagem de máquinas: 1. Desligar a chave geral da máquina; 2. Sinalizar com placas ou faixas de atenção a área de manutenção; 3. Organizar as ferramentas necessárias para a desmontagem do equipamento; 4. Elaborar a sequência de procedimento em folha de execução; 5. Quando disponível, ter em mãos o desenho explodido da máquina em que será executada a manutenção; 6. Limpar a máquina e drenar lubrificantes ou fluidos de corte; 7. Remover alavancas, mangueiras, tubulações, ou cabos existentes sempre identificando-os para posterior montagem; 8. Os conjuntos mecânicos pesados devem ser calçados para evitara queda ou desequilíbrio do equipamento. 9. Separar as peças em lotes levando em conta o estado em que elas se encontram, sendo eles: Lote 1 – peças em perfeito estado; Lote 2 – Peças que precisam recondicionamento ou troca de reparos; Metodologia da Manutenção 17 Lote 3 – peças danificadas que devem ser substituídas ou fabricadas; Lote 4 – peças a serem examinadas em laboratório. Após o conserto das partes identificadas segue-se com a montagem do equipamento (ALMEIDA, 2018). • Procedimento para a correta montagem de máquinas: 1. Consultar os manuais e desenhos técnicos disponíveis; 2. Verificar os elementos e peças a serem montados; 3. Verificar as ferramentas e instrumentos de aferição que serão utilizados e organizá-los de maneira que facilite o manuseio; 4. Iniciar a operação de montagem de acordo com o planejado, sempre cuidando para que não haja impurezas ou fragmentos que possam contaminar as peças e componentes; 5. Após a finalização das operações de montagem, testar o equipamento montado. É fundamental que o profissional de manutenção esteja habilitado e treinado para a tarefa que vá exercer. Na montagem e desmontagem não é diferente, o profissional precisa estar preparado para executar a função e não ter problemas inesperados devido à falta de conhecimento. Fundamentos de usinagem Você certamente já ouviu falar em usinagem de peças certo? Com certeza já viu peças metálicas com design complexo e ficou se perguntando como elas foram fabricadas. Normalmente é usado o processo de usinagem para essas situações. Usinagem é o processo de fabricação mecânica que consiste na remoção de material por corte ou abrasão visando a fabricação ou reparo de peças de material metálico e não metálicos, obedecendo a medidas, geometria e normas de desenho técnico. Metodologia da Manutenção18 A maneira como a peça será usinada, como a peça será fixada, a ferramenta de corte a ser utilizada, as condições de manutenção da máquina em que a operação será realizada e principalmente a competência técnica do profissional que irá executar a usinagem impactam diretamente no processo de usinagem e resultado final. O processo de usinagem é dividido nas seguintes etapas: • Desbaste: retirada do excesso de material, deixando-se uma pequena quantidade dele, chamada de sobremetal que será retirado na fase de acabamento. • Acabamento: retirada do sobremetal, respeitando as medidas dimensionais e geométricas exigidas no desenho técnico da peça. • Controle: processo de inspeções das dimensões e requisitos solicitados da peça que foi usinada. É possível realizar a usinagem com ferramentas manuais, como limas ou com auxílio de máquinas operatrizes. Entre as máquinas operatrizes de usinagem presentes no cotidiano mecânico de manutenção temos: • Torno mecânico; • Fresadora mecânica; • Retifica plana e cilíndrica. 1. Torno mecânico: é uma das máquinas mais comuns da indústria metalomecânica e também uma das mais antigas. O Torno mecânico possui inúmeras variações e tipos sendo eles utilizados em diversos processos de fabricação. Ele é uma máquina usada com frequência na realização de manutenção de peças ou ferramentas (ALMEIDA, 2018). Metodologia da Manutenção 19 Figura 9 – Exemplo de torno mecânico universal. Fonte: Almeida (2018, s.p. – Kindle). 2. Fresadora mecânica: é uma máquina de usinagem destinada a usinagem de peças com diversas faces, geometrias, canais, rasgos, engrenagens, rebaixo, furações entre outras formas. As fresadoras são máquinas versáteis e muito comuns nas empresas devido à grande variedade de peças que é possível produzir utilizando-as. A ferramenta e corte utilizada na fresadora recebe o nome de fresa, podendo ser ela de aço rápido ou metal duro. Figura 10 – Exemplo de fresadora mecânica universal. Fonte: Almeida (2017, s.p. – Kindle). Metodologia da Manutenção20 3. Retifica plana e cilíndrica: As retíficas são máquinas com mesa magnética que executa movimentos longitudinais ou transversais para retificar uma superfície, e movimentos verticais, são controlados pelo operador manualmente, assim posicionando o rebolo e controlando a quantidade de material que irá ser retirado em cada passe na peça (ALMEIDA, 2018). A usinagem está sempre presente na manutenção mecânico devido a necessidade de confeccionar ou reparar peças metálicas. É de suma importância que o profissional de manutenção mecânica tenha conhecimentos técnicos em usinagem. RESUMINDO: Pois então bastante informação não mesmo? Garanto que você nunca mais irá olhar para suas ferramentas da mesma maneira não mesmo? Também aposto que você nunca tinha visto a desmontagem e montagem de equipamentos como um dos processos de manutenção certo? E ainda mais com complexidade e importância tão significantes não é mesmo? Pois então neste capítulo vimos alguns dos processos de manutenção e suas ferramentas. Aprendemos sobre o processo de usinagem tão utilizado no reparo e confecção de peças de reposição. Vimos ainda modelos de máquinas operatrizes. Também aprendemos sobre as principais ferramentas utilizadas em montagem e desmontagem nas operações de manutenção. E entendemos a importância e as etapas dos processos de desmontagem e montagem executados durante as manutenções mecânicas. Metodologia da Manutenção 21 Manutenção predial civil INTRODUÇÃO: Neste capítulo vamos estudar sobre manutenção predial, entender um pouco como os profissionais da área a executam. Também vamos aprender sobre os processos utilizados para realizar a manutenção predial, quais são os problemas mais comuns e como eles podem ser resolvidos. Acredito que tenha despertado seu interesse não é mesmo? Seguimos em frente! A manutenção predial é regida pela NBR 5674 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, mas na prática temos poucos edifícios que possuem um sistema ou cultura de manutenção implementado. O que acontece na prática é a simples correção dos problemas que surgem com o tempo, ou como nós já vimos, apenas a manutenção corretiva é efetuada, é difícil encontrarmos um edifício ou condomínio com uma gestão da manutenção preventiva em funcionamento. Esse fato muitas vezes acaba expondo o edifício e suas estruturas a certos riscos. Vamos usar aqui a definição utilizada pela Norma de Inspeção Predial do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape): a manutenção predial é o conjunto de atividades e recursos que garanta o melhor desempenho da edificação para atender as necessidades dos usuários, com confiabilidade e disponibilidade, ao menos custo possível (GOMIDE, 2014). Conhecendo a manutenção predial Você com certeza já se deparou com manutenções em sua casa, edifício ou condomínio certo? Com certeza alguns pequenos reparos você mesmo teve que executar ou chamou um profissional para fazê-lo não é mesmo? Metodologia da Manutenção22 Pois pensando na gestão da manutenção e nos nas manutenções corretivas, preventivas e preditivas que vimos serem tão eficientes no mundo industrial, podemos trazer esses conceitos para a manutenção predial. É comum nos depararmos com manutenções corretivas sendo feitas em edifícios, porém a manutenção preventiva e até mesmo a preditivo já é mais difícil de enxergarmos não é mesmo. Claro que a maioria dos edifícios possuem uma boa durabilidade, mas será que não precisam de um olhar mais cauteloso no quesito de manutenção? Não só para identificar e corrigir problemas serve a manutenção predial, ela ajuda a prevenir falhas para manter a funcionalidade das construções, atender exigências de segurança e garantir vida longa às edificações. Toda construção deve ser monitorada por profissionais de manutenção predial ao longo de sua vida útil. Quando a manutenção é ignorada, o edifício corre o risco de perder sua capacidade funcional, e expor os usuários a situações de risco e insegurança, além de desvalorizar o patrimônio. Figura 11 – Exemplo de manutenção predial em fachada. Fonte: Pexels Metodologia da Manutenção 23 Em condomínios, ignorar a manutenção pode resultar em responsabilização civil de proprietários, síndicos e administradores. Para evitar problemas, é necessário que um plano de gestão da manutenção seja implantado, começando com a realização da inspeção predial. A partir daí o administrador passa a ter um laudo com as informações do edifício o qual mostra a situação real do prédio no que diz respeito à funcionalidade, atendimento às normas técnicas, presença de falhas e/ ou falhas. A inspeção predial funciona como uma revisão de um carro, ela aponta os problemas já existente e alguns problemas que irão surgir com o tempo. Todos os sistemas que compõem a edificação são analisados, da cobertura ao subsolo. SAIBA MAIS: A Câmara de Inspeção Predial do IBAPE/SP no ano de 2009, preocupada com a relação “causa x efeito” dos acidentes e sua forte correlação com a Manutenção Predial, realizou um estudo sobre acidentes ocorridos em edificações com mais de 30 anos. O estudo considerou dados de conhecimento comum, publicados pela imprensa, e informações cadastradas no banco de dados do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Nesse estudo, os acidentes prediais analisados ocorreram, exclusivamente, em edificações na sua fase de uso. Excluídos dessa análise, portanto, acidentes ocorridos na fase de obras e em edificações com menos de 10 anos. Dos resultados obtidos, 66% das prováveis causas e origens dos acidentes são relacionadas à deficiência ou a falta de manutenção, perda precoce de desempenho e deterioração acentuada. Apenas 34% dos acidentes possuem causa e origem relacionada a problemas de construção dos edifícios (IBAPE SP, 2015). A figura abaixo ilustra os resultados: Metodologia da Manutenção24 Figura 12 – Gráfico com resultado sobre a pesquisa de falhas em edifícios. Fonte: Adaptado pelo editorial Telesapiens Os dados acabam apontando para uma conclusão: há meios de se diminuir o colapso e a deterioração precoce das edificações. É necessário implementar sistemas de gestão da manutenção predial e realizar avaliações periódicas das condições técnicas, de uso e de manutenção dos edifícios. O termo utilizado para essa avaliação da edificação é denominado Inspeção Predial ou Vistoria de Check-up. Essa avaliação é uma manutenção preventiva, sendo assim, diminui o risco de acidentes prediais e auxilia no direcionamento de investimentos na edificação e nas adequações do plano de manutenção. A inspeção predial é uma atividade que possui normas e métodos já pré-estabelecidos, classifica as deficiências constatadas na edificação com uma visão sistêmica e gera uma lista de prioridades técnicas com orientações ou recomendações para a sua correção, o resultado dessa avaliação corresponde a ações do plano de manutenção do edifício (IBAPE SP, 2015). Inspeção Predial Como podemos ver a inspeção predial é parte fundamental da gestão da manutenção predial. É a partir da inspeção predial que temos a análise da situação do edifício em avaliação e com ela podemos definir as Metodologia da Manutenção 25 ações de correção que será preciso executar. Também usamos o laudo da inspeção predial para montar o plano de manutenção e planejar os custos envolvidos para executar a manutenção. DEFINIÇÃO: De acordo com a Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP, é a “análise isolada ou combinada das condições técnicas, de uso e de manutenção da edificação”. Outras normas técnicas definem Inspeção Predial. Temos como exemplo: • Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, realizada para orientar as atividades de manutenção (ABNT NBR 5674). • Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva da edificação (ABNT NBR 15575-1). O que acontece na prática, é uma avaliação com o objetivo de identificar o estado geral da edificação e se seus sistemas construtivos, observados os aspectos de desempenho, funcionalidade, vida útil, segurança, estado de conservação, manutenção, utilização e operação, sempre visando o bem estar dos usuários. Vamos agora analisar o método dessa avaliação técnica e suas etapas, de acordo com a Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP: Figura 13 – Etapas da inspeção predial. Metodologia da Manutenção26 Fonte: Adaptado pelos autores Metodologia da Manutenção 27 As etapas da inspeção predial seguem uma ordem lógica para ajudar na classificação e na solução dos problemas encontrados nas edificações. É importam que as etapas sejam seguidas e bem executadas só assim o a inspeção predial será eficiente. O profissional de manutenção predial deve saber ler e interpretar o documento de inspeção predial, assim ele poderá executar as ações de manutenção de forma correta e eficaz. Manutenção predial x Inspeção Predial É importante entendermos que a inspeção predial não é manutenção da edificação. A inspeção predial é uma das ferramentas que auxiliam na elaboração ou na revisão do plano de manutenção e na gestão predial. Manutenção, por definição, é o conjunto de atividade que garante e recupera os desempenhos de elementos e sistemas construtivos, conforme previsto em projeto e dentro do prazo de vida útil. Trata-se de atividade técnica de Engenharia ou outro profissional qualificado. Conforme a ABNT NBR 5674, as responsabilidades técnicas de quem realiza a Manutenção são: 1. Assessorar o proprietário na tomada de decisão sobre a manutenção e sua organização; 2. Providenciar e manter atualizados os registros da manutenção; 3. Realizar rondas de manutenção e contratar inspeções técnicas periódicas; 4. Preparar previsões orçamentárias para os serviços de manutenção; 5. Supervisionar as atividades de manutenção; Metodologia da Manutenção28 6. Planejar as atividades e reavaliar a programação; 7. Orçar serviços de manutenção terceirizados ou próprios; 8. Realizar ou assessorar o proprietário na contratação de serviços; 9. Definir e implementar sistema de gestão da manutenção predial; 10. Orientar os usuários sobre o uso adequado da edificação; 11. Assessorar o proprietário em situações de emergência; 12. Acompanhar o valor dos investimentos, bem como o valor do imóvel ao longo de sua vida útil, em função das atividades de manutenção executadas. A falta de Manutenção nos edifícios causa a falha ou parada nas funcionalidades que o edifício possui e redução do prazo de vida útil. Logo, quando não se faz Manutenção, os gastos com reparos corretivos e reformas são maiores e ocorrem de forma mais acentuada e precoce. É importante observar, ainda, que a Manutenção garante a funcionalidade e, principalmente, a segurança do uso das instalações e dos sistemas da edificação. Se realizada sem critério técnico, a manutenção pode causar problemas, gastos indevidos sem os benefícios esperados, danos materiais, físicos e gerar preocupações desnecessárias aos usuários, além da desvalorização acentuada do imóvel, indenizações por acidentes, condenações jurídicas por negligência, impedimento ao uso, interdições entre outros problemas. Classificação de falhas As falhas de manutenção podem ter diversas causas. Quando se realiza a Inspeção Predial, elas são analisadas para a classificação do grau de prioridade. Podem ter origem em execução de atividades inadequadas, mau planejamento, uso indevido de materiais, deficiências com mão de obra, problemas com ausência de registros, contratos de terceirizadas incompatíveis com a realidade operacional das instalações, dentre outras. Metodologia da Manutenção 29 As falhas podem ser: • Críticas – Implicam em danos à saúde e à segurança dos usuários, perda excessiva de desempenho causando possíveis paralisações, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização acentuada. Esse tipo de falha exige intervenção imediata. Exemplo: parada dos elevadores, trincas que comprometam a estrutura do prédio. • Regulares – Promovem perda de funcionalidade sem prejuízo à operação direta de sistemas, redução pontual de desempenho, deterioração precoce e pequena desvalorização. Esse tipo de problema requer programação e intervenção em curto prazo. Exemplo: Fachada do edifício está descascando. Degraus da escada estão perdendo o revestimento. • Mínimas – Causam pequenos prejuízos à estética ou à atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e regulares. Exemplo: Bolhas na pintura no hall de entrada. A deficiência no diagnóstico das falhas causa retrabalho e gastos desnecessários, sem contar que o problema poderá ressurgir, agravando a situação e causando prejuízo ainda maior (IBAPE SP, 2015). Outro ponto que precisamos saber diferenciar é que a manutenção não é Reforma, Modernização e/ou Retrofit. Essas atividades alteram as características originais dos sistemas construtivos, o que não ocorre na manutenção predial. De acordo com a recente ABNT NBR 16280:2014 – Norma de Reforma em Edificações – Sistemas de Gestão de Reformas – Requisitos, tem-se como definição para reforma de edificação: “Alteração nas condições da edificação existente com ou sem mudança de função, visando a recuperar, Metodologia da Manutenção30 melhorar ou ampliar suas condições de habitabilidade, uso ou segurança, e que não seja manutenção”. As reformas em geral podem ocorrer nas edificações para repor sistemas que já se encontram com vida útil ultrapassada, como também para alterar características. As reformas, tanto quanto as atividades de manutenção, necessitam de profissionais habilitados para sua execução, porque envolvem prestações de serviços de engenharia e arquitetura. Logo, é importante existirem responsáveis técnicos. RESUMINDO: E aí conseguindo absorver toda a informação? Bastante coisa não é mesmo? Aquelas obras que vemos sendo realizadas nas fachadas dos edifícios quando caminhamos nas ruas não serão mais as mesmas para você certo? Eu gosto de pensar como o conhecimento muda a forma como olhamos para o mundo e as coisas que nos cercam! Pois bem nesta unidade aprendemos sobre a manutenção predial, como a gestão da manutenção interfere na qualidade e custos das manutenções prediais. Também foi possível observar a importância de manter uma boa cultura de manutenção predial sempre visando a segurança e bem estar dos usuários. Conhecemos como é complexo uma inspeção predial o laudo que ela gera e como utilizamos esse laudo para alimentar o plano de manutenção do edifício que está sendo analisado. Foi possível observar também que manutenção predial, por tratar da segurança das pessoas, possui várias normas regulamentadoras para garantir a qualidade da manutenção e a responsabilidade das ações executadas. Vamos em frente aprendendo cada vez mais sobre essa área de conhecimento que é a manutenção. Metodologia da Manutenção 31 Manutenção elétrica predial INTRODUÇÃO: Neste capítulo vamos estudar sobre manutenção elétrica predial, entender um pouco como os profissionais da área a executam. Também vamos aprender sobre os processos utilizados para realizar a manutenção elétrica predial, quais são os problemas mais comuns e como eles podem ser resolvidos. Acredito que tenha despertado seu interesse não é mesmo? Seguimos em frente! Entendendo a Manutenção Elétrica Predial Vamos rever o conceito de manutenção, mas agora focando a manutenção elétrica predial, vamos pensar em coisas que fazemos habitualmente. Por exemplo: pegar o ônibus, ou o metrô, para ir à escola ou ao trabalho. Ou, então, passear no shopping; fazer um exame médico; pesquisar um assunto qualquer na internet; abastecer o tanque da motocicleta; tomar sorvete; comprar carne para um churrasco; fritar um ovo entre outras coisas. Com certeza você se lembra de que a falta de manutenção faz com que o ônibus quebre, o ar-condicionado do vagão do metrô não funcione, a escada rolante do shopping pare, não se pode fazer um exame médico porque o aparelho está quebrado, não se consegue acessar a internet devido à pane no provedor, a bomba de combustível está parada, não é possível tomar sorvete nem comprar carne porque não há fornecimento de energia no seu bairro. Vamos supor a seguinte situação. Bem, seu fogão tem acendimento (elétrico) automático e seu bairro não tem energia! Na sua casa, não há uma caixa de fósforos sequer no armário. Resultado: sem energia elétrica, você não pode nem fritar um ovo! Metodologia da Manutenção32 Analisando e refletindo sobre esses exemplos, fica fácil entender o conceito de manutenção: um processo que se destina à conservação das instalações ou equipamentos, mantendo suas características técnicas, funcionais e de segurança. Isto é, um conjunto de cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações. Os defeitos e falhas comprometem o funcionamento dos componentes elétricos, reduzindo a sua vida útil e provocando as paradas não programadas. O objetivo do serviço de manutenção elétrica predial é garantir a continuidade e funcionamento do sistema elétrico e evitar que defeitos e falhas, caracterizados pelo funcionamento irregular ou até mesmo pela própria interrupção do funcionamento normal do sistema, venham ocorrer. As causas mais frequentes de defeitos e falhas são provocadas por: • falta de cuidados na execução da instalação; • má qualidade no fornecimento da energia elétrica; • falta de qualidade da manutenção realizada; • sistema elétrico sobrecarregado; • temperatura ambiente, produtos abrasivos ou químicos presentes no ambiente do sistema elétrico, não previstas em projeto. (SILVA, 2014). O profissional de manutenção elétrica predial, é responsável por fazer com que a energia elétrica chegue a todos os componentes dos circuitos das instalações, a fim de manter o funcionamento das máquinas e equipamentos a eles conectados. Figura 13 – Exemplo de profissional de manutenção elétrica predial. Fonte: Silva (2014, locais do Kindle 126). Metodologia da Manutenção 33 Sabemos que a gestão da manutenção divide a manutenção em corretiva, preventiva e preditiva. Vamos agora ver a descrição desses três tipos de manutenção com o foco na manutenção elétrica predial. Manutenção corretiva: é realizada quando o equipamento ou a instalação apresenta falhas ou danos, mesmo que a manutenção preventiva tenha sido realizada. A manutenção corretiva tem o objetivo de consertar o defeito apresentado e colocar novamente o equipamento ou a instalação em operação, assim reduzindo os prejuízos causados por sua paralisação. Manutenção preventiva: trata das inspeções periódicas nos equipamentos ou nas instalações. Essas inspeções permitem que sejam verificadas as condições de funcionamento, segurança e o nível de deterioração de equipamentos e instalações e podem indicar a necessidade de limpeza, lubrificação, ajustes, adequações ou substituição de componentes. Portanto, os objetivos da manutenção preventiva são: 1. Prolongar a vida útil de equipamentos e instalações; 2. Evitar paradas não programadas; 3. Reduzir os riscos de acidentes. Manutenção preditiva: tem a finalidade de indicar as reais condições de funcionamento da maquinaria e instalações. É baseada em dados de manuais de fabricantes, que informam desgaste, fadiga ou deterioração dos componentes de um equipamento ou de uma instalação. Desse modo, podemos prever o tempo de utilização dos componentes bem como as condições necessárias para o seu máximo aproveitamento. Os três tipos de manutenção que acabamos de ver podem ser divididos em dois grupos: o da manutenção planejada, no qual se enquadram a preventiva e a preditiva, e o da manutenção não planejada, no qual se enquadra a corretiva (SILVA, 2014). Metodologia da Manutenção34 Periodicidade da manutenção elétrica predial Com certeza você já passou por uma situação em que algo não funcionou corretamente em sua casa ou edifício, podemos assumir que nenhum usuário de uma instalação elétrica predial fica feliz quando algo não funciona. Reflita sobre seu dia a dia e em como a eletricidade tem uma presença tão forte que, simplesmente, não conseguimos viver sem ela. Agora, imagine uma sala de cirurgia. Nela, nada pode falhar, porque isso ameaça a vida de uma pessoa. Esse exemplo demonstra a necessidade da manutenção preventiva, pois não podemos esperar que algo falhe no meio de uma cirurgia para tentar consertar, não é? Assim, o intervalo de tempo em que deve ocorrer a manutenção tem que ser adequado a cada tipo de instalação. Quanto mais complexa e diversificada for a instalação e seu uso, menor deverá ser o intervalo em que são realizadas as intervenções. Por isso, uma sala de cirurgia é o típico local em que uma falha de fornecimento de energia jamais poderá ocorrer. Portanto, ao estabelecer a periodicidade da manutenção, o mais importante é levar em consideração a complexidade das atividades desenvolvidas e as influências externas existentes no local (SILVA, 2014). Para definir a periodicidade o profissional de manutenção deve utilizar as informações sobre vida útil discriminadas nos manuais dos fornecedores. Também é possível utilizar o laudo da inspeção predial ou o histórico de falhas consecutivas, assim estimando qual o tempo necessário para a manutenção entre falhas. O importante na hora de estipular a periodicidade da manutenção em um plano de manutenção é ter em mente que o objetivo é trocar ou realizar reparos em componentes antes que eles falhem, assim garantindo a segurança e a satisfação do usuário. Verificação de rotina em manutenção preventiva A manutenção preventiva deve ser uma rotina em instalações que não podem falhar, já que isso significaria prejuízos tanto materiais quanto Metodologia da Manutenção 35 para a utilização do usuário. Imagine um shopping sem ar-condicionado! Pense, também, em uma incubadora que mantém vivo um bebê prematuro e que fique, mesmo que momentaneamente, em um ambiente sem energia elétrica! São prejuízos que não podem ser resgatados! Por esses motivos, a manutenção preventiva deve fazer parte da rotina de manutenção da instalação elétrica predial. Essa periodicidade da manutenção preventiva é composta por verificações frequentes que são feitas em condutores, dispositivos de conexão e de manobra, quadros de distribuição e painéis. 1. Condutores: A instalação, a isolação e os elementos de conexão dos condutores, incluindo os que alimentam os equipamentos móveis, devem ser inspecionados com o objetivo de verificar se: • estão em boas condições de utilização e limpeza; • estão devidamente identificados; • não apresentam sinais de sobreaquecimentos. 2. Quadros e distribuição de painéis: Os quadros de distribuição e painéis devem ser inspecionados tanto em sua estrutura quanto em seus componentes. Na estrutura de quadros e painéis, devemos verificar o estado geral quanto à fixação, à integridade mecânica, à pintura, à presença de corrosão, ao funcionamento de fechaduras e dobradiças. Devemos, também, avaliar a condição dos condutores e das cordoalhas de aterramento. Em relação aos componentes dos quadros de distribuição e painéis, devemos verificar as condições de funcionamento de contatores, relés, chaves seccionadoras, disjuntores entre outros componentes. A fixação, os ajustes e as calibrações devem ser realizados de acordo com as características técnicas de cada componente. (SILVA, 2014). Metodologia da Manutenção36 Processos da manutenção elétrica predial Como estamos aprendendo, o principal objetivo da manutenção de um sistema elétrico conservar suas condições técnicas, funcionais e de segurança. A realização do serviço de manutenção exige a execução de procedimentos específicos, que garantam a segurança dos profissionais envolvidos nas intervenções e a confiabilidade dos trabalhos realizados. Podemos citar como exemplos: 1. Testes de funcionamento de componentes de uma instalação elétrica; 2. Inspeção visual dos componentes de uma instalação elétrica; 3. Ensaios possíveis de componentes de uma instalação elétrica. Durante a execução de qualquer manutenção elétrica predial, antes da substituição de um componente elétrico, você precisa garantir de que este realmente deva ser substituído. Isso é feito por meio de inspeção, testes e ensaio. É primordial que antes de iniciar a manutenção, você deve realizar procedimentos de desligar a energia dos circuitos atendendo às seguintes prescrições da NR 10: 1. Seccionar o circuito; 2. Impedir sua reenergização por meio de bloqueios mecânicos; 3. Constatar a ausência de tensão; 4. Instalar aterramento temporário; 5. Proteger os elementos energizados existentes na zona controlada; 6. Instalar a sinalização de impedimento de reenergização (SILVA, 2014). Metodologia da Manutenção 37 Exemplo: Agora vamos analisar o exemplo de um procedimento de inspeção de tomadas. Você já utilizou uma tomada portanto já sabe que as conexões entre os aparelhos elétricos portáteis e a rede elétrica são realizadas por meio de plugues e tomadas. O desgaste desses dispositivos é resultado da corrente que circula por eles e de sua elevada utilização. Também é de seu conhecimento que as conexões deficientes podem ocasionar queda de tensão, aquecimento e instabilidade na rede elétrica. Constatado o defeito, devemos efetuar a troca dos dispositivos. Veja, no quadro a seguir, os procedimentos de teste de uma tomada (SILVA, 2014). Quadro 1 –Exemplo de procedimento de inspeção de tomadas. Itens a ser verificado Como testar / Verificar Pressão de contato Verificar se a pressão de contato nos polos da tomada é suficiente para manter conexão com o plugue nela inserido. Bornes de ligação Avaliar conexão do condutor com borne de ligação da tomada. Sinais de aquecimento Verificar se a tomada apresenta sinais de deformação por aquecimento resultante de sobrecarga ou mau contato. Tensão Constatar presença de tensão nos bornes da tomada Fonte: Silva (2014, locais do Kindle 986). Após o profissional de manutenção ter verificado todo o sistema elétrico trocado os componentes e reparos necessários, ele precisa validar seu trabalho e emitir o relatório final de suas atividades. Após a conclusão da manutenção de um sistema elétrico e antes de ser liberado para o cliente, é necessário realizar a validação do serviço. Afinal, na manutenção também deve-se garantir a funcionalidade, Metodologia da Manutenção38 segurança e conformidade com as normas, assim como a integridade das pessoas, do imóvel e dos equipamentos presentes. Para a validação final da manutenção executada é necessário: 1. Verificar a conformidade com os parâmetros do projeto com a ajuda da leitura e interpretação do projeto da instalação elétrica; 2. Realizar as rotinas de teste de funcionamento do sistema e de medição das grandezas envolvidas; 3. Preencher o formulário para liberação do sistema; 4. Encerrar a Ordem de Serviço (OS). Após todas as etapas acima serem executadas e a ordem de serviço assinada e aceito pela pessoa que solicitou a manutenção, o serviço está concluído e o profissional pronto para o próximo trabalho (SILVA, 2014). Como vimos a manutenção elétrica predial é uma área de grande complexidade e com alguns risco também. O profissional de manutenção elétrica predial deve estar devidamente habilitado dentro das normas de segurança e com o conhecimento sobre a profissão em dia, caso contrário a execução das atividades não sairá conforme o esperado e ainda poderá apresentar risco desnecessários. RESUMINDO: Cada área que nos aprofundamos da manutenção parece um mundo novo não é mesmo? A manutenção elétrica predial não seria diferente, é uma área muito importante por tratar da segurança e bem estar das pessoas e exige um nível técnico elevado de seus profissionais. Vimos como ela é executada no dia a dia e como definidos a periodicidade das ações de manutenção preventiva. Metodologia da Manutenção 39 Foi possível entender a importância da manutenção preventiva e preditiva nessa área da manutenção. Pois o impacto de um edifício ficar sem energia elétrica muito grande para o usuário, certo? Também vimos o exemplo de um procedimento de inspeção e entendemos a necessidade de procedimentos para este tipo de manutenção. Ainda temos muito a aprender sobre essa fantástica área de conhecimento que é a manutenção. Seguimos em frente! Metodologia da Manutenção40 Normas regulamentadoras aos processos de manutenção INTRODUÇÃO: Agora vamos conhecer as normas regulamentadoras que regem a atividade de manutenção. Teremos as normas de segurança, legislações sobre a construção civil e algumas boas práticas a serem seguidas. É muito importante conhecer as normas técnicas e legislações sobre a atividade que você desempenha, além de funcionarem como um guia que irá te ajudar também servem para garantir que o profissional e as pessoas ao seu redor estejam seguras durante a execução de sua atividade. Interessante não é mesmo? Seguimos aprendendo sobre a manutenção! Teremos as normas de segurança, legislações sobre a construção civil e algumas boas práticas a serem seguidas. É muito importante conhecer as normas técnicas e legislações sobre a atividade que você desempenha, além de funcionarem como um guia que irá te ajudar também servem para garantir que o profissional e as pessoas ao seu redor estejam seguras durante a execução de sua atividade. Interessante não é mesmo? Seguimos aprendendo sobre a manutenção! O que são as Normas? Se alguém convidar você para participar de um jogo o qual você nunca jogou, a primeira coisa que você irá pedir é como funciona o jogo e quais suas regras, certo? Você faz essa pergunta, pois sabe que se não conhecer as regras, não terá chance de ganhar o jogo. Metodologia da Manutenção 41 Pois na manutenção é a mesma coisa é necessário saber as regras, normas técnicas e boas práticas da manutenção para melhor aplicá-la no dia a dia. Vamos começar entendendo o que é a normalização. Nos dias atuais estamos cercados por normas: de convivência, de linguagem, de padrões de comportamento. Afinal, dizer “bom dia!”, “por favor!”, “muito obrigado!” são expressões que devemos sempre usar e que fazem parte das normas da boa educação. Viver em comunidade exigiu de nós, seres humanos, o estabelecimento desses tipos de regras. A industrialização, atividade econômica que mudou totalmente nossas vidas nos últimos duzentos anos, exigiu o uso de critérios de padronização para facilitar a fabricação, o armazenamento e a comercialização dos produtos. Imagine como seria se cada fabricante resolvesse fabricar o conector de celular diferente para cada modelo de celular? Seria muito difícil. A padronização foi o primeiro passo para a normalização, e está nada mais é do que um conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições. As finalidades da normalização são: • Padronizar o produto; • Simplificar processos produtivos; • Garantir produtos e serviços confiáveis para o usuário. Do processo de normalização surgem as normas, sendo estes documentos com informações técnicas para uso de fabricantes e consumidores. As normas são elaboradas com base nas experiências e nos avanços tecnológicos da indústria. As normas englobam assuntos referentes à terminologia, aos glossários de termos técnicos, aos símbolos e aos regulamentos de segurança (SENAI SP, 2015). Atualmente o objetivo das normas técnicas são: Metodologia da Manutenção42 • Simplificação – limitar e reduzir a fabricação de variedades desnecessárias de um produto; • Comunicação – estabelecer linguagens comuns que facilitem o processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores; • Economia global – criar normas técnicas internacionais que permitam o comércio de produtos entre países; • Segurança – proteger a saúde e a vida humana; • Proteção dos direitos do consumidor – garantir a qualidade do produto comercializado e do serviço prestado. Normas Técnicas Brasileiras Como você já deve ter ouvido falar no Brasil temos inúmeros normas técnicas, e com certeza algumas delas normalizam o setor de manutenção industrial, predial e elétrica. Sendo assim vamos estudar sobre essas normas. Figura 15 –Logo da ABNT Fonte: ABNT O atual modelo brasileiro de normalização foi implementado a partir de 1992 e tem o objetivo de descentralizar e tornar mais rápida a elaboração de normas técnicas. Para isso, foram criados: • O Comitê Nacional de Normalização (CNN), que tem a função de estruturar o sistema de normalização; Metodologia da Manutenção 43 • O Organismo de Normalização Setorial (ONS), que tem como objetivo agilizar a criação de normas específicas para setores. Para que um ONS possa elaborar normas de âmbito nacional, deve se credenciar e ser supervisionado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ABNT é uma entidade privada sem fins lucrativos. Sua responsabilidade é coordenar, orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas no Brasil, bem como editar e registrar as normas existentes (NBRs). Para que os produtos brasileiros sejam aceitos no mercado internacional, as normas da ABNT são elaboradas, de preferência, segundo diretrizes e instruções de associações internacionais de normalização, como estas: • International Standard Organization (ISO), com sede em Genebra, na Suíça, que significa Organização Internacional para Padronização; • International Eletrotechnical Commission (IEC) ou, em português, Comissão Internacional de Eletrotécnica. A ABNT é responsável pela elaboração de normas de procedimento, especificação, padronização, terminologia, classificação, métodos de ensaio e simbologia em diversas áreas de atuação (SENAI SP, 2015). mas técnicas brasileiras entre no Site na ABNT. Link: <http:// www.abnt.org.br>. (Acesso em: 25/07/2020). Também vale visitar o site do Instituo Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). No INMETRO, a norma recebe uma classificação e é oficialmente registrada. A norma pode ser uma: • NBR1, o que a torna obrigatória; • NBR2, chamada de “referendada” e obrigatória para órgãos públicos; http:// www.abnt.org.br Metodologia da Manutenção44 • NBR3, chamada de “registrada” e que pode ou não ser seguida tanto por órgãos públicos como por empresas privadas. Periodicamente as normas devem ser revistas. Em geral, a revisão deve ocorrer em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que algumas normas sejam. Link: <http:// www.inmetro.gov.br>. (Acesso em 25/07/2020). A seguir vamos ver uma lista das normas regulamentadores e seus títulos. A lista serve para orientar o profissional a procurar pela norma completa de acordo com o trabalho que será realizado. Quadro 2 –Lista de NR’s Norma Descrição NR 01 Disposições gerais. NR 02 Inspeção prévia. NR 03 Embargo ou Interdição. NR 04 SESMT − Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. NR 05 Cipa − Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. NR 06 EPI − Equipamento de Proteção Individual. NR 07 PCMSO − Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. NR 08 Edificações. NR 09 PPRA − Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. NR 10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade. NR 11 Transporte, movimentação e manuseio de materiais. NR 12 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. NR 13 Caldeiras e vasos sob pressão. NR 14 Fornos. NR 15 Atividades e operações insalubres. NR 16 Atividades e operações perigosas. NR 17 Ergonomia. http:// www.inmetro.gov.br Metodologia da Manutenção 45 NR 18 Condições do meio ambiente de trabalho da Indústria da construção civil. NR 19 Explosivos. NR 20 Líquidos combustíveis e inflamáveis. NR 21 Trabalho a céu aberto. NR 22 Segurança e saúde ocupacional na mineração. NR 23 Prevenção contra incêndios. NR 24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho. NR 25 Resíduos industriais. NR 26 Sinalização de segurança. NR 27 Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho NR 28 Fiscalização e penalidades. NR 29 Segurança e saúde no trabalho portuário. NR 30 Segurança e saúde no trabalho aquaviário. NR 31 Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura. NR 32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. NR 33 Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados. NR 34 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval. NR 35 Segurança e saúde no trabalho em altura. NR 36 Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Fonte: Os autores É bastante comum no mundo da manutenção você encontrar no currículo dos profissionais treinamentos, por exemplo em NR10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade ou em NR 35- Segurança e saúde no trabalho em altura, isso significa que o profissional está apto para trabalhar de acordo com as normas da NR em questão. Metodologia da Manutenção46 Figura 16 –Exemplo de profissional capacitado para o trabalho. Fonte: SENAI SP (2014, locais kindle 161). Diversos trabalho exigem o treinamento das NR’s necessárias para a contratação do profissional. • ABNT NBR 15154: Vamos comentar aqui sobre a norma de qualificação e certificação de mecânico de manutenção e seus requisitos. A norma tem como objetivo estabelece os requisitos e a sistemática para a qualificação e certificação de mecânico de manutenção e define as atribuições, atitudes e atividades para o nível descrito. Esta Norma aplica-se à qualificação e certificação de profissionais executantes de serviços de manutenção, em equipamentos mecânicos, sistemas hidropneumáticos, sistemas de lubrificação e máquinas. Você certamente já ouviu falar ISO 9001 não é mesmo? Pois bem a ISO (Organização Internacional de normalização), é uma organização internacional, que reúne mais de uma centena de organismos nacionais de normalização. Representando países que respondem por cerca de 95% do PIB mundial, tem por objetivo promover o desenvolvimento da padronização de atividades correlacionadas, de Metodologia da Manutenção 47 forma a possibilitar o intercâmbio econômico, científico e tecnológico entre países. Para saber mais sobre como a ISSO funciona e entender como ela impacta na área de manutenção acesse o site. É importante que o profissional de manutenção tenha conhecimento sobre as normas regulamentadores da sua área de atuação, não apenas para se manter seguro e executar as boas práticas necessárias da sua profissão. Mas também para se manter dentro da legislação. RESUMINDO: Interessante não é mesmo? Podemos ver que a bagagem de conhecimento já conhecido e normalizado é grande na área de manutenção, não poderia ser diferente não é mesmo? A humanidade pratica a manutenção desde os surgimentos das primeiras ferramentas. Nesta unidade foi possível entender como as normas técnicas funcionam e atuam no Brasil, também vimos os órgãos responsáveis por emiti-las. Foi possível entender como as normas técnicas interagem com p profissional de manutenção e conseguimos nos aprofundar um pouquinho nas normas que mais impactam a manutenção, como a NR10 e NR35. Interessante não é mesmo? A frase de conheça as regras do jogo para vencê-lo se aplica muito bem quando falamos das normas técnicas e da manutenção. Seguimos em gente aprendendo sobre essa área de conhecimento tão fantástica que é a manutenção! Metodologia da Manutenção48 REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 27 de jul. 2020. ABRAMAN. Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Disponível em: <https://www.abramanoficial.org.br>. Acesso em: 11 jul. 2020. BAPTISTA, José Antônio. Manutenção Industrial: Técnicas, Contos e Causos – 2017. CYRINO, Luis. Downtime, o peso da manutenção. Manutenção em foco, 2019. Disponível em: <https://www.manutencaoemfoco.com.br/ downtime-o-peso-da-manutencao/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. DE ALMEIDA, Paulo Samuel. Gestão da Manutenção Aplicada as Áreas Industrial Predial e Elétrica – 2017, Editora Saraiva. DE ALMEIDA, Paulo Samuel. Manutenção Mecânica Industrial Conceitos Básicos e Tecnologia Aplicada – 2018, Editora Érica. FERREIRA GOMIDE, Tito Livio, CABRAL P. FAGUNDES NETO, Jrônimo, GULLO, Marco Antonio. Inspeção Predial Total Diretrizes e Laudos no Enfoque da Qualidade Total e da Engenharia Diagnóstica – 2014, Editora PINI. Gestão de Ativos e Pas 55. ABRAMAN. Disponível em: <https:// abramanoficial.org.br/page/gestao_de_ativos>. Acesso em: 11 de jul. 2020. IBAPE SP. Inspeção Predial “a Saúde dos Edifícios”. 2° edição. Disponivel em: <https://www.ibape-sp.org.br/adm/upload/ uploads/1541781803-Cartilha-Inspecao_Predial_a_Saude_dos_Edificios. pdf>. Acesso em: 25/07/2020. ISO. International Organization for Standardization. Disponível em: <https://www.iso.org/home.html>. Acesso em: 25 de jul. 2020. Metodologia da Manutenção 49 LAASCH, Conaway. Fundamentos da gestão responsável: sustentabilidade, responsabilidade e ética. São Paulo: Cengage Learning, 2015. Manutenção Predial Preventiva. Fullconnection, 2019. 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Andrew Schaedler e Giselly Mendes Metodologia da Manutenção Macroprocessos da manutenção mecânica Processos da manutenção mecânica Ferramentas para manutenção Técnicas de montagem e desmontagem de equipamentos Fundamentos de usinagem Manutenção predial civil Conhecendo a manutenção predial Inspeção Predial Manutenção predial x Inspeção Predial Classificação de falhas Manutenção elétrica predial Entendendo a Manutenção Elétrica Predial Periodicidade da manutenção elétrica predial Verificação de rotina em manutenção preventiva Processos da manutenção elétrica predial Normas regulamentadoras aos processos de manutenção O que são as Normas? Normas Técnicas Brasileiras metodologia-manutencao-3.pdf Metodologia da Manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Unidade 3 Introdução a Manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Metodologia da Manutenção Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autores ANDREW SCHAEDLER E GISELLY MENDES Andrew Schaedler Eu, Andrew, sou formado em Engenharia Mecânica, com uma experiência técnico-profissional na área de engenharia de processos e usinagem de precisão, de mais de 8 anos. Passei por empresas como a TDK multinacional Japonesa produtora de componentes eletrônicos, John Deere multinacional Americana produtora de equipamentos agrícolas e hoje sou sócio proprietário de uma metalúrgica especializada em usinagem de precisão atendendo empresas de grande porte do ramo automotivo. Giselly Mendes Eu, Giselly, sou Mestra em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em Polímeros, Administradora, Educadora com uma experiência técnico- profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais de mais de 12 anos. Somos apaixonados pelo que fazemos e adoramos transmitir nossa experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! OS AUTORES Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Processos da manutenção corretiva e preditiva ..........................10 Conceitos de manutenção corretiva e preventiva ............................................. 10 Gestão da manutenção corretiva ..................................................................................... 12 Vantagens e implementação da manutenção preventiva. ............................ 13 Executando a gestão da manutenção corretiva e preventiva .................... 13 Implantando a manutenção preventiva .................................................... 14 Processos e práticas da manutenção preditiva ............................19 Objetivos da manutenção preditiva ................................................................................ 20 Processos da manutenção preditiva .............................................................................. 21 Implantando a manutenção preventiva e o ciclo PDCA ............26 O que é o ciclo PDCA? ............................................................................................................. 26 Ciclo PDCA na Manutenção ................................................................................................. 29 PDCA criando o pensamento crítico ........................................................... 30 Gestão de pessoas e informação na manutenção .......................34 Gestão de pessoas ...................................................................................................................... 34 Pilares da gestão de pessoas .......................................................................... 35 Gestão de pessoas na manutenção............................................................ 40 Gestão da informação ............................................................................................................... 40 Metodologia da Manutenção 7 INTRODUÇÃO A MANUTENÇÃO UNIDADE 03 Metodologia da Manutenção8 Você sabia que a área da manutenção é uma das maiores demandas na indústria? A manutenção também está presente em nosso dia a dia praticamente em todo lugar que frequentamos. Essa área de atuação profissional existe em todas as regiões do mundo. Nesta unidade vamos iniciar nossos estudos nesta área de conhecimento tão utilizada pela sociedade atual. Iremos aprender sobre os conceitos e definições da manutenção. Veremos como a gestão da manutenção é realizada e o impacto que ela tem no ramo industrial predial e elétrico. Ainda entenderemos como é gerenciar os processos da manutenção corretiva e preditiva. Nos aprofundaremos na parte prática da gestão da manutenção preditiva e veremos como funciona o ciclo PDCA. Além disso vamos aprender sobre a gestão das pessoas nos processos de manutenção. Bastante coisa não é mesmo? Seguimos aprendendo sobre esta ampla área de conhecimento! Vamos em frente! INTRODUÇÃO Metodologia da Manutenção 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade Unidade 3 - Gestão da Manutenção. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1 . Gerenciar os processos de manutenção corretiva e preditiva; 2. Executar, na prática, os processos de manutenção preditiva; 3. Implantar a metodologia de manutenção preventiva nas organizações utilizando o ciclo PDCA como ferramenta fundamental; 4. Compreender a gestão de informações e das pessoas nos processos de manutenção. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Metodologia da Manutenção10 Processos da manutenção corretiva e preditiva INTRODUÇÃO: Neste capítulo vamos entender mais sobre a manutenção corretiva e preventiva. Como funciona os processos de gestão de cada uma dessas manutenções. Também será muito importante entendermos como esses dois tipos de manutenção estão ligados e caminham juntos, visando a eficiência da gestão da manutenção. Fique atento e observe como a manutenção corretiva e preventiva se complementam e sempre buscam evitar que máquinas ou sistemas falhem, assim aumentando a eficiência da organização e reduzindo custos em manutenção ou por paradas na linha produtiva. Vamos em frente aumentar nossos conhecimentos! Conceitos de manutenção corretiva e preventiva Agora vamos revisar os conceitos de manutenção corretiva e preventiva. Fique atento para entender como uma manutenção está relacionada com a outra. Manutenção corretiva é um conjunto de procedimentos e ações que são executados com a finalidade de atender imediatamente a máquina, equipamento ou sistema que parou de funcionar. A equipe de manutenção age imediatamente para restabelecer seu funcionamento o mais rápido possível. O fato é que nem sempre o “mais rápido possível” ocorre em tempo de se evitar os prejuízos causados por uma parada de máquina Metodologia da Manutenção 11 imprevista, que podem ser funcionário parado, atrasos de produção, compra de peças sem tempo de pesquisar preços adequadamente, mecânico trabalhando sob pressão, o que gera risco de acidentes entre outros possíveis problemas. (ALMEIDA, 2018). Exemplo: Temos como exemplo da manutenção corretiva a resistência de um chuveiro elétrico. Ela pode falhar devido a problemas na rede de energia elétrica ou hidráulica de uma casa. Acredito que quase todo mundo já tenha passado pela situação de estar tomando banho no inverno e a resistência do chuveiro queimar necessitando assim ser trocada. A perda de capacidade de aquecer água do chuveiro elétrico devido à resistência elétrica estar estragado é um clássico exemplo de manutenção corretiva. O chuveiro só voltará a funcionar quando a peça que falhou for substituída. Manutenção preventiva é a manutenção planejada e controlada, tendo como objetivo a manter a máquina, equipamento ou sistema em certas condições de funcionamento e conservação, evitando paradas imprevistas. O planejamento é possível utilizando-se a documentação e informações das ações de manutenção corretiva já realizadas (Ficha de Execução de Operações de Manutenção Corretiva) e informações sobre a vida útil das peças, fornecidas pelo fabricante. (ALMEIDA, 2018). Figura 1 – Exemplo de manutenção em carro. Fonte: Pixabay Metodologia da Manutenção12 Exemplo: Acredito que o exemplo mais comum de manutenção preventiva que temos é a revisão de nossos carros. O fabricante do carro já tem odo plano de manutenção preventiva elaborado para nós, quando o carro atinge uma certa quantia de km rodados precisamos executar uma série de ações pré-estipuladas, tendo como objetivo manter o carro em funcionamento sem nenhuma parada imprevista. Gestão da manutenção corretiva A gestão da manutenção deve contemplar desde as operações necessárias para o funcionamento correto de máquinas, equipamentos e sistemas até os processos administrativos que envolvem a aquisição de peças, componentes, insumos, máquinas e ferramentas. Além disso, deve contar com um estudo dos custos de mão de obra direta e indireta e da relação dos custos de manutenção e os benefícios conferidos aos diversos tipos de máquinas e equipamentos em função de sua aplicação. Essa análise permite identificar a manutenção correta para cada tipo de aplicação. Exemplo: Em um caso de desgaste excessivo em decorrência do tempo de trabalho, a equipe de manutenção para o sistema apenas durante o tempo necessário para trocar as correias de posição para o motor reserva instalado em paralelo e aciona novamente o equipamento, cujo funcionamento foi interrompido por um tempo bem menor do que se houvesse a necessidade de executar reparos no motor em uso. Após o reinício do funcionamento do motor reserva, o motor que estava em funcionamento é retirado para que se execute nele a manutenção corretiva e só é recolocado e religado quando o motor reserva apresentar defeitos por desgaste excessivo. No exemplo apresentado, é possível ter uma ideia da atuação estratégica da gestão da manutenção, que é responsável pelos cálculos financeiros e de viabilidade de execução das operações de manutenção em uma organização. Tais cálculos possibilitam prever se a execução de ações propostas para solucionar os problemas nos processos industriais é economicamente viável. (ALMEIDA, 2017). Metodologia da Manutenção 13 Vantagens e implementação da manutenção preventiva. Vamos analisar agora as vantagens de se ter uma manutenção preventiva funcionando corretamente: • Equilibrar a utilização de recursos humanos: quando as operações de manutenção são planejadas, é possível criar um ritmo de trabalho constante e prever com precisão a quantidade de mecânicos no setor de manutenção, eliminando tempos ociosos e excesso ou falta de profissionais. • Eliminar tempos de espera para compra de peças: com o cronograma de manutenção preventiva é possível fazer uma previsão da utilização de peças e insumos que serão utilizados nas operações de manutenção, assim evitando estoques desnecessários ou falta de peças que causam a parada da máquina até a compra e recebimento da peça. • Confiabilidade de prazos no sistema de produção: a manutenção preventiva permite o bom funcionamento das máquinas ou sistemas utilizados em uma organização, o que evita atrasos ou esperas paradas imprevistas. • Satisfação do cliente: a manutenção preventiva contribui para o respeito a prazos de entrega das peças e para a qualidade das peças produzidas pelas máquinas mantidas em perfeito estado de funcionamento, contribuindo assim para a satisfação dos clientes da organização. (ALMEIDA,2018). Executando a gestão da manutenção corretiva e preventiva Na gestão da manutenção, a manutenção corretiva e preventiva anda lado a lado. Metodologia da Manutenção14 Quando executamos uma manutenção corretiva além de colocar o equipamento que apresenta defeito o mais rápido possível, temos que preencher a documentação solicitada para gerar registros e informações. Esse histórico de informações são a base para o planejamento da manutenção preventiva. Implantando a manutenção preventiva Na implantação de um sistema de manutenção preventiva é necessário desenvolver procedimentos específicos, sendo eles: • diagnóstico, verificação das condições de peças, registros de Manutenção Corretiva das máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações, além da vida útil das peças, que é fornecida pelo fabricante; • elaboração do plano de manutenção preventiva; • elaboração do registro de manutenção preventiva; • elaboração da ficha de lubrificação. Como vimos é muito importante o registro e o cumprimento dos procedimentos da gestão da manutenção. Fazem parte dessa gestão uma gama de documentos os quais servem como banco de informações. Vamos analisar alguns documentos utilizados na manutenção preventiva: • Roteiro de execução de manutenção preventiva. • Plano de manutenção preventiva. • Plano de lubrificação (aqui estamos usando como exemplo a tarefa de lubrificação). • Fichas de lubrificação (aqui estamos usando como exemplo a tarefa de lubrificação). Metodologia da Manutenção 15 O roteiro de execução de manutenção preventiva é o documento que possui as informações de identificação e localização da máquina, com a descrição dos itens a serem executados na manutenção em uma ordem numérica, com os respectivos prazos de execução. (ALMEIDA, 2018) Figura 2 – Exemplo de roteiro de manutenção preventiva. Fonte: Almeida (2018), s.p. - Kindle O plano de manutenção preventiva contém a lista das operações descritas no cronograma de execução da manutenção preventiva, com espaços para registrar a data e o responsável pela operação de Manutenção Preventiva, evidenciando sua execução. Metodologia da Manutenção16 Figura 3 – Exemplo de ficha de execução da manutenção preventiva. Fonte: Almeida (2018), s.p. - Kindle O plano de lubrificação tem como finalidade registrar todas as máquinas que devem ser lubrificadas para controle da gestão Manutenção Preventiva. Este documento, além de ser obrigatório, é extremamente útil na prática da manutenção preventiva, pois permite o controle e o planejamento das máquinas e dos equipamentos que devem ser lubrificados, bem como a periodicidade dos procedimentos de lubrificação. (ALMEIDA, 2018). Metodologia da Manutenção 17 As fichas de lubrificação têm como finalidade registrar a data, o código do lubrificante, os pontos de lubrificação e o responsável pela lubrificação executada nas máquinas e nos equipamentos, conforme o plano de lubrificação. Figura 4 – Exemplo de ficha de execução da manutenção preventiva. Fonte: Almeida (2018), s.p. - Kindle Esses são alguns exemplos de documentos utilizados na gestão da manutenção preventiva. Ainda existem outros documentos e ferramentas que podem ser empregados na gestão da manutenção. Metodologia da Manutenção18 RESUMINDO: Neste capítulo vimos os conceitos de manutenção corretiva e preventiva assim como exemplos desses dois tipos de manutenção. Foi possível entender a relação das duas manutenções em uma gestão da manutenção e como é fundamental seguir os processos pré estabelecidos em ordem de arquivar informações pertinentes. Vimos que a manutenção preventiva utiliza o histórico fornecido pela manutenção corretiva para realizar o planejamento das ações. Também foi possível entender a relação dos procedimentos de gestão da manutenção e os documentos necessários para que ela ocorra de forma eficiente. Interessante como a gestão da manutenção tem um impacto na organização das ações e redução dos custos de manutenção não é mesmo? Vamos em frente aprendendo mais sobre essa área de conhecimento tão interessante que é a manutenção! Metodologia da Manutenção 19 Processos e práticas da manutenção preditiva INTRODUÇÃO: Agora vamos aprender mais sobre a manutenção preditiva. Este tipo de manutenção também está interligado com a manutenção corretiva e preventiva. A manutenção preditiva é onde se encontra as técnicas mais avançadas de análise de máquinas e modos de falha. Popularmente os profissionais utilizam a frase “escutar a máquina” para se referir a técnicas de manutenção preditiva, e em alguns casos isso realmente acontece, por exemplo monitorar o som que certo equipamento faz em condições normais de trabalho, em caso deste som sofrer mudanças isto indica que o equipamento não está mais em condições normais e pode apresentar falhas. Seguimos aprendendo mais sobre a manutenção preditiva e suas aplicações! A manutenção preditiva busca indicar as condições reais de funcionamento de uma máquina de acordo com informações obtidas utilizando como base fenômenos apresentados por ela quando alguma peça começa a se desgastar ou alguma regulagem se faz necessária. Este tipo de manutenção baseia-se em inspeções periódicas, durante as quais fenômenos como temperatura, vibração, ruídos excessivos entre outros são observados por meio de instrumentos e técnicas específicas. Essa análise permite verificar as condições efetivas do equipamento e acompanhar a evolução de um defeito, possibilitando o planejamento em curto prazo para uma ação de manutenção com a troca de peças e a correção do defeito. Também permite indicar a vida útil dos componentes Metodologia da Manutenção20 das máquinas e equipamentos e as condições para que esse tempo seja bem aproveitado. (ALMEIDA, 2017). Agora vamos aprender o significado da palavra preditiva, vamos usar como base o Dicionário online Michaelis. Preditivo: 1. Relativo à predição. 2. Que produz ou afirma de antemão antes que se presenteie a verdade por meio de adução de prova(s). 3. Que usa de dedução no raciocínio, ou que permite tal uso a partir de informações prévias. Fonte: Dicionário online Michaelis. Link: https://bit.ly/31VkyRx Lendo atentamente ao significado da palavra vemos que a manutenção preditiva, podemos ver que o significa de número três, descreve com precisão o que é a manutenção preditiva. Objetivos da manutenção preditiva A manutenção preditiva pode ser implantada para monitorar a evolução dos efeitos causados por um defeito em uma máquina, equipamento ou sistema. Este tipo de manutenção agrega diversas vantagens para a empresa ou organização. Ao implantar a manutenção preditiva a empresa ou organização poderá buscar os objetivos a seguir: • Determinar antecipadamente a necessidade de serviços de manutenção em uma peça específica da máquina, possibilitando seu máximo aproveitamento. • Analisar fenômenos com instrumentos específicos, eliminando desmontagens desnecessárias para inspeção. • Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos, acompanhando a evolução do defeito. • Evitar emergências e transtornos causados por paradas imprevistas em decorrência de defeitos que já haviam sido identificados, mas que ficaram sem acompanhamento. Metodologia da Manutenção 21 • Impedir que o defeito agrave os danos e se estenda a outros componentes da máquina ou sistema. • Reduzir custos e garantir a qualidade dos produtos ou serviços da empresa. (ALMEIDA, 2017). Processos da manutenção preditiva Você pode observar até agora que a manutenção preditiva trata-se de uma manutenção com alto nível de conhecimento técnico, utilizando técnicas específicas para cada caso. Figura 6 – Exemplo de manutenção preditiva, inspeção de folgas em Pós-Combustor. Fonte: Pixabay Para a implantação da manutenção preditiva, são necessários instrumentos e equipamentos específicos, além de treinamento apropriado para os mecânicos que irão executar os procedimentos para análise e avaliação de fenômenos como: • Vibração excessiva e evolução da vibração; • Temperatura acima do normal; • Ruído excessivo; • Falta de precisão nas peças produzidas. Metodologia da Manutenção22 Utilizando como base a análise dos fenômenos, é possível indicar e apontar, com antecedência, os defeitos ou falhas nas máquinas, equipamentos e sistemas que estão sendo monitorados. A manutenção preditiva, após a análise dos fenômenos, adota dois procedimentos para atacar os problemas detectados: estabelece um diagnóstico e efetua uma análise de tendências. (ALMEIDA,2017). De acordo com o tipo de máquina, equipamento ou sistema a coleta de dados e informações é determinada assim como a periodicidade das inspeções, sempre com o objetivo de manter o equipamento em condições normais de funcionamento sem que o defeito possa interferir na qualidade e principalmente na operação segura da máquina ou do equipamento. As informações recolhidas são registradas em um documento. Essas informações são utilizadas pelo responsável da manutenção preditiva para realizar o planejamento e execução de ações de manutenção. Figura 7 – Exemplo análise de informações. Fonte: Pixabay O estudo destas informações é de extrema importância nos diversos segmentos de atuação das organizações. Os gestores da área de manutenção devem ter contato direto com as falhas detectadas nos diversos tipos de máquinas e equipamentos ou sistemas, bem como com os efeitos causados por elas, e procurar entender o porquê eles acontecem. Com esse tipo de análise é possível chegar a conclusões Metodologia da Manutenção 23 sobre o que pode ser feito para evitar danos sérios aos equipamentos. De maneira simplificada, pode-se dizer que a falha de um equipamento é verificada quando ele não executa corretamente a atividade para a qual ele foi concebido em razão de um ou mais motivos. As falhas podem ser resultantes do final da vida útil de um ou mais componentes do conjunto ou de motivos específicos. (ALMEIDA, 2017). Além de possibilitar o gerenciamento do processo de manutenção e a antecipação das falhas de máquinas, equipamentos e sistemas, a implantação da manutenção preditiva apresenta as seguintes vantagens: • Aproveitamento da vida útil da máquina ou do equipamento. • Planejamento e controle da aquisição e do estoque de peças de reposição. • Diminuição dos custos com reparos, pois estes podem ser executados de maneira planejada. • Aumento da eficiência das máquinas e consequentemente da produtividade da organização. • Melhoria das condições de segurança no trabalho. • Maior credibilidade dos produtos ou serviços ofertados pela empresa. A manutenção preditiva está relacionada com o gerenciamento, pois prediz o momento mais adequado de se realizar uma ação de manutenção. Portanto, pode-se dizer que a manutenção preditiva não conserta, mas indica o melhor momento para consertar. (ALMEIDA, 2018). Já conseguimos compreender melhor a interação entre a manutenção preventiva e preditiva não mesmo? Vamos analisar um exemplo prático o qual está presente em nossos dias. Exemplo: Agora vamos ver dois exemplos práticos de manutenção preventiva e preditiva que estão presentes em nosso cotidiano. Metodologia da Manutenção24 Como já comentamos a revisão do carro que é pré-estabelecida pela montadora trata-se de uma manutenção preventiva, o óleo que trocamos antes que ele perca a funcionalidade, o filtro da gasolina que trocamos antes que ele pare de filtrar corretamente. Trocamos esses itens do carro baseado em dados já analisados pelo fabricante que afirma a falha do carro em caso de a manutenção não ser feita corretamente. Figura 7 – Exemplo revisão de um carro. Fonte: Freepik Agora vamos ver uma manutenção preditiva. Várias revendas de automóveis no momento da revisão utilizam um scanner o qual mostra informações sobre a utilização do carro que são coletadas por sensores e ficam armazenadas na central do carro. A leitura dessas informações é interpretada e em caso de o mecânico ver a necessidade será feito a troca de uma peça específica. Temos, por exemplo as informações coletadas pela sonda lambda, este sensor realiza a medição dos gases emitidos pelo veículo, e esses dados são utilizados pelo módulo da injeção para obter o ponto estequiométrico. Ou seja, a mistura ideal entre a gasolina, etanol ou diesel e o oxigênio. Caso a mecânica percebe que a leitura do sensor mostra algo fora do normal ele irá inspecionar o sistema de injeção de combustível. Metodologia da Manutenção 25 Então está entendendo como funciona a manutenção preditiva? Aposto que você já consegue enxergar como ela traz um ganho enorme para as organizações quando aplicada corretamente não é mesmo? Uma gestão de manutenção contemplando a manutenção corretiva, preventiva e preditiva se torna uma ferramenta fundamental e grande importância para qualquer empresa ou organização. RESUMINDO: E então? Bastante conteúdo não e mesmo? A interação entre a manutenção preventiva e corretiva é mesmo fantástica, não é? O potencial destas duas manutenções andando lado a lado realmente é surpreendente. Neste capítulo vimos como é feito a execução na prática dos processos de manutenção preditiva. Foi possível entender o conceito deste tipo de manutenção e como funciona a atuação das ações de manutenção preditiva. Utilizamos a frase “ouvir a máquina” para explicar que a preditiva tem seu foco em evitar que as falhas aconteçam, normalmente utilizando técnicas de leitura de fenômenos tais quais como a vibração, ruído e temperatura de equipamentos e sistemas. Quando essa informação é cruzada com as informações das manutenções corretiva e preventiva é possível prever que uma falha vá acontecer, assim dando tempo para planejar a correção necessária antes de uma parada inesperada. Este tipo de manutenção proporciona uma economia e confiabilidade de suma importância para o ambiente competitivo que as empresas e organizações se encontram nos dias de hoje. Metodologia da Manutenção26 Implantando a manutenção preventiva e o ciclo PDCA INTRODUÇÃO: Neste capítulo você vai conhecer uma das ferramentas da qualidade utilizadas na gestão da manutenção. Você verá como o PDCA e suas fases podem impactar na eficiência e qualidade da manutenção. O PDCA quando implementado e consolidado funciona como uma cultura que guia todos os profissionais da manutenção para o mesmo foco e objetivo, assim obtendo resultados extremamente satisfatórios. O que é o ciclo PDCA? O ciclo PDCA foi promovido por Deming a partir dos anos 1950, no Japão, e caracteriza-se pelo modo simples e sistemático com que orienta as pessoas na implementação de ações que visam a mudança e a solução de problemas ou a implementação de processos, todas essas situações sendo aplicáveis à manutenção. O PDCA é um método de gestão que propõe uma abordagem organizada e lógica para a resolução de problemas ou o acompanhamento de um processo. Tem o propósito de orientar de forma simples e com segurança as etapas de preparação e execução de atividades predeterminadas, para atingir o sucesso no aprimoramento, na implantação de um processo ou solução de problemas. O ciclo de aprimoramento contínuo do processo é composto por quatro etapas, associadas à sigla PDCA, que vem do inglês, como se vê a seguir: • P (Plan): planejar; • D (Do): executar; • C (Check): verificar/controlar; • A (Act): agir/aprimorar. Metodologia da Manutenção 27 PLAN - A etapa de planejar tem por objetivo criar um plano, que pode ser um cronograma, um gráfico ou um conjunto de padrões. Essa etapa subdivide-se em alguns passos, descritos abaixo. 1. Definir metas (o que fazer), as metas devem ser: • claras, ou seja, entendidas da mesma forma por todos; • exequíveis, isto é, algo cuja execução seja possível; • mensuráveis, isto é, algo que pode ser medido (mensurado). 2. Definir o método (como fazer) neste passo, é necessário definir também quem vai fazer, quando, onde, quanto e por quê (método 5W1H). 3. Executar, as tarefas devem ser executadas exatamente como o previsto na fase de planejamento, assim como a coleta de dados para verificação do processo. Nesta etapa, é essencial que os profissionais estejam treinados e aptos a executarem as tarefas pré-estabelecidas e coletarem os dados de forma correta. 4. Verificar ou controlar, momento em que se comparam os dados coletados na fase de execução, com os resultados obtidos a partir da meta planejada. 5. Agir ou aprimorar, nesta etapa, o responsável pela gestão da manutenção deve cuidar para que os resultados sejam consolidados, caso estejam em acordo com o planejado, se algum problema tiver sido localizado durante o passo anterior, ações corretivas devem ser propostas. DO – Executar: Educar e treinar as pessoas envolvidas nos métodos a serem utilizados e colocar o plano em prática. CHECK – Verificar: Observar a situação e verificar se os resultados do trabalho executado estão progredindo em direção à meta, consiste na avaliação da eficácia do gerenciamento da manutenção através de controle. Metodologia da Manutenção28 ACT – Agir: Se os resultados não estão progredimento em direção à meta, atuar no processo em função dos resultados obtidos ou se possível aprimorar, melhorar os resultados. Quando os resultados obtidos estão de acordo com o planejado e se deseja consolidá-los, surge o ciclo SDCA (Standardize, Do, Check, Act [Padronizar, Executar, Verificar/Controlar, Agir/Aprimorar]). A constante interação do ciclo PDCA com o ciclo SDCA possibilita a chamada melhoria contínua (Kaizen). (ALMEIDA, 2018). Agora vamos ver um pouco sobre o que é a cultura Kaizen e como ela atua dentro de uma empresa ou organização, A palavra Kaizen, tem origem japonesa, ela é dividida em duas partes: • Kai, que significa mudar; • Zen, que significa melhor. Assim, em tradução literal, podemos dizer que a palavra significa “Mudar para melhor”. Com o tempo, a palavra acabou adquirindo o significado de uma expressão bastante utilizada na indústria: “Melhoria contínua”. O Kaizen, assim como grande parte dos conceitos presentes na Gestão da Qualidade, foi criado nas fábricas do Japão pós-guerra. Quando a eficiência e a produtividade eram essenciais para a sobrevivência da indústria japonesa. O Kaizen, propõe uma mudança de mentalidade e comportamento em todos os níveis, desde o pessoal até o profissional. Sendo assim, está centrado nas pessoas, uma vez que são elas que executam as ações da organização. Os principais objetivos da metodologia são: • aumentar a produtividade; • eliminar os desperdícios de recursos; • reduzir o setup da produção; • reduzir os estoques; Metodologia da Manutenção 29 • envolver todas as pessoas na melhoria dos processos; • incentivar a gestão à vista. Para aprender mais sobre o Kaizen acesse os links a seguir: https://bit.ly/3lN702h https://bit.ly/2Z62uSG Acesso em: 06/08/2020. Ciclo PDCA na Manutenção Agora que você entendeu como funciona o ciclo PDCA vamos aplicá-lo a gestão da manutenção. O ciclo PDCA está inserido na manutenção já na criação do plano de manutenção. O plano seguirá as etapas do ciclo PDCA (planejar, executar, checar e agir), desta forma teremos a metodologia PDCA atuando dentro da gestão da manutenção. Tabela 1 – Tabela do Ciclo PDCA na gestão da manutenção. Metodologia da Manutenção30 Fonte: O Autor. Analisando a tabela 1 podemos enxergar as etapas do ciclo PDCA servindo como base para a gestão da manutenção. É muito importante ter os profissionais de manutenção treinados na metodologia PDCA assim o responsável pela gestão da manutenção terá todo o time caminhando para o mesmo objetivo e usando as mesmas ferramentas. Quando temos as quatro etapas do ciclo PDCA bem assimilados pela equipe de trabalho a comunicação e a forma de solução dos problemas passa a funcionar de forma mais ágil e eficiente. Em busca de estruturar um sistema de manutenção, que tem como objetivo manter os equipamentos e sistemas sempre em condições de operação, precisamos estabelecer as etapas necessárias dentro da metodologia. Assim a utilização do ciclo PDCA proporciona para a organização a previsibilidade dos processos, devido à padronização. Como pode ser utilizado em qualquer processo, de qualquer porte, portanto é a ferramenta bastante eficaz para gestão de manutenção, com ênfase em elaboração de programações de manutenções em máquinas, equipamentos e sistemas. PDCA criando o pensamento crítico O ciclo PDCA é uma metodologia para que ajuda na solução de problemas, além disso, ao se utilizar a metodologia do ciclo PDCA ela ajuda a desenvolver o pensamento crítico. Na empresa japonesa Toyota e em outras empresas, normalmente os profissionais envolvidos em um grupo de trabalho utilizando o ciclo PDCA, apresentam soluções inovadoras o que ajuda ficar à frente da concorrência através, isso graças ao rigoroso método de solução de problemas. Isso proporciona a criar Metodologia da Manutenção 31 uma cultura de solucionadores de problemas utilizando o ciclo PDCA e uma cultura de pensadores críticos. E vamos concordar, o profissional da manutenção nada mais é que um solucionador de problemas, se conseguirmos criar essa cultura em um time de manutenção teremos resultados surpreendentes. Agora vamos aprender um pouco mais sobre o ciclo PDCA. É importante conhecer bem a ferramenta que se está usando. Então vamos descobri-la melhor. Quando utilizar? O ciclo PDCA funciona como uma ferramenta bastante útil podendo ser utilizada nas mais diversas situações. Quando pensamos nas organizações o PDCA é muito utilizado para: • Melhoria de processos: organizar e melhorar um processo e suas atividades; • Ações buscando a solução de não conformidades: organizar as ações que buscam solucionar as não conformidades, melhorando o processo e consequentemente tornando-o mais eficiente; • Criação de um novo produto: as etapas do PDCA também podem servir como base para criar de forma sistematizada um novo produto. Utilizando o PDCA durante a criação de um novo produto, facilita identificar o que é necessário para que o produto atenda padrões de qualidade; • Implantação de padrões: a utilização do PDCA ajuda na padronização e organização de padrões, utilizando as etapas do ciclo é possível, saber se a implantação de um padrão foi eficaz ou é necessário retornar ao início do ciclo e realizar mudanças para que se atinja o objetivo esperado. Como fazer? Para utilizar a metodologia PDCA, é necessário seguir as quatro etapas do ciclo PDCA (planejamento, execução, verificação e atuar/agir) Metodologia da Manutenção32 de forma sistêmica, assim se ao chegar no final do ciclo, o objetivo não for atingido, o ciclo deve ser executado novamente. Não há restrições quanto a quantidade de vezes que o ciclo pode ser executado, porém durante a condução do ciclo é essencial que existe ao menos uma evolução em direção ao objetivo. O maior desafio durante o uso da metodologia PDCA é não permitir que a rotina de trabalho acabe banalizando a ferramenta, por exemplo, a etapa de planejamento ser executada com pressa devido a falta de tempo. O problema nessas situações é que se alguma das etapas falhar, a ferramenta Erros mais cometidos na aplicação do PDCA Por mais simples que pareça, aplicar o PDCA não é uma tarefa trivial. Alguns erros são comumente cometidos durante a aplicação do método. São eles: • Análise superficial: é comum durante a etapa de planejamento que a ansiedade por resolver rapidamente o problema ou a vontade de colocar em prática as ideias atrapalhe na hora de analisar o problema. O melhor a fazer nesse cenário é contar o com ferramentas de apoio (5 Porquês, Diagrama de Ishikawa e 5W2H) e realizar o planejamento em grupo, envolvendo pessoas que têm contato direto com o problema abordado, assim diferentes percepções serão levantadas e poderão ser consideradas. • Falta de qualificação: é importante que seja checado se há a necessidade de alguma qualificação para a execução do que foi planejado. Não adianta idealizar um plano de ação incrível sendo que as pessoas que irão executar as ações não têm o conhecimento necessário ou experiência para executá-las. Então, é importante considerar os pré- requisitos e a necessidade de capacitação da equipe durante a construção do planejamento. • Verificação imprecisa: ao avaliar e verificar os resultados do que foi executado é importante que os critérios Metodologia da Manutenção 33 escolhidos sejam realísticos e muito claros. Muitas vezes, os resultados (tanto positivos quanto negativos) ficam mascarados porque os controles e formas de avaliação não são escolhidos adequadamente. Quando isso acontece, a aplicação do PDCA falha, pois os resultados da etapa de verificação são a entrada para etapa posterior, o agir/atuar. Saiba mais sobre o ciclo PDCA acessando Ferramentas da Qualidade no link: https://bit.ly/2Gv1ukR. Acesso em: 06/08/2020. RESUMINDO: Pois então? Incrível como uma única ferramenta pode causar um impacto tão grande na forma como executamos a gestão da manutenção não é mesmo? É importante que consigamos executar a manutenção com qualidade e eficiência, a gestão da manutenção é o que irá definir se o profissional vai ser um “bombeiro apagador de incêndios” (pessoa que só atua quando as máquinas falham sem nenhuma análise crítica sobre os defeitos) ou um profissional realmente eficaz que soluciona e evita problemas. Neste capítulo entendemos o que é a metodologia PDCA e suas quatro etapas (planejar, executar, verificar e agir). Também foi possível entender como utilizar a metodologia PDCA na gestão da manutenção. Fica muito claro como ferramentas que criam uma cultura de solucionar os problemas e já possuem etapas pré- estabelecidas ajudam a otimizar a gestão da manutenção proporcionando resultados satisfatórios. Vamos em frente na nossa caminha em busca de conhecimento na área da manutenção. Metodologia da Manutenção34 Gestão de pessoas e informação na manutenção INTRODUÇÃO: Ao estudar este capítulo você irá aprender sobre a gestão do recurso mais importante de toda a manutenção o profissional da manutenção. Saber gerir as pessoas com o intuito de aproveitar o tempo e proporcionar organização para que os profissionais de manutenção executem suas tarefas adequadamente é ponto chave na Gestão da manutenção. Além disso, vamos aprender sobre a gestão da informação a qual anda lado a lado com a gestão de pessoas. Gestão de pessoas Administrar os recursos humanos de uma empresa, de um projeto ou organização, é o objetivo da gestão de pessoas. Não é uma tarefa fácil, o importante é levar em conta o perfil de cada colaborador de forma a aproveitar ao máximo suas competências, de forma que ele, e sua equipe, executem com êxito as ações de acordo com o planejamento estratégico da empresa. Além disso, a gestão de pessoas é a área que se preocupa em manter o engajamento e a motivação de cada colaborador e equipe, ou seja, preocupa-se com o desenvolvimento contínuo de suas qualidades e com a satisfação dos mesmos. Agora amos ver os objetivos da gestão estratégica de pessoas: • Estar alinhado com a organização e suas metas, desenvolvendo e implementando ações, junto aos recursos humanos, que estejam integradas com a estratégia de negócios; • Contribuir no desenvolvimento de uma cultura de alto desempenho; • Garantir que a organização os profissionais adequados, qualificadas e engajadas que precisa; Metodologia da Manutenção 35 • Criar uma relação de emprego que possua harmonia entre o gestor e os funcionários além de um clima de confiança mútua; • Incentivar a aplicação de uma abordagem ética à gestão de pessoas. (BAUMOTTE, 2013). O engajamento da equipe com o plano de manutenção e a cultura de trabalho do gestor ou organização é fundamental para o andamento dos trabalhos. A relação de confiança entre o gestor de manutenção e os profissionais de seu time irão fazer a diferença durante o cotidiano do trabalho, facilitando a comunicação e a solução de problemas. Figura 7 – Imagem motivacional: Engajamento. Fonte: Pixabay Pilares da gestão de pessoas Agora que você entendeu a importância gestão de pessoas, com certeza já percebeu como é fundamental investir nos recursos humanos. Mas para uma gestão eficiente, é necessário estar atento as necessidades dos profissionais que fazem parte do time de manutenção, e tomar medidas a fim de garantir a evolução e o crescimento dos integrantes. Metodologia da Manutenção36 Assim é importante você embasar seu trabalho nos pilares da gestão de pessoas, que possibilitam uma atuação ainda mais estratégica e eficaz. Veja quais são: 1. Motivação A motivação é a base para que gestão de pessoas tenha os resultados esperados, pois profissionais motivadas irão produzir mais, com certeza eles conseguem manter o clima no ambiente de trabalho e a comunicação da equipe em harmonia e ainda recebem novas atividades com maior facilidade. É normal funcionários ficarem desmotivados, os motivos mais comuns podem ser a falta de objetivo no trabalho, gestores com posturas inflexíveis, cultura organizacional desagradável e até mesmo ferramentas ineficientes. É necessário que o gestor e a organização combatam os motivos de desmotivação da equipe. Outra tarefa importante é estar atento para localizar os profissionais desmotivados ou desengajados, antes que eles comecem a influenciar a equipe. Criar maneiras para engajar os colaboradores tornou-se uma necessidade para que a organização produza resultados. A motivação está diretamente ligada ao engajamento. É importante lembrar que a motivação é sentimento individual e é tarefa do gestor estar atento e entender o que estimula cada profissional, criando estratégias que atinjam os efeitos esperados. As principais formas de motivar os colaboradores são: • Conhecer os colaboradores: As pessoas são impulsionadas por salários elevadas, bônus por for interessado pelo que os profissionais de sua equipe desejam, a probabilidade de sucesso aumenta substancialmente. • Metas bem estabelecidas: Metodologia da Manutenção 37 Um bom gestor precisa ter controle e conhecimento sobre as metas que a equipe está recebendo e a partir dai, estabelecer novos objetivos aos profissionais da equipe. Metas desafiadoras são uma ferramenta poderosa para tirar as pessoas de sua zona de conforto e estimular seu desenvolvimento. • Levar o processo seletivo a sério É necessário encontrar os profissionais mais alinhados à cultura organizacional. As pessoas são as responsáveis pelo sucesso e pelo fracasso do negócio, portanto, a equipe de recrutamento deve olhar não apenas para o currículo, mas o perfil do profissional. • Cultura de feedback Manter uma cultura de feedback é uma forma de reconhecer o trabalho do profissional. Ele sabe que seu gestor está atento ao seu desempenho e focado em seu desenvolvimento. O gestor deve ter como foco o desenvolvimento dos profissionais de sua equipe e de seus pontos fortes. Já os pontos que necessitam serem aprimorados devem ser tratados de forma gradativa, a fim de não desmotivar o colaborador. 2. Liderança Bons líderes são a base de uma equipe e o time de profissionais vai trabalhar mais motivado e engajado se for liderado por alguém que sirva a equipe. A capacitação de um gestor vai muito além das habilidades técnicas. Deve-se valorizar também a comunicação, o relacionamento interpessoal e uma visão humanizada sobre a equipe. 3. Comunicação Um gestor deve ter uma comunicação segura e transparente, eliminando qualquer ruído que possa atrapalhar os processos e as relações. Profissionais querem ser ouvidos por seus gestores e, quando eles não conseguem se comunicar, tendem a ficar desmotivados. Metodologia da Manutenção38 Sendo assim, é preciso que o gestor trabalhe para quebrar as barreiras de comunicação e diminuir os problemas que ela pode criar. Diversas metodologias e ferramentas tecnológicas estão disponíveis para que a gestão proporcione mais interação, troca de conhecimento e sugestões entre todos os níveis da equipe. 4. Capacitação É necessário que a capacitação dos profissionais seja um dos focos da gestão de pessoas. Esse é um ponto que tem sido cada vez mais exigido pelo mercado de trabalho, proporcionar para o profissional formas de desenvolvimento pessoal, é uma forma clara de valorização do capital humano. Profissionais mais capacitados serão inovadores e engajados. Como no desenvolvimento de líderes, a capacitação de equipes precisa ir além de treinamentos esporádicos e relacionados apenas às habilidades técnicas. É possível implementar diversas metodologias de aprendizado constante para que os colaboradores estejam em constante crescimento profissional. 5. Trabalho em equipe Nesse pilar, o gestor deve mostrar o que há de melhor em cada um de seus profissionais. Também é muito importante mostrar para os profissionais de que em equipe, eles tem um poder de ação maior do que sozinhos. É importante fortalecer a interação entre os membros da equipe para que as relações de parceria e crescimento entre si sejam parte normal do trabalho. Incentivar o trabalho coletivo sempre gera melhores resultados. 6. Treinamento e desenvolvimento Equipes com bons resultados, possuem em seu ambiente de trabalho treinamentos por meio de cursos online, que são tão eficazes quanto cursos presenciais, com a vantagem de serem realizados conforme o tempo disponível do funcionário. Metodologia da Manutenção 39 7. Competência Quais são os pontos fortes e fracos dos profissionais da sua equipe? Como medir o potencial de cada um e aplicar no ambiente de trabalho? Cada profissional tem algo a aprender e a ensinar. Muitos desconhecem suas capacidades que podem ser usadas a favor da equipe e deixam de investir no autoconhecimento. Sabendo dessa situação, a gestão de pessoas será bastante eficiente se utilizar as características individuais positivas, para exercita- las em grupo, propondo atividades coletivas e colaborativas. A avaliação de desempenho analisando a competência de cada um, é uma ferramenta útil que pode medir da capacidade produtiva e verificar o perfil de cada funcionário. A recolocação interno, em muitos casos irá motivar o profissional, ele se sente incentivado a produzir mais na nova função como se estivesse começando um novo trabalho. 8. Participação Quanto mais participativo um funcionário ou grupo de funcionários, maiores as chances de inseri-los na cultura organizacional. As empresas tornam-se mais competitivas quando possibilitam que seus funcionários participem de perto das decisões. Todos os projetos e objetivos organizacionais devem ser apresentados aos funcionários, pois a participação deles, mesmo que alguns tenham atuação mais acentuada que outros, melhora a produtividade e aumenta o engajamento da equipe. 9. Envolvimento O engajamento começa quando a gestão tem como foco os profissionais da organização, pois é deles que vem todo potencial de criar e solucionar problemas. A gestão de pessoas é a base desse processo, pois para conseguir aliar participação e envolvimento será necessário cultivar nos funcionários o desejo de contribuir. Metodologia da Manutenção40 Agora que você tem o conhecimento dos pilares da gestão de pessoas, é importante tê-los sempre em mente na hora de criar um planejamento novo ou encara um desafio. Cada vez mais, a valorização dos recursos humanos é responsável pelo sucesso dos negócios e projetos, essa afirmação deve ser praticada pelo gestor, que precisa ter foco em criar um ambiente produtivo e com qualidade de vida, onde os profissionais se sintam felizes e realizados ao exercerem suas funções. Sendo assim, investir no treinamento e desenvolvimento dos gestores é necessário para a evolução das equipes, sempre buscando que seu desempenho seja compatível com os objetivos da organização. Aplicar a gestão de pessoas nas organizações resulta em um melhor aproveitamento dos recursos humanos, aumentando os lucros, contribuindo para os índices de produtividade e auxiliando no alcance de metas. (BAUMOTTE, 2013). Gestão de pessoas na manutenção Agora que entendemos o que é a gestão de pessoas fica fácil ver ela atuando na gestão da manutenção não é mesmo? A Gestão de pessoas atua desde a hora de montar a equipe de manutenção para atender a um plano de manutenção específico. Imagine como funciona bem a execução de um plano de manutenção junto com seus cronogramas e atividades específicas quando a equipe está engajada e a comunicação flui de forma fácil e eficaz. Os resultados da execução das atividades da manutenção, quando a gestão de pessoas funciona corretamente, são bem expressivos. Gestão da informação A administração com foco na gestão da informação é definida como tendo processos utilizados pela empresa ou organização visando manter seus dados organizados e com fácil acesso. Isso inclui processos Metodologia da Manutenção 41 de armazenamento, classificação, identificação e compartilhamento de dados, sendo eles digitais ou físicos. O objetivo da gestão da informação é assegurar que todos os dados cheguem aos profissionais certos sem que ocorram erros ou problemas neste trajeto. Sendo assim, ela inclui documentos eletrônicos (como o plano de manutenção, manual de equipamentos, check list) e físicos (como check list de manutenção já preenchidos). Uma gestão da informação bem organizada e de fácil acesso a todos os profissionais gera na gestão de manutenção a capacidade de melhorar e otimizar as tomadas de decisões e assim maior sucesso nas ações executadas. Ter a informação correta no momento em que ela se é necessária, faz muita diferença na execução das ações de manutenção. Em outras palavras, as informações que um gestor de manutenção tem acesso podem ser um dos seus principais ativos. Basta ver o impacto causado pelas ferramentas de gerenciamento da informação hoje disponíveis no mercado. (DA SILVEIRA NETO, 2013). Um plano de manutenção bem executado com as informações necessárias disponíveis para todos os profissionais da equipe com certeza é fator decisivo para o sucesso das ações a serem executadas. RESUMINDO: Eai? Interessante não é mesmo? Neste capítulo vimos a importância dos profissionais da área de gestão da manutenção. Conhecemos os conceitos da gestão de pessoas e como ela pode ser influente na gestão da manutenção. Entendemos a importância de uma equipe engajada e os benefícios que isso pode trazer para os resultados dos trabalhos. Também vimos os pilares da gestão de pessoas e como aplicá-los durante a execução de um plano de manutenção. Aprendemos com o gestor de manutenção deve influenciar positivamente os profissionais de sua equipe e estar atento as necessidades os mesmos para mantê-los motivados. Além disso, vimos a necessidade da gestão de informações e como ela pode ajudar o time de manutenção a ser mais eficiente produtivo no cumprimento de sua atividade. Metodologia da Manutenção42 REFERÊNCIAS ABRAMAN. Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Disponível em: <https://www.abramanoficial.org.br>. Acesso em 11 jul 2020. BAPTISTA, José Antônio. Manutenção Industrial: Técnicas, Contos e Causos – 2017. BAUMOTTE, Ana Cláudia Trintenaro, D’ALINCOURT FONSECA, Doris Pereira, DA SILVA, Lauro Henrique De Carvalho M, RAJ, Paulo Pavarini. Gerenciamento de pessoas em projetos – 2013, Editora FGV. CYRINO, Luis. Downtime, o peso da manutenção. Manutenção em foco - 2019. Disponível em:<https://www.manutencaoemfoco.com.br/ downtime-o-peso-da-manutencao/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. DA SILVEIRA NETO, Fernando Henrique, PECH, Gerson, CHAVES, Lucio Edi, DOS SANTOS CARNEIRO, Margareth Fabíola. Gerenciamento da Comunicação em projetos – 2013, Editora FGV. DE ALMEIDA, Paulo Samuel. Gestão da Manutenção Aplicada as Áreas Industrial Predial e Elétrica – 2018, Editora Saraiva. DE ALMEIDA, Paulo Samuel. Manutenção Mecânica Industrial – Princípios técnicos e operações – 2017, Editora Saraiva. KAIZEN INSTITUTE. Definition of KAIZEN™. Disponível e m : < h t t p s : // w w w. k a i z e n . c o m / w h a t - i s - k a i z e n . h t m l ? u t m _ source=blogdaqualidade&utm_medium=kaizen#definition_kaizen>. Acesso em: 10 de agost. 2020. Gestão de Ativos e Pas 55. ABRAMAN. Disponível em:<https:// abramanoficial.org.br/page/gestao_de_ativos>. Acesso em: 11 de jul. 2020. LAASCH, Conaway. Fundamentos da gestão responsável: sustentabilidade, responsabilidade e ética. São Paulo: Cengage Learning, 2015. Metodologia da Manutenção 43 Manutenção Predial Preventiva. Fullconnection, 2019. Disponível em:<http://fullconnection.com.br/manutencao-preventiva-por-que-e- indispensavel/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. NAPOLEÃO, Bianca Minetto. PDCA. Ferramentas de qualidade, 2018. Disponível em:<https://ferramentasdaqualidade.org/pdca/>. Acesso em: 10 de agost. 2020. Plano de Manutenção Predial Preventiva e Corretiva. Unifesp, 2016. Disponível em:<https://www.unifesp.br/campus/osa2/images/ PDF/Infraestrutura/ANEXO%202.pdf>. Acesso em: 11 de jul. 2020. RAMOS, D.; RAMOS, M. Kaizen – muito mais que Melhoria Contínua. Blog da qualidade, 2019. Disponível em:<https://blogdaqualidade.com. br/kaizen/>. Acesso em: 10 de agost. 2020. Significado de NBR. SIGNIFICADOS, 2018. Disponível em:<http:// significados.com.br/nbr/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. Metodologia da Manutenção Andrew Schaedler e Giselly Mendes Andrew Schaedler e Giselly Mendes Metodologia da Manutenção metodologia-manutencao-4.pdf Unidade 4 Titulo da unidade Ferramentas e Indicadores da Gestão da Manutenção AuAndrew Schaedler e Giselly Mendesor Metodologia da Manutenção Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autor ANDREW SCHAEDLER E GISELLY MENDES Andrew Schaedler Olá. Somos Andrew Schaedler e Giselly Mendes. Eu, Andrew, sou formado em Engenharia Mecânica, com uma experiência técnico-profissional na área de engenharia de processos e usinagem de precisão, de mais de 8 anos. Passei por empresas como a TDK multinacional Japonesa produtora de componentes eletrônicos, John Deere multinacional Americana produtora de equipamentos agrícolas e hoje sou sócio proprietário de uma metalúrgica especializada em usinagem de precisão atendendo empresas de grande porte do ramo automotivo. Giselly Mendes Eu, Giselly, sou Mestra em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em Polímeros, Administradora, Educadora com uma experiência técnico- profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais de mais de 12 anos. Somos apaixonados pelo que fazemos e gostamos muito de transmitir nossa experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! OS AUTORES Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Utilizando o diagrama de causa e efeito e o checklist ....................... 10 Diagrama de causa e efeito (espinha de peixe) .................................................... 10 Construindo o diagrama de causa e efeito ............................................... 13 Checklist .............................................................................................................................................15 Construindo um checklist ...................................................................................... 17 Matriz Swot e Método 5W2H..........................................................................20 Matriz Swot....................................................................................................................................... 20 Criando a matriz SWOT ............................................................................................ 21 Método 5W2H ................................................................................................................................ 23 Aplicando o 5W2H ...................................................................................................... 26 Indicadores de desempenho de manutenção ........................................28 Conhecendo os indicadores de manutenção ........................................................ 29 Indicadores OEE, MTBF, MTTR .........................................................................30 Perfil técnico e comportamental do profissional de manutenção . 37 Perfil técnico comportamental dos profissionais de manutenção .......... 38 Perfil comportamental do gestor ou líder de manutenção ..........................40 Metodologia da Manutenção 7 FERRAMENTAS E INDICADORES DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO UNIDADE 04 Metodologia da Manutenção8 Você sabia que a área da manutenção é uma das maiores demandas na indústria? A manutenção também está presente em nosso dia a dia praticamente em todo lugar que frequentamos. Essa área de atuação profissional existe em todas as regiões do mundo. Nesta unidade vamos ampliar nossos estudos nesta área de conhecimento tão utilizada pela sociedade atual. Iremos aprender sobre ferramentas e indicadores de gestão da manutenção. Aprenderemos utilizar algumas ferramentas para facilitar o processo de tomada de decisões que a gestão da manutenção exige. Também vamos conhecer indicadores de gestão da manutenção e aprende-los como interpretá-los. Ficou empolgado? Ótimo! Então seguimos aprendendo sobre essa vasta área de conhecimento! INTRODUÇÃO Metodologia da Manutenção 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 04 - Ferramentas e Indicadores da Gestão da Manutenção. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Aplicar as técnicas do checklist e do diagrama de causa e efeito para tratar não-conformidades no processo de manutenção; 2. Aplicar a matriz SWOT e o método 5W2H no processo de manutenção; 3. Medir e interpretar os indicadores de desempenho na manutenção; 4. Compreender e refletir sobre o perfil e requisitos técnicos e comportamentais de um profissional de manutenção. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Metodologia da Manutenção10 Utilizando o diagrama de causa e efeito e o checklist INTRODUÇÃO: Neste capítulo vamos conhecer duas ferramentas muito importantes na gestão da manutenção. São elas o diagrama de causa e efeito, também conhecido como espinha de peixe devido a sua forma e o checklist. As duas ferramentas ajudam a estruturarmos nossos pensamentos e organizar a as nossas ações. Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Diagrama de causa e efeito (espinha de peixe) O diagrama de causa e efeito foi criado na década de 40, por Kaoru Ishikawa, assim também é chamado de diagrama de Ishikawa, este diagrama tem como objetivo ser uma ferramenta de identificação e análise de problemas de fácil aplicação. Muitas décadas depois, a espinha de peixe ainda é uma das ferramentas mais utilizadas por empresas no mundo todo. O Diagrama de Ishikawa apresenta a relação existente entre o resultado falho ou não conforme de um processo, esse resultado é chamado de efeito, e os diversos fatores, denominados causa, que podem influenciar para que esse resultado tenha ocorrido. Sua semelhança com a imagem de uma espinha de peixe se dá devido ao fato que podemos considerar suas espinhas as causas dos problemas levantados, que contribuirão para a descoberta de seu efeito, além do formato gráfico que é bastante parecido ao desenho de um esqueleto de peixe. Metodologia da Manutenção 11 Figura 1 – Exemplo de diagrama de causa e efeito Fonte: Os autores Quando procuramos a solução para um efeito, um resultado ou uma conclusão, ela não depende somente de uma causa, mas também de um conjunto de fatores que influenciam o processo desde a parte relativa à mão de obra até as condições de funcionamento de máquinas ou sistemas, que competem à área de manutenção. Sendo assim, quando for possível é interessante que o grupo responsável por desenvolver o diagrama de Ishikawa deve ter como integrantes responsáveis pelas áreas de recursos humanos, produção, manutenção entre outras. Para iniciar a execução desse diagrama, o primeiro passo consiste em organizar o grupo de trabalho com os representantes dos setores envolvidos no processo em questão ou na operação de manutenção, para que participem da construção do gráfico e do levantamento das possíveis causas para o problema. Esse grupo também será responsável pela execução das ações propostas e a validação das mesmas. As sugestões das possíveis causas do problema são registradas no diagrama, sem serem discutidas ou analisadas. Depois do registro, as Metodologia da Manutenção12 ideias são validadas, analisadas e executadas de acordo com o setor a que estão relacionadas. Quando utilizamos o diagrama de causa e, precisamos classificar as possíveis causas do efeito que estamos analisando em dentro dos 6M. São eles: • Método: analisa as causas que podem ser originadas pelo planejamento inadequado do processo de fabricação ou operação realizada; • Máquina: analisa fatores relacionados ao estado de conservação ou manutenção de uma máquina e seus equipamentos; • Mão de obra: são as prováveis causas de problemas que podem ser originados pelo operador ou preparador, dependendo da máquina, decorrentes de fatores técnicos ou emocionais ou de problemas pessoais do colaborador ou do grupo de colaboradores envolvidos no processo; • Meio Ambiente: além dos fatores climáticos, agrega também situações políticas e de mercado que podem causar problemas; • Medição: avaliações feitas de forma incorreta e levantamento de dados impreciso; • Material: são os problemas originados pelos materiais envolvidos no processo ou pelos serviços executados. Contemplam desde os insumos até a matéria-prima utilizada. As causas dos problemas podem residir na dificuldade de usinar um material ou na especificação de um material que não é adequado para determinada aplicação. Nesta etapa consideram-se também as ferramentas de corte, fluidos de corte ou lubrificantes. (ALMEIDA, 2018). É possível utilizar o diagrama de causa e efeito em diferentes situações e de diferentes maneiras, podemos ressaltar a utilização para: Metodologia da Manutenção 13 • Melhor visibilidade dos problemas; • Identificação das possíveis causas de forma ágil e assertiva; • Hierarquização e priorização das causas encontradas; • Registro visual intuitivo que facilita futuras análises; • Aperfeiçoamento dos processos e melhoria contínua; • Exploração dos desdobramentos do problema na empresa; • Organização das ideias do grupo, com foco e objetividade. Construindo o diagrama de causa e efeito Para realizar a análise de causas utilizando o Diagrama de Ishikawa, é necessário seguir os passos a seguir: • Defina o problema ou efeito a ser analisado; • Desenhe uma seta horizontal apontando para a direita e escreva o problema no interior de um retângulo localizado na ponta da seta; • Faça uma discussão em grupo para identificar as possíveis causas que possam estar gerando o problema. Pergunte- se o por que isto está acontecendo; • Divida as causas identificadas entre as 6 categorias “6M”; • Defina os fatores que levaram aquela causa a acontecer. Para construir o diagrama de causa e efeito são propostas 6 categorias pelo método, sendo elas: Máquina, Materiais, Mão de obra, Meio-ambiente, Método e Medidas (os 6Ms). Mas acontece, que nem todos os processos ou problemas contenham todos esses fatores, assim é preciso avaliar quais deles estão presentes ou são importantes para que o processo ou efeito aconteça. Durante a criação do diagrama é necessário realizar uma série de questionamentos, analise as perguntas a seguir para a criação de um diagrama 6M: Metodologia da Manutenção14 • Método: como a forma de desenvolver o trabalho influencia o problema? • Máquina: como os equipamentos utilizados no processo influenciam o problema? • Mão de obra: como as pessoas envolvidas na atividade influenciam o problema? • Meio ambiente: como o meio em que a atividade está sendo executada influencia o problema? • Medição: como as métricas utilizadas para medir o desenvolvimento da atividade influenciam o problema? • Material: como a qualidade e o tipo dos materiais utilizados influenciam o problema? É possível que você só identifique 4, deles. Não tem problema, desde que a análise seja feita com base em fatos e dados e todos os aspectos importantes sejam contemplados na análise. (LOBO, 2018) Exemplo: Agora vamos ver um diagrama de causa e efeito já preenchido com as possíveis causas para solução do problema. O problema em questão é o atraso para chegar ao trabalho. Figura 2 – Exemplo de diagrama de causa do problema: atraso para chegar ao trabalho. Fonte: Os autores Metodologia da Manutenção 15 Podemos analisar 12 possíveis causas para o atraso ao trabalho e 2 suas causas. Após o diagrama de causa e efeito realizado a equipe deve elencar dentro das causas encontradas uma ordem de prioridade, ou seja, as causas com maiores probabilidades de terem ocasionado o problema e executar uma lista de ações para eliminar essas causas. Assim o problema deverá ser solucionado. (LOBO, 2018). Um dos erros mais comuns dos gestores de manutenção é deixar com que seus processos sejam interferidos por pequenos problemas e falhas, sem agir em cima das causas que levam a acontecer estes problemas. Isso acaba atrapalhando sua rotina, o que leva a prejuízos e tira o foco dos problemas de manutenção. Sendo assim, o uso do Diagrama de Ishikawa ajuda a manter essas atividades em constante aprimoramento e facilita a solução dos seus problemas, desde os mais simples até os mais complexos. SAIBA MAIS: Aprenda mais sobre o diagrama de Ishikawa assistindo um vídeo aula sobre o assunto. Aqui você verá mais da teoria de como aplicar essa metodologia na solução de problemas além de ver um exemplo de como executar o Ishikawa para solução de problemas. Acesso o link a seguir e aperfeiçoe seus conhecimentos. Link: https://bit.ly/2Zh1JGG. Acesso em 20/08/2020. Checklist Checklist, também conhecido como lista de controle ou lista de verificação, são documentos utilizados para realizar atividades repetitivas, para verificar uma lista de itens, requisitos e ações ou para coletar dados de maneira ordenada e sistemática. Eles são usados para fazer https://bit.ly/2Zh1JGG. Metodologia da Manutenção16 verificações, de forma organizada, de atividades ou produtos, garantindo que o profissional não se esqueça de nada importante. Na manutenção é bastante comum vermos checklist no plano de manutenção onde consta as tarefas que o profissional deve executar e campos para a anotar a data da execução e o responsável pela ação. É importante que seus checklists sejam escritos de forma clara e que contenham todas as informações que serão utilizadas durante a execução das atividades. Vamos analisar uma lista de itens necessários que os checklists devem possuir: • Itens que devem ser controlados, medidos ou verificados. • Critérios de conformidade e não conformidades (o que é certo e o que está errado). • Quantidade de vezes que o item deve ser inspecionado: frequência da verificação. • Responsável pelas tarefas ou as verificações. • Procedimentos, especificações e regras a serem aplicadas nas atividades verificadas. Também devemos incluir espaço para escrever observações, a fim de possibilitar que o trabalhador descreva qualquer informação sobre possíveis razões que causaram qualquer problema ou irregularidade. Também podemos usar os checklists para aquisição de dados, para construir gráficos, histogramas ou diagramas, para controlar a evolução de um recurso ou atividade. Eles também podem ser usados para conferir diariamente o status das operações. (LOBOS, 2018). Podemos separar o checklist em diferentes tipos para facilitar o entendimento e sua utilização. Vamos analisar a seguir diferentes tipos e utilizações de checklists: • Lista de tarefas ou procedimento operacional padrão: são o tipo mais comum de lista de verificação. Eles são usados Metodologia da Manutenção 17 para indicar um conjunto de etapas necessárias para alcançar um resultado. Sua utilização tem como objetivo garantir que cada etapa seja concluída em sucessão. Geralmente utilizados em situações críticas de tempo. • Lista de solução de problemas: Uma lista de solução de problemas é usada para ajudar a identificar e resolver um problema. Tido o problema identificado, a lista nos fornece ações seguras de coisas a fazer para maximizar as chances de sucesso. Ela fornece um conjunto claro de instruções para serem executadas durante uma situação com pouco tempo para ser resolvida. Como exemplo, temos os checklists utilizados na aviação para responder a situações de emergência. • Lista de coordenação: são utilizadas para situações complexas que exigem pontos de contato entre várias pessoas, equipes ou empresas. Eles atuam como um ponto central para um projeto ou conjunto de tarefas quando o resultado depende de muitas partes. Normalmente essas listas não dependem do tempo. Lista de disciplinas: são compostas para evitar que você tome decisões ruins no calor do momento. São utilizadas para registrar e responsabilizar os profissionais de acordo com as ações executadas. Lista de afazeres (to do list): São utilizadas de forma rápida para registro, normalmente de uso pessoal, de coisas que precisam ser feitas. Utilizamos checklists desde que aprendemos a escrever não é mesmo? Somos acostumados a fazer listas de tarefas ou de coisas que queremos comprar e planos para o futuro não é mesmo? Pois quando aplicamos um pouco de metodologia na tarefa temos uma forte ferramenta para utilizar em nosso dia-a-dia. Construindo um checklist Agora vamos aprender como construir um checklist que seja útil e ajude na execução das atividades. Metodologia da Manutenção18 Vamos dividir a confecção do checklist em um processo de seis etapas que ajuda a simplificar a criação de um checklist. É importante prestarmos atenção durante a etapa de criação para que o checklist seja eficaz e o mais simples possível, não irá ajudar criar um checklist complexo com várias etapas. O Objetivo do checklist só será atendido se ele for usado. Etapas para criar um checklist • Etapa 1: Identifique os pequenos erros na execução das atividades que causam falhas. É importante entender as causas significativas dessas falhas, esse é o primeiro passo para criar um checklist útil. • Etapa 2: buscar informações junto à outros profissionais. Pergunte a outros profissionais ou membros de sua equipe, sobre as causas comuns de falha. Muitas pessoas estão dispostas a ajudar com reflexões e observações, especialmente se forem afetadas pelos problemas em seu trabalho. • Etapa 3: criar etapas simples de serem executadas. O objetivo do checklist é criar um passo à passo para a execução de uma ação específica. • Etapa 4: criar etapas simples de troca de informações. No contexto de gestão de atividades, as etapas de troca de informações são importantes. As etapas de troca de informações que irão constar no checklist são projetadas para evitar as principais causas de falha. Podemos ter como exemplo em uma ação de manutenção uma etapa que peça para o profissional verificar uma informação no manual da máquina, antes de executar a atividade planejada • Etapa 5: testar o checklist. Seguindo os passos acima, você finalmente terá a chance de colocar seu checklist em ação. É normal que o checklist precise de ajustes. Anote Metodologia da Manutenção 19 os pontos de melhora e continue trabalhando até o fim da atividade. • Etapa 6: melhorar ou refinar o checklist. Utilizando as informações coletadas na etapa 5, é hora de refinar e melhorar o checklist. Melhoria contínua faz parte em uma gestão que utiliza listas de verificação. Ao melhorar a qualidade do seu trabalho com listas de verificação, compartilhe suas descobertas com outros profissionais. (LOBOS, 2018). Checklists, podem ser facilmente integrados em fluxos de trabalho, representando um guia passo a passo para concluir tarefas e projetos. Eles devem estar acessíveis a todos os profissionais envolvidos no projeto. A maneira mais eficaz de fazer isso é usar um sistema centralizado para que todos tenham acesso e possam usá-lo. A implementação de um sistema de gerenciamento de tarefas permite que sua equipe colabore em projetos usando checklists, modelos, processos e muito mais. Isso irá ajudar a garantir a execução das atividades e o atingimento das metas e premissas as quais o projeto tem como objetivo. RESUMINDO: E aí? Preparado para gerir suas manutenções ou da sua equipe? Fica mais fácil quando conhecemos ferramentas que ajudam nesse processo certo? Neste capítulo vimos o que é o diagrama de causa e efeito também conhecido como diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe. Foi possível entender para que serve e como funciona sua metodologia além de vermos um exemplo do diagrama para a solução de problemas. Também aprendemos sobre a metodologia de checklist e sua utilização na gestão da produção. Vimos que o checklist ajuda escrutar as atividades e organizá-las em sequência e facilitando a memorização das mesmas. Animado com o crescimento do seu conhecimento? Então vamos em frente ampliando nossas habilidades no mundo da manutenção! Metodologia da Manutenção20 Matriz Swot e Método 5W2H INTRODUÇÃO: Quando finalizarmos este capítulo você terá conhecimento sobre a matriz SWOT, como essa ferramenta funciona e como ela é aplicada, além de uma visão geral de como a matriz SWOT pode ser uma ferramenta muito útil na gestão da manutenção. Também vamos aprender utilizar a ferramenta 5W2H, veremos como ela pode ajudar na tomada de decisões na gestão da manutenção e sua importância na tomada de decisões. Matriz Swot A matriz swot é um importante método desenvolvido durante a década de 1960. Seu nome A matriz swot é um importante método desenvolvido durante a década de 1960. Seu nome constitui a primeira letra de cada uma das palavras Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Também chamada de Fofa (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), a matriz swot permite ao gestor de manutenção uma visão das características positivas de seu setor ou projeto e das ameaças as quais as atividades estão expostas, resumindo o gestor da manutenção terá uma visão ampla do potencial de sua equipe, dos recursos materiais e das variáveis que podem impedir ou atrapalhar o andamento das atividades. Figura 3 – Ilustração sobre a matriz SWOT. Fonte: As autoras Metodologia da Manutenção 21 A análise utilizando a matriz swot é realizado na fase mais importante da manutenção, durante o planejamento, esse método também é utilizado em todas as áreas das mais variadas organizações em função de sua simplicidade de elaboração e dos resultados que apresenta. Criando a matriz SWOT Durante sua criação a matriz swot exige do gestor de manutenção ou da pessoa responsável por essa tarefa a realização de procedimentos sendo estes mais eficazes quando houver o envolvimento de outros membros da equipe. Esse envolvimento gera um maior número de informações, pois tudo o que for apontado na matriz vai surgir no decorrer da execução das atividades. Seguindo com criação da matriz swot, vamos ver os quatro passos que devem ser seguidos: • Strengh (forças): Levantamento dos itens internos considerando seus potenciais ou forças, com a elaboração de uma lista de tudo que contribui positivamente para sua atividade. Nesta fase é importante fazer a análise do perfil da equipe envolvida nas atividades que serão realizadas e dos recursos disponíveis, por exemplo: ferramentas, dispositivos, veículo, computadores, software entre outros. • Weaknesses (fraquezas): Continuando na análise interna do setor, levantar as ameaças e fraquezas, considerando a equipe de colaboradores e os recursos levantados na primeira análise de forças. Na área de mecânica de manutenção, citando esta como exemplo, é necessário certificar-se de que os profissionais que irão realizar as atividades estejam devidamente treinados para a execução das operações envolvidas. Quanto aos recursos disponíveis, é necessário verificar se o material, ferramental e equipamentos disponíveis são suficientes e adequados para a realização das atividades. Metodologia da Manutenção22 • Opportunity (oportunidades): A análise das oportunidades é feita considerando os potenciais externos que não dependem do setor de manutenção, mas podem influenciar positivamente na realização das atividades e ajudar a equipe a cumprir os objetivos propostos no plano de manutenção. • Threat (ameaças): Ainda analisando o ambiente externo à empresa ou ao setor, deve levantar as ameaças ou problemas que podem surgir e que não dependem da organização ou do setor de manutenção e que podem prejudicar o andamento ou a conclusão das atividades planejadas. As duas primeiras fases da matriz SWOT, Strenghts (forças) e Weaknesses (fraquezas), são dedicadas à análise interna da equipe ou setor de manutenção, e as outras duas, Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças), à análise do cenário externo à organização. (ALMEIDA, 2018). Vamos analisar agora como ficaria a tabela da matriz SWOT preenchida, levando em conta que nesse exemplo a equipe de manutenção irá atender a um edifício, assim, é uma equipe de manutenção predial. Figura 4 – Exemplo de matriz SWOT em um planejamento de manutenção predial. itens que favorecem itens que desfavorecem Interno Strengh (forças) -Prédio possuiu memorial descritivo -Equipe já conhece o edifício Weaknesses (fraquezas) -O edifício está deteriorado -Ausência do especialista em hidráulica Externo Opportunity (oportunidades) -Quadro de funcionários do prédio possui experiência técnica em manutenção Threat (ameaças) -Dificuldade de comunicação com os inquilinos Fonte: Os autores Metodologia da Manutenção 23 Possuindo a matriz SWOT preenchida com informações pertinentes, ajuda a prever os riscos da operação de manutenção. A matriz nas mostras pontos favoráveis e desfavoráveis sobre o plano de manutenção que será executado. Quando essas informações são passadas aos profissionais de manutenção o resultado é uma equipe bem preparada para os possíveis problemas que irão surgir no decorrer das atividades. SAIBA MAIS: É grandioso o potencial da ferramenta da matriz SWOT não é mesmo? Com a matriz SWOT bem elaborada e rica em informações teremos o gestor de manutenção e toda sua equipe preparada para os possíveis riscos e problemas que irão surgir durante a execução do plano de manutenção. Para se aprofundar ainda mais neste assunto assista o vídeo no link a seguir. Link: https://bit.ly/3ifc2T6 Acesso em 20/08/2020. Método 5W2H A ferramenta 5W2H é utilizada para a solução de problemas ou falhas, as letras W e H correspondem a uma pergunta que irá se reverter em ações, prazos e atividades que devem ser realizadas para atender necessidades ou resolver problemas em um processo de manutenção. Criado na indústria automobilística japonesa, hoje o 5W2H é considerado uma ferramenta administrativa que pode ser aplicada em várias áreas de um negócio e em diferentes contextos dentro de uma organização, como no planejamento estratégico para organizar a execução de ações dentro da empresa ou organização. O 5W2H tem como objetivo principal assessorar no planejamento de ações, pois ele aponta para questionamentos necessários de um problema facilitando a tomada de decisões. Assim, seu uso traz facilidade https://bit.ly/3ifc2T6 Metodologia da Manutenção24 na compreensão de fatos e esclarecimento das informações. Isso acontece pois o 5W2H ajuda a obter respostas que possibilitam visualizar cenários e ajudam a organizar e sistematizar ideias. (ALMEIDA, 2018). Tabela 1 – Exemplo de tabela da ferramenta 5W2H com suas perguntas. Pergunta Tradução Descrição Who? Quem? As datas de início e término da ação, com o cronograma das ações que serão efetuadas para o cumprimento das metas. When? Quando? As datas de início e término da ação, com o cronograma das ações que serão efetuadas para o cumprimento das metas. Where? Onde? O local onde serão feitas as ações, incluindo informações de setores ou fornecedores externos, se necessário. What? O que? Aqui deve-se determinar a intenção do que se pretende realizar, ou seja, definir e descrever o que será feito de fato. Why? Por quê? O motivo ou as justificativas das ações que estão sendo realizadas. How? Como? Os meios, isto é, os processos, serviços, métodos, serão envolvidos na resolução dos problemas ou ações que serão realizadas. How much? Quanto custa? Os custos das ações que serão executadas, incluindo mão de obra interna ou externa, matéria-prima, insumos entre outros. Fonte: A daptado de ALMEIDA, 2018. A ferramenta pode ser utilizada de algumas formas diferentes para melhor atender as situações em que o profissional se encontra. Assim a ferramenta pode ser apresentada como: o 5W1H e o 5W3H. O 5W1H é idêntico ao 5W2H, porém sem a pergunta How much? (quanto custará?). Essa diferença se torna interessante em casos em que o custo do que foi definido é muito baixo ou irrelevante. Metodologia da Manutenção 25 Já o 5W3H inclui a pergunta How many? (quantos, no sentido de quantidade) como um complemento à ferramenta. Essa variação pode ser utilizada em cenários onde é importante quantificar quaisquer outros elementos além de custos, como por exemplo para responder perguntas como: Quantos equipamentos vou precisar substituir? Quantas pessoas serão impactadas? Entre outras. Sendo o 5W2H uma ferramenta simples e prática, ele pode ser utilizado em diferentes situações, inclusive em questões pessoais como planejar uma viagem. A ferramenta pode ser utilizada em qualquer situação, pois seu objetivo é aprimorar o planejamento de uma atividade. Porém, as atividades mais comuns nas quais a ferramenta é aplicada são: • Criar um plano de ação: o 5W2H facilita e esclarece o processo de criação de um plano de ação focado em resolver um problema ou atingir um objetivo ou meta. Um exemplo do uso de plano de ação com a ferramenta 5W2H é na tratativa de não conformidades. Após identificar a causa raiz de uma não conformidade, o 5W2H pode ser utilizado para a elaboração de um plano de ação que seja efetivo para eliminar a causa raiz do problema. • Definir um processo ou projeto: o 5W2H funciona como um guia para identificar e orientar a definição das atividades de um processo ou projeto. A ferramenta ajuda a definir as atividades que o processo ou projeto deveriam ter, o motivo de cada uma das atividades precisar ser executada, onde e quando devem ser executadas, quem é o responsável pelas atividades e pelo processo ou projeto e como deve ser a execução destas atividades. • Elaborar o planejamento estratégico: o planejamento estratégico trata da definição de objetivos e estratégias da organização, o 5W2H deve ser empregado para planejar e guiar ações estratégicas dentro da empresa que possibilitem o aumento da competitividade da organização e o alcance das metas estabelecidas. Metodologia da Manutenção26 Os questionamentos que a ferramenta apresenta respondem pontos fundamentais da execução e auxiliam a garantir que nenhuma etapa ou atividade seja deixada de lado. É importante ressaltar que toda atenção é necessária durante a execução da ferramenta, pois por se tratar de perguntas relativamente simples, enganos ou até mesmo a falta de informações relevantes podem acontecer, assim os resultados esperados não serão alcançados. (JUNIOR, 2010). Aplicando o 5W2H Para facilitar a aplicação da ferramenta 5W2H, vamos descrever sua utilização em 3 passos: • Definir aonde a metodologia será utilizada, por exemplo: projeto, processo, plano de manutenção; • Utilizar o apoio de uma planilha modelo, software, aplicativo ou um formulário em papel, que contenha as 7 perguntas do 5W2H; • Refletir sobre o assunto e responder todas as perguntas de maneira simples, objetiva e detalhada o suficiente para que cada resposta fique compreensível e clara. É importante que você procure ter em mente o objetivo final, aquilo que você deseja alcançar usando o 5W2H enquanto estiver respondendo os questionamentos. Manter o foco no objetivo é primordial para que a ação planejada atinja o seu propósito. (JUNIOR, 2010). Uma abordagem interessante é passar o planejamento feito por meio da ferramenta para a revisão de um colega, ou construir o planejamento executando o questionário com sua equipe. Assim, as informações e objetivos serão de conhecimento de todos facilitando a criação de ações. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar na ferramenta 5W2H? Recomendamos assistir o vídeo a seguir: Link: https://bit.ly/2FcWBwf Acesso em 20/08/2020. https://bit.ly/2FcWBwf Metodologia da Manutenção 27 RESUMINDO: Acabamos de aprender sobre duas ferramentas de extrema utilidade para a gestão da manutenção. Vimos a matriz swot no é possível identificarmos pontos fortes e pontos fracos internos e externos à equipe de manutenção. Esta ferramenta nos antecipa alguns riscos possíveis de acontecer durante a execução das atividades de manutenção. Uma matriz SWOT bem executada deixa a equipe de manutenção muito bem preparada para resolver empecilhos durante os trabalhos. Também vimos a ferramenta 5W2H que possibilita a criação de ações focadas no objetivo. As ações são criadas através de uma metodologia que questiona de forma sistemática como o que será feito para o atingimento das metas e objetivos. Fica interessante a criação e cumprimento do plano de manutenção quando temos ferramentas claras e objetivas para nos auxiliares nas atividades propostas, não é mesmo? Seguimos em frente ampliando nossos conhecimentos na área da manutenção! Metodologia da Manutenção28 Indicadores de desempenho de manutenção INTRODUÇÃO: Ao concluirmos este capítulo vamos ter um conhecimento sobre os principais indicadores de manutenção e como utilizados. Também vamos entender como os indicadores nos auxiliam na gestão da manutenção e clareiam o entendimento sobre o cumprimento de nossas metas e objetivos. Figura 5 – Ilustração sobre indicadores. Fonte: Os autores Interessado não é mesmo? Pois é verdade indicadores são uma ferramenta de forte ajuda na realização das atividades de manutenção. Vamos em frente! Metodologia da Manutenção 29 Conhecendo os indicadores de manutenção Os indicadores de desempenho do setor de manutenção têm o objetivo de mostrar com clareza os dados específicos e de grande importância do setor de manutenção para que durante o acompanhamento e o controle desses serviços sejam possíveis aplicar correções ou ações de melhoria. Esses serviços podem ser internos (para os setores da própria organização) ou externos (com a prestação de serviços de manutenção a terceiros). É importante ter o controle efetivo sobre as operações de manutenção e, quando for o caso, um plano de reação aos problemas que podem surgir durante seu exercício, os quais vão impactar nos custos e no cumprimento de metas. O controle utilizando indicadores permite que o gestor de manutenção controle com eficiência o desenvolvimento das operações de manutenção e o planejamento das operações de manutenção preventiva, além de diminuir consideravelmente a possibilidade de uma parada imprevista dos equipamentos ou sistemas. É complexo tratar sobre a qualidade de serviços, pois são muitas as variáveis que interagem com a percepção dos clientes e com os resultados mensuráveis, devido as cinco dimensões inerentes a serviços: confiabilidade, receptividade, segurança, empatia, aspectos tangíveis. Ao longo da realização de um serviço, em especial os de manutenção, a avaliação da qualidade é efetuada pelo cliente externo ou interno, uma vez que, a cada contato entre organização e cliente, ocorre uma avaliação de expectativas, o que pode gerar uma sensação de satisfação ou insatisfação. A satisfação será fruto da percepção do cliente, que provém, da comparação entre o serviço prestado e as expectativas relativas a ele. Em geral, o cliente toma como ponto de inicial seu conhecimento técnico sobre o serviço e também sua avaliação pessoal, que leva em conta aspectos não relacionados exclusivamente ao serviço técnico prestado. É o caso da empatia do profissional de manutenção em relação ao cliente, sua cordialidade e a realização de algo à mais que o esperado, como, por exemplo, uma verificação do nível de fluido lubrificante não Metodologia da Manutenção30 cobrável. Quando as expectativas do serviço são excedidas, o cliente considera que recebeu um serviço de grande qualidade, porém, quando elas não são atingidas, o serviço tende a ser visto como inaceitável. As expectativas no serviço também podem estar dentro do esperado, caso em que a qualidade é vista como satisfatória. A qualidade em serviços pode se apresentar como um diferencial competitivo para empresas que adotam padrões de qualidade em seus processos ou no atendimento ao cliente. A qualidade percebida em um processo de serviço está aliada à qualidade técnica de seus resultados. Para mensurar os níveis aceitáveis de qualidade na prestação de serviços, deve-se verificar a percepção dos clientes com o resultado. Esta proporcionará aos gestores informações importantes, que tornarão possível identificar se as estratégias que estão sendo implantadas para a execução do processo são realmente eficazes, portanto, confirmando se os resultados apresentados possuem a qualidade esperada. Na visão do cliente, é mais grave uma falha relacionada ao produto em si do que à prestação do serviço. Essa representação demonstra que, se a qualidade técnica falhar, a qualidade total, aliada à prestação do serviço, também falhará. Além das normas de qualidade, como a ISO 9001/2015, existem normas específicas para a área de manutenção e também para a área da gestão da produção e administração da produção industrial. (ALMEIDA, 2018). Indicadores OEE, MTBF, MTTR Agora vamos analisar os indicadores de manutenção industrial que podem ser aplicados a qualquer equipamento ou sistema. • Indicador de OEE (Overall Equipment Effectiveness ou Overall Equipment Efficiency): Esse indicador monitora à eficiência global do equipamento, ele leva em conta a disponibilidade total do equipamento, incluindo parâmetros relativos ao desempenho da produção e à qualidade dos produtos fabricados pelas máquinas e equipamentos que integram o gerenciamento da manutenção, seja qual for o Metodologia da Manutenção 31 tipo aplicado no setor ou na organização. A disponibilidade do equipamento é diretamente influenciada de maneira prejudicial por paradas não planejadas que geram atividades de manutenção corretiva emergencial, manutenção preventiva e operações de preparação de máquinas. Muito importante no cálculo de disponibilidade de máquinas e equipamentos é o fator humano, ou seja, falhas inerentes devida falta de conhecimento ou treinamento, necessidade de atualização profissional e problemas pessoais de colaboradores impactam diretamente na eficiência da produção. A relação entre o tempo programado de produção e o tempo total disponível é denominado índice de utilização, empregado para analisar a ociosidade de um equipamento ou linha de produção. Normalmente é medido à parte do OEE, ou multiplicado por ele como um quarto fator de efetividade. (ALMEIDA, 2018). • Tempo Médio Entre Falhas – MTBF (Mean Time Between Failure): O indicador de Tempo Médio Entre Falhas ou MTBF (Mean Time Between Failure) monitora e controla o tempo médio entre as ocorrências de manutenção corretiva executadas em um determinado período de tempo. Este pode ser de 30 dias ou o período determinado de acordo com o planejamento do plano de manutenção. Os períodos compreendidos entre as operações de manutenção corretiva indicam a disponibilidade das máquinas e equipamentos, o que permite executará programação de utilização das máquinas, contribuindo com o fornecimento de dados mais seguros para o setor de Planejamento e Controle da Produção (PCP), esse setor possuindo os dados do indicador de MTBF, consegue prever com maior exatidão as entregas de pedidos dos clientes. Obtém-se o MTBF por meio da seguinte expressão: Metodologia da Manutenção32 MTBF= MTBF= (Tempo total disponiel – Tempo perdido) Total de tempo de reparo Número de paradas Número de paradas Exemplo: Durante um dia de produção de uma máquina, foi percebido: • Período integral disponível para operar = 24 horas; • Aconteceram 3 paradas, cada uma delas: 1 hora, 3 horas e 30 minutos (0,5 horas). Sendo assim o cálculo de MTBF fica: MTBF = [24 – (1 + 3 + 0,5)] / 3 = 6,5 horas ou 390 minutos Esse resultado significa que em média a cada 6,5 horas trabalhadas a máquina terá uma parada para manutenção. (ALMEIDA, 2018). • Tempo Médio de Reparo – MTTR (Mean Time To Repair): Indicador de desempenho que tem o objetivo de controlar o tempo médio para a execução de operações de manutenção corretiva, as quais visam colocar um equipamento ou sistema em perfeitas condições de funcionamento para o sistema produtivo, em um período de tempo determinado. Um exemplo é dado pelo tempo médio das operações de manutenção corretiva realizadas no setor de usinagem de uma empresa no intervalo de 30 dias ou dentro do mês contábil da empresa. Obtém-se o MTTR por meio da seguinte expressão: Exemplo: Utilizando o mesmo exemplo anterior onde durante um dia de produção de uma máquina, foi percebido: • Período integral disponível para operar = 24 horas; • Aconteceram 3 paradas, cada uma delas: 1 hora, 3 horas e 30 minutos (0,5 horas). Sendo assim o cálculo de MTTR fica: Metodologia da Manutenção 33 Disponibilidade= MTBF MTBF(MTBF+MTTR) MTTR = (1 + 3 + 0,5) / 3 = 1,5 horas ou 90 minutos Esse resultado significa que em média cada parada de manutenção, demoram 1,5 horas para corrigir os problemas. (ALMEIDA, 2018). Cálculo do tempo de disponibilidade: O cálculo da disponibilidade envolve MTTR e MTBF. Podemos chegar ao tempo de disponibilidade de um sistema, por exemplo, utilizando esses 2 indicadores. Vamos à fórmula: Exemplo: Vamos ver um exemplo, imagine a seguinte situação: A. Tempo em que o sistema deveria trabalhar: 36 horas; B. Tempo total em que o sistema não está funcionando: 24 horas; C. Tempo no qual o sistema esteve disponível: 12 horas; D. Ao total ocorreram 4 falhas no sistema. Disponibilidade: [(A-B/D) / [(A-B/D) + (B/D)] = (36-24/4) / [(36-24/4) + (24/4)] = 3 / 9 = 33% Assim chegamos à conclusão que a disponibilidade do equipamento foi de 33%. (ALMEIDA, 2018). O MTBF e MTTR são indicadores usados por mais de 60 anos como referência para a tomada de decisões. O MTBF mede a confiabilidade de uma máquina ou sistema, o MTTR aponta a eficácia da ação de conserto ou reparo. Possuindo o controle dos dois indicadores e mantendo o monitoramento, é possível identificar os pontos com necessidade de atenção. Se o MTBF aumentou após um processo de manutenção preventiva, isso indica uma clara melhora na qualidade de seus processos e, possivelmente, em seu produto ou serviço, o que trará maior credibilidade e confiança aos seus produtos. O aumento do MTBF que mostrará que Metodologia da Manutenção34 seus métodos de manutenção ou reparo estão sendo bem executados, um verdadeiro guia para sua equipe. No caso do MTTR, o esforço deve ser no sentido de reduzi-lo ao máximo para evitar a perda de produtividade por indisponibilidade de máquinas e sistemas. Um menor tempo médio de reparo indica que sua equipa está tendo respostas rápidas para os problemas em seus processos, o que demonstra alto grau de eficiência. Mantendo o acompanhamento dos indicadores de tempo médio entre as falhas (MTBF) e tempo médio para reparo (MTTR) é possível aumentar a cultura da empresa ou equipe sobre seus procedimentos. Isso é extremamente importante em um cenário em que as equipes de manutenção necessitam se manter reduzidas e são formadas por profissionais que se atendem a várias áreas simultaneamente. Durante o monitoramento utilizando indicadores de desempenho, é interessante adotar algumas ações que tragam informações relevantes e confiáveis em tempo real. Vamos verificar algumas dessas ações: • Identificação da falha: com o relatório de falhas, é possível identificar as ocorrências por padrão de falha e o impacto em tempo de parada para esses casos. Dessa forma, consegue-se classificar os tipos de problema e facilitar as ações para resolvê-los; • Diminuição do downtime (tempo de parada): com as informações dos indicadores, você sabe qual componente ou sistema traz irá necessitar de maior atenção ou ações para impedir sua falha; • Gestão da manutenção preventiva: o próximo passo para a excelência em manutenção é sistematizar esse processo. Com as informações adquiridas em manutenções corretivas é possível criar um plano de manutenção preventiva; • Eliminação da causa raiz e recorrência: com os dados em um relatório durante o período observado, o número Metodologia da Manutenção 35 de ocorrências por tipo de falha e o impacto em tempo de parada para essas ocorrências, o gestor tem a oportunidade de analisar o problema e separá-lo em um grupo de causas e depois até a um componente que está causando todo o problema; • Elabore um processo de manutenção preditiva: não pratique a falha de sempre executar manutenções corretivas sem conseguir compreender a razão do problema. Classificar as condições de seus equipamentos ou sistemas, é uma tarefa complexa de análise e coleta de informações dos setores monitorados, introduzindo nesse contexto a manutenção preditiva como instrumento de suma importância. Como você já percebeu, MTTR e MTBF são dois indicadores de performance poderosos e que devem ser utilizados para ampliar o conhecimento da organização visando reduzir perdas de produtividade ou qualidade nos produtos ou serviços oferecidos. Em resumo, os indicadores de performance (MTTR e MTBF) devem servir como referência para tomada de decisão. O papel como gestor é de olhar para essas informações padronizadas e perceber a razão de estarem sendo expostos, a partir daí tomar as decisões necessárias. O MTBF refere-se essencialmente à credibilidade de um sistema, e o MTTR à efetividade nas operações corretivas do sistema. Por exemplo, se o MTBF está despencando após uma operação, isso deve apontar alguma falha no processo de manutenção. A nossa meta é transformar o MTBF o maior possível. Já com o MTTR, o estímulo deve ser completamente o contrário, minimizando-o o máximo possível. Isso significa que a sua empresa tem soluções e intervenções rápidas, levando o sistema a ter mais produtividade. Metodologia da Manutenção36 RESUMINDO: E então? Gostou do que você aprendeu? Esse mundo de indicadores de desempenho no início pode parecer algo um pouco difícil e complexo, mas uma vez você monitorando sua atividade de manutenção com esses indicadores é impossível olhar atrás. A clareza nas informações utilizando os indicadores de desempenho como referência fazem toda a diferença para a gestão das atividades de manutenção. Vimos nesse capítulo os indicadores de desempenho MTBF, MTTR e OEE. São esses os 3 principais indicadores de desempenho utilizado na indústria para medir a eficácia das ações de manutenção. Com certeza esses indicadores podem ser usados em todos os setores da manutenção. É de suma importância que todo o profissional de manutenção entenda e saiba ler esses indicadores seja ele o gestor de manutenção ou não. Esses indicadores são uma forma de comunicação entre os integrantes de uma equipe de manutenção. E aí, achou interessante? Quase que uma língua não é mesmo? Continuamos construindo e ampliando nossos conhecimentos sobre manutenção. Metodologia da Manutenção 37 Perfil técnico e comportamental do profissional de manutenção INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você terá aprendido sobre as características necessárias para os profissionais da manutenção. Entenderemos mais sobre a necessidade de uma formação técnica apropriada assim como um perfil comportamental especifico para os profissionais e manutenção. Interessante não é mesmo? É importante que o profissional esteja bem preparado para executar com eficiência sua tarefa. Quando se fala em profissionais para a área de manutenção as competências técnicas são extremamente importantes, mas até que ponto elas podem se sobrepor as competências comportamentais? Quando falamos de competências técnicas estamos nos referindo a inteligência intelectual (QI), já as competências comportamentais nos referimos a inteligência emocional (QE). Nem sempre uma pessoa que possui bons conhecimentos técnicos, pode ser a pessoa adequada para fazer parte de um quadro de funcionários de manutenção. Durante muito tempo somente o conhecimento técnico era mais que necessários, porém atualmente as competências comportamentais possuem um grande peso na análise de um bom profissional. Figura 5 – Ilustração sobre competências e habilidades. Fonte: Freepik Metodologia da Manutenção38 Muitas empresas contratam seus funcionários observando as competências técnicas e acabam os demitindo devido problemas comportamentais. O profissional de manutenção presta serviços em equipamentos e instalações, mas também atende à clientes da manutenção, que são os solicitantes dos serviços. O comportamento do técnico que efetua um serviço de manutenção é levado em consideração para avaliar a qualidade do serviço. Perfil técnico comportamental dos profissionais de manutenção Agora vamos analisar algumas caracterizações comportamentais necessárias para um profissional de manutenção. Sempre é válido lembrar que as caracterizações comportamentais são habilidades que podemos desenvolver em nosso perfil profissional. • Adaptabilidade e equilíbrio emocional Não é segredo para ninguém que nas situações de manutenção corretiva sempre está presente uma certa tensão durante a execução dos serviços. O profissional normalmente está em uma situação contra o tempo por exemplo, uma linha de produção parada com funcionários aguardando e o supervisor ao lado da máquina esperando o profissional de manutenção resolve o problema para a produção voltar à normalidade, tem abem é comum encontrarmos em uma manutenção predial o cliente está nervoso devido a situação indesejada pela qual está passando e acabar descontando no profissional de manutenção. É necessário que o profissional de manutenção consiga trabalhar sobre pressão, muitas vezes com uma situação de alta complexidade técnica. • Criatividade e capacidade de análise O profissional necessita estar preparado para se deparar com situação onde terá que usar de sua criatividade para encontrar a solução. Muitas vezes irá faltar a ferramenta adequada para a situação ou a peça de reposição não é exatamente a correta, porém o problema necessita Metodologia da Manutenção 39 ser resolvido. Sendo assim, sempre com base no conhecimento técnico o profissional de manutenção precisa analisar a situação e criar a solução do problema que se encontra em sua frente. • Comunicação e trabalho em equipe Durante a execução dos trabalhos o profissional de manutenção necessita se comunicar, e muito. É necessário a comunicação com seu superior, cliente, outras colegas, fornecedores entre outros. A pessoa que está trabalhando em manutenção, não consegue informações sobre o problema sem uma comunicação efetiva. Muitas vezes o profissional irá fazer parte de uma equipe de manutenção com colegas de diferentes áreas de atuação e todos precisam ter uma comunicação intensa para solucionar os problemas que irão aparecer. (ALMEIDA, 2018). Agora vamos analisar algumas competências técnicas necessárias para o profissional de manutenção. Os níveis desses conhecimentos técnicos é que determina as reais possibilidades de atuação do profissional. São níveis que vão desde os mais elementares e básicos até os mais complexos. • Base técnica na área de atuação (mecânica, elétrica ou predial) É necessário que o profissional tenha formação técnica na sua área de atuação. Como todo trabalho é necessário que a pessoas saiba e entenda sobre a tarefa que está executando. O conhecimento técnico também faz parte da linguagem técnica utilizada na comunicação entre profissionais. • Base técnica para leitura de desenho técnico, diagramas, esquemas elétricos (de acordo com a área de atuação) Boa parte da informação utilizada pelos profissionais de manutenção vem de manuais técnicos, projetos técnicos, relatórios de análise inspeção ou atividades anteriores e o profissional é responsável por ler e entender essas informações. Metodologia da Manutenção40 • Capacitação nas normas de segurança de sua área É essencial que o profissional esteja capacitado nas normas de segurança necessárias para a execução da sua atividade. Ele precisa conhecer sobre os riscos a que está exposto para tomar as devidas precauções. Por exemplo um trabalho em altura, é necessário que o profissional esteja treinado e habilitado na NR35 – Trabalho em Altura. Perfil comportamental do gestor ou líder de manutenção Agora vamos analisar as competências necessárias para o gestor de manutenção ou a pessoa responsável por fazer o plano de manutenção e gerenciá-lo junto ao time. Figura 5 – Ilustração sobre o líder. Fonte: Freepik • Liderança O gestor de manutenção deve administrar todos os recursos necessários para garantir que o setor de manutenção mantenha os equipamentos e as instalações em condições de funcionamento. Nesse conjunto encontram-se os recursos humanos do setor de manutenção. Metodologia da Manutenção 41 Apesar de as empresas manterem um setor específico para essa finalidade, o gestor de manutenção é o responsável por monitorar a eficiência de sua equipe desde a avaliação técnica e pessoal do profissional até o seu desempenho no exercício de suas atividades profissionais. Como líder, o gestor de manutenção deve exercer a liderança em sua equipe de modo a acompanhar o desempenho de cada membro. Também depende dele o desempenho dos recursos da empresa que são apoiados pelo setor de manutenção. Os tipos de liderança variam em função do próprio gestor e do perfil pessoal de sua equipe. Qualidades pessoais, como empatia, senso de justiça e humanidade contribuem para a motivação da equipe, mas estratégias administrativas, como o planejamento das atividades dos membros da equipe, também é importante existir um plano de carreira levando em consideração as aptidões profissionais e o interesse de crescimento profissional dos colaboradores, criam uma cultura de trabalho muito positiva para o ambiente de trabalho. O líder deve atuar como facilitador da equipe de colaboradores, ele deve estar atento às necessidades pessoais e profissionais dos profissionais que compõem a equipe. • Motivação da equipe e administração de conflitos A ciência tem mostrado por meio de pesquisas realizadas por renomados estudiosos, como o psicólogo Abraham Maslow (1908- 1970), que o ser humano vivencia diversos sentimentos que impactam diretamente em sua motivação, assim, por consequência seu desempenho profissional. Quando um profissional de manutenção enfrenta problemas pessoais é possível que ele apresente no trabalho alguma distração que interfira negativamente sua atividade. O gestor de manutenção deve estar sempre atento a variações comportamentais dos integrantes de sua equipe e executar mudanças na rotina do profissional tendo como o objetivo aumentar o engajamento e foco. Metodologia da Manutenção42 • Gestão Conflitos No ambiente organizacional, as metas e objetivos impostos diariamente, os problemas hierárquicos provenientes de discussões profissionais e as dificuldades e problemas técnicas podem acarretar em situações de conflito devido a divergência de opiniões. Os profissionais de manutenção se deparam muitas vezes com dificuldades técnicas de diferentes tipos de equipamentos e sistemas os quais necessitam de conhecimentos bem específicos. Além das dificuldades técnicas e organizacionais, os profissionais enfrentam situações pessoais que influenciam em seu comportamento e motivação profissional. Por esses motivos é preciso agir de forma a incentivar e motivar os profissionais utilizando todas as formas de incentivo e recompensa disponíveis, incluindo o direcionamento a ações específicas no trabalho, treinamentos e reconhecimento pelo cumprimento de metas. • Técnicas de gestão de rotinas de trabalho O gerenciamento e controle de processos na gestão de rotinas acontece na análise das relações entre as causas ou inputs, e os fins ou outputs. O monitoramento dos inputs e outputs corrigindo quando necessário é o que garante bom andamento das atividades e o cumprimento dos objetivos. Vamos agora dividir o gerenciamento de rotinas em 3 etapas: • Primeira etapa: Monitorar o desempenho, riscos e a qualidade das atividades executadas. As informações coletadas são colocadas em relatórios ou informativos com o objetivo de mostrar possíveis pontos de melhoria ou correções. • Segunda etapa: Análise crítica dos processos e métodos que estão sendo executados. Essa análise crítica gera três tipos de ações: ações corretivas e preventivas, melhoria contínua e demanda de novos projetos. Metodologia da Manutenção 43 • Terceira etapa: Planos de ação e padronização. É importante o entendimento de que o plano de ação pode ser considerado um projeto por isso deve ser planejado, monitorado, executado e conferido. Em geral o gestor deve estar atento todas mudanças de rotina de trabalho que afetam negativamente o cumprimento de metas e corrigir quando necessário. RESUMINDO: Bastante conteúdo apenas na área de perfil do profissional de manutenção não mesmo? As vezes essa área é deixada de lado devido à complexidade de problemas técnicos que encontramos na manutenção, mas uma boa gestão dos profissionais de manutenção é imprescindível para a execução e cumprimento das metas impostas nesse ramo de atividade. Vimos neste capítulo sobre as competências técnicas e comportamentais dos profissionais de manutenção. Foi possível entender como um profissional bem equilibrado entre suas habilidades comportamentais e técnicas pode se sobressair sobre outros profissionais. Aprendemos sobre motivação da equipe de manutenção e sua importância. Foi possível entender do impacto na gestão quando o gestor de manutenção atua com foco e atenção na rotina de trabalho de sua equipe. A área de manutenção é muita vasta e com diversos campos de atuação e muitas possibilidades de melhorias, cabe a você profissional de manutenção se aperfeiçoar e crescer nesse campo de conhecimento. Metodologia da Manutenção44 REFERÊNCIAS ABRAMAN. Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Disponível em: <https://www.abramanoficial.org.br>. Acesso em 11 jul 2020. BAPTISTA, José Antônio. Manutenção Industrial: Técnicas, Contos e Causos – 2017. BAUMOTTE, Ana Cláudia Trintenaro, D’ALINCOURT FONSECA, Doris Pereira, DA SILVA, Lauro Henrique De Carvalho M, RAJ, Paulo Pavarini. Gerenciamento de pessoas em projetos – 2013, Editora FGV. CYRINO, Luis. Downtime, o peso da manutenção. Manutenção em foco - 2019. Disponível em:<https://www.manutencaoemfoco.com.br/ downtime-o-peso-da-manutencao/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. DA SILVEIRA NETO, Fernando Henrique, PECH, Gerson, CHAVES, Lucio Edi, DOS SANTOS CARNEIRO, Margareth Fabíola. Gerenciamento da Comunicação em projetos – 2013, Editora FGV. DE ALMEIDA, Paulo Samuel. Gestão da Manutenção Aplicada as Áreas Industrial Predial e Elétrica – 2018, Editora Saraiva. DE ALMEIDA, Paulo Samuel. Manutenção Mecânica Industrial – Principios técnicos e operações – 2017, Editora Saraiva. Gestão de Ativos e Pas 55. ABRAMAN. Disponível em:<https:// abramanoficial.org.br/page/gestao_de_ativos>. Acesso em: 11 de jul. 2020. JUNIOR, Isnard Marshall, CIERCO, Agliberto Alves, ROCHA, Alexandre Varanda, MOTA, Edmarson Bacelar, Leusin, Sérgio. Gestão da Qualidade. 2010, Editora FGV. LAASCH, Conaway. Fundamentos da gestão responsável: sustentabilidade, responsabilidade e ética. São Paulo: Cengage Learning, 2015. LOBO, Renato Nogueirol. Gestão da qualidade – 2018, Editora Érica. Metodologia da Manutenção 45 Manutenção Predial Preventiva. Fullconnection, 2019. Disponível em:<http://fullconnection.com.br/manutencao-preventiva-por-que-e- indispensavel/>. Acesso em: 11 de jul. 2020. MONTANARI, Instituto. Diagrama de Ishikawa: o que é? Como funciona o Diagrama de Ishikawa?. YouTube. Disponível em:<https://www. youtube.com/watch?v=KlwsLSLC1J8>. Acesso em: 20 de ago. 2020. MONTANARI, Instituto. Matriz SWOT: o que é a Matriz SWOT? Como funciona a Matriz SWOT?. YouTube. 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Joana Áurea Cordeiro Barbosa e Aline Pedro Feza Organização do trabalho pedagógico na educação infantil Utilizando o diagrama de causa e efeito e o checklist Diagrama de causa e efeito (espinha de peixe) Construindo o diagrama de causa e efeito Checklist Construindo um checklist Matriz Swot e Método 5W2H Matriz Swot Criando a matriz SWOT Método 5W2H Aplicando o 5W2H Indicadores de desempenho de manutenção Conhecendo os indicadores de manutenção Indicadores OEE, MTBF, MTTR Perfil técnico e comportamental do profissional de manutenção Perfil técnico comportamental dos profissionais de manutenção Perfil comportamental do gestor ou líder de manutenção