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Caso-Clinico erlichiose

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Caso Clínico:
Cão de 9 meses, SRD, macho, fértil, com 21,5 kg. 
Gandalf foi trazido a clínica veterinária no dia 30/03/2024 pois o tutor relatava que o animal estava se sentindo mal desde a quinta-feira. Ele não come desde então, embora já estivesse com dificuldade para comer há algum tempo. O tutor tentou alimentá-lo com sachê, mas ele comeu muito pouco. Na quarta e quinta-feira, o tutor deu pedaços de côco para o animal, mas no sabado ele vomitou e as fezes estavam pastosas. É importante notar que o animal não está acostumado a comer côco. Relata ainda que o animal está com todas as vacinas em dia ( V10 e raiva), e vermífugo foi administrado há mais ou menos 2 meses. Tem acesso a rua todos os dias na hora do passeio. Faz controle de ectoparasitas com bravecto a cada 3 meses, mas esporadicamente vê carrapato no animal, e quando o adotou, com 3 meses, Gandalf estava infestado de pulga e carrapato. Relata que o mesmo tem diminuído o peso há uns meses, mas continuava ativo, essa semana que ficou mais prostrado sem energia e no entanto resolveu trazê-lo para uma consulta pois ficou preocupada com o vômito que persistiu por dois dias.
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Histórico Clínico
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Sintomas Iniciais
O tutor relatava que o animal estava se sentindo mal desde a quinta-feira, não comendo desde então, embora já tivesse dificuldade para se alimentar há algum tempo. Houve relato de vômito no sábado e fezes pastosas.
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Exame Clínico
No exame clínico, o animal apresentava-se ativo e responsivo, com mucosas normocoradas, TPC (tempo de preenchimento capilar) <3 segundos e temperature de 39,8° C
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Exames Complementares
Foram solicitados hemograma e bioquímico, sendo realizado apenas o hemograma inicialmente, que evidenciou trombocitopenia (plaquetas abaixo do valor de referência). E em seguida teste rápido de erlichiose.
2
37 a 55 % 
5.5 a 8.5  (×106/μL) 
12 a 18 (g/dL) 
200-500 (×103/μL)
6-17 (×103/μL)
3 a 11,5  (×103/μL)
12 a 30  (×103/μL) 
3 a 10  (/μL) 
2 a 10  (/μL) 
<2 (/μL) 
REFERÊNCIAS
Tratamento Inicial
Medicamentos Orais Veterinários
Foram prescritos Gaviz 20 (protetor gástrico), Emedron 20mg (controle de vômito), Prediderm 20mg (aumento de plaquetas) e Globion Pet (probiótico e prebiótico).
Medicamentos Orais Humanos
Também foi prescrito Cobavital 4mg (estimulante de apetite).
Após dois dias de tratamento, o animal continuava sem interesse em se alimentar e prostrado, mas sem vômito ou diarreia.
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Diagnóstico Final
Exames Complementares
Foi autorizada a realização do exame bioquímico, que evidenciou apenas globulina alta. A associação da globulina alta com a plaqueta baixa indicou a possibilidade de hemoparasitose.
Testes Sorológicos
Foram então solicitados os testes sorológicos IGG e IGM para erliquiose e babesiose. O resultado mostrou IGG reagente para babesiose e IGM indeterminado para babesiose e reagente para erliquiose, indicando babesiose crônica e erliquiose ativa.
Diagnóstico Final
Com base nos exames, o diagnóstico final foi de babesiose crônica e erliquiose ativa.
6
20-50 
0,5 A 1,8
10 A 125
119
2,2 A 3,9
2,5 A 4,5 
70 A 143 
REFERÊNCIAS
7,8
Tratamento Definitivo
1
Medicamentos Orais Veterinários
O tratamento instituído incluiu Doxitec 200mg (antibiótico para erliquiose), Prediderm 20mg (corticoide para aumento de plaquetas), Eritros (suplemento vitamínico) e Gaviz 20 (protetor gástrico).
2
Medicamentos Orais Humanos
Também foram prescritos Cobavital 4mg (estimulante de apetite) e Dipirona 500mg (em caso de febre).
3
Medicamento Injetável Veterinário
Foi administrado Imidocarb (antiprotozoário para babesiose) por via subcutânea, com uma segunda aplicação após 14 dias.
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Evolução do Tratamento
Melhora Clínica
Após 10 dias de tratamento, o animal estava mais animado, com retorno do apetite e sem vômito.
Melhora Laboratorial
O novo hemograma evidenciou aumento significativo no número de plaquetas, de 33 mil/mm³ para 170 mil/mm³.
Finalização do Tratamento
Com 28 dias de tratamento, o animal apresentava plaquetas dentro da normalidade (328 mil/mm³) e recebeu alta médica, com orientações sobre cuidados com ectoparasitas.
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37 a 55 % 
5.5 a 8.5  (×106/μL) 
12 a 18 (g/dL) 
200-500 (×103/μL)
6-17 (×103/μL)
3 a 11,5  (×103/μL)
12 a 30  (×103/μL) 
3 a 10  (/μL) 
2 a 10  (/μL) 
<2 (/μL) 
REFERÊNCIAS
37 a 55 % 
5.5 a 8.5  (×106/μL) 
12 a 18 (g/dL) 
200-500 (×103/μL)
6-17 (×103/μL)
3 a 11,5  (×103/μL)
12 a 30  (×103/μL) 
3 a 10  (/μL) 
2 a 10  (/μL) 
<2 (/μL) 
REFERÊNCIAS
Características da Babesiose
1
Doença Parasitária
A babesiose é uma doença causada por protozoários do gênero Babesia, transmitidos por carrapatos.
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Sinais Clínicos
Os principais sinais clínicos incluem febre, anemia, fraqueza, perda de apetite e icterícia.
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Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio de testes sorológicos (IGG e IGM) e, em alguns casos, pela visualização do parasita no esfregaço sanguíneo.
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Tratamento
O tratamento envolve o uso de antiprotozoários, como o Imidocarb, e antibióticos, como a Doxiciclina.
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Características da Erliquiose
Febre
A erliquiose canina é uma doença febril causada pela bactéria Ehrlichia, transmitida por carrapatos.
Prostração
Os animais afetados podem apresentar prostração, letargia e perda de apetite.
Trombocitopenia
A trombocitopenia (redução de plaquetas) é um achado comum na erliquiose.
Tratamento
O tratamento envolve o uso de antibióticos, como a Doxiciclina, por um período prolongado.
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Importância do Controle de Ectoparasitas
Infestação Inicial
Quando o animal foi adotado, aos 3 meses de idade, ele estava infestado de pulgas e carrapatos.
Controle Irregular
Embora o tutor utilizasse o Bravecto a cada 3 meses, havia relato de avistamento esporádico de carrapatos no animal.
Importância do Controle
O controle efetivo de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos, é fundamental para prevenir a transmissão de doenças como a babesiose e a erliquiose.
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Conclusão
Diagnóstico Preciso
O diagnóstico preciso da babesiose crônica e erliquiose ativa, por meio de exames complementares, foi essencial para o tratamento adequado do animal.
Tratamento Multifacetado
O tratamento envolveu a utilização de diversos medicamentos, incluindo antibióticos, antiprotozoários, corticoides e estimulantes de apetite, de forma a abordar todos os aspectos da doença.
Importância do Controle de Ectoparasitas
O controle efetivo de pulgas e carrapatos é fundamental para prevenir a transmissão de doenças como a babesiose e a erliquiose, demonstrando a importância de um manejo adequado desses parasitas.
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