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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA
História do Brasil e a Construção de 
Identidades
Livro Eletrônico
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História do Brasil e a Construção de Identidades
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
Sumário
História do Brasil e a Construção de Identidades .................................................................... 3
1. Historiografia brasileira ............................................................................................................ 3
Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) ............................................................................. 5
Silvio Romero (1851-1914) .............................................................................................................. 5
Capistrano de Abreu (1853-1927) ................................................................................................ 6
Gilberto Freyre (1900-1987) .......................................................................................................... 7
Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) ................................................................................... 8
Caio Prado Júnior (1907-1990) .................................................................................................... 10
Nelson Werneck Sodré (1911-1999) ............................................................................................12
Celso Furtado (1920-2004) ..........................................................................................................13
Florestan Fernandes (1920-1995) ............................................................................................. 14
2. História Brasileira (da Ocupação Indígena ao Mundo Contemporâneo) .......................15
2.1. Brasil Colônia ...........................................................................................................................16
2.2. Império ..................................................................................................................................... 36
2.3. República .................................................................................................................................48
Resumo ............................................................................................................................................ 69
Mapas Mentais .............................................................................................................................. 74
Questões Comentadas em Aula ................................................................................................. 79
Questões de Concurso ................................................................................................................. 85
Gabarito ........................................................................................................................................... 96
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 97
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História do Brasil e a Construção de Identidades
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
HISTÓRIA DO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DE 
IDENTIDADES
Olá, querido(a) professor(a)! Seja bem-vindo(a) novamente!
Vamos dar sequência a seu processo de aprovação no concurso público. Antes de se-
guirmos, peço encarecidamente que avalie a aula anterior, caso ainda não o tenha feito, e 
esta ao final. Já disse quão importante é sua opinião para o desenvolvimento contínuo de 
nosso trabalho.
Sem mais, veja os conteúdos listados no edital que trabalharemos nesta aula:
3. História do Brasil e a construção de identidades:
• historiografia brasileira e a história do Brasil; e
• história brasileira (da ocupação indígena ao mundo contemporâneo).
Estimado(a), neste tópico é importante que dê uma atenção maior à historiografia bra-
sileira, como meio de revisitar os conteúdos que estudara na sua graduação. Com relação à 
história brasileira, da ocupação indígena ao mundo contemporâneo, convenhamos, não há 
espaço para discuti-la em sua totalidade, o que tomaria muito do seu tempo. Ademais, como 
professor(a), mesmo que não domine o conhecimento de toda a história do Brasil – até por-
que você não é uma enciclopédia –, possui ferramentas metodológicas que lhe permitem 
interpretar e resolver as questões cobradas. Nesse sentido, o que farei é apontar um resumo 
lógico da história brasileira.
1. Historiografia brasileira
A palavra História carrega o peso de uma dualidade: ao mesmo tempo que designa uma 
ciência, também é usada para designar o objeto dessa mesma ciência. Assim, a Historiografia 
brasileira é o conjunto de estudos sobre a História do Brasil e diz respeito não só ao registro 
histórico estabelecido pela memória, mas também à ciência da História.
No Brasil, a historiografia tem seu marco inicial com os estudos realizados por Francis-
co Adolfo de Varnhagen, a partir de 1850 até de hoje. Entre os historiadores brasileiros de 
destaque há autores como Silvio Romero e Capistrano de Abreu, nos anos de 1900, Gilberto 
Freyre e Sérgio Buarque de Holanda nos anos de 1930, Nelson Werneck Sodré nos anos de 
1950, Caio Prado Júnior nos anos de 1960 e Florestan Fernandes anos de 1960-70. A partir 
da década de 1960 houve um forte incremento na produção historiográfica brasileira com o 
processo de expansão dos programas de pós-graduação no país e a interlocução com matri-
zes teóricas internacionais.
Veja um histórico do surgimento da historiografia no Brasil:
Em 1830, surgem os primeiros movimentos em direção a tentar fazer um apanhado do 
máximo possível de documentos produzidos até o momento no Brasil. A necessidade de se 
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construir uma história nacional, de se criar a ideia de povo brasileiro, foi influenciada pelos 
movimentos nacionalistas europeus. Isso se fez presente quando o país se tornou sede do 
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e quando se tornou independente em 1822.
Os primeiros trabalhos com indícios de uma tentativa de formação de uma consciência de 
diferença e brasilidade foram escritos em 1627 pelo frei Vicente do Salvador, com sua Histó-
ria do Brasil. Contudo, esse trabalho ganhou importância apenas em meados do século XIX, 
quando Francisco Adolfo de Varnhagen e Capistrano de Abreu o retomaram. Aliás, Capistrano 
o editou e o publicou na íntegra em 1888, quando seu valor se tornou evidente, sendo consi-
derado como o marco fundador da historiografia brasileira.
Sobre o frei Vicente do Salvador, diz Darcy Ribeiro
Mesmo com esse atraso, segundo Darcy Ribeiro:
o melhor testemunho daqueles tempos [o Brasil colonial] se deve a frei Vicente do Salvador, natural 
da Bahia. Foi o primeiro intelectual assumido como inteligência do povo nascente, capaz de olhar 
nosso mundo e os mundos dos outros com olhos nossos, solidário com nossa gente, sem dúvidas 
sobre nossa identidade, e até com a ponta de orgulho que corresponde a uma consciência crítica.1
Contudo, a organização sistemática da historiografia nacional só começou no século XIX, 
com a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), em 1838. O instituto foi 
criado a partir de uma ideia surgida na Sociedade Auxiliadorada Indústria Nacional, criada 
em 1827. De inspiração iluminista, se propunha a incentivar o progresso e o desenvolvimento 
brasileiros com duas diretrizes centrais para seus trabalhos: a coleta e publicação de do-
cumentos relevantes para a história do Brasil e o incentivo de estudos de História no ensi-
no público.
Em 1840, o IHGB elaborou uma competição para estabelecer o melhor plano para a escrita 
da história do Brasil. Quem venceu foi o botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius. 
Sua monografia, intitulada “Como se deve escrever a história do Brasil”, foi publicada na Re-
vista do IHGB em 1845. Nela, Von Martius sugeriu um guia para um projeto histórico capaz de 
garantir uma identidade ao Brasil. Do seu projeto surgiu a interpretação do Brasil, do primeiro 
Brasil-Nação, que se entranhou profundamente nas elites e na população brasileira, lançando 
os alicerces do mito da democracia racial brasileira. Para ele, a identidade brasileira deveria 
ser buscada no que mais singulariza o Brasil: a mescla de raças.
001. (QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil 
como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites 
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 
1889, vê-se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. 
1 RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. [S.l.]: Companhia das Letras, 1995. p. 136.
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HISTÓRIA
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É na Era Vargas (1930-1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), 
contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, con-
duzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema 
abordado, julgue o item.
A criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), nos anos 1830, vincula-se ao 
lançamento de um concurso público subordinado à seguinte questão: como deve ser escrita 
a história do Brasil?
Como acabamos de revisar, von Martius venceu o concurso, organizado em 1840 pelo IHGB 
para estabelecer o melhor plano para a escrita da história do Brasil, com a monografia “Como 
se deve escrever a história do Brasil”
Certo.
francisco adolfo de VarnHagen (1816-1878)
Dentro deste movimento de criação da história da nação brasileira, foi o primeiro a es-
crever uma história nacional brasileira. A obra de Varnhagen refletia uma preocupação nova 
no Brasil com a história, com a documentação sobre o passado brasileiro que o IHGB repre-
sentava. Teve um importante papel no processo de coleta de documentos, sendo o iniciador 
da pesquisa metódica nos arquivos estrangeiros, onde encontrou e elaborou inúmeros docu-
mentos relativos ao Brasil.
Grande defensor da colonização portuguesa no Brasil, a apreciava como um enorme fei-
to que criava a possibilidade de sucesso para a recém criada nação brasileira. Ente 1854 e 
1857 escreveu História Geral do Brasil, primeira obra dedicada a escrever a história do Bra-
sil. O trabalho de Varnhagen, como reflexo do pensamento da época, fortemente contagiado 
pelo cientificismo, concorda com as diretrizes do IHGB de como se deve escrever a história 
do Brasil.
silVio romero (1851-1914)
Escritor, político, historiador e folclorista brasileiro, Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos 
Romero foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Entre seus vários livros se 
destacam: Cantos do Fim do Século (1878), Introdução à História da Literatura Brasileira 
(1882), Contos Populares do Brasil (1885), Etnografia Brasileira (1888), Ensaios de Filosofia 
do Direito (1895), Ensaios de Sociologia e Literatura (1901), Provocações e Debates (1910), 
entre outros.
Em suas falas notadamente racistas, gerou polêmicas. Afirmava que
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[…] descendemos de um estragado e corrupto ramo da velha raça latina, a que juntaram-se o con-
curso de duas das raças mais degradadas do globo, os negros da costa e os peles vermelhas da 
América […] [de que] resultaram o servilismo do negro, a preguiça do índio e o gênio autoritário e ta-
canho do português [que] produziram uma nação informe e sem qualidades fecundas e originais.2
O conjunto de suas ideias ficou conhecida como teoria do embranquecimento, muito cri-
ticada pela historiografia:
A minha tese, pois, é que a vitória na luta pela vida, entre nós, pertencerá, no porvir, ao branco; mas 
que esse, para essa mesma vitória, tem necessidade de aproveitar-se do que de útil as outras duas 
raças lhe podem fornecer, máxime a preta com quem tem mais cruzado. Pela seleção natural, toda-
via, depois de prestado o auxílio de que necessita, o tipo branco irá tomando a preponderância até 
mostrar-se puro e belo como no Velho Mundo. Será quando já estiver de todo aclimatado no con-
tinente. Dois fatos contribuirão largamente para esse resultado: de um lado, a extinção do tráfico 
africano e o desaparecimento constante dos índios, e de outro a imigração europeia.3
Sílvio Romero também foi precursor da sociologia brasileira, ao adotar o método mono-
gráfico de Frédéric Le-Play (1806-1882), ao criticar o monocausalismo em ciências sociais e 
ao influenciar a sociologia de Francisco José de Oliveira Vianna (1883-1951).
capistrano de abreu (1853-1927)
Outro nome considerado percursor para a historiografia brasileira é o de Capistrano de 
Abreu. Nasceu num Brasil escravocrata e morreu na República. Foi responsável por uma re-
viravolta na historiografia brasileira por sua posição teórica atualizada, seu conhecimento 
incomum dos fatos e seu novo ideal de história do Brasil. Capistrano constrói a sua interpre-
tação do Brasil quando a Monarquia estava abalada, em xeque, assim como a escravidão, e se 
buscavam novas bases econômicas, sociais, políticas e mentais para o Brasil.
A obra de Capistrano, Capítulos de História Colonial, de 1907, começa realizando uma 
descrição geográfica do Brasil, o palco sobre o qual se desenrolará a história que vai narrar. A 
sua obra é um ponto de referência da recepção da concepção moderna de história, com seu 
ideal objetivista da verdade, apoiada em documentos inéditos, testemunhas oculares, autores 
das fontes identificados. Para ele, o distanciamento do historiador é obrigação quando ma-
nipula as fontes. Portanto, fora influenciado pelo positivismo de Auguste Comte. Em um se-
gundo momento, quando se interpreta, o quadro teórico das ciências sociais deverá orientar 
a pesquisa com suas leis e teorias.
2 BRITO, Fausto (Junho de 2008). Transição demográfica e desigualdades sociais no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de 
População. p. 5–26. ISSN 0102-3098. doi:10.1590/s0102-30982008000100002
3 VARGAS, João H. Costa (Junho de 2005). Apartheid brasileiro: raça e segregação residencial no Rio de Janeiro. Revista de 
Antropologia. p. 75–131. ISSN 0034-7701. doi:10.1590/s0034-77012005000100003
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História do Brasil e a Construção de Identidades
HISTÓRIA
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gilberto freyre (1900-1987)
Gilberto de Mello Freyre foi um sociólogo, antropólogo, deputado e professor universitário 
brasileiro. Sua obra mais conhecida é “Casa-Grande & Senzala” na qual usou novas fontes 
para compreender a formação do Brasil.
Sua formação é basicamente norte-americana: no colégio americano de Recife, onde se 
tornou protestante; na Universidade Baylor, no Texas (1918-1920), e na Universidade Colum-
bia, Nova Iorque, orientado por Franz Boas. As principais influências de Gilberto Freyre são o 
antropólogo alemão Franz Boas (1858-1942), Max Weber, o poeta americano Vachel Lindsay 
(1879-1931), a poeta americana Amy Lowell (1874-1925), entre muitos outros.
Sua principal obra, Casa-Grande & Senzala (1933), traduzida para mais de 10 idiomas, 
levou a pesquisa histórica brasileira uma problemática nova e alemã, a historicidade de Dil-
they, Simmel e Weber. Aliás, em Weber, Freyre encontrou grandes afinidades com a Sociologia 
compreensiva. Desta maneira, ele se afasta do positivismo imperante na intelectualidade bra-
sileira do momento.
Freyre foi na contramão de quase todas as teorias antropológicas que surgiram no sécu-
lo XIX por meio de intelectuais como Herbert Spencer ou Darwin. As teorias antropológicas 
clássicas eram etnocêntricas e defendiam a supremacia da “raça” branca em relação às de-
mais. Políticos e intelectuais brasileiros, como vimos o exemplo de Silvio Romero, trouxeram 
ideias de “pureza racial” para o Brasil e tentaram, no início do século XX, um “branqueamento” 
da população brasileira como proposta para a melhoria da sociedade.
Para Gilberto Freyre, a miscigenação era positiva. Como estudioso de antropologia, Freyre 
era adepto das teorias do antropólogo alemão, radicado nos Estados Unidos, Franz Boas. 
Boas defendia que a cultura de um povo deveria ser estudada não em comparação à própria 
cultura do antropólogo, mas com uma imersão desse profissional naquela cultura como se 
fizesse parte dela. Isso permitiria ao estudioso olhá-la de perto e sem preconceitos.
Para Freyre, o Brasil colonial apresentou uma sociedade que miscigenou e integrou africa-
nos, índios e brancos, e era isso que teria formado uma raça mais forte, mais intelectualmente 
capaz e com uma cultura mais elaborada.
A escrita de Casa Grande e Senzala aconteceu quando o autor se exilou em Portugal, por 
conta da divergência política com o novo governo de Getúlio Vargas. Nela, procurou sair do 
óbvio nas análises sociais: política, economia, sociedade em geral. Preferiu aprofundar-se 
em outros temas: vida doméstica, constituição familiar, formação das casas-grandes (onde 
viviam os senhores brancos) e senzalas (onde viviam os negros), para entender o engenho de 
açúcar e a propriedade rural como os centros do Brasil colonial.
Uma mistificação que Freyre ajudou a promover, talvez por influência de seu professor de 
antropologia em Columbia, foi a de que a miscigenação e a localização geográfica do Brasil 
(na linha tropical) eram fatores negativos que colocavam o país em uma posição inferior à Eu-
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ropa. Sua teoria da democracia racial acabou contribuindo para uma mistificação ideológica 
baseado na ideia errônea de que a miscigenação revelava uma relação pacífica entre senho-
res e escravos, de que os índios aceitaram a colonização de maneira também pacificamente 
e que isso promoveu uma relação democrática.
O problema dessa visão freyriana é que ela não corresponde à realidade. Hoje, as análises 
científicas associam a desigualdade e a exclusão com a questão racial. Talvez o ponto de 
partida de Freyre que o levou a formular a teoria da democracia racial tenha sido a percepção 
da segregação racial explícita nos Estados Unidos, muito distinta da relação mais abrandada 
entre negros e brancos no Brasil. No entanto, O que se constata é que o racismo, velado ou 
estrutural nunca deixou de existir.
Apesar das críticas merecidas, é importante valorizar Casa Grande e Senzala como uma 
importante ferramenta para a compreensão da vida cotidiana da sociedade colonial.
002. (QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil 
como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites 
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 
1889, vê-se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. 
É na Era Vargas (1930-1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), 
contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, con-
duzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema 
abordado, julgue o item.
Com Casa Grande e Senzala, Gilberto Freire deplora a miscigenação que, unindo brancos, ne-
gros e índios, deu origem a um povo brasileiro apático e indolente.
Ao contrário, é em Gilberto Freyre que construiu a primeira versão de democracia racial
Errado.
sérgio buarque de Holanda (1902-1982)
Na mesma época em que Sérgio Buarque de Holanda escrevia, acontecia a Semana de 
Arte Moderna. Não participou diretamente, mas contribuiu com o aprofundamento do es-
forço de “redescoberta do Brasil” que Capistrano de Abreu e a sua geração dos anos 1900 
haviam iniciado.
Foi enviado como correspondente de jornais brasileiros a Berlim e atuou como professor 
universitário em prestigiadas universidades brasileiras, como a atual Universidade Federal 
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do Rio de Janeiro (na época Universidade do Distrito Federal) e a Universidade de São Paulo 
(USP), instituição na qual se aposentou.
Apesar de ser considerado um dos maiores sociólogos do Brasil, Sérgio Buarque é mais 
reconhecido enquanto historiador. Suas contribuições para o estudo da formação da socie-
dade brasileira são inegáveis. Dedicou-se, desde o fim da década de 1920, a entender a for-
mação plural do povo brasileiro. Vivendo em Berlim e em outras cidades europeias, o pen-
sador percebeu o quanto o povo brasileiro é diversificado em comparação ao povo europeu, 
sumariamente homogêneo. A teoria histórica proposta por Sérgio Buarque tornou-se uma 
teoria sociológica da formação do povo brasileiro, com apontamentos sobre como a socie-
dade brasileira se construiu.
O livro mais conhecido e influente de Sérgio Buarque, Raízes do Brasil, trata da formação 
do povo brasileiro baseada em uma visão muito controversa que foi objeto de críticas e elo-
gios ao longo do século XX. Para alguns críticos, como o sociólogo e professor da Universi-
dade de Brasília (UnB) Jessé de Souza, a teoria de Sérgio Buarque de Holanda apenas tentava 
superar o racismo das teorias sociológicas racistas sobre a formação do povo brasileiro. No 
entanto, algumas afirmações interessantes podem ser retiradas dela.
Sérgio Buarque identificou uma diferença de migração dos colonos que resultou também 
numa diferente formação dos povos: enquanto os colonos norte-americanos (provenientes 
da Inglaterra) foram para asterras da América do Norte com suas famílias, os primeiros colo-
nos portugueses vieram para o Brasil acompanhados de expedições aventureiras compostas 
apenas por homens.
Esse fato, segundo Buarque, teria resultado na imensa miscigenação do povo brasileiro: 
colonos portugueses, supostamente, relacionaram-se com negras e índias, formando uma 
população miscigenada. Essa teoria parece aproximar-se da teoria do sociólogo brasileiro 
Gilberto Freyre sobre a miscigenação, porém ambas desconsideram a questão do estupro e 
do abuso de homens brancos sobre as mulheres negras e indígenas.
Contudo, o traço mais forte da formação do povo brasileiro, identificado pela sociologia 
de Sérgio Buarque, foi a questão da prioridade das relações privadas em relação às relações 
públicas. É daí que cria o conceito de Homem Cordial. A palavra cordial vem do latim cordis, 
que significa coração. A população brasileira que se formou a partir da colonização era uma 
população cordial nos vários sentidos da palavra: eram cordiais ao aceitar os mandos da co-
lonização e eram cordiais ao sucumbir às prioridades da formação familiar em detrimento do 
bem público. Segundo Buarque, desde o início da formação do Brasil, havia uma tendência em 
colocar o âmbito privado à frente do âmbito público.
Assim, o homem cordial era, segundo Sérgio Buarque, o brasileiro nato que preferiria privi-
legiar os seus em detrimento de contribuir com o público. Essa complicada fórmula teria dado 
origem ao povo brasileiro: estruturalmente corrupto.
Tendo convivido com outras culturas e com outras nações, Sérgio Buarque atribuiu essa 
característica não a uma visão etnocentrista, como era comum na época, mas como culpa 
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dos colonos portugueses. Os portugueses, segundo Buarque, eram desprovidos de qualquer 
nacionalismo, diferentemente de outros povos europeus, o que teria feito com que a colônia 
portuguesa se erigisse de maneira antiética.
003. (QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil 
como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites 
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 
1889, vê-se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. 
É na Era Vargas (1930-1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), 
contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, con-
duzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema 
abordado, julgue o item.
Refletindo o contexto histórico da época, os anos 1930 viram surgir uma geração de grandes 
intérpretes do Brasil, como Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Hollanda.
A questão lista alguns dos principais pensadores sobre o passado no Brasil.
Certo.
caio prado Júnior (1907-1990)
Caio Prado Júnior é considerado um dos maiores intérpretes do Brasil. Também influen-
ciado pelo materialismo histórico dialético, ultrapassou as ideias de Marx e produziu um pen-
samento completamente original. Realizou uma verdadeira revisão na história do Brasil, esta-
belecendo os pontos do período colonial que moldaram o Brasil contemporâneo.
No exercício de um revisionismo histórico crítico, tomou o trabalhador brasileiro como 
centro de um conjunto de eventos que moldaram a nossa sociedade. Segundo Caio Prado, era 
necessário operar uma revolução social amparada no preparo dos trabalhadores por meio da 
consciência de classe e de uma significativa melhora estrutural na condição geral do trabalho 
e dos trabalhadores.
Caio Prado Júnior enxergou a continuidade e a sobreposição de efeitos de cada período 
de nossa história com o objetivo de reorganizar o conhecimento historiográfico sobre o Brasil 
desde o período colonial. Isso significa dizer que o Brasil contemporâneo era reflexo do Brasil 
Imperial e do Brasil Colonial. O período imperial também era reflexo do período anterior, ou 
seja, o colonial. Dessa forma, o que vivenciamos no momento presente é um reflexo de vários 
acontecimentos históricos passados, não num sentido progressista, mas num sentido mate-
rial direcionado pelo acaso.
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HISTÓRIA
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Assim, as estruturas de poder foram preservadas, e estudar a história brasileira para Caio 
Prado Júnior deve ser entendido como um passo para mudar a sociedade, dentro da lógica 
marxista, transformando-a e distribuindo o poder entre as camadas populares, o que ocasio-
naria em uma sociedade mais justa e igualitária. No fundo, o que Prado Júnior enxergou é que 
a visão econômica sempre predominou sobre o cenário brasileiro, o que resultou na formação 
de um país tão desigual.
A nova leitura de Caio Prado Júnior encontra na colonização brasileira as bases para a 
formação do Brasil contemporâneo, enxergando de um modo diferente a relação entre a Amé-
rica e a Europa. O homem branco europeu, segundo Prado, não tinha aptidão para viver e tra-
balhar nos trópicos, logo, os colonizadores buscaram na escravidão a mão de obra para atuar 
aqui. Assim, desenvolveu-se um modelo de exploração colonial escravista.
Além disso, o próprio modelo de colonização é ímpar e tem direta relação com a formação 
do Brasil contemporâneo: na visão de Caio Prado, a colonização brasileira foi baseada na ex-
ploração, e não no povoamento, como ocorreu nos Estados Unidos.
Caio Prado Júnior escreveu e publicou mais de 17 livros, além de artigos científicos, ar-
tigos jornalísticos, críticas e crônicas. Para a sua prova, as obras mais importantes ou mais 
difundidas são:
Formação do Brasil contemporâneo: publicado em 1942, esse é o mais complexo e com-
pleto estudo desenvolvido por Caio Prado Júnior. Nele, desenvolve sua interpretação do Brasil 
à luz de um processo de revisionismo histórico que busca compreender a formação atual do 
país por via de uma “busca de sentido” que vai além do que se pensava. O sentido está no lon-
go processo histórico que se iniciou na colonização e desembocou no que o Brasil se tornou 
econômica e politicamente no século XX.
História econômica do Brasil: embasado no método materialista histórico dialético, o livro 
busca reconstruir a formação da economia brasileira desde o período colonial até o mundo 
pós-guerra. Para Caio Prado, o Brasil viveu o que o autor chamou de “velha economia”, ou 
seja, um modelo pré-capitalista, até o fim da Segunda Guerra Mundial. A grande virada do 
modelo econômico que fez com que o país entrasse de vez no sistema capitalista contempo-
râneo deu-se apenas com a tardia industrialização brasileira, massificada apenas no fim da 
segunda metade do século XX.
A teoria mais utilizada e reconhecida de do historiador, sociólogo, escritor e filósofo bra-
sileiro é a dos ciclos econômicos. Ciclos econômicos são períodos marcados por flutuações 
na atividade econômica de um país em longo prazo. É formado por quatro estágios principais: 
expansão, boom, contração e recessão. Nesses termos, Caio Prado Júnior indica que o Brasil 
ficou à margem do desenvolvimento industrial até o fim da Segunda Guerra Mundial. Afirma, 
ainda, que o Brasil tevesua economia desenvolvida visando o mercado externo e, por isso, 
mesmo com a Independência e o posterior advento da República, manteve-se nessa condi-
ção. Veja o mapa mental abaixo com os ciclos econômicos da história do Brasil.
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A abordagem econômica de Caio Prado Júnior permite compreender a dinâmica social a 
partir da forma como foi organizada a produção no espaço e no tempo. Enxergou que a visão 
econômica sempre predominou sobre o cenário brasileiro, o que resultou na formação de um 
país tão desigual. Além dos principais ciclos econômicos listados, ainda podemos citar ciclos 
com menores durações, mas com impactos profundos, como o Ciclo da Borracha em fins do 
século XIX e início do século XX, ou um segundo Ciclo da Borracha durante o Estado Novo 
de Vargas.
004. (QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil 
como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites 
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 
1889, vê-se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. 
É na Era Vargas (1930-1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), 
contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, con-
duzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema 
abordado, julgue o item.
Com Evolução Política do Brasil, Caio Prado Júnior introduz o método do materialismo histó-
rico na análise da trajetória histórica do País, desde o período colonial.
Caio Prado Júnior foi o primeiro intelectual brasileiro a escrever sobre a história do Brasil uti-
lizando o método marxista.
Certo.
nelson Werneck sodré (1911-1999)
Nelson Werneck Sodré é um teórico marxista dos mais importante da década de 1950, 
embora não fosse o único. Foi um empenhado autor, tendo publicado 58 livros e cerca de três 
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mil artigos que tematizavam diferentes problemáticas teóricas (história social e econômica, 
política, cultura e literatura, teoria materialista, assuntos militares, imprensa etc.).
Militar de convicções nacionalistas, sua obra historiográfica é uma referência obrigató-
ria para o conhecimento da história social, política e cultural brasileira contemporânea. Em 
sua tentativa de compreender os processos históricos que deram origem às diversas classes 
sociais brasileiras, em especial à burguesia nacional e suas relações com as demais clas-
ses, Sodré se apoia na visão econômica de tradição marxista, utilizando a categoria modo 
de produção como base da análise. Tanto sua linha de pesquisa, quanto as ações políticas 
aproximam-se do comunismo.
Como historiador, além das diversas publicações, participou ativamente da fundação e 
consolidação do Instituto de Estudos Brasileiros IEB). Pensador comprometido com as lutas 
políticas e sociais de seu tempo, Sodré foi, durante toda a ditadura militar – que o encarcerou 
e o afastou discricionariamente de suas fileiras – uma voz destemida na batalha pela rede-
mocratização do país e, nos anos seguintes, um incansável crítico da ordem liberal-burguesa 
vigente nos “governos democráticos” da Nova República.
Sodré mostrou, por meio de uma análise conjuntural, que a História era um processo e 
que os homens também mudavam, sendo a subjetividade parte integrante do conhecimento 
objetivo. O historiador, comunista, militar e crítico literário faleceu em 1999.
celso furtado (1920-2004)
A obra de Celso Furtado faz parte de uma tradição mais ampla de trabalhos sobre o Brasil e 
a América Latina. Seu esforço é principalmente o de captar a especificidade da sociedade bra-
sileira, explicando como são diferentes dos casos “clássicos”: europeus e norte-americano.
Na tentativa de explicar as causas do subdesenvolvimento brasileiro, Celso Furtado anali-
sou a história do país considerando o modelo centro-periferia, muito comum no pensamento 
econômico da CEPAL, da qual foi integrante. A Comissão Econômica para a América Latina e 
o Caribe foi criada com o propósito de garantir a inserção dos países periféricos da América 
e Caribe por meio da cooperação e do desenvolvimento tecnológico e industrial, fazendo com 
que eles se tornem potências emergentes.
Celso Furtado defendeu que o Brasil era periferia em relação ao centro, composto por 
países europeus e pelos Estados Unidos, até o fim do ciclo do café. Por consequência, o dina-
mismo do país era desproporcionalmente dependente das condições econômicas do centro. 
Além desse desequilíbrio, o Brasil possuía uma lógica social e econômica própria na qual uma 
economia de subsistência e com muito baixa produtividade existia ao lado de uma economia 
altamente dinâmica voltada à exportação. A relação entre as duas caracterizou os diferentes 
ciclos do país: ciclo da cana-de-açúcar, ciclo do ouro e ciclo do café. Esse último permitiu o 
início de um forte processo de industrialização no país.
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Contudo, por conta de sua posição de periferia e o desequilíbrio entre suas duas “econo-
mias” internas, o Brasil teve que constantemente enfrentar dois grandes problemas: inflação 
e desigualdade de renda.
Para Furtado, o Governo Vargas, que assumira o país a partir de 1930, fora fundamental 
para industrializar o Brasil. O programa econômico varguista decidira comprar o excesso de 
café produzido, com o intuito de controlar os preços internacionais do produto; a partir desse 
crédito, e da desvalorização cambial, inicia-se a instalação de indústrias, sob o processo de 
substituição de importações.
florestan fernandes (1920-1995)
Florestan Fernandes foi um sociólogo, antropólogo, escritor, político, professor brasileiro 
e é considerado o criador da Sociologia Crítica no país. De orientação marxista, foi capaz 
de aplicar, reinterpretar e criticar as teorias sociológicas clássicas para explicar a sociedade 
brasileira.
Professor Universitário, exilado por conta da promulgação do AI-5, Fernandes dedicou-se, 
no início de sua carreira, ao estudo etnológico dos índios tupinambá. Após a década de 1950, 
o sociólogo passou a estudar os resquícios da escravidão, o racismo e a difícil inserção da 
população negra na sociedade altamente dominada por pessoas brancas.
Em um Brasil que visava a industrialização e a modernidade, e que havia deixado para 
trás o colonialismo e a escravidão, fazia-se necessário buscar um modo de compreender a 
exclusão social e as estruturas que permitem a exclusão, sobretudo de pobres e negros, para 
buscar algum modo de alcançar essa situação. Assim, questionou a modernização, acoplada 
à constituição do capitalismo moderno no Brasil, demonstrando comoas desigualdades de 
acesso dos negros e mulatos ao mercado de trabalho constitui obstáculo à realização de uma 
sociedade democrática no Brasil.
Sua obra mais conhecida e difundida é “Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de inter-
pretação sociológica”. Publicado em 1975, defende a existência de uma revolução burguesa 
no Brasil, um país dominado por outros países no processo colonial. Era um pensamento 
comum na sociologia que as revoluções burguesas somente teriam ocorrido nos países em 
que dominavam as relações coloniais e imperialistas. A identidade social do Brasil, nesses 
termos, formou-se com base em um conjunto de relações entre dominantes e dominados e 
na evolução do capitalismo brasileiro. Os grandes problemas encontrados no Brasil são, para 
Fernandes, os grandes problemas do capitalismo: a exclusão, a desigualdade social, a explo-
ração da burguesia sobre o proletariado e as consequências do racismo.
A formação social do Brasil era a de um povo feito de subalterno no processo capitalista, 
sendo que o capitalismo aqui não se desenvolveu do mesmo modo como o foi na Europa e 
nos Estados Unidos. Para Fernandes, era necessário entender essa complexa cadeia estrutu-
ral para compreender a formação sociológica brasileira.
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2. História brasileira (da ocupação indígena ao mundo contemporâneo)
Querido(a), como disse no início da aula, não há espaço para tratarmos de toda a História do Brasil. Por outro lado, qualquer recorte que 
eu venha a fazer, fatalmente deixará de abordar algum conteúdo. Há de se destacar, também, que as questões das bancas voltam seu olhar 
para um conhecimento que se espera que o(a) professor(a) consiga passar aos alunos. Elas focam em informações mais gerais, ainda que 
não sejam superficiais.
Nesse sentido, o que farei é seguir revisar o conteúdo de maneira resumida. A ideia é que este material seja suficiente para sua prepa-
ração. Contudo, caso haja alguma dúvida, sinta-se à vontade para me chamar no fórum de dúvidas.
Para começar, relembre a linha do tempo da História do Brasil. Se necessário, dê um zoom:
Note que essa divisão tripartite da História do Brasil apresenta apenas os marcos formais utilizados pelos historiadores para demarcar 
seus períodos e subdivisões.
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HISTÓRIA
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Toda a história dos povos que aqui ocupavam antes de 1500 é chamada de Pré-História 
do Brasil. Até 1500, segundo dados publicados pela Funai, a população indígena em era de 
aproximadamente 3.000.000 habitantes, divididos entre 1.000 povos diferentes, sendo que 
aproximadamente 2.000.000 estavam estabelecidos no litoral do país e 1.000.000 no interior.
Em 1650, esse número caiu para cerca de 700.000 indígenas, chegando a 70.000 em 
1957. De acordo com Darcy Ribeiro, cerca de 80 povos indígenas desapareceram no Brasil no 
século XX.
A presença humana no território hoje ocupado pelo Brasil data de 12 mil anos, conforme 
evidências arqueológicas. Esses habitantes da pré-história brasileira são divididos em três 
grupos: caçadores-coletores, povos agricultores e povos do litoral.
No Boqueirão da Pedra Furada (PI), um grupo de arqueólogos notificou a presença de fa-
cas, machados e fogueiras com aproximadamente 48 mil anos. Na região da Lagoa Santa, em 
Minas Gerais, foi encontrado o fóssil Luzia, de 12500 a 13000 anos. Ali, também foi achado o 
Homem de Lagoa Santa, que teria vivido há 12 mil anos.
Outros importantes sítios arqueológicos no Brasil são Santana do Riacho (MG), Caatinga 
de Moura (BA) e o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI). Os sítios arqueológicos mais 
conhecidos do litoral são os sambaquis, sendo a maior parte deles datados entre 4 e mil anos 
atrás. Sambaqui em Tupi quer dizer “monte de conchas”. São colinas formadas por conchas 
de moluscos consumidos por antigas populações.
Atualmente, de acordo com o censo do IBGE de 2010, há no Brasil cerca de 817.963 indíge-
nas. Desse total, 502.783 encontram-se na zona rural e 315.180 habitam os centros urbanos. 
O censo também identificou, em parceria com a Funai, 505 terras indígenas, representando 
12,5% do território brasileiro.
2.1. brasil colônia
Portugal e Espanha eram as duas grandes potências marítimas no século XV. As recentes 
descobertas exigiram um acordo pela divisão das terras que poderiam ser descobertas. As-
sim, o Papa agiu como mediador em um acordo, determinando a Bula Intercoetera em 1493. 
Insatisfeito com a proposta, Portugal exigiu uma nova negociação que culminou no Tratado 
de Tordesilhas.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre 
o reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as terras do globo, “descober-
tas e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa.
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Espanha 
Portugal
Tratado de Tordesilhas
Em 1498 a expedição de Vasco da Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro 
Álvares Cabral chegou ao Brasil. Existem documentos que indicam a possibilidade de que o 
italiano Américo Vespúcio tenha viajado pela costa brasileira em junho de 1499. Outros do-
cumentos indicam que o espanhol Vicente Pinzón tenha também passado por aqui meses 
depois de Vespúcio. O também espanhol Diego de Lepe seria outro navegador a viajar em 
mares brasileiros, em 1500.
Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, no entanto, não ocuparam o território de 
imediato. Daí a nomenclatura Pré-Colonial para nos referirmos aos trinta anos que se se-
guem. Gonçalo Coelho comandou as primeiras expedições exploratórias, em 1501-1502 e 
1503-1504.
Portanto, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se limitou a FEITORIAS: uma mistura de 
forte para defesa do território e armazém. Mas por que isso? A resposta fica mais interessante 
e compreensível quando feita em partes:
Por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira entre os anos de 
1500 e 1530?
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• Porque não encontraram metais precisosos em expedições;
• Porque o comércio com as Índias era suficientemente lucrativo;
• Porque em 1500 a única nação que detinha tecnologia naval para tomar a colônia bra-
sileira de Portugal era a Espanha, que celebrou o Tratado de Tordesilhas com Portugal.
Por que a Coroa Portuguesa decidiu passar a explorar a colônia brasileira a partir dos 
anos de 1530?
• Porque tiveram notícias da descoberta de ouro e prata na américa espanhola;
• Porque o comérciocom as Índias entrou em crise;
• Porque países como França, Inglaterra, Holanda e Bélgica, desenvolveram suas frotas 
marítimas e passaram a representar uma grande ameça ao controle português sobre a 
colônia.
Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. As concessões para ex-
ploração eram dadas pela cora e chamadas de estanco. Já a modalidade de exploração da 
mão de obra indígena recebeu o nome de escambo: troca de presentes, de artefatos e animais 
que não existiam aqui pelo trabalho dos índios. O navegante português Cristóvão Jacques 
comandou expedições guarda-costas, realizadas entre os anos 1516 e 1520, visando a defesa 
do litoral da colônia.
Capitanias Hereditárias
A Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasileira e decidiu povoá-la, explo-
rá-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir que outras nações tomassem o territó-
rio da colônia. Assim, Martin Afonso de Souza comandou a primeira expedição colonizadora 
do Brasil e fundou a Vila de São Vicente em 1532.
O problema é que a coroa portuguesa não tinha recursos financeiros para promover essa 
empreitada. Eis então a solução proposta: terceirizar a tarefa da colonização, entregando lotes 
de terras a fidalgos (nobres portugueses). Nasceram assim as Capitanias Hereditárias. Veja:
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As Capitanias Hereditárias foram faixas de terra que partiam do litoral para o interior até 
a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. De ínicio, foram quinze Capitanias que eram 
entregues para usufruto do Donatário. Importante destacar que o donatário não era dono da 
terra, ele possuía o direito de explorá-la, direito esse estendido a seus descendentes.
No campo jurídico, existiam dois documentos para regulamentar as relações entre a Co-
roa Portuguesa e os donatários:
• Carta de Doação: documento que dava ao donatário o direito de exploração da terra e 
repassar esse direito a seus descendentes. Também autorizava o donatário a construir 
vilas e engenhos com o objetivo de povoar;
• Carta Foral: documento que regulamentava tributos e a divisão dos lucros da capitania 
entre a Coroa e os Donatários
Diante dessas dificuldades, a maioria das capitanias não conseguiu vingar, desenvolver 
sua economia e gerar tributos para a Coroa. As únicas exceções foram a Capitania de Per-
nambuco e a Capitania de São Vicente.
O PULO DO GATO
Por que a Capitania de Pernambuco, da qual pertenceu o atual estado de Alagoas, prosperou?
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Resposta: A terra fértil possibilitou o cultivo da cana-de-açúcar e a construção de engenhos. 
Além disso, a distância em relação a Portugal era menor se comparada as outras capitanias.
Governo Geral
Com o fracasso das Capitanias Hereditárias, em função da falta de recursos dos donatá-
rios para a empreender a colonização, a Coroa Portuguesa optou por modificar a estrutura de 
organização política da Colônia. Nascia, assim, o Governo Geral. Importante destacar que as 
Capitanias Hereditárias continuaram existindo, sendo extintas apenas em 1759 pelo Marquês 
de Pombal, Primeiro Ministro Português.
O Governo Geral representou uma medida político-administrativa adotada pela Coroa 
Portuguesa (Rei Dom João III), em 1548, a fim de centralizar, administrar, restabelecer o po-
der e reforçar a colonização no período do Brasil Colônia, após o fracasso das capitanias 
hereditárias. Tomé de Souza foi o primeiro governador-geral do Brasil, chegando em Salva-
dor em 1549.
O governo geral era comandado pelo governador geral, que detinha grande autoridade, 
possibilitando a criação de novos cargos políticos com o intuito de dividir as diversas tarefas:
• ouvidor-mor (assuntos judiciais);
• provedor-mor (questões financeiras);
• alcaide-mor (funções de organização, administração e defesa militar); e
• capitão-mor (questões jurídicas e de defesa).
O governador geral, indicado pelo rei, seria responsável pelo desenvolvimento econômico 
da colônia, desde criação de engenhos, administração e proteção de terras, inserção dos in-
dígenas na população, dentre outros.
Os três primeiros governadores gerais que administraram o Brasil Colônia foram: Tomé de 
Souza (1549 a 1553), seguido de Duarte da Costa (1553 a 1558) e Mem de Sá (1558 e 1572). A 
administração de Tomé de Sousa iniciou o processo de restabelecimento da Coroa Portugue-
sa nas terras brasileiras. Por conseguinte, Duarte da Costa entrou em diversos conflitos com 
os indígenas; por outro lado, Mem de Sá, aproveitou para se aproximar dos índios e utilizá-los 
como força para combater os franceses invasores.
Embora Portugal tenha dividido o país em dois polos, após a morte de Mem de Sá (em 
1572), do qual a sede do norte era em Salvador e a sede do Sul, no Rio de Janeiro, o governo 
geral foi extinto em 1808, com a chegada da família real ao Brasil. Observe que o sistema de 
Governo geral, auxiliou na consolidação da dominação portuguesa no Brasil.
005. (CESPE/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR/SECRETARIA/2011) Em relação ao Perí-
odo Colonial do Brasil, leia as proposições abaixo:
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I – Como Portugal não tinha recursos próprios para implantar um sistema administrativo na 
sua colônia americana, resolveu transferir o ônus da colonização para particulares, dividindo 
o território brasileiro em Capitanias Hereditárias.
II – O Sistema de Governo Geral trouxe maior centralização à administração colonial. O pri-
meiro governador geral do Brasil foi Tomé de Sousa (1549 1553).
III – Entre os motivos que levaram Portugal a querer colonizar o Brasil, podemos citar a deca-
dência do comércio português no Oriente.
IV – A estrutura da economia açucareira do Brasil neste período era composta por: grandes 
propriedades, monocultura, mão-de-obra escrava, entre outros.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas a alternativa II está incorreta
b) Apenas a alternativa IV está incorreta
c) Apenas a alternativa II e III estão corretas
d) Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas
e) Todas as alternativas estão corretas
Todas as afirmativas são verdadeiras. Questão de fácil resolução. No entanto, a alternativa 
“IV” traz informações sobre as quais ainda não tratamos, mas as verá na sequência, com um 
“bizú” sobre “MEL” da economia açucareira (monocultura, escravidão, exportação, latifúndio).
Letra e.
Economia e Sociedade Açucareira
O grande centro econômico da colônia portuguesa nos primeiros séculos da colonização 
foi, sem sombras de dúvidas, Pernambuco. Tanto o foi, que a capital administrativa da Colônia 
passou a ser Salvador, pela proximidade de Pernambuco.
Por que o açúcar foi a atividade escolhida pelos portugueses?
• O preço do açúcar na Europa estava elevado;
• Os portugueses já tinham a experiência da atividade na Ásia;
• O climae a terra fértil (solo de massapê) eram propícios.
• Unidade Produtora:
• Casa-Grande: Residência do Senhor de Engenho e seus familiares.
• Senzala: Onde viviam os escravos.
• Capela: demonstra a importância e a influência da igreja católica no processo de colo-
nização.
• Canavial: latifúndio.
• Engenho: Casa de moagem, casa de fervura, casa de purgar.
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O PULO DO GATO
Sistema de Plantation da economia açucareira, (MEL):
• Monocultura: plantio de um único gênero agrícola;
• Escravidão: mão-de-obra utilizada;
• Exportação: toda a produção visava o mercado externo;
• Latifúndio: grande propriedade permitindo vastas lavouras de cana-de-açúcar.
A produção e exportação de açúcar para a Europa foi a principal atividade econômica bra-
sileira no século XVI e parte do XVII. Os Engenhos de Açúcar, espalhados principalmente pelo 
nordeste brasileiro, geravam riqueza para os senhores, para a coroa portuguesa (tributos) e 
para os comerciantes holandeses (refino e distribuição).
Com a expulsão dos holandeses, que recordaremos mais adiante, o controle da colônia, 
e, portanto, da produção do açúcar, voltou a mão dos portugueses. Mas antes de todo esse 
imbróglio, os portugueses não refinavam e nem distribuíam o açúcar no mercado europeu. 
Os holandeses, que já dominavam as técnicas de refinamento e a logística da distribuição 
comercial, aprenderam todo o processo de produção quando ocuparam regiões do Nordeste 
brasileiro. Quando foram expulsos, não abandonaram a atividade, passaram a fazer concor-
rência com o açúcar brasileiro produzindo nas Antilhas (América Central).
Apesar da crise que se seguiu, com a baixa dos preços do açúcar brasileiro no mercado 
internacional, a produção e a exportação do açúcar continuaram como a principal atividade 
econômica até o ápice do Ciclo do Ouro no século XVIII.
O topo da pirâmide social na sociedade açucareira usufruía da riqueza gerada enquanto 
os escravos eram responsáveis por toda a produção.
• Patriarcal: é a figura do Senhor de Engenho, do pai, do homem que manda. É assim uma 
sociedade machista.
• Rural: diferentemente da sociedade mineradora, em que se formaram núcleos urbanos 
no entorno das minas.
• Estamental: não havia mobilidade social. O negro não conseguia abandonar sua situa-
ção de escravidão a não ser que fugisse para um quilombo, como veremos mais adian-
te. Ele não sairia da base da pirâmide, não ascenderia.
006. (CESPE-CEBRASPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2018) 
Tendo em vista que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade 
Moderna, que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumu-
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lação primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) os itens a seguir, acerca 
das características básicas da produção brasileira no período colonial.
Exercida sob o modelo de latifúndio autossuficiente, a produção gerava excedentes que pro-
piciavam um vigoroso comércio entre as capitanias.
Querido(a), atenção! O enunciado do texto, dizendo que a produção gerava excedentes, pode 
te levar ao erro. Não ocorreu um vigoroso comércio entre as capitanias porque, no sistema 
colonial, tudo o que era produzido visava o mercado externo, seja na produção do açúcar, seja 
na extração do ouro.
Errado.
Entradas e Bandeiras
Meu(minha) querido(a), a ocupação do território brasileiro recebeu a contribuição de ex-
pedições de bandeirantes. Mas vamos por partes, antes de seguir, vejamos alguns conceitos:
• entradas eram expedições oficiais (organizadas pela Coroa) que saiam do litoral em 
direção ao interior do Brasil.
• descidas foram expedições dos jesuítas que tinham criado na Amazônia um sistema 
bem estruturado de “aldeias” de aculturação indígena. Buscando índios para estas al-
deias, os jesuítas organizaram diversas expedições fluviais.
• bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares, principalmente 
paulistas. Partiam de São Paulo e São Vicente rumo às regiões centro-oeste e sul do 
Brasil.
Economia e Sociedade Mineradora
Querido(a), o ciclo do ouro ocorreu no período em que a extração e exportação do ouro 
figurava como principal atividade econômica na fase colonial do país e teve seu início no 
final do século XVII. A descoberta de grandes quantidades de ouro no Brasil, tornava-se um 
motivo de esperanças de enriquecimento e estabilidade econômica para os portugueses. As 
grandes jazidas de ouro foram descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, onde fo-
ram divididas em forma de lavras (lotes auríferos para exploração, a exemplo das sesmarias 
latifundiárias de monocultura).
Durante o auge deste ciclo, no século XVIII, foi gerado um grande fluxo de pessoas e mer-
cadorias nas regiões citadas, desenvolvendo-as intelectual (chegada de ideias iluministas 
trazidas pela elite recém intelectualizada) e economicamente (produção alimentar para sub-
sistência e pequenas manufaturas).
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No século XVIII, o advento da mineração no Brasil possibilitou o desenvolvimento de cen-
tros urbanos, a articulação do mercado interno e a própria recuperação econômica portugue-
sa. Sendo um recurso não renovável, a riqueza conseguida com a extração do ouro começou 
a se escassear no fim desse mesmo século.
O ouro encontrado nas regiões mineradoras era, geralmente, de aluvião, ou seja, depo-
sitado ao longo de séculos nas margens e leitos dos rios e minerado com a bateia (tipo de 
gamela utilizada para separar o ouro do cascalho e que foi o principal instrumento utilizado 
na mineração). Entre os séculos XVII e XVIII era inexistente qualquer recurso tecnológico que 
pudesse buscar o ouro diretamente dessas rochas mais profundas. Com isso, a capacidade 
de produção das jazidas era bastante limitada.
O próprio conjunto de ações políticas estabelecidas pelas autoridades portuguesas con-
tribuiu para a crise da atividade mineradora. Por conta de sua constante debilidade econô-
mica, as autoridades lusitanas entendiam que a diminuição do metal arrecadado era simples 
fruto do contrabando. Por isso, ampliavam os impostos, e não se preocupavam em aprimorar 
os métodos de prospecção e extração de metais preciosos.
Mediante a falta de metais preciosos, vemos que o enrijecimento da fiscalização e a co-
brança de impostos foi responsável por vários incidentes entre os mineradores e as autori-
dades portuguesas. Em 1789, esse sentimento de insatisfação e a criação da derrama, ins-
tigaram a organização da Inconfidência Mineira. Mais do que um levante anticolonialista, tal 
episódio marcou o desenvolvimento da crise mineradora no território colonial.
Principais Impostos cobrados pela Coroa na região de Minas Gerais:
• Quinto: 20% de todaa produção do ouro caberiam ao rei de Portugal;
• Derrama: uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano que deveria ser 
atingida pela colônia, caso contrário, penhoravam-se os bens dos moradores;
• Capitação: imposto pago pelo senhor de lavras por cada pessoa escravizada que tra-
balhava em seus lotes.
Diferente da organização social da sociedade açucareira, a sociedade mineradora se or-
ganizou com as seguintes características:
• Burocrática: o poder se concentrava nas mãos dos funcionários da administração da 
Coroa Portuguesa, devido a necessidade de maior fiscalização da atividade aurífera. 
Lembre-se de que, na sociedade açucareira, o poder era patriarcal.
• Urbana: em função da própria atividade mineradora, o núcleo urbano surgiu no entrono 
da extração, com o surgimento de atividades econômicas subsidiárias da primeira.
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• Mobilidade Social: Enquanto na sociedade açucareira, os escravos sustentavam o se-
nhor de engenho e seus agregados, na sociedade mineradora havia a possibilidade de 
um escravo se tornar liberto e mesmo ascender-se como comerciante, tropeiro… Con-
tudo, você deve ter o cuidado de entender que essa mobilidade era limitada.
Por outro lado, crescia na capitania real o número de indivíduos sujeitos às ocupações 
incertas. Vivendo na pobreza, na promiscuidade e muitas vezes no crime, não tinham po-
sição definida na sociedade mineradora. Esta camada causava constante inquietação aos 
governantes. Ela era geralmente composta por homens livres: alguns brancos, mestiços ou 
escravos que haviam conseguido alforria. Ah, ainda merece destaque o barroco como mani-
festação artística da sociedade mineradora.
007. (CESPE-CEBRASPE/CBM-AL/ASPIRANTE DO CORPO DE BOMBEIROS/2017) Acerca de 
aspectos econômicos e políticos da ocupação e expansão do território da colônia portuguesa 
na América, julgue o próximo item.
A Coroa portuguesa cobrava impostos como o quinto e a bateia sobre a exploração do ouro 
das Minas Gerais; às demais atividades econômicas desenvolvidas na região era concedida 
isenção fiscal.
Bateia: instituído em 1715, consistia num tributo por bateia, cobrado de cada minerador e 
equivalente a 40 gramas de ouro em pó. No entanto, a afirmação está incorreta porque va-
riadas outras atividades eram algo de cobrança de impostos, como o comércio de escravos.
Errado.
Mão de Obra Escrava
Querido(a), a escravidão não é uma invenção dos Portugueses e nem foram eles os res-
ponsáveis por introduzir essa prática no continente africano. Os africanos de tribos inimigas 
capturavam negros para serem vendidos nas Feitorias do litoral africano.
Os Portugueses, na lógica do mercantilismo, realizavam o chamado comércio triangular: 
Trocavam o açúcar brasileiro por escravos africanos, traziam os escravos nos navios negrei-
ros e trocavam por mais do açúcar brasileiro. Trocavam manufaturados europeus por escra-
vos e pelo açúcar etc.
Entre os povos africanos que foram trazidos podemos citar os:
• Bantos: mais ao sul do país, na mineração.
• Sudaneses: mais altos e fortes, foram usados nas lavouras de cana-de-açúcar do nor-
deste brasileiro.
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Essa migração, somada a existência de povos nativos e à chegada dos europeus fez com 
que a miscigenação se tornasse um traço evidente no nosso país. Recorde comigo a misci-
genação básica da nossa cultura:
• Mulato: resultado da mistura de brancos e africanos – na época colonial, quase sempre 
branco e negra –, vem de mula;
• Cafuzo ou carafuzo: é resultado da união entre negro e índio;
• Mameluco: mestiço de branco e índio.
O tráfico negreiro para o Brasil ocorreu do século XVI ao XIX. Tratava-se de uma migração 
forçada de Africanos para o país que chegou a cerca de 5 milhões de pessoas. Comercian-
tes africanos, brasileiros, portugueses, holandeses e ingleses dominavam a atividade. Navios 
negreiros vinham das feitorias do litoral africano carregadas de pessoas escravizadas, como 
animais são hoje transportados para o abate.
Em 1560, o primeiro navio negreiro desembarcou na Colônia Portuguesa, em Pernambu-
co, a pedido do primeiro donatário da capitania, Duarte Coelho. A capitania se tornou, ao longo 
do tempo, um dos maiores centros mundiais de comercialização de escravos.
Mesmo após a proibição do tráfico negreiro em 1850 (Lei Eusébio de Queiroz), muitos 
chegaram de maneira ilegal, atracando longe dos portos para tentar despistar a fiscalização. 
De início, tráfico era realizado por comerciantes portugueses com grande influência na po-
lítica local. Eram eles os responsáveis por aplicar o capital. Já realizavam o comércio com 
sucesso em outros ramos e investiam no negócio lucrativo do tráfico negreiro.
Entre 1759 a 1788, o Marquês de Pombal, ministro da Coroa Portuguesa, entregou a Com-
panhia Geral de Pernambuco e Paraíba o monopólio do tráfico para a região. Com o fim do 
monopólio, aumentou a concorrência entre os comerciantes. O tráfico de escravos deixou 
de ser exclusividade de comerciantes brancos europeus e brasileiros. A maioria dos pum-
beiros (como eram chamados os comerciantes do litoral africano que adentravam o conti-
nente e capturava pessoas para serem vendias) era composta de mestiços, negros livres e 
ex-escravos.
De maneira didática, podemos identificar 4 ciclos do tráfico:
• Ciclo da Guiné (século XVI);
• Ciclo de Angola (século XVII): traficou bacongos, ambundos, benguelas e ovambos;
• Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século XVIII – 1815): 
traficou iorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus;
• Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851). Para fugir à fiscaliza-
ção dos navios ingleses buscaram rotas alternativas ao tráfico tradicional do litoral 
ocidental africano capturando escravos por exemplo em Moçambique.
Desde o início do tráfico de escravos, gente que aqui chegava, tentava fugir. Era raro aque-
le que não tentou a fuga ao menos uma vez em sua vida. Além do capitão-do-mato, geralmen-
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te um ex-escravo ou mestiço, o castigo para quem fosse capturado era cruel. Eram açoitados 
com violência no pátio das fazendas ou em praças das cidades. Existiam verdadeiras práticas 
de tortura que só seriam extintas com o Código Criminal do Império, em 1842.
Quando obtinham sucesso na fuga, buscavam encontrar outros fugidos. Foi assim que 
nasceram os quilombos.
Quilombo: a palavra possui etimologia banta referente à acampamentos de guerreiros na 
mata. Em 1740, o Conselho Ultramarino de Portugal usou a definição em postagem ao rei: 
“Toda habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que 
não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”. Os quilombos foram uma re-
sistência de trincheira,em defesa de um território.
O Quilombo mais emblemático talvez seja o de Palmares, hoje localizado no atual estado 
de Alagoas, em terras que pertenciam à Pernambuco. De início, Palmares era um pequeno po-
voado com poucos quilombolas. Entretanto, o conflito com os holandeses acabou enfraque-
cendo a fiscalização e centenas de escravos fugiram engrossando o contingente populacio-
nal. Principalmente entre 1630 e 1650 o crescimento do número de habitantes foi vertiginoso.
Historiadores estimam que viviam cerca de 20 mil quilombolas em Palmares. O primeiro 
rei de Palmares foi Ganga Zumba, filho de uma princesa do Congo. Em 1678, o governador de 
Pernambuco, Aires Souza e Castro selou um acordo com Ganga Zumba, decretando a liberda-
de de todos os negros nascidos em Palmares. Esse foi o Acordo de Recife.
Alguns quilombolas não aceitaram os termos postos no acordo. É certo que havia uma 
diferenciação de status entre os quilombolas. Aqueles que chegavam aos quilombos pelos 
próprios meios eram mais prestigiados enquanto que os libertados por ações de guerrilha 
eram desprivilegiados e colocados em trabalhos mais pesados. Assim, Ganga Zumba foi en-
venenado por opositores e Zumbi assumiu o controle de Palmares.
Zumbi não apoiou o Acordo do Recife e continuou recebendo escravos fugidos. A reação 
da Coroa Portuguesa foi enérgica. Várias excursões militares foram realizadas até que, em 
1694, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho liderou as forças oficiais e destruiu Pal-
mares. Apensar de Zumbi e mais um pequeno grupo conseguirem fugir, em 20 de novembro 
de 1679, foi morto, degolado e sua cabeça foi enviada até o Recife como troféu. Sua luta mar-
ca as comemorações do Dia da Consciência Negra.
008. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período co-
lonial e do período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir.
A luta dos escravizados pela liberdade ocorreu tanto pela fuga e formação de quilombos, 
que representaram uma alternativa concreta à ordem escravista, quanto pela negociação: 
os escravos reivindicaram momentos livres para se dedicar a seus afazeres, a sua cultura e 
religiosidade, e a suas famílias, recebendo eventuais concessões.
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Exemplo dessas concessões dadas aos escravos são os festejos e celebrações religiosas, 
além da prática da capoeira.
Certo.
As Reformas Pombalinas
Em 1703, os portugueses e ingleses celebraram o Tratado de Methuen, que abriu um im-
portante canal para a transferência da riqueza produzida no Brasil para a Inglaterra. Pelo 
acordo, os Portugueses se comprometeriam e consumir os produtos industrializados britâni-
cos e os ingleses se comprariam os vinhos portugueses.
Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influência dos 
princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho aos quadros ministeriais 
do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal, este “super-ministro” 
teve como grande preocupação modernizar a administração pública de seu país e ampliar ao 
máximo os lucros provenientes da exploração colonial, principalmente em relação à colônia 
brasileira. Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao fortalecimento do 
Estado monárquico compunha uma tendência política da época conhecida como “despotis-
mo esclarecido”.
O despotismo esclarecido ou absolutismo ilustrado é uma expressão que designa uma forma 
de governar característica da Europa continental da segunda metade do século XVIII que, em-
bora partilhasse com o absolutismo a exaltação do Estado e do poder do soberano, era ani-
mada pelos ideais de progresso, reforma e filantropia do Iluminismo, mas, por outro, não eram 
aceites todas as ideias do Iluminismo, com a definição entre a combinação desses diferentes 
ideais e a sua concretização pertencendo ao próprio déspota. A expressão “despotismo es-
clarecido” não foi contemporânea aos acontecimentos, tendo sido forjada mais tarde pelos 
pesquisadores.
Invasões Estrangeiras
Como vimos, até 1530, Portugal e Espanha reinaram absolutos pelos mares. A tecnologia 
de navegação que levaram séculos para desenvolver, foi copiada em trinta anos por ingleses, 
franceses e holandeses. Essas novas potências marítimas não reconheciam o Tratado de 
Tordesilhas e passaram a tentar colonizar a costa brasileira. Exemplos disso foram:
• as Invasões Holandesas na região nordeste (Salvador em 1624 e Recife em 1630).
• as Invasões Francesas. Tomada do Rio de Janeiro em 1555 com fundação da França 
Antártica; e a fundação da cidade de São Luís do Maranhão com a França Equinocial.
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União Ibérica, 1580 a 1640. Em 1580 D. Sebastião, rei de Portugal, faleceu sem deixar herdei-
ros. Felipe II, Rei da Espanha e parente mais próximo do morto, unificou as coroas Portuguesa 
e Espanhola sob sua batuta. O controle espanhol sobre Portugal implicava em controle espa-
nhol também sobre as colônias portuguesas. Assim, a Espanha, inimiga da Holanda, proibiu 
os portugueses de comercializarem o açúcar com os holandeses. Essa foi a motivação das 
invasões por parte dos holandeses,
França Equinocial
Em 1612 os franceses fizeram sua segunda tentativa de invadir e fundar uma colônia no 
Brasil. Desta vez escolherem a região do Maranhão. Liderados pelo general Daniel de La Tou-
che, os franceses invadiram e fundaram a França Equinocial. Para proteger a região conquis-
tada, construíram um forte, chamado de Forte de São Luís.
As autoridades portuguesas organizaram várias e poderosas expedições militares para 
atacar e expulsar os franceses do Maranhão. A capitulação francesa ocorreu em novembro 
de 1615, quando eles foram expulsos da região.
Invasões Holandesas
Chamamos Invasões Holandesas as incursões da República das Províncias Unidas (Ho-
landa) no Nordeste Brasileiro:
• Bahia em 1624
• Pernambuco em 1630
• Maranhão em 1641
Os holandeses criaram uma empresa que seria responsável por recuperar o comércio do 
açúcar invadindo o nordeste brasileiro: a Companhia das Índias Ocidentais. Após serem der-
rotados em Salvador, tiveram a sorte de encontrar e saquear um navio espanhol carregado de 
prata sul-americana! Com o capital, se prepararam para voltar ao Brasil, agora em Pernambu-
co, onde conseguiram triunfar. Os brasileiros e portugueses até tentaram montar uma resis-
tência, no chamado Arraial do Bom Jesus, mas foram traídos por Domingos Calabar e caíram 
diante das tropas holandesas.
Em 1637 a, W.I.C. (Cia. Das Índias Ocidentais) enviou Maurício de Nassau para administrar 
os negócios na Nova Holanda (Pernambuco).
Nassau governou percebendo que teria que atuar de forma pacífica com os senhores de 
engenho. Ao invés de pressioná-los, proibiu a agiotagem praticada por agentes holandeses 
e conseguiu empréstimos para os senhores de engenho. Como “mimo” ainda concedeu a 
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