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Métrica e Rimas nos Rondós

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(RONDÓ XVIII)
Todos os versos da estrofe acima apresentam sete sílabas. Os finais 
dos três primeiros contêm palavras paroxítonas, mas a contagem das 
sílabas termina na sílaba tônica (penúltima sílaba da palavra). O verso final 
termina com palavra oxítona, que é a última sílaba da linha. As quartas 
sílabas do segundo e do quarto versos apresentam união de vogais que 
compõem uma só unidade sonora.
Na maioria dos rondós, os versos são redondilhas maiores (versos 
heptassílabos), exceto os do rondó XLIII, redondilhos menores (versos 
pentassílabos), e os do rondó XLIV, hexassílabos. As redondilhas maiores 
apresentam quase sempre acentuação na terceira e sétima sílabas, as 
redondilhas menores, na segunda e na quinta; e os versos hexassílabos, na 
segunda e na sexta.
Em Glaura, a “linha melódica” dos quartetos de versos heptassílabos 
pode ser representada pelo “desenho” ao lado dos versos seguintes 
(tomando como base os versos do Rondó XVIII acima):
Os traços horizontais representam as sílabas métricas dos versos. Os 
arcos sobre a terceira e sétima sílabas correspondem aos fonemas de 
destaque no verso, ou seja, as sílabas mais fortemente pronunciadas. Após 
a primeira sílaba forte, vem uma pequena pausa, representada pela barra 
simples. Ao final do verso, há uma pausa um pouco mais marcada (barra 
dupla), e, ao final da estrofe, a pausa é ainda um pouco maior (barra 
tripla).
Quanto aos madrigais, eles sempre combinam versos hexassílabos e 
decassílabos, com predominância destes, em ordens variadas, o que 
confere maior variedade rítmica aos poemas.
AS RIMAS
Os esquemas de rimas dos rondós de Silva Alvarenga são 
cuidadosamente escolhidos para se manter a musicalidade dos versos 
heptassílabos e preservar os ecos das frases. A grande maioria dos rondós 
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