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<p>1</p><p>Direito Civil II</p><p>NITERÓI 2018.1</p><p>Marcos Oliveira</p><p>------@---------.com</p><p>Aula 21/02/2018</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>1º Direito Civil Brasileiro - Vol. 2 - Teoria Geral Das Obrigações - Carlos Roberto</p><p>Gonçalves - 15ª Ed. 2018</p><p>PROVAS / AVALIAÇÕES:</p><p>P1 - 18/04/2018 -</p><p>P2 - 27/06/2018 -</p><p>P3 - 04/07/2018 -</p><p>DIREITO DAS OBRIGAÇÕES</p><p>Pagamentos (a partir do art. 304 do C.c.)</p><p>Obrigações. Tem três modalidades:</p><p>1 - Obrigação de dar;</p><p>2 - Obrigação de fazer;</p><p>3 - Obrigação de não fazer.</p><p>Conceito de pagamento: Cumprimento de prestação obrigacional.</p><p>** Paga, entregando algo, fazendo algo ou se abstendo de fazer algo.</p><p>Art. 304 do C.c. - Quem deve pagar.</p><p>** ”Meios conducentes a exoneração do devedor.”</p><p>2</p><p>DEVEDOR</p><p>1 - Terceiro interessado (interesse jurídico) - Ex: Fiador, avalista. Pode ser</p><p>cobrado pela dívida.</p><p>2 - Terceiro não interessado (relação amorosa) - Ex: Ex noivo, amigo,</p><p>colega, conhecido, parente.... Não pode ser cobrado pela dívida.</p><p>Meios conducentes a exoneração do devedor significa, pagamento em consignação,</p><p>que pode ser:</p><p>Depósito judicial ou</p><p>Depósito extrajudicial.</p><p>O fiador pode propor ação judicial para o pagamento da dívida do devedor e</p><p>sub roga a dívida.</p><p>Terceiro não interessado está no § único do art. 304 do C.c.</p><p>TÍTULO III</p><p>Do Adimplemento e Extinção das Obrigações</p><p>CAPÍTULO I</p><p>Do Pagamento</p><p>Seção I</p><p>De Quem Deve Pagar</p><p>Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se</p><p>opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.</p><p>Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do</p><p>devedor, salvo oposição deste.</p><p>3</p><p>O não interessado pode consignar pagamento (depósito) mas em nome do devedor e</p><p>com autorização dele.</p><p>Diante da recusa do credor em receber, tanto o terceiro interessado quanto</p><p>o terceiro não interessado poderão realizar o pagamento através do pagamento em</p><p>consignação, no entanto como o terceiro interessado possui interesse jurídico,</p><p>realiza a consignação em nome do próprio, sem precisar de qualquer autorização. Já</p><p>o terceiro não interessado por não ter interesse jurídico, não pode fazer a</p><p>consignação em nome próprio tendo que fazer em nome do devedor necessitando de</p><p>uma autorização do mesmo, conforme redação do art. 304 do C.c.</p><p>Sub rogar - substituição > conceito no art. 349 do C.c.</p><p>O terceiro interessado que paga a dívida do devedor, se sub roga dos direitos</p><p>do credor primitivo na forma do art. 349 do C.c.</p><p>Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias</p><p>do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.</p><p>O terceiro não interessado que paga a dívida do devedor, não se sub roga do</p><p>direito do credor, mas terá direito a reembolso.</p><p>** Qual é a diferença entre aquele que se sub roga, daquele que tem direito a</p><p>reembolso?</p><p>Resp: Aquele que se sub roga vai assumir plenamente a posição de credor, com os</p><p>mesmos privilégios e o terceiro não interessado, somente terá direito a reembolso.</p><p>Porém tem que ter a anuência, conhecimento, aquiescência, assentimento do vendedor.</p><p>Art. 306 do C.c.</p><p>Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não</p><p>obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir (refutar, quebrar,</p><p>destruir) a ação.</p><p>4</p><p>A QUEM SE DEVE PAGAR</p><p>1 - Ao Credor</p><p>2 - Ao representante do credor - Com poderes para receber o pagamento e</p><p>dar quitação.</p><p>Obs. O pagamento feito a terceiro que não seja representante do credor ou</p><p>autorizado por ele, será considerado válido se por ele ratificado ou se comprovar que</p><p>reverteu em seu proveito conforme artigo 308 do C.c.</p><p>Seção II</p><p>Daqueles a Quem se Deve Pagar</p><p>Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de</p><p>só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.</p><p>3 - Pagamento feito a incapaz - Só é válido se comprovado que reverteu em seu</p><p>proveito, mas na forma que deveria.</p><p>Art. 310 do C.c.</p><p>Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não</p><p>provar que em benefício dele efetivamente reverteu.</p><p>O art. 310 do C.c. estabelece a invalidade do pagamento feito ao incapaz,</p><p>salvo se houver comprovação de que se reverteu em seu proveito na forma que</p><p>deveria.</p><p>4 - Credor putativo - Aquele que se apresenta como se credor fosse aos olhos de</p><p>qualquer pessoa. O pagamento feito de boa fé ao credor putativo é válido, mesmo que</p><p>se descubra que não é o real credor. Ex. Todo mes o senhor João paga o aluguel na</p><p>imobiliária para o Zequinha. Zequinha foi demitido e dias antes do vencimento do</p><p>aluguel de João, foi a casa dele e cobrou o aluguel. Zequinha havia sido demitido 15</p><p>dias antes e aplicou um golpe no seu João.</p><p>5</p><p>5 - Portador da quitação ou do título - Presume-se que está autorizada a pagar ao</p><p>portador da quitação.</p><p>Presunção iuris tantum - Relativa (admite prova em contrário).</p><p>Presunção iuris et de iure - Absoluta (não admite prova em contrário).</p><p>Art 311 do C.c. traz a presunção de que o portador da quitação está autorizado a</p><p>receber o pagamento porém, admite-se provar por exemplo que ele tenha furtado o</p><p>referido documento (Ex: Promissória), sendo portanto, presunção Iuris tantum.</p><p>Art 312 do C.c.</p><p>Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou</p><p>da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão</p><p>constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.</p><p>Aula 28/02/2018</p><p>PAGAMENTO</p><p>Objeto do pagamento e sua prova.</p><p>Divisível - Dinheiro, saca de café…</p><p>Diversidade- Outro bem no pagamento.</p><p>O código civil em relação ao objeto do pagamento estabelece certas regras</p><p>como por exemplo a de que o credor não pode ser obrigado a receber prestação</p><p>diversa, ainda que mais valiosa conforme artigo 313 do Código Civil. E a regra do</p><p>artigo 314 do Código Civil é de que o pagamento deve ser realizado de uma única vez,</p><p>mesmo que a prestação seja divisível, salvo disposição em contrário.</p><p>6</p><p>Seção III</p><p>Do Objeto do Pagamento e Sua Prova</p><p>Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que</p><p>mais valiosa.</p><p>Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser</p><p>obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.</p><p>Princípio do nominalismo Carlos Roberto Gonçalves</p><p>Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento,</p><p>as arras</p><p>conhecidas, com o objetivo exclusivo de confirmar o negócio jurídico, admitindo</p><p>cumular com perdas e danos, na forma do art. 419 do C.C.</p><p>Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo,</p><p>valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do</p><p>contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.</p><p>2. Arras Penitenciais - Função confirmatória e perdas e danos. São as arras</p><p>estabelecidas nos negócios jurídicos que possuam cláusula que prevê o direito de</p><p>arrependimento e por essa razão possuem função confirmatória e indenizatória.</p><p>Não admite cumulação com perdas e danos na forma do art. 420 do C.C.</p><p>44</p><p>Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes,</p><p>as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á</p><p>em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os</p><p>casos não haverá direito a indenização suplementar.</p><p>A partir do art. 420, segue o título V, “Dos Contratos em Geral”</p><p>====================</p><p>ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (arts. 884, 885 e 886 do C.C.)</p><p>** Pode acontecer por erro, pode não ser ilícito.</p><p>O enriquecimento se configura através de 3 requisitos:</p><p>1. Aumento patrimonial de uma das partes. Aumento sem justo motivo.</p><p>2. Diminuição patrimonial da outra parte.</p><p>3. Nexo de causalidade.</p><p>** O dever da pessoa que enriquece sem justa causa é restituir.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>Do Enriquecimento Sem Causa</p><p>Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir</p><p>o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.</p><p>Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é</p><p>obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na</p><p>época em que foi exigido.</p><p>Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o</p><p>enriquecimento, mas também se esta deixou de existir.</p><p>Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios</p><p>para se ressarcir do prejuízo sofrido.</p><p>REPETIÇÃO DO INDÉBITO</p><p>45</p><p>O enriquecimento sem causa por vezes é decorrente de um pagamento indevido,</p><p>ou seja, pagamento realizado por erro. sempre que houver um pagamento indevido,</p><p>aquele que o fez terá direito a repetição ou restituição.</p><p>Para que se configure o direito à repetição do indébito, devem estar presentes</p><p>os seguintes requisitos:</p><p>1. Realização do pagamento.</p><p>2. Ocorrência do indébito que consiste na caracterização do pagamento</p><p>indevido.</p><p>3. Pagamento realizado por erro, que pode ser:</p><p>3.1 - Erro subjetivo - Em relação as partes. Aquele que pagou não era</p><p>devedor ou aquele que recebeu não era credor.</p><p>3.2 - Erro objetivo - É o erro que se configura com o objeto diverso do</p><p>devido.</p><p>3.3 - Erro quantitativo - O erro em relação à quantidade do objeto.</p><p>** Art. 876 do C.C. - A prova é daquele que alega.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>Do Pagamento Indevido</p><p>Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação</p><p>que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Pagamento condicionado e a condição não acontece, presume-se que o pagamento</p><p>foi feito o erro.</p><p>46</p><p>OBRIGAÇÃO CONDICIONAL</p><p>** OBS: A parte final do art. 876 do C.C. possui a presunção de que, na obrigação</p><p>condicional, o pagamento realizado antes do seu implemento, presume que foi</p><p>realizado por erro, presunção é esta iures et de iure (Que não admite prova em</p><p>contrário).</p><p>Se a obrigação é condicional, o seu pagamento necessariamente está</p><p>subordinado ao implemento da condição, e caso o devedor desejasse voluntariamente</p><p>realizar o pagamento antecipado, não seria a hipótese do art. 876 do C.C., por se</p><p>tratar de obrigação simples e não de obrigação condicional, diferente do art. 877</p><p>do C.C.</p><p>Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.</p><p>Aula 06/06/2018</p><p>RETENÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO</p><p>** Nas hipóteses do art. 880 do C.C.</p><p>Art. 880. Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o como parte de</p><p>dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão das garantias</p><p>que asseguravam seu direito; mas aquele que pagou dispõe de ação regressiva contra o</p><p>verdadeiro devedor e seu fiador.</p><p>Não haverá restituição do pagamento indevido em certas hipóteses como por</p><p>exemplo aquelas previstas no art. 880 do C.C., onde o indivíduo recebe o pagamento</p><p>de boa fé e em relação ao seu real devedor, inutiliza o título, deixa prescrever a</p><p>pretensão ou até abre mão de garantia importante.</p><p>No entanto, o próprio dispositivo garante àquele que pagou indevidamente o</p><p>direito de regresso contra o real devedor.</p><p>47</p><p>** Art. 882 do C.C.</p><p>Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação</p><p>judicialmente inexigível.</p><p>Também não será restituído o pagamento de dívida inexigível judicialmente,</p><p>como por exemplo a dívida prescrita.</p><p>** Também é irrepetível a dívida de alimentos.</p><p>** Art. 883 do C.C.</p><p>Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral,</p><p>ou proibido por lei.</p><p>Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento</p><p>local de beneficência, a critério do juiz.</p><p>** Por sua natureza de necessidade e de urgência, os alimentos são irrestituíveis.</p><p>Não haverá restituição segundo o art. 883 do C.C., daquilo que foi pago com</p><p>finalidade ilícita, imoral ou contrária a lei, porém o parágrafo único determina que</p><p>o mencionado valor seja encaminhado a instituição beneficente, a critério do juiz.</p><p>PROMESSA DE RECOMPENSA</p><p>** Pode se dar nos casos de: concurso público, vestibular.</p><p>** Negócio unilateral: pois a proposição em regra é feita ao público.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>A promessa de recompensa feita a um único amigo será negócio bilateral.</p><p>48</p><p>Conceito - É negócio jurídico unilateral onde o promitente se compromete de forma</p><p>pública a gratificar qualquer pessoa que preencha certa condição ou execute</p><p>determinado serviço.</p><p>Qualquer pessoa que executar o serviço ou preencher a condição, terá direito</p><p>ao prêmio, mesmo que não tenha ciência da promessa, conforme prevê os arts. 854</p><p>e 855 do C.C.</p><p>TÍTULO VII</p><p>Dos Atos Unilaterais</p><p>CAPÍTULO I</p><p>Da Promessa de Recompensa</p><p>Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a</p><p>quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o</p><p>prometido.</p><p>Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a</p><p>condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.</p><p>REVOGAÇÃO DA PROMESSA DE RECOMPENSA</p><p>É possível a revogação da promessa desde que o promitente não tenha</p><p>estabelecido prazo para o seu cumprimento, devendo ainda, dar a mesma</p><p>publicidade, para a revogação, na forma do art. 856 do C.C.</p><p>Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a</p><p>promessa, contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à</p><p>execução da tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.</p><p>Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá direito a reembolso.</p><p>Se estabeleceu prazo para o cumprimento, considera-se que renunciou ao</p><p>direito de revogar.</p><p>PROMESSA CUMPRIDA POR MAIS DE UM INDIVÍDUO</p><p>49</p><p>Se mais de um indivíduo cumprir a promessa, terá direito a gratificação</p><p>aquele que o fez em primeiro lugar, como estabelece o art. 857 do C.C.</p><p>Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá direito</p><p>à recompensa o que primeiro o executou.</p><p>Porém, se a promessa foi cumprida simultaneamente, sendo o prêmio divisível,</p><p>este será partilhado, mas sendo indivisível, estabelece o código civil em seu art. 858</p><p>do C.C. que haverá um sorteio, ficando o contemplado com o prêmio, devendo pagar</p><p>ao outro, o valor do seu quinhão. As partes poderão negociar.</p><p>Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual na recompensa; se esta</p><p>não for divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu</p><p>quinhão.</p><p>** Arts. 859 e 860 do C.C. - Obras premiadas.</p><p>Art. 859. Nos concursos que se abrirem com promessa pública de recompensa, é condição</p><p>essencial, para valerem, a fixação de um prazo, observadas também as disposições dos</p><p>parágrafos seguintes.</p><p>§ 1o A decisão da pessoa nomeada, nos anúncios, como juiz, obriga os interessados.</p><p>§ 2o Em falta de pessoa designada para julgar o mérito dos trabalhos que se apresentarem,</p><p>entender-se-á que o promitente se reservou essa função.</p><p>§ 3o Se os trabalhos tiverem mérito igual, proceder-se-á de acordo com os arts. 857 e 858.</p><p>Art. 860. As obras premiadas, nos concursos de que trata o artigo antecedente, só ficarão</p><p>pertencendo ao promitente, se assim for estipulado na publicação da promessa.</p><p>=========================P2=========================</p><p>Fim da matéria</p><p>Aula 13/06/2018</p><p>Faltei - aula só pra tirar dúvidas</p><p>Aula 20/06/2018</p><p>Prova P2</p><p>Aula 27/06/2018</p><p>Correção de prova</p><p>Aula 04/07/2018</p><p>Prova P3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm#art857</p><p>em moeda corrente e pelo</p><p>valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.</p><p>O valor que está sendo adimplido corresponde àquele descrito na moeda. Na nota de</p><p>cem reais, está escrito 100 reais. Art. 315 do C.c com remissão ao art. 318</p><p>também do C.c. (não pode moeda estrangeira, ouro ou pedras preciosas).</p><p>Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como</p><p>para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos</p><p>previstos na legislação especial.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Cite 3 exceções a regra do art. 318 do C.c.</p><p>Resp:</p><p>1 - Importação e exportação;</p><p>2 - Negócio realizado com pessoa domiciliada no estrangeiro. Ex: contratação da</p><p>Madona para cantar no pagode da canela fina;</p><p>3 - Operação cambial.</p><p>Cláusula de escala móvel. Fulcro no art. 316 do C.c.</p><p>Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.</p><p>É o índice de custo de vida eleito pelas partes para o reajuste das prestações</p><p>sucessivas.</p><p>7</p><p>Art.317 do C.c. Teoria da imprevisão</p><p>O artigo não se aplica ao juros. Ele fala de fatos imprevisíveis.</p><p>Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da</p><p>prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte,</p><p>de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.</p><p>O art. 317 do C.c. prevê a redução da prestação devida quando por fatos</p><p>imprevisíveis, esta se tornar excessivamente onerosa.</p><p>QUITAÇÃO</p><p>Art. 320 do C.c. - requisitos da quitação. (declaração resultante do recebimento da</p><p>prestação, que desonera (desobriga), o devedor).</p><p>Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor</p><p>e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar</p><p>do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.</p><p>Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de</p><p>seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.</p><p>A prova de pagamento se faz através da quitação ou recibo.</p><p>O § único do art. 320 do C.c. faz uma relativização da quitação. Não são</p><p>necessários os requisitos do art. 320.</p><p>PRESUNÇÕES DE PAGAMENTO DA DÍVIDA</p><p>O código civil traz presunções de que a dívida foi paga como por exemplo a</p><p>devolução do título previsto no art. 321 do C.c. com remissão no art. 324 também</p><p>do C.C.</p><p>Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o</p><p>devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.</p><p>Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.</p><p>Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta</p><p>dias, a falta do pagamento.</p><p>Capital = 100 com juros de = 10</p><p>8</p><p>O art 323 do C.c. dispões que sendo dada a quitação sobre o capital sem mencionar</p><p>a existência de juros, estes se presumem pagos.</p><p>Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.</p><p>LUGAR DO PAGAMENTO</p><p>Não havendo local convencionado para a realização do pagamento a dívida</p><p>será adimplida no domicílio do devedor, salvo se a lei ou a natureza do negócio</p><p>estabelecerem local diverso, conforme artigo 327 do Código Civil. Havendo dois ou</p><p>mais lugares estabelecidos para pagamento, a escolha caberá ao credor, conforme</p><p>parágrafo único do artigo 327.</p><p>Seção IV</p><p>Do Lugar do Pagamento</p><p>Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem</p><p>diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das</p><p>circunstâncias.</p><p>Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.</p><p>Art. 330 do C.c.</p><p>Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor</p><p>relativamente ao previsto no contrato.</p><p>TEMPO DO PAGAMENTO</p><p>Se as partes não convencionarem o tempo do pagamento, dispõe o código civil</p><p>que o credor poderá exigí-lo imediatamente, devendo ser considerado no entanto, o</p><p>imediatamente possível. Previsão no art. 331 do C.c.</p><p>Seção V</p><p>Do Tempo do Pagamento</p><p>Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento,</p><p>pode o credor exigi-lo imediatamente.</p><p>9</p><p>Art. 332 do C.c. - (Obrigação condicional) - O momento do pagamento é na data</p><p>do implemento da condição.</p><p>Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo</p><p>ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.</p><p>ANTECIPAÇÃO DO VENCIMENTO DA DÍVIDA - art. 333 do C.c.</p><p>Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no</p><p>contrato ou marcado neste Código:</p><p>I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;</p><p>II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;</p><p>III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais,</p><p>e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.</p><p>Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se</p><p>reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.</p><p>Embora a regra seja a de que o devedor não pode ser obrigado a pagar</p><p>antes do vencimento, o art 333 do C.c. traz as seguintes exceções:</p><p>Inciso I (2 exceções)</p><p>1 - Falência do devedor</p><p>2 - Concurso de credores - O devedor está sendo executado por vários credores.</p><p>Incisos II e III (falam de garantias)</p><p>1 - Garantia real - Garantia da coisa. Ex: Hipoteca. Bem fica com o devedor (bem</p><p>imóvel), Penhor (bem móvel), Anticrese (bem imóvel - o credor toma a posse do bem)</p><p>2 - Fidejussória (pessoa) - Avalista, fiador…</p><p>as hipóteses dos incisos II e III se referem ao perecimento ou insuficiência</p><p>das garantias, que autorizam o credor a cobrar a dívida antes do vencimento.</p><p>10</p><p>Havendo múltiplos devedores e somente um deles incorrer em uma das</p><p>hipóteses do artigo 333 do Código Civil, somente em relação a ele está autorizada a</p><p>antecipação do vencimento, fulcro no artigo 333 do Código Civil.</p><p>Se o devedor B se tornar falido, os credores podem cobrar dos</p><p>3 devedores (se for indivisível). O processo será contra os 3 e</p><p>posteriormente os devedores A e C poderão buscam seus direitos</p><p>junto a B.</p><p>Aula 07/03/2018</p><p>PAGAMENTO Cont.</p><p>Adimplemento e extinção da dívida.</p><p>**A prescrição não extingue a dívida, apenas a torna inexigível judicialmente.</p><p>Formas de extinção da dívida:</p><p>11</p><p>1 - Pagamento em consignação (art. 334 a 345 do C.c.)</p><p>É depósito judicial ou extrajudicial realizado com objetivo de exonerar</p><p>(desobrigar, isentar)o</p><p>devedor.</p><p>1.1 - Natureza jurídica do pagamento em consignação: Híbrida ou mista.</p><p>Possui natureza jurídica híbrida porque é ao mesmo tempo instituto do direito</p><p>material, porque é previsto no código civil e também do direito processual, porque</p><p>está previsto no código de processo civil.</p><p>1.2 - Objeto do pagamento em consignação:</p><p>Somente é possível um pagamento em consignação das obrigações de dar não</p><p>sendo possível por sua natureza depositar obrigação de fazer e de não fazer.</p><p>** O devedor inadimplente pode realizar o depósito desde que com os seus acréscimos</p><p>(juros, multa etc… )</p><p>** Fatores que autorizam o pagamento em consignação (art. 335 do C.c.)</p><p>Art. 335. A consignação tem lugar:</p><p>I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação</p><p>na devida forma;</p><p>II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;</p><p>III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em</p><p>lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;</p><p>IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;</p><p>V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.</p><p>Rol exemplificativo (admite outro fatos não descritos no artigo).</p><p>12</p><p>1.3 - Requisitos de validade:</p><p>Legitimidade ativa. (quem deve pagar)</p><p>Devedor;</p><p>Terceiro interessado;</p><p>Terceiro não interessado.</p><p>Legitimidade passiva. (quem deve receber)</p><p>Qualquer pessoa que tenha poderes para receber e dar quitação;</p><p>1.4 - Objeto devido: (arts. 336 e 337 do C.c.).</p><p>Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação</p><p>às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o</p><p>pagamento.</p><p>Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para</p><p>o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.</p><p>1.5 - Tempo:</p><p>A partir do vencimento porque o credor não é obrigado a receber antes.</p><p>1.6 - Lugar:</p><p>Mesma localidade onde a dívida deveria ser adimplida.</p><p>1.7 - Levantamento do depósito (pagamento em consignação do devedor)</p><p>Arts. 338, 339 e 340 do C.c.</p><p>Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o</p><p>devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação</p><p>para todas as consequências de direito.</p><p>Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor</p><p>consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.</p><p>Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no</p><p>levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa</p><p>consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham</p><p>anuído.</p><p>13</p><p>O código civil trata de três hipóteses onde o próprio devedor que realiza o</p><p>pagamento em consignação, requer o seu levantamento como por exemplo no art.</p><p>338 do C.c. onde não havendo aceitação do depósito, nem contestação, será</p><p>autorizado levantamento sem que seja necessária a concordância do credor, desde</p><p>que sejam pagas as despesas processuais. Levantando, vai voltar a ser devedor.</p><p>Na hipótese do art. 340 do C.c., já houve aceitação ou contestação do</p><p>credor, sendo necessário portanto o seu consentimento para o levantamento do</p><p>depósito. No entanto, se houverem fiador ou devedores, estes serão intimados para</p><p>dizer se concordam com o levantamento e se apesar de sua recusa o credor ainda</p><p>assim concordar com o levantamento, eles (demais devedores e fiadores) estarão</p><p>por este fato, exonerados.</p><p>O art. 339 do C.c. estabelece que sendo julgado procedente o depósito,</p><p>somente poderia o credor concordar com o levantamento, se houvesse a</p><p>concordância dos fiadores e demais devedores. No entanto, se o depósito foi julgado</p><p>procedente, a dívida foi extinta, não havendo mais o que ser levantado. Reconhece</p><p>a doutrina que se o credor quiser atender ao pleito do devedor, deverá fazê-lo</p><p>através de negócio jurídico próprio, como por exemplo um empréstimo.</p><p>Aula 14/03/2018</p><p>2 - Pagamento com sub rogação (art. 346 a 351 do C.c.)</p><p>Sub Rogação:</p><p>Substituição de coisa por outra coisa ou</p><p>Substituição de pessoa por outra pessoa.</p><p>14</p><p>ESPÉCIES DE SUB ROGAÇÃO</p><p>1º - Sub Rogação Real (res = coisa ) e (dação) - É a substituição de coisa por</p><p>outra coisa e não é pagamento. Ex: o testador deixou determinado imóvel para</p><p>certo beneficiário porém antes de falecer, resolve substituir o bem por outro.</p><p>2º - Sub Rogação Pessoal (pessoa ) e (pagamento) - Consiste na substituição do</p><p>credor mediante pagamento da dívida. Não precisa ser um terceiro interessado e</p><p>ainda sim pode sub rogar. Art. 349 do C.c. - poderes creditórios.</p><p>Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias</p><p>do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.</p><p>3º - Sub Rogação Legal - Art. 346, I do C.C.</p><p>Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:</p><p>I - do credor que paga a dívida do devedor comum;</p><p>Art 346, II do C.C.“parte inicial”</p><p>Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:</p><p>II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro</p><p>que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;</p><p>15</p><p>3º não interessado!</p><p>O 3º não interessado paga o restante da hipoteca R$ 100.000,00 de um</p><p>apartamento que vale R$ 1.000.000,00 do devedor que não consegue mais pagar a</p><p>C.E.F. e legalmente se torna dono da dívida do imóvel e consequentemente, credor</p><p>da hipoteca junto a este devedor.</p><p>Art 346, II do C.C.“parte final”</p><p>Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:</p><p>II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro</p><p>que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;</p><p>3º não interessado!</p><p>O 3º não interessado que paga a dívida para garantir a execução.???????</p><p>Art 346, III do C.C.</p><p>Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:</p><p>III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou</p><p>em parte.</p><p>3º interessado!</p><p>O 3º interessado é a pessoa que pode ser cobrada pela dívida. Ex: Fiador, avalista.</p><p>4º - Sub Rogação Convencional -art. 347, I, II do C.C.</p><p>Art. 347. A sub-rogação é convencional:</p><p>I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os</p><p>seus direitos;</p><p>II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a</p><p>condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.</p><p>Hipóteses:</p><p>1º Inciso I -O credor pode transferir</p><p>a totalidade ou parte dos poderes, por</p><p>escrito.</p><p>2º Inciso II -O devedor transfere os poderes, por escrito.</p><p>16</p><p>Na sub rogação convencional, os poderes devem ser transferidos</p><p>expressamente, sendo duas as hipóteses do art. 347 do C.c.. No inciso I, o terceiro</p><p>paga ao credor que expressamente lhe transfere os poderes.</p><p>No inciso II, o terceiro empresta a quantia ao devedor para que ele mesmo</p><p>pague a dívida sob a condição no entanto, dos poderes serem transferidos ao</p><p>terceiro, pelo próprio devedor.</p><p>** Sub Rogação Parcial - A doutrina debate.</p><p>Quando o devedor paga um percentual da dívida, o credor não é obrigado a</p><p>aceitar. O art. 351 do C.C. desestimula.</p><p>Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na</p><p>cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o</p><p>que a um e outro dever.</p><p>A sub rogação parcial consiste no fato de terceiro, com a concordância do</p><p>credor, pagar parte da dívida se sub rogando também em parte da totalidade da</p><p>obrigação. Porém o art. 351 do C.C. estabelece que se o devedor não tiver</p><p>patrimônio suficiente para pagar a ambos os credores, será satisfeito o credor</p><p>originário, para somente depois satisfazer o credor sub rogado.</p><p>A natureza jurídica do pagamento com sub rogação é ANÔMALA, anormal,</p><p>pois há o pagamento mas a dívida continua.</p><p>Possui natureza anômala porque apesar do pagamento da dívida, esta não se</p><p>extingue, pelo menos não para o devedor, que agora possui um novo credor.</p><p>EFEITOS JURÍDICOS</p><p>1º - Efeito Extintivo- Porque o pagamento extingue a dívida para o credor.</p><p>2º - Efeito Translativo- Com o pagamento, os poderes do credor originário são</p><p>transferidos para o credor sub rogado.</p><p>17</p><p>Aula 21/03/2018</p><p>3 - Imputação de pagamento (art. 352 a 355 do C.c.);</p><p>PAGAMENTO E EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO</p><p>** Imputação do pagamento > Indicação da dívida que deverá ser paga.</p><p>Conceito: Consiste na indicação de qual dívida está sendo adimplida, quando o</p><p>valor ofertado for suficiente para pagar mais de uma delas, no sentido de pagar</p><p>uma ou outra.</p><p>REQUISITOS - SEGUNDO A DOUTRINA.</p><p>1º - Pluralidade de dívidas</p><p>2º - Identidade de credor e devedor (as dívidas devem ser entre os mesmos</p><p>credores / devedores)</p><p>18</p><p>3º - Idêntica natureza das dívidas (tem que ser dinheiro - fungível. Se for</p><p>pagamento em saca de café, não é pagamento e sim dação de pagamento.</p><p>4º - O valor ofertado tem que dar a possibilidade de resgate de mais de uma</p><p>dívida (no sentido de pagar uma ou outra).</p><p>ESPÉCIES DE IMPUTAÇÃO.</p><p>1º - IMPUTAÇÃO PELO DEVEDOR</p><p>Como é o devedor quem realiza o pagamento, é dele o direito de indicar qual</p><p>dívida está sendo adimplida porém tal poder não é absoluto pois somente poderá</p><p>imputar nas dívidas líquidas, quantificadas, vencidas e de natureza idêntica.</p><p>** Se o vencimento não se deu, o credor não é obrigado a receber. Art. 352 do C.C.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>Da Imputação do Pagamento</p><p>Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o</p><p>direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.</p><p>2º - IMPUTAÇÃO PELO CREDOR</p><p>Se o devedor não faz a imputação, o credor poderá fazê-la através do</p><p>instrumento de quitação, não podendo o devedor reclamar da imputação feita,</p><p>salvo se comprovar má-fé, como prevê o art. 353 do C. C. violência ou dolo, igual má</p><p>fé.</p><p>Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar</p><p>o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a</p><p>imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.</p><p>3º - IMPUTAÇÃO PELA LEI</p><p>Se o devedor não indicou, e nem o credor fez a imputação, a imputação será</p><p>determinada por lei nos termos do art. 355 do C. C., ou seja, haverá a imputação</p><p>19</p><p>nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar e se tiverem o mesmo vencimento, a</p><p>imputação se dará na mais onerosa, como por exemplo, a dívida que tiver juros</p><p>maiores, porém se tiverem o mesmo vencimento e a mesma onerosidade, haverá</p><p>quitação parcial não podendo o credor reclamar que não é obrigado a receber em</p><p>parte porque teve a oportunidade de fazer a indicação e não a fez.</p><p>Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à</p><p>imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem</p><p>todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.</p><p>** Antiguidade não é critério legal para imputação.</p><p>** 1º Critério = Vencimento.</p><p>** 2º Critério = Onerosidade.</p><p>** O interessado (fiador) pode solicitar a imputação legal.</p><p>4 - Dação em pagamento (art. 356 a 359 do C.c.);</p><p>É o acordo liberatório que o credor aceita como pagamento. (prestação</p><p>diversa). Art. 356 do C.C.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>Da Dação em Pagamento</p><p>Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.</p><p>REQUISITOS.</p><p>1º - Existência de dívida</p><p>2º - Animus solvendi - Intenção de pagar (se não teve, cabe devolução)</p><p>3º - Diversidade de objeto</p><p>4º - Concordância do credor - Porque não é obrigado a receber prestação diversa.</p><p>** Não é necessário atribuir valor ao bem dado em pagamento.</p><p>Evicção - Retomada da coisa pelo verdadeiro dono. Art. 359 do C.C.</p><p>Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação</p><p>primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art352</p><p>20</p><p>Aula 28/03/2018</p><p>5 - Novação (art. 360 a 367 do C.c.);</p><p>Consiste na criação de um novo negócio jurídico,</p><p>contendo um novo elemento seja em relação às partes</p><p>ou ao objeto, com objetivo de extinguir a obrigação</p><p>anterior.</p><p>** Diferença: É criado um novo negócio que extingue o</p><p>anterior.</p><p>** É possível fazer uma novação sobre uma obrigação nula, anulável ou prescrita?</p><p>Nula > NÃO - Ofende o ordenamento jurídico. As partes não podem validar.</p><p>Anulável > SIM - Como os negócios anuláveis podem ser ratificados pelas</p><p>partes ou mesmo convalidada pelo tempo (decadência), pode haver novação sobre</p><p>ele.</p><p>Prescrita > SIM - É possível a novação porque a dívida ainda existe apesar</p><p>de inexigível então, se a dívida pode ser paga, pode ser novada.</p><p>21</p><p>REQUISITOS.</p><p>1º - Existência de obrigação anterior - Caso contrário não se novará nada.</p><p>2º - Criação de um novo negócio - É com a criação do novo negócio jurídico que o</p><p>anterior é extinto. Objetivo da novação.</p><p>3º - Deve ter um elemento novo - O novo negócio deve conter um novo elemento, seja</p><p>em</p><p>relação as partes ou em relação ao objeto. Não havendo um novo elemento, o</p><p>novo negócio apenas confirma o anterior.</p><p>4º - Animus novandi (Intenção de novar) - É a intenção de novar, ou seja, a</p><p>intenção de que com a criação do novo negócio, o anterior seja extinto.</p><p>ESPÉCIES DE NOVAÇÃO.</p><p>1º - Novação real ou objetiva (rés = coisa) - Renovação onde um novo elemento no</p><p>novo negócio será o próprio objeto, a natureza da obrigação ou a causa de bens.</p><p>** Tem que haver a anuência do credor.</p><p>Contrato de mútuo é aquele que trata da transferência de</p><p>bens fungíveis, móveis, que podem ser substituídos por</p><p>outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. As</p><p>partes envolvidas são chamadas mutuante e mutuário</p><p>** É possível fazer novação de contrato ou somente</p><p>de objeto.</p><p>2º - Novação pessoal ou subjetiva -</p><p>22</p><p>A - Novação Subjetiva Ativa - Novo elemento será o credor ( diferente de</p><p>cessão de crédito) extingue dois contratos.</p><p>B - Novação Subjetiva Passiva - Novo elemento será o devedor.</p><p>B-1 - Novação por delegação - É a novação subjetiva passiva onde o próprio</p><p>devedor indica o terceiro que irá substituí-lo.</p><p>B-2 - Novação por expromissão - É a novação subjetiva passiva onde o</p><p>terceiro negocia a substituição de devedor, diretamente com o credor.</p><p>B-3 - Novação mista - É a novação onde, no novo negócio ocorrerá a</p><p>substituição de um dos contratantes e do objeto ou a substituição de ambos os</p><p>contratantes.</p><p>EFEITOS DA NOVAÇÃO.</p><p>Os principais efeitos da novação são o efeito gerador e o efeito extintivo pois</p><p>ao ser criada uma nova obrigação, a anterior será extinta. Além disso, na</p><p>novação por substituição do devedor, sendo o novo devedor insolvente, não</p><p>poderá o credor reclamar com o devedor primitivo, salvo se a substituição</p><p>ocorreu por má fé, art. 363 do C. C.</p><p>Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva</p><p>contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.</p><p>23</p><p>Outro efeito da novação é o de que o negócio anterior é extinto com todas as</p><p>garantias e acessórios. no novo negócio somente permaneceram as garantias cujos</p><p>proprietários participarem da novação. é o que prescrevem os arts. 364,365 e 366</p><p>do C.C.</p><p>Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver</p><p>estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca</p><p>ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na</p><p>novação.</p><p>Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os</p><p>bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito</p><p>novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados.</p><p>Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor</p><p>principal.</p><p>Aula 04/04/2018</p><p>6 - Compensação (art. 368 a 380 do C.c.);</p><p>** Finalidade: Evitar circulação inútil de moeda.</p><p>É a extinção das dívidas entre as pessoas que são ao mesmo tempo, credor e</p><p>devedor uma da outra. Assim existindo débitos recíprocos, as dívidas se extinguem</p><p>até onde se compensarem.</p><p>ESPÉCIES DE COMPENSAÇÃO.</p><p>1º - Compensação Legal - É a compensação que ocorre de pleno direito, quando</p><p>presentes os requisitos da compensação legal.</p><p>Requisitos da compensação legal:</p><p>A - Reciprocidade de Débitos / Créditos - As partes devem ser ao mesmo</p><p>tempo, credor e devedor uma da outra.</p><p>24</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Qual a exceção?</p><p>R: Quando existir a figura do fiador.</p><p>** Pode compensar mesmo que não haja</p><p>reciprocidade de débito / crédito pois o fiador</p><p>pode ser cobrado pela dívida, por isso ele é</p><p>exceção prevista no Artigo 371 do C. C.</p><p>Art. 371. O devedor somente pode compensar com o</p><p>credor o que este lhe dever; mas o fiador pode</p><p>compensar sua dívida com a de seu credor ao</p><p>afiançado.</p><p>B - Vencimento das Dívidas - Para haver compensação legal, ambas as</p><p>dívidas devem estar vencidas e serem exigíveis.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Se uma das dívidas já estiver prescrita quando a outra dívida foi contraída, não</p><p>haverá compensação legal porque uma delas é inexigível.</p><p>** OBS: Se ambas as dívidas coexistiram, não há que se falar em prescrição</p><p>de nenhuma delas já que se coexistiram, foram extintas pela compensação.</p><p>25</p><p>C - Liquidez das Dívidas - Na compensação legal, ambas as dívidas devem ser</p><p>líquidas,ou seja, certa quanto a sua existência e determinada quanto ao seu valor.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Art. 372 do C.C. - Prazo de favor. Não obsta (impede) a compensação.</p><p>Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.</p><p>** OBS: O artigo dispõe que o prazo de favor, não impede a compensação,</p><p>sendo este prazo concedido graciosamente pelo credor após o vencimento da dívida e</p><p>se a dívida está vencida, não há impedimento à compensação legal.</p><p>D - Fungibilidade das Dívidas - Ambas as dívidas devem ser de coisa fungível</p><p>e quando possuir qualidade estabelecida em contrato, para compensar deverão</p><p>possuir a mesma qualidade, como dispõe o art. 370 do C.C.</p><p>Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não</p><p>se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.</p><p>2º - Compensação Convencional - É a compensação realizada por acordo, quando</p><p>não estiverem presentes os requisitos da compensação legal.</p><p>3º - Compensação Judicial - É a compensação declarada em processo judicial.</p><p>DÍVIDAS QUE NÃO ADMITEM COMPENSAÇÃO.</p><p>Art. 375 do C.C. - As partes estabelecem por convenção contratual que não haverá</p><p>compensação ou no caso de renúncia prévia de uma delas.</p><p>Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no</p><p>caso de renúncia prévia de uma delas.</p><p>Art. 373 do C.C.</p><p>Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:</p><p>I - se provier de esbulho, furto ou roubo;</p><p>II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;</p><p>III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.</p><p>26</p><p>I - Se provier de esbulho (bem imóvel - posse), furto (bem móvel) ou roubo (bem</p><p>móvel). Não pode compensar nem por acordo pois referem a ilícito praticado.</p><p>II - Se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos. O comodato e o</p><p>depósito não admitem compensação porque são realizados em confiança, já os</p><p>alimentos não admitem compensação em função do seu caráter de necessidade.</p><p>III - Se uma for de coisa não suscetível de penhora. Se uma das dívidas for de</p><p>coisa impenhorável. Ex: Se um empregado pede</p><p>empréstimo ao seu patrão, este não</p><p>pode exigir a compensação no momento de pagar o salário já que o salário é</p><p>impenhorável.</p><p>** Exceção: o salário pode ser penhorado por dívida de alimentos.</p><p>** A ferramenta de trabalho ou aliança de casamento também são impenhoráveis</p><p>pois ao se retirar da pessoa fere a dignidade dela.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Art. 377 do C.C. - cessão de Crédito (intangível).</p><p>Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus</p><p>direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor</p><p>ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário</p><p>compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.</p><p>** Cedente = credor.</p><p>Cessionário = terceiro.</p><p>Cedido = devedor</p><p>A hipótese do art. 377 do C.C. se refere a uma cessão de crédito entre</p><p>devedores recíprocos. Nesta hipótese, o devedor deve ser notificado da cessão já que</p><p>pode ser do seu interesse compensar a dívida, assim se a cessão é feita sem a sua</p><p>notificação, não poderá o cessionário cobrar a dívida. Por outro lado, se o devedor</p><p>é notificado e nada opõe a cessão, não poderá reclamar quando o cessionário vier a</p><p>cobrar.</p><p>27</p><p>** Pode haver a cessão de débito.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Art. 380 do C.C. -</p><p>Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se</p><p>torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente</p><p>a compensação, de que contra o próprio credor disporia.</p><p>Aula 11/04/2018</p><p>** O devedor se torna credor de seu credor.</p><p>O art. 380 do C.C. protege o direito de terceiro exequente quando estabelece que</p><p>não haverá compensação quando o devedor se torna credor de seu credor depois de</p><p>penhorado o crédito deste. Porém se a ordem de penhora ocorrer depois do devedor</p><p>se tornar credor do seu credor não haverá o que ser penhorado tendo em vista a</p><p>extinção das dívidas pela compensação.</p><p>7 - Confusão (art. 381 a 384 do C.c.);</p><p>A confusão é a extinção da dívida pela reunião por atos mortis causa ou inter vivos</p><p>na mesma pessoa das qualidades de credor e devedor. Ex: o filho único herdeiro</p><p>devedor do pai, com seu falecimento a dívida se extingue por que ele se torna credor</p><p>dele próprio.</p><p>** Quando cessa a confusão?</p><p>O artigo 384 do C.C. se refere ao fato de que cessada a confusão, a dívida se</p><p>restabelece. Cessa a confusão quando o que lhe deu causa deixa de existir</p><p>28</p><p>retornando ao status anterior. Ex: Anulação do casamento entre credor e devedor</p><p>realizado sob regime da comunhão universal de bens.</p><p>** O divórcio não cessa a confusão.</p><p>Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a</p><p>obrigação anterior.</p><p>1 - Confusão total - Extingue toda a dívida.</p><p>2 - Confusão parcial - Extingue parte da dívida.</p><p>Havendo solidariedade entre credores e devedores, ocorrendo a confusão com</p><p>apenas um deles, a dívida subsiste ( permanece viva) abatendo-se no entretanto a</p><p>fração relativa ao seu débito ou crédito conforme artigo 383 do C.C.</p><p>Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação</p><p>até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a</p><p>solidariedade.</p><p>8 - Remissão - Perdão da dívida (art. 385 a 388 do C.c.)</p><p>CAPÍTULO IX</p><p>Da Remissão das Dívidas</p><p>Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de</p><p>terceiro.</p><p>É a liberação Graciosa feita pelo credor com o consentimento do devedor (é ato</p><p>bilateral).</p><p>1 - Remissão total- (expressa ou presumida).</p><p>2 - Remissão parcial - (expressa ou presumida).</p><p>Art. 386 do C.C. (devolução do título).</p><p>29</p><p>Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova</p><p>desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor</p><p>capaz de adquirir.</p><p>A presunção é iuris Tantum ( é relativa) porque admite prova em contrário.</p><p>Art. 387 do C.C. (a devolução da garantia não prova remissão).</p><p>Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia</p><p>real, não a extinção da dívida.</p><p>A devolução da garantia não presume o perdão da dívida comprovando apenas que o</p><p>credor abriu mão da garantia dada.</p><p>Art. 388 do C.C. Havendo múltiplos devedores, pode o credor perdoar apenas um</p><p>deles mantendo a dívida em relação aos demais devendo ser batida no entretanto a</p><p>fração perdoada.</p><p>Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele</p><p>correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já</p><p>lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.</p><p>========================P1=========================</p><p>Aula 18/04/2018</p><p>Prova</p><p>Aula 25/04/2018</p><p>Correção de prova</p><p>Aula 02/05/2018</p><p>INADIMPLEMENTO</p><p>É o não cumprimento da prestação obrigacional cujos reflexos estão previstos</p><p>no art. 389 do C.C.</p><p>TÍTULO IV</p><p>Do Inadimplemento das Obrigações</p><p>CAPÍTULO I</p><p>Disposições Gerais</p><p>Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e</p><p>atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de</p><p>advogado.</p><p>30</p><p>** OBS: Apesar de estar no código civil, os honorários não são devidos.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Qualquer inadimplemento vai gerar perdas e danos?</p><p>R: Não, somente aquele que gerar prejuízo.</p><p>Não é qualquer inadimplemento que vai gerar perdas e danos. Existem certos</p><p>casos que não vão caber perdas e danos em hipótese nenhuma. Ex: Pagamento da</p><p>universidade, pois é típico do negócio, é o risco do negócio.</p><p>Inadimplemento Culposo</p><p>Por fato atribuído ao devedor. Culpa lato sensu (sentido largo), envolve tanto</p><p>a culpa quanto o dolo.</p><p>Inadimplemento Fortuito</p><p>É o não cumprimento da obrigação por fato alheio ao devedor, e por este</p><p>motivo, não gera a sua responsabilidade, salvo se o devedor expressamente se</p><p>responsabilizou como prevê o artigo 393 do C.C.</p><p>Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se</p><p>expressamente não se houver por eles responsabilizado.</p><p>Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos</p><p>não era possível evitar ou impedir.</p><p>> Caso fortuito - Por motivos humanos ou de máquinas.</p><p>Ex: Não paguei a conta porque o banco estava em greve.</p><p>> Caso de força maior - Por evento da natureza.</p><p>Ex: Não conseguiu cumprir pois a cidade estava alagada.</p><p>31</p><p>** OBS: Artigo 393 do</p><p>C.C. diz que não há ilegalidade em contratos com cláusulas</p><p>dizendo que o devedor se responsabilizará mesmo em caso fortuito ou de força</p><p>maior. Se assinou contrato com cláusula, não terá direito ao inadimplemento</p><p>fortuito.</p><p>Espécies de Inadimplemento</p><p>A - Inadimplemento Absoluto - É o não cumprimento da prestação obrigacional,</p><p>que se adimplida posteriormente, não seria mais útil ao credor. Ex: Entrega de um</p><p>vestido de noiva não seria mais útil após a data do casamento.</p><p>A1 - Inadimplemento absoluto total > Consiste no inadimplemento absoluto</p><p>da totalidade da obrigação.</p><p>A2 - Inadimplemento absoluto parcial > Consiste no inadimplemento</p><p>absoluto onde o credor aceita parte da obrigação, não lhe sendo útil o restante</p><p>dela em momento posterior.</p><p>** OBS: Somente haverá inadimplemento absoluto parcial com a concordância do</p><p>credor, já que este não pode ser obrigado a receber em partes. Ex: Contratei 1.000</p><p>espetos de carne, mas só entregaram 500 . Neste caso posso aceitar mas depois</p><p>posso pedir perdas e danos.</p><p>B - Inadimplemento Relativo (também chamado de mora) - Consiste um</p><p>inadimplemento cuja a obrigação pode ser cumprida posteriormente, tendo em vista</p><p>que ainda será útil ao credor.</p><p>A responsabilidade do devedor é patrimonial pois ele responde com seu</p><p>patrimônio, não com sua liberdade, exceção salvo devedor de alimentos.</p><p>32</p><p>Art. 391 do C.C.</p><p>Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>É correto a afirmação de que todo patrimônio do devedor responde por sua dívida?</p><p>R: Não, pois aqui é necessário uma interpretação sistêmica.</p><p>** Artigo 391 do CC não deve ser interpretado isoladamente pois todo patrimônio</p><p>responde pela dívida salvo aqueles protegidos pelo princípio constitucional da</p><p>(*)dignidade da pessoa humana. Ex: Imóvel único de família, única televisão,</p><p>ferramenta de trabalho, etc...</p><p>(*) C.F./88 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos</p><p>Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem</p><p>como fundamentos:</p><p>III - a dignidade da pessoa humana;</p><p>MORA (Inadimplemento relativo da obrigação - Reflexo da inadimplência)</p><p>Estabelece o código civil em seu Artigo 394 que a mora seria o não</p><p>cumprimento da obrigação por fato atribuído ao credor ou ao devedor em relação</p><p>ao tempo, lugar ou forma que a lei ou as partes estabelecerem.</p><p>Espécies de Mora</p><p>A - Mora do devedor / mora solvendi - É um inadimplemento relativo por fato</p><p>atribuído ao devedor, se apresentado de duas formas.</p><p>A1 - Mora Ex Persona > Consiste no fato do devedor se constituído em mora</p><p>apenas depois de sua interpelação, ou seja, sua notificação para pagamento, o que</p><p>ocorrerá nos casos onde não houver termo estabelecido para pagamento. P.U. do</p><p>art. 397 do C.C. Ex: A venda de um cavalo a B mas não estabelece data para</p><p>33</p><p>pagamento. B não foi interpelado (simples notificação), notificado (judicial ou</p><p>extrajudicial) em uma determinada data.</p><p>A2 - Mora Ex Re> O devedor é constituído em mora sem que haja</p><p>necessidade de interpelação, já que “dies interpellat pro homine ” (o dia interpela</p><p>pelo homem).</p><p>A Mora ex re se manifesta de 3 formas:</p><p>A 2.1 - Nas obrigações positivas > Obrigações que possuem um termo</p><p>estabelecido para pagamento ( art. 397 do C.C.).</p><p>Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno</p><p>direito em mora o devedor. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)</p><p>Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou</p><p>extrajudicial.</p><p>A 2.2 - Nas obrigações negativas > consiste nas obrigações onde o</p><p>devedor deve se abster de determinada prática e por este motivo será</p><p>constituído em mora, a partir do momento que executou o ato de que se devia</p><p>abster ( art. 390 do C.C.).</p><p>Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que</p><p>executou o ato de que se devia abster.</p><p>A 2.3 - Nas obrigações decorrentes de ato ilícito> Diferente do ato</p><p>ilícito do Código Penal. Refere-se ao ato ilícito do art. 186 do C.C.</p><p>TÍTULO III</p><p>Dos Atos Ilícitos</p><p>Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito</p><p>e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.</p><p>Todo aquele que causa prejuízo a outrem, comete ato ilícito se tornando</p><p>devedor da respectiva reparação. A mora é ex re porque o devedor é constituído em</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art240</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045</p><p>34</p><p>mora a partir do evento danoso, mesmo que a culpabilidade tenha sido determinada</p><p>em sentença judicial posterior, art. 398 do C.C. Ex: Acidente de carro no qual os</p><p>agentes culpam um ao outro. Neste caso indo à justiça, e na sentença identificar o</p><p>culpado, este deverá arcar com a mora, a partir do evento danoso.</p><p>Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que</p><p>o praticou. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)</p><p>Aula 09/05/2018</p><p>Faltei</p><p>B - Mora do credor / mora accipiendi - O inadimplemento da obrigação se dá por</p><p>fato atribuído ao credor.</p><p>Requisitos:</p><p>1 - Oferta real > Deve ser comprovado que o devedor efetivamente buscou</p><p>adimplir a obrigação.</p><p>2 - Recusa injusta > Para que o credor seja constituído em mora, sua recusa</p><p>deve ser considerada injusta.</p><p>3 - Vencimento da dívida > A dívida deve estar vencida tendo em vista que</p><p>em regra, o credor não é obrigado a receber antes do vencimento.</p><p>Art. 399 do C.C. Mora do devedor</p><p>Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa</p><p>impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso;</p><p>salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse</p><p>oportunamente desempenhada.</p><p>ANOTAÇÃO EM SALA DE AULA - Ex: Um cavalo deve ser entregue ao credor. Não foi entregue</p><p>no dia combinado e no dia seguinte ocorre um alagamento na região provocando a morte do</p><p>cavalo. O devedor estará em mora de responsabilidade por não entregar o cavalo, porém se o</p><p>cavalo está numa fazenda vizinha ao que deve ser entregue e o alagamento ocorre nas duas</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art240</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045</p><p>35</p><p>fazendas, o cavalo iria morrer mesmo entregue e aí só pagará pela mora e não será</p><p>responsabilizado.</p><p>O art. 399 do C.C. estabelece que o devedor em mora responde mesmo nos</p><p>casos de força maior ou de caso fortuito, salvo se provar isenção de culpa (o credor</p><p>por exemplo não foi buscar o bem) ou se comprovar que o bem iria se perder mesmo</p><p>que a obrigação fosse oportunamente desempenhada.</p><p>O art. 392 do C.C. Contrato benéfico ( gratuito) - é aquele no qual apenas</p><p>uma das partes se beneficia, enquanto a outra possui ônus. Ex: comodato,</p><p>doação...</p><p>** O contratante que possui o ônus, somente é responsabilizado se agir com dolo.</p><p>** O contratante Beneficiado responde por simples culpa. (significa que também</p><p>responde por dolo).</p><p>OBS: Responde também por dolo Por que se responder pelo “ menos” (simples</p><p>culpa), responde pelo “ mais”.</p><p>Purgação da Mora</p><p>É o cumprimento da obrigação com o pagamento dos reflexos decorrentes da mora</p><p>podendo esta ser purgada tanto pelo credor quanto pelo devedor como se observa no</p><p>disposto no artigo 401 do C.C.</p><p>Art. 401. Purga-se a mora:</p><p>I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos</p><p>decorrentes do dia da oferta;</p><p>II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos</p><p>da mora até a mesma data.</p><p>1 - Purgação pelo devedor> Ocorre quando o devedor cumprir a obrigação,</p><p>pagando pelos reflexos decorrentes da mora.</p><p>36</p><p>2 - Purgação pelo credor> Ocorre quando o credor aceita a prestação</p><p>pagando pelos reflexos da mora inclusive com o prejuízo suportado pelo devedor em</p><p>manter a coisa.</p><p>Reflexões da inadimplência:</p><p>1 - Perdas e danos; 2 - Juros; 3 - Cláusula penal (multa); 4 - Arras ou sinal.</p><p>Aula 16/05/2018</p><p>C - Mora de ambos os contratantes/ mora bilateral -</p><p>PERDAS E DANOS</p><p>Conceito - Prejuízo sofrido pelo inadimplemento da obrigação que enseja uma</p><p>indenização. Importante observar que nem todo inadimplemento gera indenização</p><p>por perdas e danos. Na fixação de indenização por perdas e danos, o juiz deverá</p><p>observar a existência de:</p><p>1. Dano Emergente (dano positivo) - Consiste no prejuízo imediato.</p><p>2. Lucros Cessantes (dano negativo) - Consiste Naquilo que se deixou de</p><p>ganhar. Fato atribuído ao devedor.</p><p>3. Nexo de Causalidade - Consiste na ligação entre o prejuízo sofrido pelo</p><p>credor e a conduta do devedor, seja a conduta comissiva ou omissiva.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Arts. 402 e 403 do C.C.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>Das Perdas e Danos</p><p>Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao</p><p>credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.</p><p>37</p><p>Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os</p><p>prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do</p><p>disposto na lei processual.</p><p>OBS: O dolo do devedor é irrelevante na fixação das perdas e danos como se</p><p>observa pelo disposto no art. 403 do C.C.</p><p>Arts. 404 do C.C. (não é muito relevante)</p><p>Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com</p><p>atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros,</p><p>custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.</p><p>Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena</p><p>convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.</p><p>JUROS (Reflexo da inadimplência)</p><p>** Um reflexo do inadimplemento.</p><p>** Os juros se presumem existente. se não for Expresso, será juros legais.</p><p>** Lei 4.595/64 (das instituições financeiras - juros do cartão de crédito) + art.</p><p>192, §3º da C.F. e E.C. 40.</p><p>Conceito - Fruto civil do capital.</p><p>ESPÉCIES DE JUROS</p><p>1. Juros Compensatórios (juros remuneratórios) - Aquilo que se paga pela</p><p>utilização do capital alheio.</p><p>2. Juros Moratórios - São juros que decorrem do inadimplemento relativo da</p><p>obrigação.</p><p>38</p><p>3. Juros Legais - São juros que decorrem da previsão legal.</p><p>4. Juros Convencionais - São os juros convencionados pelos contratantes.</p><p>5. Juros Simples - São juros que incidem somente sobre o capital.</p><p>6. Juros Compostos “Anatocismo” (juros Capitalizados) - Correspondem a</p><p>incidência dos juros sobre o capital, acrescido dos juros existentes.</p><p>Arts. 406 e 407 do C.C.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>Dos Juros Legais</p><p>Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa</p><p>estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que</p><p>estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.</p><p>Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se</p><p>contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que</p><p>lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as</p><p>partes.</p><p>Arts. 161, §1º do C.T.N.</p><p>Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja</p><p>qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e</p><p>da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.</p><p>§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por</p><p>cento ao mês.</p><p>Arts. 591 do C.C. (permissão dos juros sobre juros)</p><p>Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob</p><p>pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a</p><p>capitalização anual.</p><p>Próximo assunto: Cláusula penal.</p><p>Aula 23/05/2018</p><p>CLÁUSULA PENAL (Reflexo da inadimplência)</p><p>http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/L10406.htm#art406</p><p>39</p><p>** Também conhecido como multa.</p><p>Conceito: É cláusula acessória que pune o contratante inadimplente, podendo ser a</p><p>punição dinheiro, coisa ou a perda de um benefício. Tem natureza jurídica de</p><p>cláusula acessória, o que significa dizer que, se o negócio principal for invalidado a</p><p>cláusula não subsistirá, já que o acessório segue o principal. Art. 408 e 409 do</p><p>C.C.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>Da Cláusula Penal</p><p>Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe</p><p>de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.</p><p>Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior,</p><p>pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou</p><p>simplesmente à mora.</p><p>FUNÇÕES DA CLÁUSULA PENAL</p><p>Possui duas funções, a de prefixar perdas e danos já que as</p><p>partes procuram</p><p>antever os prejuízos resultantes do inadimplemento, mas servem também como meio</p><p>de coagir o contratante a cumprir a obrigação.</p><p>ESPÉCIES DE CLÁUSULA PENAL</p><p>1. Cláusula Penal Compensatória - É a cláusula penal estabelecida para o caso de</p><p>inadimplemento absoluto da obrigação.</p><p>2. Cláusula Penal Moratória - A cláusula penal estabelecida para o caso de</p><p>inadimplemento relativo da obrigação.</p><p>Salvo disposição contratual em contrário, não é possível cumular a cláusula</p><p>penal com o pedido de perdas e danos.</p><p>40</p><p>Estabelece o art. 410 do C.C. que o credor diante da inadimplência terá o</p><p>benefício de escolher se executa a cláusula penal ou se requer perdas e danos.</p><p>Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da</p><p>obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.</p><p>Se optar por executar a cláusula penal não será necessário comprovar o</p><p>prejuízo, bastando apenas a comprovação da inadimplência conforme estabelece</p><p>art. 416 do C.C.</p><p>Porém se optar pelas perdas e danos, deverá comprovar os prejuízos sofridos</p><p>como prevê o parágrafo único do art. 416 do C.C.</p><p>Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.</p><p>Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor</p><p>exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale</p><p>como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.</p><p>** Por outro lado, a cláusula penal moratória admite a execução da multa</p><p>conjuntamente com a obrigação principal conforme art. 411 do C.C.</p><p>Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial</p><p>de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena</p><p>cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.</p><p>Previsão no art. 412 do C.C.</p><p>Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação</p><p>principal.</p><p>Certos negócios jurídicos possuem o valor da cláusula penal previamente</p><p>estabelecido em lei como é o caso por exemplo da multa condominial prevista no art.</p><p>1.336 §1º do C.C. que fixa em até 2%. ( condomínio edilício - Condomínio de</p><p>imóveis).</p><p>Art. 1.336. São deveres do condômino:</p><p>41</p><p>§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios</p><p>convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por</p><p>cento sobre o débito.</p><p>Não havendo fixação por lei, poderão as partes fixar livremente o valor da</p><p>cláusula penal desde que não ultrapasse o valor da obrigação principal.</p><p>Questão 78 da prova!</p><p>Valor da obrigação. R$ 50.000,00 // Valor da cláusula penal. R$ 50.000,00.</p><p>É possível reduzir o valor da multa? // R: Sim, conforme previsão do art.413 do</p><p>C.C. > Multa proporcional.</p><p>Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver</p><p>sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo,</p><p>tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.</p><p>Mesmo que a multa seja fixada nos limites do que dispõe o art. 412 do C.C.,</p><p>seu valor deverá ser reduzido segundo o art. 413 do C.C. se a obrigação for</p><p>cumprida em parte ou se a penalidade for considerada excessiva, tendo em vista a</p><p>natureza e a finalidade do negócio.</p><p>MÚLTIPLOS DEVEDORES</p><p>Havendo múltiplos devedores de obrigação indivisível , se o inadimplemento for</p><p>causado por um deles, poderá o credor executar a cláusula penal da seguinte forma:</p><p>42</p><p>Se o credor deseja cobrar a integralidade da multa de um só devedor, somente</p><p>poderá fazê-lo do devedor culpado uma vez que os outros devedores respondem</p><p>apenas pelo equivalente a sua cota.</p><p>Se o credor quiser cobrar a cláusula penal dos devedores não culpados poderá</p><p>fazê-las porém tais devedores somente arcarão com a multa dentro do percentual</p><p>de sua responsabilidade, podendo no entanto manejar ação regressiva contra</p><p>aquele que deu causa à execução da multa conforme art. 414 e § único do C.C.</p><p>Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão</p><p>na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um</p><p>dos outros somente pela sua quota.</p><p>Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu</p><p>causa à aplicação da pena.</p><p>Sendo a prestação divisível, o credor somente poderá executar a cláusula</p><p>penal do devedor culpado e em valor equivalente a sua cota, como prevê o art. 415</p><p>do C.C.</p><p>Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do</p><p>devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.</p><p>Aula 30/05/2018</p><p>ARRAS (art. 417 do C.C)</p><p>** Aliança: Em caso de desistência, o noivo devolvia a aliança, mas se fosse a noiva,</p><p>devolvia a aliança + o valor dela em dinheiro.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>Das Arras ou Sinal</p><p>Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras,</p><p>dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou</p><p>computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.</p><p>Conceito: As arras ou sinal, consiste na entrega de dinheiro ou coisa com o objetivo</p><p>de confirmar o negócio e ao mesmo tempo, prefixar perdas e danos. Se o</p><p>43</p><p>inadimplente for quem deu as arras, será obrigado a devolvê-las mais o valor</p><p>equivalente. Se as arras fornecidas forem do mesmo gênero da obrigação principal,</p><p>serviram de início de pagamento.</p><p>** 3 funções.</p><p>** Art. 418 do C.C.</p><p>Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito,</p><p>retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o</p><p>contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária</p><p>segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.</p><p>Não se confunde arras com cláusula penal uma vez que, as arras servem de</p><p>início de pagamento quando do mesmo gênero da obrigação principal, além do fato</p><p>de que as arras tem por objetivo confirmar o negócio jurídico.</p><p>A cláusula penal por outro lado não serve para confirmar o negócio e</p><p>também não serve de início de pagamento sendo somente cláusula que pune o</p><p>inadimplemento da obrigação.</p><p>ESPÉCIES DE ARRAS</p><p>1. Arras Confirmatórias - Função exclusivamente confirmatória. São</p>