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<p>Infectologia II</p><p>Leptospirose</p><p>Transmissão</p><p>-> A infecção humana pode ocorrer através do contato direto com animais infectados ou mais comumente via contato indireto com água ou solo contaminado com urina de roedores e outros animais que apresentem leptospiruria.</p><p>-> Contato pessoa-pessoa é muito raro.</p><p>Etiologia</p><p>-> A doença é provocada por uma bactéria espiroqueta.</p><p>-> o agente é sensível à luz solar direta, aos desinfetantes comuns, à dessecação, às variações de pH e a temperaturas superiores a 40c.</p><p>-> Pode sobreviver por vários dias na água (até 180) com pH neutro e em solos com alta saturação de água, demonstrando sua preferência por locais úmidos. Sobrevive também ao frio e mesmo ao congelamento (100 dias).</p><p>Patogenia</p><p>-> após penetrarem pela pele e mucosas, as leptospiras atingem a corrente sanguiena e rapidamente podem alcançar qualquer localização, com destaque para fígado, rins, coração e pulmão.</p><p>-> a leptospirose é considerada uma vasculite multissemica.</p><p>-> estudos em animais mostram uma doença multissemica com acometimento hepático, pulmorar e renal.</p><p>-> a doença provoca inflamação importante nesses órgãos devido à grande concentração de vascularização em seus tecidos.</p><p>Clínica</p><p>-> período de incubação pode variar de três a catorze dias, com extremos de três a quatro semanas.</p><p>-> a leptospirose segue usualmente uma evolução bifásica, sendo o primeiro momento o chamado período de leptospiremia, com duração de três a quatro dias. Segue-se um período de defervescencia que dura de um a dois dias, seguidos de um período com recrudescência da febre e dos sintomas que pode durar de quatro a trinta dias, chamado de segundo período ou fase imune da leptospirose.</p><p>-> a maior parte dos casos da doença se apresentam nas formas assintomáticas e oligossintomaticas, com muita semelhança clinica a episódios de virose.</p><p>Forma anictérica</p><p>-> Essa forma representa muito dos casos e tem uma evolução benigna sem grandes complicações para o hospedeiro.</p><p>-> principais manifestações clinicas da forma anictérica da leptospirose: Febre súbita + sufusao conjuntival + dor nas panturrilhas.</p><p>Fase ictérica</p><p>-> 15% dos pacientes.</p><p>-> manifestação clássica: síndrome de Weil (icterícia, insuficiência renal e hemorragias, mais comumente pulmonar)</p><p>-> Em geral, não se apresenta curso bifásico. Os sintomas descritos para forma anictérica são mais intensos e duradouros.</p><p>-> icterícia é sinal característico e geralmente aparece entre o terceiro e sétimo dia da doença. É preditor do pior prognostico, devido a sua associação com a síndrome de Weil. A icterícia é intensa e os níveis de bilirrubina podem ficar acima de 15mg/mL.</p><p>-> quase 50% dos pacientes apresentam sangramento de pele e mucosas, como petéquias e equimoses.</p><p>-> Sangramento pulmonar é a principal topografia de gravidade. Não ocorre coagulação intravascular disseminada na leptospirose. A elevação do fibrinogênio e a plaquetopenia podem auxiliar nestes fenômenos.</p><p>-> pacientes podem apresentar comprometimento pulmonar importante caracterizado por tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica e, ocasionalmente, dor torácica e cianose. Temos uma pneumonite intersticial grave com achados radiológicos com infiltrados difusos.</p><p>-> a hemoptise maciça denota gravidade e pode ocorrer de forma súbita, levando à insuficiência respiratória – síndrome da hemorragia pulmonar aguda e síndroma da angustia respiratória aguda (SARA) – e óbito.</p><p>-> deve-se ter forte suspeição para forma pulmonar grave em pacientes que apresentam febre e sinais de insuficiência respiratória, independente da presença de hemoptise. Pode ocorrer síndrome da angustia respiratória aguda na ausência de sangramento pulmonar. Outros tipos de diátese hemorrágica se associam com trombocitopenia.</p><p>-> hemorragia alveolar é principal causa em pacientes com síndrome de weil.</p><p>-> insuficiência renal aguda é uma das grandes complicações da fase tardia, caracterizada geralmente por ser não oligurica e hipocalemica nas fases iniciais, devido à inibição de rabsorcao de sódio nos túbulos renais proximais, aumento no aporte distal de sódio e consequente perda de potássio.</p><p>-> a presença de leptospira nos túbulos renais leva a uma nefrite intersticial grave.</p><p>-> no estágio de insuficiência renal oligurica, pode ser apresentado hiperpotassemia, e o pacientes pode desenvolver necrose tubular aguda, necessitando do inicio mediato de dialise para tratamento da insuficiência renal aguda.</p><p>-> outras manifestações na forma grave da leptospirose: miocardite, acompanhada ou não de choque, e arritmias agravadas por distúrbios eletrolíticos; pancreatite; anemia; e distúrbios neurológicos como confusão, delírio, alucinações e sinais de irritação meníngea. Pode causar meningite asséptica. Com maior frequência, ocorrem: encefalite, neuropatias cranianas (bell), mielite transversa e hemorragias cerebrais.</p><p>Diagnostico</p><p>-> suspeitar da doença quando o paciente tiver elementos epidemiológicos compatíveis (contato, exposição ocupacional, inundações) e clinica sugestiva (febre, mialgia, icterícia e fenômenos hemorrágicos).</p><p>-> suspeita clinica deve ser confirmada por métodos laboratoriais específicos. Na fase precoce, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio de exame direto, de cultura em meios apropriados, oniculacao em animais ou detecção do DNA do microorganismo (PCR). Na fase tardia, as leptospiras podem ser encontradas na urina, podendo ser cultivadas ou inoculadas.</p><p>-> os testes mais utilizados para diagnostico são ELISA e SAT.</p><p>-> a leptospirose na sua forma icterícia pode ser diferenciada das hepatites virais por apresentar aumento nos níveis de CPK, leve a moderada elevação nas aminotransferases ( Principais achados para provas: bilirrubina direta, IRA com hipopotassemia, leucocitose com desvio e transaminase pouco elevada.</p><p>Diagnostico diferencial</p><p>Abordagem inicial</p><p>-> a abordagem do paciente com suspeita de leptospirose deve seguir uma rotina de anamnese e exame físico.</p><p>Caso suspeito de leptospirose</p><p>-> individuo com febre, cefaleia e mialgia, que apresente pelo menos um dos seguintes critérios:</p><p>Anamnese</p><p>-> história clinica mais detalhada possível, e os itens a seguir devem constar em prontuário:</p><p>Tratamento</p><p>-> tratamento com antibióticos é controverso. Apesar da ausência de trabalhos bem conduzidos, a maioria dos estudos concorda com a administração de antibióticos, podendo ter alguma eficácia quando iniciada até o quinto dia após início dos sintomas.</p><p>-> penicilica cristalina, doxiciclina e tetraciclina são os mais usados (sete a dez dias).</p><p>-> medidas de suporte são de maior importância: reposição hidroeletrolítica deve ser precoce e agressiva, assistência cardiorrespiratória, transfusões de sangue e derivados, nutrição enteral ou parenteral, proteção gástrica.</p><p>-> acompanhamento do volume urinário e da função renal é fundamental para se indicar a instalação de dialise peritoneal precoce, o que reduz o dano renal e a letalidade da doença. A hemodiálise pode ser empregada em locais onde houver disponibilidade para casos que não respondem ou que não podem ser dialisados por via peritoneal.</p><p>-> dialise precoce é uma das principais condutas no manejo e prognostico.</p><p>-> suporte das alterações pulmonares: A pressão de oxigênio deve ser mantida alta, nos mesmos moldes utilizados no tratamento da síndrome do desconforto respiratório. Nessas situações, é mandatória a monitorização hemodinâmica.</p><p>Prevenção e controle</p><p>-> antiratização e saneamento básico.</p><p>Profilaxia pós exposição</p><p>-> doxiciclina 200mg/d por cinco dias. Controverso!</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p>