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Direito Processual do Trabalho 
 
 
Os Princípios do Processo do Trabalho 
 
 Primeiramente, pode-se citar, como princípio aplicável ao processo do trabalho, o jus 
postulandi, que se conceitua como a possibilidade de o empregado e o empregador estarem 
em juízo sem a necessidade da constituição de advogado, praticando atos processuais por si 
só, isto é, por si só exercendo a capacidade postulatória. Nesse sentido, o artigo 791 da CLT 
dispõe que “os empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a 
Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”. 
 Importante ressaltar que a súmula 425 do TST restringe o jus postulandi às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não podendo ser utilizado nas ações 
rescisórias, nos mandados de segurança, nas ações cautelares e nos recursos de competência 
do TST. Veja-se do teor da referida súmula: 
 
SÚMULA Nº 425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
ALCANCE. 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas 
do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação 
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de 
competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 
 
 Finalmente, o jus postulandi das partes também não se aplica para o procedimento de 
jurisdição voluntária de homologação de acordo extrajudicial, já que para este procedimento 
a lei exige a presença de advogado, conforme art. 855-B, da CLT. 
 Prosseguindo, o princípio da conciliação também é aplicável ao processo do trabalho. 
Consoante artigo 652, alínea ‘a’, e artigo 764 da CLT, a Justiça do Trabalho é eminentemente 
conciliadora. No procedimento comum ordinário, há dois momentos obrigatórios para a 
tentativa judicial de conciliação: quando da abertura da audiência (art. 846, CLT) e após as 
razões finais, porém antes da sentença (art. 850, CLT). 
 Diante da importância do princípio conciliatório para a Justiça do Trabalho, parte da 
doutrina e da jurisprudência defende a nulidade dos atos subsequentes do processo se o juiz 
não propuser a última tentativa de conciliação na audiência. No procedimento comum 
sumaríssimo, o juiz em qualquer fase da audiência pode incitar as partes ao acordo. 
 Ressalta-se, por oportuno, que, a despeito da importância da conciliação, o juiz não é 
obrigado a homologar acordo entre as partes, sendo, entretanto, obrigatório fundamentar a 
decisão que indefere a homologação de acordo, em observância à obrigatoriedade de 
fundamentação das decisões judiciais, prevista pelo artigo 93, IX, da CF, e pelo artigo 11 do 
CPC. Veja-se da redação da súmula 418 do TST: 
 
SÚMULA Nº 418 - MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À 
CONCESSÃO DE LIMINAR OU HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO 
A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do 
juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de 
segurança. 
Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
 
 Tendo em vista as considerações feitas acerca da necessidade de fundamentação da 
decisão, é importante destacar que a faculdade de homologação de acordo pelo juiz não é um 
“cheque em branco”. Nesse sentido, cabe mandado de segurança quando o magistrado nega a 
homologação sem fundamentar sua decisão, se isso ocorre durante a tramitação de processos 
no procedimento comum. Caso a não homologação do acordo ocorra no procedimento de 
jurisdição voluntária de homologação de acordo extrajudicial (art. 855-B e ss, CLT), caberá 
recurso ordinário. 
 Conforme se depreende da OJ 376 da SDI-1 do TST, a Justiça do Trabalho estimula o 
acordo em qualquer fase do processo, ainda que após o trânsito em julgado e já em fase de 
execução: 
 
“É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e 
homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a 
proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e 
indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do 
acordo” 
 
 O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível para as partes. 
Dessa forma, o termo de conciliação transita em julgado na data de sua homologação judicial 
e, caso qualquer das partes tenha a pretensão de impugná-lo, deverá fazê-lo por meio de ação 
rescisória. 
 Outro princípio de ampla importância no processo do trabalho é o princípio da 
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Decisão interlocutória está definida no 
art. 203, § 2o, do CPC, como todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se 
enquadre no conceito de sentença. Acerca do princípio da irrecorribilidade imediata de tais 
decisões, veja-se: 
 
Art. 799, §2º, CLT. Das decisões sobre exceções de suspeição e 
incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá 
recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que 
couber da decisão final. 
Art. 893, §1º, CLT. Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio 
Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões 
interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. 
Art. 855-A, CLT. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei 
no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil. 
§1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: 
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 
893 desta Consolidação 
 
 E, ainda: 
 
SÚMULA Nº 214 - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. 
IRRECORRIBILIDADE 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões 
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação 
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos 
para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, 
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. 
Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 
 
 Outro princípio afeto ao processo trabalhista é o princípio da oralidade. Segundo este 
princípio, os atos processuais são realizados pelas partes e pelo juiz em audiência, oralmente, 
de modo a simplificar os procedimentos e gerar maior celeridade. Nesse ponto, inclusive, 
destaca-se que o princípio da celeridade também permeia o ramo do direito abordado. Nos 
termos do art. 765 da CLT, “os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na 
direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar 
qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. 
 O princípio da concentração, por sua vez, encontra previsão nos artigos 849 e 852-C, 
da CLT, orientando a prática de atos em uma mesma oportunidade: 
 
Art. 849, CLT - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for 
possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou 
presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, 
independentemente de nova notificação. 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e 
julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, 
que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
 
 O artigo 769 da CLT (“nos casos omissos, o direito processual comum será fonte 
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as 
normas deste Título”) prevê o princípio da subsidiariedade. Nesse sentido, a aplicação do 
processo civil, de forma subsidiária, ao processo do trabalho, dar-se-á quando houver 
omissão na CLT, observando-se a compatibilidade das normas do processo civil com os 
princípios queorientam o processo do trabalho. 
 Ademais, o artigo 15 do CPC (“na ausência de normas que regulem processos 
eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas 
supletiva e subsidiariamente”) determina, ainda, a aplicação supletiva do CPC ao processo 
trabalhista. Enquanto a aplicação subsidiária visa ao preenchimento de lacuna normativa, a 
aplicação supletiva tem por finalidade atuar como complementação. 
 Importante destacar que o artigo 769 da CLT se aplica ao processo de conhecimento, 
uma vez que, se estivermos diante de procedimentos na execução, aplicar-se-á o disposto no 
artigo 889 da CLT (“aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, 
naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos 
executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal”). 
Assim, na execução, aplicam-se subsidiária e supletivamente, inicialmente, as disposições da 
Lei de Execuções Fiscais (Lei nº. 6.830/80). Persistindo a omissão, recorre-se, então, ao CPC. 
 O princípio da busca da verdade real é oriundo do princípio da primazia da realidade, 
aplicável ao direito material do trabalho. Nos termos do artigo 765 da CLT, os magistrados do 
trabalho podem determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento das causas. 
 O princípio da imediação autoriza o juiz a ter contato direto com as partes, peritos e 
testemunhas, a fim de melhor formar o seu convencimento. Esse princípio é veiculado pelo 
artigo 820 da CLT, de modo que, ao processo do trabalho, é inaplicável o artigo 459 do CPC. 
 O princípio da non reformatio in pejus, aplicável ao processo civil, também deve ser 
observado no processo trabalhista. A esse respeito, o Tribunal, no julgamento de um recurso, 
não pode proferir decisão que agrave a situação do recorrente. Evidente que, se ambas as 
partes recorrerem, o raciocínio não se aplica, já que qualquer dos recursos pode ser provido, 
melhorando a situação de quem recorre. No caso de reexame necessário, embora não tenha 
natureza recursal, o Superior Tribunal de Justiça editou a súmula 45, afirmando que é vedado 
ao tribunal agravar a situação do ente público. 
 Aplicáveis, ainda, os princípios da instrumentalidade das formas, da publicidade, da 
vedação da prova ilícita, entre outros. O princípio da instrumentalidade das formas, previsto 
nos artigos 188 e 277, ambos do CPC, postula que o ato processual não depende de forma 
específica para que seja praticado. E, ainda, que haja uma forma prevista em lei, e o ato seja 
praticado de modo diverso, será considerado válido, desde que preencha sua finalidade 
essencial. 
O princípio da publicidade é uma garantia que visa transparência sobre os atos e 
julgamentos do Poder Judiciário, admitindo restrição quando necessário ao interesse social. O 
princípio da vedação da prova ilícita (art. 5º, LVI, CF) determina que são inadmissíveis no 
processo as provas obtidas por meios ilícitos, mesmo que seu conteúdo seja válido. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CISNEIROS, Gustavo. Processo do Trabalho Sintetizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: Método, 2018. 
 
RENZETTI, Rogério; SANDES, Fábio. Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. 2. ed. 
São Paulo: Somos Educação, 2020.

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