Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTOCAGEM ,PRESERVAÇÃO E PROCESSAMENTO DA CARNE Fundamentos da conservação de produtos cárneos • A conservação dos alimentos é uma preocupação constante do homem ao longo da história, principalmente após a fixação geográfica. (O homem armazenava a sua carne em cavernas onde a temperatura era mais baixa) • A carne é um alimento facilmente deteriorável e, sem os procedimentos adequados de conservação, seria impossível garantir o abastecimento da população. • Os mecanismos de conservação devem reduzir as causas externas e internas de deterioração, garantindo condições mínimas necessárias de qualidade da obtenção ao consumidor final. Qualidade óbvia = segurança alimentar Conservação pelo frio (refrigeração, congelação) O frio é a forma mais rotineira para conservar carnes. • A diminuição da temperatura proporciona uma redução no desenvolvimento microbiano até um valor mínimo onde inibe-se totalmente o crescimento • Diminuição das atividades enzimáticas que contribuem para deterioração • O resfriamento proporciona conservação por alguns dias, eventualmente semanas, dependendo do produto, embalagem e temperatura Fundamentos da conservação de produtos cárneos Dependendo de sua capacidade de desenvolvimento em relação à temperatura, podemos caracterizar os microrganismos em: Prandl, et al. (1994) Indicadores de contaminação fecal Características da deterioração Bactérias Leveduras Fungos Limosidade na superfície da carne Descoloração Produção de gás Odores Cores anormais Putrefação Limosidade: Efeito da aglutinação de colônias de microrganismos Descoloração: Destruição dos pigmentos da carne Produção de gás: Hidrólise de proteínas, produção de CO2 e amônia Odores: Fermentação acética e butírica (anaeróbios) Cor anormal: Oxidação da mioglobina, sulfamioglobina (H2S), peróxido de hidrogênio (verde) C o n ta ge m b ac te ri an a in ic ia l ( U FC ) Lawrie, (2005) “Cadeia do frio” • A carne fresca deve ser mantida em refrigeração, que começa com o esfriamento das carcaças logo após o abate, e continua no transporte, manipulação e exposição de cortes para a venda e no armazenamento destes cortes na geladeira do consumidor. Critério de APPCC (HACCP) Análise de perigos e pontos críticos de controle TEXAS TECH ASFT Department 1893 ICEMAKER TEXAS TECH ASFT Department 1924 REFRIGERATED TRUCK Refrigeração • Após o abate, a temperatura interna das carcaças varia geralmente entre 30 a 39 oC. Devem ser reduzidas para temperatura próxima de 0 oC. Método convencional: Temperatura da câmara é mantida entre 0 a 4ºC. Velocidade do ar 0,3 a 1,0 m/s e umidade entre 88 e 92%. Carcaças bovinas atingem <10 oC (7 oC) em 24 h. Carcaças suínas atingem <10 oC em 12 horas. A perda de peso estimada é de 2,0 a 2,5%. Os principais métodos para resfriamento de carcaças são: 0 4 8 12 16 20 24 Horas de resfriamento 10 graus Sterling (1965) 1,0 m/s (superfície) • Método ultra-rápido (blast chilling): FASE 1: Temperatura da câmara é mantida de -20 a -40 oC Velocidade do ar 3,0 a 5,0m/s Umidade relativa (UR) de 85-90% FASE 2: Após 3 h continua o resfriamento - câmaras a 0 oC e velocidade do ar 0,5 a 1,5 m/s As carcaças bovinas atingem temperaturas <4 oC em 18-24 horas Suínos entre < 4 oC entre 12-16 horas. A perda de peso estimada é de 1,8%. Refrigeração Redução da maciez da carne pela incidência de encurtamento de fibras pelo frio Frio muito intenso e músculo em fase de pré-rigor A dureza não pode ser corrigida, mesmo após maturação Temperatura <10 oC antes de 10 horas post-mortem Sistema de circulação de ar melhorado (Prandl, et al. 1994) Problemas de estocagem Verificar 1. Temperatura de armazenamento 2. Tipos de produtos 3. Prazos de validade 4. Embalagens 5. Organização Problemas na vedação Problemas no mecanismo de degelo Transporte • Carga dos veículos com a carne completamente refrigerada (≤4 oC) • Ao final do processo de carregamento a temperatura deve ser 7 oC • Transporte por até 6 horas em condições de isolamento térmico • Acima de 6 horas é necessário um sistema de refrigeração no veículo. Congelação • A congelação pode ser considerado o melhor procedimento de armazenamento de longo prazo. • Não afeta significativamente os microrganismos presentes antes do processo • Diminui a atividade enzimática (inibindo a degradação) • Armazenamento a -18 a -25 oC Produto Validade (≤ - 18 oC) Pescado e subprodutos 12 meses Carnes bovina e suína 18 meses Carne moída 8 meses Aves 12 meses Salsichas e conservados 10 meses Velocidade de congelação Congelação lenta: • Velocidade de 0,05 oC/minuto • Maior velocidade de congelação da água extracelular • Maior período de cristalização • Perdas no descongelamento OS NUTRIENTES HIDROSSOLÚVEIS SE PERDEM COM O SUCO EXSUDADO - COMO SAIS MINERAIS, AMINOÁCIDOS E VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS PROTEÍNAS Velocidade de congelação Congelação rápida: • Velocidade em torno de 0,5 oC/minuto • Temperatura cai rapidamente abaixo do ponto de congelação inicial • Menor efeito prejudicial IMPLICA POUCAS ALTERAÇÕES DAS PROPRIEDADES SENSORIAIS DA CARNE. O VALOR NUTRITIVO É POUCO ALTERADO PELO CONGELAMENTO E ESTOCAGEM, PORÉM, ALGUNS NUTRIENTES SE PERDEM COM O DESCONGELAMENTO PC – pré-congelamento Pré-congelamento Processo lento Processo rápido Método mais antigo – salga a seco (sal) • A primeira geladeira surgiu no século 19, nos Estados Unidos, pelas mãos do inventor Jacob Perkins. • No Brasil, a primeira geladeira apareceu em 1934 AÇÃO DESIDRATANTE E BACTERIOSTÁTICA FORNECER SABORES AOS PRODUTOS Estocagem e preservação da carne controle de umidade Estocagem e preservação da carne controle de umidade Cura • Conservação da carne pela adição de sal, nitrito e nitrato, açúcar e outros condimentos • Permite conservar a carne por um longo período de tempo e proporciona sabor e aparência característico (atrativo) • Previne o crescimento microbiano pelo aumento da pressão osmótica do meio Sais de cura Nitrito e Nitrato de Sódio • Finalidades: Inibir o desenvolvimento bacteriano Preservar o aroma Conferir e preservar a coloração Nitrato é fonte de nitrito (mais importante aditivo de cura) Ação de microrganismos presentes na carne Achromobacter e Micrococcus Aplicação dos ingredientes de cura • Várias técnicas de incorporação dos produtos • Garantir distribuição uniforme Evitar cor desuniforme e irregular, Evitar deterioração em áreas não atingidas pela mistura • A velocidade de cura das peças de carne depende primariamente da velocidade de difusão dos ingredientes pelos tecidos: Tamanho da peça Quantidade de gordura Método de aplicação MÉTODOS DE CURA CURA SECA Simples deposição ou fricção dos ingredientes de cura sobre a superfície da carne (Jerked Beef). • Alta concentração do sal na superfície • Todo sal de cura é adicionado de uma vez na superfície • Provoca exsudação: quebra de rendimento (até 10%) • Produtos menos suculentos / mais seco • Acúmulo de Nitrito • Possível formar pigmentação Verde: “queima pelo Nitrito” CURA ÚMIDA Imersão dos cortes em banho de salmoura ou injeção intramuscular• Sal de cura idêntico ao da cura seca, porém dissolvido em água. MÉTODOS DE CURA Tipos de produtos cárneos curados • Presuntos • Salames • Mortadelas • Salsichas • Linguiças • Bacon • Jerked beef Sumário de reações químicas do processo de cura Achromobacter Micrococcus pH normal da carne Reage com a mioglobina Sumário de reações químicas do processo de cura Óxido nitrico Oxigenação Oxidação Combinação com nitrito Óxido nitrico Calor O pigmento nitrosohemocromo apresenta coloração rosa e é mais estável que o nitrosomioglobina Produtos cárneos embutidos $$$$$$ Artigo 412 do RIISPOA “Embutidos” são todos os produtos elaborados com carne ou órgãos comestíveis curados ou não, condimentados, cozidos ou não, defumados e dessecados ou não, tendo como envoltório tripa, bexiga ou membrana animal . Tipos de produtos embutidos • Os embutidos podem ser: • Frescos • Secos • Cozidos Etapas básicas A fabricação dos embutidos compreende as seguintes fases: • Seleção e tratamento da matéria prima e ingredientes Presunto suíno Presunto de peru Trituração ou moagem •O grau de moagem depende do produto a ser elaborados •Constitui uma característica particular de cada produto •Alguns são compostos de carne picada grosseiramente e outro fina. Etapas básicas Salame tipo Italiano Salame tipo Hamburguês Etapas básicas Emulsão A emulsão é definida como a mistura de líquidos imiscíveis, um dos quais se dispersa em forma de pequenas gotículas ou glóbulos no outro Etapas básicas Fase dispersa Fase contínua • Na emulsão da carne, as proteínas solúveis dissolvidas na fase aquosa atuam como agentes emulsionantes, recobrindo todas as partículas de gordura dispersas • Para que a emulsão cárnea seja estável, é necessário que as proteínas sejam solubilizadas. • As proteínas miofibrilares são solúveis em solução salina mais concentrada. (2% a 3% ) • O sal e a trituração causa ruptura das paredes celulares e as proteínas solúveis em sal são extraídas. Etapas básicas Etapas básicas Etapas básicas Mistura • Consiste na mistura da carne, especiarias e outros condimentos. • Os ingredientes, especialmente os sais de cura e os condimentos devem ser distribuídos de forma uniforme Etapas básicas Etapas básicas Etapas básicas
Compartilhar