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DIREITO TUTELAR E COLETIVO DO TRABALHO Jornada de Trabalho: Jornada de trabalho é o lapso temporal diário em que o empregado se coloca à disposição do empregador em virtude do respectivo contrato de trabalho. É a medida principal do tempo diário de disponibilidade do obreiro em face de seu empregador como resultado do cumprimento do contrato de trabalho que os vincula. É o tempo a disposição do trabalhador, prestando serviços ou aguardando ordens. O objeto da jornada de trabalho é a segurança e a saúde do trabalhador. A Lei estabelece limites de 8 horas diárias e 44 horas semanais de trabalho, podendo serem restados serviços de segunda à sábado (excepcionalmente aos domingos em jornadas de trabalho de 12 horas por 36 horas). O controle da jornada de trabalho por escrito, só é obrigatório se o empregador tiver mais de 20 funcionários, no mesmo estabelecimento. EXCETO no caso do empregador doméstico, que deve ter por escrito o controle da jornada de trabalho de todos os seus funcionários. (art. 74, §2º, CLT) Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados. § 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso. Três tipos de empregados são enquadrados nas jornadas não controladas: os trabalhadores que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horários, os exercentes de cargo de confiança e o teletrabalhador. (Inviável o pagamento de horas extras) ● Atividades externas ● Gestor, diretoria, cargo de confiança ● Teletrabalho Horas Extras: As horas extras podem ser conceituadas como aquelas prestadas além do horário contratual, legal ou normativo (8h diárias ou 44h semanais). As horas podem ser prestadas tanto antes do início do expediente, como após o seu término normal ou durante os intervalos destinados a repouso e alimentação. Deve ser algo extraordinário tanto para o empregador quanto para o empregado. O adicional de hora extra deve ser de, no mínimo, 50% do valor do salário hora normal. Nada impede, entretanto, que a legislação ordinária ou as normas coletivas estabeleçam percentual superior a 50%, mas nunca inferior. O acordo deve ser necessariamente escrito, podendo ser um adendo ao contrato de trabalho ou mesmo cláusula daquele. Pode ser feito também por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, sendo que o adicional mínimo pelas horas extras prestadas é de 50%, conforme art. 7º, XVI, da CF. O limite de prorrogação da jornada de trabalho é de duas horas diárias, o que totalizaria mais dez horas diárias na jornada de trabalho do empregado. No entanto, caso o empregado trabalhe além das duas horas de prorrogação, deve receber o equivalente trabalhado. (art. 59, CLT) Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. O empregado que prestar horas extras, sem a autorização do empregador, terá o direito de receber por essas horas trabalhadas. Porém será passível de uma advertência ou suspensão, e se persistir poderá até ser motivo de Justa Causa. O empregado pode se negar a fazer hora extra, ele não é obrigado. Nem todo funcionário tem o direito de horas extras, previsto no artigo 62 da CLT. Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa. Empregados externos, que o empregador possui o controle do seu horário, tem o direito de horas extras. E gerentes sem a função de gestão, também tem o direito a horas extras. Teletrabalhadores, em que o empregador possui o controle do seu horário, tem o direito de horas extras. Banco de Horas: Banco de Horas é o meio pelo qual o empregador capta as horas extras trabalhadas pelo empregado afim de transformá-las em folga, assim ele não precisará pagar as horas extras e os seus adicionais. Pode ser estabelecido por qualquer empresa. O banco de horas deve ser previsto pela convenção coletiva. A compensação dessas horas em até 6 meses poderá ser acordada individualmente, acima de 6 meses e até um ano o acordo deverá ser coletivo. Se após o período de compensação ainda restarem horas no banco de horas do empregado, é necessário o pagamento dessas horas como horas extras mais adicionais. É o empregador quem escolhe quando será tirada as folgas do banco de horas do empregado, podendo ser negociáveis a critério do empregador. O limite de horas extras no banco de horas é de 2 horas diárias. Por exemplo: se o empregado fizer 3 horas extras no dia, apenas 2 entrarão no banco de horas e a outra restante deverá ser paga em dinheiro. Jornada Noturna: Jornada Noturna é aquela prestada em horário noturno, que para o trabalhador urbano começa às 22h e termina às 5h, para o trabalhador rural é das 21h às 5h, da pecuária é das 20h às 4h e para o advogado (não autônomo) é das 20h às 5h. Todo trabalhador noturno recebe um bônus salarial (o adicional noturno) sobre a hora normal de trabalho: - Trabalhador Urbano é de 20%; - Trabalhador Rural é de 25%; - Advogado é de 25%. Tendo o empregado sido avisado com antecedência, pode o empregador tirá-lo da jornada noturna quando quiser, visto que a lei entende que o horário diurno é menos prejudicial a saúde do empregado que o horário noturno. Sumula 60, TST: II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exemplos: 1) Um trabalhador urbano teve sua jornada noturna das 22h às 9h. Esse empregado receberá o adicional noturno equivalente a todas as horas trabalhadas (das 22h às 9h), por ter trabalhado todo o horário noturno. 2) Agora esse mesmo trabalhador em outro dia, teve sua jornada noturna das 3h às 12h. Ele só receberá o adicional noturno até as 5h, por não ter trabalhado todo o período considerado de jornada noturna, que começava as 22h. Turno Ininterrupto de Revezamento: O trabalho por turno é aquele realizado em grupo de trabalhadores que se sucedem nas mesmas máquinas do mesmo empregador, cumprindo horários que permitam o funcionamento ininterrupto da empresa. O revezamento, de que trata o inciso XIV do art. 7º é justamente a troca de trabalhadores em diferentes períodos do dia. Desse modo, enquadra-se no tipo legal o sistema de trabalho que coloque o empregado, alternativamente, em cada semana, quinzena ou mês, em contato com as diversas fases do dia ou da noite, cobrindo as 24 horas do dia. É irrelevante a existência de paralisação total ou parcial da empresa para tipificação dos turnos. XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Previsto por convenção coletiva. Jornada de trabalho de 6 horas. As horas prestadas além da sexta diária são horas extras que devem ser remuneradas com os respectivos adicionais legais ou convencionais Não obstante, a parte final do inciso XIV, do art. 7º, da CF prevê que a jornada de seis horas pode ser excepcionada por negociação coletiva e, assim, é entendimento sumulado pelo TST que pode haver flexibilização da jornada de seis horas, até o limite de oito diárias, semo pagamento da 7ª e 8ª horas como extras, nos termos da Sumula 423, do TST. Sumula 423, TST – pode a convenção coletiva prorrogar a jornada de trabalho para 8 horas, porém a 7ª e 8ª hora não serão pagas como horas extras e sim como hora normal. As horas extrapoladas a essas 8h serão pagas como horas extras. Sobreaviso e Prontidão: Sobreaviso – Jornada de sobreaviso é a possibilidade de o empregado aguardar em casa, o chamado do empregador para prestar seu serviço. (art. 244, §2º, CLT) § 2º Considera-se de sobreaviso o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de sobreaviso será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de sobreaviso, para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal. É necessário ter uma escala pré-estabelecida. Receberei 1/3 do valor da hora normal, pelo tempo que ficar esperando de sobreaviso, porém só se eu estiver impossibilitado de me locomover, sair de casa (a disposição da empresa). Prontidão – Estar de prontidão é o empregado aguardar o chamado do empregador, para prestação de serviço, na empresa. (art. 244, §3º, CLT) § 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal. Receberei 2/3 do valor da hora normal de trabalho, pelas horas que ficar esperando de prontidão na empresa. Períodos de Descanso: De maneira geral, a duração normal da jornada diária surge entrecortada por períodos de descanso mais ou menos curtos em seu interior - os chamados intervalos intrajornadas - e outros mais extensos, que separam, efetivamente, um dia de jornada de outro, que são os chamados intervalos interjornadas. Intervalos Intrajornadas: Os intervalos intrajornadas definem-se como lapsos temporais regulares, remunerados ou não, situados no interior da duração diária de trabalho, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador. Os intervalos intrajornadas, por serem curtos espaços de tempo situados no meio da própria jornada diária de trabalho, têm o único objetivo de proporcionar ao empregado tempo para que este recupere suas energias e se alimente, com a finalidade de se ter sempre preservada a saúde física e mental do trabalhador ao longo da prestação diária de serviços. Os intervalos previstos no artigo 71 da CLT, que determina que para os trabalhos contínuos de duração superior a 04 horas até o limite de seis horas, deve existir uma pausa de 15 minutos e, ainda, que para trabalhos de duração superior a seis horas, deve existir uma pausa de 1 a 2 horas. Em trabalhos de até 4h não é previsto nenhum tipo de pausa. Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. Intervalos intrajornadas, em trabalhos de duração superior a 6h, podem ser de 30 minutos quando houver um acordo ou convenção coletiva, segundo o art. 611 A, III da CLT. Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superior a seis horas; O trabalhador que não estiver gozando de seu tempo total de intervalo, terá o direito de receber do empregado o tempo faltante do intervalo mais 50% sobre o valor da hora normal de trabalho. (Art. 71, §4º) Art. 71, § 4º, A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Os intervalos concedidos aos prestadores de serviços de mecanografia (datilografia, escrituração e cálculos), que devem desfrutar de uma pausa de 10 minutos a cada período de 90 minutos de trabalho (art. 72, CLT). As pausas de 10 minutos são computadas como jornadas de trabalho e por isso, são remuneradas e, ainda, devem ser cumuladas com os intervalos normais para refeição e descanso previstos no art. 71 e seu parágrafo 1º. Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho. Para os trabalhadores em áreas frigoríficas ou câmaras frias, havendo movimentação de mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio, após 1:40min ou a cada 100 minutos, deve haver uma pausa de 20 minutos para repouso, computada essa pausa como de trabalho efetivo sendo, portanto, remunerada. Os mineiros devem ter um intervalo de 15 minutos de repouso para cada 03 horas consecutivas de trabalho, sendo esse intervalo computado como jornada de trabalho e, portanto, remunerado. Intervalo Interjornada: A lei celetista prevê que entre duas jornadas de trabalho deve haver um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas, conforme se vê pelo art. 66, sendo este o intervalo interjornada padrão, aplicável à maioria das categorias de trabalhadores. (Não remunerado) O tempo suprimido de descanso é pago como hora extra, ou seja o tempo do meu intervalo interjornada que eu perder será pago com o devido adicional de hora extra. Descanso Semanal Remunerado: O DSR ou RSR define-se como o lapso temporal de 24 horas consecutivas situado entre os módulos semanais de duração do trabalho do empregado, coincidindo preferencialmente com o domingo, em que o obreiro pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e aperfeiçoamento em sua inserção familiar, comunitária e política. Ao menos um domingo de folga no mês (necessidade de convívio social). Férias: As férias são o lapso temporal remunerado, de frequência anual, constituído de diversos dias sequenciais, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e de sua inserção familiar, comunitária e política. Art. 7º, XVII, CF: gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Para o empregado ter o direito de gozar de férias, é necessário que ele passe pelo período de um ano trabalhando na empresa. Conhecido como Período Aquisitivo. Agora o Período Concessivo, é o tempo que o empregador tem para dar às férias ao empregado, que é de um ano. Passados esse um ano, se o empregador ainda não tiver dado as férias ao empregado, ele terá de pagar o dobro das férias. O empregador pode determinar a data em que seus empregados sairão de férias, independentemente da vontade dos mesmos e desde que respeitado o limite máximo do período concessivo. (art. 136, CLT) Não obstante, existem três restrições legais à prerrogativa empresarial de definição da época de gozo das férias: a primeira, como já dito acima, a concessão deve sempre recair dentro do período de concessão das férias; em segundo lugar, o estudante menor de 18 anos tem direito a fazer coincidir suas férias trabalhistascom suas férias escolares (art. 136, §2º) e, em terceiro lugar, os membros de uma mesma família tem direito de usufruírem de suas férias no mesmo período, se assim desejarem e se não resultar em prejuízo para o serviço (art. 136, §3º). Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Via de regra os 30 dias de férias devem ser tirados de uma vez só. Porém o art. 134, § 1º apresenta uma exceção a regra. Art. 134, § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. É proibido o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado (Art. 134, §3º). A remuneração das férias corresponde ao valor do salário, considerado o correspondente período de trabalho. A este valor deve se acrescer o percentual de 1/3 (art. 142, CLT e art. 7º, inc. XVII, CF). O empregador deverá pagar a remuneração de férias em até dois dias antes do empregado sair de férias. Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. Art. 7º, XVII, CF: gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; O empregado tem o direito de vender 1/3 das suas férias, não podendo o empregador se negar a comprá-las (art. 143, CLT). Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. Tipos de Férias: a) Férias simples são aquelas adquiridas pelo empregado dentro do período aquisitivo. b) Férias vencidas são aquelas concedidas pelo empregador após o período concessivo, as quais devem ser pagas em dobro. c) Férias proporcional é aquela paga ao empregado quando não preenchido o período aquisitivo. Salário e Remuneração: A) Salário e remuneração são sinônimos e ambos significam a contraprestação pela prestação de serviço; B) Remuneração é gênero dentro do qual o salário é espécie, de modo que a primeira engloba todos os proventos advindos da relação de emprego ainda que não sejam parte do salário base; e C) Salário é a contraprestação paga pelo empregador diretamente enquanto a remuneração engloba parcelas pagas por terceiros (gorjeta) sendo que essa é a definição celetista. VR e VA são verbas indenizatórias não verbas remuneratórias. Formas de Estipulação: a) Por Tempo: Essa modalidade não se leva em conta a produtividade do trabalhador, mas simplesmente o tempo em que o empregado presta serviços ou que esteja à disposição do empregador aguardando ordens. O empregado deve receber seu salário, obrigatoriamente, após 30 dias de trabalho. Não podendo ter previsão de pagamento acima de 30 dias. Pago até o 5º dia útil do mês subsequente. Uma exceção a esses 30 dias, são os pagamentos referentes a comissão, gratificação e percentagem. As empregadas domésticas devem receber seu salário até o 7º dia corrido do mês subsequente. *Os sábados são contados como dia útil para contagem de pagamento do salário*. b) Por Unidade: No trabalho por unidade o trabalhador irá receber por aquilo que produzir, o que ocorre com trabalhadores que recebem por peça, por produção ou comissionistas. c) Por Tarefa: Trabalho por tarefa é um misto entre tempo e unidade. É uma figura híbrida resultado da combinação da fixação do salário por tempo e unidade, que estabelece uma importância por tempo para a produção de determinadas peças por dia. Isso significa que encerrada a produção diária ajustada, o empregado está dispensado de continuar sua prestação laboral por aquele dia. Proteção ao Salário: O salário está ligado diretamente com a questão da dignidade da pessoa humana. Dada a importância do salário na manutenção do trabalhador e de sua família, a doutrina e a legislação laboral impuseram diversas proteções quanto ao seu valor, contra abusos do empregador, contra discriminações na sua fixação, contra credores do empregador e até mesmo contra credores do empregado. a) Proteção em Relação ao Empregador: proteger o empregado em relação aos do empregador. - Irredutibilidade Salarial (art. 7º, VI, CF): O salário do empregado só poderá ser reduzido através de um acordo coletivo. Art. 7º, VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; - Intangibilidade Salarial: Não pode o empregador fazer nenhum desconto no salário do empregado sem autorização do empregado, salvo as deduções legais. São exemplos de descontos autorizados em lei o vale transporte, prestação alimentícia a filho menor, empréstimo consignado em folha de pagamento e contribuição sindical. - Periodicidade: O empregado deve ter completa ciência de quando receberá seu salário, em que período do mês. No mais tardar, como previsto em lei, no 5º dia útil do mês. Em relação aos meios de pagamento, deverá o salário ser pago em moeda corrente nacional (no caso do Brasil, o real). O salário deve ser pago exclusivamente ao empregado, porque se for pago a um terceiro (sua esposa, por exemplo) poderá se caracterizar como um salário não recebido. O empregador não pode obrigar um empregado a abrir uma conta corrente em determinado banco para receber seu salário. Deverá o empregador disponibilizar uma conta salário para cada empregado. b) Regra de Proteção em Relação ao Credor do Empregador: Sempre que o empregador tiver diversas dívidas, prevalecerá os créditos tributários sobre os demais credores, tendo um tento de 150 salários-mínimos por credor. Isto porque os créditos trabalhistas têm natureza alimentar. O crédito trabalhista é privilegiado, logo no caso de insolvência do empregador são os trabalhadores quem tem preferência na ordem de pagamentos. c) Regra de Proteção em Relação aos Credores do Empregado: O salário do empregado é impenhorável para pagamento de dívidas, exceto para o pagamento de dívidas de pensão alimentícia (Conforme diz a Lei). A Jurisprudência, tem o entendimento de que 30% do salário do empregado pode ser penhorado em casos de pagamento de débitos trabalhistas. Equiparação Salarial: É o meio pelo qual o legislador encontrou para assegurar a isonomia salarial no ambiente de trabalho. (art. 461, CLT) Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. Requisitos Objetivos: Para existir a equiparação salarial é necessário preencher todos esses requisitos, os quais são cumulativos. - Idêntica Função: diz respeito ao exercício de mesma atividade, atribuições, tarefas ou responsabilidades e não ao cargo ou denominação atribuída pelo empregador à função. Aqui vigora o princípio da primazia da realidade. Por exemplo: se um vendedor de uma loja, tiver exercendo a função de gerente nessa loja, poderá ele pedir a equiparação salarial com o salário do gerente. (Isso se preencher todos os outros requisitos. - Trabalho de Igual Valor: a equiparação é devida caso o trabalho seja de igual valor, feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a doisanos. - Mesmo Empregador: é necessário trabalhar para o mesmo empregador, se não, não é passível de equiparação salarial. - Mesmo Estabelecimento Empresarial: se não forem do mesmo estabelecimento, poderão ter diferenças em seus salários. - Tempo de serviço para o mesmo empregador não pode ser superior a 4 anos: a diferença de tempo de trabalho entre um e outro, naquela empresa, deve ser inferior a 4 anos, se for superior não poderá ter equiparação salarial. - Tempo na função não pode ser superior a 2 anos: se um empregado estiver exercendo aquela função a mais de dois anos que o outro empregado não será cabível a equiparação salarial. A equiparação salarial diz respeito a equiparar dois salários e não remunerações.