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WEB AULA 1 - Trabalho do Professor Integrando Teoria e Prática 
Unidade 2: O Professor Diante da AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO 
Olá! Sejam bem-vindos à nossa web aula!
Na primeira unidade tratamos sobre a importância do professor conhecer-se a si mesmo, conhecer a realidade que o cerca, para assim poder atuar com maior compromisso na escola. Entendemos que a Ação pode designar um ato preciso em algumas situações e, em outras, pode referenciar a Ação Humana de um modo geral. Também podemos considerar que os professores aprendem com a experiência. Sua formação intelectual apurada permite que durante o processo de observação e análise, a neutralidade e a frieza se tornem elementos chave para uma hipótese de solução mais viável.
Dando continuidade ao nosso estudo, nessa segunda Unidade, queremos convidar você a continuar a reflexão sobre a importância da ação-reflexão-ação permeando o trabalho do professor pesquisador. A proposta caminha no sentido de buscarmos entendimento sobre a forma como se estabelecem as relações entre o professor e o aluno, o professor e o ensino, com vistas à conquista da aprendizagem, sempre abordando a integração entre teoria e pesquisa no espaço escolar.
INTRODUÇÃO
Se quisermos saber como um professor reage diante de uma situação problema ou diante de uma ação coletiva é preciso observá-lo e interrogá-lo em diferentes situações. Nem sempre as pessoas reagem da mesma maneira diante dos problemas. O exercício da integração entre a Teoria e a Prática propicia maior segurança diante da efetivação trabalho do professor.
Ao falar sobre um episódio, cada pessoa que participou da ação, às vezes, reflete de forma diferenciada ou tem algo de diferente a destacar sobre um mesmo objeto. As formas de tratar sobre um episódio podem caminhar da Especulação à Sabedoria, depende do exercício de Reflexão realizado sobre a Ação. Uns pensam em voz alta ou falam sem dizer nada, o que lhes dá tempo para imaginar algo, outros se retiram do ambiente por um instante, alguns fecham os olhos, outros escrevem, outros desenham, outros se sentam enquanto outros caminham.
No contexto da AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO, várias possibilidades podem contribuir de forma metódica ou não. Podemos refletir em um espaço reservado, em conversa com os colegas, em um tempo de leitura individual ou coletiva, em correção de uma tarefa, durante a preparação de uma avaliação, enfim, sozinho ou acompanhado, chegamos a uma hipótese, a uma das possíveis respostas para a situação.
Um profissional reflexivo não se limita às teorias aprendidas na academia. Ele aprenderá com a prática do dia a dia. A prática reflexiva guarda relação com valores, normas, poder e justiça, e é nessa interação que podemos trabalhar suas relações e dimensões de valores éticos em vários contextos, em várias dimensões.
O trabalho de pesquisa ainda se justifica pelo potencial de mudança que propicia, tornando-se indispensável para a formação do pesquisador. E o pesquisador, por sua vez, deve desenvolver a humildade suficiente para tentar, expor-se, errar, recomeçar, modificar, experimentar e observar, além de tornar-se multiplicador do conhecimento, instigando os demais a questionarem novas situações.
A qualidade da pesquisa se torna transparente quando seus dados são apresentados sob forma de análise. Sua abrangência clareia o tema, na medida em que se lança luz sobre aquilo que estava oculto. Sua relevância se relaciona com sua aplicabilidade e importância para a escola, educação e sociedade.
Diante desse contexto, podemos perceber como se torna importante o Trabalho de Pesquisa em Grupo, ou seja, o Trabalho Coletivo. Ao participar do trabalho coletivo temos a oportunidade de observarmos como cada pessoa apresenta uma forma diferente de lidar com as situações, de observar e criticar diferentes contextos.
Ao trabalhar em grupo, as posturas, atitudes, afinidades, olhares diferenciados se completam e se complementam. Nem todos os professores demonstram a mesma sensibilidade diante de um acontecimento. Assim, torna-se importante destacar que até mesmo aqueles colegas de trabalho que pensam muito diferente de nós também contribuem com suas críticas e também devem ser respeitados em sua individualidade.
WEB AULA 2 - Desafios a Serem Superados Durante a Formação de Professores Reflexivos 
Unidade 2: O Professor Diante da AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO 
Segundo Alarcão (2001), a escola reflexiva pode ser entendida como uma organização que continuamente pensa sobre si própria, pensa em sua missão social e em sua organização. A escola se confronta com o desenrolar de suas atividades seguindo um processo avaliativo e formativo na qual seus profissionais se tornam os atores principais.
Nessa perspectiva, também se torna importante destacar que, após uma avaliação, ou seja, uma reflexão sobre a própria prática, ao ser detectado pelos profissionais da escola a necessidade de capacitação, todos devem acolhê-la.
Buscar capacitação significa olhar para si mesmo, analisar e aceitar suas dificuldades e criar soluções para executar com responsabilidade as ações definidas por meio de diálogo, reflexão, iniciativa, participação e experimentação.
Para Alarcão (2001), a mudança do clima escolar se concretiza quando todos a entendem e a assumem como um organismo vivo, dinâmico, capaz de atuar em situação de conflito, contradições, interação e construção do conhecimento acompanhando a modernização das organizações e o desenvolvimento tecnológico, entre outros.
Não é possível formar profissionais reflexivos sem inserir essa intenção em seu Plano de formação docente e sem mobilizar seus formadores.
Nessa perspectiva, formar é organizar contextos de aprendizagem exigentes e estimulantes, ou seja, significativos. Ambientes formativos que favoreçam o cultivo de atitudes saudáveis e o desabrochar das capacidades de cada um com vistas ao desenvolvimento das competências que lhes permitam viver em sociedade, conviver e intervir em interação com os outros cidadãos.
Nossos profissionais podem se especializar em análise de práticas, em estudos de caso, em supervisão de estágio, em acompanhamento de equipes multidisciplinar e projetos, visando exercer seu trabalho a partir de práticas. Atualmente, são poucos os formados que apresentam tal competência. Ainda existe um caminho a ser percorrido para que o desenvolvimento da prática reflexiva possa atingir o patamar adequado.
O currículo de curso contribui com esse paradigma, quando torna viva a ação do professor diante de seus alunos, ou seja, quando se tornam atores sociais, responsáveis em sua autonomia, críticos em seu pensamento, exigentes em sua profissão coletivamente assumida.
Entretanto, esse não é o único desafio.
Dentre os desafios apontados por Alarcão (2001) destacamos: A importância de se trabalhar o sentido e as finalidades da escola, trabalhar as rotinas sem desqualificá-las, trabalhar a identidade do professor, sua relação consigo mesmo, com a natureza e com os outros.
Alarcão (2001) ainda destaca a necessidade de se trabalhar os conflitos e as contradições da profissão e da escola, sem decepcionar seus atores. Importante para a autora é sempre partir das práticas e da experiência sem se restringir a elas, a fim de comparar, explicar e teorizar. Ajudar a construir competências, combater as resistências, sem desprezá-las.
Enfim, instigar a dinâmica do trabalho coletivo, mantendo sempre um olhar sistêmico, sem se esquecer das diferenças, do perfil de cada profissional que contribui com o trabalho.
Os professores formados pela escola reflexiva têm a possibilidade de estarem mais bem preparados para demonstrar capacidade de superação diante das dificuldades e para viver criticamente o cotidiano. Ao sentirem-se habituados a refletir, terão motivação para continuar a aprender e investigar. Poderão reconhecer com mais facilidade a importância das dimensões afetivas e cognitivas do ser humano, reagirão melhor diante da mudança e do risco que caracteriza a sociedade em profunda transformação.
A legitimidade daeducação foi conquistada seguindo a reflexão e resposta à seguinte questão: Com que direito o educador vai interferir na vida do educando se este é igualmente livre para aceitar, rejeitar, optar e tomar decisões? A legitimidade da educação emerge enquanto comunicação entre pessoas livres em graus diferentes de maturação humana, torna-se promoção do homem – promoção do educando e do educador.
Assim, o professor passa a enfrentar o desafio de acompanhar de forma crítica e reflexiva a atividade educacional, esclarecendo seus fundamentos, a contribuição das diversas disciplinas pedagógicas, ainda avaliando o significado das soluções escolhidas e os limites da ação educativa. (SAVIANI, 2012).
Consideramos ser um dos nossos lemas, desejar uma formação que consiga dar conta do que tratamos aqui. Uma formação que promova a interligação entre três dimensões da realização humana: a pessoal, a profissional e a social. Ao atravessar tais dimensões ainda encontramos a identidade e a centralidade de cada pessoa, sua racionalidade dialógica, seu discurso crítico, sua forma particular de refletir sobre as situações, sua autonomia e responsabilidade.
Para concluir essa nossa proposta de trabalho, convidamos todos vocês, envolvidos nesse estudo, a acreditarem na possibilidade de mudança como resultado do esforço contínuo, científico, ético, solidário, coletivo e persistente. Mudança que se processa a partir de agora, seguindo o movimento iniciado a partir desse tempo de reflexão e que terminará na observação, análise, registro e sistematização no espaço escolar.

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