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HIGI ENE ALIM ENTAR - PRO FESS OR A DRA. ADRI ANA C. P. S IQUEIRA CELSO MACHADO DOS SANTOS - 1º SEMESTRE - 2016 1 celso35@uol.com.br DOENÇA TRANSMITIDA POR ALIMENTOS (DTAS) 1. CONCEITO Doença causada pela ingestão de alimentos contaminados, com perigos biológicos, físicos ou químicos em condições de causarem doença. É importante ressaltar que este tipo de enfermidade pode se originar não apenas por razões microbiológicas. Por isso, a segurança alimentar deve ser observada nos aspectos: biológicos, físicos, químicos e microbiológicos. 2. PRINCIPAIS SINTOMAS Diarréia Dor de cabeça Dor abdominal Febre Formação de Gases Enjôo e Vômito Fadiga Perda de apetite HIGI ENE ALIM ENTAR - PRO FESS OR A DRA. ADRI ANA C. P. S IQUEIRA CELSO MACHADO DOS SANTOS - 1º SEMESTRE - 2016 2 celso35@uol.com.br 3. CLASSIFICAÇÃO DECORRENTE DO MECANISMO PATOGÊNICO DOS MICRORGANISMOS E DO QUADRO CLÍNICO CAUSADO Toxinose Infecção Infestação Intoxicação química Toxinose Multiplicação microbiana com produção de toxina no alimento Decorrente da multiplicação de bactérias toxinogênicas. Ex.: Staphylococus aureus, Clostridium botulinum e Bacillus cereus Infecção Quadro clínico decorrente da ingestão de microrganismos patogênicos que se multiplicam no trato gastrintestinal. Ex.: Salmonella sp., Shigella sp., Escherichia coli. Infestação Parasitoses. Ex: Helmintos e Protozoários com ação patogênica intestinal Intoxicação química Causada por substância química presente no alimento. Tipos: DE ORIGEM: substância presente no alimento. algas – cianotoxinas vegetais – Manitol animais – tedrotoxina (baiacu) fungos – muscarina PRODUZIDAS: Ex: Micotoxinas – toxinas de fungos ADICIONADA: Ex: agrotóxicos, pesticidas, raticidas, metais pesados, etc. 4. SEGUNDO A OMS: 60 % dos casos de doenças de origem alimentar são decorrentes de técnicas inadequadas de processamento e por alimentos contaminados servidos em restaurantes, envolvendo microrganismos e parasitos patogênicos, além de seus produtos tóxicos. Segundo a OMS: DTAs PODEM LEVAR A MORTE O que fazer? Prevenção de agentes patogênicos e condições de maior risco Conhecer as DTAs estudo EPIDEMIOLÓGICO abrangente e aprofundado HIGI ENE ALIM ENTAR - PRO FESS OR A DRA. ADRI ANA C. P. S IQUEIRA CELSO MACHADO DOS SANTOS - 1º SEMESTRE - 2016 3 celso35@uol.com.br 5. ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO Epidemiologia É o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos problemas de saúde em populações humanas, bem como a aplicação desses estudos no controle dos eventos relacionados com saúde. É a principal ciência de informação de saúde, sendo a ciência básica para a saúde coletiva. Etimologicamente, “epidemiologia” significa o estudo que afeta a população (epi= sobre; demio= povo; logos= estudo) Agente etiológico Origem ou fonte de contaminação Características ecológicas do agente estrutura metabolismo hospedeiro transitório e definitivo o equilíbrio ambiental Mecanismos de transmissão contágio ar alimentos solo água hospedeiros vetores Ambientes mais favoráveis alimentos água solo Doenças quadro clínico (sintomas) síndromes Tratamento doença aguda crônica sub-clínica portadores Prevenção profilaxia em relação ao agente (métodos de evitar a contaminação multiplicação e persistência de toxinas) ou em relação ao hospedeiro suscetível (vacina e soro-prevenção) HIGI ENE ALIM ENTAR - PRO FESS OR A DRA. ADRI ANA C. P. S IQUEIRA CELSO MACHADO DOS SANTOS - 1º SEMESTRE - 2016 4 celso35@uol.com.br 6. AGENTES ETIOLÓGICOS MAIS COMUNS (TOXINA PRODUZIDA NO ALIMENTO) Staphylococus aureus : Nariz, região orofaríngea e mão dos manipuladores 1 a 6 horas de incubação Sintomas: vômitos, cólicas, mal estar, dores musculares, raras diarréias, sem febre Este quadro é decorrente da permanência dos alimentos por várias horas em condições adequadas para proliferação destes microrganismos Bacillus cereus : Solo, água, vegetais, grãos e farinhas 1 a 6 horas de incubação Sintomas: vômitos, cólicas, mal estar, dores musculares, raras diarréias, sem febre É consequência de alimentos cozidos armazenados em condições inadequadas de temperatura, por várias horas. Clostridium botulinum : Solo, água, vegetais e pescados 8 a 36 horas de incubação Sintomas: sinais neurológicos como visão dupla, dificuldade de falar, deglutir e respirar, mucosa da boca ressecada, insuficiência respiratória e morte É consequência de alimentos cozidos mantidos em anaerobiose e deixados por várias horas em temperatura inadequada de armazenamento, como: embutidos não refrigerados, enlatados mal processados e conservas caseiras de vegetais e pescados Clostridium perfringens Solo, água e vegetais 8 a 16 horas de incubação Diarréia, cólicas, raros vômitos, sem febre É consequência de alimentos cozidos ou refogados, que mantêm condições de anaerobiose, armazenados por várias horas em condições inadequadas de temperatura. Eschirichia coli (coliformes fecais) Fezes do homem ou animais 8 a 16 horas de incubação Diarréia, cólicas, raros vômitos, sem febre É consequência de vários alimentos contaminados através do ambiente ou da manipulação, mal cozidos, deixados por várias horas em condições inadequadas de temperatura. Salmonella sp Matérias-prima contaminada: carnes, aves, frutos do mar, gema de ovo e hortaliças, manipuladores. 12 a 72 horas de incubação. Diarréia, cólica, febre e vômitos. É consequência de alimentos mal cozidos, deixados em temperatura inadequada por várias horas. HIGI ENE ALIM ENTAR - PRO FESS OR A DRA. ADRI ANA C. P. S IQUEIRA CELSO MACHADO DOS SANTOS - 1º SEMESTRE - 2016 5 celso35@uol.com.br 7. PROCEDIMENTO EM CASO DE DTA EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO Diagnóstico de fatores que levam ao surto Técnica de preparação utilizada para cada alimento Armazenamento (tempo e Tº de refrigeração) Distribuição (tempo e Tº - pass through e balcão térmico) Condições ambientais (análise microb. de utensílios e equip) Diagnóstico do agente etiológico Coleta de amostras (análise microbiológica) Período de Incubação e duração da doença Registro e análise do cardápio (alimentos envolvidos) Pesquisar presença de surto de infecções Objetivo Atuar de forma preventiva, evitando riscos de contaminação que possam ocasionar doenças transmitidas por alimentos (POPs, BPF, APPCC). Fornecer subsídios para investigação de surtos de doenças transmitidas por alimentos e esclarecimentos para elaboração de relatórios contendo medidas de controle e/ou corretivas. Ações Preventivas Evitar que os microrganismos contaminem os alimentos através do homem, do ambiente ou matéria prima. Evitar que os microrganismos sobrevivam nos alimentos através da cocção e reaquecimento corretos (74ºC no interior do alimento por 5 minutos). Evitar que ocorra a recontaminação dos alimentos através da manipulação pós-cocção e do armazenamento incorreto. Evitar que os microrganismos se multipliquem nos alimentos através do controle do tempo e temperatura Quatro eixos de atuação HIGIENE - Ambiental, Alimentos, Mãos, Manipulador, Utensílios, Equipamentos. TÉCNICA - Adequação de Cardápio, Pré-Preparo, Preparo Final, Tempo e Temperatura. TEMPERATURA - Refrigeração, Manipulação, Cocção,Distribuição. TEMPO - Armazenamento, Manipulação, Distribuição. Ações Corretivas Na ocorrência da doença transmitida por alimentos, são três as ferramentas que auxiliam na investigação da causa: o levantamento epidemiológico a análise do processo as análises microbiológicas. HIGI ENE ALIM ENTAR - PRO FESS OR A DRA. ADRI ANA C. P. S IQUEIRA CELSO MACHADO DOS SANTOS - 1º SEMESTRE - 2016 6 celso35@uol.com.br Análise Microbiológica Amostras de alimentos, suco, etc. e água devem ser submetidas à análise microbilógica. Os resultados da análise microbiológica seguem os parâmetros estabelecidos pela Legislação (Resolução RDC 12 de 02/01/01 ANVISA/MS), para cada tipo de produto analisado. Análise do Processo Obter informações sobre a possível fonte de contaminação e falhas de processo Realizar olevantamento dos fluxos de preparo dos alimentos de maior risco Gerar recomendações específicas como alteração do cardápio Prevenir o surgimento de novos casos pela identificação do alimento e/ou produto (matéria-prima, industrializados, semi-elaborados, etc.) Retirar o alimento ou produto de venda ou da rotina de preparo Plano de Ação Elaborar o Plano de Ação Investigando a possível causa da não-conformidade e suspeita Evidenciando as necessidades de treinamento da equipe Dimensionando os equipamentos Intensificando a supervisão operacional e treinamentos Adequando todos os cardápios às condições físicas e operacionais Relatório Conclusivo Baseando-se no levantamento como um todo, juntamente com os resultados das análises microbiológicas, a Coordenadora de Qualidade elabora o relatório conclusivo, contendo dados como: provável alimento causador e microrganismo responsável. Anexar ao relatório técnico o Plano de Ação contendo todas as ações executadas e a serem executadas com foco corretivo e preventivo. O relatório conclusivo deverá ser encaminhado aos demais interessados e responsáveis, como: Cliente, Diretores, Gerente de Operações e Coordenador de Qualidade.
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