Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior | Prof. André Almeida Aula no 12: Extremos relativos e absolutos. Método do Intervalo Fechado Objetivos da Aula • Definir e determinar Extremos Absolutos e Relativos de uma função; • Enunciar o Método do Intervalo Fechado para determinar extremos absolutos. 1 Extremos Relativos e Absolutos Definição 1 (Extremos Absolutos). Seja c um número no domínio de uma função f . Então f(c) é o (i) valor máximo absoluto de f em D se f(c) ≥ f(x) para todo x em D. (ii) valor mínimo absoluto de f em D se f(c) ≤ f(x) para todo x em D. Nestas definições, o número c é chamado ponto de máximo ou ponto de mínimo e f(c), o valor máximo ou valor mínimo de f . Os máximos e mínimos absolutos de uma função são chamados de extremos absolutos da função. Observe o gráfico abaixo: Figura 1: Gráfico da função f Note que o gráfico da função exibida possui máximo absoluto em d e mínimo absoluto em a. Os pontos (a, f(a)) e (d, f(d)) são, respectivamente, o ponto mais baixo e o ponto mais alto no gráfico. Definição 2 (Extremos Relativos). O número f(c) é um (i) valor máximo local de f se f(c) ≥ f(x) quando x está próximo de c. (ii) valor mínimo local de f se f(c) ≤ f(x) quando x está próximo de c. Note ainda, no gráfico da Figura 1, que se considerarmos apenas os valores próximos de b, por exemplo, no intervalo (a, c), então f(b) é o menor destes valores de f(x) e é chamado de valor mínimo local, enquanto que, considerando valores de f(x) no intervalo (0, b), teremos que f(a) é o maior destes valores, logo será chamado de valor máximo local. 1 Cálculo I Aula no 15 Exemplo 1. O gráfico da função quadrática f(x) = x2 − 4x+ 3 é mostrado na figura abaixo: Note que, para x = 1 e x = 3, temos que f(x) = 0. Neste caso, dizemos que 1 e 3 são raízes da função. Além disso, observe que em x = 2, temos f(x) = −1, que é o valor mínimo absoluto da função que é também o valor mínimo local. � Exemplo 2. Observe o gráfico da função f(x) = x3 − 3. Note que essa função não tem nenhum valor máximo absoluto e nem um valor mínimo absoluto. De fato, ela não possui nenhum valor extremo local. � Observação 1. Nem toda função possui extremos absolutos, existe porém um teorema do cálculo que garante que toda função contínua definida em um intervalo fechado [a, b] tem extremos absolutos neste intervalo. Teorema 1 (do Valor Extremo). Se f for contínua em um intervalo fechado [a, b], então f assume um valor máximo absoluto f(c) e um valor mínimo absoluto f(d) em certos números c e d em [a, b]. O Teorema do Valor Extremo garante a existência de valores máximos ou mínimo absolutos no intervalo [a, b] mas não diz como encontrá-los. Graficamente nos pontos máximos e mínimos passa reta tangente Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 2 Cálculo I Aula no 15 e é paralela ao eixo dos x, isto é, f ′(c) = 0 e f ′(d) = 0. O teorema a seguir garante isso para funções diferenciáveis. Teorema 2 (de Fermat). Se f tiver um máximo ou mínimo local em c e se f ′(c) existir, então f ′(c) = 0 em [a, b]. Exemplo 3. A função f(x) = x3 tem derivada f ′(x) = 3x2 e f ′(0) = 0, mas c = 0 não é máximo e nem mínimo. Observe graficamente: � Exemplo 4. A função f(x) = |x| tem seu valor mínimo (local e absoluto) em 0, mas o valor não pode ser encontrado por considerar f ′(x) = 0 porque, f ′(0) não existe. Observe o gráfico: � Observação 2. O exemplo 3 demonstra que, mesmo quando f ′(c) = 0, não é necessário existir um mínimo ou máximo em c, ou seja, a recíproca do Teorema de Fermat não é verdadeira. Já o exemplo 4 sugere que pode existir um valor extremo mesmo quando f ′(c) não existir. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 3 Cálculo I Aula no 15 O Teorema de Fermat sugere que devemos pelo menos começar procurando valores extremos de f no números c onde f ′(c) = 0 ou onde f ′(c) não existe. Esses números são chamados de números críticos. Definição 3 (Número Crítico). Um número crítico ou ponto crítico de uma função f é um número c no domínio de f tal que ou f ′(c) = 0 ou f ′(c) não existe. Exemplo 5. Encontre os pontos críticos de f(x) = x2 − 4x+ 3. Solução: Temos que o domínio de f é o conjunto R. Derivando f(x) e igualando a zero, temos: 2x− 4 = 0 ⇒ x = 2. Então c = 2 é um número crítico. Como f(2) = −1, então o ponto P = (2,−1) é um ponto crítico de f . � Exemplo 6. Encontre os pontos críticos de f(x) = x+ 1 x . Solução: Como f ′(x) = 1 − 1 x2 . Fazendo f ′(x) = 0, temos que x = ±1. Substituindo esses valores na função, obtemos P = ( 1, 1 2 ) e Q = (−1, 12), pontos críticos de f . � Em termos de números críticos, o Teorema de Fermat pode ser reescrito da seguinte forma: Teorema 3 (de Fermat). Se f tiver um máximo ou mínimo local em c, então c é um número crítico de f . Para encontrar um máximo ou um mínimo absoluto de uma função contínua em um intervalo fechado [a, b] observamos que ele é local (nesse caso ocorre em um número crítico), ou acontece em uma extremidade do intervalo. O procedimento de três etapas sempre funciona: O Método do Intervalo Fechado Para encontrar os valores máximos e mínimos absolutos de uma função contínua f em um intervalo fechado [a, b]: 1. encontre os valores de nos números críticos de f em um intervalo aberto [a, b]. 2. encontre os valores de f nas extremidades do intervalo [a, b]. 3. o maior valor entre as etapas 1a e 2a é o valor máximo absoluto, ao passo que o menor desses valores é o valor mínimo absoluto. Exemplo 7. Encontre os valores máximo e mínimos absoluto da função f(x) = x3 − 3x2 + 1 no intervalo[ −1 2 , 4 ] . Solução: Note que f é uma função polinomial, logo é contínua no intervalo dado. Dessa forma, podemos utilizar o método do intervalo fechado. Temos que: f(x) = x3 − 3x2 + 1 ⇒ f ′(x) = 3x(x− 2). Uma vez que f ′(x) existe para todo x, os únicos pontos críticos ocorrem quando f ′(x) = 0, isto é, x = 0 ou x = 2. Note que cada um desses números críticos está no intervalo ( −1 2 , 4 ) . Os valores de f nestes números críticos são: f(0) = 1 e f(2) = −3. Os valores de f nas extremidades do intervalo são: f ( −1 2 ) = 1 8 e f(4) = 17. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 4 Cálculo I Aula no 15 Comparando esses quatro números, vemos que o valor máximo absoluto é f(4) = 17 e o valor mínimo absoluto é f(2) = −3. Observe graficamente: � Exemplo 8. Encontre os valores máximo e mínimo absolutos da função f(x) = x − 2 cos(x) no intervalo [−pi, pi]. Solução: Note que f é contínua, pois é a soma de duas funções contínuas. Utilizando o método do intervalo fechado, temos: f(x) = x− 2 cos(x) ⇒ f ′(x) = 1 + 2sen(x). Uma vez que f ′(x) existe para todo x, os únicos pontos críticos ocorrem quando f ′(x) = 0, isto é, x = −pi 6 . Como esta raiz está no intervalo dado, temos que o valor de f neste número crítico é: f ( −pi 6 ) = −pi 6 − √ 3 ≈ −2, 25. Os valores de f nas extremidades do intervalo são: f(−pi) = 2− pi ≈ −1, 41 e f(pi) = pi + 2 ≈ 5, 14. Comparando esses quatro números, vemos que o valor máximo absoluto é f(pi) = 5, 14 e o valor mínimo absoluto é f ( −pi 6 ) = −2, 25. Observe graficamente: � Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 5 Cálculo I Aula no 15 Resumo O que são extremos relativos de uma função? E extremos absolutos? Como determiná-los? Aprofundando o conteúdo Leia mais sobre o conteúdo desta aula na seção 4.1 do livro texto. Sugestão de exercícios Resolva os exercícios da seção 4.1 do livro texto. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 6
Compartilhar