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2015_2_CALCULO3_01
1
Equações Diferenciais
Introdução
Modelos matemáticos são criados para possibilitar o estudo de diversos
fenômenos e sistemas. As características de um sistema são quantificadas por
valores e equações ou inequações são utilizadas para descrever as relações
entre elas. As equações diferenciais constituem-se em instrumento
fundamental para modelagem de sistemas e solução de intrincados problemas
de engenharia. Com auxílio de computadores, as equações diferenciais são
muito utilizadas para simulação de sistemas dinâmicos.
Referências
1. Stewart, J. Cálculo, vol. II. São Paulo: Pioneira, 2003.
2. Thomas, G. B. Cálculo, vol. II. São Paulo: Ao Livro Técnico, 1978.
3. Lang, S. Cálculo, vol. II. Rio de Janeiro: LTC, 1975.
4. Ayres JR, F. Cálculo Diferencial e Integral, 3ed, Makron Books, São Paulo, 1994.
5. Guidorizzi, Hamilton Luiz. Um Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
(bibliofesurv: 2)
6. Larson, Roland E.; Hostetler, Robert P.; Edwards, Bruce H. Cálculo – com Aplicações. 4ª
ed. Rio de Janeiro: LTC, 1995. (bibliofesurv:1)
7. Hughes-Hallett, Deborah; Gleason. Andrew M. et al. Cálculo. Vol. 2. Rio de Janeiro: LTC,
1997. (bibliofesurv:1)
8. Silva, Patrícia Nunes da. Equações Diferenciais Ordinárias. UERJ. Disponível em
http://www.ebah.com.br/uerj-equacoes-diferenciais-ordinarias-pdf-a22463.html
9. Elsgoltz, L. Ecuaciones Diferenciales y Cálculo Variacional. Editorial Mir
10. Bronson, Richard; Costa, Gabriel, Equações Diferenciais – Coleção Schaum, 3ed,
Bookman Editora, São Paulo, 2008.
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Conceitos Iniciais
Denominam-se equações diferenciais aquelas equações que envolvem uma
função incógnita e suas derivadas. Se a função incógnita for dependente de
uma única variável independente, a equação é denominada de equação
diferencial ordinária (edo). Como exemplos:
dxyxdy )32()1
053)2
2
2
y
dx
dy
dx
yd
x
x
y
dx
dy
dx
dy
2
)3
2
0)4
2
2
2
y
dx
dy
dx
yd
0)5
2
2
2
2
x
y
t
y
.
As equações diferenciais podem ser classificadas quanto à ordem e ao grau. A
ordem de uma equação diferencial é igual à ordem da maior derivada que ela
contém. Quanto ao grau, uma equação diferencial terá o mais alto grau
(expoente) de suas derivadas.
Nos exemplos: 1 e 3 são de primeira ordem, 2 e 4 são de segunda ordem, 1 e
2 são de primeiro grau e 3 e 4 são de segundo grau.
Apenas a equação do exemplo 5 não é ordinária, pois a função incógnita y é
dependente das variáveis t e x.
É considerada uma solução de uma equação diferencial a equação obtida com
as variáveis, sem derivadas ou diferenciais, a partir da equação dada.
A solução de uma equação diferencial pode ser geral (com um número de
constantes arbitrárias essenciais igual à ordem da equação) ou particular (sem
constantes arbitrárias).
A forma de uma equação diferencial de primeira ordem e primeiro grau é
0),(),( dyyxGdxyxF
.
A forma de uma equação diferencial de primeira ordem e primeiro grau em que
as variáveis são separáveis é
0)().()().( 1221 dyygxfdxygxf
sendo sua solução geral obtida através de
Cdyyg
yg
dx
xf
xf
)(
)(1
)(
)(1
22
.
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3
Outras Definições
A definição a seguir foi obtida através do site www.ebah.com.br.
Autora: Patrícia Nunes da Silva
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EXEMPLOS
1. Mostrar que
(a) y=2e
x
, (b) y=3x e (c) y=C 1e
x
+C2x,
onde C1 e C2 são constantes arbitrárias, são soluções da equação diferencial
y”(1-x)+y’x-y=0.
Resolução:
a) Deriva-se
y=2e
x
encontrando-se
y’=2ex e y”=2ex.
Substitui-se y, y’ e y” na equação diferencial
y”(1-x)+y’x-y=0
obtendo-se
2e
x
(1-x)+2e
x
x-2e
x
=0
2e
x
-2e
x
x+2e
x
x-2e
x
=0
0=0
b) Derivando
y=3x
obtém-se
y’=3 e y”=0
Substitui-se y, y’ e y” na equação diferencial
y”(1-x)+y’x-y=0
0 (1-x)+3x-3x=0
0=0
c) Derivando
y=C1e
x
+C2x
obtém-se
y’= C1e
x
+C2 e y”= C1e
x
Substitui-se y, y’ e y” na equação diferencial
y”(1-x)+y’x-y=0
C1e
x
(1-x)+(C1e
x
+C2)x-(C1e
x
+C2x)=0
C1e
x
- C1e
x
x+C1e
x
x+C2x-C1e
x
-C2x=0
0=0
A solução dada em (c) é a solução geral da equação diferencial (onde estão presentes as
constantes arbitrárias C1 e C2). Ela é a equação geral por satisfazer à equação dada e
conter o número máximo de constantes arbitrárias (no caso, duas, já que a equação
diferencial é de segunda ordem). As soluções (a) e (b) são soluções particulares, pois
podem ser obtidas a partir de determinados valores atribuídos às constantes C1 e C2. Em
(a) C1=2 e C2=0 e em (b) C1=0 e C2=3.
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2. Formar a equação diferencial cuja solução geral é:
(a) y=Cx
2
-x e (b) y=C1x
3
+C2x+C3 .
onde C1 e C2 são constantes arbitrárias, são soluções da equação diferencial
y”(1-x)+y’x -y=0.
Resolução:
a) Derivando
y=Cx
2
-x
obtém-se
y’=2Cx-1
De onde se obtém
𝐶 =
𝑦′+1
2𝑥
.
Substituindo na equação
y=Cx
2
-x
resulta em
𝑦 =
𝑦′+1
2𝑥
𝑥2 − 𝑥.
Daí
𝑦 + 𝑥 =
𝑦′ + 1
2
𝑥
2𝑦 + 2𝑥 = 𝑦′𝑥 + 𝑥
y’x=2y+x.
b) Derivando
y=C1x
3
+C2x+C3
obtém-se
y’=3C1x
2
+C2 , y”=6C1x e y”’=6C1 .
De onde se obtém
𝐶1 =
𝑦′′′
6
e 𝐶1 =
𝑦′′
6𝑥
.
Substituindo na equação
y=C1x
3
+C2x+C3
resulta no sistema
{
𝑦 =
𝑦′′′
6
𝑥3 + 𝐶2𝑥 + 𝐶3
𝑦 =
𝑦′′
6𝑥
𝑥3 + 𝐶2𝑥 + 𝐶3
Fazendo a diferença entre a primeira equação e a segunda, obtém-se
𝑦′′′
6
𝑥3 −
𝑦′′
6
𝑥2 = 0.
Daí:
y’’=xy’’’
Autor: Frank Ayres Jr
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EXERCÍCIOS
Nos exercícios a seguir, mostrar que a equação (a) expressa uma solução da
equação diferencial (b).
1) (a) y =5ex (b) dy/dx=y
2) (a) y=sen5x (b) d2y/dx2=-25y
3) (a) y=5ex (b) (d2y/dx2)(1-x)+ (dy/dx)x=y
4) (a) y=5x (b) (d2y/dx2)(1-x)+ (dy/dx)x=y
5) (a)y=Cex+Kx (b) (d2y/dx2)(1-x)+ (dy/dx)x=y
6) (a) y=5x (b) y’x-y=0
7) (a) y2=x2+2 (b) y’y=x
8) (a) (x+1)(y-1)=2 (b)dy/dx=(1-y)/(1+x)
9) (a)
3
2
5
x
ey
(b) dy/dx=-(2/3)y
10) (a) (1/y)=x+1+2ex (b) y’+y=xy2
11) (a)
3
4
3
1 xey
(b) y’-3x2y-x2=0
12) (a)
4
2 2
2
x
x
y
(b)
x
x
y
dx
dy
2
13) (a) y=9e-3x+5e3x-(5/9) (b) y’’=9y+5
14) (a) 𝑦 = (
3
2
𝑥2 + 5)
1
3
(b) xdx-y2dy=0
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Soluções de Equações Diferenciais
Após conhecer as equações diferenciais e identificar se uma expressão é
solução ou não, se estudará como obter soluções de equações diferenciais.
Autora: Patrícia Nunes da Silva
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Autora: Patrícia Nunes da Silva
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2015_2_CALCULO3_01
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Autora: Patrícia Nunes da Silva
Exemplo 1
Resolver
𝑑𝑦
𝑑𝑥
= −
𝑦
𝑥Separam-se as variáveis
𝑑𝑦
𝑦
= −
𝑑𝑥
𝑥
É necessário integrarem-se ambos os lados
∫
𝑑𝑦
𝑦
= ∫−
𝑑𝑥
𝑥
ln 𝑦 = − ln 𝑥 + 𝐶1
ln 𝑦 + ln 𝑥 = 𝐶1
ln 𝑥. 𝑦 = 𝐶1
𝑥𝑦 = 𝑒𝐶1
Fazendo C=e
C1
𝑥𝑦 = 𝐶
𝑦 =
𝐶
𝑥
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Exemplo 2
Resolver
𝑑𝑦
𝑑𝑥
= 2𝑥√𝑦 − 1
Separam-se as variáveis
𝑑𝑦
√𝑦 − 1
= 2𝑥𝑑𝑥
É necessário integrarem-se ambos os lados
∫
𝑑𝑦
√𝑦 − 1
= ∫2𝑥𝑑𝑥
∫
𝑑𝑦
(𝑦 − 1)
1
2⁄
= ∫2𝑥𝑑𝑥
∫(𝑦 − 1)−
1
2⁄ 𝑑𝑦 = ∫2𝑥𝑑𝑥
Integração por substituição resulta em
2√𝑦 − 1 = 𝑥2 + 𝐶
Ambos os membros ao quadrado
4(𝑦 − 1) = (𝑥2 + 𝐶)2
Isolando y
𝑦 =
(𝑥2 + 𝐶)2
4
+ 1
Exemplo 3
Resolver
𝑦′ = −
(1 + 𝑥)𝑦
(1 − 𝑦)𝑥
Separam-se as variáveis
𝑑𝑦
𝑑𝑥
= −
(1 + 𝑥)𝑦
(1 − 𝑦)𝑥
(1 − 𝑦)𝑑𝑦
𝑦
= −
(1 + 𝑥)𝑑𝑥
𝑥
É necessário integrarem-se ambos os lados
∫
(1 − 𝑦)𝑑𝑦
𝑦
= ∫−
(1 + 𝑥)𝑑𝑥
𝑥
∫(
1
𝑦
− 1)𝑑𝑦 = −∫(
1
𝑥
+ 1)𝑑𝑥
ln y – y = -ln x – x +C
ln y + ln x + x – y = C
ln xy + x – y = C
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Exemplo 4
Resolver
x dx + y dy =0
Separam-se as variáveis
y dy = -x dx
É necessário integrarem-se ambos os lados
∫𝑦 𝑑𝑦 = −∫𝑥 𝑑𝑥
𝑦2
2
= −
𝑥2
2
+ 𝐶1
Multiplicando por 2
𝑥2 + 𝑦2 = 2𝐶1
Fazendo C=2C1
𝑥2 + 𝑦2 = 𝐶
Que é a equação das circunferências com centro na origem do plano xy.
Exemplo 5
Resolver
𝑑𝑦
𝑦
=
𝑑𝑥
𝑥
As variáveis já estão separadas, portanto integram-se ambos os membros
∫
𝑑𝑦
𝑦
= ∫
𝑑𝑥
𝑥
ln y = ln x + C1
ln y - ln x = C1
ln y/x = C1
y/x = e
C1
Fazendo C= e
C1
y =Cx
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Exemplo 6
Resolver
x(1+y
2
)dx – y(1+x
2
)dy=0
Separam-se as variáveis
𝑦𝑑𝑦
(1 + 𝑦2)
=
𝑥𝑑𝑥
(1 + 𝑥2)
É necessário integrarem-se ambos os lados
∫
𝑦𝑑𝑦
(1 + 𝑦2)
= ∫
𝑥𝑑𝑥
(1 + 𝑥2)
Integração por substituição resulta em
ln (1+y
2
) = ln (1+x
2
) + C1
ln(1 + y2) − ln(1 + 𝑥2) = 𝐶1
ln
(1 + y2)
(1 + 𝑥2)
= 𝐶1
(1 + y2)
(1 + 𝑥2)
= 𝑒𝐶1
Fazendo C= e
C1
(1 + y2) = 𝐶(1+ 𝑥2)
𝐶1
Exemplo 7
Resolver
𝑑𝑥
𝑑𝑡
= 4𝑡√𝑥
Separam-se as variáveis
𝑑𝑥
√𝑥
= 4𝑡 𝑑𝑡
𝑥−
1
2 ⁄ 𝑑𝑥 = 4𝑡 𝑑𝑡
2𝑥
1
2 ⁄ = 4
𝑡2
2
+ 𝐶1
2√𝑥 = 2 𝑡2 + 𝐶1
Dividindo por 2
√𝑥 = 𝑡2 +
𝐶1
2
Fazendo
𝐶 =
𝐶1
2
√𝑥 = 𝑡2 + 𝐶
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EXERCÍCIOS
Resolver as equações diferenciais apresentadas a seguir.
1) y’=y
2)
0 x
dx
dy
y
3)
0 y
dx
dy
x
4)
x
dx
y
dy
11
5)
ay
dx
dy
6)
02'3 3 xyy
7)
y
x
y
y
x 2
2
3
'
13
1
8)
2
1
'2 yyx
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Equações Diferenciais Homogêneas
Uma função f(x,y) é chamada de homogênea de grau n se
f(kx,ky)=knf(x,y)
Um exemplo de uma função homogênea de primeiro grau é a função
f(x,y)=2x+3y pois
f(kx,ky)=2(kx)+3(ky)
f(kx,ky)=k(2x)+k(3y)
f(kx,ky)=k(2x+3y)
f(kx,ky)=k f(x,y).
Já a função f(x,y)=x2+y2 é homogênea do segundo grau:
f(kx,ky)=(kx)2+(ky)2
f(kx,ky)=k2x2+k2y2
f(kx,ky)= k2(x2+y2)
f(kx,ky)=k2f(x,y).
A função f(x,y)=x2+y não é homogênea:
f(kx,ky)=(kx)2+ky
f(kx,ky)=k2x2+ky
f(kx,ky)= k(kx2+y)
f(kx,ky)≠knf(x,y).
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15
A equação diferencial de primeira ordem do tipo
M(x,y)dx+N(x,y)dy=0
em que M(x,y) e N(x,y) são funções homogêneas de mesmo grau pode ser
escrita na forma
x
y
F
dx
dy
e é chamada de equação diferencial homogênea de primeira ordem.
Para se encontrar a solução de uma equação diferencial homogênea de
primeira ordem procede-se uma troca de variáveis:
x
y
v
e, assim
x
y
FvF )( .
Daí
dx
dv
xvvF
dx
dv
xv
x
y
F
dx
dv
xv
dx
dy
dx
dx
v
dx
dv
x
dx
dy
vxy
)(
E a solução será obtida através de
vvF
dv
x
dx
)(
.
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EXEMPLO
Autora: Patrícia Nunes da Silva
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EXERCÍCIOS
Resolver as equações diferenciais apresentadas a seguir:
1. (x2-2y2)dy+2xydx=0 Ayres
2. (x2+y2)dx+2xydy=0 Thomas
3. (x+y)dy+(x-y)dx=0 Thomas
4. x2dy+(y2-xy)dx=0 Thomas
5.
0
xdydxyxe x
y Thomas
6.
0cos ydxxdy
x
y
yxdyydx
x
y
senx
Ayres
7.
1
'
yx
xy
8.
0)( ydxdyyx
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Equações Diferenciais Lineares
Uma equação diferencial linear de primeira ordem pode ser escrita na forma
)()( xQyxP
dx
dy
onde todos os termos são de grau zero ou um.
Para resolver uma equação diferencial linear de primeira ordem, comumente se
multiplica a equação por um fator r=r(x) tal que a parte da equação antes do
sinal de igual resulte na derivada de r.y [(r.y)’=r’y+ry’].
Assim, utilizando simplificadamente a notação P=P(x) e Q=Q(x)
QPy
dx
dy
e multiplicando-se por r
QrPyr
dx
dy
r ...
.
A função r=r(x) deverá atender à condição
dx
ryd
Pyr
dx
dy
r
)(
..
.
Daí
dx
dr
y
dx
dy
rPyr
dx
dy
r ..
dx
dr
yPyr .
Pr
dx
dr
.
.
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Separando as variáveis
Pdx
r
dr
.
Resolvendo
Pdxr
dr
21ln CPdxCr
.
Fazendo C2-C1=lnC
CPdxr lnln
PdxCr lnln
PdxC
r
ln
Pdx
Cer
.
Com C=1, tem-se
Pdx
er .
Com o r assim definido, a equação
QrPyr
dx
dy
r ...
torna-se
Qr
dx
ryd
.
)(
que tem como solução
CdxQryr .. .
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2015_2_CALCULO3_01
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EXEMPLO
Resolver a equação (Thomas)
xey
dx
dy
.
Resolução:
Tem-se P=1 e Q=ex.
Portanto, como
Pdx
er
xdx eer
.1
deve ser o fator a multiplicar a equação.
Assim a solução será
CdxQryr ..
Cdxeye xx
2.
Ceye xx 2
2
1
.
xx Ceey
2
1
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EXERCÍCIOS
Resolver as equações diferenciais apresentadas a seguir (Thomas):
1.
22
x
ey
dx
dy
2.
23 xy
dx
dy
x
3.
xey
dx
dy 2
4.
2
3
x
senx
y
dx
dy
x
5.
dxsenxydxxdy
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Equações Diferenciais de 2ª Ordem
Serão analisados apenas alguns tipos especiais de equações diferenciais desegunda ordem. Os tipos especiais aqui estudados têm solução facilitada por
poder, através de convenientes transformações, recaírem em equações
diferenciais de primeira ordem.
Uma equação diferencial de segunda ordem pode ser escrita na forma
0,,,
2
2
dx
yd
dx
dy
yxF
sendo que serão estudados quatro tipos especiais:
Tipo 1
0,
2
2
dx
yd
xF
Tipo 2
0,,
2
2
dx
yd
dx
dy
xF
Tipo 3
0,
2
2
dx
yd
yF
Tipo 4
RQy
dx
dy
P
dx
yd
2
2
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23
Tipo 1
Serão consideradas equações diferenciais de segunda ordem do tipo 1, as
equações que não contém a variável y nem sua derivada primeira, ou seja:
0,
2
2
dx
yd
xF
EXEMPLO
Resolver a equação (Ayres)
xxe
dx
yd x cos
2
2
.
Resolução:
Reescrevendo o primeiro membro
xxe
dx
dy
dx
d x cos
e integrando ambos os membros em relação a dx
dxxxe
dx
dy x cos
obtém-se
1Csenxexe
dx
dy xx
.
Com uma nova integração
dxCsenxexey xx )( 1
chega-se à solução geral
21cos2 CxCxexey
xx
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24
Tipo 2
Serão consideradas equações diferenciais de segunda ordem do tipo 2, as
equações que não contém a variável y mas sim sua derivada primeira, ou seja:
0,,
2
2
dx
yd
dx
dy
xF
Neste caso, a inclusão de nova variável p tal que
dx
dy
p
e, portanto
2
2
dx
yd
dx
dp
.
Lembrando a derivada do produto
pdxxdpxpd )(
e sua integral
)( pdxxdpxp
EXEMPLO
Resolver a equação (Ayres)
a
dx
dy
x
dx
yd
x
2
2
2 .
Resolução:
Substitui-se
dx
dy
p
e
2
2
dx
yd
dx
dp
obetndo-se
axp
dx
dp
x 2
.
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25
A seguir, multiplica-se por
x
dx
x
adx
pdxxdp
cuja integral é
1ln Cxaxp
.
Voltando a transformação
1ln Cxa
dx
dy
x
x
dx
Cdx
x
xa
dy 1
ln
e a última integração resulta em
21
2
ln
2
ln
CxC
xa
y
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2015_2_CALCULO3_01
26
Tipo 3
Serão consideradas equações diferenciais de segunda ordem do tipo 3, as
equações que não contém a variável independente x nem a derivada primeira
de y, ou seja:
0,
2
2
dx
yd
yF
Neste caso, se utilizará a derivada do quadrado de uma função
2)'(yv
'"..2' yyv
EXEMPLO
Resolver a equação (Ayres)
02
2
2
y
dx
yd .
Resolução:
Usando a notação
02" yy
e multiplicando-se por 2y’
'4"'2 yyyy
e integrando-se em relação a dx
dxyyy '4' 2
dx
dx
dy
yy 4'
2
1
22 2' Cyy
1
22 Cy
dx
dy
dx
Cy
dy
1
22
Nova integração, com a fórmula
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Cauu
au
du
22
22
ln
resulta em
dx
du
Cu 2
.
1
1
2
1
2
ln
2
22ln
Cx
Cyy
xeCCyy 221
222
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Tipo 4
Serão consideradas equações diferenciais de segunda ordem do tipo 4, as
equações que podem ser escritas na forma
RQy
dx
dy
P
dx
yd
2
2
com P e Q constantes e R constante ou função de x apenas.
Se
02 QPmm
tem raízes m1≠m2 então
xm
eC
xm
eCy 22
1
1
é a solução geral de
0
2
2
Qy
dx
dy
P
dx
yd .
Se m1=m2=m, a solução geral é
mxxeCmxeCy 21
A solução geral de
0
2
2
Qy
dx
dy
P
dx
yd
é a função complementar de
)(
2
2
xRQy
dx
dy
P
dx
yd
se y=f(x) satisfizer esta última e
y=função complementar+f(x)
será sua solução geral.
EXEMPLOS
1) Resolver a equação (Ayres)
043
2
2
y
dx
dy
dx
yd .
Resolução:
m2+3m-4=0
tem como raízes
m1=1 e m2=-4
assim, a solução é
y=C1e
x+C2e
-4x
prof.Marcos
2015_2_CALCULO3_01
29
2) Resolver a equação (Ayres)
2
2
2
43 xy
dx
dy
dx
yd
.
Resolução:
Do exemplo anterior, a função complementar é
y=C1e
x+C2e
-4x
Uma solução particular deve ser do segundo grau, pois R(x)=x2.
Assim,
y=Ax2+Bx+C, y’=2Ax+B e y’’=2A
são substituídos na equação
2A+3(2Ax+B)-4(Ax2+Bx+C )=x2
-4Ax2+(6A-4B)x+(2A+3B-4C)=x2
de onde se obtém
32
13
8
3
,
4
1
CeBA
Daí a solução particular será
12
13
8
3
4
1 2 xxy
e a solução geral
12
13
8
3
4
1 24
21
xxeCeCy xx
prof.Marcos
2015_2_CALCULO3_01
30
EXERCÍCIOS
Resolver as equações diferenciais apresentadas a seguir (Ayres):
1.
0
2
2
senx
dx
yd
2.
03
2
2
xe
dx
yd x
3. xy”+y’+x=0
4.
3
1
''
y
y
5.
03
2
2
dx
dy
dx
yd
6.
0134
2
2
y
dx
dy
dx
yd
7.
044
2
2
y
dx
dy
dx
yd