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Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Físicas e Matemáticas Departamento de Química QMC 5220 Química Orgânica e Biológica A Turma 05503 Alunos: Monick Weber Priscila Silva Teddy Paranhos. Relatório no. 4 Determinação de açúcares redutores no mel Introdução (fazer na forma de uma redação) O mel é um produto natural que é obtido através do néctar das flores. Possui diversos benefícios, além de ser um adoçante natural, tem a ação de antioxidante e ótima fonte de energia. Possui ácidos orgânicos, sendo um exemplo o ácido glucônico, que apresenta forte ação antioxidante. O mel conta com oligossacarídeos que são prebióticos e carboidratos não digeríveis, contribuindo assim, para a manutenção da microbiota intestinal, previnem diarreias, dentre outros benefícios. Contém açucares redutores na sua composição. Açúcar redutor é qualquer açúcar forma algum aldeído, ele atua como reagente redutor. Na natureza os monossacarídeos e dissacarídeos estão na forma estável, formando anéis. Se a ligação hemiacetálica for rompida por um álcali, por exemplo, o anel irá se romper e ficará aberta e com um grupamento redutor. Os açúcares redutores presentes no mel são a glicose e frutose, que é responsável por ser 85 a 95% dos carboidratos que estão presentes no mel, sendo eles capazes de reduzir íons de cobre em soluções alcalinas. A cristalização do mel é determinada pela glicose, por ter pouca solubilidade, e a frutose possibilita a doçura, por ter alta higroscopicidade. A proporção média de glicose e frutose no mel são, respectivamente 32,9% e 39,3%. O mel, com altas proporções de frutose pode permanecer líquido por um longo tempo ou até nunca cristalizar. Outro açúcar no mel é a sacarose (açúcar não redutor), que está presente cerca de 2 a 3% no mel. São determinados no experimento 4 através de soluções cupro alcalinas e arsenomolibdica, que esta detalhadamente explicado nos resultados e discussões do relatório. As propriedades físico-químicas, são: Umidade: é de extrema relevância por poder adulterar as características, como viscosidade, cor, peso específico, palatabilidade, cristalização e afins. O conteúdo de água no mel está entre 15 e 21% do conteúdo total, isso depende de clima, origem floral e as condições em que cada abelha é submetida. Atividade diastásica: tem sua enzima diástase muito resistente ao calor, a enzima envertase (enzima responsável por hidrolisar sacarose em frutose e glicose), fazendo assim, a avaliação da qualidade do mel. Cinzas: expressam o teor de minerais que tem no mel, visando verificar sua qualidade. O mel contém inúmeros elementos químicos, alguns exemplos deles são: Ca, Ag, Mg, Fe, Mn, Zn, Li, Ni, Pb, Cu e dentro vários outros. Os minerais influenciam na coloração do mel. O pH: geralmente é inferior a 4, sendo eles bastante ácidos. Esse pH pode ser influenciado por concentrações diferentes de potássio, ácidos, cálcios e outros. Índice de formol: indica a adulteração no mel, ou seja, se for muito baixo indica a presença de produtos artificiais, e quando muito alto indica que as abelhas foram alimentadas com proteína hidrolisada. O maior valor de formol fica em torno de 29 mL/ Kg. Condutividade elétrica: tem como método suplementar a determinação da origem botânica do mel. Tem como seu menor valor 66µS/ cm. Viscosidade: o conteúdo da água interfere muito nesse fator. A viscosidade diminui com um grau de conteúdo de água elevado. O maior valor de viscosidade produzido no estado de São Paulo foi de 19200 mPa.s. Cor: o mel tem sua cor mais clara, que é preferível pelos consumidores, e o mel mais escuro. A cor é denominada referente ao armazenamento, tamanho do cristal, proporção de frutose/glicose, dentre outros. Acidez: indica as condições de armazenamento e o preocsso de fermentação. O valor de acidez do mel no Brasil tem como maior valor em torno de 75,5 meq/ Kg, segundo Komatsu (1996). Conforme o texto acima, estudaremos mais profundamente o mel e seus açúcares redutores. Objetivos Determinar quantitativamente, a quantidade de açúcar redutor no mel. Resultados e discussão Foram preparados 4 tubos de ensaio com água destilada e concentrações de glicose diferentes, porém todos com o mesmo volume final de 3mL, para que pudesse ser realizado posteriormente o cálculo das concentrações de glicose das amostras. Utilizou-se o método de Somogyi-Nelson para determinação de açúcar redutor. O método está representado abaixo juntamente com os resultados verificados durante o experimento, e suas respectivas explicações. Após terem sido preparados os tubos de ensaio com as concentrações de glicose e água destilada, adicionou-se o reativo cupro-alcalino com o objetivo de fazer com que a glicose reduzisse os íons cúpricos à íons cuprosos do reativo cupro-alcalino. Os tubos foram levados ao aquecimento por 30 minutos à 100ºC para que a glicose (açúcar redutor) pudesse reduzir o Íon Cu+2 em Cu+1 ( observado pela cor vermelho/tijolo na imagem abaixo ). Figura 1 - Após aquecimento da glicose com o reativo cupro-alcalino observa-se o vermelho/tijolo formado. Os açúcares redutores das amostras em questão, aquecidos em meio alcalino, transformam-se em Enodióis que reduzem o Íon Cúprico presente no reativo de Somogyi, a Íon Cuproso. As amostras foram colocadas para aquecimento para acelerar essa reação, e a formação do óxido cuproso. Após o aquecimento, e esfriamento. Adicionou-se o segundo reativo arseno-molíbdico O Óxido Cuproso (Cu2O), assim formado, reduz o composto Arsênio-Molibídico para Óxido de Molibdênio de coloração azul cuja intensidade de cor é proporcional a quantidade de açúcares redutores existentes na amostra. Como demonstrado na figura abaixo: Figura 2 – Após adição do reativo arseno-molíbdico Os 4 primeiros tubos de ensaio, que serão base para a curva de calibração, contêm seguintes concentrações (g/mL) de glicose. 1 2 3 4 8,3 16,7 25 33,3 Encontradas da seguinte forma: Cálculo da concentração: Cada amostra contém um volume um total de 3 mL. Através da equação: Exemplo: Calculando concentração da amostra 3. *OBS1 é a concentração da solução de glicose preparada. 0,75mL é o volume coletado da solução de glicose. E 3mL é o volume total da amostra. C2 = concentração final. As demais concentrações foram encontradas com a mesma equação. As concentrações foram encontradas porque serão necessárias para o cálculo da curva de calibração. Sabe-se através da lei de Lambert - Beer que existe uma relação linear crescente entre a Absorbância e a Concentração da solução. Portanto, após serem encontradas todas as concentrações foram feitas as leituras de absorbância no fotocolorímetro, e os resultados foram os apresentados abaixo: Absorbância grupo 1 Absorbância grupo 2 Absorbância grupo 3 Absorbância grupo 4 Absorbância média Absorbância média - branco Concentração de Glicose (ug/mL) Tubos de ensaio - 609 480 533 540,6666667 364,3333333 8,3 1 - 1117 920 985 1007,333333 831 16,7 2 1403 1454 1446 1122 1356,25 1179,916667 25 3 1798 1585 1925 1462 1692,5 1516,166667 33,3 4 - 170 157 202 176,3333333 N.A. - 5 - branco 1263 1318 1141,666667 24,52028517 6 1373 6 Tabela 1 – Valores das absorbâncias de todas as equipes/grupos e média desses valores. Ao utilizarmos a média dos valores de absorbância de todos os grupos que fizeram o experimento, obtivemos um valor mais aproximado aumentando a confiabilidade dos dados. Com os dados da tabela pode-se construir o gráfico relacionando absorbância e concentração de Glicose para obtermos a curva de calibração e a equação que descreve o comportamento linear. Construção do Gráfico: Concentração de Glicose(ug/mL) Absorbância 8,3 364,3333333 16,7 831 25 1179,916667 33,3 1516,166667 Tabela 2 – Concentração X Absorbância *OBS2 Os valores de absorbância médios devem ser diminuídos do valor do nosso “branco” para expressarem o valor real da absorbância. Gráfico 1 – Curva de Calibração Com a curva de calibração pronta, e a equação matemática que descreve seu comportamento, pode-se obter os valores de concentração de açúcares redutores desconhecidos para qualquer amostra desconhecida, através da absorbância apresentada pela mesma. A amostra 6 apresentou uma absorbância média de 1318, menos o branco = 1141,67. Utilizando o recurso atingir meta do software computacional Microsoft Excel, e a equação y = 45,682x + 21,531 encontrada, obteve-se o resultado de concentração de glicose da amostra desconhecida = 24,52 (resultado apresentado na tabela 1). Construiu-se a curva de calibração através das quantidades de absorbâncias lidas das amostras com diferentes concentrações de glicose, para se construir através da relação da absorbância e concentração de glicose uma curva de calibração baseada no modelo matemático de regressão linear, para através dela podermos analisar uma amostra de mel, com quantidade desconhecida de carboidratos, e estimar a quantidade de carboidratos na amostra utilizando a equação linear obtida no modelo. Conclusões Foi determinado quantitativamente, a quantidade de açúcar redutor no mel. Concentração = 24,52 Referências BERA, Alexandre; Almeida, de B. Ligia. Propriedades físico-químicas de amostras comerciais de mel com própolis do estado de São Paulo. Campinas, 49-52, 2007. BRUNA STUPPIELLO, Mel: o alimento aliado para o intestino. Disponível em: < http://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/17132-mel-o-alimento-aliado-do-intestino>. Acesso em 15 de abril de 2016. FINCO, A. B. D. Fernanda; MOURA, L. Luciana; Silva, G. Igor. Propriedades físicos químicas de Apis mellifera L. Campinas, 706-712, 2010. Oetterer, Marília. Mono e dissacarídeos - propriedades dos açúcares. Universidade de São Paulo, 2010. Portal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/conceito.html. Acesso em 13 de Abril de 2016. SILVA, R. do N.; MONTEIRO, V.N.; ALCANFOR, J.D. Comparação de métodos para determinação de açúcares redutores e totais em mel. Ciências e tecnologia de alimentos, v. 23, n. 3, 337-341, 2003. SODRÉ, S. Geni. Características físico-químicas , microbiológicas polínicas de amostras de méis de Apis mellifera L.,1758 (Hymenoptera: apidae) dos estados do Ceará e Piauí. Universidade de São Paulo, 2005.
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