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* ENSINO CLÍNICO II Prevenção do câncer cérvico-uterino Profª Ms. Fabergna Dianny A. Sales * Epidemiologia Estimativa para 2010: 18.430 novos casos; Risco estimado: 18:100 mil mulheres; Segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres; Incidência duas vezes maior em países menos desenvolvidos e na faixa etária de 20 a 29 anos. O risco atinge seu pico entre 45 a 49 anos; * Estimativas de incidência de câncer de colo uterino. * * * * * * * * * * * Câncer cérvico-uterino Vírus HPV necessário para o surgimento; 15 tipos oncogênicos do HPV (16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51, 52, 56, 58, 59 e 68); Teste Papanicolaou: rastreamento das lesões de colo escamosas pré-invasivas; Inicia-se como uma lesão pré-invasiva, curável em até 100% dos casos; Leva de 10 a 20 anos entre a infecção por HPV e o câncer invasor; Estima-se que 40% das mulheres brasileiras nunca tenham realizado o Papanicolaou; Redução de cerca de 80% da mortalidade por este câncer no rastreamento de mulheres; * “Em mulheres jovens com vida sexual, a infecção da vagina e da cérvice por mais de 20 tipos de HPV é comum” * * Um problema de saúde pública no Brasil O câncer do colo do útero corresponde, a 15% de todos os cânceres que ocorrem no sexo feminino. As taxas de mortalidade referentes ao período de 1979 a 1998 evidenciam uma elevação de 29%). Seu pico de incidência situa-se entre os 40 e 60 anos de idade; Estima-se que cerca de 40% das mulheres brasileiras nunca tenham sido submetidas ao exame citopatológico (Papanicolau); * Prevenção Exame citopatológico: de 25 a 59 anos uma vez por ano e, após 2 resultados anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos; Vacina: condilomatose genital (HPV 6 e 11) e câncer do colo do útero (HPV 16 e 18). Quadrivalente (0,60,180) e Bivalente (0,30,180). Duração maior que 5 anos. Cervarix®, que cobre os sorotipos virais 16 e 18 e a quadrivalente, Gardasil®, que cobre os tipos 6, 11, 16 e 188. Para os outros sorotipos não existe profilaxia. A vacina quadrivalente foi aprovada pelo FDA para mulheres entre 9 e 26 anos, recomendando que a vacinação ocorra entre os 11 e 12 anos, podendo ser ampliada entre 9 e 26 anos, idealmente antes da primeira relação sexual. * 50% dos casos 12% dos casos 8% dos casos 5% dos casos * O que é o câncer O câncer não é uma doença única e sim um conjunto de mais de 100 doenças diferentes, é resultante de alterações que determinam um crescimento celular desordenado, não controlado pelo organismo e que compromete tecidos e órgãos. * Células epiteliais pavimentosas Estratificação desordenada * * * JEC- junção escamocolunar Adaptação celular Metaplasia Obstrução de ductos excretores Cistos de Naboth 90% dos cânceres * VIVA MULHER * * * * MOBILIZAÇÃO E SEGUIMENTO DAS MULHERES * Orientações para realização do exame Tomar banho antes do exame; Aparar pêlos pubianos e axilares; Não fazer uso de medicação com cremes vaginais ou duchas intravaginais durante 24h que precedem a consulta; Evitar relações sexuais 24h que precedem a consulta; Não estar em período menstrual; Certificar que a cliente esvaziou a bexiga. * Consulta Ginecológica Anamnese; Exame físico geral; Exame ginecológico; Coleta citológica. Anamnese Identificação da paciente; Queixa principal e duração; Revisão de sistemas (alterações urinárias, intestinais, do sono); * Mas qual a importância da consulta ginecológica? * Anamnese Apresentação das queixas Perguntas menstruais (frequência, tempo, regularidade, sangramento pós-coital, DUM, dor). Perguntas sexuais/contraceptivas (sexualmente ativa, dispaurenia, contraceptivos, papnicolau) Antecedentes gineco-obstétricos: menarca, sexarca, telarca, ciclo menstrual, anticoncepção, história obstétrica, fluxos genitais, DST prévia, história sexual, sintomas climatéricos, uso de hormônios ou outras medicações, queixas mamárias, queixas urinárias, tratamentos prévios, último citopatológico e resultado. Antecedentes familiares: História de câncer ginecológico, de mama, outras neoplasias, diabetes, hipertensão, patologias de tireóide, osteoporose. * Anamnese Antecedentes médicos: Doenças da infância, cirurgias prévias, obesidade, uso de álcool, cigarro, drogas ou outros medicamentos, tromboembolismo, hipertensão, diabetes; Perfil psicossocial: nível sócio-econômico, grau de instrução, situação familiar, hábitos de vida e alimentação. * Exame Físico Geral Céfalo-caudal; Peso, altura e PA; Pele, mucosas e gânglios; Exame da cavidade oral; Exame das mamas; Exame abdominal (inspeção, palpação, percussão e ausculta. Exame Vaginal(inspeção) 1. exame bimanual digital 2. Exame especular 3. Exame retal * Exame das mamas e axilas * Exame Ginecológico Posicionamento: litotomia em mesa ginecológica. Paciente despida, coberta com avental de abertura posterior e lençol para cobrir parcialmente o abdome e membros inferiores. Manter a privacidade da paciente durante o exame, evitando mantê-la descoberta totalmente. * Inspeção Região pubiana, vulvar e perianal; Registrar infecções, ulcerações, formações tumorais, implantação dos pêlos, distrofias e discromias; Integridade do hímen; Lacerações, cicatrizes, condilomas; Sujidade, hiperemia; Prolapsos, hemorróidas, fissuras, plicomas; Defeito de parede; Manobra de Vasalva (esforço). * * * * * * * * Exame Especular Colocação do espéculo (75°); Dedo indicador e médio expõem o intróito; Sentido longitudinal-oblíquo, girando para o sentido transversal; Não lubrificar; Direcionar para a parede posterior; Abrir e encontrar o colo uterino; Avaliar: trofismo e pregueamento da mucosa vaginal, secreções, lesões da mucosa, condilomas, aspectos do colo (pólipos, cistos de retenção e ectopia). * * * * * * * * * * * Coleta citológica Lâmina previamente identificada; Esfoliação da superfície externa do colo (JEC) com a espátula de Ayre; Introduzir o braço alongado da espátula no canal endocervical e a parte côncava raspa a mucosa da ectocérvice e faz a rotação completa (3600); Fazer a rotação com a escovinha tipo Campos da Paz na endocérvice; Esfregaço é disposto com fina espessura na lâmina; Fixação do esfregaço com álcool a 95%; Se spray (carbovax), 15cm de distância; * COLO DO ÚTERO A mucosa cervical geralmente contém: epitélio pavimentoso estratificado (escamoso), característico da ectocérvice (CONTÉM GLICOGÊNIO) e epitélio cilíndrico secretor de muco, carcaterístico do canal cevical * * * * * * * * * * * * * * * * Inspeção visual com ácido acético Limpar o colo uterino com algodão seco; Pincelar o colo uterino e fundo de saco vaginal com solução de ácido acético a 5% (coagulação protéica); Esperar 2 minutos e pesquisar atentamente a presença de lesões aceto-brancas; Teste sensível e pouco específico; Detecta lesões sugestivas de HPV. * * * * * * * * Teste de Schiller Embebe-se o colo com algodão em solução de lugol (glicogênio); Verifica-se alterações da mucosa do colo uterino devido ao grau de impregnação das células com a solução de lugol. O epitélio escamoso imaturo e metaplásico fixam pouco lugol. Epitélio anormal não capta a substância. Resultados: Schiller positivo (Iodo negativo) Schiller negativo (Iodo positivo) * * * * * * * * * Toque Bimanual Dedos médio e indicador lubrificados; Avaliar: elasticidade vaginal, tumorações, aspecto do colo (consistência, tamanho e abertura do canal cervical); Com a outra mão, faz-se a palpação da parede abdominal. Verificar o tamanho, consistência, mobilidade, regularidade da forma uterina, sensibilidade da cliente. * * * LAUDO Dentro dos limites da normalidade (células típicas sem alterações de qualquer natureza) Alterações em células epiteliais associadas a processos pré-neoplásicos ou malignos; * NOMENCLATURAS Atipias de Significado Indeterminado em células escamosas (ASCUS) e/ou glandular (AGUS); Efeito citopático compatível com Vírus do Papiloma Humano (HPV); Neoplasia Intra-Epitelial Cervical I - NIC I (displasia leve); Neoplasia Intra-Epitelial Cervical II - NIC II (displasia moderada) e Neoplasia Intra- Epitelial Cervical III - NIC III (displasia intensa ou carcinoma in situ); Carcinoma Escamoso Invasivo; Adenocarcinoma in situ ou Invasivo; * * Laudos citopatológicos Tipo da amostra Citologia convencional ou em meio líquido; Amostra rejeitada por: Ausência ou erro de identificação da lâmina e/ou do frasco; Identificação da lâmina e/ou do frasco não coincidente com a do formulário; Lâmina danificada ou ausente; Causas alheias ao laboratório (especificar); Outras causas (especificar). * Adequabilidade da amostra Satisfatória Insatisfatória para análise oncótica devido ao material acelular ou hipocelular (<10% da amostra) Leitura prejudicada por presença de (> 75% do esfregaço) sangue, piócitos, contaminantes externos. Epitélios representados na amostra Escamoso Glandular Metaplásico * Diagnóstico descritivo Dentro dos limites da normalidade, no material examinado Alterações celulares benignas Atipias celulares Alterações celulares benignas Inflamação Reparação Metaplasia escamosa imatura Atrofia com inflamação Radiação * Atipias celulares Escamosas - ASCUS Glandulares - AGUS De origem indefinida (possivelmente não-neoplásicas, mas não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau). Em células escamosas Lesão Intra-epitelial de baixo grau (HPV e NIC I); Lesão Intra-epitelial de alto grau (NIC II e III); Lesão Intra-epitelial de alto grau, sem excluir microinvasão; Carcinoma epidermóide invasor * Em células glandulares Adenocarcinoma in situ; Adenocarcinoma invasor (cervical, endometrial, sem outras especificações - uterino). * Microbiologia Lactobacillus sp; Bacilos sugestivos de Gardnerella/Mobiluncus); Outros bacilos; Cocos; Candida sp; Trichomonas vaginalis; Sugestivo de Chlamydia sp; Actinomyces sp (bactérias); Efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes; Outros (especificar). * * * * Orientações para seguimento Alterações celulares benignas Tratar conforme microbiologia e repetir após 1 ano; Amostra Insatisfatória Repetir o exame imediatamente ASCUS/AGUS/HPV/NIC I Repetir exame após 6 meses; NIC II, III, Carcinoma escamoso invasivo, adenocarcinoma outras neoplasias Encaminhar para a colposcopia. * Orientações para seguimento Iodo negativo Encaminhar para a colposcopia Inflamatório acentuado Tratar e repetir exame; Se permanência de HPV/NIC I/ ASCUS/AGUS Encaminhar para a colposcopia * Métodos complementares diagnósticos Colposcopia * COLPOSCÓPIO * Classificação Colposcopia normal - deve ser considerada normal a ausência de qualquer lesão colposcópica e onde foi possível visibilizar a JEC em todos os seus limites. Colposcopia anormal - deve ser considerada anormal o reconhecimento de alterações epiteliais, vasculares ou associações de ambas e a JEC foi visibilizada em todos os seus limites. Colposcopia Insatisfatória - considera-se insatisfatório o exame colposcópico em que a JEC não é visibilizada e quando o epitélio escamoso apresentar atrofia ou inflamação intensa. * Possíveis condutas Solicitar exames complementares; Realizar orientações; Fazer abordagem sindrômica; Encaminhar; Agendar retornos. * TRATAMENTOS O tratamento das lesões precursoras do câncer do colo do útero é individualizado para cada caso. Varia desde o simples acompanhamento cuidadoso, a diversas técnicas, incluindo a crioterapia e a biópsia com laser, a histerectomia e, também, a radioterapia. CONSIDERAR: preservação a função reprodutiva necessidade de um seguimento das pacientes é obrigatório devido à possibilidade de recidiva local ou de progressão de lesões residuais * Tratamento QUÍMICO O ácido tricloroacético a 70% - lesões de vulva ou de saco. podofilina a 25% em solução alcoólica – baixa cura; fluoro-uracil, na forma de creme a 5% (EXCLUÍDO) FÍSICO 1. Crioterapia - que destrói as camadas superficiais do epitélio cervical no colo do útero pela cristalização da água intracelular, que leva à rotura da célula e de suas organelas e a distúrbios bioquímicos * CIRURGIA DE ALTA FREQUÊNCIA *
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