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INTRODUÇÃO À GASTRONOMIA APLICADA À NUTRIÇÃO CLÍNICA Faculdade Estácio de Sergipe – FASE Fevereiro – 2014 Profa. Leise N. Moreira CONCEITOS GERAIS Alimentação É processo pelo qual os seres vivos adquirem do mundo exterior os alimentos que compõem a dieta (Cuppari, 2003). É toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, pastoso, líquido ou qualquer outra forma adequada, destinada a fornecer ao organismo vivo os elementos necessários à sua formação, desenvolvimento e manutenção (Ornelas, 2006). Nutrientes São substâncias que estão inseridas nos alimentos e possuem funções variadas no organismo. São eles: proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas, sais minerais e fibras (Cuppari, 2003). 2 CONCEITOS GERAIS Nutrição É a ciência que estuda os alimentos, seus nutrientes, bem como sua ação, interação e balanço em relação a saúde e doença, além dos processos pelos quais o organismo ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta os nutrientes (Cuppari, 2003). Nutrição clínica Atividades de alimentação e nutrição realizadas nos hospitais e clínicas, nas instituições de longa permanência para idosos, nos ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais de terapia nutricional, nos Spa e quando em atendimento domiciliar (Resolução CFN n0. 380/05). 3 CONCEITOS GERAIS Consulta em Nutrição Atividade realizada por nutricionista em unidade de ambulatório ou ambiente hospitalar, consultório ou em domicílio para o levantamento de informações que possibilitem o diagnóstico nutricional e o conhecimento sanitário e a prescrição dietética e orientação dos pacientes ou clientes de forma individualizada (Resolução CFN n0. 380/05). Hábitos Alimentares Conjunto de hábitos envolvendo alimentos e preparações, de uso cotidiano por pessoas ou grupos populacionais, em que há forte influência da cultura, tabus alimentares e tradições de comunidades ou de povos (Resolução CFN n0. 380/05). 4 CONCEITOS GERAIS Dieta Conjunto de alimentos que o indivíduo consome diariamente com as substâncias nutritivas denominadas nutrientes (Cuppari, 2003). Regime alimentício prescrito a um doente ou convalescente. OU Privação de todos ou de alguns alimentos, em caso de doença. OU Emprego metódico das coisas úteis para a conservação da saúde. OU Predominância de um alimento na nutrição: Dieta láctea. D. cetogênica: dieta que fornece grande quantidade de gordura e quantidades mínimas de carboidratos; usada especialmente na epilepsia, para produzir cetose e alterar o grau de alcalinidade corporal (Michaelis, 2009). 5 CONCEITOS GERAIS Cozinhar Produzir alterações físicas e químicas em ingredientes para esquentar, amolecer, misturas sabores e criar novas apresentações e substâncias com o objetivo de propiciar uma agradável refeição (Paiotti, 2004). Culinária ou arte culinária É a arte de cozinhar (Michaelis, 2009). Preparações Culinárias Produtos provenientes de técnicas dietéticas aplicadas em alimentos in natura e em alimentos e produtos industrializados, resultando em pratos simples ou elaborados que irão compor as refeições (Resolução CFN n0. 380/05). 6 CONCEITOS GERAIS Degustação Arte de analisar e apreciar todas as nuances da composição dos alimentos e preparações, utilizando-se dos sentidos naturais do ser humano, podendo ser objeto de prazer ou desprazer (Resolução CFN n0. 380/05). Características Organolépticas São os atributos presentes nos alimentos que impressionam os órgãos do sentido, e que dificilmente podem ser medidos por instrumentos, envolvendo uma apreciação resultante de uma combinação de impressões visuais, olfativas, gustativas e táteis (Resolução CFN n0. 380/05). 7 OBJETIVOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA Hospitalar/ Ambulatorial Definir, planejar, organizar, supervisionar e avaliar as atividades de assistência nutricional aos clientes/pacientes; Elaborar o diagnóstico nutricional, com dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos; Elaborar a prescrição dietética, com base no diagnóstico nutricional; Registrar, em prontuário do cliente/paciente, a prescrição dietética e a evolução nutricional; Promover educação alimentar e nutricional para clientes/pacientes, familiares ou responsáveis; 8 OBJETIVOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA Hospitalar/ Ambulatorial Estabelecer e coordenar a elaboração e a execução de protocolos técnicos; Orientar e supervisionar distribuição e administração de dietas; Integrar e interagir com equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN), definindo com esta, os procedimentos complementares à prescrição dietética; Estabelecer receituário individualizado de prescrição dietética, para distribuição ao cliente/paciente; Prescrever suplementos nutricionais e alimentos para fins especiais, conforme a legislação vigente, quando necessários à complementação da dieta. 9 DEFINIÇÃO DE GASTRONOMIA Vem do grego gaster (ventre, estômago) e nomo (lei), traduzindo-se literalmente como “as leis do estômago” (Freixas e Chaves, 2008). É uma culinária desenvolvida dentro dos princípios científicos ou técnicas alicerçadas em anos de descobertas e experiências que visam equilibrar sabores e ingredientes, com finalidades não só de cunho estético, mas harmonização dos diversos elementos que compõem as necessidades nutricionais do individuo (Leite, 2004). 10 DEFINIÇÃO DE GASTRONOMIA Arte de cozinhar e preparar as iguarias de modo a tirar-se delas o máximo prazer. OU Arte de escolher e saborear os melhores pratos (Michaelis, 2009). Também está ligada às técnicas de cocção e ao preparo dos alimentos, ao serviço, às maneiras à mesa e ao ritual da refeição A cozinha e a culinária estão inseridas na gastronomia. A gastronomia associa-se também ao resgate cultural e das antigas tradições, devido ao seu significado simbólico (Schluter, 2003). 11 Pacientes são vistos como hóspedes enfermos e por isso requerem atenção especial, conciliando a saúde e o ato de hospedar bem, tornando o ambiente mais acolhedor para a família e o paciente, humanizando o ambiente e o seu atendimento (Guimarães, 2007). HOTELARIA HOSPITALAR 12 HOTELARIA HOSPITALAR No Brasil vem se desenvolvendo e os hospitais passaram a ter além das funções preventivas, curativas e de atendimento à saúde da comunidade, a função de acolher, propiciar conforto e bem estar ao cliente, além de agregar serviços e ambientes que se comparam a estrutura de um HOTEL. Ele se organiza por meio da interface dos diferentes serviços de apoio, com o objetivo de garantir qualidade, eficiência, eficácia e resolutividade do atendimento ao cliente (Guimarães, 2007). 13 GASTRONOMIA HOSPITALAR Aplicação de conceitos gastronômicos, diante das dietas hospitalares, a fim de melhorar as características sensoriais das preparações em todos os seus aspectos, promovendo nutrição e saúde, humanização e respeito ao paciente (Roberto et. al., 2013). É a arte de conciliar a prescrição dietética e as restrições alimentares de clientes à elaboração de refeições saudáveis e nutritivas, atrativas e saborosas, afim de promover a associação de objetivos dietéticos, clínicos e sensoriais e promover nutrição com prazer (Guimarães, 2007). 14 OBJETIVOS DA GASTRONOMIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Melhorar a apresentação e aceitaçãoda dieta pelos pacientes/ clientes; Instrumentalizar pacientes/ clientes para o preparo de refeições saudáveis, criativas e saborosas; Planejar, elaborar e avaliar os cardápios, adequando-os ao perfil da clientela atendida, respeitando os hábitos alimentares e de acordo com as suas necessidades; Planejar, coordenar e supervisionar as atividades de seleção de fornecedores, procedência dos alimentos, bem como sua compra, recebimento e armazenamento de alimentos; 15 OBJETIVOS DA GASTRONOMIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Coordenar e executar os cálculos de valor nutritivo, rendimento e custo das refeições/preparações culinárias; Planejar, implantar, coordenar e supervisionar as atividades de pré-preparo, preparo, distribuição e transporte de refeições e/ou preparações culinárias; Identificar clientes/pacientes portadores de patologias e deficiências associadas à nutrição, para o atendimento nutricional adequado; Coordenar o desenvolvimento de receituários e respectivas fichas técnicas, avaliando periodicamente as preparações culinárias. 16 ESPAÇO SOCIAL ALIMENTAR O ser humano não come apenas nutrientes, mas sinais e símbolos relacionados aos alimentos Construção e manutenção das identidades sociais. Divisão do espaço social alimentar: Espaço do comestível Escolha feita pelo grupo; Sistema alimentar Estruturas tecnologias e sociais empregadas da colheita até o preparo; Espaço do culinário Pode ser geográfico, social ou abordar as relações formais e estruturais; Espaço dos hábitos de consumo Rituais que cercam o ato de se alimentar; Temporalidade alimentar Ciclos de vida dos homens; Espaço de diferenciação social Alimentos X grupos sociais. 17 CENÁRIO INTERNACIONAL E NACIONAL DA GASTRONOMIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Internacional Realce do sabor; Manutenção das técnicas culinárias da cozinha do “povo”; Contraste de temperaturas; Valoriza o visual e texturas; Privilegiar ingredientes das regiões – frescor e menores perdas nutricionais; Globalização. 18 CENÁRIO INTERNACIONAL E NACIONAL DA GASTRONOMIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Internacional Tendências: Cozinha vegetariana. Ex.: Raw food (Cozinha crua) Slow food (Cozinha regional, tradicional e sem pressa) X Fast food Comfort food (Comida caseira) Alimentos orgânicos Gastronomia molecular Cozinha fusion 19 CENÁRIO INTERNACIONAL E NACIONAL DA GASTRONOMIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Nacional Mudanças significativas nos últimos 15 anos Passou a ser uma exigência e diferencial no mercado. Melhor conscientização do paciente. Muitas lutas e conquistas foram empreendidas Falta de entendimento dos gestores dos serviços. Implantada em hospitais públicos e privados Diferenças nos custos. 20 CENÁRIO INTERNACIONAL E NACIONAL DA GASTRONOMIA EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Nacional Paciente recebe uma cartela com as opções e ele mesmo monta sua refeição dentro da dieta indicada. A copeira garçonete que dá o tratamento de restaurante. COMFORT FOOD Comida caseira. Concursos para gastronomia hospitalar. 21 Nutrição é ciência e gastronomia é arte A composição química do alimento não é suficiente para produzir no homem vontade de se alimentar. É necessário tornar os alimentos atraentes. Cor, aroma, temperatura, consistência, estado físico são fatores que isolada ou conjuntamente exaltam características sensoriais e gastronômicas e influenciam os sentidos (Araújo, 2000). 22 RESPONDER E TRAZER NA PRÓXIMA AULA Qual a importância de atender bem ao cliente??? Como o nutricionista se encaixa nesta realidade??? Relate uma situação vivenciada por você onde seus desejos e expectivas FORAM SATISFEITOS pela aquisição de um bem ou serviço. Relate uma situação vivenciada por você onde seus desejos e expectivas NÃO FORAM SATISFEITOS pela aquisição de um bem ou serviço. Qual a sua atitude e como você se sentiu nestas situações?? 23 PESQUISA PARA A PRÓXIMA AULA Ligar ou ir em restaurantes/ lojas especializadas/ pessoas que vendem marmitas ou quentinhas, etc, e verificar se em alguns desses estabelecimentos são comercializados alimentos diferenciados para atender as necessidades de indivíduos com patologias: Hipertensos ou diabéticos ou obesos ou portadores de doença celíaca ou portadores de doença renal, ... Se o local disse que não vende, procurem indagar porque não vendem e saber mais sobre o interesse em passar a comercializar esses produtos, dentre outras coisas, ... Nome do restaurante/ Localização/ Qual o tipo de público que frequenta o estabelecimento/ Tipo de cozinha ou culinária. A ATIVIDADE DEVE SER REALIZA EM GRUPOS DE NO MÁXIMO 4 ALUNOS. Como indicar ao seu cliente/ paciente restaurantes ou locais onde ele possa realizar ou comprar as suas refeições??? 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Resolução CFN N°380/2005. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências. ARAÚJO, V. Alimentos, Nutrição, Gastronomia & Qualidade de Vida. Revista Nutrição em Pauta. Edição jul/ ago, 2000. SCHLUTER, R. G. Gastronomia e turismo. 2ª. Edição. São Paulo: Aleph, 2003. FREIXA, D. & CHAVES, G. Gastronomia no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008, 304 p. ORNELAS, L. H. Técnica dietética: Seleção e preparo de alimentos. 8ª. Edição (ampl. e rev.). São Paulo: Atheneu, 2006. GUIMARÃES, N. do V. R. R. Hotelaria hospitalar: Uma visão interdisciplinar. São Paulo: Atheneu, 2007. 148p. PAIOTTI, J. Arte e técnica na cozinha: glossário multilíngue, métodos e receitas. São Paulo: Livraria Varela, 2004. ARAÚJO, W. M. C. e TENSER, C. M. R. Gastronomia: cortes e recortes – Brasília: editora Senac – DF, 2006. 264 p. 25
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