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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINA: BROMATOLOGIA DIEGO DE OLIVEIRA ROCHA DETERMINAÇÃO DE CINZAS TERESINA – PI 2017 DIEGO DE OLIVEIRA ROCHA DETERMINAÇÃO DE CINZAS DRA. KAROLINE DE MACÊDO GONÇALVES FROTA ESTAGIARIA DOCENTE: LAYANE CRISTINA LAVÔR MONITORA: JADIELLY ALICE SILVA TERESINA - PI 2017 1. INTRODUÇÃO A cinza de um alimento corresponde ao resíduo inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica, que é transformada em CO2, H2o, e NO2. A cinza é constituída principalmente de grandes quantidades de K, Na, Ca e Mg, e pequenas quantidades de Al, Fe, Cu, Mn, e Zn. Não necessariamente a mesma composição material mineral presente originalmente no alimento, pois pode haver perda por volatilização. (CECCHI, 2003) Uma análise global da composição das cinzas nos diferentes alimentos, além de trabalhosa, não é de interesse igual ao da determinação de certos componentes, conforme a natureza do produto. Outros dados interessantes para a avaliação do produto podem ser obtidos no tratamento das cinzas com água ou ácidos e verificação de relações de solúveis e insolúveis. Um baixo conteúdo de cinzas solúveis em água é indício que o material sofreu extração prévia. (ZENEBON et al, 2008) Cinzas são sais minerais presentes na farinha, principalmente ferro, sódio, potássio, magnésio e fósforo, que são obtidos através da queima da matéria orgânica da farinha, pelo aquecimento a temperaturas próximas a 550-570?C. A maior concentração destes minerais encontra-se na parte externa do grão, isto é, no farelo; daí conclui-se que, quanto maior a quantidade ou a contaminação de farelo na farinha, maior será o teor de cinzas resultante. (ICTA) A qualidade tecnológica da farinha de trigo é o fator determinante nas características do produto final. Os diferentes produtos elaborados a partir de farinha de trigo (pão, biscoitos, bolos e massas) possuem características totalmente diferentes e, portanto necessitam de uma matéria prima (farinha) tipificada para a sua elaboração. Uma farinha de trigo tipificada, nada mais é do que uma farinha refinada, cujas características encontram-se dentro das especificações de um determinado produto, a fim de gerar um produto final de excelentes características organolépticas e visuais, de bom valor nutritivo e de custo competitivo. (ICTA) A determinação da cinza fornece apenas uma indicação da riqueza da amostra em elementos minerais. O teor de cinza pode permitir, às vezes, uma estimativa da riqueza em cálcio (Ca) e fósforo (P) do alimento analisado, quando se trata de certos produtos como farinha de ossos e produtos de origem marinha. Todavia, quando se trata de produtos vegetais (forrageiras, rações, cereais, etc), a determinação da cinza tem relativamente pouco valor. Isto ocorre porque o teor da cinza oriunda de produtos vegetais nos dá pouca informação sobre sua composição, uma vez que seus componentes, em minerais, são muito variáveis. Alguns alimentos de origem vegetal são, ainda, ricos em sílica, o que resulta em teor elevado de cinzas, todavia, esse teor não apresenta nenhum valor nutritivo para os animais (COSTA, 2004). A prática teve como objetivo demonstrar os métodos de determinação de cinzas de um alimento e sua importância. 2. METODOLOGIA 2.1 MATERIAIS Mufla Pinça Cadinho Balança Dessecador Farinha de Trigo 2.2 MÉTODOS A prática foi realizada no Laboratório de Bromatologia e Bioquímica dos Alimentos na Universidade Federal do Piauí no departamento de Nutrição da UFPI. Pesou-se em três cadinhos, que haviam sido tarados por uma hora na estufa, cerca de dois gramas da amostra dessecada na balança analítica. A amostra foi carbonizada na estufa e em seguida incinerada no forno mufla aumentando progressivamente a temperatura até obter 550 ºC. Esfriou-se no dessecador até atingir temperatura ambiente e pesou-se novamente. Determinou-se a porcentagem de cinzas do alimento através da formula: %C = N*100/P 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da prática podem ser observados através das tabelas a seguir: Tabela 1. Resultados da prática de cinzas. Teresina, 2017. Amostra Cadinho(g) Amostra(g) Cadinho Cadinho c/ cinzas Cinzas (%) A1 41,0458 2,0063 41,0458 41,0858 1,9937 B1 19,5345 2,0007 19,5345 19,5478 0,6647 C1 19,3896 2,0040 19,3896 19,4034 0,6886 Fonte: Laboratório de Bioquímica e Bromatologia da UFPI. Teresina, 2017. Tabela 2. Média e desvio padrão das cinzas em farinha de trigo. Teresina, 2017. Amostras Média DP A1, B1 e C1 1,1156 0,6206 Fonte: Laboratório de Bioquímica e Bromatologia da UFPI. Teresina, 2017. A determinação de cinza total é utilizada como indicativo de várias propriedades. É largamente aceita como índice de refinação para açucares e farinhas, sendo que na farinha, a quantidade de cinza influirá na extração. Também é um parâmetro útil para verificação o valor nutricional de alguns alimentos e rações. (CECCHI, 2003) A determinação de cinzas secas é considerada uma técnica simples e útil para análise de rotina, que não necessita de muita supervisão e podem ser usadas amostras grandes. Apesar de demorada, podem-se utilizar agentes aceleradores ou então deixar a noite a temperaturas mais baixas. (CECCHI, 2003) O teor de cinzas presentes na farinha só apresenta correlação com a cor destas e com a presença de partículas de cascas quando da moagem da mesma mescla de trigos, sob as mesmas condições, no mesmo diagrama e na mesma regulagem. Sendo assim, é um número de moleiro, podendo-se obter na comparação de farinhas obtidas de trigos diferentes, uma farinha mais clara, com maior teor de cinzas que outra mais escura. (ICTA) Segundo a legislação da ANVISA (Portaria Nº 354 de 18/07/96), o teor de cinza para farinha de trigo pode variar entre 0,385% à 1,750%, dependendo do tipo de farinha utilizada. Sendo assim, percebe-se que a amostra está dentro dos parâmetros estabelecidos em lei pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com um valor médio de 1,1156 % de cinza possuindo um desvio padrão de 0,6206. 4. CONCLUSÃO Ao final da prática foi possível quantificar o valor de cinza do alimento, estando esse dentro das normas. Por fim, alcançou-se o objetivo do experimento visto que se compreenderam os procedimentos e a finalidade da determinação de cinzas. REFERÊNCIAS ANVISA. Portaria nº 354, de 18 de julho de 1996. 18/jul/1996, pág 20-23. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/12_78_farinha_trigo.htm>. Acesso em 13/10/2017. CECCHI, H. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. [2. ed]; Campinas: Editora da Unicamp, 2003. COSTA, Marcos Lana. Análises de alimentos, 2001. Disponível em: < http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=473> Acesso em: 10 jun 2016 ICTA - Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Avaliação da Qualidade Tecnológica/Industrial da Farinha de Trigo. Instituto Adolfo Lutz (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos/ coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea - São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008
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