Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PÊNDULO SIMPLES Universidade Estácio de Sá - Campus Vitória/ES Turma CCE 1155 - Terça-feira – Noite – 1º Horário – Física Experimental II Resumo: Este trabalho descreve o experimento realizado no Laboratório de Física II, que consiste em analisar o comportamento do movimento periódico de oscilação de um pêndulo simples com a finalidade de obter o valor da aceleração gravitacional local e verificar a dependência do período de oscilação com a massa e o comprimento do pêndulo. Palavras-chave: Ondulatória, Movimento Harmônico Simples (MHS), Pêndulo Simples. 1. INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Chamamos de Pêndulo Simples o sistema que é composto por um corpo que realiza oscilações preso à extremidade de um fio ideal. As dimensões do corpo são desprezadas quando comparadas ao comprimento do fio. Veja a figura abaixo: Figura 1 – Oscilação do pêndulo simples. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/pendulo-simples.htm Conhecidas as forças que atuam sobre um sistema oscilante, podemos calcular o período (T) do movimento através da seguinte equação: (1) Onde: T: Período (s). L: Comprimento do fio (m). g: Gravidade local (m/s²). Isolando g na equação (1), obtém-se um a expressão para calcular o valor da gravidade através do pêndulo simples: (2) Onde L é o comprimento do pêndulo e T é o período de oscilação. Sendo L o comprimento do fio, e g a aceleração da gravidade, desde que o ângulo θ seja no máximo 15º, podemos dizer que o período não depende da amplitude e nem da massa do corpo preso à extremidade do fio. Caso consideremos os valores de θ pequenos, podemos considerar que o movimento desse corpo é retilíneo e a altura h (figura abaixo) é praticamente igual ao comprimento L: Figura 2 – P: intensidade do peso; R: intensidade da força resultante. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/pendulo-simples.htm Fórmula utilizada para encontrar o período experimental T (s ): (3) Fórmula utilizada para encontrar a frequência experimental f (Hz): (4) 2. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO 2.1. Experimento I: Montou-se o pêndulo em um suporte universal, utilizando uma massa m1 e um fio de polipropileno com o comprimento de 80 cm; Ajustou-se a posição do suporte universal sobre a bancada para delimitar a amplitude de oscilação; Em seguida, o pêndulo foi deslocado da sua posição de equilíbrio por um pequeno ângulo (aproximadamente 10°) e sua massa colocada para oscilar; Utilizando um cronômetro, registrou-se o tempo de duração de uma série de dez oscilações para medir a duração de um único período. Esse processo foi repetido cinco vezes; Repetiram-se os procedimentos acima para deslocamento do pêndulo de uma grande amplitude. Compararam-se os resultados obtidos. 2.2. Experimento II: Montou-se o pêndulo em um suporte universal, utilizando uma massa m1 e um fio de polipropileno com comprimento de 70 cm; Ajustou-se a posição do suporte universal sobre a bancada para delimitar a amplitude de oscilação; Em seguida, o pêndulo foi deslocado da sua posição de equilíbrio por um pequeno ângulo (aproximadamente 10°) e sua massa colocada para oscilar; Utilizando um cronômetro, registrou-se o tempo de duração de uma série de dez oscilações para medir a duração de um único período. Esse processo foi repetido cinco vezes; Repetiu-se os procedimentos 2 até 4 diminuindo o fio do pêndulo para comprimentos de 60 cm, 50 cm, 40 cm, 30 cm e 20 cm, mantendo o valor da massa; Determinou-se o valor da aceleração da gravidade a partir da equação 2, utilizando o valor do período experimental obtido; Compararam-se os resultados obtidos com o valor da aceleração da gravidade g = 9,8 m /s². Por fim, substitui-se a massa m1 do pêndulo por uma massa maior m2 e repetiu-se todo o procedimento anterior. Materiais utilizados: Tripé com uma haste longa; Pêndulo Simples; Sistema de regulagem de comprimento; Régua; Cronômetro; 3. RESULTADOS OBTIDOS A seguir são apresentadas as tabelas com os valores encontrados através dos dados coletados e cálculos realizados nos procedimentos experimentais: Experimento I: Massa m1 e um fio de polipropileno com o comprimento de 80 cm. n PEQUENA AMPLITUDE GRANDE AMPLITUDE t (s) T (s) f (Hz) T médio f médio t (s) T (s) f (Hz) T médio f médio 1 18,23 1,82 0,55 1,81 0,55 18,39 1,84 0,54 1,84 0,54 2 17,95 1,80 0,56 18,37 1,84 0,54 3 18,13 1,81 0,55 18,47 1,85 0,54 4 18,27 1,83 0,55 18,33 1,83 0,55 5 18,11 1,81 0,55 18,30 1,83 0,55 Tabela 1 – Tempo de oscilação completa. Aplicaram-se as equações (3) e (4) para realização dos cálculos do período e frequência do pêndulo para preenchimento das colunas (2), (3), (7) e (8) da tabela 1. Experimento II: Parte I - Massa m1 e um fio de polipropileno com os comprimentos de 70 cm, 60 cm, 50 cm, 40 cm, 30 cm e 20 cm. Tabela 2 – Tempo de oscilação completa do pêndulo com massa m1. Através dos dados de comprimento do fio e do período ao quadrado, obteve-se o seguinte gráfico: Gráfico 1 - Relação entre o período (T²) e comprimento do fio (m). Parte II - Massa m2 e um fio de polipropileno com os comprimentos de 70 cm, 60 cm, 50 cm, 40 cm, 30 cm e 20 cm. Tabela 3 – Tempo de oscilação completa do pêndulo com massa m2. Através dos dados de comprimento do fio e do período ao quadrado, obteve-se o seguinte gráfico: Gráfico 2 - Relação entre o período (T²) e comprimento do fio (m). Cálculos realizados: Os períodos para uma oscilação e frequência dos pêndulos foram obtidos através das fórmulas (3) e (4): e Aplicou-se a fórmula (1) para cálculo do período de oscilação T teórico e preenchimento da coluna (8) das tabelas (2) e (3): Com os valores médios dos períodos ao quadrado e os valores do comprimento de cada pêndulo, utilizou-se o Excel e suas funcionalidades nativas, para determinar os parâmetros de uma regressão linear e determinou-se a equação e o valor de r² diretamente no gráfico de dispersão (1) e (2). Sendo a regressão linear determinada por uma reta (Y = b + aX), calculou-se: O coeficiente linear da reta (b) = 0,068615238 O coeficiente angular da reta (a) = 3,857114286 O coeficiente de determinação (r²) = 0,994544574 Para calcular a aceleração da gravidade local, aplicou-se a equação (2) para preenchimento das colunas (10) das Tabelas 2 e 3: Porém, existem incertezas associadas a estes valores obtidos, que devem ser expressas junto aos mesmos para fornecer o resultado com precisão. No caso do comprimento do fio, foi adotado para este experimento apenas o erro instrumental como sendo a incerteza final, podendo ser calculada da seguinte forma: Onde 1 mm é a menor medida do instrumento utilizado. Isso vale para os três pêndulos, visto que as suas medidas foram feitas com a mesma fita métrica. A medida do período também envolve o erro instrumental, r, que para este experimento foi adotado por convenção o valor de 0,1s. Mas para determinar sua incerteza padrão final, deve-se também levar em conta a dispersão das medidas em relação à média x para cada pêndulo. Essa dispersão pode ser estimada através da fórmula de desvio padrão: Para o pêndulo A: = 0,0002 s Para o pêndulo B: = 0,0001 s Para o pêndulo C: = 0 s Para o pêndulo D: = 0 s Para o pêndulo E: = 0,005 s Para o pêndulo F: = 0 s Para cálculo do desvio padrão do valor médio, aplicou-se aseguinte fórmula: Para o pêndulo A: = 0,0002 s = 0,00009 s 5 Para o pêndulo B: = 0,0001 s = 0,00004 s 5 Para o pêndulo C: = 0s Para o pêndulo D: = 0s Para o pêndulo E: = 0,005 s = 0,0002 s 5 Para o pêndulo C: = 0s Para calcular a incerteza padrão final, foi aplicada a fórmula: Para o pêndulo A: = 0,10s Para o pêndulo B: = 0,10s Para o pêndulo C: = 0s Para o pêndulo D: = 0s Para o pêndulo E: = 0,10 s Para o pêndulo F: = 0s Após calcular a incerteza padrão, pode-se representar o valor final da medida do período de oscilação de cada pêndulo: Para o pêndulo A: TA = (1,64 ± 0,10) s Para o pêndulo B: TB = (1,57 ± 0,10) s Para o pêndulo C: TC = 1,42 s Para o pêndulo D: TD = 1,27 s Para o pêndulo E: TE = (1,11 ± 0,10) s Para o pêndulo F: TF = 0,90 s Como a gravidade depende de outras grandezas, para calcular a sua incerteza padrão final deve-se levar em conta a propagação das incertezas envolvidas nas medidas do período e do comprimento, que são as grandezas das quais ela depende. A incerteza padrão final da gravidade pode ser calculada através da fórmula: Onde g é a incerteza padrão final da gravidade, g o valor da gravidade, T é a incerteza padrão final do período, T é o valor médio do período, L é a incerteza g padrão final do comprimento, L é o valor médio do comprimento, e A e B são os coeficientes do período e comprimento, respectivamente da fórmula (2). Substituindo os valores na equação acima, obtém-se o valor da incerteza padrão final da gravidade para cada um dos pêndulos. Para o pêndulo A: Para o pêndulo B: Para o pêndulo C: Para o pêndulo D: Para o pêndulo E: Para o pêndulo F: A partir dos valores obtidos, é possível expressar os resultados finais da gravidade local medida por cada pêndulo. Para o pêndulo A: gA = (10,27 ± 1,93) m/s² Para o pêndulo B: gB = (9,61 ± 2,02) m/s² Para o pêndulo C: gC = (9,79 ± 1,96) m/s² Para o pêndulo D: gD = (9,79 ± 2,45) m/s² Para o pêndulo E: gE = (9,61 ± 3,64) m/s² Para o pêndulo F: gF = (9,75 ± 4,87) m/s² Para comparação do valor esperado da aceleração da gravidade local com os valores obtidos, foi utilizada a fórmula do erro relativo, que é expressa por: Onde é o valor real esperado e o valor médio obtido. Assim, é possível calcular o erro percentual para cada valor médio obtido: Para o pêndulo A: Para o pêndulo B: Para o pêndulo C: Para o pêndulo D: Para o pêndulo E: Para o pêndulo F: 5. ANÁLISE DOS DADOS Com base nos dados da Tabela 1, discuta os valores encontrados para a frequência e o período de oscilação. Explique o seu resultado considerando a amplitude da oscilação. Existe alguma relação entre a amplitude e o período de oscilação? O que ocorre com o período do pêndulo quando diminuímos seu comprimento? A partir dos dados da Tabela 2, faça um gráfico de T² em função do comprimento do fio e trace a melhor reta que se ajusta a esses dados. Obtenha os coeficientes angular e linear desta reta e obtenha a aceleração da gravidade e sua respectiva incerteza. Compare seu resultado com o valor adotado no laboratório. O que ocorre com o período do pêndulo quando aumentamos a massa suspensa? A partir dos dados da Tabela 3, faça um gráfico de T² em função do comprimento do fio e trace a melhor reta que se ajusta a esses dados. Obtenha os coeficientes angular e linear desta reta e obtenha a aceleração da gravidade e sua respectiva incerteza. Compare seu resultado com o valor adotado no laboratório. Compare seu resultado com o anterior e mostre que o período de oscilação de um pêndulo simples não depende da massa. 6. CONCLUSÃO O experimento referente ao movimento harmônico simples (MHS) demonstrado pelo pêndulo simples mostra que o período de oscilação independe da amplitude, ou seja, da altura em que a massa é abandonada. Com base nos valores encontrados na Tabela 1, período e amplitude são diretamente proporcionais, e estes em relação à frequência são inversamente proporcionais, pois à medida que o deslocamento do pêndulo aumenta a frequência diminui na mesma proporção. A partir da análise das tabelas 2 e 3, nota-se que ao variarmos o comprimento do pêndulo, o período e a frequência variam, ou seja, quando diminuímos o comprimento do pêndulo, o período também diminui e a frequência aumenta e quando aumentamos o comprimento do pêndulo, o período aumenta e a frequência diminui. Essa variação se comprova através dos gráficos 1 e 2, que representam a relação entre o comprimento do pêndulo e seu período de oscilação. Com relação à massa pendular, pode-se verificar nos dados das Tabelas 2 e 3, que a alteração do peso da massa não influencia no período T do movimento, ou seja, os pêndulos de mesmo comprimento L, mas de massas diferentes m1 e m2, apresentam o mesmo período T. Porém, a variação do comprimento do pêndulo altera seu valor e consequentemente, o valor da frequência será alterado, já que período e frequência estão relacionados por serem grandezas inversamente proporcionais, e que período e comprimento do pêndulo são diretamente proporcionais. Deste modo, conclui-se que o período de oscilação e a frequência de um pêndulo simples dependem apenas da aceleração da gravidade e do comprimento do fio do pêndulo. Quanto à determinação da aceleração da gravidade, pode-se concluir que o método utilizado no experimento é eficaz, pois os valores calculados estão próximos do valor adotado em laboratório, e considerando as incertezas, são totalmente compatíveis. As tabelas 2 e 3 mostram os baixos valores percentuais de erro obtidos quando comparados os valores da gravidade experimental com o valor real através do erro relativo. 6. REFERÊNCIAS https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/lei-de-stevin-teoria-e-aplicacoes.htm (Acessado em 21/09/17 às 15h:22min) http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/MHS/pendulo. php> (Acessado em 21/09/17 às 09h56min). https://www.passeidireto.com/arquivo/25185187/relatorio-pendulo-simples-para-determinacao-da-aceleracao-da-gravidade (Acessado em 25/09/17 às 21h47min e 26/09/17 às 09h23min ). http://fisicaevestibular.com.br/novo/mecanica/dinamica/mhs/pendulo-simples/ (Acessado em 25/09/17 às 17h47min). http://www.ft.unicamp.br/~lfavila/EB204/EXPERIMENTO_III_PenduloSimples_Roteiro.pdf (Acessado em 25/09/17 às 21h47min). https://usuariosdoexcel.wordpress.com/2013/07/28/0192-regressao-linear-excel/ (Acessado em 26/09/17 às 14h32min).
Compartilhar