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Microbiologia dos Alimentos � A microbiologia dos alimentos é a parte da microbiologia que trata dos processos em que os microorganismos influenciam nas características dos produtos de consumo alimentício humano ou animal. �A microbiologia dos alimentos, por conseqüência, engloba aspectos da ecologia microbiana e de biotecnologia para a produção. • ASPECTOS HISTÓRICOS �No Inicio, a alimentação era baseada nos abundantes recursos da natureza. �O homem passou a plantar, criar animais e produzir seus alimentos. �Com o surgimento dos alimentos preparados ���� doenças transmitidas devido à deterioração (conservação inadequada). �Na idade média morte por Ergotismo ���� intoxicação aguda por ingestão de cereais contaminados por fungos. � Importância da limpeza e higiene na produção dos alimentos���� século XIII. � Inspeção de carnes em abatedouros de animais. �Luis Pasteur ���� teorizou a importância dos microorganismos nos alimentos. • ASPECTOS HISTÓRICOS # A qualidade microbiológica dos alimentos está condicionada, primeiro, à quantidade e ao tipo de microrganismos inicialmente presentes (contaminação inicial) e depois à multiplicação destes germes no alimento. # A qualidade das matérias - primas e a higiene (de ambientes, manipuladores e superfícies) representam à contaminação inicial. O tipo de alimento e as condições ambientais regulam a multiplicação. • IMPORTÂNCIA DOS MICROORGANISMOS NOS ALIMENTOS Classificação: A.Microorganismos como agentes de deterioração dos alimentos. B.Microorganismos como agentes patogênicos transmitidos por alimentos. C.Microorganismos como produtores de alimentos � A deterioração inclui mudanças � Na qualidade organoléptica � No valor nutricional � No apelo aestético � Na cor � Na textura � Na qualidade 3. Microrganismos e a deterioração de alimentos � O que causa a deterioração � Microrganismos � A ação das enzimas contidas nos alimentos � A infestação por insetos, parasitas e roedores � Temperaturas inapropriadas para a conservação 3. Microrganismos e a deterioração de alimentos � O que causa a deterioração � Ganho ou perda de umidade: pressão hidrostática � Reação com o O2 � Luz � Estresse físico ou abuso � Tempo 3. Microrganismos e a deterioração de alimentos Resistência a colonização de um alimento Existem uma série dos fatores que "dirigem esta seleção”: a) Fatores intrínsecos: Constituem os derivados da composição do alimento: Quantidade de água, pH, nutrientes, agentes antimicrobianos naturais, interação entre microorganismos etc. b) Tratamentos tecnológicos: Fatores que modificam a flora inicial em conseqüência de processamento do alimento: uso de radiação, oxido de etileno etc. c) Fatores extrínsecos: Derivados das condições físicas do ambiente em que se armazena o alimento: temperatura ambiental,umidade, atmosfera de O2 e CO2. FATORES INTRÍNSECOS - Quantidade de Água: o microorganismo necessita de água para sua sobrevivência. (metabolismo e multiplicação.) Grupos de Alimentos e sua Aa a) 0,98 e acima: carnes frescas e peixe fresco; frutas e vegetais; leite e outras bebidas; vegetais enlatados em salmoura e frutas enlatadas em calda leve. b) abaixo de 0,98 até 0,93: massa de tomate; carnes curadas; queijo Gouda; pão; queijo processado; salsichas cozidas; carnes e peixes levemente salgados. c) Abaixo de 0,93 até 0,85: carne seca, presunto cru, leite condensado, queijo cheddar maturado. Muitos bolores que produzem micotoxinas podem se desenvolver nestas condições, mas apenas uma bactéria patogênica conhecida Staphylococcus aureus (Aa = 0,86 _ menor Aa permite crescimento patógenos bacterianos). FATORES INTRÍNSECOS - Quantidade de Água: o microorganismo necessita de água para sua sobrevivência. (metabolismo e multiplicação.) Grupos de Alimentos e sua Aa a) Abaixo de 0,85 até 0,60: frutas desidratadas; farinhas; cereais; geléias; melado; pescado fortemente salgado; nozes; alguns queijos maturados. Bactérias patogênicas não se desenvolvem nestes intervalos de Aa. Pode ocorrer deterioração por microrganismos xerofílicos, osmofílicos ou halofílicos. b) Abaixo de 0,60: Chocolate; mel; macarrão; biscoitos; batata chips, leite em pó, vegetais desidratados. Microrganismos não se multiplicam abaixo de 0,60 ����mas podem permanecer viáveis por tempo prolongado. Acidez (pH): a maioria das bactérias se desenvolvem em pH em torno de 6,5 a 7,5. a)Algumas em pH acido, como as bactérias lácticas. b)Bactérias patogênicas em pH em torno de 7,0. c)Fungos e leveduras ���� variável. Composição Química: a)Água, fonte de energia, fonte de nitrogênio, vitaminas e sais maneirais ���� Deve estar disponível para multiplicação microbiana. FATORES EXTRÍNSECOS Temperatura Ambiental: �Os microorganismos podem se multiplicar em uma faixa que varia de - 35ºC a 90ºC. # Microorganismos psicrófilos (0ºC a 20ºC) # Microorganismos mesófilos (25ºC a 50ºC) # Microorganismos termófilos (35ºC a 90ºC) FATORES EXTRÍNSECOS �Umidade Relativa do Ambiente: * Há necessidade de certa concentração de água para multiplicação do microorganismo. �����Composição Gasosa do ambiente: * Aeróbios, anaeróbios, microaerófilos e anaeróbios facultativos. * Atmosfera com 10% de CO2. * Monóxido de carbono, óxido nitroso etc.. Composição Gasosa do ambiente: �Microorganismos aeróbios: requerem oxigênio para sua multiplicação. Ex: Bolores, leveduras oxidativas e bactérias (Pseudomonas, Moraxella etc..) �Microorganismos anaeróbios: não requerem oxigênio para sua multiplicação. Ex: Clostridium. �Microorganismos anaeróbios facultativos. Crescem tanto na ausência como na presença de oxigênio. Ex: Enterobactérias. �Microorganismos microaerófilos: Crescem em pequena concentração de oxigênio (+/- 10 %) Ex: Lactobacilos e Estreptococos. Alimentos ► meio adequado para o crescimento microbiano - deterioração (aumento dos custos) - disseminação de infecções - intoxicações - produção de alimentos - conservação de alimentos 1. Composição microbiana dos alimentos ► Frutos: Leveduras na casca das uvas - fermentação para fabricação do vinho pH 2,3-5,0 - baixa incidência de bactérias ► Carnes: Corte e manuseio - bactérias proteolíticas, lipolíticas, fungos e ocasionalmente patógenos (Clostridium perfringens, Staphylococcus aureus) ► Leite: Microbiota característica do ambiente Bactérias do ácido lático, leveduras, coliformes, Pseudomonas Patógenos: Staphylococcus (mastite), Mycobacterium, Brucella, Salmonella, Coxiella • Microbiota própria • Adquirida com o processo/manuseio Deterioração: ► Qualquer alteração na aparência, odor, sabor decorrentes da atividade metabólica dos microrganismos O tipo de deterioração depende: - tipo de alimento - microrganismo envolvido (bactérias entéricas raramente deterioram frutos) - número de microrganismos presentes 3. Microrganismos e a deterioração de alimentos ► Ranço: Alimentos ricos em gordura Microrganismos lipolíticos, principalmente bactérias Quebra das gorduras ácidos graxos glicerol ► Putrefação: Alimentos ricos em proteínas (p.ex. carnes) Bactérias proteolíticas Proteínas putrescina, cadaverina, H2S, NH3 ► Azedamento e coagulação: Leite Bactérias do ácido lático Lactose ácido lático + outros ácidos Principais processos de deterioração de alimentos Inibir o crescimento microbiano ► preservar a qualidade 4. Controle dos microrganismos em alimentos •O crescimento segue o padrão geral: fase lag, exponencial ... •Depende de condições como temperatura e valor nutritivo do alimento •Somente quando a concentração atingir certo nível a deterioração pode ser observada ► Forma mais comum de conservação Refrigeração(4 a 10 ºC): inibição das reações enzimáticas, levando à paralisação do crescimento microbiano - Crescem os psicrotolerantes Congelamento (-20 ºC): água congelada não está disponível para o metabolismo. Formação de cristais de gelo que danificam a membrana - Pode haver crescimento em bolsas de água não congelada 4.1 Frio Processos de preservação ► Pasteurização * 63 ºC por 30 min (LTLT: low temperature long time) * 72 ºC por 15 s (HTST: high temperature short time) ► Esterilização * UHT (ultra-high temperature): 150 ºC por 3 s sistemas contínuos 4.2 Calor ►Secagem: sol, câmaras secagem, liofilização alimentos perdem água, provocando a inibição do crescimento ►Adição de solutos (pressão osmótica ) - adição de açúcar: doces, geléias, - secagem: leite condensado, frutas secas - adição de sal: carnes e peixes - defumação 4.3 Redução da atividade água (Aw) Atividade de água e crescimento de microrganismos em alimentos Valor de aw Microrganismos geralmente Alimentos que apresentam inibidos nesse valor esses valores de aw 0,95 Pseudomonas, Escherichia, Proteus Alimentos frescos altamente Shigella, Klebsiella, Bacillus perecíveis e frutas, carnes, Clostridium perfringens, algumas peixes e leites enlatados; leveduras salsichas cozidas e pães; alimentos contendo 40% de sacarose ou 7% de NaCl 0,95-0,91 Salmonella, Vibrio parahaemolyticus Alguns queijos, carne curada, alguns C. botulinum, Serratia, Lactobacillus sucos de frutas concentrados, Pediococcus, alguns bolores, alimentos contendo 50% de leveduras (Rhodotorula, Pichia) sacarose ou 12% de NaCl 0,91-0,87 Muitas leveduras (Candida, Torulopsis Salame, Bolos, queijos secos, Hansenula), Micrococcus margarian, alimentos com 65% de sacarose ou 15% de NaCl 0,87-0,80 Maioria dos bolores (Penicilium Maioria dos sucos de frutas micotoxigênicos), S. aureus, concentrados, leite condensado maoria das Saccharomyces, adoçado, xaropes de chocolate Debaryomyces e de frutas, farinha, arroz, grãos secos, bolos de frutas 0,80-0,75 Maioria dos procariotos halofílicos Presunto, geléias, marzipan, frutos Aspergillus micotoxigênicos glacês, marshmallows Fonte: Adaptado de Beuchat (1981) ► Diminuição do pH do alimento A maioria dos organismos deteriorantes não crescem em menos de pH 5. O ácido pode ser adicionado ou produzido no processo - ácido acético: picles - ácido lático: leite fermentado, iogurte, chucrute 4.4 Acidificação Nos alimentos fermentados, as bactérias não se desenvolvem bem em pH abaixo de 4 – processo autolimitante. 4.5 Enlatamento - Nicholas Appert funda em 1802 a primeira fábrica de conservas e recebeu o prêmio de Napoleão. ►Altas temperaturas aplicadas a alimentos hermeticamente fechados em latas - Temperatura inadequada: problemas com microrganismos termofílicos anaeróbios - Deteriorações mais comuns em enlatados: - azedamento: Bacillus stearothermophillus, B. coagulans, Lactobacillus spp. - produção de gás: leveduras, lactobacilos, clostrídios Um pouco de história: Em 1795 o governo de Napoleão Bonaparte ofereceu um prêmio de 12 mil francos a quem inventasse um novo método de preservação de alimentos para o exército. Radiação ionizante: raios gama (cobalto 60) ▪ sem radiação residual e sem afetar a qualidade Atualmente, nos EUA, aves e hambúrgueres estão sendo irradiados para controlar a E. coli 0157:H7 e outros patógenos entéricos 4.6 Irradiação 44 KGrays na esterilização de produtos cárneos servidos em vôos espaciais (NASA) 4,4 KGrays para hambúgueres normais 4.7 Aditivos Diversos produtos químicos são considerados como seguros. Alguns são utilizados há anos, sem evidência de toxicidade, outros já são mais controvertidos. * inorgânicos: - Óxido de etileno, NO3-, NO2- * orgânicos: - ácido ascórbico: laticínios, sucos - benzoato de sódio: refrigerantes - propionato de cálcio: pães Em combinação com o ácido ascórbico (Vitamina C), o benzoato de sódio pode formar o benzeno, que é cancerígeno. 5. Microrganismos na produção de alimentos 5. Microrganismos na produção de alimentos Alimentos preparados com o uso de microrganismos Alimento Matéria prima Principal Microrganismo Grupo Picles Pepinos Lactobacillus spp. Pediococcus spp. Bacilos, Gram + Cococ, Gram + Leite fermentado Leite L. acidophilus Bacilos, Gram + Pão Farinha Saccharomyces cerevisiae Levedura Ricota Leite pasteurizado L. bulgaricus Bacilos, Gram + Koumiss Leite de égua L. bulgaricus Torula, Mycoderma Bacilos, Gram + Leveduras Kefir Leite fresco, Streptococcus spp. Lactobacillus spp. Leuconostoc Acetobacter Cocos, Gram + Bacilos, Gram + Cocos, Gram + Bacilos, Gram - Iogurte Leite pasteurizado L. bulgaricus S. thermophilus Bacilos, Gram + Cocos, Gram + Shoyu Arroz, Soja L. delbrueckii Aspergillus oryzae Sacharomyces rouxii Bacilos, Gram + Fungo filamentoso Levedura Queijos Leite S. lactis S. cremoris L. citrovorum L. dextranicum Outros microrganismos Cocos, Gram + Cocos, Gram + Bacilos, Gram + Bacilos, Gram + Fungos Cerveja Grãos de cereais Saccharomyces spp. Leveduras Vinho Suco de uva Saccharomyces cerevisiae Sacch. champagnii Leveduras Salames e salsichas curadas Porco/Gado Pediococcus cerevisiae Cocos, Gram + Presunto curado Porco Aspergillus, Penicillium Fungos � Fermentação de produtos lácteos � Iogurte – Lactococcus thermophilus, Lactobacillus bulgaricus � Kefir (leite fementado caprino ou bovino) – Lactococcus lactis, L. bulgaricus e leveduras � Leite fermentado – Lactobacillus acidophilus � Manteiga – Streptococcus cremoris, Leuconostoc cremoris e Lactobacillus lactis 5. Microrganismos na produção de alimentos Iogurte Lactococcus thermophillus Lactobacillus bulgaricus Sabor: diacetil, acetaldeído Queijos Lactococcus lactis Lactococcus cremoris Lactobacillus citrovorum Lactobacillus dextranicum Outros: fungos Creme de Leite Streptococcus cremoris, S. diacetylactis: ácido Leuconostoc cremoris: voláteis Manteiga: mesmos microrganismos Saccharomyces cerevisiae Kefir: alimento à base de leite preparado por microrganismos - Originário do Cáucaso, “um presente de Alá” Lactobacilli Lactobacillus alactosus L. brevis L. casei subsp. casei L. casei subsp. pseudoplantarum L. casei subsp. rhamnosus L. casei subsp. tolerans L. coryneformis subsp. torquens L. fructosus L. hilgardii L. homohiochi L. plantarum L. pseudoplantarum L. yamanashiensis Streptococci/Lactococci Streptococcus cremoris Str. faecalis Str. lactis Leuconostoc mesenteroides Pediococcus damnosus Leveduras Saccharomyces cerevisiae S. florentinus S. pretoriensis Candida valida C. lambica Kloeckera apiculata Hansenula yalbensis � Fermentação de carnes � Embutidos – produzidos por bactérias do ácido lático, em particular Pediococcus cerevisae � Produção de pães � Pães – Saccharomyces cerevisae, Clostridium spp. e bactérias coliformes podem ser empregados 5. Microrganismos na produção de alimentos Bebida tradicional de nômades criadores de rebanhos das estepes russas. O leite de égua dá origem a uma bebida saudável após uma fermentação alcóolica e láctica. A ação medicinal do koumiss é devida ao grande complexo de substâncias e elementos curativos que ele contém, tais como fermentos, microelementos, antibióticos, vitaminas A, Bl, B2, B12, D, E, C (grande teor), álcool etílico, ácido lático, gás carbônico e outros. Koumiss � Bebidas alcoólicas � Cervejas: produção de + de 100 bilhões de litros por ano usando Saccharomyces cerevisae e outras leveduras � Vinho: fermentação usando S. cerevisae � Vinagre: fermentação a álcool (S. cerevisae) e em seguida a ácido acético (Acetobacter e Gluconobacter) ou conversão diretaa acetato (Clostridium spp.) 5. Microrganismos na produção de alimentos � Vegetais fermentados � Chucrute – Enterobacter cloacae, Leuconostoc mesenteroides, Lactobacillus plantarum, L. brevis � Picles – L. plantarum, L. mesentereoides, Enterococcus faecalis, Pediococcus cerevisae, Pseudomonas spp., Flavobacterium spp., Bacillus spp. e leveduras 5. Microrganismos na produção de alimentos � Vegetais fermentados � Azeitonas – Leuconostoc � Molho de soja – Aspergillus oryzae, Pediococcus soyae, Saccharomyces spp., Torulopsis spp., e Lactobacillus spp. � Miso – Aspergillus oryzae 5. Microrganismos na produção de alimentos � Vegetais fermentados � Tempeh (fermentado de soja branca) – Rhizopus spp. � Tofu – Mucor spp. � Nato (soja fermentada) – Bacillus subtilis � Poi (cara) – Pseudomonas, Lactobacillus, Streptococcus, Leuconostoc, Geotrichum candidum 5. Microrganismos na produção de alimentos Picles Lactobacillus spp. Pediococcus spp. Chucrute 6. Doenças transmitidas por alimentos • Importante área emergente • Alimentos processados: grande responsabilidade para as empresas • Infecções e intoxicações originadas por uma única fonte pode afetar grande número de indivíduos Doenças de origem microbiana veiculadas por alimentos Categorias de doenças: * infecções - microrganismo ativo presente nos tecidos - ingestão do patógeno através do alimento contaminado (muitos desses agentes também são transmitidos pela água) * intoxicações - microrganismo ativo ausente nos tecidos - ingestão da toxina bioativa pré-formada 6.1 Infecções a. Gastroenterites Bacillus cereus: toxina liberada no trato intestinal Infecção que atinge o sistema gastrointestinal ocasionando diarréias, cólicas intestinais e vômitos. - decréscimo na absorção de fluidos - aumento da secreção de fluidos do sangue para o intestino Vegetais crus, carnes, leite e derivados, farinhas contendo esporos b. Salmoneloses Salmonella thyphimurium: espécie mais comum, presente no intestino dos animais e esgotos. S. typhi: febre tifóide Carnes, salsichas, aves, ovos, leite e laticínios, produtos à base de ovos crús Contaminação: manuseio por indivíduos portadores, água contaminada "I can cook" c. Escherichia coli patogênicas Escherichia coli enterotóxica (linhagens ETEC), produtora de enterotoxinas potentes - verotoxina:diarréia hemorrágica e insuficiência renal. Linhagem mais comum: E. coli O157:H7 Alimentos crús ou mal cozidos, particularmente carnes moídas processadas em grande escala, água. d. Campilobacteriose Campylobacter jejuni e C. fetus Bastonetes Gram negativos, microaerófilos, principais responsáveis por diarréias bacterianas em crianças - C. fetus: abortos em bovinos e ovinos Aves, porco, mariscos crús ►todas as carcaças de frango e peru contêm C. jejuni d. Listeriose Listeria monocytogenes – presente em todos os ambientes - Bastonetes ácido tolerantes, psicrotolerantes e halotolerantes - Pessoas imonocomprometidas: septicemia, meningite, encefalite, infecção intra-uterina Carne, laticínios, produtos frescos Contaminação: solo, água e. Hepatite A Picornavírus (RNA vírus) - Inflamação e necrose do fígado Frutos do mar coletados em águas poluídas, leite Contaminação: contaminação fecal da água ou alimento a. Intoxicação por estafilococos Staphylococcus aureus – intoxicação bastante comum (gastroenterites) Cremes, doces recheados, carne de aves e de outros animais, pudins, saladas com maionese Contaminação do alimento: pelo manipulador, seguida pela multiplicação da bactéria no alimento não refrigerado e produção de enterotoxinas (7 tipos) termoestáveis. b. Intoxicação por clostrídios > Clostridium perfringens: bactéria anaeróbia, produtora de endósporos Carnes, aves e peixes, crús ou cozidos Toxinas: enterotoxina produzida quando a bactéria esporula no intestino, após ser ingerida com o alimento Sintomas: alteração da permeabilidade das células epiteliais do intestino, produzindo sintomas de gastroenterites. 6.2 Intoxicações > Clostridium botulinum: bactéria anaeróbia, produtora de endósporos (Botulus, do latim, salsicha) Carnes, vegetais enlatados, peixes fermentados, alimentos embutidos, batatas assadas, ... Toxinas: exotoxina (proteína sensível ao calor (80 ºC/10 min) geralmente fatal. 0,033 ng são suficientes para matar um rato 1 g mataria 30 bilhões desses animais. Botulismo infantil Botulismo Sintomas: a toxina liga-se às membranas pré-sinápticas nos neurônios motores na junção neuro-muscular, bloqueando a liberação de acetilcolina, impedindo a contração do músculo. TABELA 4. FAIXA DE pH APROXIMADO PARA O CRESCIMENTO DE ALGUNSMICRORGANISMOS ENCONTRADOS EMALIMENTOS. Fonte: ICMSF (1982). MICRORGANIS MO FAIXA DE pH MICRORGANIS MO FAIXA DE pH Bolores 0,2 – 11 Yersinia enterocolitica 4,5 – 9,0 Leveduras 1,5 – 8,5 Clostridiumbotulinum 4,8 – 8,2 Bactérias láticas 3,2 – 10,5 Bacillus cereus 4,8 – 9,2 Staphylococcus aureus 4,0 – 9,9 Vibrio parahaemolyticu s 4,8 – 11 Acetobacter spp. 4,0 – 9,1 Clostridiumperfringens 5,5 – 8,5 Salmonella spp. 4,1 – 9,0 Campylobacter spp. 5,8 – 9,0 Escherichia coli 4,3 – 9,0 Vibrio spp. 6,2 – 9,0 TABELA 6. VALORES DE pH APROXIMADO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL. Fonte: JAY (1994). PRODUTO pH PRODUTO pH Produtos lácteos Produtos marinhos Leite 6,3 – 6,5 Peixe fresco 6,6 – 6,8 Manteiga 6,1 – 6,4 Atum 5,2 – 6,1 Leitilho 4,5 Camarão 6,8 – 7,0 Creme de Leite 6,5 Caranguejo 7,0 Queijo 6,2 – 6,4 Molusco 6,5 Carnes Ostra 4,8 – 6,3 Bovina 5,3 – 5,6 Salmão 6,1 – 6,3 Bovina (moída) 5,1 – 6,2 Carne de Aves 6,2 – 6,4 Presunto 5,9 – 6,1 TABELA 5. VALORES DE pH APROXIMADO DE ALGUMAS FRUTAS E HORTALIÇAS FRESCAS. Fonte: JAY (1994). HORTALIÇAS pH FRUTAS pH Tomate 4,2 – 4,3 Lima 1,8 – 2,0 Salsa 5 7 – 6 0 Laranja (suco) 3,6 – 4,3 Repolho verde 5,5 – 6,0 Banana 4,5 – 4,7 Repolho de Bruxelas 6,3 Melancia 5,2 – 5,6 Nabo 5,2 – 5,5 Ameixa 2,8 – 4,6 Feijão 4,5 – 6,5 Grapefruit (suco) 3,0 Couve-Flor 5,6 Figo 4,6 Cenoura 4,9 – 6,0 Maçã 2,9 – 3,3 Cebola 5,3 – 5,8 Melão 6 3 – 6,7 Brócolis 6,5 Uva 4,3 – 4,5 Beterraba 4,2 – 4,4 Berinjela 4,5 Batata 5,3 – 5,6 Azeitona 3,6 – 3,8 Aspargos 5,7 – 6,1 Aipo 5,7 – 6,0 Abóbora 4,8 – 5,2 TABELA 7. ALGUNS TIPOS DE ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO pH ALGUNS ALIMENTOS. pH E TIPO DE ALIMENTO ALIMENTO FAIXA DE pH RESPONSÁVEIS PELA ALTERAÇÃO Alcalinos; pH > 7,0 Clara de Ovo 9,6 Pseudomonas, Aeromonas e Proteus Neutros; pH 6,5 – 7,0 Leite 6,8 – 7,0 Bacillus spp, Micrococcus, coliformes Presunto cozido 6,5 Pseudomonas, Sarcina, Acinetobacter – Moraxella Bacon 5,9 – 6,0 Micrococcus, Vibrio Carne de frango 6,2 – 6,7 Pseudomonas putrifaciens Baixa acidez;pH 5,3 - 6,5 Carcaça bovina 5,2 – 7,2 Pseudomonas, Acinetobacter – Moraxella, Lactobacillus Carne bovina embalada à vácuo 6,6 Micrococcus, Bacillus, Lactobacilaceae,Emterobacteriaceae psicrotróficas Carne bovina 5,4 – 5,8 Staphylococcus, Micrococcus, Pseudomonas Bacon 5,6 Micrococcus, leveduras (Candida) Produtos vegetais enlatados 5,4 – 6,4 Microrganismos acidificantes produtores de gás, Bacillus stearothermophilus Acidez intermediária; pH 4,5 – 5,3 Produtos de origem animal, enlatados - Termófilos anaeróbios, anaeróbios putrefativos, Clostridium sacharolyticum Produtos vegetais fermentados 3,9 – 5,1 Leuconostoc mesenteroides, leveduras Pepinos em vinagre 4,5 – 7,0 Leveduras, coliformes, bactérias láticas Queijo fresco (Cotage) 4,5 Bactérias oxidativas Gram-negativas, bolores Ácidos; pH 3,7 – 4,5 Maionese 3,0 – 4,1 Zigosaccharomyces, Saccharomyces, Lactobacillusbrevis Tomates 4,0 Clostridium pasteurianum, Bacillus coagulans Suco de tomate 4,5 Acinetobacter – Gluconobacter,leveduras Frutas 4,5 Lactobacillaceae, bolores Suco de frutas 3,5 – 5,5 Lactobacillaceae, Lactobacillus buchneri, bolores Frutas desidratadas 4,5 Bolores, leveduras Iogurte 3,8 – 4,2 Bolores, leveduras Suco de laranja 4,0 Lactobacillaceae, Leuconostoc mesenteroides Conservas vegetais ácidas 4,2 Lactobacillaceae, Bacillus spp, Saccharomyces bailii, Pichia, Moniliella Muito ácidos; pH < 3,7 Suco de frutas enlatado 3,9 – 3,5 Bolores, leveduras, bactérias láticas Repolho fermentado 3,1 – 3,7 Lactobacillus brevis, L. cucumeris, Torula spp. Frutas cítricas 3,0 – 3,5 Penicillium italicum, P. digitarum Molhos para saladas 3,2 – 3,9 Bacillus spp, Lactobacillus spp, leveduras
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