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88 Capítulo IV: Derivada de funções de uma variável real a valores reais. Muitos são os problemas matemáticos caracterizados pela determinação de máximos e mínimos de funções reais de uma variável onde é imprescindível a aplicação do conceito de derivada, o qual será estudado nesse capítulo. §4.1. Derivação. Sejam RXf : uma função contínua e Xa . O quociente ax afxf xq )()( )( tem sentido para ax , logo define uma função RaXq : , cujo valor q(x) é a inclinação da secante (reta que liga os pontos (a, f(a)) e (x, f(x)) no gráfico de f). No caso em que XXa ' então é natural considerar )(lim xq ax , que representa a inclinação da tangente ao gráfico de f(x) no ponto (a, f(a)). Definição de derivada: Sejam RXf : e XXa ' . A derivada da função f no ponto a é o limite: h afhaf ax afxf af hax )()( lim )()( lim)( 0 ' . Este limite pode existir ou não. Se existir, diz-se que f é derivável no ponto a, e a derivada nesse ponto é o valor do limite. Exemplo 1: Seja RRf : dada por 3)( xxf . x y a x o y=f(x) (x, f(x)) (a, f(a)) Fig.1: Gráfico da secante e da tangente a f. 89 22233 3limlim)()(lim)(' a ax aaxxax ax ax ax afxf af axaxax . Exemplo 2: Seja RRf : dada por )()( xsenxf , então, aa h senh h asenhsenahasen h asenhasen h afhaf af hh hh cos)cos(.lim )()()cos()cos()( lim )()( lim )()( lim)(' 00 00 Pois cos0 = 1, e, além disso, 1 )( lim 0 h hsen h . Observação: Quando existe a derivada f’(x) em todos os pontos XXx ' diz-se que a função RXf : é derivável no conjunto X e se obtém uma nova função RXXf '' : , tal que )(' xfx chamada à função derivada de f. Se f’ é contínua diz-se que f é de classe C 1 . Exemplo 3: Seja RRf : dada por 4)( xxf . A função derivada tem a forma, 34)(' xxf . Teorema 1: Sejam as funções f, g: X R deriváveis no ponto, XXa ' . As funções cf, f g, fg, g c e g f (caso 0)( ag ) são também deriváveis no ponto a, com: (cf)’(a) = cf’(a). )(')(')()'( agafagf . (fg)’(a)= f’(a)g(a)+ f(a)g’(a). )( )(' )( 2 ' ag acg a g c )( )(')()()(' )( 2 ' ag agafagaf a g f . . 90 D: Para o produto das funções f e g tem-se que, ax agxgaf ax xgafxf ax agafxgxf axaxax )]()()[( lim )()]()([ lim )()()()( lim (fg)’(a)=f’(a).g(a)+f(a).g’(a). Para o quociente das funções f e g tem se: )( )(')()()(' )()( ))()()(()())()(( lim )()( )()()()( lim ))(())(( lim)( 20 ' ag agafagaf agxg ax agxgaf ax agafxf ax agxg afxgagxf ax a g f x g f a g f h axax Os demais casos se fazem de forma semelhante, ficam para o leitor. §4.1.1. Tabela das derivadas das funções elementares: 1) 1' nn nxx . 2) x x 2 1' . 3) (sen(x))’=cos(x). 4) (cos(x))’ = - sen(x). 5) )(sec)( 2' xxtg . 6) )(cos)(cot 2' xecxg . 7) 1, 1 1 )( 2 ' x x xarcsen . 8) 1, 1 1 )arccos( 2 ' x x x . 9) 2 ' 1 1 )( x xarctg . 10) 2 ' 1 1 )( x xarcctg . 11) aaa xx ln' . 12) xx ee ' . 91 13) x x 1 )ln( ' . Exemplo 4: Seja )()( 3 xsenxxf . )cos()(3)(' 32 xxxsenxxf . §4.1.2. Exercícios para calcular derivadas das funções. 188. 323 235 xxxy . 189. x a x y 35 . 190. x x y ln 2 . 191. xexy 7 . 192. y = 3sen(x) + 5cos(x). 193. y = tg(x) – cotg(x). 194. y = arc tg(x) – arc ctg(x). 195. y = x.ctg(x). 196. y = x.arc sen(x). 197. xx a y x 1 ln . 198. arcsenx x y 2 199. xa x x y x ln . §4.1.3. Interpretação geométrica da derivada. Foi indicado antes que a expressão ax afxf xq )()( )( representa a inclinação da secante a curva y=f(x) nos pontos P(a,f(a)) e Q(x,f(x)), quando se fala do limite, ax afxf xf ax )()( lim)(' , 92 Trata-se da inclinação da reta tangente à curva no ponto P(a,f(a)), e pode-se dizer que a derivada da função y = f(x) no ponto P é o coeficiente angular ou inclinação da reta tangente à curva nesse ponto P. Assim tem-se que; tgaf )(' Onde é o ângulo formado pela parte positiva do eixo x com a tangente à curva no ponto P(a, f(a)). Exemplo 5: Achar o ângulo de inclinação da reta tangente à curva 2/2xy no ponto 2/1,1 . )1('ftg , mas f’(x) = x, assim tem-se que: 4 1 tg . §4.1.4. Taxa de variação. Se uma partícula percorre uma distancia s em um tempo t, então essa dependência do espaço percorrido na unidade de tempo pode ser expressa como uma função, logo s=f(t). Para dois valores do tempo 21,tt , o quociente, 12 12 tt tftf , Representa a velocidade media da partícula no intervalo de tempo 21,tt . Em um momento dado arbitráriamente 0t , é razoável considerar que o limite, Fig,2: Gráfico da interpretação geométrica da derivada. x y a+Δx o (a, f(a)) a+Δx a+Δx (a+Δx, f(a+Δx)) α 93 0 0 0 lim tt tftf tt , Representa a taxa de variação do espaço s com relação ao tempo t. Essa taxa de variação é a velocidade instantânea da partícula no momento 0t . Do mesmo jeito a taxa de variação da velocidade é a aceleração. Em forma geral em um ponto genérico t no intervalo de definição da função tem-se que: dt ds tfv )(' e dt dv a . Exemplo 6: Uma partícula se move de modo que, no instante t, a distância percorrida é dada pela equação s(t) = 2t + 1. 2 dt ds v , é a velocidade da partícula, assim tem-se que a velocidade é constante, então se tem que o movimento é retilíneo uniforme, para qualquer t a velocidade será sempre a mesma, v=2. §4.1.5. Exercícios para derivar funções e aplicar a taxa de variação. 200. Qual é o ângulo que forma a curva xey 5.0 ao se intersecta com a reta x = 2? 201. Em que ponto a reta tangente da parábola 372 xxy é paralela à reta 5x+y-3=0? 202. Qual o ângulo que forma a reta tangente à curva 2xxy com o eixo x, nos pontos x=0 e x=1. 203. Em que ponto da curva 23xy a reta tangente é perpendicular à reta 4x-3y+2=0? 204. Escrever a equação da reta tangente e da reta normal à parábola xy no ponto de abscissa x=4. 205. Uma partícula se move de modo que no instante t a distância é dada por ttts 2)( 3 . Se o espaço é dado em Km e u tempo em horas, em que instante suavelocidade é igual 48Km/h. 206. Um objeto se move sobre uma reta com velocidade dada pela função 54)( ttv , achar a aceleração no instante t=2. 94 207. Uma partícula se move de modo que no instante t à distância percorrida é dada por 2012)( 3 ttts . Em que instante a velocidade é igual à zero? 208. Determine a velocidade instantânea h Km de uma Baleeira (transporte fluvial) que vai de Tabatinga a Benjamin Constant no tempo t=0.2 h, se a equação do movimento é 51015 2 tts . 209. Um barco que viaja no trajeto Benjamin Constant a Tabatinga se movimenta segundo a função s=24t+24, se a distância de Benjamin a Tabatinga é de 36Km. Qual o tempo gasto nesse percurso, sabendo que a velocidade é dada em Km/h. §4.1.6. Derivadas de funções não dadas explicitamente. Se a função é dada em forma paramétrica, é dizer: )( )( tyy txx , Então a derivada de y em relação à x, pode-se expressar da seguinte forma: dt dx dt dy dx dy , Exemplo 7: Calcular dx dy y ' , se: 3 12 ty tx . 2 3 2t dt dx dt dy dx dy . Exemplo 8: Calcular dx dy y ' , se: 95 ty ex t cos . te sent dt dx dt dy dx dy . §4.1.7. Exercícios para derivar funções não dadas explicitamente. Calcular dx dy y ' , se: 210. ty ttx cos 2 2 . 211. 22ty tx . 212. ty ex t cos . 213. ty t x ln 1 1 . 214. tbseny tax 2 2cos . 115. t t ey ex 2 . 216. )cos1( )( tay senttax 217. tty tex t cos 96 218. t t y ttx ln ln 4.1.8. Derivabiliade de funções. Teorema2: A fim de que f: X R seja derivável no ponto a X’ X é necessário e suficiente que exista um c R tal que se Xha então f(a+h)=f(a)+ch+r(h), onde h hr h )( lim 0 =0 no caso afirmativo, tem-se c=f’(a). D: Seja Y={h R; a+h X}. Então 0 Y Y’. Supondo que f’(a) existe define-se r:Y R pondo r(h)= f(a+h)-f(a)-f’(a)h Então h hr )( h afhaf )()( -f’(a) Logo h hr h )( lim 0 =0. A condição é necessária. Reciprocamente se vale a condição, então. c h afhaf h hr )()()( Logo 0 )( lim] )()( [lim 00 h hr c h afhaf hh , portanto f’(a) existe e é igual a c. Corolário: Uma função é continua nos pontos em que é derivável. D: Se f é derivável no ponto a então f(a+h)=f(a)+f’(a)h+[(h)/h]h, com 0 )( lim 0 h hr h , logo )()(lim 0 afhaf h , ou seja f é contínua no ponto a. Exemplo 9: A função f: R R; x xsenxf 1 )( em a = 0 não é derivável, pois. 97 h sen h fhf hhh 1 lim )0()0( lim 0 não existe . Mas x senxxxfxg 1 )()( 2 é derivável em a, pois 0 1 lim )0()0( lim 0 h hsen h ghg hhh . Quando x 0 xx xsenxg 1 cos 1 2)(' , não existe o limite )('lim 0 xg x , então a derivada g’:R R não é contínua. Se a é um ponto de acumulação pela direita, isto é, a X’ X, pode-se tomar o limite )(lim)(' xqaf ax . Quando existe este limite, chama-se derivada à direita de f no ponto a. Analogamente define-se a derivada à esquerda )(lim)(' xqaf ax a X’ X. Se a é um ponto de acumulação bilateral, a X’ X’ X, )(')(')(' afafaf . Exemplo 10: A função f:R R; xxf )( em a=0 não é derivável, pois: 0, 0,, )( sexx xsex xxf Assim, 1)0(',,1)0(' fef . §4.1.9. Exercícios para calcular as derivadas laterais. Determinar a derivada das seguintes funções no ponto indicado ou conclua que não existe. 219. xmy em a = 0. 220. xxy em a = 0. 221. 0,, 0,,1 xquandoe xquandox y x em a = 0. 222. 1,,)1( 1,,1 2 xquandosenxx xquandox y em a = 1. 98 223. exquandoxe exquandoxx y x ,, 0,,ln)2( em a = e. §4.1.10. Regra de L’Hospital. Se f e g são deriváveis e 0 0 )( )( lim xg xf ax , ou )( )( lim xg xf ax pela definição de derivada ax xf af ax )( lim)(' , então se g’(a) 0, )(' )(' )( lim )( lim )( )( )( )( lim )( )( lim ag af ax xg ax xf ax xg ax xf xg xf ax ax axax . A continuação se aplicará a regra de L’Hospital ao cálculo de limite para o caso das diferentes indeterminações. Já antes foi usado o limite fundamental algébrico, aqui será provado esse resultado. Observação: O limite x x x 1 0 )1(lim é o caso de indeterminação 1 , para o qual aplica-se logaritmo neperiano à expressão anterior. Será visto diferentes casos de indeterminação fazendo uso desse procedimento. Proposição: ex x x 1 0 )1(lim . D: Seja xxxf 1 1)( , então, x x xf 1ln 1 )(ln , Assim, 0 01ln lim)(lnlim 00 x x xf xx Indeterminação. Aplicando a regra de L’Hospital, tem-se que, 1 1 1 lim)(lnlim 00 x xf xx . Mas 1ln1)(lnlim 0 Lxf x , então L = e. Exemplo 11: Calcular xxxx 33 lim 20 99 Aqui se tem que xxxx 33 lim 20 Indeterminação. 1 3 1 13333 2 xx x xx x xxx , Logo, 0 03 lim 31 lim 2020 xx x xxx xx Indeterminação. Agora, aplicando L’Hospital, tem-se que, 3 12 3 lim 3 lim 020 xxx x xx . §4.1.11. Exercícios para calcular limites aplicando a Regra de L’Hospital. Calcular os seguintes limites 224. x x x 1 lim . 225. x x x ln4 3 lim . 226. 2 cos 1 )1(lim x x x . 227. x x ctgx ln 1 0 )(lim . 228. tgx x x ) 1 (lim 0 . 229. x x x ln lim . 230. 2 lim 0 x ctg x x . 231. senx senmx x ln ln lim 0 . 100 232. xx x x ln 1 1 lim 1 . 233. 6 5 3 1 lim 23 xxxx . 234. xctgx x x cos2 lim 2 . 4.1.12. Derivadasde funções compostas. Existem muitos problemas que para determinar sua solução é preciso achar a derivada de funções compostas, aqui o método ideal é usar a regra da cadeia. Teorema 3 (Regra da cadeia): Sejam f: X R, g: Y R, 'XXa 'YYb , YXf )( e f(a) = b. Se f é derivável no ponto a e g é derivável no ponto b então, gof: X R é derivável no ponto a, com (gof)’(a) = g’(f(a))f’(a). D: Devido a que YXf )( , tem-se que para cada x do conjunto X, existe um y do conjunto Y, tal que y=f(x). Para determinar (gof)’(a), considere-se a expressão, ]. ))(())(( [lim ))(())(( lim)()'( ax by by afgxfg ax agofxgof agof axax Mas pela continuidade de f no ponto a quando o x tende para a o y tende para b, assim, ).(')).((')(').(' )()( lim. )()( lim]. ))(())(( [lim afafgafbg ax afxf by bgyg ax by by afgxfg axbyax O que prova o teorema. Corolário: Seja f: X Y uma bijeção entre os conjuntos X, Y R, com inversa g = f 1 :Y X. Se f é derivável no ponto a X’ X e g é contínua no ponto b=f(a) então g é derivável no ponto b se, e somente se, f’(a) 0. No caso afirmativo tem-se )(' 1 )(' af bg . 101 D: Aqui se tem que b Y’ Y, e g é derivável no ponto b, e como 1 fg se satisfaz a igualdade g(f(x)) = x válida para todo x X, juntamente com a regra da cadeia, fornece g’(b)f’(a)=1, e por conseguinte, f’(a) 0. Reciprocamente, se 0)(' af então, )()( lim )()( lim)(' afxf ax by bgyg bg axby Pois y=f(x), b=f(a) e f e g são funções inversas, assim tem-se que, 1 1 )]('[ )()( lim )()( lim )()( lim)(' af ax afxf afxf ax by bgyg bg axaxby Exemplo 12: Dado y = f(x) = senx, achar a derivada de .)(1 arcsenxxf f’(x)=cosx, mas 22 11cos yxsenx . Como que )(' 1 )]'([ 1 xf xf , tem-se que: 2 1 1 1 ]'[)]'([ x arcsenxxf . §4.1.113. Exercícios para aplicar a regra da cadeia no cálculo das derivadas de funções. Calcular as derivadas das seguintes funções. 235. 4223 xy . 236. 2223 bxay . 237. 21 xy . 238. 523 senxy . 239. arcsenxy 1 . 240. 3)(arcsenxarctgxy . 241. xxey x . 242. 1ln xy . 102 243. 5 cos23 xsenx y . 244. 2xaa x y . §4.2. Funções deriváveis num intervalo. Se uma função é derivável num intervalo é possível estudar o crescimento concavidade e convexidade do gráfico, entre outras propriedades, elementos importantes no estudo do esboço gráfico de uma função. Teorema 4: Se f: X R é derivável à direita no ponto a X X’ , com 0)(' af , então existe um 0 tal que Xx , axa )()( xfaf . D: Tome-se 0)(' )()( lim af ax afxf ax , pela definição de limite à direita, tomando )(' afL , obtém-se: )()(0 )()( ,,0 xfaf ax afxf axaXx Corolário 1: Se f: X R é monótona não decrescente então suas derivadas laterais, onde existem são não negativas. D: Se alguma derivada lateral, digamos 0)(' af então o análogo ao teorema daria que se x X, a < x então f(a) > f(x), uma contradição. Corolário 2: Seja a X um ponto de acumulação bilateral. Se f: X R é derivável em a com f’ (a) > 0, então existe > 0 tal que x, y X, )()()( yfafxfayaxa . Diz-se que uma função f: X R tem um máximo local no ponto a X quando existe > 0 tal que x X, ax < f(a) f(x); se f(x) < f(a), diz- se que o máximo local é estrito. Definições análogas para mínimo local. 103 Quando a X é tal que f(x) f(a) x X, diz-se que a é um ponto de mínimo absoluto. Analogamente para máximo absoluto. Corolário 3: Se f: X R é derivável à direita no ponto a X X’ e tem um máximo local então f’ (a) 0. D: Se f fosse tal que f’ (a) > 0 então f(a) < f(x) para todo x X, a < x < a + , logo f não teria um máximo no ponto a. Corolário 4: Seja a X um ponto de acumulação bilateral. Se f: X R é derivável no ponto a e a função possui um máximo ou mínimo local então f’(a)=0. D: Suponha-se 0)(' af e 0)(' af . Como )(')(')(' afafaf , segue- se que 0)(' af . Um ponto c X chama-se ponto crítico da função derivável f: X R quando f’(c) = 0. Se c X’ X’ X é um ponto de mínimo ou de máximo, então c é um ponto crítico. Teorema 5 (Teorema de Darboux): Seja Rbaf ],[: derivável. Se f’(a)<d<f’(b) então existe c (a, b) tal que f’(c) = d. D: Suponha-se inicialmente que d = 0. A função contínua f, pelo teorema de Weierstrass, atinge seu máximo e seu mínimo em algum ponto c do conjunto compacto [a,b]. Como f’(a) < 0 existem pontos x (a, b) tal que f(x) < f(a), logo o mínimo não é atingido em a, isto é a < c. Por motivo análogo c < b, então f’(c) = 0. O caso geral reduz-se a este considerando a função auxiliar g(x) = f(x) - dx. Então g’(x) = f’(x) - d, donde g’(c) = 0 f’(c) = d e g’(a) < 0 < g’(b) f’(a) < d < f’(b). Teorema 6 (Teorema de Rolle): Seja f: [a,b] R contínua com f(a) = f(b). Se f é derivável em (a, b) existe c (a, b) tal que f’(c) = 0. 104 D: Pelo teorema de Weierstrass, f atinge seu máximo M e seu mínimo m em pontos do conjunto compacto [a,b]. Se esses pontos forem a e b então m = M e f será constante, daí f’(x) = 0 para todo x (a,b). Se um desses pontos m ou M estiver em (a, b) e, denote-se por c, então f’(c) = 0. Teorema7(Teorema do valor médio de Lagrange): Seja f:[a, b] R contínua. Se f é derivável em (a,b), existe um ),( bac tal que ab afbf cf )()( )(' . D: Considere-se a função auxiliar g: [a, b] R, dada por g(x) = f(x) - dx, onde d é escolhido de modo que g(a) = g(b), ou seja, ab afbf d )()( . Pelo Teorema de Rolle existe c (a, b) tal que g’(c)=0=f’(c)-d. Isto é ab afbf dcf )()( )(' . Fig.3: Gráfico de Teorema de Rolle x y a b o y=f(x) C1 C2 Fig.4: Gráfico do Teorema do valor médio x y a b o y=f(x) c 105 Corolário 1: Uma função f: I R contínua no intervalo I, com derivada f’(x) = 0 para todo x intI, é constante. D: Dados x, y I quaisquer, existe c entre x e y tal que f(y) - f(x) = f’(c)(y - x) = 0(y - x) = 0 logo f(y) = f(x). Corolário 2: Se f,g: I R contínuas, deriváveis em intI com f’(x) = g’(x) para todo x intI então existe c R tal que g(x) = f(x) + c para todo x I. D: Basta considerar h(x) = g(x) - f(x). Corolário 3: Seja f: I R derivável no intervalo I, se IxkxfRk )('; então xykxfyfIyx )()(, . D: Dados x, y I, f é contínua no intervalofechado cujos extremos são x, y e diferenciável no seu interior. Logo, existe z entre x e y tal que f(y)-f(x) = f’(z)(y-x), Donde xykxyzfxfyf )(')()( . Corolário 4: A fim de que a função derivável f: I R seja monótona não decrescente no intervalo I é necessário e suficiente que f’(x) 0 para todo x I. Se f’(x) > 0 para todo x I então f é uma bijeção crescente de I sobre um intervalo J e sua inversa g=f 1 :J I é derivável, com )(' 1 )(' xf yg para todo y = f(x) J. D: Já se sabe que f é monótona não decrescente então f’(x) 0 para todo Ix . Reciprocamente, vale esta condição então, para quaisquer x, y I, tem-se f(y) - f(x) = f’(z)(y - x) onde z I está entre x e y. Como f’(z) 0 se vê que f(y) - f(x) 0, isto é x < y em I f(y) f(x). Do mesmo modo suponha- se, f’(x) > 0 para todo x I, tem-se f crescente. As demais afirmações foram provadas anteriormente. 106 Na epígrafe 4.1 foi visto que, quando existe a derivada f’(x) em todos os pontos XXx ' diz-se que a função RXf : é derivável no conjunto X e se obtém uma nova função RXXf '' : , tal que )(' xfx chamada à função derivada de f. Se f’ é derivável pode-se determinar sua derivada, obtendo assim uma nova função RXXf ':" , ou 2 2 dx fd , no caso que as derivadas existam, este processo pode ser continuado, obtendo assim, as derivadas de ordem superior, ou derivadas de ordem n para um n natural qualquer. A seguir serão aplicadas as derivadas de segunda ordem para o estudo dos máximos e mínimos de funções. §4.3. Máximos e mínimos de uma função. Uma função tem um máximo relativo em c, se existir um intervalo aberto I, c I tal que f(x) < f(c) para todo Ix Uma função tem um mínimo relativo em c, se existir um intervalo aberto I, c I tal que f(c) < f(x) para todo Ix Na gráfica os pontos x1 e x3 são pontos de máximo local, entretanto x2 e x4 são pontos de mínimo local. Exemplo 13: Seja a função f(x) = -x 2 + 4. Tem um máximo em x = 0. Fig. 5: gráfico de máximos e mínimos locais 107 Exemplo 14: Seja a função f(x)= x 2 + 2x - 3. Tem um mínimo em x = -1. Proposição: Suponha-se que f’(x) existe para todos os valores de x em (a,b) e que tem um extremo relativo em c, onde a < c < b. Se f’(c) existe então f’(c)=0. Se f'(c) existe, a condição f’(c) = 0 é necessária para a existência de um extremo relativo em c. Esta condição não é suficiente. Definição: O ponto c do domínio de f tal que f’(c) = 0 ou f’(c) não existe, é chamado ponto crítico de f. Portanto, uma condição necessária para a existência de um extremo relativo em um ponto c é que c seja um ponto crítico. É interessante verificar que uma função definida num dado intervalo pode admitir diversos pontos extremos relativos. Exemplo 15: Seja 3)( xxf então 23)(' xxf , da condição f’(c) = 0 c = 0, que é o único ponto crítico de f. Exemplo 16: f(x) = (x - 2)(x + 1)(x + 3), aqui se tem que, f(2)=f(-1)=f(-3), e pelo teorema de Rolle, existem dois pontos onde a derivada anula-se, um no intervalo (-3,-1) e um outro no intervalo (-1,2). 652)( 23 xxxxf , e sua derivada, 543)(' 2 xxxf , e assim os pontos críticos de f são: 3 192 , 3 192 21 xx Diz-se que f(c) é o máximo absoluto da função se )( fDc e f(c) > f(x) para todos os valores de x no domínio de f. Diz-se que f(c) é o mínimo absoluto da função se )( fDc e f(c) < f(x) para todos os valores de x no domínio de f. 108 Exemplo 17: A função f(x) = x2 + 6x - 3 tem um mínimo absoluto igual a -12 em c = -3. Exemplo 18: A função f(x) = -x2 + 6x - 3 tem um máximo absoluto igual a 6 em c = 3. §4.4. Funções crescentes e decrescentes. Diz-se que uma função f, definida num intervalo I, é crescente, neste intervalo I se para quaisquer ,,, 2121 xxIxx tem-se )()( 21 xfxf . Diz-se que uma função f definida num intervalo I, é decrescente nesse intervalo I se para quaisquer ,,, 2121 xxIxx tem-se )()( 21 xfxf . Proposição: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e derivável no intervalo (a, b) e cumpre-se que: (i) Se f’(x) > 0 para todo x em (a, b) então f é crescente em [a,b]; (ii) Se f’(x) < 0 para todo x em (a, b) então f é decrescente em [a,b]. Teorema 8 (Critério da derivada primeira para determinação de extremos): Seja f uma função contínua num intervalo fechado [a,b] que possui derivada em todos os pontos do intervalo (a,b), exceto possivelmente num ponto c, sendo c um ponto crítico de f: -Se f’(x) > 0 para todo x < c e f’(x) < 0 para todo x > c, então f tem um máximo relativo em c. -Se f’(x) < 0 para todo x < c e f’(x) > 0 para todo x > c, então f tem um mínimo relativo em c. Exemplos 19: Seja 6)( 2 xxf , f’(x) = 2x, x = 0 é um ponto crítico de f. Para x < 0, f’(x) < 0, e para x > 0, f’(x) > 0, então a função dada tem um mínimo relativo em x=0. Teorema 9 (Critério da 2º derivada para determinação de extremos de uma função): Seja f uma função derivável num intervalo (a,b), c um ponto 109 crítico de f neste intervalo, isto é, f'(c) = 0, com a < c < b. Se f admite a derivada de segunda ordem em (a,b), tem-se: (i) Se f”(c) < 0, então se tem um valor máximo relativo de f, no ponto x=c. (ii) Se f”(c) > 0, então se tem um valor mínimo relativo de f, no ponto x=c. Exemplo 20: Seja 3)( 2 xxf , f’(x) = - 2x, então x = 0 é um ponto crítico. f”(x) = - 2, assim f”(0) = - 2, a função tem um máximo relativo em x = 0. Uma função f é dita côncava para cima no intervalo (a,b), se f’(x) é crescente neste intervalo. Uma função f é côncava para baixo no intervalo (a,b), se f'(x) for decrescente neste intervalo. Proposição: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e derivável até segunda ordem no intervalo (a,b): -Se f"(x) > 0 para todo x em (a,b), então f é côncava para cima em (a,b). -Se f"(x) < 0 para todo x em (a,b), então f é côncava para baixo em (a,b). Um ponto P(c,f(c)) do gráfico de uma função contínua f é chamado um ponto de inflexão, se existe um intervalo (a,b) contendo c, tal que uma das seguintes situações ocorra: (i) f é côncava para cima em (a,c) e côncava para baixo em (c,b), (ii) f é côncava para baixo em (a,c) e côncava para cima em (c,b). Exemplo 21: (0,0) é um ponto de inflexão de 3)( xxf . Pois f”(x) = 6x, e para )0,( , f”(x) < 0, quer dizer que f é côncava para baixo; e para ),0( , f”(x)>0, quer dizer que f é côncava para cima. §4.5. Assíntotas verticais e obliquas. A reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de y = f(x), se: )(lim xf ax A reta y = mx + b é uma assíntota oblíqua do gráfico de y = f(x), se: i) m x xf x )( lim 110 ii) bmxxf x ])([lim De forma análoga para x . Exemplo 22: Seja 2 7 )( x xf . 2 7 lim 2 xx e 2 7 lim 2 xx , então x = 2 é uma assíntota vertical. Exemplo 23: Seja 92 1 )( x x xf 92 1 lim 2 9 x x x e 92 1 lim 2 9 x x x , Então, 2 9 x é uma assíntotavertical. 0 )92( 1 lim xx x m x e 2 1 92 1 lim x x b x , Assim tem-se uma assíntota horizontal 2 1 y . §4.6. Esboço dos gráficos. Utilizando todos os itens citados na análise do comportamento de uma função, pode-se fazer um resumo das atividades que se terá em conta para o esboço dos gráficos, esses são: 1) Determinar o D(f) 2) Calcular os pontos de intersecção com os eixos. 3) Encontrar os pontos críticos. 4) Determinar os intervalos de crescimento e decrescimento de f. 5) Encontrar os máximos e mínimos relativos. 6) Anlisar a concavidade e os pontos de inflexão de f. 7) Encontrar as assíntotas verticais e oblíquas. 8) Esboçar o gráfico. 111 EExxeemmpplloo2244:: 1 )( 2 x x xf 11)) DD((ff)) == RR -- {{11}} 22)) PPaarraa xx == 00,, yy == 00.. 33)) 2 2 )1( 2 )(' x xx xf --PPoonnttooss ccrrííttiiccooss:: xx == 00,, xx == 11,, xx == 22.. 44)) CCrreesscceennttee:: DDeeccrreesscceennttee:: ]2,1()1,0[ 55)) ((00,,00)) -- ppoonnttoo ddee mmááxxiimmoo llooccaall.. ((22,,44)) -- ppoonnttoo ddee mmíínniimmoo llooccaall.. 66)) CCoonnccaavviiddaaddee:: 3)1( 2 )('' x xf )1,( -PPaarraa eemmbbaaiixxoo,, ppooiiss nneessssee iinntteerrvvaalloo ff””((xx)) << 00.. ),1( -PPaarraa aacciimmaa,, ppooiiss nneessssee iinntteerrvvaalloo ff””((xx)) >> 00.. 77)) AAssssíínnttoottaass:: 1 2 1 lim x x x ,, 1 2 1 lim x x x xx == 11 éé uummaa aassssíínnttoottaa vveerrttiiccaall.. 1 1 lim )( lim x x x xf m xx 1 1 lim)(lim 2 x x x xxfb xx yy == xx ++ 11 éé uummaa aassssíínnttoottaa oobbllííqquuaa.. ),2[]0,( U 112 §4.7. Problemas de maximização e minimização. O primeiro passo para solucionar estes problemas é escrever precisamente qual a função que deverá ser analisada. Esta função poderá ser escrita em função de uma ou mais variáveis. Quando a função é de duas variáveis deve- se procurar expressar uma das variáveis em função da outra. Exemplo 25: Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construída de forma que o seu volume seja 8m3. O material da base vai custar R$ 4,00 por m2 e o material dos lados R$ 2,00 por m2. Encontre as dimensões da caixa, de modo que o custo do material seja mínimo. Observando a Figura 6, escreve-se a função que dá o custo do material: C = x2.4 + 4xy.2 V = x2y = 8 cm3 , Isolando o y e substituindo em C, tem-se que, y= 2 8 x 080)(' 648 )(' 3 2 3 xxC x x xC ix ix x 21 21 2 3 2 1 - Não é possível. x xxC 64 4)( 2 Figura 6: Gráfico da função. x y 2 4 o y=x +1 x =1 Fig.7: Gráfico da caixa x x y 113 2 4 8 y 4.7.1. Aplicação no amazonas da maximização e minimização. Exemplo 26: Se quer construir uma oca (figura 8) cujas dimensões são mostradas no gráfico (figura 9), onde l é altura lateral, h é altura do telhado cônico e 2r diâmetro da parte inferior, se coloca a restrição adicional h=r, também é conhecida a sua área e se deseja maximizar seu volume. O volume da oca é a soma dos volumes do cone e o cilindro V=Vcone+Vcili= 3 2 3 r r l , A área da oca é A=Acone+Acili= 22 2r rl , como a área total da oca é conhecida e isolando l na fórmula da área se obtém 22 2 A r l r e substituindo na fórmula do volume. Fica o volume como função de uma variável (r), 3 32/ 2 3 2 r V rA r Calculando a primeira derivada e igualando a zero obtém-se a equação para determinar os possíveis pontos extremos, veja. 2 2( 3 ) 0 2 2 dV A r dr , de onde (3 2 2) A r , calculando a segunda derivada para verificar qual dos valores de r é o máximo da função volume h l r Fig.9: Gráfico das dimensões Fig.8: Gráfico da oca. 114 2 2 (3 2 2) d V r d r , a segunda derivada é negativa no ponto (3 2 2) A r , onde se tem um máximo. Então a oca com área A alcança seu máximo volume quando (3 2 2) A r , e ( 2 1) ( 2 1) (3 2 2) A l r §4.8. Método de Newton-Raphson. Sabe-se que as equações polinomiais de 1a até 4a ordem tem fórmulas gerais para determinar sua solução, para o caso particular das equações de 3a e 4a ordem, onde essa fórmula quase não se utiliza, para as equações de 5a ordem e superior não tem fórmulas gerais, o qual foi demonstrado por Galois no século XIX, para as equações transcendentes, por exemplo, 04/)1(10/)1(1)1(105 2 harcsenhh , que é uma equação com relação h, não se tem fórmulas e se têm que aplicar outros métodos para resolvê-la. Aqui aparecem os métodos numéricos, que permitem construir sequências convergentes de soluções aproximadas, quando satisfeitas determinadas condições. Aqui será visto o método de Newton-Raphson, o qual é muito importante. Seja a equação y=f(x), e suponha-se que tem o seguinte gráfico. Observe que f(x) = 0 em um valor próximo de 4, com um pacote matemático dar para acompanhar uma aproximação e com zoom sucessivos alcançar Fig10: Gráfico de Newton-Raphson. x y o y=f(x) ))=0 -2 4 115 aproximações imprecisas , para obter melhores aproximações é necessário um método numérico. O método de Newton–Raphson graficamente mostra-se na figura a seguir f(x) x1 x2 x1 e x2 serão as aproximações convergentes à raiz, se construirá a fórmula para calcular os valores, o método consiste em tomar um ponto inicial na curva, (x0,f(x0)), onde se calcula a reta tangente, sabe-se que a primeira derivada da função f(x) avaliada no ponto x0, representa geometricamente o coeficiente angular da reta tangente a curva no ponto (x0,f(x0)), também se conhece que dado um ponto e o coeficiente angular, a equação da reta se pode determinar pela fórmula y - f(x0) = m(x - x0), como m = f’(x0) se tem que y-f(x0)=f’(x0)(x-x0), em x1 a reta tangente anula-se então tem-se f(x0)=f’(x0)(x1-x0), isolando x1 (se f’(x0) ≠ 0) , obtém-se a fórmula 0 1 0 1 0 ( ) ( ) f x x x f x , para obter x2 conhecendo x1 se aplica a mesma fórmula 1 2 1 1 1 ( ) ( ) f x x x f x e assim sucessivamente a fórmula geral fica 1 1 ( ) ( ) n n n n f x x x f x , como se vê na fórmula; não se pode aplicar o método no caso que a derivada se anule. Também se tem duas situações que o método não funciona que Fig.10:Gráfico dos passos do método de Newton-Raphson 116 uma aproximação fique fora do domínio da função o tenha lugar em uma repetição cíclica entre duas raízes. Teorema 10: Seja r a raiz de f(x) = 0 no intervalo [a,b]. Sejam f’(x) e f’’(x)continuas e diferentes de zero em [a,b]. Seja x0 um ponto de [a,b] tal que f’(x0)f’’(x0) > 0. Então se 1 1 ( ) ( ) n n n n f x x x f x para n= 1,2,3,...se tem lim n n x r . Sobre o critério de parada do método esta associada ao erro. Se desejar obter uma solução com um erro absoluto menor que ε, então o método de Newon- Raphson se desenvolve até a aproximação xn que satisfaz, |xn – xn-1| < ε. §4.8.1. Aplicação no amazonas no Método de Newton-Raphson. Exemplo 27: Em uma comunidade indígena para ter água acumulada na época da estiagem, tem um tanque de água da forma mostrada (fig.11) que é um cilindro circular colocado em forma horizontal, mais para controlar a água que têm em cada momento eles querem medir com uma vara atravessando o eixo radial. Utilizando geometria básica pode-se modelar o problema para encontrar diferentes valores de unidades cúbicas de água que tem o tanque e colocar altura h da vara, este processo é conhecido como aferimento, à equação transcendente mostrada ao início do assunto é um caso particular deste problema. vara Fig. 11: Gráfico do tanque. r 117 A área C calculando e subtraindo ao quadrante inferior esquerdo a área do triângulo retângulo B e o setor circular A, tem-se. Área (A) = 2 ( ) 2 r r h arcsen r , Área (B)= 2 2( ) ( ) 2 r h r r h , portanto Área (C) = 2 2 2 2( ) ( )( ) 4 2 2 r r h r r h r r h arcsen r O volume de água será duas vezes essa área pelo comprimento L do cilindro, se terá finalmente o modelo matemático em forma de equação transcendente para determinar altura para um volume dado do cilindro. 2 2 2 2( ) ( )2 ( ( ) ) 4 2 2 r r h r r h V L r r h arcsen r , Observe que quando h > r os elementos A e B aparecem e é preciso somá-los e neste caso o sinal das expressões de suas áreas mudam. Considerando o caso particular e calculando a altura (h) para que o cilindro tenha um volume de água determinado, para um tanque de dimensões 10 L , r = 1 a que altura h se alcançará quatro unidades cúbicas de água? Ter-se-ia a equação original do início. Para o cálculo da raiz h para que o volume de água do cilindro seja V = 4 unidades cúbicas. 2( ) 5 10(1 ) 1 (1 ) / 10 (1 ) / 4 0f h h h arcsen h 20 ( 2) '( ) h h f h Então substituindo na fórmula do método obtém-se o esquema de cálculo 2 0 0 0 1 0 0 0 5 10(1 ) 1 (1 ) / 10 (1 ) / 4 20 ( 2) h h arcsen h h h h h , Precisa-se de uma primeira aproximação que satisfaça o teorema da convergência. Fig. 12: Gráfico das dimensões do tanque r h A B C 118 20( 1) ''( ) ( 2) h f h h h . Colocando h = 0,2 se terá que, f’(0,2) f’’(0,2) = 32,42 > 0, portanto como h fica no intervalo [0,1;0,9] e [1,2;1,9] onde as funções possuem derivadas continuas e não são zeros, então se terá garantida a convergência do método. Sabe-se que em V(0) = 0, V(1) = 5, V(2) = 10 unidades cúbicas. Aplicando o método (existem muitos programas que o calculam) Obtém-se na terceira iteração h3 = 0.84226385544913873193, Na quarta iteração h4 = 0.84226380619998442167 |h4-h3| = 4,92491543103.10 -8, que garante uma solução com um erro menor que 10-6. Portanto se aproxima na altura h = 0.842 o cilindro terá 4 unidades cúbicas de água. Se for preciso calcular para outros volumes, por exemplo, 1,2,3,5,6,7,8, e 9 unidades cúbicas as alturas para aferir a vara, será necessário resolver a equação para cada um de esses valores. §4.9. Exercícios gerais do capítulo. 245. Achar dois números positivos cuja soma seja 70 e cujo produto seja o maior possível. 246. Determinar o ponto P situado sobre o gráfico da hipérbole xy = l, que está mais próximo da origem. 247. Determine o ponto da reta y = x - 1 mais próxima do ponto (2,0). 248. Seja s uma reta que passa pelo ponto (4, 3) formando um triângulo com a parte positiva dos eixos coordenados. Qual a equação de s para que a área desse triângulo seja mínima? 250. Um fabricante, ao comprar caixas de embalagens, retangulares, exige que o comprimento de cada caixa seja 2m e o volume 3m3. Para gastar a menor quantidade de material possível na fabricação das caixas, quais devem ser suas dimensões? 119 251. Um cacique possui 500 Km de arame para delimitar um terreno, a dois fios, em forma retangular. Quais devem ser as dimensões dos lados para que a área seja máxima? 252. Para cortar a quinta parte de um queijo de forma cilíndrica de r = 20 cm, determine aproximadamente a que distância do centro deve ser dada o corte. Sugestão: Aplicar variante do exemplo 16. EEssbbooççaarr oo ggrrááffiiccoo ddaass sseegguuiinntteess ffuunnççõõeess:: 225533.. 4 4 )( x xf 225544.. x x xf 2 13 )( 225555.. xxxxf 23)( 23 225566.. 1 5 )( x x xf 225577.. x xxf 2 )( 225588.. 23)( xxxf 225599.. )1ln()( xexf 226600.. 4)( 1 xexf 226611.. 2 1 2 2 4 2 )( x x xf 226622.. x x xf ln )( 226633.. 1)( xexf 226644.. )1ln()( xexf 226655.. senxxxf )( 266. Sejam f, g, h: X R tais que f(x) g(x) h(x) x X. Se f e h são deriváveis no ponto a X’ X, com f(a) = h(a) e f’(a) = h’(a), prove que g é derivável nesse ponto, e g’(a) = f’(a). Sugestão: Use duas vezes o teorema do sanduíche. 120 267. Seja I um intervalo aberto. Uma função f: I R diz-se de classe C 2 quando é derivável e sua derivada f’: I R é de classe C1 . Prove que se f(I) J e g: J R também é de classe C 2 então a composta gof: I R é de classe C 2 . Sugestão: Use a segunda derivada da função composta. 268. Seja I um intervalo aberto com centro 0. Uma função f: I R chama-se par quando f(x) = f(-x) par todo x I. Prove que se f é par, suas derivadas de ordem par são pares, e as derivadas de ordem ímpares são ímpares. Enuncie resultado análogo para f impar. Sugestão: Use a derivada de uma função composta. 269. Seja f: I R derivável no intervalo I. Um ponto crítico c I chama-se não degenerado quando 0)(" cf . Prove que todo ponto crítico não degenerado é um ponto de máximo ou de mínimo local. Sugestão: Valore os diferentes sinais da segunda derivada. 270. Seja f: R R definida por f(x) = (lnx)/x, indique os intervalos de crescimento e decrescimento de f, seus pontos críticos e seus limites quando x 0 e quando x + . 271. Prove que )1,1() 2 , 2 (: sen , )1,1(),0(:cos e Rsen ) 2 , 2 (: são bijeções com derivadas diferentes de zero em todos os pontos e calcule as derivadas das funções inversas: ) 2 , 2 ()1,1(: arcsen , ),0()1,1(:arccos e ) 2 , 2 (: Rarctg . Sugestão: Aplique a fórmula da derivada da função inversa. 272. Sejam f, g, h: X R tais que f(x) g(x) h(x) x X. Se f e h são deriváveis no ponto a X’ X, com f(a) = h(a) e f’(a) = h’(a), prove que g é derivávelnesse ponto, e g’(a) = f’(a). 121 Sugestão: Use duas vezes o teorema do sanduíche. 273. Seja I um intervalo aberto. Uma função f: I R diz-se de classe C 2 quando é derivável e sua derivada f’: I R é de classe C1 . Prove que se f(I) J e g: J R também é de classe C 2 então a composta gof: I R é de classe C 2 . Sugestão: Use a segunda derivada da função composta. 274. Seja I um intervalo aberto com centro 0. Uma função f:I R chama-se par quando f(x) = f(-x) para todo x I. Prove que se f é par, suas derivadas de ordem par são pares, e as derivadas de ordem ímpares são ímpares. Enuncie resultado análogo para f impar. Sugestão: Use a derivada de uma função composta. 275. Seja f: I R derivável no intervalo I. Um ponto crítico c I chama-se não degenerado quando f”(c) 0. Prove que todo ponto crítico não degenerado é um ponto de máximo ou de mínimo local. Sugestão: Valore os diferentes sinais da segunda derivada e conclua com relação à possibilidade de extremos.
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