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+ ...+ an(x) I logo, a EDO pode ser escrita na forma L(y) = b(x) Este e´ o motivo pelo qual, a EDO acima recebe o nome de linear. 1.6 Soluc¸a˜o de uma EDO Uma soluc¸a˜o para uma EDO e´ uma func¸a˜o que satisfaz identica- mente a` EDO. A soluc¸a˜o mais geral possı´vel que uma EDO admite e´ a soluc¸a˜o geral, enquanto que uma outra soluc¸a˜o e´ denominada soluc¸a˜o par- ticular. Exemplos de EDO com soluc¸o˜es gerais e particulares: À y(x) = e−x e´ uma soluc¸a˜o particular de y′ + y = 0. Á y(x) = Ce−x e´ a soluc¸a˜o geral de y′ + y = 0. Â y(x) = sin(x) e´ uma soluc¸a˜o particular de y′′ + y = 0. Ã y(x) = A sin(x) +B cos(x) e´ a soluc¸a˜o geral de y′′ + y = 0. Ä y(x) = 777 e´ uma soluc¸a˜o particular de y′′ + 3yy′ = 0. Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 1.7 Existeˆncia e unicidade de soluc¸a˜o para uma EDO 4 1.7 Existeˆncia e unicidade de soluc¸a˜o para uma EDO Existem treˆs perguntas importantes sobre soluc¸o˜es para uma EDO. À Dada uma equac¸a˜o diferencial, sera´ que ela tem soluc¸a˜o? Á Se a EDO tem soluc¸a˜o, sera´ que a soluc¸a˜o e´ u´nica? Â Existe uma soluc¸a˜o que satisfaz a uma condic¸a˜o especial? Para responder a estas perguntas, existe o Teorema de Existeˆncia e Unicidade de Soluc¸a˜o que garante resposta para algumas das questo˜es desde que a EDO tenha algumas caracterı´sticas. Alertamos que obter uma soluc¸a˜o para uma EDO e´ similar a calcular uma integral real e sabemos que existem integrais que na˜o possuem primitivas, como e´ o caso das integrais elı´pticas. NA˜O PODEMOS ESPERAR QUE TODAS AS EDO POSSUAM SOLUC¸O˜ES. 1.8 Problema de Valor Inicial (PVI) Uma EDO satisfazendo a certas condic¸o˜es iniciais e´ denominado Problema de Valor Inicial (PVI). Exemplo: ex y′ + 2y = arctan(x) com a condic¸a˜o inicial y(0) = pi. Quando temos condic¸o˜es iniciais, podemos obter soluc¸o˜es particu- lares para a EDO e quando na˜o temos condic¸o˜es adicionais, de- vemso obter a soluc¸a˜o geral. 2 EDO de primeira ordem 2.1 A forma normal e a forma diferencial de primeira ordem Muitas EDO de primeira ordem podem ser escritas na sua forma normal, dada por: y′ = f(x, y) Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 2.2 Equac¸o˜es Separa´veis de primeira ordem 5 Quando a func¸a˜o f = f(x, y) pode ser escrita como o quociente de duas outras func¸o˜es M =M(x, y) e N = N(x, y), obtemos: y′ = M(x, y) N(x, y) Quando existe o sinal negativo antes da frac¸a˜o, a EDO tem a forma y′ = −M(x, y) N(x, y) e como dy = y′(x) dx, obtemos a EDO na forma diferencial: M(x, y) dx+N(x, y) dy = 0 Exemplos de EDO em suas formas normal e diferencial: À y′ = cos(x+ y) (forma normal) Á y′ = x y (forma normal) Â xdx− ydy = 0 (forma diferencial) Ã Mdx+Ndy=0 (forma diferencial) 2.2 Equac¸o˜es Separa´veis de primeira ordem Se a EDO M dx +N dy = 0 e´ tal que M = M(x) e N = N(y), enta˜o esta EDO fica na forma M(x) dx+N(y) dy = 0 Esta EDO e´ separa´vel. Podemos separar as func¸o˜es de modo que cada membro da igualdade possui uma func¸a˜o de somente uma varia´vel, logo, podemos integrar cada membro apenas nessa varia´vel. Exemplo: A EDO y′ = x y na forma normal, pode ser reescrita na forma diferencial xdx− ydy = 0 ou na forma x dx = y dy Integrando cada termo na pro´pria varia´vel e reunindo as constantes em uma u´nica constante C, obtemos: x2 2 + C1 = y2 2 + C2, ou seja, x2 − y2 = C Esta relac¸a˜o (na˜o e´ uma func¸a˜o) mas satisfaz a` EDO dada. Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 2.3 Modelos Matema´ticos e Equac¸o˜es Diferenciais 6 2.3 Modelos Matema´ticos e Equac¸o˜es Diferenciais Muitos problemas pra´ticos podem ser modelados pela Matema´tica, de acordo com as quatro etapas (na˜o muito bem definidas): À Construir um modelo matema´tico para descrever um fenoˆmeno fı´sico; Á Estabelecer um procedimento matema´tico adequado ao modelo fı´sico; Â Realizar ca´lculos nume´ricos aproximados com o Modelo Matema´tico pre´- estabelecido; Ã Comparar as quantidades nume´ricas obtidas pelo Modelo Matema´tico com aquelas esperadas a partir da formulac¸a˜o do modelo criado para resolver o problema. Apo´s estas etapas, analisamos os resultados e verificamos se os mes- mos sa˜o adequados para que possamos aceitar o modelo, mas, se os resultados na˜o sa˜o adequados, devemos reformular o modelo, em geral, introduzindo maior controle sobre as varia´veis importantes e retirando o controle sobre as varia´veis que na˜o sa˜o importantes. 2.4 Crescimento Populacional: Modelo de Malthus Problemas populacionais sa˜o u´teis e trazem muitas perguntas: À Qual sera´ a populac¸a˜o em um local ou meio ambiente em alguns anos? Á Como podemos proteger os recursos deste local ou deste meio ambiente para que na˜o ocorra a extinc¸a˜o de uma ou va´rias espe´cies? Aplicac¸a˜o: Uma aplicac¸a˜o de uma EDO relacionado ao Problema populacional, e´ quando consideramos o modelo matema´tico mais simples para estudar o crescimento populacional de algumas espe´cies, conhecido como: Modelo de Crescimento Exponencial de Malthus. O modelo de Malthus afirma que a taxa de variac¸a˜o da populac¸a˜o N = N(t) em relac¸a˜o ao tempo, denotada por dN dt , e´ proporcional a` populac¸a˜o presente e temos a EDO: dN dt = k N Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 2.4 Crescimento Populacional: Modelo de Malthus 7 onde a taxa k e´ uma constante. Se k ≥ 0, ocorre crescimento e se k ≤ 0, ocorre decrescimento. Figura 1: Modelo de Malthus: Curva exponencial Esta EDO tem soluc¸a˜o N(t) = N0 e kt ondeN(0) = N0 e´ a populac¸a˜o inicial. Podemos concluir o seguinte: À Se k > 0, a populac¸a˜o cresce, lim t→∞ N(t) =∞ e ocorre a explosa˜o da populac¸a˜o. Á Se k < 0, a populac¸a˜o se reduz, lim t→∞ N(t) = 0 e ocorre a extinc¸a˜o da populac¸a˜o. O primeiro caso na˜o serve e o modelo pode na˜o funcionar bem a longo prazo, por causa das limitac¸o˜es do ambiente. A complicac¸a˜o e´ que o crescimento populacional e´ eventualmente limitado por al- gum fator, usualmente dentre os recursos essenciais. Quando uma populac¸a˜o esta´ muito distante de seu limite de crescimento ela pode crescer de modo exponencial, mas quando esta´ pro´xima de seu li- mite o tamanho da populac¸a˜o pode variar. Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 2.5 Crescimento Populacional: Modelo de Verhulst–Pearl 8 2.5 Crescimento Populacional: Modelo de Verhulst–Pearl Existe um outro modelo proposto para corrigir este problema do modelo exponencial, conhecido como Modelo Logı´stico (ou Mo- delo de Verhulst-Pearl). A EDO para este modelo e´: dN dt = k N ( 1− N L ) onde L e´ o limite ma´ximo para a populac¸a˜o, tambe´m conhecido como a capacidade do ambiente. Figura 2: Modelo de Verhulst-Pearl: Curva logı´stica Se N = N(t) e´ muito pequeno em relac¸a˜o a` capacidade do ambiente L, a expressa˜o em pareˆnteses e´ pro´xima de 1 e o modelo se reduz ao modelo exponencial de Malthus. Este e´ um exemplo de uma EDO na˜o linear separa´vel. As soluc¸o˜es constantes sa˜o N = 0 e N = L. As soluc¸o˜es na˜o cons- tantes sa˜o obtidas pela separac¸a˜o das varia´veis, seguido por inte- grais com a te´cnica das frac¸o˜es parciais. Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 2.6 Equac¸o˜es homogeˆneas de primeira ordem 9 Com algumas manipulac¸o˜es alge´bricas, obtemos: N(t) = L C ekt L+ C ekt onde C e´ uma constante e L e´ o limite do ambiente. Considerando 0 < N0 < L, obtemos: N(t) = L N0 N0 + (L−N0) e−kt Com ca´lculos simples de limites podemos mostrar que lim t→∞N(t) = L Esta