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DESENVOLVIMENTO DE RH – EAD MÓDULO I Nota: Este módulo apresentará o mundo do trabalho. O MUNDO CONTEMPORÂNEO DO TRABALHO Em pleno século XXI, período em que o mundo se depara com os nefastos efeitos da globalização dos mercados e sua acelerada competitividade, torna- se estratégico a preocupação com a valorização das pessoas nas empresas. Por isto mesmo, se faz imprescindível a otimização de todos os recursos. Na medida em que a crise financeira mundial se instala no Brasil, causando um agravamento na situação econômica, as empresas trabalham mais intensivamente com mudanças organizacionais, sejam elas ligadas às estratégias, estruturas ou programas de qualidade e melhorias contínuas. Profundas mudanças se fazem presente no cenário organizacional, afetando as dimensões culturais, religiosos, econômicos, sociais, entre outras. Neste novo cenário, que envolve um complexo processo de mudança, os responsáveis pela condução dos negócios, nas organizações, são forçados a promover alterações constantes nos procedimentos que se mostravam eficientes até então e buscar alternativas para fazer frente aos desafios que são lançados diariamente. Com isso, pressupõe-se que, para uma empresa obter sucesso, deverá ser competitiva e para isso, tornam-se necessários além dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais, mercadológicos, a existência de recursos humanos com excelente potencial. Rupturas e turbulências marcam as mudanças, impactando profundamente na sociedade de forma geral e na gestão das organizações. Os impactos e reflexos, no mundo dos negócios, fazem-se sentir através dos seguintes processos; Inserção de novas tecnologias e inovação constante; Globalização e como conseqüência imediata o acirramento da competição; Novas e constantes demandas do cliente; Gestão do conhecimento e valorização do capital intelectual; Novas formas de se conduzir as relações de trabalho. Neste cenário, que provoca mudanças tanto no ambiente interno como externo à organização, a demanda por gerar novas alternativas e oportunidades de negócios se faz emergente. Para tanto, elementos como inovação, criatividade e agilidade na tomada de decisão, se fazem imprescindíveis. Assim sendo, os recursos humanos, ou seja, as pessoas tornam-se estratégicas para a sobrevivência de uma organização. MÓDULO II Nota: Este módulo apresentará elementos sobre o processo de reestruturação produtiva e o posicionamento da área de Recursos Humanos. A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E A ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS É cada vez mais forte a pressão e a influência das forças do ambiente externo no cotidiano das organizações. O mercado compartilhado pelas organizações está crescentemente competitivo e exigente. As iniciativas para a criação e manutenção de novas linhas de produtos ou serviços terão que se apoiar nas necessidades e aspirações do mercado em maior proporção e menos na capacidade operativa das máquinas e da infra- estrutura produtiva das organizações. É nesse contexto que as organizações precisam tomar algumas decisões, como: reestruturar o sistema de Recursos Humanos, tornando-o mais ágil e eficiente, implantar seu planejamento estratégico, incentivar o diálogo entre subordinados e lideranças, possibilitar um clima de franqueza e objetividade nas negociações com os sindicatos e aumentar a produtividade do trabalho. Nesse âmbito, o sistema de Recursos Humanos torna-se peça fundamental. A filosofia da empresa determina quais devem ser as políticas mais adequadas face aos desafios do mercado de trabalho, desafios esses, provindos das três forças emergentes na relação capital-trabalho, são elas: os avanços trabalhistas da Constituição de 1988, implantação de novas tecnologias tendo em vista o aumento da produtividade, venda e pesquisas de produtos e serviços, aqui incluído a globalização do mercado e, expansão ou retração da atividade econômica. Com base na reestruturação produtiva, as políticas de Recursos Humanos devem ter os seguintes propósitos: estabelecer programas e incentivos que objetivem a manutenção do trabalhador na empresa por mais tempo, proporcionar maior e melhor flexibilização em matéria de recrutar, selecionar e avaliar o desempenho dos trabalhadores da empresa e procurar adequar a administração de cargos e salários à dinâmica do mercado de trabalho. Nem sempre os interesses entre capital e trabalho são os mesmos. No entanto, o atual contexto social e econômico do país “obriga” empregadores e empregados a buscar o diálogo e a negociação, levando em consideração os seguintes aspectos: A política salarial sofre influência decisiva no modo de atuar dos agentes econômicos; O avanço tecnológico afeta as relações entre trabalho e capital; Houve um aumento relativo dos custos da admissão e demissão de empregados; A atividade econômica no Brasil está a mercê da instabilidade e falta um planejamento mais firme a curto e médio prazos por parte do governo (apesar do Real), gerando um clima de insegurança nos investimentos necessários. Por tudo isso, o sistema de Recursos Humanos precisa atuar eficazmente na relação empregado-empregador. O aumento da produtividade do trabalho depende tanto dos fatores técnicos, como de fatores humanos. Portanto, está claro que no novo contexto das relações entre o capital e o trabalho, a área de Recursos Humanos deve buscar: o envolvimento dos trabalhadores que dão suporte à modernização tecnológica na empresa e a identificação com as mudanças tecnológicas que afetam o sistema de produção, bem como incentivar o envolvimento dos trabalhadores com a cultura organizacional. No entanto, a realidade brasileira com toda sua burocratização, instabilidade econômica, estruturas organizacionais patriarcais, dificultam uma visão sistêmica do Recursos Humanos, o que acaba por fortalecer a forma tradicional de gestão dessa área, restringindo assim, sua atuação à recrutamento, seleção e treinamento, numa visão limitada e, face as mudanças do mercado, ineficaz. MÓDULO III Nota: este módulo apresentará o processo de mudanças na Administração de Recursos Humanos. A ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO CENÁRIO DE MUDANÇAS A área de Recursos Humanos desempenha, um papel preponderante para a sobrevivência, a consolidação e o desenvolvimento das empresas, decorrendo disto, o fator de que esta área, como pertencente ao cenário organizacional, também sofre um intenso processo de mudanças – conforme já abordamos no módulo I. A necessidade de adequação na Administração de Recursos Humanos se deve, entre outros motivos, as alterações sofridas nas estruturas das organizações, com extinção de cargos, funções e departamentos, fusão e eliminação de atividades decorrentes da simplificação e automação de processos, com a adoção de equipamentos sofisticados, alterando os limites das exigências de habilidades e competências dos recursos humanos na organização e, em contrapartida, novas formas de recompensas devem ser adotadas, objetivando melhorar o desempenho e a motivação dos funcionários, podendo tornar a empresa mais competitiva. AS MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES NO RECURSOS HUMANOS NOS ÚLTIMOS ANOS Administração de Recursos Humanos Tradicional: baseia-se no pressuposto de que se uma organização investe nos indivíduos - por exemplo através de técnicas de recrutamento e seleção, treinamento sistemático e programas de desenvolvimento de carreira – o paga e o trata bem, eles responderão com lealdade e um alto compromisso com o trabalho. O objetivo das políticas de Recursos Humanos nestas empresas é garantir uma força de trabalho estável, satisfeita e voltada para empresa, que sirva de base para obtenção,com eficiência em custos, de participação de mercado e lucros. Administração de Recursos Humanos Moderna: parte dos princípios de integração organizacional, de alto comprometimento, de flexibilidade dos empregados e de alta qualidade. Dentro do novo cenário organizacional a Administração de Recursos Humanos precisa atentar para os seguintes pontos: 1) Conhecer o negócio da empresa; 2) Administrar o presente enquanto cria o futuro; 3) Transformar ameaças em oportunidades; 4) Criar paixão por resultados; 5) Facilitar o aparecimento de novos líderes; 6) Criar equipes integradas e comprometidas; 7) Evoluir sempre. Chiavenato aponta os seguintes pontos como essenciais para a Administração de Recursos Humanos nestes novos tempos: Dignificar o ser humano; Tornar estratégica a Administração de Recursos Humanos; Compartilhar a administração com os gerentes e suas equipes; Mudar e inovar incessantemente; Dignificar e elevar o trabalho; Promover a felicidade e buscar a satisfação; Respeitar a individualidade de cada pessoa e sua realização pessoal; Enriquecer continuamente o capital humano; Preparar o futuro e criar o destino; Focalizar o essencial e buscar sinergia. MÓDULO IV Nota: Este módulo apresentará os novos papéis da administração de recursos humanos. OS NOVOS PAPÉIS DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Com o aumento e a complexidade das funções da Administração de Recursos Humanos, torna-se indispensável reestruturá-la de modo a caracterizar seus vários subsistemas, que devem ser auto-suficientes, geridos de forma racional e respondendo de imediato às pressões do mercado. Os novos papéis da Administração de Recursos Humanos são definidos em quatro eixos: 1. Estratégias de Recursos Humanos; 2. Infra-estrutura; 3. Contribuição dos trabalhadores; 4. Mudança organizacional. Chiavenato apresenta de forma esclarecedora os objetivos da Administração de Recursos Humanos, que segundo ele são: 1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão; 2. Proporcionar competitividade à organização; 3. Proporcionar à organização empregados treinados e motivados; 4. Aumentar a auto-atualização e a satisfação dos trabalhadores no trabalho; 5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; 6. Administrar mudanças; 7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável. Ainda segundo Chiavenato, o Recursos Humanos precisa atuar em sintonia com a empresa nos seguintes pontos: Administração de estratégias de Recursos Humanos impulsionando a estratégia organizacional; Administração da infra-estrutura da empresa oferecendo uma base de serviços à organização para ajudá-la a ser eficiente e eficaz; Administração da contribuição dos trabalhadores ajudando no envolvimento e comprometimento destes, transformando-os em agentes empreendedores da mudança; Administração da transformação e da mudança ajudando na criação de uma organização criativa, renovadora e inovadora. Chiavenato, aponta a seguintes evoluções como fundamentais para a moderna Administração de Recursos Humanos Podemos concluir esse módulo afirmando que a principal mudança da moderna Administração de Recursos Humanos deve ser o fato de que ela não deve gerenciar pessoas, mas sim, gerenciar com as pessoas. MÓDULO V Nota: Este módulo abordará aspectos relacionados à administração do capital intelectual e a relação entre os gestores de linha e o Recursos Humanos. A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE TALENTOS E DO CAPITAL INTELECTUAL No novo contexto estrutural e cultural que vivenciamos na contemporaneidade, os gestores assumiram novas responsabilidades, sendo uma das principais a gestão do capital intelectual. A gestão do capital intelectual (também denominado de inteligência competitiva) é uma ferramenta imprescindível nas organizações de alto desempenho. Podemos até mesmo afirmar que se trata de um novo paradigma organizacional do Século XXI. Estudiosos afirmam que administrar, planejar, auditar, contabilizar, organizar, gerenciar e controlar, corresponderão apenas a uma pequena parcela do valor real das empresas, talvez uns 20%. Realizar apenas essas atividades levará as empresas a um rápido e vertiginoso fracasso. Alguns fatos fortalecem esses argumentos, vejamos: 1. A drástica redução, em todo o mundo, na quantidade e qualidade do emprego formal; 2. A acentuação da flexibilização das jornadas laborais; 3. A intensificação dos trabalhos realizados em casa; 4. A sociedade dos serviços assumindo cada vez mais relevância no Produto Interno Bruto (PIB) 5. A intensificação da competitividade como estratégia de sobrevivência para as empresas; 6. A renovação constante dos produtos e serviços como dado decisivo para o sucesso organizacional; 7. Aprendizado contínuo e treinamento concebidos como recursos estratégicos para os processos de mudança; 8. Visão compartilhada, alinhada aos valores e princípios da organização e criação de uma sólida cultura organizacional, serão elementos decisivos para a competitividade organizacional; 9. Escassez dos talentos humanos, que serão cada vez mais disputados pelo mercado de trabalho. Para alguns teóricos, atentar para estes pontos trata-se de uma estratégia de sobrevivência organizacional, devendo a Administração de Recursos Humanos, está intimamente comprometida. Entretanto, não esqueça da importância da participação dos gestores de linha nesse processo! FONTE DE CONFLITO ENTRE OS GESTORES DE LINHA E A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS A falta de sintonia entre as áreas pode ser considerada como um dos elementos mais fortes no conflito entre os gestores e o Recursos Humanos. Acreditamos que tal conflito pode ser sanado ou pelo menos atenuado, a partir do momento em que se compartilha a administração – principalmente, a gestão do capital intelectual - com os gerentes e suas equipes; descentraliza-se as decisões, delega-se atividades e desmonopoliza-se a área de Administração de Recursos Humanos - até então uma área fechada e introspectiva - transferindo as decisões e ações de Recursos Humanos para os gestores de linha, transformando-os em gestores de pessoas e de equipes. Provavelmente, você deve está pensando: e o Recursos Humanos, o que fará então? Calma, não vamos cair no discurso falacioso de que o Recursos Humanos irá acabar! A área de Recursos Humanos será a responsável pela capacitação desse processo, atuando com consultora interna, orientando os procedimentos, ou seja, administrará com as pessoas, conforme já dissemos anteriormente. Transformando-se a Administração de Recursos Humanos em uma responsabilidade de linha (gestores) e uma função de staff. Em algumas empresas, a Administração de Recursos Humanos atua prestando o serviço de consultoria interna, o que muito facilita os processos. Atenção! Essa não é mais uma questão de concordar ou não. É uma forte e irreversível tendência nas organizações. Problemas existirão, tais como: falta de habilidade das lideranças em lidar com tais situações, falta de instrumentalização para operacionalizar os processos, falta de conhecimento teórico/legislativo, falta de imparcialidade, entre outros. Tais problemas, poderão ser solucionados com o apoio da Administração de Recursos Humanos atuando com consultoria interna, treinando e capacitando as lideranças para lidar com as mais diversas situações de administração de pessoal, ou melhor dizendo, administração com pessoas. Assim sendo, a Administração de Recursos Humanos e as gerências atuam em parceria, proporcionandoassim, crescimento da organização e dos profissionais que nela atuam. A abordagem sistêmica utilizada pelas empresas de alto desempenho, as únicas que sobreviverão nas próximas décadas, dão ênfase em juntar e não mais em separar. O foco é nos processos, nos fins e nos resultados. O trabalho em conjunto feito por equipes autônomas e multidisciplinares, para isso a Administração de Recursos Humanos deverá capacitar os gerentes e instrumentalizá-los. Lembre-se: as pessoas devem ser consideradas como diferencial competitivo nas organizações, numa relação ganha-ganha. Pessoas Organização Temos como parceiros da organização nossos fornecedores, acionistas, empregados e clientes, que esperam obter retorno pela sua contribuição. Entretanto, ainda temos nas organizações brasileiras, fortes resquícios da Administração de Recursos Humanos tradicional, centralizada no Recursos Humanos, mas devemos buscar efetuar mudanças gradativas nessa área. Vale lembrar ainda, que assim como as pessoas, as empresas passam pelos ciclos de desenvolvimento, ou seja, nascem, crescem, desenvolvem-se e morrem. Portanto, percebemos que a vida útil de uma organização depende, primordialmente, da forma como evoluem seus componentes, quer seja tecnológicos, estruturais ou humanos. Sendo assim, as pessoas são fundamentais, na execução do seu trabalho, na sua qualificação, criatividade e inovação. Por isso, torna-se urgente o investimento em Recursos Humanos, sendo vital para uma próspera e saudável condução dos negócios. Percebendo e compreendendo que o resultado acontecerá somente através das pessoas. MÓDULO VI Nota: este módulo trata da relação capital-trabalho nas organizações. RELAÇÃO CAPITAL-TRABALHO Os processos de mudanças intensificaram-se tanto que os termos e expressões comumente disponíveis para descrever os fenômenos que nos cercam já não dão conta de sua complexidade. No período pré-capitalista, época em que o ser humano vivenciou durante muito séculos, a riqueza era representada pela posse de terras e matéria prima. O detentor de terras e de seus produtos era quem controlava as relações laborais. Dois séculos após, a riqueza passou a ser considerada pela disponibilidade de capital. Atualmente, acredita-se que o trabalho tende a predominar sobre os outros dois fatores de produção: matéria-prima e capital. Durante o último século, as empresas passaram a buscar de forma desenfreada e a qualquer custo a lucratividade, utilizando-se de todos os mecanismos possíveis e muitas vezes impossíveis, burlando por vezes, até mesmo questões éticas. Podemos citar como exemplo: o uso de mão-de-obra barata, pouco ou quase nenhum investimento na manutenção e aprimoramento do parque industrial, proteção de mercado, “guerra fria” entre empregados e empregadores em buscas melhores salários e condições de trabalho. Este clima de proteção entre capital e governo conflituoso entre empregado e empregador, o principal ativo é e vai continuar sendo o ser humano. Entretanto, os avanços tecnológicos e a globalização que atinge todos os mercados, os trabalhadores não foram preparados e qualificados para enfrentar esse processo. Esse contexto, demanda aspectos importantes, tais como: uma acirrada concorrência entre empresas e a maior exigência por parte dos consumidores por produtos confiáveis e baratos. O que acontecia anteriormente, era que as empresas não se preocupavam com elementos como qualidade e necessidade do consumidor, “empurravam” produtos e serviços aos clientes sem atentar para sua satisfação. Atualmente, os avanços tecnológicos, o processo de globalização e o desenvolvimento econômico não dão conta de criar, sozinhos, novos empregos. Pelo contrário! Está ocorrendo é uma retração na oferta de empregos no mercado de trabalho. Para tentar superar esse impasse, investir em educação tornou-se uma estratégia fundamental tanto para a empresa, como para o trabalhador. É preciso investir no capital intelectual, conforme trabalhamos no módulo III. Ativos que devem ser considerados: Conhecimento: técnico, especializado e domínio da informação; Afetividade: saber lidar com seus sentimentos, a conhecida inteligência emocional Imagem: marketing pessoal Relacionamento: forma de se portar no relacionamento interpessoal e sua rede de contatos Capacidade de liderança: capacidade de agregar valor, de gerar idéias, provocam a união do grupo. Diante do exposto, ficar evidente que as relações entre capital e trabalho não podem e não devem mais ser restringidas ao aspecto comercial. Devendo ser compreendida com uma relação de parceiros. Nos deteremos um pouco na antropologia das organizações e veremos como todo contexto acima será “ destrinchado” alvejando um entendimento do quê e por que devemos estar sempre em constantes mutações em busca de melhorias contínuas de nós mesmos e dos modelos de gestão empresarial. MÓDULO VII Nota: este módulo apresenta elementos para a compreensão da abordagem antropológica das organizações. ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA DA CULTURA ORGANIZACIONAL A antropologia organizacional demonstra que as empresas iniciam suas atividades baseadas nas experiências de seu fundador que como tal, dissemina e influencia a seus comandados na postura, na forma de agir, na forma de vestir, no entendimento do mercado em que atua. Enfim cria o que chamamos de cultura organizacional. È de fundamental importância que aspectos como cultura organizacional, normas, valores, recompensas e poder sejam compreendidos quando da avaliação da evolução ou retração de qualquer empresa no mercado, pois toda cultura empresarial é alicerçada nestes princípios. Alguns aspectos devem ser levados em conta para que a empresa mantenha o foco sempre azeitada para seu desenvolvimento. Tais como: - Responsabilidade, liderança e comprometimento do corpo gerencial: o corpo gerencial transmite a responsabilidade, liderança e comprometimento para a criação do ambiente propício ao sistema da qualidade, por meio de suas ações, constância e alocação de recursos necessários; - Valores atitudes e condutas: um ambiente propício à melhoria sistemática da empresa requer a adoção de um novo conjunto de valores, atitudes e condutas, que compartilhados e entendidos por todos da organização, fazem seu sucesso. É inegável que toda cultura reinante na empresa é oriunda de seus atuais comandantes e que a quebra dessa cultura passa por enorme dificuldades, desde a quebra de paradigmas até a mudança de pessoas que a compõem. Concluímos então que a cultura reinante na empresa é intrinsecamente ligada a outros dois fatores – estrutura e poder – e que para mudá-la, obrigatoriamente tem-se que alterar estes outros fatores e vice-versa. Como vimos essa trilogia de fatores aliada ao mercado, demonstra quão é importante a cultura organizacional para a sobrevivência, manutenção e desenvolvimento da empresa, pois dela depende e advêm as decisões tomadas pelos seu corpo gerencial. A INFLUÊNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NO PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A cultura organizacional é definida por Schein como o produto do aprendizado pela experiência comum de um grupo, abrindo a perspectiva de poderem haver várias "culturas" diferentes em uma organização. O autor afirma que o problema em cultura organizacional é distinguir as particularidades daquele grupo social, dentro de uma cultura mais ampla. Schein defende que cultura é aprendida e que se desenvolve com a experiência. Schein define o papel do líder como gestor da cultura organizacional – para criá-la, modificá-la e até mesmo destruí-la. Em seguida afirma que cultura e liderança são "dois lados da mesma moeda" e que nenhuma das duas pode ser entendidapor si só. Os desafios das organizações devem privilegiar suas competências em gestão, a saber: Gestão de Pessoas; Gestão de Equipes e Gestão de Comunicação. Dessa maneira alguns cuidados são fundamentais para a atuação: O processo de seleção deve preocupar-se em identificar competências que atendam as necessidades essenciais do negócio, de maneira ampla; O processo de desenvolvimento depende de orientações e "permissão". A retenção dos profissionais está ligada ao alargamento de horizontes. Como a Administração de Recursos Humanos faz parte da organização está fortemente influenciada por sua cultura e por ela deve está fortemente comprometida. MÓDULO VIII Nota: Este módulo abordará elementos do clima, cultura e comunicação organizacional e suas interfaces com a área de Recursos Humanos. INTRODUÇÃO Três C´s tornam-se estratégicos para uma Administração de Recursos Humanos eficazes e eficientes, por isso nos deteremos nesses elementos tão fundamentais para a sobrevivência de uma empresa. São eles: Clima organizacional; Cultura organizacional; Comunicação organizacional. CLIMA ORGANIZACIONAL O clima é único em cada organização, tem um forte impacto em como as pessoas se sentem, se comportam e no andamento de seu trabalho cotidiano, extrapolando o âmbito da própria organização, haja visto que, afeta a vida do ser humano como um todo, pois, o homem moderno passa mais tempo de sua vida no trabalho do que em casa. Um ambiente sadio e prazeroso, se faz necessário para o desenvolvimento produtivo das atividades laborais. O conceito de clima organizacional está relacionado com o ambiente interno que permeia os membros da organização, estando intimamente ligados ao grau de motivação de seus trabalhadores. O clima de uma organização torna-se favorável quando proporciona satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação do moral. Torna-se desfavorável quando proporciona a frustração de tais necessidades. Portanto, o clima organizacional influencia o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado. Ao adentrar no aspecto motivacional, relaciona-se automaticamente com qualidade de vida no trabalho, com o bem-estar na empresa, bem como, atuando diretamente na produção diária de cada membro. Clima organizacional refere-se a crenças. É um meio para se avaliar até que ponto estão sendo atendidas às expectativas das pessoas acerca de como se deve trabalhar numa dada organização. Avaliações de clima organizacional podem ser muito úteis para identificar a baixa motivação dos trabalhadores e suas causas, tais como: insatisfação com a remuneração, oportunidade de progresso inadequadas, canais de comunicação bloqueados, práticas distorcidas de promoção ou metas organizacionais pouco claras. Ações que sejam dirigidas para essas fontes de insatisfação tenderão a melhorar a motivação, e maior motivação, deverá resultar em melhor desempenho. Diante do exposto, não precisamos nos delongar para justificar por que é importante para a Administração de Recursos Humanos ficar atenta para o clima organizacional, sentindo-o diariamente, monitorando-o através de pesquisas periódicas e planejando ações de melhorias. CULTURA ORGANIZACIONAL Um ambiente em constante mutação, com alterações cada vez mais rápidas e significativas, exige uma empresa com capacidade de adaptação crescente. Face a esse processo é fundamental que as empresas passem por um processo de transformação intenso, no qual o comportamento humano assume uma grande importância. Além disso, as empresas devem ser flexíveis e resilientes, estando sempre abertas a novas idéias e percepções, desenvolvendo intensamente a criatividade e as inovações, de maneira a ampliar a capacidade e agilidade de resposta às alterações do ambiente. A cultura organizacional e os seus valores são fundamentais para promover a interação entre o ambiente externo e as estratégias da organização, de forma a se constituir num facilitador do processo de adaptação às mudanças. Cultura organizacional pode ser compreendida como resultante da interação dinâmica da estratégia, estrutura, sistemas, trabalhos, pessoas e liderança gerencial. Para desenvolver culturas de alto desempenho, os gestores devem estar constantemente analisando os pontos fortes e fracos da cultura organizacional e focar a atenção nos valores de alto desempenho. O foco claro nesses valores é um aspecto crítico do planejamento e da implementação da transformação organizacional. Conforme explanamos no módulo anterior, compreender a cultura organizacional é vital para a Administração de Recursos Humanos, haja vista que a esta cultura deve está fortemente relacionada. COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL A comunicação numa empresa está intimamente relacionada com a sua cultura. Segundo Chiavenato (1997), “A comunicação constitui a primeira área a ser focalizada quando se estuda as interações humanas e os métodos para mudanças ou influências do comportamento humano. Trata-se de uma área em que cada pessoa pode fazer grandes progressos na melhoria de sua própria eficácia e em seu relacionamento interpessoal ou com o mundo externo. É também o ponto de maiores desentendimentos e conflitos entre duas ou mais pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos e dentro da organização como um sistema” (p.106). No sistema organizacional existe duas redes de comunicação, que são: a rede formal e a rede informal. A rede formal engloba todas as manifestações que estão de acordo com a estrutura da organização e são legitimadas pelo poder burocrático. Já a rede informal é constituída pelas manifestações espontâneas da coletividade, aqui incluído os boatos, que advêm da cadeia sociológica dos pequenos grupos, popularmente conhecidos como “panelinhas”. É necessário que se compreenda a comunicação formal e a informal. Esta é permeada de fatores sociológicos e psicológicos existentes na coletividade. Há uma tendência de se combater os boatos com outros boatos. É importante não combater ou ignorar a rede informal, deve-se utilizar a rede informal sobre o sistema formal, integrando-os. A construção de um modelo sinérgico de comunicação há, necessariamente, de passar pelo estudo das redes de comunicação. Pela cultura organizacional e pelo seu estilo de gerenciamento. Trabalhar a comunicação é fator crítico para a Administração de Recursos Humanos, pois esta pode ser um forte aliado ou adversário no cotidiano das organizações. A Administração de Recursos Humanos deve atuar como um parceiro estratégico dentro da organização, focando sua atenção nas metas e resultados a serem alcançados, com vistas à obtenção de geração de valor real adicionado à empresa. Para tanto, deve considerar os 3 C´s: Clima, Cultura e Comunicação como vitais à organização. Uma combinação inteligente, coerente e alinhada dos papéis múltiplos da Administração de Recursos Humanos, com os propósitos e objetivos estratégicos da empresa, dando suporte ao sucesso organizacional de forma sustentada. MÓDULO IX Nota: o presente módulo terá como objetivo primordial trabalhar a importância da área de Recursos Humanos para as organizações contemporâneas, bem como o papel do profissional de RH. A IMPORTÂNCIA DO RECURSOS HUMANOS Falar da importância da área de Recursos Humanos é falar da importância que uma empresa destina aos seus recursos humanos, ou seja, as pessoas que nela trabalham, que a ela destinam a maior parte de seu tempo diário. Falando assim, seria contra-senso de uma empresa não lhe creditar grande importância, não é? Pois bem, infelizmente, nem todas as empresas estão dispostas a investir nessa área, preferem investir em tecnologia, como se uma não dependesse da outra! Entretanto,as empresas de alto desempenho já alertaram para o fato de que não é suficiente termos apenas empresas com tecnologia de ponta, produtos e/ou serviços atrativos, alta qualidade e preços convidativos. É preciso também, ter profissionais qualificados, bem treinados, motivados e comprometidos com os objetivos organizacionais. Assim sendo, a área de Recursos Humanos ganha grande relevância. O RH possui três atividades básicas, são elas: operacionais (ligadas a procedimentos básicos de controle e administração de pessoal, bem como à mera execução de serviços, tais como recrutar, selecionar, treinar), táticas (voltada para atividades de administração de processos e competências, entretanto não se volta para o desenvolvimento profissional como um todo) e estratégicas (voltadas para ações macro, que visam a integração entre o ambiente da organização com os profissionais que dela fazem parte, bem como com o segmento de atuação da empresa e a sociedade como um todo). Um dos papéis estratégicos da área de RH é preparar a empresa para lidar de forma positiva e produtiva frente às mudanças, aprendendo a viver um constante processo de metamorfose. Aos trabalhadores, cabe o RH auxiliar na busca de aperfeiçoamento contínuo e focado estrategicamente para o seu desenvolvimento, contribuindo assim para o desenvolvimento da empresa. Como dizia o poeta, ser “uma metamorfose ambulante”. O PROFISSIONAL DE RECURSOS HUMANOS (RH) Simplesmente gostar de gente, não pode ser requisito para trabalhar em RH, pois se trabalha com pessoas e para pessoas. E isso é muito mais ... É preciso ter vocação. Atuar em RH é, em muitos casos, viver numa berlinda entre as pressões do patrão e as demandas dos trabalhadores. Sendo os profissionais de RH, salvo em casos de consultoria externa, eles próprios trabalhadores desta empresa e portanto, estando submetidos às mesmas normas e procedimentos que os demais trabalhadores. Não é nada fácil! Por isso, para que o profissional de RH consiga desenvolver um bom trabalho é necessário vocação, dedicação e capacitação. Área dominada por profissionais de formações acadêmicas diversas tais como, psicologia, administração de empresas, direito, pedagogia, entre outras, precisa urgente de pessoas com qualificação e preparo para lidar com o complexo ambiente de conflitos que germina no contexto organizacional do século XXI. O profissional de RH precisa distinguir entre aquilo que é modismo e o que realmente é técnica importante e educativa; que desenvolve e enriquece. Ao RH é solicitado que conquistem a confiança dos trabalhadores, faça-os se tornarem comprometidos e motivados com os objetivos organizacionais, mas, muitas vezes, não lhes dão meios para essa conquista. Apenas exigem e cobram que o RH faça. Como se o simples fato de trabalhar em RH desse ao profissional o poder dessa mágica conquista. Infelizmente, em algumas empresas, o RH é convocado a ser o guardião e o disseminador das grandes estratégias organizacionais, mas não lhe convidam a participar do seu processo de elaboração. E ainda, atribuem-lhe o ingrato título de gerador de custos, esquecendo-se do lucro que geram, através da subjetividade de trabalhadores da empresa. Entender do negócio da empresa pode ser uma alternativa importante para que o RH seja respeitado e possa contribuir com soluções inteligentes, eficientes e eficazes para a dinâmica de funcionamento da organização. Apresentamos a seguir, de forma sucinta, algumas das principais funções do RH: Recrutamento e Seleção: realizam a análise do mercado de trabalho e do mercado de recursos humanos, analisam qual a melhor estratégia de recrutamento e seleção, bem como que técnicas utilizarão para obter um resultado positivo. É importante que tenha uma compreensão geral sobre a estrutura de funcionamento da empresa, bem como suas políticas de remuneração e de benefícios sociais, para que possa munir os candidatos de informações precisas; Treinamento e Desenvolvimento: área focada no aprimoramento contínuo dos profissionais e por conseqüência, da organização. Realizam desde o levantamento das necessidades de treinamento, a elaboração do programa de treinamento, acompanhamento de sua execução e avaliação dos resultados; Política de remuneração: área delicada e de extrema importância. É necessário estabelecer uma política de remuneração justa e que corresponda às expectativas da empresa e dos trabalhadores, levando-se em consideração a importância do cargo na empresa e o desempenho do profissional. Esta área também contempla o sistema de benefícios sociais, vital para as organizações no cenário atual; Relações laborais: elaboram e aplicam políticas de relacionamento da organização para com os trabalhadores e/ou representantes, tais como entidades de classe, sindicatos; Segurança, saúde e higiene no trabalho: elaboram e colocam em prática políticas que visem a manter a integridade física e mental do trabalhador quando do exercício de suas atividades laborais, bem como no ambiente da organização; Planejamento de recursos humanos: atividade de análise e avaliação de necessidades futuras da empresa em relação aos seus trabalhadores. Determina, por exemplo, necessidade de contratação, de demissão, de transferência, de treinamento. Claro que mencionamos apenas algumas das funções de RH, podendo em algumas empresas serem muito mais abrangentes e em outras, muito mais limitadas. Também é importante ressaltar que dependendo do porte e da área de atuação da empresa faz-se necessário a presença de especialistas para desempenhar algumas atividades, como por exemplo, na área de Segurança do Trabalho. Diante do exposto, fica evidente que perceber e dar importância ao Recursos Humanos para uma organização, trata-se de uma decisão inteligente e vital para as organizações contemporâneas. MÓDULO X Nota: o presente módulo abordará aspectos relacionados à ética na área de Recursos Humanos. Falar em ética no Brasil, por vezes pode parecer uma piada. Mas ela deve ser a mola mestra na linha de atuação da área de Recursos Humanos, pois lidamos com pessoas e para pessoas que passam a confiar em nós a sua vida profissional e muitas vezes, sua vida pessoal também. Romper com a ética é romper um elo importante é romper a tênue linha entre a confiança e a desconfiança. Ao analisarmos com atenção, logo percebemos que a ética é tão importante, que mesmo as pessoas que não desenvolvem atividades lícitas, encontram regras de condutas e comportamentos éticos no qual permeiam suas relações. Chiavenato nos propõe um código de ética para a área de Recursos Humanos. Esse código seria baseado nos seguintes preceitos: 1. “Dignificar o ser humano”: através da administração participativa, envolvendo as pessoas como sujeitos ativos e criativos sujeitos de sua própria história. Tornando-os realmente colaboradores, no sentido real da palavra, da empresa. Colaborando não somente com força física e reproduzindo idéias já previamente concebidas, mas concebendo novas idéias, participando ativamente do dia-a-dia da organização e sendo elo fundamental para a sobrevivência organizacional. Superando a descartabilidade dos trabalhadores que hoje, infelizmente, impera nas organizações; 2. “Tornar estratégica a Administração de Recursos Humanos”: permitir que a Administração de Recursos Humanos rompa com o seu tradicional papel de mero fornecedor de serviços, para uma postura estratégica, atuando como consultora interna. Facilitando os processos, auxiliando as demais áreas da empresa, fornecendo rumos, possíveis caminhos, compartilhando idéias e dividindo responsabilidades; 3. “Compartilhar a administração com os gerentes e suas equipes”: para alguns profissionais de Recursos Humanos, essa podeser uma postura difícil de adotar, entretanto, ela se faz imprescindível, pois no cenário organizacional contemporâneo não podemos mais adotar uma postura centralizadora. É necessário compartilhar, dividir, delegar e romper o monopólio que ainda reina na área de Recursos Humanos. Não tema em perder o seu lugar, se você é um bom profissional de Recursos Humanos, será cada vez mais solicitado, não cairá no ostracismo! 4. “Mudar e inovar incessantemente”: permitir que o processo de mudanças reine no cenário organizacional como algo positivo e que promova o crescimento. Tentar manter o status quo é remar contra a maré; 5. “Dignificar e elevar o trabalho”: disseminar a prática da cultura democrática e participativa, incentivando a formação de equipes autônomas. Não impor regras e sim, permitir que os trabalhadores a compreendam e assumam como suas as responsabilidades pelo seu cumprimento. Tentar eliminar a cultura das punições e penalidades. Estimulando o estabelecimento de um ambiente de incentivo e colaboração; 6. “Promover a felicidade e buscar a satisfação”: promover a criação e manutenção de um clima organizacional positivo e que promova a plena integração dos trabalhadores à empresa, rompendo a relação trabalho=sofrimento e estabelecendo a relação trabalho=prazer; ou 7. “Respeitar a individualidade de cada pessoa e sua realização pessoal”: criar um ambiente que respeite as individualidades, as particularidades e as singularidades, rompendo a homogeneização reinante em muitas organizações que tentam enquadrar às pessoas as suas demandas, não compreendendo que cada pessoa possui suas necessidades. Esse respeito pode ser efetivado através de ações como: estabelecimento de jornadas de trabalho flexíveis, plano de benefícios flexíveis, entre outros; 8. “Enriquecer continuamente o capital humano”: desenvolver estratégias de valorização do capital intelectual, do desenvolvimento humano, incentivando a gestão do conhecimento; 9. “Preparar o futuro e criar o destino”: estabelecer estratégias de atuação em que o futuro não seja temido e sim esperado de forma dinâmica, agindo e se preparando, antevendo as mudanças; 10. “Focalizar o essencial e buscar sinergia”: focar em pessoas e com as pessoas, através da integração de atividades e áreas, atuando de forma sinérgica e holística. Varella (2002) apresenta alguns pontos interessantes a serem analisados em relação à ética nas organizações, vejamos: É necessário que as organizações desenvolvam um ambiente produtivo, mas também prazeroso, primando pela qualidade dos relacionamentos nos mais diversos níveis hierárquicos; Dispensar tratamento digno e respeitoso às pessoas e suas idéias, pois se as empresas demandam iniciativa e autonomia, as pessoas precisam sentir na prática que têm liberdade para se expressar; Respeitar as características pessoais, a individualidade, evitando situações de constrangimento; Estabelecer um clima de transparência e lealdade nas negociações entre empresa e trabalhadores, criando assim um espaço de discussão aberta para que as expectativas de cada um possam ser evidenciadas; Oferecer igual oportunidade a todos os candidatos, sem discriminação; Selecionar pessoas, também, pela possibilidade de adequação aos valores organizacionais; Criar um sistema de avaliação de desempenho que permita um processo transparente e objetivo, permitindo assim, um crescimento profissional e pessoal; Possibilitar um processo de demissão digno e com apoio, lembrando sempre que apesar daquela pessoa não está mais a serviço da empresa, ela é um ser humano e merece respeito; Oferecer remuneração justa e adequada a realidade do mercado; Garantir segurança e saúde no ambiente de trabalho; Evitar conflito entre interesses individuais e organizacionais; Estimular à responsabilidade social; Permitir e não censurar a participação dos trabalhadores em associações de classe, associações, sindicatos; Respeitar a liberdade política e religiosa dos trabalhadores; Estimular a comunicação plena entre empresa e trabalhadores; Proibir a prática de assédio moral no ambiente de trabalho; Não permitir ou manter vínculo com empresa que use do trabalho infantil; Manter um ambiente de preservação de informações confidenciais da empresa. Muitas empresas chegam a desenvolver um código de ética própria, respeitando os valores, normas e procedimentos internos, mas que acima de tudo prime pela qualidade de vida no trabalho e pelo respeito ético ao ser humano. Nesse assunto, a área de Recursos Humanos desempenha papel estratégico tanto auxiliando a elaboração, quanto no acompanhamento desse processo. MÓDULO XI Nota: o presente módulo apresentará elementos importantes para o Planejamento de pessoal. PLANEJAMENTO DE PESSOAL Planejamento de pessoal é um processo onde se decide sobre a demanda de recursos humanos necessária para o alcance dos objetivos da organização, levando-se em consideração determinado período de tempo, ou seja, se faz o planejamento da quantidade e tipo (capacitação, qualificação) de pessoas que a empresa precisará num período específico. Trata-se de um levantamento quantitativo que nem sempre é feito somente pela área de Recursos Humanos, mas que deve contar com o envolvimento desta, visto que será ela quem proverá à organização desses recursos. O RH deve atuar em teia, sempre interligado com as demais áreas da organização. Geralmente, se faz o levantamento da necessidade de mão-de-obra direta (pessoas diretamente ligadas ao processo) e da mão-de-obra indireta (pessoas de apoio ao processo). Para garantir o pleno desenvolvimento organizacional é fundamental que o planejamento de pessoal conte com o compromisso e envolvimento de todos os gestores, pois é necessário que tenham segurança de que os cargos sob seu cuidado estão preenchidos por pessoas qualificadas e na quantidade adequada. Vale ressaltar que o planejamento de pessoal é realizado por cada área, contando sempre com o apoio do Recursos Humanos. Chiavenato nos apresenta os seguintes modelos de planejamento de pessoal: “Modelo baseado na procura estimada do produto ou serviço”: baseia-se na maior ou menor busca pelo produto ou serviço, levando em consideração as variações que ocorrem em fatores como tecnologia, produtividade, disponibilidade externa e interna de recursos financeiros e disponibilidade de trabalhadores existentes na organização. Assim sendo quando ocorre melhorias na produtividade em decorrência de alterações tecnológicas, estas provavelmente alterarão a demanda de pessoal, que diminuirá. Entretanto, o acréscimo na produtividade poderá ocasionar na diminuição do preço do produto ou serviço, provocando aumento de vendas, que por sua vez demandará maior produção e necessidade de pessoal. Vale ressaltar que este modelo não leva em consideração, imprevistos como concorrência, greves, carência de matéria-prima. Ele baseia-se na previsão e extrapolação do histórico de vendas e está voltado para o nível operacional; “Modelo baseado em segmento de cargos”: utilizado por empresa de grande porte, também foca no nível operacional. Escolhe-se um fator (na qual suas variações afetem proporcionalmente as necessidade de pessoal) estratégico para cada segmento da empresa, estabelecendo-se níveis históricos (com base no passado e no futuro) para cada um dos fatores estratégicos, determina-se os níveis históricos para cada área da empresa, projeta-se os níveis futuros de necessidade de mão-de-obra para cada área e correlaciona-se com a projeção dos níveis históricos (passado e futuro) do fator estratégico que lhe corresponde. Algumas empresas,optam por calcular suas necessidades totais de pessoal tomando como base projeções que se relacionam apenas com alguns segmentos de cargos da força de trabalho que mais apresenta variações; “Modelo de substituição de postos-chaves”: também conhecido como organograma de encarreiramento, constitui-se numa hipotetização de quem substituirá quem em caso de vacância do posto de trabalho. Os critérios para as substituições devem ser explícitos e transparentes, evitando preferências ou protecionismos, baseando-se num critério fidedigno e justo; “Modelo baseado no fluxo de pessoal”: baseia-se no fluxo de pessoas para dentro, para fora e através da organização, ou seja, admissão, demissão, transferência interna, promoção. Esse modelo permite uma rápida predição da necessidade de pessoas. Geralmente, utilizado por organizações conservadoras, estáveis e sem planos de expandir sua atuação; “Modelo de planejamento integrado”: trata-se do modelo mais abrangente, pois leva em consideração os seguintes fatores: planejamento do volume de produção, alteração na produtividade provocada por mudanças tecnológicas na organização, comportamento dos clientes/condições de oferta e procura no mercado e, planejamento de carreiras na organização. Também acompanha a entrada e saída de pessoas, bem como sua evolução na empresa. Diante do exposto, fica evidente a necessidade de participação e envolvimento da área de Recursos Humanos no Planejamento de pessoal, pois será responsável em auxiliar os gestores no processo de provisão de pessoal, recrutando, selecionando e integrando à organização. Desta forma, o trabalho integrado entre gestores de linha e Recursos Humanos é indispensável. MÓDULO XII Nota: o presente módulo abordará as seguintes temáticas: Recursos Humanos como centro de lucros, levantamento de necessidades, implantação e acompanhamento dos programas elaborados pelo RH (normas e procedimentos). RECURSOS HUMANOS COMO CENTRO DE DESPESAS OU DE LUCRO? Você provavelmente já ouviu alguém falar frases do tipo: o pessoal do RH só sabe gastar ou lá vem o RH pedir mais dinheiro. Bom, frases como estas só significam que as pessoas que as pronunciaram não conhece a fundo o trabalho da área de Recursos Humanos, ou provavelmente não valorizam o trabalho desenvolvido por tão importante segmento organizacional. Podemos confessar também que, por vezes o RH não presta contas dos trabalhos que desenvolve. Calma, não estamos condenando o RH! Mas sejamos sinceros, devemos planejar, executar, avaliar e apresentar os resultados, se possível em dados concretos e objetivos. Fato que muitas vezes é desconsiderado pelo próprio RH! Ao falarmos em resultados gerados pelo RH geralmente caímos no campo da subjetividade, tornando-se um grande desafio o estabelecimento, a mensuração e avaliação de indicadores que demonstram a contribuição desta área para o negócio da empresa. É óbvio que nem tudo pode ser quantificável, pois trabalhamos com o ser humano e para o ser humano, aspecto subjetivo por natureza. É necessário criar indicadores financeiros e não-financeiros relacionados com o negócio da empresa, com os macro-objetivos da organização, para permitir que seus gestores visualizem com maior nitidez a contribuição do RH para a empresa como um todo. Alguns indicadores já são monitorados, tais como: índices de absenteísmo e turnover, horas de treinamento oferecidos pela empresa, quantidade de pessoas aprovadas no processo de recrutamento e aproveitadas na seleção. Novos indicadores começam a ser acompanhados, como por exemplo: eficiência dos processos de comunicação com os trabalhadores, valor agregado em relação ao custo gerado em programas/projetos e imagem da empresa. O RH precisa fazer algumas importantes perguntas fundamentais a si mesmo, tais como: O seu papel está alinhado à estratégia da empresa? Em que medida suas ações vêm contribuindo para o sucesso da organização? Que ações poderia tomar para contribuir cada vez mais para o aprimoramento da organização? O RH é visto como um parceiro tanto pela organização, como pelos trabalhadores? De posse dessas respostas, acreditamos que o RH terá condições de realinhar suas estratégias de ação e contribuir de forma eficaz e eficiente para o sucesso organizacional, assim como também, será percebido como um importante centro de lucro. LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES, IMPLANTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS NORMAS, POLÍTICAS E PROGRAMAS ELABORADOS PELO RH Realizar o levantamento de necessidades, implantar e acompanhar programas e/ou projetos elaborados pela área de Recursos Humanos torna-se uma atividade estratégica para que esta área consiga contribuir de forma positiva e enriquecedora para o cenário organizacional. É necessário que se tenha bem definido e explícito as características culturais e competências necessárias para a adequação das práticas de RH às necessidades do negócio da empresa, pois somente de posse dessas informações poderá o RH agregar real valor aos objetivos da organização. Os programas elaborados, implantados e acompanhados pelo RH devem possuir íntima relação com o cotidiano das pessoas no ambiente de trabalho, primando pela qualidade de vida no trabalho, higiene, segurança, saúde, criando um ambiente motivador, promovendo o aperfeiçoamento dos relacionamentos e desenvolvendo um espírito de responsabilidade social. O RH também precisa desenvolver normas e políticas internas, que visem ao bom andamento do dia-a-dia na organização. Alguns de vocês podem está pensando: criar normas e políticas é uma forma de burocratizar e impedir o espírito criativo e inovador de ser humano. Não é bem assim! A existência de normas e políticas auxiliam no acompanhamento e na manutenção da ordem, pois não podemos nos esquecer que o ambiente organizacional é formado por diferentes pessoas, que possuem diferentes comportamentos, diferentes pensamentos ..., portanto se cada um resolver agir da forma que julgar mais apropriada, sem nenhuma referência, o caos se instalará em pouquíssimo tempo. Além do fato de que a inexistência de políticas bem definidas e claras pode gerar um ambiente de “politacagem” e muita desconfiança. Assim sendo, a criação de normas e políticas visam à sobrevivência, desenvolvimento e perpetuação da organização. Geralmente a organização estabelece uma hierarquização de acordo com a seguinte ordem: 1. Valores organizacionais; 2. Políticas da organização; 3. Diretrizes; 4. Procedimentos operacionais. Com base nesses elementos, a organização detecta a necessidade, elabora e acompanha os programas e projetos. Segundo Marcondes e Silva (2002) os principais fatores que influenciam a formação das políticas de Recursos Humanos são: os aspectos transitórios, a cultura, o tipo de negócios, o ambiente social e os fatores políticos externos. Alguns procedimentos do RH merecem políticas claras, tais como: Treinamento; Remuneração; Carreiras; Administração de pessoal; Relações sindicais; Benefícios sociais; Transferência de pessoal; Planejamento de Recursos Humanos; Recrutamento e seleção; Comunicação (empregados, comunidade e sociedade em geral). O estabelecimento de políticas de RH permite a área mais liberdade de atuação, possibilitando sua ação em nível mais estratégico, já que poderá delegar aos gestores de linha as atividades mais cotidianas de gestão de pessoas. Mas lembre-se, a criação de políticas e programas de RH devem fazer parte de um todo integrado, contribuindo assim para que cada vez mais o RH seja de fato um centro de lucro. MÓDULO XIII Nota: este módulo abordará elementos importantes sobre a formação de grupos no ambientede trabalho. INTRODUÇÃO Uma das principais características dos seres humanos é viver agrupado, e dessa forma realizam a maioria das suas atividades, divertem-se, trabalham, passam por momentos de alegria e crescimento, tristeza e involução de seus ciclos vitais. Entre os seres humanos, a tendência a agruparem-se é marcante, percebe-se isso, na família, nas turmas de colégio, nos clubes, em reuniões sociais, no trabalho, enfim, na sociedade como um todo. Os grupos apresentam objetivos explícitos, que envolvem sua temática central e objetivos implícitos que são percebidas apenas mediante uma convivência mínima com estes. Os motivos comuns são os que levam seus componentes a se reunirem e criarem laços, havendo porém, outros, não menos importantes, que perpassam cada componente de forma mais profunda e diferenciada. Nesse momento se formam os desejos de liderança inibidos, de auto-expressão, de projeção social etc. Há também quem se utilize do grupo com o objetivo de descarregar tensões ou de evasão de seus sonhos. Dessa forma o grupo constitui-se como mediador entre a realidade do indivíduo e as dinâmicas macrossociais, ou seja, de mediação da relação entre indivíduo particular e totalidade social a que este se vincula, entre a universalidade da sociedade e a particularidade do indivíduo. O grupo possui um papel de construir e reconstruir individualidades coletivas. Atenção: Apesar de ser comum o uso dos termos grupo e equipe serem utilizados como algo distinto, compreendendo grupo como a junção de pessoas sem muita finalidade e equipe como o agrupamento de pessoas com objetivos semelhantes e engajados para o mesmo fim. Estaremos utilizando o termo grupo e equipe como sinônimos, numa compreensão ampla desse conceito, da forma como é feito no meio científico. CARACTERIZAÇÃO DE GRUPO Existe um grupo quando duas mais pessoas possuem: Certa interdependência: precisam uma da outra; Certa unidade que pode ser reconhecida: por exemplo, fazer parte de uma mesma empresa; Sistema de interação: interagem entre si, complementando, como ocorre entre membros de um mesmo setor. As características de um grupo podem ser verificadas, quando os participantes: a) Possuem uma razão comum; b) Desenvolvem papéis; c) Desenvolvem simpatias, apatias e antipatias; d) Desenvolvem normas e valores; e) Elaboram componentes normativos que passam a exercer ação uns sobre os outros; f) Formam uma estrutura organizacional. Cada grupo adquire sua própria personalidade através destas características, portanto cada grupo possuirá sua personalidade, sua forma de agir, enquanto unidade. A interação é um complexo de ações e reações que compreende os meios pelos quais os indivíduos relacionam-se uns com os outros, levando a efeito tarefas de: Desenvolvimento Manutenção Crescimento Coesão A interação pode ser verificada entre: FIGURAS (substituir gráficos abaixo por figuras) 1.1.1.1 DO GRUPO 1.1.1.3 PESS OA 1.1.1.2 PESSO A Essa interação gera influência entre os membros, podendo ser positiva, negativa e neutra. Os meios pelos quais os membros influem um sobre o outro são através da linguagem, dos símbolos, dos gestos e da postura. Na estrutura dos grupos podemos observar a forma como estabelecem: as normas de funcionamento do grupo, as relações entre os membros e destes com a liderança, os padrões aprovados de condutas, os sistemas de recompensas e punições e os sistemas de comunicação. A estrutura passa a ser a origem das leis que governam o grupo. A coesão está ligado a agarrar-se com a forma como esse grupo se une. Esse processo unifica e fortalece o grupo. A coesão do grupo depende do status, das dimensões, da homogeneidade, da comunicação, do isolamento, das práticas de supervisão, das ameaças de agressão (pressão externa) e do sucesso. As normas são fundamentais, pois tratam-se de regras implícitas e explícitas, compostas pelo próprio grupo. No estabelecimento das normas de conduta os grupos passam a influir nas atitudes individuais, padronizando o comportamento dos membros, para certo grau de conformidade. Os motivos e metas são as motivações, os motivos que levam o grupo a agir. Podem ser entendidas como certos impulsos para certos tipos de comportamentos que satisfaça às necessidades, desejos e aspirações. As metas do grupo orientam suas atividades para certa direção. O desenvolvendo equipes de alto desempenho demandam: 1 – Pessoa com mentes abertas e criativas 2 – Capacidades de delegação 3 – Lideranças com sensibilidade no desempenho e perfil de educador 1.1.1.5 PESS OA 1.1.1.4 GRUPO 1.1.1.7 GRUP O 1.1.1.6 GRUPO No relacionamento entre os membros de uma equipe de trabalho, devem ser priorizados os seguintes elementos: Habilidades interpessoais; Educação e cortesia; Ética; Cooperação; Profundidade do relacionamento; Responsabilidade, envolvimento e comprometimento; Valores da empresa. Elementos que podem ser trabalhados pelo RH, mas precisam ser cultivados no dia-a-dia das organizações tanto pelos líderes como por toda a equipe. Diante do exposto, fica evidente a importância do trabalho em equipes para o pleno desenvolvimento dos processos, da empresa e das pessoas que dela fazem parte. MÓDULO XIV Nota: o presente módulo tem como objetivo primordial levantar alguns pontos sobre a importância da formação de parcerias da área de Recursos Humanos com as demais áreas de uma organização. Como bem sabemos, a formação de parcerias no cenário organizacional é ponto crucial para o pleno desenvolvimento tanto da empresa como de seus trabalhadores. Alguns podem estar perguntando: por quê? Exatamente por que a formação de parcerias se tornou um elemento de sobrevivência neste competitivo mercado global. Para sobreviver as empresas devem e fazem parcerias importantes, podendo estas se formarem com os fornecedores, clientes, credores etc. Entretanto, a formação de parcerias deve se dar tanto no ambiente externo, como no ambiente interno da organização. A formação de parceria no ambiente interno só acontece de fato, quando há um clima de integração, onde as pessoas compreendem que o trabalho em grupo é mais importante e proporciona melhores resultados do que o trabalho individualizado. Entretanto, para que um grupo funcione de forma eficaz e eficiente é preciso que ocorra uma transformação profunda na esfera individual, uma verdadeira mudança de valores. Outros elementos também são importantes para o pleno desenvolvimento de parcerias eficazes, tais como: o desenvolvimento de habilidades sociais e interpessoais, um sistema de comunicação/informação eficiente, entre outros. Estabelecer um clima de integração e cooperação não é nada fácil! Sendo essa mais uma importante tarefa atribuída à área de Recursos Humanos. Em grupos podemos encontrar a situação de competição ou a situação de cooperação, vejamos as principais características de cada uma delas: SITUAÇÃO COOPERATIVA SITUAÇÃO COMPETITIVA 1. Comportamento focado na realização do grupo; 1. O comportamento focado na realização pessoal; 2. O indivíduo age de forma aberta; 2. O indivíduo atua de maneira secreta; 3. Exista uma clara compreensão das necessidade que são apresentadas fielmente; 3. Não há uma clara compreensão das necessidades, que ficam camufladas; 4. O comportamento é previsível e flexível, mas não é utilizado para “apanhar o outro”; 4. Predomínio da impulsividade, utilizando-se de estratégias confusas. O elemento “surpresa” é utilizado como uma “arma”; 5. Argumentos lógicos são utilizados para defender os pontos de vista ou paraencontrar soluções para os problemas. 5. São usados argumentos ilógicos e irracionais. Claro está que para a formação de parcerias no ambiente de trabalho devemos estimular a situação de cooperação. E o Recursos Humanos é visto como um parceiro estratégico da organização? Qual sua opinião? Bem, se o Recursos Humanos ainda não está atuando como um parceiro da organização está cometendo um grande equivoco, pois atuar de forma isolada no ambiente organizacional é suicídio! Na verdade, ao analisarmos com maior cautela logo percebemos que o Recursos Humanos jamais poderá atuar de forma isolada! Entretanto, bem sabemos que alguns profissionais da área, centralizam as atividades e não compartilham com as demais áreas, fazendo destas meros “depósitos” de suas práticas. Na contemporaneidade, o profissional de Recursos Humanos é conclamado a atuar como um importante parceiro estratégico das organizações, com vez e voz nas grandes decisões. Entretanto, este profissional jamais pode esquecer que ele atua numa área com foco em pessoas e deve atuar com as pessoas. MÓDULO XV Nota: este módulo esclarecerá conceitos relevantes sobre o Sistema de informação de Recursos Humanos. Sistema de informação As informações são preciosas, todos sabem. Fazer com que estas informações fluam de forma rápida e adequada é de fundamental importância para a gestão empresarial. A seguir, abordaremos alguns aspectos importantes na gestão de informações de Recursos Humanos. O banco de dados de Recursos Humanos é a base do seu sistema de informações, ambiente no qual são armazenadas diversas informações que ao se cruzarem fornecem importantes dados para o acompanhamento das pessoas e da gestão dos projetos e das políticas de R.H. Os dados devem ser processados, ou seja: Classificados; Armazenados; Relacionados. A partir desse processamento é que os dados podem fornecer informações. Claro que na era tecnológica, o banco de dados é comporto de sistemas informatizados (software) que criam e atualizam arquivos, recuperam dados e fornecem relatórios. Estes relatórios é que servirão de base para a tomada de decisões. Geralmente, o Recursos Humanos possui vários banco de dados, todos interligados, permitindo assim o fácil e rápido acesso a informações de diversos níveis de complexidade. Os bancos de dados mais utilizados na área de Recursos Humanos são: Cadastro de pessoal: dispõe de dados pessoais do quadro funcional; Cadastro de áreas/seções: dispõe de dados sobre os trabalhadores de cada área, seção, departamento ou seja de cada unidade funcional da organização; Cadastro de cargos: dispõe de dados a respeito do ocupante de cada cargo; Cadastro de remuneração: dispõe de dados sobre níveis, faixas e incentivos salariais; Cadastro de benefícios: dispõe de dados sobre os benefícios socais disponibilizados para cada nível hierárquico e para cada trabalhador; Cadastro de treinamento: dispõe de dados sobre os programas de treinamento, quem participou, quem deve participar; Cadastro médico: dispõe de dados sobre exames médicos admissionais, periódicos e demissionais, bem como dados sobre consultas. Deve ser de uso restrito, pois traz informações de foro íntimo; Cadastro de candidatos: dispõe de dados sobre os possíveis candidatos a emprego. O sistema de informação também é muito útil para o processo admissional, o acompanhamento de férias, pagamento de 13º (décimo terceiro) salário, entre outros controles do Departamento de Pessoal. MÓDULO XVI Nota: este módulo mostrará a utilização do Sistema de informação de Recursos Humanos e o Sistema de monitoração (controle de pessoal). De posse desses dados, temos o Sistema de Informação de RH. Esse sistema é utilizado para: Coletar; Registrar; Armazenar; Analisar; Validar; Recuperar. Chiavenato traz, em seu livro Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações, uma esclarecedora definição sobre Sistema de Informação de RH “é um sistema planejado para colher, processar, armazenar e disseminar informações relacionadas aos recursos humanos, de modo a permitir a tomada de decisões eficazes pelos gerentes envolvidos” (p.409). Vale ressaltar dois pontos importantes sobre este assunto: 1. Cuidado com o que e para quem será disponibilizado as informações, lembre-se a ética e o sigilo são fundamentais numa boa gestão organizacional! 2. O sistema de informação de RH também deve ser disponibilizado aos trabalhadores, para que tenham acesso a informações a seu respeito, da sua atividade, salário, benefícios. Ajuste-o às necessidades dos trabalhadores. Controle de pessoal Mais conhecido como sistema de monitoração de RH. Adotado com a finalidade de gerir jornada de trabalho, férias etc. Jornada de trabalho pode ser definida como a quantidade de horas trabalhadas individualmente, quer seja diária, semanal ou mensalmente, necessárias ao cumprimento do contrato individual de trabalho, respeitando aos limites da convenção coletiva de trabalho. A jornada deve prevê a hora de entrada e saída, os dias de trabalho, com esquemas de folgas, tempo para refeições e descansos e limites de tolerância para antecipações e atrasos. Por vezes, algumas alternativas são negociadas pelas empresas com os sindicatos, objetivando adequar a jornada de trabalho às demandas da empresa e de seus trabalhadores. São exemplos dessas alternativas: Calendário anual: explicita os dias de trabalho, as folgas, os feriados (nacionais, estaduais e municipais) em que poderá ou não haver expediente de trabalho; Férias coletivas: meio de simplificar o calendário anual e reduzir custos, já que para cada 12 (doze) trabalhadores é necessário mais 1 (um) para cobrir as férias destes. Algumas empresas disponibilizam jornadas de trabalho alternativos e flexíveis, visando a atender às necessidades específicas de cada trabalhador. São exemplos de programas alternativos e flexíveis: Semana de trabalho reduzida: reduz-se a quantidade de dias e aumenta-se a carga horária diária, por exemplo: trabalhar 4 (quatro) dias com carga horária diária de 10 (dez) horas. Nestes casos, geralmente, a folga são de dias consecutivos; Horário flexível de trabalho: o trabalho pode adequar sua jornada de trabalho dentro de um limite que a empresa disponibiliza. Geralmente, existe um horário central, no qual todos os trabalhadores devem trabalhar, fora dele o trabalhador pode adequar o restante das horas como lhe convier; Trabalho compartilhado: um mesmo cargo (de tempo integral) é compartilhado por duas ou mais pessoas, que trabalham em períodos de tempo igual; Trabalho remoto: também conhecido como home office. O trabalhador realiza suas atividades laborais em casa, não sendo obrigatório a sua presença na organização; Trabalho parcial: trabalho regular, realizado em período parcial, inferior as 40 (quarenta) horas semanais. Diante do exposto, fica evidente a importância do sistema de informações de Recursos Humanos, bem como do sistema de monitoração (controle de pessoal) para uma gestão de pessoas eficaz e eficiente. MÓDULO XVII Nota: o presente módulo abordará aspectos relacionados ao trabalho do menor de idade. “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”(art. 227 da Constituição Federal). Na antigüidade, o trabalho do menor era desenvolvido no ambiente doméstico, voltado, principalmente, para atividades artesanais e com fins de aprendizagem. Já na Idade Média, as corporações submetiam os jovens aos ensinamentos dos mestres, realizando atividades produtivas com fins didáticos, oferecendo-lhes preparação profissional e moral. Com a Revolução Industrial, a situação começa a se agravar, pois o jovem se encontrava totalmente desprotegido, sem leis trabalhistas que resguardassem suas atividades laborais. O menor, passou a ter sua mão-de-obra utilizada em grande escala, principalmente no âmbito industrial, sem levar em consideração sua condição especial, nem tão pouco respeitada a uma jornada adequada de trabalho diário. Com o agravamento da situação, ainda no período industrial, várias mobilizações despertaram o interesse em criar condições mais adequadas de trabalho ao menor. No Brasil, a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho e o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê normas específicas para o trabalho do menor, aqui contemplado crianças e adolescentes. É terminantemente proibido o trabalho do menor em condições que coloquem em risco seu desenvolvimento mental e físico e que inviabilizem sua integração ao convívio social e seu acesso à educação. Quatro são os tipos de proteção especial ao trabalho que o menor dispõe: Segurança: não é permitido sua exposição a situações de riscos de acidentes de trabalho; Cultural: permitindo e viabilizando condições à educação, possibilitando ao menor um nível de instrução adequada; Fisiológica: permitindo o desenvolvimento físico dentro dos padrões considerados normais, sem inconvenientes de atividades insalubres e penosas; Moral: não exposição a ambientes prejudiciais à moralidade do jovem. Vale ressaltar, que é considerado menor, para efeitos trabalhistas, o (a) jovem entre 14 e 24 anos. A Constituição assegura o direito do menor à profissionalização, não somente no âmbito da aprendizagem profissional, mas também como forma de recuperação do menor infrator, bem como assistência à famílias de baixa renda. No Brasil, existem três tipos de trabalho do menor protegidos pela legislação: Menor empregado: menor de 18 anos que presta serviços subordinados, remunerados e contínuos. Possui todos os direitos trabalhistas previstos na CLT. Pode assinar recibos de pagamentos, mas não pode assinar se responsabilizar pela quitação final do contrato. Caso tenha até 18 anos, depende de autorização de responsável legal para assinar contrato de trabalho. Possui jornada de trabalho igual ao do adulto. Deve-se preservar o tempo para a freqüência à escola. Seu salário deverá ser acordado entre as partes envolvidas, sendo respeitado o salário mínimo regional integral. A duração das férias do menor respeita as mesmas regras do trabalhador maior de idade, tendo o menor o direito de coincidir suas férias no trabalho com as férias escolares; Menor aprendiz: é considerado aprendiz o jovem com idade entre 14 e 24 anos de idade que esteja participando de ensino metódico sobre um ofício ou profissão, em instituições educacionais com esta finalidade (exemplo: SENAI, SENAC, entre outras). O contrato deverá ser anotado e registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social, possui direitos trabalhistas e previdenciários. Recebe salário mínimo hora, podendo esse valor ser superior, caso favorável ao menor. O contrato não poderá ter duração superior a dois anos. A jornada de trabalho máxima é de 6 horas, podendo chegar à 8 horas se computado o tempo para a aprendizagem teórica e caso o menor tenha concluído o ensino fundamental. As empresas são obrigadas a contratar no mínimo 5% e no máximo 15% dos trabalhadores da empresa, cuja função demandem formação profissional (excluídos formação em curso técnico, superior e cargos de direção, gerência ou de confiança). As atividades a serem exercidas devem ser explicitamente especificadas no programa de aprendizagem; Menor assistido: menores entre 12 e 18 anos de idade, frequentando escola, que trabalhem 4 horas diárias, sem vínculo com a previdência social. Recebem, no mínimo, meio salário mínimo mensal. Possuem anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social. Programa voltado para jovens assistidos por uma instituição social e por esta encaminhados à empresa. De uma forma geral, algumas proibições existem em relação ao contrato de trabalho com menores de idade, a saber: Proibido o trabalho no horário noturno, compreendido entre 22h00min às 05h00min. O menor não pode rescindir seu contrato, devendo a rescisão ser efetuada na presença de seus pais ou representante legal. O menor pode firmar recibos de pagamentos; Não poderá ter seu contrato rescindido quando estiver afastado do trabalho para prestar serviço militar. Mesmo que não receba pagamento, deverá ser depositado o seu FGTS mensalmente; Tem o direito de fazer coincidir suas férias no trabalho às férias escolares. Diante do exposto, fica evidente a necessidade do profissional de Recursos Humanos está muito bem informado sobre a legislação que trata especificamente do trabalho do menor. Bem como, de fazer cumpri-la no dia-a- dia das organizações, haja vista que, infelizmente, muitas empresas ainda se utilizam da mão-de-obra do menor apenas como forma de pagar baixos salários e explorá-los. E, como bem vimos, essa não é a finalidade do trabalho do menor. Para melhores esclarecimentos consulte: www.guiatrabalhista.com.br/guia/menor.htm www.guiatrabalhista.com.br/temáticas/trabalhomenor.htm http://paginas.terra.com.br/arte/yuka/trabalhodomenor.htm MÓDULO XVIII Nota: o presente módulo abordará aspectos relacionados ao trabalho feminino num contexto de um mundo globalizado. É inegável as transformações ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas, tais como: intenso e nefasto processo de reestruturação produtiva, desregulamentação das leis trabalhistas e precarização laboral, para citarmos apenas algumas. O processo de globalização econômica, acentua e agrava ainda mais a situação. Mas, o que vem a ser mesmo a globalização? Segundo Bauman (1999) a globalização é um destino irremediável, processo irreversível e que impacto no cotidiano de todas as pessoas. Tanto divide quanto une. É a “nova desordem mundial” (BAUMAN, 1999, p.67). A globalização defende a idéia de que o Estado não deve interferir no aspecto econômico e propõe a fragmentação política, adotando uma postura neo-liberal. Você provavelmente já leu algo sobre a “famosa” política neo-liberal! Uma das conseqüências mais visíveis do processo de globalização é o “incentivo” indireto de uma postura individualista que, por sua vez, enfraquece questões sociais de vital importância para o ser humano, tal como o trabalho. Neste cenário, gostaríamos de nos deter num assunto polêmico: o trabalho feminino no contexto de um mundo globalizado de uma política neo- liberal. É perceptível o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho nas últimas décadas. Mas será isso fruto do processo de emancipação feminina ou necessidade de incremento (na verdade sustento!) da renda familiar? Essa é uma questão controvertida! Na maioria dos lares da classe trabalhadora brasileira, a mulher ingressa no mercado de trabalho não mais para complementar a renda familiar, mas sim, para manter esta renda. Em alguns casos, o salário da mulher não é algo a mais é tudo que a família tem para sobreviver. Não podemos negar que o grande incremento da participação feminina no mercado de trabalho, contribui para seu processo de emancipação numa sociedade
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