Buscar

Resumo para prova 1 de Teoria Geral do Direito Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumão para Prova 1 – Penal
Princípio da reserva legal e da anterioridade
Art. 5º, XXXIX, CF: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”
Art. 1º, CP: Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Princípio da reserva legal
Possui dois fundamentos:
Jurídico: taxatividade, certeza, ou determinação, por implicar a determinação precisa do conteúdo do tipo penal e sanção penal a ser aplicada.
Político: proteção do ser humano em face do arbítrio do poder de punir do Estado.
Princípio da anterioridade
A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor. Não pode retroagir, salvo se beneficiar o réu.
Lei penal em branco
Lei penal em branco é aquela cujo preceito secundário é completo mas o preceito primário necessita de complementação. Há previsão precisa da sanção, mas a narrativa da conduta criminosa é incompleta. O complemento pode constituir-se em outra lei ou em ato da Administração Pública.
Interpretação da lei penal – Art. 1º, CP.
Reserva legal e anterioridade
Estrita – específico (quanto mais ampla, maior a insegurança jurídica).
Escrita – a fonte do direito penal é a lei no sentido material (trata de crime e pena) e formal (processo legislativo previsto para tramitação de lei).
Prévia
Consequências:
Está vedada a aplicação da analogia em matéria penal.
Exemplo: furto de uso (subtração de coisa para uso e posterior devolução) – não constitui crime.
Exemplo: sequestro de aeronave (ditadura).
Quando? – tempo do crime – teoria da ação
Artigo 4º: considera-se praticado o crime no momento do resultado.
Revisão criminal: existe sempre em favor do acusado/condenado.
Crime habitual X contínuo X permanente
Norma penal, preceito e sanção.
A lei penal não é proibitiva, mas descritiva. proibição indireta, descrevendo o fato como pressuposto da sanção.
A lei penal no tempo: princípio da irretroatividade da lei penal incriminadora; princípio da retroatividade da lei benéfica.
Código Penal:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
4 situações de sucessão temporal de leis penais
Nova lei incriminadora – não pode retroagir, tem eficácia somente para o futuro, jamais para o passado.
Nova lei desminalizadora (“abolitio criminis”) – deve retroagir
Nova lei agrava a situação do acusado (“lex gravior”) - não pode retroagir, tem eficácia somente para o futuro, jamais para o passado.
Nova lei abranda a situação dp acisadp (“lex mitior”) – deve retroagir
Tempus regit actum – aplica-se a lei do tempo
Efeito não penal da sentença penal condenatória: obrigação de reparar o dano. efeito de natureza civil
Efeitos penais: 
Submeter o réu à execução; 
Registrar os seus antecedentes (pode servir para, na hipótese de ele vir a responder por outro crime, caracterizar reincidência); 
Multa.
Lei excepcional ou temporária
Lei penal temporária é aquela que tem a sua vigência predeterminada no tempo, isto é, o seu termo final e explicitamente previsto em data certa do calendário.
Lei penal excepcional, por outro lado, e a que se verifica quando a sua duração está relacionada a situações de anormalidade.
Essas leis são autorrevogáveis. Não precisam de outra lei que as revogue. Basta a superveniência do dia nela previsto (lei temporária) ou o fim da situação de anormalidade (lei excepcionai) para que deixem, automaticamente, de produzir efeitos jurídicos. Por esse motivo, são classificadas como leis intermitentes.
Possuem ultratividade, pois se aplicam ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período de sua duração (temporária) ou cessadas as circunstancias que a determinaram (excepcional).
Ultratividade significa a aplicação da lei mesmo depois de revogada.
 Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
A adoção da teoria da atividade apresenta relevantes consequências, tais como:
a) aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do tempo do resultado for mais benéfica;
b) a imputabilidade e apurada ao tempo da conduta;
c) no crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa. Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem jurídico, já que a conduta criminosa continua a ser praticada depois da entrada em vigor da lei nova, mais gravosa;
d) no crime continuado em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda a unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticada. O crime continuado, em que pese ser constituído de vários delitos parcelares, e considerado crime único para fins de aplicação da pena (teoria da ficção jurídica);
Enquanto durar a ação nos crimes permanentes e habituais, é tempo do crime.
e) no crime habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa.
A lei penal no espaço
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
   § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
 § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Essa é a regra geral. Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional. Ha exceções que ocorrem quando brasileiro pratica crime no exterior ou um estrangeiro comete delito no Brasil.
Território
Território: em termos jurídicos, território é o espaço em que o Estado exerce sua soberania política.
O território do Brasil compreende:
a) o espaço territorial delimitado pelas fronteiras, sem solução de continuidade, inclusive rios, lagos, mares menores e ilhas, bem como o respectivo subsolo;
b) o mar territorial, ou marginal, que corre ao longo da costa como parte integrante do território brasileiro e que tem uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, na forma definida pela Lei 8.617/1993. A soberania brasileira alcança também o leito e o subsolo do mar territorial. O conceito de território não obsta,
contudo, o direito de passagem inocente, isto e, a prerrogativa de navios mercantes ou militares de qualquer Estado de transitarem livremente pelo mar territorial, embora sujeitos ao poder de polícia do Brasil;
c) a plataforma continental, medindo 200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro (ou 188 milhas, deduzidas as 12 milhas do mar territorial), como zona econômica exclusiva, instituída pela Lei 8.617/1993, que incorporou a Convenção da ONU de 1982, sobre o direitodo mar;
e) os navios e aeronaves, de natureza particular, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto-mar;
f) os navios e aeronaves, de natureza pública, onde quer que se encontrem;
g) os rios e lagos internacionais, que são aqueles que atravessam mais de um Estado. Se forem sucessivos, ou seja, passarem por dois ou mais países, mas sem separa-los, considera-se o trecho que atravessa o Brasil. Caso sejam simultâneos ou fronteiriços, isto e, separarem os territórios de dois ou mais países, a delimitação da parte pertencente ao Brasil e fixada por tratados ou convenções internacionais entre os Estados interessados.
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar do crime e tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Foi adotada pelo Código Penal, em. seu art. 6.°:
Distinção com o artigo 70, do CPP
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1o  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2o  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3o  Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Territorialidade e extra-territorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
I – Os crimes:  
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;  
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
II - os crimes:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no espaço – aplicação da lei brasileira em relação à jurisdição estrangeira: Princípio da territoriedade
Extraterritorialidade e a aplicação da legislação penal brasileira aos crimes cometidos no exterior.
Incondicionada: primeira hipótese do art. 7º. Não está sujeita a nenhuma condição. A mera pratica do crime em território estrangeiro autoriza a incidência da lei penal brasileira, independentemente de qualquer outro requisito.
Condicionada
Relaciona-se aos crimes indicados pelo art. 7.°, II, e § 3.°, do Código Penal.
Supercondicionada
Imunidades: diplomática, parlamentar e judiciária
As imunidades se fundam no princípio da reciprocidade, ou seja, o Brasil concede imunidade aos agentes dos países que também conferem iguais privilégios aos nossos representantes.
A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, incorporada ao direito pátrio pelo Decreto 56.435/1965, assegura ao diplomata imunidade de jurisdição penal, sujeitando-o a jurisdição do Estado que representa.
Abrange toda e qualquer espécie de delito.
A garantia se estende aos agentes diplomáticos e funcionários das organizações internacionais, quando em serviço, incluindo seus familiares. A essas pessoas e assegurada Inviolabilidade pessoal, já que não podem ser presas nem submetidas a qualquer procedimento sem autorização de seu pais. Por óbvio, aos chefes de governos estrangeiros e aos ministros das Relações Exteriores asseguram-se idênticas imunidades concedidas aos agentes diplomáticos. A imunidade e irrenunciável por parte do seu destinatário. A imunidade penal é limitada aos atos de ofício, podendo ser processados e condenados por outros crimes.
De acordo com a Convenção de Viena, as sedes diplomáticas não admitem busca e apreensão, requisição, embargo ou qualquer tipo de medida de execução de natureza penal.
Extradição: conceito, espécies, princípios, condições e limitações.
Para a legislação brasileira, a extradição é um ato essencialmente político, cabendo ao executivo a decisão final sobre o pedido, restando ao judiciário apenas julgar se o pedido obedece às formalidades requeridas pelo princípio da legalidade e pelas disposições legislativas do ordenamento jurídico interno.
No Brasil, um pedido de extradição pode ser julgado de dois modos:
segundo as normas constantes em tratado bilateral ratificado e válido para o Brasil e o país requerente (por exemplo, Brasil e Itália);
ou segundo a Lei 6815/80 – caso o Brasil não tenha com o Estado requerente um tratado internacional bilateral de extradição. Em qualquer caso a Lei 6815/80 servirá ou como norma principal ou como norma complementar.
Extradição ativa
É o Brasil que solicita a extradição. O Poder Judiciário encaminha os documentos ao um órgão da Secretaria Nacional de Justiça, o Departamento de Estrangeiro, que analisa a documentação encaminhada e verifica se não há qualquer tipo de erro material ou formal. Em caso de admissão do pedido, o mesmo será encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores a fim de proceder a sua formalização.
Extradição passiva
É quando o Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, recebe pedido de extradição.
4.1. Princípio da identidade ou dupla incriminação
O pedido do Estado estrangeiro requisitante deve estar de acordo com as normas regentes do Estado requisitado, pois se este considerar que o motivo que originou o pedido de extradição não for crime, o pedido será inadmitido.
4.3. Princípio da especialidade
Esse princípio foca uma proteção ao extraditando, porque estabelece que esse não poderá ser julgado no Estado requerente por delito diferente do que ensejou o pedido extradicional.4.4. Princípio do non bis in idem
A extradição é proibida quando tiver contra o extraditando sentença condenatória transitada em julgado pelo mesmo crime que motiva o pedido.
4.5 Princípio da reciprocidade
Está delineado no caput do art. 76 da Lei 6815/80, ou seja, na ausência de tratados entre os Estados, a extradição poderá ser efetivada com base em declaração ou promessa de reciprocidade.
https://lithapedro.jusbrasil.com.br/artigos/328716431/extradicao-no-direito-brasileiro
Deportação
A deportação é meio de devolução do estrangeiro ao exterior, em caso de entrada ou estada irregular no estrangeiro, caso este não se retire voluntariamente do território nacional no prazo fixado, para o país de origem ou outro que consinta seu recebimento. Esta não se procederá caso haja periculosidade para o estrangeiro.
Expulsão
A expulsão está prevista no artigo 65 da lei nº 6.815/80, possível para o estrangeiro que de qualquer forma atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. O parágrafo único do mesmo artigo entende possível a expulsão do estrangeiro que praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou a permanência no Brasil, dentre outros.
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1973214/qual-a-diferenca-entre-extradicao-expulsao-deportacao-e-banimento-joice-de-souza-bezerra
Conflito aparente de leis penais
Dá-se o conflito aparente de leis penais quando a um único fato se revela possível, em tese, a aplicação de dois ou mais tipos legais, ambos instituídos por leis de igual hierarquia e originárias da mesma fonte de produção, e também em vigor ao tempo da pratica da infração penal.
O conflito é aparente, pois desaparece com a correta interpretação da lei penal, que se dá com a utilização de princípios adequados.
Requisitos
(1) unidade de fato; 
(2) pluralidade de leis penais; e 
(3) vigência simultânea de todas elas.
Princípios para solução do conflito
A doutrina indica, em geral, quatro princípios para solucionar o conflito
aparente de leis penais. São eles: 
(1) especialidade; 
(2) subsidiariedade; 
(3) consunção; e 
(4) alternatividade
Módulo 2: Teoria do Crime
Conceito e funções do tipo
Critério material: crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão a bens jurídicos penalmente tutelados.
Critério legal: considera-se crime a infração penal a que a lei comuna pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, a pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Desenvolvimento do conceito
Tipo e tipicidade
Tipo é o modelo genérico e abstrato, formulado pela lei penal, descritivo da conduta criminosa ou da conduta permitida.
Tipo é uma figura que resulta da imaginação do legislador, enquanto o juízo de tipicidade é a averiguação que sobre uma conduta se efetua para saber se apresenta os caracteres imaginados pelo legislador.
Classificação dos tipos a partir de diversos referenciais (ação, resultado, bem jurídico afetado, elemento subjetivo geral, qualificação do sujeito ativo, dinâmica da ação, etc.)
Qualidade do sujeito ativo
Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa.
Próprio: o tipo penal exige uma situação fática diferenciada por parte do sujeito ativo.
De mão própria: somente podem ser praticados pela pessoa expressamente indicada no tipo penal.
Estrutura da conduta
Simples: se amolda em um único tipo penal
Complexo: resulta da união de dois ou mais tipos penais.
Resultado
Materiais: o tipo penal aloja uma conduta e um resultado naturalístico, sendo a ocorrência deste último necessária para a consumação.
Formais: o tipo penal contém uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último é desnecessário para a consumação. O crime é consumado na mera prática da conduta.
Momento
Crimes instantâneos: aqueles cuja consumação se verifica em um momento determinado, sem continuidade no tempo.
Crimes permanentes: aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade do agente.
De efeitos permanentes: aqueles cujos efeitos subsistem após a consumação, independentemente da vontade do agente.
A prazo: aqueles cuja consumação exige a fluência de determinado período.
Agentes
Unissubjetivos: praticados por um único agente
plurissubjetivos: o tipo penal reclama a pluralidade de agentes
eventualmente coletivos: a diversidade de agentes atua como causa de majoração da pena
Número de vítimas
Crimes de subjetividade passiva única: consta no ripo penal uma única vítima.
Crimes de dupla subjetividade passiva: o tipo penal prevê a existência de duas ou mais vítimas.
Grau de intensidade
De dano: aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico.
De perigo: aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a uma situação de perigo.
Número de atos executórios que integram a conduta criminosa
Crimes unissubsistentes: são aqueles cuja conduta se revela mediante um único ato de execução, capaz de por si só produzir a consumação.
Crimes plurissubsistentes: são aqueles cuja conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, os quais devem somar-se para produzir a consumação.
Forma pela qual é praticada a conduta criminosa
Crimes comissivos ou de ação: são os praticados mediante uma conduta positiva, um fazer.
Crimes omissivos ou de omissão: são os cometidos por meio de uma conduta negativa, de uma inação, de um não fazer.
Crimes de conduta mista: são aqueles em que o tipo penal é composto de duas fases distintas, uma imciai e positiva, outra final e omissiva.
Modo de execução
Crimes de forma livre: são aqueles que admitem qualquer meio de execução.
Crimes de forma vinculada: são aqueles que apenas podem ser executados pelos meios indicados no tipo penal.
Número de bens jurídicos atingidos
Crimes mono-ofensivos: são aqueles que ofendem um único bem jurídico.
Crimes pluriofensivos: são aqueles que atmgem dois ou mais bens jurídicos.
Existência autônoma ou não
Crimes principais: são os que possuem existência autônoma, isto é, independem da prática de um crime anterior.
Crimes acessórios, de fusão ou parasitários: dependem da prática de um crime anterior.
Corpo de delito
Crimes transeuntes ou de fato transitório: são aqueles que não deixam vestígios materiais.
Crimes não transeuntes ou de fato permanente: são aqueles que deixam vestígios materiais.
Local
Crimes à distância: são aqueles cuja conduta e resultado ocorrem em países diversos.
Crimes plurilocais: são aqueles cuja conduta e resultado se desenvolvem em comarcas diversas, sediadas no mesmo país.
Crimes em trânsito: são aqueles em que somente uma parte da conduta ocorre em um pais, sem lesionar ou expor a situação de perigo bens jurídicos de pessoas que nele vivem.
Vínculo entre dois ou mais crimes
Crimes independentes: são aqueles que não apresentam nenhuma ligação com outros delitos.
Crimes conexos: são os que estão interligados entre si. Essa conexão pode ser penal ou processual penal.
Liberdade ou não para iniciar a persecução penal contra o responsável
Crimes condicionados: são aqueles em que a inauguração da persecução penal depende de uma condição objetiva de procedibilidade.
Crimes incondicionados: são aqueles em que a instauração da persecução penal é livre.
Elementos do tipo
Elementos objetivos ou descritivos: são as circunstâncias da conduta criminosa que não pertencem ao mundo anímico do agente. Possuem validade exterior que não se limita ao sujeito que o pratica. Ao contrário, podem ser constatados por qualquer pessoa, uma vez que exprimem um juízo de certeza.
Elementos normativos: são aqueles para cuja compreensão não pode o sujeito se limitar a uma mera atividade cognitiva. Reclamam, para perfeita aferição, uma interpretação valorativa, isto é, necessitam de umjuízo de valor acerca da situação de fato por parte do destinatário da lei penal.
Elementos subjetivos são os que dizem respeito à esfera anímica do agente, isto é, ao dolo, especial finalidade de agir e demais tendências e intenções.
Gerais – dolo e culpa.
Especiais – especial fim de agir.
Descritivos – circunstâncias que dizem respeito aos sujeitos envolvidos (idade, relação com a vítima, motivo do crime) – podem ou não comparecer em uma descrição típica.
Elementos modais – É aquele que uma vez suprimido faz com que a conduta seja ou excluída do tipo ou colocada em um tipo. Meio, modo, lugar, tempo – todas as circunstâncias que conceituam o onde, o como, o quando.
Exemplo: infanticídio.
Interessam para qualificar/reduzir/aumentar a pena, não para identificar o delito.
Objeto da tutela penal
Na realidade, o Direito Penal não tutela nem protege o bem jurídico, apenas afirma seu valor, pois age apenas depois que o bem jurídico já fora violado ou colocado em perigo.
Conduta: ação e omissão
Os crimes podem ser praticados por ação (crimes comissivos) ou por omissão (crimes omissivos).
Sujeito ativo
Sujeito ativo é a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa, seja isoladamente, seja em concurso.
Todo autor é sujeito ativo, mas nem todo o sujeito ativo é autor
Sujeito passivo
É o titular do bem jurídico protegido pela lei penal violada por meio de conduta criminosa.
Objeto material
Objeto jurídico: é o bem jurídico, isto é, o interesse ou valor protegido pela lei penal.
Objeto material: é a pessoa ou a coisa que suporta a conduta criminosa.
Objeto jurídico/objeto material: exemplo – Furto de galinha ou bicicleta
Objeto material = galinha ou bicicleta
Objeto jurídico = patrimônio: coisa alheia móvel
Pode haver crime sem haver objeto material, como por exemplo, nos casos de ofensa à honra. Mas não há crime sem objeto jurídico.
Resultado
Resultado é a consequência provocada pela conduta do agente.
Resultado jurídico, ou normativo, é a lesão ou exposição a perigo de lesão do bem jurídico protegido pela lei penal. É, simplesmente, a violação da lei penal, mediante a agressão do valor ou interesse por ela tutelado.
Resultado naturalístico, ou material, é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do agente.
Relação de causalidade
Relação de causalidade é o vínculo formado entre a conduta praticada por seu autor e o resultado por ele produzido.
É por meio dela que se conclui se o resultado foi ou não provocado pela conduta, autorizando, se presente a tipicidade, a configuração do fato típico.
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
 	Segundo o Código Penal, a causa corresponde à uma ação ou omissão que ocasionou determinado resultado; e este resultado é o pressuposto da existência do crime, sendo somente imputável a quem o causou.
A partir desse ponto, geram-se duas consequências: 
Sem a causalidade não existe imputação – princípio da responsabilidade pessoal, em oposição à responsabilidade solidária; 
Uma vez que se admite a causalidade na omissão, deve-se também exigir que o processo de imputação se estenda não apenas a delitos de resultado, mas de mera atividade.
No direito penal, tem-se uma noção de causalidade baseada na relação de certeza e de necessidade, o que só é possível ex post; antes da ocorrência do fato, a causalidade só pode ser constatada mediante critérios de probabilidade e indeterminação, especialmente a causalidade na omissão.
Imputação objetiva do resultado
A teoria da imputação objetiva consiste principalmente na restrição da incidência da proibição ou determinação típica sobre determinado sujeito, pressupondo que o agente, na conduta por ele praticada, tenha incrementado um risco indevido e materializado para o bem jurídico, como resultado no âmbito da extensão do tipo de delito. Para a imputação é apenas válido o risco indevido e materializado na conduta e no resultado típicos.
Casos em que não haverá imputação: 
caso o agente tenha diminuído o risco para o bem jurídico; 
caso o agente não tenha aumentado o risco para o bem jurídico; 
caso o risco seja permitido; 
caso o risco não se materialize no resultado típico;
caso o resultado, na forma como ocorrido, não se incluir no âmbito de alcance do tipo.
Todas as etapas da realização do processo de imputação congregam elementos, que não se limitam, exclusivamente, ao injusto, mas também à culpabilidade, em face de que a sua validade está sempre na dependência de uma avaliação global da ordem jurídica.
Causalidade e omissão
A omissão penalmente relevante encontra-se disciplinada peio art. 13, § 2.°, do Código Penal: “A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado”.
Elementos subjetivos do tipo
Elementos subjetivos são os que dizem respeito â esfera anímica do agente, isto é, ao dolo, especial finalidade de agir e demais tendências e intenções.
Dolo: elementos estruturais
Espécies de dolo
Dolo direto – é aquele em que a vontade do agente é voltada a determinado resultado. Dirige sua conduta a uma finalidade precisa.
Dolo indireto – é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um resultado determinado. Subdivide-se em dolo alternativo e em dolo eventual.
Dolo alternativo – é o que se verifica quando o agente deseja, indistintamente, um ou outro resultado. Sua intenção se destina, com igual intensidade, a produzir um entre vários resultados previstos como possíveis.
Dolo eventual – é a modalidade em que o agente não quer o resultado, por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo.
Dolo de propósito – é o que emana da reflexão do agente, ainda que pequena, acerca da prática da conduta criminosa. Verifica-se nos crimes premeditados.
Dolo de ímpeto – é o que se caracteriza quando o autor pratica o crime motivado por paixão violenta ou excessiva perturbação de ânimo. Não há intervalo entre a cogitação do crime e a execução da conduta penalmente ilícita. Ocorre, geralmente, nos crimes passionais.
Dolo genérico – quando a vontade do agente se limitava à prática da conduta típica, sem nenhuma finalidade específica, tal como no crime de homicídio, em que é suficiente a intenção de matar alguém, pouco importando o motivo para a configuração da modalidade básica do crime.
Dolo específico – existia os crimes em que a referida vontade era acrescida de uma finalidade especial. No caso da injúria, por exemplo, não basta a atribuição à vítima de uma qualidade negativa. Exige-se também tenha a conduta a finalidade de macular a honra subjetiva da pessoa ofendida.
Dolo presumido – seria a espécie que dispensa comprovação no caso concreto. Não pode ser admitido no Direito Penal moderno, que não aceita a responsabilidade penal objetiva.
Dolo de dano – é o que se dá quando o agente quer ou assume o risco de lesionar um bem jurídico penalmente tutelado. É exigido para a prática de um crime de dano.
Dolo de perigo – é o que ocorre quando o agente quer ou assume o risco de expor a perigo de lesão um bem jurídico penalmente tutelado.
Dolo de primeiro grau – consiste na vontade do agente, direcionada a
determinado resultado, efetivamente perseguido, englobando os meios necessários
para tanto. Há a intenção de atingir um único bem jurídico.
Dolo de segundo grau - é a vontade do agente dirigida a determinado resultado, efetivamente desejado, em que a utilização dos meios para alcançá-lo inclui, obrigatoriamente, efeitos colaterais de verificação praticamente certa. O agente não deseja imediatamente os efeitos colaterais, mas tem por certa a sua superveniência, caso se concretize o resultado pretendido.
Dolo geral - é o engano no tocante ao meio de execução do crime, relativamente à forma pela qual se produz o resultado inicialmente desejado pelo agente. Ocorre quando o sujeito,acreditando ter produzido o resultado almejado, pratica nova conduta com finalidade diversa, e ao final se constata que foi esta última que produziu o que se buscava desde o início.
Dolo antecedente – é o que existe desde o início da execução do crime. É suficiente para fixar a responsabilidade penal do agente. Com efeito, não é necessário que o dolo subsista durante o integrai desenvolvimento dos atos executórios.
Dolo atual – é aquele em que persiste a vontade do agente durante todo o desenvolvimento dos atos executórios.
Dolo subsequente – o que se verifica quando o agente, depois de iniciar uma ação com boa-fé, passa a agir de forma ilícita e, por corolário, pratica um crime, ou ainda quando conhece posteriormente a ilicitude de sua conduta, e, ciente disso, não procura evitar suas consequências.
Culpa: elementos estruturais
Modalidades de culpa: imprudência, negligência e imperícia
Negligência: Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.
Imprudência: A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
Imperícia: Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.
Espécies de culpa: consciente e inconsciente
Culpa inconsciente, sem previsão ou ex ignorantia é aquela em que o agente não prevê o resultado objetivamente previsível.
Culpa consciente, com previsão ou ex lascívia é a que ocorre quando o agente, após prever o resultado objetivamente previsível, realiza a conduta acreditando sinceramente que ele não ocorrerá.
Elementos subjetivos especiais
O elemento subjetivo especial do tipo pode ser considerado como uma característica subjetiva que integra ou então fundamenta o dolo, contudo, o elemento subjetivo especial do tipo não integra o dolo. O elemento subjetivo especial do tipo integra determinados tipos objetivos, condicionando ou fundamentando a ilicitude do fato, e é considerado um elemento subjetivo do tipo objetivo, de forma autônoma e independente do dolo. A realização do elemento subjetivo especial do tipo não é exigida pelo Direito Penal, sendo suficiente que exista no psiquismo do autor.
https://brunoflorentinosilva.jusbrasil.com.br/artigos/183249818/tipo-e-tipicidade-tipo-objetivo-e-tipo-subjetivo-dolo-e-culpa 
Erro de tipo
Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos constitutivos do tipo penal.
Exemplo: “A”, no estacionamento de um shopping center, aperta um botão inserido na chave do seu automóvel, com a finalidade de desativar o alarme. Escuta o barulho, abre a porta do carro, coloca a chave na ignição, liga-o e vai para casa. Percebe, posteriormente, que o carro não lhe pertencia, mas foi confundido com outro, de propriedade de terceira pessoa.
Nesse caso, “A” não praticou o crime de furto, assim definido: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. Reputava sua a coisa móvel pertencente a outrem. Errou, portanto, sobre a elementar “alheia”, pois o instituto impede o agente de compreender o aspecto ilícito do fato por ele praticado.
Erro inevitável e evitável
Erro Inevitável ou Invencível: O agente não conhece a ilicitude de sua conduta e nem possui o potencial para conhecer. O agente não podia evitar o erro, sendo portanto um erro ESCUSÁVEL, “desculpável”.
Na hipótese de erro inevitável o agente é isento de pena, afasta-se a culpabilidade e por consequência, não há crime. 
Erro evitável ou vencível: O agente podia ter conhecimento da ilicitude de seu ato e agido de forma diferente. O erro é inescusável, não merecendo desculpas. Neste caso, não haverá isenção de pena, mas redução nos moldes do artigo 21 do CP, de um sexto a um terço.
Portanto, estará em erro de proibição aquele que por erro escusável ou mesmo inescusável, por ação ou omissão, contrariar as proibições ou permissões da ordem jurídica.
Erro sobre a pessoa
É o que se verifica quando o agente confunde a pessoa visada, contra a qual desejava praticar a conduta criminosa, com pessoa diversa. 
Exemplo: “A”, com a intenção de matar “B”, efetua disparos de arma de fogo contra “C”, irmão gêmeo de “B” , confundindo-o com aquele que efetivamente queria matar. Esse erro é irrelevante. O art. 121 do Código Penal protege o bem jurídico “vida humana”, independentemente de se tratar de “B” ou de “C”. O crime consiste em “matar alguém”, e, no exemplo mencionado, a conduta de “A” eliminou a vida de uma pessoa.
Critérios interpretativos utilizados para limitar do âmbito de incidência dos tipos de ilícitos: princípio da insignificância; princípio do risco consentido; princípio da adequação social
Princípio da insignificância: o Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico.
Princípio do risco consentido: A heterocolocação em perigo consentida, por sua vez, compreende um grupo de casos nos quais a vítima com consciência e voluntariedade deixa-se expor ao perigo gerado por um terceiro. É nesse sentido que, em regra, pune-se a heterocolocação em perigo consentida, pois, diferentemente da participação em autocolocação em perigo, em que o titular do bem possui o domínio sobre o seu potencial de ação, aqui, na heterocolocação, o titular do bem jurídico está mais vulnerável aos acontecimentos decorrentes do risco.
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-tipicidade-penal-nos-casos-de-heterocolocacao-em-perigo-consentida,55353.html 
Princípio da adequação social: De acordo com esse princípio, não pode ser considerado criminoso o comportamento humano que, embora tipificado em lei, não afrontar o sentimento social de Justiça.
O tipo tentado
Considera-se tentado o crime quando o agente inicia a execução, mas não pode consumá-lo por circunstâncias alheias a sua vontade.
Requisitos:
A execução do crime se iniciou;
Não houve consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Consequência: Pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3.
Classificação:
Tentativa imperfeita – quando o agente não pratica todos os atos executórios.
Tentativa perfeita – quando o agente pratica todos os atos executórios e não consegue consumar o crime.
http://conhecimentosjuridicos.blogspot.com.br/2012/07/crime-consumado-e-crime-tentado.html 
Iter criminis
O iter criminis, ou “caminho do crime”, corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um fato previsto em lei como infração penal. Compreende duas fases: uma interna e outra externa.
Elementos da tentativa
Causas de inadequação típica da tentativa
Arrependimento eficaz: acontece quando o agente impede (com uma conduta positiva de salvamento) que o resultado se produza, depois de já ter iniciado o delito.
Arrependimento posterior: CP , art. 16 - "Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços ".
Crime impossível: Art. 17 - "Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime ". Ocorre quando, após o fato, se descobre que jamais o delito se consumaria.
Desistência voluntária: ocorre quando o agente voluntariamente desiste de prosseguir na execução do crime já iniciado e essa interrupção acaba sendo decisiva para evitar o resultado inicialmente desejado.
Tentativa: A tentativa constitui o que a doutrina chama de delito incompleto ou de congruência incompleta, isso significa que há intençãode consumar o crime de acordo com um determinado plano, mas o agente não consegue por circunstâncias alheias a sua vontade, portanto, a conduta é típica em razão (em regra) da norma de extensão da tipicidade contida no art. 14 , II , do CP .
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/982899/causas-previstas-no-codigo-penal-que-impedem-a-consumacao-do-crime 
Crimes que não admitem a tentativa
Crimes culposos nos tipos culposos, existe uma conduta negligente, mas não uma vontade finalisticamente dirigida ao resultado incriminado na lei. Não se pode tentar aquilo que não se tem vontade livre e consciente, ou seja, sem que haja dolo.
Crimes habituais são aqueles que exigem uma reiteração de condutas para que o crime seja consumado. Cada conduta isolada é um indiferente para o Direito Penal.
Crimes omissivos próprios o crime estará consumado no exato momento da omissão. Não se pode admitir um meio termo, ou seja, o sujeito se omite ou não se omite, mas não há como tentar omitir-se. No momento em que ele devia agir e não age, o crime estará consumado.
Crimes unissubsistentes são aqueles em que não se pode fracionar a conduta. Ou ela não é praticada ou é praticada em sua totalidade. Deve-se ter um grande cuidado para não confundir esses crimes com os formais e de mera conduta, os quais podem ou não admitir a tentativa, o que fará com que se afirme uma coisa ou outra é saber se eles são ou não unissubsistentes.
Crimes preterdolosos são aqueles em que há dolo no antecedente e culpa no conseqüente. Ex. lesão corporal seguida de morte. Havendo culpa no resultado mais grave, o crime não admite tentativa.
Crimes de atentado são aqueles em que a própria tentativa já é punida com a pena do crime consumado, pois ela está descrita no tipo penal. Ex. art. 352 do CP evadir-se ou tentar evadir-se.
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2062080/quais-sao-as-infracoes-penais-que-nao-admitem-tentativa-marcelo-alonso 
Punibilidade da tentativa
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
	Teorias sobre a punibilidade da tentativa
 Teoria subjetiva, voluntarística ou monista: ocupa-se exclusivamente da vontade criminosa, que pode se revelar tanto na fase dos atos preparatórios como também durante a execução. O sujeito é punido por sua intenção, pois o que importa é o desvalor da ação, sendo irrelevante o desvalor do resultado.
Teoria sintomática: idealizada pela Escola Positiva de Ferri, Lombroso e Garofaio, sustenta a punição em razão da periculosidade subjetiva, isto é, do perigo revelado pelo agente. Possibilita a punição de atos preparatónos, pois a mera manifestação de periculosidade já pode ser enquadrada como tentativa, em consonância com a finalidade preventiva da pena. 
Teoria objetiva, realística ou dualista: a tentativa é punida em face do perigo proporcionado ao bem jurídico tutelado pela lei penal. Sopesam-se o desvalor da ação e o desvalor do resultado: a tentativa deve receber punição inferior à do crime consumado, pois o bem jurídico não foi atingido integralmente.
Teoria da impressão ou objetivo-subjetiva: representa um limite à teoria subjetiva, evitando o alcance desordenado dos atos preparatórios. A punibilidade da tentativa só é admissível quando a atuação da vontade ilícita do agente seja adequada para comover a confiança na vigência do ordenamento normativo e o sentimento de segurança jurídica dos que tenham conhecimento da conduta criminosa.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Desistência voluntária e arrependimento eficaz são formas de tentativa abandonada, assim rotulados porque a consumação do crime não ocorre em razão da vontade do agente, que não chega ao resultado inicialmente desejado por interromper o processo executório do delito ou, esgotada a execução, emprega diligências eficazes para impedir o resultado.
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Outros materiais