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1 Capítulo 1 Introdução 1.1 Modelos Matemáticos Básicos; Campo de Direções 1.2 Soluções de Algumas Equações Diferenciais 1.3 Classificação de Equações Diferenciais 1.4 Anotações Históricas 1.1 Modelos Matemáticos Básicos e Campos de Direções Equações diferenciais são equações contendo derivadas. Abaixo são apresentados alguns exemplos de fenômenos físicos envolvendo taxas de variação: Escoamento de fluidos Movimento de sistemas mecânicos Escoamento de corrente em circuitos elétricos Dissipação de calor em objetos sólidos Ondas sísmicas Dinâmica das populações Uma equação diferencial que descreve um processo físico é chamada frequentemente de modelo matemático. Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 2 Exemplo 1: Queda sob ação da gravidade (1 de 4) Objetivo: Formular uma equação diferencial descrevendo o movimento de um objeto em queda na atmosfera próxima ao nível do mar. Variáveis: tempo t, velocidade v 2a. Lei de Newton: F = ma = m(dv/dt) força resultante Força da gravidade: F = mg força para baixo Força de resistência do ar: F = v força para cima Então Tomando g = 9.8 m/sec2, m = 10 kg, = 2 kg/sec, nós obtemos vmg dt dvm v dt dv 2.08.9 Exemplo 1: Esboço do campo de direções (2 de 4) Usando equação diferencial e tabela, plotar as inclinações (estimativas) no sistema de eixos abaixo. O gráfico resultante é chamado de um campo de direções. (Notar que os valores de v não dependem de t.) v v' 0 9.8 5 8.8 10 7.8 15 6.8 20 5.8 25 4.8 30 3.8 35 2.8 40 1.8 45 0.8 50 -0.2 55 -1.2 60 -2.2 vv 2.08.9 Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 3 Exemplo 1: Campo de Direções usando o Maple (3 de 4) Amostra de comandos Maple para plotar o campo de direções: Com o pacote DEtools: DEplot(diff(v(t),t)=9.8-v(t)/5,v(t), t=0..10,v=0..80,stepsize=.1,color=blue); Quando for plotar o campo de direções, certifique-se de usar uma janela apropriada, de tal modo a mostrar todas as soluções de equilíbrio e os aspectos mais relevantes da solução. vv 2.08.9 Exemplo 1: Campo de Direções & Soluções de Equilíbrio (4 de 4) Setas são mostradas tangentes às curvas de solução, e indicam onde a solução é crescente ou decrescente (e, através do seu comprimento, de quanto). Curvas horizontais são chamadas soluções de equilíbrio. Usar o gráfico abaixo para determinar a solução de equilíbrio, e então calcule-a analiticamente fazendo v' = 0. 49 2.0 8.9 02.08.9 :0Set v v v v vv 2.08.9 Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 4 Soluções de Equilíbrio Em geral, para uma equação diferencial da forma determina-se as soluções de equilíbrio fazendo y' = 0 e resolvendo para y : Exemplo: Calcule as soluções de equilíbrio das equações seguintes: ,bayy a bty )( )2(352 yyyyyyy Exemplo 2: Análise Gráfica Discutir o comportamento das soluções e a dependência do valor inicial y(0) para a equação abaixo, usando o campo de direções correspondente. yy 2 Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 5 Exemplo 3: Análise Gráfica Discutir o comportamento das soluções e a dependência do valor inicial y(0) para a equação abaixo, usando o campo de direções correspondente. 35 yy Exemplo 4: Análise Gráfica para uma Equação Não-linear Discutir o comportamento das soluções e a dependência do valor inicial y(0) para a equação abaixo, usando o campo de direções correspondente. )2( yyy Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 6 Exemplo 5: Camundongos e Corujas (1 de 2) Seja uma população de camundongos que se reproduz a uma taxa proporcional à população atual, com uma taxa constante igual a 0.5 camundongos/mês (assumindo nenhuma coruja presente). Quando corujas estão presentes, elas comem camundongos. Suponha que as corujas comam 15 por dia (média). Escreva uma equação diferencial descrevendo a população de camundongos na presença de corujas (Assuma que existem 30 dias em um mês.) Solução: 4505.0 p dt dp Exemplo 5: Campo de Direções (2 de 2) Discutir o comportamento das curvas de solução, e determine a solução de equilíbrio. 4505.0 pp Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 7 Exemplo 6: Poluição da Água (1 de 2) Um açude contém 10 000 galões de água e uma quantidade desconhecida de poluição. Água contendo 0,02 grama/galão de poluição escoa para o açude a uma taxa de 50 galões/min. A mistura escoa para fora a uma taxa igual, de modo que o nível do açude é constante. Assuma que a poluição é uniformemente espalhada através do açude. Escreva uma equação diferencial para a quantidade de poluição em um instante de tempo qualquer dado. Solução (Nota: as unidades devem ser consistentes) yy yy 005.01 min gal50 gal10000 gram min gal50 gal gram02. Exemplo 6: Campo de Direções (2 de 2) Discutir o comportamento das curvas de solução, e determine a solução de equilíbrio. yy 005.01 Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 1 1.2 Soluções de Algumas Equações Diferenciais Sejam as equações diferenciais dos problemas de queda- livre e corujas/camundongos: Essas equações têm a forma geral y' = ay - b Podemos usar métodos de integração estudados em Cálculo para resolver equações diferenciais com essa forma. 4505.0,2.08.9 ppvv Exemplo 1: Camundongos e Corujas (1 de 3) Para resolver a equação diferencial nós usamos métodos de Cálculo, como segue. Portanto, a solução é onde k é uma constante. 4505.0 pp CtCt Ct ekkepeep epCtp dt p dp p dtdpp dt dp ,900900 9005.0900ln 5.0 900 5.0 900 /9005.0 5.05.0 5.0 tkep 5.0900 Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 2 Exemplo 1: Curvas Integrais (2 de 3) Portanto, existem soluções em número infinitamente grande para a equação, ou seja já que k é uma constante arbitrária. Gráficos de soluções (curvas integrais) para vários valores de k, e campo de direções para a equação diferencial são dados abaixo. Escolhendo k = 0, nós obtemos a solução de equilíbrio, enquanto para k 0, a solução diverge da solução de equilíbrio. ,9004505.0 5.0 tkeppp Exemplo 1: Condições Iniciais (3 de 3) Uma equação diferencial frequentemente tem infinitas soluções. Se um ponto na curva de solução é conhecido, tal como uma condição inicial, então isso determina uma única solução. Na equação diferencial do problema camundongo/coruja, suponha que sabemos que a população de camundongos é inicialmente de 850. Então p(0) = 850, e tetp k kep tketp 5.050900)( :Solução 50 0900850)0( 5.0900)( Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 3Solução para a Equação Geral Para resolver a equação geral usamos os métodos de Cálculo, como segue. Portanto, a solução geral é onde k é uma constante. bayy CatCat Cat ekkeabyeeaby eabyCtaaby dta aby dya aby dtdy a bya dt dy ,// //ln // / ,atke a by Problema de Valor Inicial A seguir, resolvemos o problema de valor inicial Do slide anterior, qualquer solução para a equação diferencial é Usando a condição inicial para deterinar k, obtemos e daí a solução do problema de valor inicial é ate a by a by 0 0)0(, yybayy atkeaby a bykke a byy 000)0( Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 4 Solução de Equilíbrio Recorde que para determinar a solução de equilíbrio, fazemos y' = 0 e resolvemos para y: Do slide anterior, a solução para o problema de valor inicial é: Notar o comportamento da solução: Se y0 = b/a, então y é constante, com y(t) = b/a Se y0 > b/a e a > 0 , então y cresce exponencialmente sem limite Se y0 > b/a e a < 0 , então y decresce exponencialmente para b/a Se y0 < b/a e a > 0 , então y decresce exponencialmente sem limite Se y0 < b/a e a < 0 , então y cresce asintoticamente para b/a a btybayy set )(0 ate a by a by 0 Exemplo 2: Problema da Queda-livre (1 de 3) Lembre-se do modelamento matemático do problema da queda de um objeto de 10 kg, assumindo um coeficiente de resistência do ar = 2 kg/sec: Assuma que o objeto é abandonado de uma altura de 300 m acima do chão. (a) Determine a velocidade para qualquer instante t. (b) Quanto tempo leva até que ele atinja o chão e qual velocidade ele terá então? Para a parte (a), é necessário resolver o problema de valor inicial Usando o resultado do slide anterior, obtém-se 0)0(,2.08.9 vvv vdtdv 2.08.9/ ttat eveve a by a by 2.2.0 1492.0 8.90 2.0 8.9 Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 5 Exemplo 2: Gráficos da Parte (a) (2 de 3) O gráfico da solução obtida na parte (a), juntamente com o campo de direções para a equação diferencial, é dada abaixo: tev vvv 2.149 0)0(,2.08.9 Exemplo 2 Parte (b): Tempo e Velocidade de Impacto (3 de 3) A seguir, dado que o objeto é abandonado de 300 m acima do chão, quanto tempo levará para ele atingir o chão, e qual sua velocidade no instante do impacto? Solução: Seja s(t) a distância que o objeto terá caído no instante t. Segue de nossa solução para v(t) que Seja T o tempo decorrido até o impacto com o chão. Então Resolvendo a equação não-linear para T obtém-se T 10.51 sec, daí resulta: 24524549)(2450)0( 24549)(4949)()( 2. 2.2. t tt ettsCs Cettsetvts 30024524549)( 2. TeTTs ft/sec01.43149)51.10( )51.10(2.0 ev Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 1 1.3 Classificação das Equações Diferenciais O principal objetivo deste curso é discutir as propriedades das soluções de equações diferenciais, e apresentar os métodos mais comuns para se obter essas soluções (Métodos Analíticos) ou aproximações delas (Métodos Numéricos). Para se obter uma visão geral dessa discussão, nessa seção são apresentadas várias formas com que se pode classificar as equações diferenciais: • Quanto ao tipo: EDOs e EDPs • Quanto à ordem • Quanto à linearidade • Quanto ao Grau (?) Equações Diferenciais Ordinárias Quando a função desconhecida depende de uma única variável independente, apenas derivadas ordinárias aparecem na equação. Nesse caso, a equação é dita ser uma equação diferencial ordinária (EDO). As equações discutidas nas duas seções anteriores são equações diferenciais ordinárias. Por exemplo, 4505.0,2.08.9 p dt dpv dt dv Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 2 Equações Diferenciais Parciais Quando a função desconhecida depende de várias variáveis independentes, derivadas parciais aparecem na equação. Nesse caso, a equação é chamada de equação diferencial parcial (EDP). Exemplos: onda) da (equação 2 ),(2 2 ),(22 calor) do (equação ),( 2 2 ),(22 t txu x txua t txu x txu Sistema de Equações Diferenciais Uma outra classificação de equações diferenciais depende do número de funções desconhecidas que estão envolvidas. Se existe uma única função desconhecida para ser descoberta, então uma equação é suficiente. Se existem duas ou mais funções desconhecidas, então um sistema de equações é necessário. Por exemplo, equações descrevendo o problema do tipo predador-presa têm a forma: onde u(t) e v(t) são, respectivamente, as populações das espécies presa e predadora. As constantes a, c, , dependem da espécie em particular que está sendo estudada. Sistemas de equações são discutidos no Capítulo 7. uvcvdtdv uvuadtdu / / Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 3 Ordem de uma Equação Diferencial A ordem de uma equação diferencial é a ordem da derivada mais elevada que aparece na equação. Exemplos: Estudaremos aqui equações diferenciais para as quais a derivada de ordem mais elevada pode ser isolada: tuu e dt yd dt yd tyy yy yyxx t sin 1 023 03 2 2 2 4 4 )1()( ,,,,,,)( nn yyyyytfty Equações Diferenciais Lineares & Não-lineares Uma equação diferencial ordinária é dita linear se F é uma combinação linear das variáveis Portanto a EDO linear geral tem a forma Exemplo: Determine se as equações abaixo são lineares ou não-lineares. tuuutuuut dt ydt dt yd tyytyeyyy yyxxyyxx y cos)sin()6(sin)5(1)4( 023)3(023)2(03)1( 2 2 2 4 4 2 0,,,,,, )( nyyyyytF )(,,,,, nyyyyy )()()()( )1(1 )( 0 tgytaytayta n nn Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 4 Soluções para Equações Diferenciais Uma solução (t) para uma equação diferencial satisfaz a equação: Exemplo: Verifique as soluções seguintes da EDO ttyttyttyyy sin2)(,cos)(,sin)(;0 321 )1()( ,,,,,)( nn yyyytfty )1()( ,,,,,)( nn tft Soluções para Equações Diferenciais Três questões importantes no estudo de problemas envolvendo equações diferenciais: Existe uma solução? (Existência) Se existe solução, ela é única? (Unicidade) Se existe uma solução, como ela pode ser determinada? (Solução Analítica, Aproximação Numérica, etc) Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 1 1.4 Anotações Históricas O desenvolvimento de equações diferenciais é uma parte significante do desenvolvimento geral da Matemática. Isaac Newton (1642-1727) nasceu na Inglaterra, e é conhecido pelo seu trabalho no desenvolvimento do Cálculo e de leis da Física (Mecânica), solução em séries de EDOS, 1665 –1690. Gottfried Leibniz (1646-1716) nasceu em Leipzig, Germany.Ele é conhecido por seu trabalho no desenvolvimento do Cálculo (1684), da notação para derivadas (dy/dx), do método de separação de variáveis (1691) e outros métodos (1694) para a solução de EDOs de 1ª. Ordem. A Família Bernoulli Os irmãos Jakob Bernoulli (1654-1705) & Johann Bernoulli (1667-1748) foram ambos criados em Basel, Suíça. Eles usaram o Cálculo Diferencial e Integral para a solução de problemas de Mecânica envolvendo equações diferenciais. Daniel Bernoulli (1700-1782), filho de Johann, é conhecido por seu trabalho sobre equações diferenciais parciais e aplicações, e funções de Bessel. Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 2 Leonard Euler (1707-1783) Leonard Euler (pronuncia-se “oiler”), cresceu próximo a Basel, Suíça, foi aluno de Johann Bernoulli e juntamente com o amigo Daniel Bernoulli foi para a Academia de St. Petersburg. É considerado o matemático mais prolífico de todos os tempos. A coleção de todos os seus trabalhos ocupam mais de 70 volumes. Ele formulou problemas de Mecânica em linguagem matemática e desenvolveu métodos para solucioná-los. Sobre esse trabalho, falou Lagrange: “É o primeiro trabalho notável em que a Análise Matemática é aplicada à ciência do movimento”. Entre outras coisas, ele também identificou o critério para que uma EDO de 1ª.ordem seja exata (1734), desenvolveu a teoria de fatores integrantes (1734), deu a solução geral de EDOs homogêneas com coeficientes constantes (1743), extendeu esse resultado para EDOs não-homogêneas (1950-51), aplicou series de potências na solução de EDOs (1750 em diante), métodos numéricos para EDOs (1768-69), contribuições no estudo de PDEs, e o primeiro tratamento sistemático do Cálculo de Variações. Joseph-Louis Lagrange (1736-1813). Lagrange foi criado em Turin, Itália. Ele foi praticamente autodidata no início, e tornou-se professor de Matemática com 19 anos. Lagrange é famoso principalmente por seu trabalho monumental Mecanique analytique (1788) sobre Mecânica Newtoniana. Lagrange mostrou que a solução geral de uma EDO linear e homogênea de n-ésima ordem é uma combinação linear de n soluções linearmente independentes (1762-65). Ele deu um desenvolvimento completo do método de variação de parâmetros (1774-75). É também conhecido por seus trabalhos sobre EDPs e Cálculo de Variações. Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 3 Pierre-Simon de Laplace (1749-1827). Laplace cresceu na Normandia mas foi para a França em 1768; marcou rapidamente os círculos científicos e venceu a eleição para a Académie des Sciences em 1773; seu trabalho mais marcante foi Traité de mécanique céleste, publicado em 5 volumes (1799-1825). A Equação de Laplace é uma EDP de fundamental importância para vários ramos da Física Aplicada. Laplace a estudou extensivamente em conexão com problemas envolvendo atração gravitacional. A Transformação de Laplace é nomeada em sua homenagem (embora a aplicação desta na solução de equações diferenciais tenha sido reconhecida apenas muito tempo depois). Século XIX Ao final do século XVIII muitos métodos elementares para a solução de EDOs já tinham sido descobertos. No século XIX, o interesse se voltou para questões mais teóricas, como aquela da existência e unicidade de soluções, e o desenvolvimento de métodos menos elementares, como aqueles baseados em séries de potências (Capítulo 5). A aplicação de séries de potências na solução de EDOs deu origem às funções especiais, que foram nomeadas de acordo com o tipo de EDO da qual ela é solução. São exemplos as funções de Bessel, os polinômios de Chebyshev, os polinômios de Legendre, os polinômios de Hermite, etc. EDPs começaram a ser estudadas mais intensivamente também, já que seu papel crucial em Física Aplicada se tornou bastante evidente. Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias 4 Século XX Muitas equações diferenciais resistiram a uma solução por métodos analíticos. Já em 1900 muitos métodos razoavelmente eficazes de aproximação numérica existiam, mas sua implementação era bastante limitada pela necessidade de cálculos manuais ou utilização de “computadores” rudimentares. A partir da 2ª. metade do século XX, o desenvolvimento de computadores e algorítmos robustos viabilizaram a obtenção rotineira de soluções numéricas para muitas equações diferenciais. Além disso, o desenvolvimento de métodos geometricos ou topológicos na solução de equações diferenciais não-lineares ajudaram a promover um melhor entendimento qualitativo das soluções possíveis. Essa é uma técnica poderosa quando combinada a métodos analíticos ou numéricos na solução de problemas envolvendo equações diferenciais não-lineares. Computadores, Computação Gráfica, e softwares sofisticados têm permitido desenvolvimentos e interesse renovados em equações diferenciais não- lineares, resultando em tópicos como caos, fractais, etc. Capítulo 1: Introdução Prof. Marcos H. da Silva Bassani CEFET-RJ Rio de Janeiro, Brazil 2o.Semestre 2014 Equações Diferenciais Ordinárias
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