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Carnes Centro Universitário Padre Anchieta Curso de Nutrição Técnica Dietética • Carnes – Definição “É todo músculo estriado que recobre o esqueleto e órgãos dos animais. Carne compreende tecido muscular, adiposo e conjun?vo”. Considera-‐se toda a parte comesCvel de animais comíveis, seja domés?co ou selvagem: ave, mamífero, peixe, molusco, etc. • Carnes – Brasil: paradoxo – Pecuária: expressiva importância econômica – Preocupação ambiental – Discussão – Sustentabilidade • Carnes – Consumo de carnes • Dieta Saudável • Proteínas de alto valor biológico • Fonte de Ferro (60% FeNH e 40% FeH) • Fonte de zinco e vitamina B12 • Recomendado: 1 a 2 porções/dia (~140kcal/ porção) • Carnes – Carne bovina – Carne suína – Carne de pescados – Carne de caprinos – Carne de ovinos – Carne de aves • Carne Bovina – Diferentes cortes – Caracterís?cas sensoriais – Preço – Maior teor de tecido conjun?vo (músculo, paleta) – Maior teor de gordura (cupim, picanha) – Diferenças nutricionais • Raquete Também conhecida como raqueta, ganhadora, sete, língua e segundo coió. Mais musculoso que o acém, com fibras longas e gorudra concentrada. A raquete bem cozida ou moída, rende excelentes molhos, cozidos, assados, bifes e ensopados. • Peixinho Também conhecido como coió, lagarto do braço, lombinho e tatuzinho da paleta. Tem fibras curtas e magras, sendo mais rígido que o acém. Deve ser bem cozido ou moído. Também pode ser assado, usado como carne recheada ou escalopes ao molho madeira. • Miolo da paleta Também conhecido como centro da paleta, coração da paleta, pá, cruz machado. Tem fibras curtas e magras. Bem cozido ou moído, produz excelentes molhos, cozidos e ensopados. • Pescoço Con?nuação do peito, tem formação muscular semelhante ao mesmo. Necessita de cozimento longo em calor úmido. Pode ser u?lizado em sopas, guisados, cozidos, caldos, refogados, ensopados, enrolado com temperos ou assado na panela com molho. • Acém Também conhecido como agulha, lombo de agulha, alcatrinha. É o pedaço maior e mais macio do dianteiro do boi, sendo uma carne rela?vamente magra que deve ser cozida por calor úmido. Bom para ensopados, picadinhos, assados, cozidos, carne moída, carne de panela. • Costela Também conhecida como costela do dianteiro, ripa de costela e assado. É a parte superior da caixa torácica do bovino, tendo ossos maiores e mais largos. A costela é o corte com maior variedade de sabores, texturas e aromas. Exige um tempo de cozimento mais longo, para amaciar suas fibras. É u?lizada principalmente para churrasco, ou então para o preparo de carne cozida com legumes. • Costela ponta de agulha/minga Também conhecida como capa do bife, é a parte inferior da caixa torácica do bovino, tendo portanto ossos mais finos e bastante car?lagem entremeada com gordura. Fica muito bem em assados, ensopados ou sopa. Deve ser cozida por tempo longo distante do braseiro, para amaciar suas fibras. • Matambre Tem o seu nome originado do espanhol ‘mata hambre’, pois quando um bovino é aba?do a primeira peça de carne que se re?ra é esta manta que envolve a costela. Quando se compra a costela, o matambre é a ?ra de carne de cor rosada que a envolve, que deve ser preparada separadamente. Pode ser preparada na grelha ou no espeto, cortada em ?ras finas e servida como aperi?vo para o churrasco. Outro preparo excelente é enrolar o matambre e recheá-‐lo com legumes, linguiça e ovos. • Peito Também conhecido como granito. Parte do dianteiro do boi cons?tuída de músculos e fibras grossas e compridas. Necessita de cozimento longo em calor úmido. Pode ser usado em cozidos, caldos, sopas, refogados. Para churrasco ou grelha, deve ser assado com bastante calor e por várias horas. • Cupim O Cupim é a porção de fibras musculares entremeadas de gordura situadas logo atrás do pescoço de bovinos de raça zebuína. Tem sabor caracterís?co e paladar agradável. Deve sempre ser cozido lentamente. Para churrasco ou grelha, pode ser enrolado em celofane especial para culinária para haver a distribuição uniforme do calor e promover o cozimento em seu próprio suco. • Noix Também conhecido como filé de costela, entrecote. Em espanhol é chamado de bife ancho e em francês de entrecôte. É uma carne muito saborosa, suculenta e macia. Tem fibras mais curtas e r i jas , sendo u?l i zados principalmente para churrasco ou na grelha. • Contrafilé Também conhecido como lombo, filé curto, filé de lombo. Em espanhol é chamado de bife de chorizo. É uma carne macia, de sabor acentuado e que por sua camada de gordura, mantém a umidade da carne.Ideal para bifes na chapa, estrogonofe, grelhados, medalhões, rosbifes. • Bisteca ou Chuleta • É um corte especial do lombo, feito através de secções transversais do músculo com osso sem o filé mgnon. É uma carne muito saborosa, macia e entremeada de gordura. Fica ó?ma em bifes e churrascos preparados na grelha. • T-‐Bone • É um corte especial de lombo, feito através de secções transversais do músculo com osso. O T-‐Bone tem parte final do contrafilé de um lado do osso e a parte central do filé mignon do outro. É uma carne muito saborosa, macia e entremeada de gordura. Fica ó?mo em bifes e churrascos. • Filé mignon Também conhecido como filé. É o corte mais macio de carne bovina. Tem aproximadamente 2 Kg. Tem sabor adocicado e menos acentuado que a alcatra e o contrafilé. É suculento e tem pouca gordura. É ideal para bifes, medalhões, estrogonofe, assados, picadinhos. • Alcatra A alcatra completa compreende o miolo de alcatra, a picanha e a maminha. É macia e tem pouca gordura, sendo ideal para bifes, refogados, assados e ensopados. Também pode ser u?lizada em churrasco, tanto no espeto quanto tem bifes grossos na grelha. Evitar cortes finos pois a carne pode ressecar. • Picanha Parte macia, mais marmorizada e com capa de gordura, tem sabor acentuado. É de fácil preparo e muito suculenta. É própria para churrascos, podendo ser assada inteira, ou em postas no espeto ou na grelha. A picanha tem entre 1 Kg e 1,5 Kg. Quando o peso é superior a isto, tem uma parte de coxão duro que não foi separado corretamente. • Maminha Também conhecida como ponta de alcatra. Parte mais macia da alcatra, é suculenta e tem sabor suave. É boa para assados, churrasco ou na grelha, carnes de panela ou bifes servidos bem passados. • Coxão mole • Fibras curtas e macias, é um corte que fica bom em assados, ensopados, picadinhos, milanesas, bifes finos e enrolados, ou moída para refogados e molhos. • Coxão duro Também conhecido como coxão de fora. Tem fibras longas e rijas, com gordura concentrada na parte externa. Exige cozimento lento, sendo ideal para assados de panela, carne recheada, cozidos, molhos e refogados. • Lagarto ou Tatu De cor mais clara, fibras longas e magras. Tem formato arredondado, alongado e bem defindo. Preparo Cpico é a carne de panela, carne desfiada (carne louca) podendo ainda ser usado em assados e rosbifes. Pode ainda ser recheado com lingüiça ou vegetais e ovo. Cru ele pode ser cortado em fa?as extremamente finas, resultando no famoso carpaccio. • Pa?nho Menos macio que a alcatra, é usado para bifes a milanesa e preparações de carne moída crua (quibe e steak tartar), ou então moída e cozida em refogados. • Fraldinha ou vazio No corte de costela minga, a fraldinha é a ponta com carne. Parte cons?tuída de feixes musculares mais grossos e longos. É um corte muito saboroso, fica bom em ensopados, picados, cozidos, carne moída, recheada, desfiada. Pode ser assada em churrasco ou na grelha, devendo ser cortada em ?ras grossas. • Carnes – Maciez • Suculência: atributo sensorial mais importante “Sensação produzida pelo toque da carne na língua e no corte pelos dentes”. “A resistência não exige esforço excessivo e os sabores dos sucos se despredem revelando aroma e sabor” * Tecido conjun?vo; gordura; contração muscular; CRA • Carnes – Maciez • Tecido conjun/vo ou conec/vo (TC) • Fáscia • Colágeno e elas?na • Ricos em prolina e hidroxiprolina • Resistência ao corte • Cocção úmida ou vapor para hidrólise do colágeno • Animais jovens ou confinados possuem menos TC • Carnes – Maciez • Gordura • Visível ou marmoreio • Colesterol e valor energé?co • Técnicas de preparo e Processo de cocção adequados • Carnes – Maciez • Contração muscular • Abate e stress do animal • Maior produção de lactato • Redução de ATP • Queda de pH • Maior contração muscular (actomiosina) • Redução da CRA Morte do Animal Ácido lác/co Início da Glicólise Anaeróbia ![ O2] músculo ò Potencial de Óxido -‐ redução +250 "-‐ 50mV ò Produção de ATP ACTOMIOSINA !pH (7,3 "5,3) ! CRA Agregação Protéica Rigor Mortis • Carnes – Maciez • Capacidade de retenção de água (CRA) • Água livre, ligada ou imobilizada • Corte, trituração e calor afetam a CRA • CRA = textura • Carne maturada = maior CRA • Maturação: embalagem à vácuo à 0-‐1oC por 15 a 21 dias • Alterações estruturais e maior maciez • Carnes – Qualidade da carne • Coloração da carne • Proteínas sarcoplasmá?cas: mioglobina (Mb), hemoglobina(Hb), citocromos e enzimas Globina = N N - Fe2+ - N N – | || | || Mb MIOGLOBINA Fe2+ PÚRPURA (Interior da carne fresca) MbO2 OXIMIOGLOBINA Fe2+ VERMELHO VIVO (Super`cie da carne fresca) O2 • Carnes – Reações e coloração da mioglobina • Carnes – Reações e coloração da mioglobina Mb MIOGLOBINA Fe2+ PÚRPURA (Interior da carne fresca) MbO2 OXIMIOGLOBINA Fe2+ VERMELHO VIVO (Super`cie da carne fresca) Metamioglobina Fe3+ marrom O2 Oxidação Oxidação/ #[O2] NITROSO Mb2+ (Fe2+) GLOBINA NÃO DESNATURADA (ROXO – SALAME) NITROSO – FERROHEMOCROMO (Fe2+) GLOBINA DESNATURADA VERMELHO – ROSADO (PRESUNTO COZIDO) Nitritos ou Nitratos + Calor Calor Mb2+ OU MbO22+ Nitritos ou Nitratos • Carnes – Cuidados para aquisição • Congeladas: volume de líquido desprendido e temperatura de descongelamento • Salgadas: coloração uniforme, dessalga sob refrigeração por 48h (troca a cada 6-‐8h) • Carnes – Pré-‐preparo e preparo • Cortes transversais • Não lavar • Descongelar a 4oC • Re?rar excesso de gordura e TC • Seleção do fornecedor • Procedência da carne • Sal: 0,8% do PL • Amaciamento • Carnes – Pré-‐preparo e preparo • Calor úmido para carnes com alto teor de TC • Calor Seco: controlar temperatura para garan?r qualidade • Controle microbiológico: 74oC no CG • Vísceras – Alto teor de nutrientes e aw – Menos proteínas que músculos – Elevado teor de tecido conjun?vo: língua, moela, estômago (cocçao úmida) – Mais macias: ygado, rim e cérebro (cocção seca) • Pescados – Consumo per capita/ano: 4kg – Consumo de carne bovina: 16,8kg – POF (2008) – Proteínas de AVB – Contém EPA (C20:5) e DHA (C22:6) – Facilidade e rapidez no preparo – Procedência • Pescados – Seleção, pré-‐preparo e preparo • Olhos brilhantes • Escamas bem aderidas • Guelras vermelhas • Músculos resistentes • Ventre alinhado • Odor caracterís?co • Postas e filés • Tipo de cocção • Pescados – Riscos de contaminação n hzp://g1.globo.com/videos/goias/jatv-‐1edicao/t/goiania/v/vigilancia-‐ sanitaria-‐encontra-‐focos-‐de-‐contaminacao-‐em-‐restaurantes-‐de-‐comida-‐ japonesa/2143022/ • Aves – Alto consumo entre brasileiros – Composição diferenciada em função do ?po de animal e corte • Frango • Pato • Ganso • Peru • Codorna • Galinha d’angola • Faisão • Aves – Cortes • Aves – Qualidade • Cor: rosada • Músculos resistentes • Sem excesso de TC e gordura aderida • Risco de Salmonella • Seleção adequada de fornecedores • Preparo adequado • Aves – Pré-‐preparo e preparo • Re?rar excessos e aparas • 75oC no CG • 0,8% de sal • Cortes com mais gordura: cocção seca (coxa, sobrecoxa) • Cortes com menos gordura: cocção úmida ou associação com técnicas que umidifiquem o alimento • Carne Suína – Muito apreciada no Brasil – Conceito equivocado: pouco saudável – Teor de gordura total: 6,2% – Preparo: carnes magras e carnes gordas – Cuidado com a perda de umidade • Carne Suína Fonte: TACO 91 58 56 55 0 20 40 60 80 100 Coxa sem pele Acém bovino Bisteca Lombo Co le st er ol (m g/ 10 0g ) • Carne Suína – Cortes – Cocção seca e úmida • REFERÊNCIAS -‐ ARAÚJO, W.M.C. et al. Alquimia dos Alimentos. Brasília: Editora Senac-‐DF, 2009. 560p. -‐ DOMENE, S.A.M. Técnica Dieté/ca: Teoria e Aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011, 249p. -‐ ORNELLAS, Lieseloze Hoeschl. Técnica dieté/ca: seleção e preparo dos alimentos. 8 ed. rev. ampl. São Paulo: Atheneu, 2007. 276p. -‐ PORTARIA CVS-‐6, DE 10.03.1999, ALTERADA PELA CVS 18 DE 9.9.2008. Aprova Regulamento Técnico, que estabelece os Parâmetros e Critérios para o Controle Higiênico-‐Sanitário em Estabelecimentos de Alimentos
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