Prévia do material em texto
1 RESUMO Principais Mudanças CPC/73 x CPC/15 Direito Processual Civil Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 2 Índice Modificações do NCPC ................................................................................................................................... 4 Normas Fundamentais no NCPC........................................................................................................................ 4 Artigo 1º ............................................................................................................................................................ 4 Artigo 3º ............................................................................................................................................................ 4 Artigo 4º ............................................................................................................................................................ 5 Artigos 5º e 6º ................................................................................................................................................... 5 Artigo 7º ............................................................................................................................................................ 5 Artigo 8º ............................................................................................................................................................ 6 Artigo 9º ............................................................................................................................................................ 6 Artigo 10 ............................................................................................................................................................ 6 Artigo 11 ............................................................................................................................................................ 7 Ordem Cronológica ............................................................................................................................................ 7 Critérios de Determinação de Competência ..................................................................................................... 8 A alegação da incompetência relativa ............................................................................................................... 9 Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas .............................................................................. 10 Honorários Advocatícios como crédito alimentar do advogado ..................................................................... 10 Honorários de sucumbência para advogados públicos ................................................................................... 10 Intervenção de terceiros (artigos 119 e seguintes, NCPC) .............................................................................. 11 Amicus Curiae .................................................................................................................................................. 11 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (artigos 133 a 137, NCPC) ..................................... 12 Flexibilidade dos procedimentos ..................................................................................................................... 13 Alteração do procedimento pelas partes ........................................................................................................ 13 Da Prática Eletrônica de Atos Processuais ...................................................................................................... 14 Ato tempestivo ................................................................................................................................................ 14 Contagem dos prazos processuais em dias úteis ............................................................................................ 14 Período entre 20 de dezembro e 20 de janeiro .............................................................................................. 15 Tutela Provisória (artigos 294 a 311, NCPC) .................................................................................................... 15 Unificação do procedimento ordinário e do procedimento sumário ............................................................. 15 Da audiência de conciliação ou de mediação .................................................................................................. 16 Ônus da prova.................................................................................................................................................. 16 Obrigação de enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo de capazes ........................................ 17 Ampliação dos limites objetivos da coisa julgada ........................................................................................... 17 Observação dos precedentes pelos juízes e tribunais ..................................................................................... 18 Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 3 Extinção dos embargos infringentes ............................................................................................................... 19 Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR (artigos 976 a 987, NCPC) .................................... 19 Da Reclamação (artigo 988, NCPC) .................................................................................................................. 20 Uniformização dos prazos ............................................................................................................................... 20 Extinção do agravo retido ................................................................................................................................ 20 Extinção do juízo de admissibilidade do REsp e do RE em face do órgão que proferir a decisão recorrida ... 21 Mais hipóteses de embargos de divergência .................................................................................................. 21 Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 4 Modificações do NCPC O presente material tem como escopo as principais inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) em comparação com o antigo CPC (Lei 5.925/73), a fim de contribuir da melhor forma para o aproveitamento da matéria, focando nas principais alterações trazidas pelo NCPC. É importante ressaltar que alguns dispositivos do antigo CPC continuarão vigorando enquanto sua aplicação for pertinente, como por exemplo, o procedimento sumário iniciado antes da vigência do novo regramento. Normas Fundamentais no NCPC Apesar das normas fundamentais no NCPC não possuírem paralelo com o CPC antigo, existe correspondência com a Constituição Federal de 1988. O NCPC, já em seu artigo 1º, positiva a ordenação disciplina e interpretação do processo civil à luz dos valores e normas fundamentais estabelecidos no texto constitucional. Artigo 1º Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Ao conjunto de artigos formados pelos arts. 1º ao 12, do CPC/15, foi designado o nome de “Normas fundamentais”. A positivação destes dispositivos – muitos dos quais já presentes na CF/88, explícita ou implicitamente – deu-se devido à necessidade, constatada pelo legislador, de reafirmá-lose de estabelecer um parâmetro de interpretação a ser aplicado em relação ao restante das normas do código. Artigo 3º Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 5 § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Tal solução consensual poderá se dar no plano material, através da realização de audiência de conciliação e mediação obrigatória, por exemplo (ex vi do art. 334, caput, do CPC/15); e, ainda, à luz de aspectos processuais, que já existiam no antigo CPC, contudo, de forma mais limitada. De acordo com o novo CPC, que instaurou inéditos moldes para o “Novo rito comum”, é possibilitado às partes a realização de 3 audiências. Além disso, o princípio da inafastabilidade da prestação jurisdicional é materializado no artigo em comento. Artigo 4º Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Enquanto a CF/88 se refere ao tempo razoável de duração do processo, o novo CPC faz menção ao prazo razoável para solução integral do mérito, prioriza- se, portanto, a qualidade, a solução meritória. Percebe-se, portanto, a adoção do princípio da primazia da solução do mérito, ou seja, o devido enfretamento do mérito. Há, desde o CPC/73, a possibilidade de retratação do juízo a quo, como, por exemplo, nos casos de indeferimento de inicial. O novo CPC, contudo, levanta nova hipótese de retração do juiz de primeira instância, qual seja, em qualquer caso de sentença terminativa, se houver recurso de apelação, passa a existir juízo de retratação. Percebe-se, portanto, abandono da rigidez quanto à formalidade do processo e valorização de seu mérito. Artigos 5º e 6º Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Os artigos supracitados tratam da presença da boa-fé na relação processual bem como da cooperação no intuito de uma decisão de mérito justa e efetiva. Artigo 7º Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 6 Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. O princípio da paridade das armas, isto é, da paridade entre as partes é consubstanciado no artigo supracitado. Há paralelismo com o princípio da isonomia, disposto no art. 5º, caput, da CF/88. Artigo 8º Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. O artigo acima preza pela atuação do juiz pautada pela proporcionalidade, razoabilidade e fim social da norma, não estando adstrita, portanto à literalidade dos dispositivos. Artigo 9º Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701. A ideia é a do contraditório substancial e participativo; contudo, tal contraditório não deve ser absoluto, ou seja, em alguns casos será postergado ou suprimido. Embora o novo CPC elenque, neste primeiro momento, três casos de dispensa do contraditório prévio (art. 9º, parágrafo único), urge ressaltar que a sua aplicação em todos os outros casos não se mostra razoável ou possível, visto que causaria uma morosidade ainda maior da máquina judiciária. Neste sentido, deve- se perceber que o rol elencado pelo parágrafo único do dispositivo supracitado é exemplificativo, ou seja, não se limita às hipóteses citadas. Artigo 10 Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 7 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. O juiz não pode decidir com base em “elemento surpresa” antes de consultar as partes, mesmo que tal decisão deva ser tomada ex officio. O objetivo deste dispositivo, portanto, é evitar que o juiz decida unilateralmente, ainda que se trate de matéria pública, sem antes analisar os argumentos das partes, os quais podem modificar seu posicionamento original. Cumpre ressaltar, contudo, que assim como no caso do artigo anterior, o novo CPC elenca diversas exceções ao art. 10. Artigo 11 Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. No que concerne à publicidade, é necessário enaltecer sua relevância para o interesse público. Entretanto, há exceções a esta regra, no âmbito das quais o interesse público recomenda o oposto à publicidade, é o caso dos processos que tramitam em segredo de justiça (e.g. questões familiares). Ordem Cronológica De acordo com o artigo 12 do NCPC, as sentenças ou acórdãos proferidos devem estar de acordo com a ordem cronológica de conclusão. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 8 IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na listaprevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. Critérios de Determinação de Competência Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 9 b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. Sobre o artigo acima, cumpre dizer que o antigo art. 100, I, CPC/73 estabelecia um “foro privilegiado” para as mulheres no que tange a determinados tipos de demanda; à luz do art. 5º, da CF/88, tal disposição foi mitigada, não havendo menção a este “foro privilegiado” no novo CPC. A alegação da incompetência relativa Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. De acordo com o CPC/73, havia dois tipos de incompetência: (i) absoluta – alegada em preliminar da contestação, matéria não sujeita à preclusão; e (ii) relativa – deveria ser apresentada em peça apartada, denominada “exceção de Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 10 incompetência relativa”, sendo prorrogada a incompetência relativa do órgão caso não fosse impugnada no momento próprio. No que tange às exceções, importante salientamos que o novo CPC as extermina; a exceção de suspeição e a exceção de impedimento devem alegadas por meio de petição específica, conforme disposição do art. 146, do CPC/15 e a exceção de incompetência relativa deve ser alegada em preliminar de contestação, ex vi do art. 65, do CPC/15. Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. Este primeiro parágrafo traduz disposição técnica que aponta em quais situações são devidos honorários advocatícios. Honorários Advocatícios como crédito alimentar do advogado Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. Se o juiz requisita precatório de natureza alimentar, este é pago antes daquele que não possui natureza alimentar. Hipótese: o juiz requisita um precatório para a parte, sem natureza alimentar, e outro para o advogado, a título de honorários, ou seja, com natureza alimentar; diante desta situação, o precatório do advogado será pago antes que o da parte beneficiária. Honorários de sucumbência para advogados públicos Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 11 A título de complemento da clara redação dispositivo acima, cabe dizer que existem Municípios e Estados que já aplicavam a disposição desta norma antes mesmo da entrada em vigor do novo CPC Intervenção de terceiros (artigos 119 e seguintes, NCPC) O quadro abaixo compara a modalidade de intervenção de terceiros no antigo CPC e no novo CPC: Percebe-se, portanto, que o CPC/15 inclui como modalidade de intervenção de terceiro dois institutos já conhecidos no ambiente acadêmico e prático, quais sejam, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae. É importante salientar que o novo CPC não extingue a oposição, apenas passa a tratá-la como procedimento especial de jurisdição contenciosa (arts. 682 a 686, CPC/15). A oposição, na verdade, é uma ação, que é proposta pelo opoente em relação aos opostos e possui natureza petitória, ou seja, busca-se o reconhecimento do domínio. Quanto à nomeação à autoria, importante destacar que esta não era muito utilizada sob a égide do CPC/73; a nomeação à autoria buscava corrigir uma ilegitimidade passiva, o que poderia conduzir à extinção do processo sem resolução do mérito. O novo CPC extingue o instituto da nomeação da autoria, embora mantenha e aprimore a sua razão de ser, permitindo que, diante de qualquer hipótese de legitimidade, o réu, em preliminar de contestação, nomeie aquele que entender como o correto para compor o polo passivo da lide. Importante ressaltar que, agora, a nomeação não necessita mais da anuência do nomeado para se concretizar, mas tão somente da anuência do autor, que, acolhendo a alegação, deverá emendar a inicial, procedendo à substituição do polo passivo, e reembolsar as despesas e pagar honorários ao procurador do réu excluído. Amicus Curiae Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 12 Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. § 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. § 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. § 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. A partir do caput do artigo em tela, é possível inferir que o juiz pode solicitar ou admitir o amicus curiaede ofício, seja por requerimento das parte ou de quem pretenda manifestar-se. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (artigos 133 a 137, NCPC) Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. § 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. § 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. § 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. § 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 13 Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. Tal instituto já era aplicado – no âmbito de varas cíveis, federais, juizados especiais etc., por exemplo – antes mesmo do início de vigência do novo CPC, contudo, visto que não havia regulamentação quanto à sua forma, prevalecia o princípio da liberdade das formas (expresso pelo art. 188, do CPC/15), ou seja, era facultado ao magistrado aplicar a forma que melhor se ajustasse ao processo. Muitos juízes, sob a égide do CPC/73, realizavam, nos próprios autos, uma desconsideração provisória da personalidade jurídica, citando-se o sócio e postergando-se o contraditório e, após a produção de provas e feitas as alegações pertinentes, decidiam, em caráter definitivo, se a personalidade jurídica seria desconsiderada ou não. Portanto, como não havia forma previamente estabelecida, era normal que a desconsideração fosse feita nos próprios autos. O novo CPC, regulamentando a matéria, estabelece que (i) deve ser formado um apenso (incidente), (ii) que este apenso suspende a tramitação do processo, (iii) o sócio será citado, devendo se defender (contraditório prévio) e, (iv) se a alegação de desconsideração se der em primeiro grau, o juiz proferirá decisão interlocutória provendo ou não a desconsideração. Tal decisão poderá ser atacada mediante agravo de instrumento, ex vi do art. 1.015, IV, do CPC/15. Flexibilidade dos procedimentos Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; Um exemplo da aplicação prática do dispositivo acima é a possibilidade de inversão da ordem da oitiva das testemunhas por determinação do juiz (artigo 361, NCPC). Alteração do procedimento pelas partes Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 14 ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. O artigo 190 traz consigo uma das questões mais polêmicas do NCPC, visto que a ideia de intervenção mínima do Estado consagrada no dispositivo em questão vai de encontro ao que se encontra disposto no artigo 22 da Constituição que versa sobre a competência privativa da União de legislar sobre o direito processual. Da Prática Eletrônica de Atos Processuais Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei. Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro. O entendimento extraído do dispositivo acima é o de que a prática eletrônica dos atos processuais é admitida. Ato tempestivo Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. Este dispositivo traduz uma forma de combate à jurisprudência defensiva utilizada para o não enfrentamento do mérito da causa nas hipóteses de prática de ato processual prematuro. Primeiramente, cumpre esclarecer que o prazo é o período de tempo compreendido entre dois termos: o termo inicial, momento a partir do qual nasce a faculdade para a prática do ato processual; e o termo final, momento em que se encerra tal faculdade. Quando o ato é praticado após o termo final, diz-se que o ato é intempestivo. Quando o ato é praticado antes do termo inicial, por sua vez, diz-se que o ato é prematuro. Este era o tema que gerava grande polêmica na prática processual. Contagem dos prazos processuais em dias úteis Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 15 Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais. Dessa forma, a contagem dos prazos processuais será computada apenas em dias úteis. Período entre 20 de dezembro e 20 de janeiro Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. § 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput. § 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. De acordo com o dispositivo em tela, os processos serão suspensos entre os dias 20 de dezembro e o dia 20 de janeiro. É de se ressaltar, contudo, que embora os processos sejam suspensos neste período, as intimações poderão ser feitas regularmente; somente não haverá audiências e os prazos ficarão suspensos. Tutela Provisória (artigos 294 a 311, NCPC) Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Sobre o artigo acima cumpre dizer que ocorreu o advento da tutela provisória e o fim do processo cautelar. Além disso, a tutela provisória divide-se em tutela provisória de urgência (cautelar e antecipada) e da evidência. De acordo com Daniel Amorim Assumpção Neves,a tutela provisória é proferida mediante cognição sumária, ou seja, o juiz ao concedê-la ainda não tem acesso a todos os elementos de convicção a respeito da controvérsia jurídica. Excepcionalmente, entretanto, essa espécie de tutela poderá ser concedida mediante cognição exauriente, quando o juiz a concede em sentença. Unificação do procedimento ordinário e do procedimento sumário Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 16 Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. De acordo com a doutrina de Daniel Amorim Assumpção Neves, “o NCPC acaba com a estranha opção do CPC/73 de prever como procedimento comum dois procedimentos: sumário e ordinário. Na nova sistemática há apenas um procedimento padrão, que passa se chamar procedimento comum, o que deve ser elogiado, já que a existência de dois procedimentos comuns era uma anomalia. Da audiência de conciliação ou de mediação Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. Daniel Amorim Assumpção Neves afirma que no procedimento comum previsto no CPC/73, o momento posterior à citação do réu era o de sua resposta por escrito no prazo de 15 dias, no procedimento ordinário, e em audiência de conciliação, no procedimento sumário. Assim não é, necessariamente, no NCPC. Cria-se no artigo 334 uma audiência de conciliação ou de mediação, que poderá ser realizada por meio eletrônico (§ 7º), a ocorrer após a citação do réu e antes do momento de apresentação de sua resposta. No procedimento comum previsto no NCPC, o réu só será citado e no mesmo ato intimado para contestar em 15 dias se o direito versado no processo não admitir autocomposição, o que é extremamente raro. A regra, portanto, será a citação e no mesmo ato a intimação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou de mediação. Caberá ao juiz indicar desde esse momento se o meio consensual mais adequado é a mediação ou a conciliação, de forma que o processo já seja dirigido para o terceiro adequado no Centro de Solução Consensual de Conflitos. Nos termos do artigo 334, caput, do NCPC, essa audiência será designada com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 dias de antecedência. Ônus da prova Art. 373. O ônus da prova incumbe: § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 17 fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. O NCPC adota a forma dinâmica de distribuição do ônus da prova. Na lição de Daniel Amorim Assumpção Neves: consagra-se, legislativamente, a ideia de que deve ter o ônus da prova a parte que apresentar maior facilidade em produzir a prova e se livrar do encargo. Como essa maior facilidade dependerá do caso concreto, cabe ao juiz fazer a análise e determinar qual o ônus de cada parte no processo. Registre-se que, diante da omissão do juiz, as regras continuaram a ser aplicadas como sempre foram sob a égide do CPC/73, ou seja, caberá ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito e ao réu, os fatos impeditivos, modificativos e extintivos. Obrigação de enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo de capazes Art. 489. São elementos essenciais da sentença: § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; O dispositivo acima consagra o sistema de fundamentação exauriente, ou seja, que é obrigação do juiz enfrentar todas as alegações das partes. Ampliação dos limites objetivos da coisa julgada Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. § 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. O caput do artigo acima traz a regra que vem a ser excepcionada pelo §1º. Permite-se que a coisa julgada material alcance a resolução da questão prejudicial, decidida expressa e independentemente do processo (inciso I) Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 18 O inciso II trata do contraditório prévio e efetivo, de forma é exigido a respeito da questão prejudicial que tenha havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia. O inciso III versa sobre a competência absoluta do juízo, de modo que a exigência no aludido inciso tenha caráter indispensável para que a coisa julgada material não resulte de atividade de juízo absolutamente incompetente. Observação dos precedentes pelos juízes e tribunais Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. § 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo. § 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. § 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. § 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. O artigo 927 do NCPC prevê que a jurisprudência e os precedentes passam a ter importância maior na atividade jurisdicional. A jurisprudência e os precedentes, portanto, passam a ter valor normativo; neste sentido, a parte que, reiteradamente, impugna decisão que aplica a orientação jurisprudencial se porta com explícito desrespeito em relação ao objetivo do novo CPC. Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 19 Extinção dos embargos infringentesArt. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. § 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. Na lição de Daniel Amorim Assumpção Neves, “o NCPC retira o recurso de embargos infringentes do rol recursal, como pode se notar da mera leitura do artigo 994, que prevê o rol das espécies de recursos. Entretanto, em seu artigo 942 cria uma inovadora técnica de julgamento com propósitos muito semelhantes aos do recurso de embargos infringentes, mas com natureza de incidente processual e não de recurso”. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR (artigos 976 a 987, NCPC) O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR – é inspirado no modelo alemão e estabelece que um Tribunal de Justiça, por exemplo, pode fixar Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 20 tese jurídica, por meio de precedente, em relação à região que ocupa, inclusive no que tange aos Juizados Especiais. Salienta-se, também em relação à força dos precedentes, que ainda sob a égide do CPC/73, havia uma forma de criação de precedente que se denomina “assunção de competência”, mecanismo este mantido pelo CPC/15, mas que não é utilizado na prática processual. Por fim, cumpre ressaltar que, uma vez que determinada matéria é tratada em âmbito de Recurso Especial Repetitivo (STJ) ou Recurso Extraordinário Repetitivo (STF), não cabe sua discussão em âmbito de IRDR, visto que não faria sentido estabelecer precedente regional quando já se teria um precedente nacional. Da Reclamação (artigo 988, NCPC) Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência O inciso acima cria novas hipóteses de reclamação. De acordo com Daniel Amorim Assumpção Neves, o dispositivo acima “ao prever o cabimento de reclamação constitucional para garantir a observância de acórdão ou precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Também amplia o cabimento da reclamação constitucional aos tribunais de segundo grau, porque o artigo 988, I e II, do NCPC se limita a indicar apenas tribunal, não exigindo tribunais de superposição como ocorre no texto constitucional.” Uniformização dos prazos Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. § 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. O NCPC preza pela uniformização e, por conseguinte, simplificação dos prazos. De forma diferente do antigo CPC, o prazo do NCPC será, via de regra, de 15 dias e com a contagem em dias úteis. É importante ressaltar que o prazo dos embargos de declaração é de 5 dias, ou seja, foi mantido. Extinção do agravo retido Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 21 § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. § 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. O agravo retido foi extinto pelo NCPC, assim como a preclusão em 1º grau. Dessa forma, possíveis questões decididas na fase cognitiva devem ser suscitadas como preliminar de apelação. O artigo 1009 do NCPC afirma que o recurso cabível contra a sentença terminativa ou definitiva é a apelação, não importando a espécie de processo ou do procedimento. Extinção do juízo de admissibilidade do REsp e do RE em face do órgão que proferir a decisão recorrida Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá I – negar seguimento: a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos. Nas hipóteses das alíneas a e b do artigo supracitado ocorre a extinção do juízo de admissibilidade do REsp e do RE em face do órgão que profere a decisão recorrida. Mais hipóteses de embargos de divergência Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 22 I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; II - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, relativos ao juízo de admissibilidade; (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; IV - nos processos de competência originária, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) § 1o Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária. § 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual. § 3o Cabem embargosde divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros. § 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados. § 5o É vedado ao tribunal inadmitir o recurso com base em fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da distinção. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) Pelo que se encontra disposto no artigo supracitado, é possível afirmar que ocorreu a ampliação das hipóteses em que o embargo de divergência é cabível, de modo que se torne possível que o acórdão de órgão fracionário seja embargado no caso em que se verifiquem teses contrapostas. Processo Civil – Principais Mudanças do NCPC 23 Acredite em você! "A vitória se alcança com a conjugação de esforço e com o equilíbrio da mente com o corpo." (William Douglas)