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Tratamento Dietoterápico para Desnutrição em nível hospitalar, domiciliar e ambulatorial. CURSO NUTRIÇÃO DISCIPLINA: DIETOTERAPIA 1 Profa Me. Chris Barroso Mestre em Nutrição e Saúde – Mestrado Acadêmico em Nutrição e Saúde/UECE Pós-graduanda em Fitoterapia clínica e funcional. DESNUTRIÇÃO “Um estado mórbido secundário a uma deficiência ou excesso absoluto de um ou mais nutrientes, que se manifesta clinicamente ou é detectado por testes antropométricos, bioquímicos, topográficos ou fisiológicos” (Waitzberg, D.L., 2000) “ Estado de nutrição no qual deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia, proteína e outros nutrientes causam efeitos adversos ao organismo (tamanho, forma, composição) com consequências clínicas e funcionais” (Stratton et al., 2004) DESNUTRIÇÃO Estado nutricional em desequilibrio que causam efeitos adversos ao organismo que é detectado por testes bioquímicos, antropométricos e fisiológicos. (Waitzberg, D.L., 2000; Stratton et al., 2004) Classificação da Desnutrição Waitzberg, D.L., 2000; Martins, 2011 Primária Inadequação do consumo dietético Secundária Consequente à patologia do paciente (câncer, infecção ou doenças crônicas) Terciária (Iatrogênica) Desnutrição no ambiente hospitalar – Maior consumo de reservas energéticas em resposta a tratamentos mais agressivos (cirurgia, radioterapia, quimioterapia) e/ou distúrbios gástricos. Tipos de Desnutrição Ausência de Massa Gordurosa Ausência de Massa Muscular Crônica Tipos de Desnutrição Carência Protéica Trauma e Infecção – Solução glicosada 5% por 10 a 15dias Aguda Desnutrição hospitalar Estudos com diferentes metodologias mostraram grande ocorrência de desnutrição em pacientes adultos no momento da internação hospitalar. Desnutrição hospitalar Cerca de 30% a 40% dos pacientes internados em hospitais gerais apresentam algum grau de desnutrição Estudo Latino- americano de Nutrição (ELAN) • 9.348 pacientes hospitalizados (13 países) • Prevalência de 50,2% de subnutrição. Inquérito Brasileiro de Nutrição (IBRANUTRI) • 4.000 pacientes hospitalizados em instituições públicas em 12 Estados e Distrito Federal (1996) • Prevalência de 48,1% de desnutridos internados (12,6% desnutridos graves e 35% desnutridos moderados) DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Fatores de Risco Waitzberg et al., 2002 TEMPO DE INTERNAÇÃO > 60 anos Câncer e/ou Infecção Pacientes admitidos em UTI A avaliação do estado nutricional do paciente deve preceder qualquer intervenção terapêutica Agravamento do estado nutricional Depleção da massa corporal magra DESNUTRIÇÃO PROTÉICA ASSOCIADA A DISFUNÇÕES ORGÂNICA PODE LEVAR A FALÊNCIA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS Falta de suporte nutricional Hipermetabolismo, hiperglicemia, lipólise acentuada, aumento do catabolismo protéico A nutrição pode lentificar o processo de catabolismo protéico. ASPEN, 2002 Efeitos das Complicações e Desnutrição nos Custos Hospitalares NUTRIDO DESNUTRIDO Internação 4 8 Complicações --- + Evolução Alta Óbito Total de custos R$ 203,33 R$ 7531,80 Análise comparativa de custos estimados de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva segundo estado nutricional Correia, 2001 Europa Clínico 22 a 30% Europa Cirúrgico 17 a 50% EUA Clínico 44 a 48% EUA Cirúrgico 50 a 65% Brasil* Clínico 57% Brasil* Cirúrgico 39 a 53% * 1996 Prevalências de desnutrição hospitalar Local Tipo Prevalência Desnutrição Hospitalar • Prevalência de desnutrição: 10 a 50% • Brasil, IBRANUTRI – 1998 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Brasil Sul RS Pelotas Prevalência de desnutrição hospitalar Desnutrição Moderada Desnutrição Grave % 76% de desnutrição em Salvador Causas da desnutrição hospitalar Infecções graves Ingestão alimentar reduzida Instabilidade hemodinâmica Absorção diminuída Falta de interesse, falta de conhecimento e inabilidade dos profissionais de saúde em conhecer o estado nutricional da população hospitalar Roquaryol MZ, 1999; Waitzberg D.L., 2000 Causas de Desnutrição DESNUTRIÇÃO Diminuição de ingestão Perdas de nutrientes Dietas modificadas Stress metabólico Jejum para exames Jejum PO Alteração do metabolismo dos tecidos Perda acelerada da função Perda massa corporal Recuperação e cicatrização mais lentas Competência imunológica diminuída Maior morbi-mortalidade Maior tempo de internação Maior consumo de medicamentos Maior custo hospitalar Desnutrição sem estresse Glicogenólise Proteólise (gliconeogênese) Lipólise (poupar ptn) Desnutrição com estresse não há mecanismos adaptativos para poupar ptn Síntese de proteínas de fase aguda Catecolami nas Liberação de Hormônios catabólicos Diminuição do pool de aa Infecções Apatia e depressão CONSEQUÊNCIAS CONSEQUÊNCIAS CONDUTA NUTRICIONAL NA DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Gallagher-Allred et al., 1996; McClave SA, 1999 Identificar os pacientes desnutridos ou com risco de desnutrição (DIAGNÓSTICO) Determinar as necessidades calóricas e protéicas Programar a terapia nutricional Avaliar a recuperação Diagnóstico Nutricional • Um diagnóstico adequado é essencial para que uma terapia nutricional individualizada seja iniciada o mais breve possível Aquino, RC et al., 2011 DIAGNÓSTICO IDENTIFICAR OS PACIENTES DESNUTRIDOS (TRIAGEM) MUST (Malnutrition Universal Screening Tool) ESPEN Guidelines for Nutritional Screening Kondrup e col 2003 IDENTIFICAR OS PACIENTES DESNUTRIDOS (TRIAGEM) NRS 2002 (Nutritional Risk Screening) IDENTIFICAR OS PACIENTES DESNUTRIDOS (TRIAGEM) NRS 2002 (Nutritional Risk Screening) IDENTIFICAR OS PACIENTES DESNUTRIDOS (TRIAGEM) Exame Físico Vanucchi e col., 1996 Exame Físico Vanucchi e col., 1996 IDENTIFICAR OS PACIENTES DESNUTRIDOS (TRIAGEM) Avaliação Nutricional Subjetiva Global CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS PESO??? IMC < 16 kg/m2: 1ª semana PESO ATUAL Acompanhar glicemia, P, K e Mg CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS • Desnutridos, >10% perda peso em 2 meses • Jejum por 7 a 10 dias + STRESS • IMC < 16 kg/m2 • Perda de peso recente > 15% ALTO RISCO CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS IMC < 16 kg/m2: 1ª semana PESO ATUAL Acompanhar glicemia, P, K e Mg NORMALIZAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS 2ª / 3ª semana PESO IDEAL / HABITUAL CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS IMC > 16 kg/m2: • Peso habitual (IMC entre 18,5 e 25) • Peso ideal • Adultos (<65 anos): Padrão Frisancho Metropolitan Life Insurance Company • Idosos (>65 anos): Padrão Burr & Phillips SABE CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS Homens: GEB = 66,5 + (13,7 x Peso) + (5 x Alt) – (6,8 x Idade) Muheres: GEB = 655 + (9,6 x Peso) + (1,9 x Alt) – (4,7 x Idade) Harris-Benedict GEB x FA x FI CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS FATOR ATIVIDADE Acamado = 1,2 Acamado + móvel = 1,25 Deâmbulo = 1,3 FATOR INJÚRIA Jejum simples = 0,85 Febre = 1,0 + 0,13 por oC Cirurgia menor = 1,1 – 1,2 Infecção leve = 1,1 Infecção moderada = 1,3 Infecção grave = 1,4 Trauma esquelético = 1,4 Cirurgia eletiva = 1,0 a 1,2 Câncer = 1,1 – 1,45 Peritonite = 1,2 – 1,5 Trauma tecidos moles = 1,14 – 1,37 Fratura múltipla = 1,2 – 1,35 Bernard, 1988Long, 1979 REABILITAÇÃO NUTRICIONAL Suplementação calórico-protéica visando ganho de peso Calorias: + 500 ou 1000 kcal/dia 0,5 - 1kg / semana Base de cálculo o Peso Atual MÁXIMO DE 45 kcal/kgPI PACIENTES ESTÁVEIS Proteínas: 1,25 a 2 g/kg/dia NUTRIÇÃO ENTERAL IMC < 18 kg/m2 + catabolismo Perda de peso > 10% em 6 meses + catabolismo Impossibilidade de via oral Vômitos incontroláveis Aceitação alimentar < 50%, mesmo com suplemento • Iniciar com 20 a 30% da necessidade e evoluir gradativamente • Acompanhamento diário do volume infundido, evacuações e intercorrências SUPLEMENTAÇÃO ORAL IMC < 18 kg/m2 + catabolismo Perda de peso > 10% em 6 meses + catabolismo Aceitação alimentar < 50% REABILITAÇÃO NUTRICIONAL Aumento de ingestão gradual: Desconforto gástrico, períodos de desânimo, desequilíbrio de eletrólitos e disfunção cardíaca. SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO HIPOFOSFATEMIA fraqueza muscular cardiomiopatia contratilidade diafragmática perturbação mental, parestesia HIPOMAGNESIA HIPOCALEMIA DEF. TIAMINA arritmia cardíaca desconforto abdominal, anorexia confusão, irritabilidade tremores, parestesia, tetania confusão distúrbio ocular tremores coma arritmia cardíaca, hipotensão confusão fraqueza muscular, paralisia depressão respiratória MONITORAR !!! • INGESTÃO ALIMENTAR DIARIAMENTE • PESAR 3X/SEMANA • ACOMPANHAR OS EXAMES BIOQUÍMICOS • DADOS ANTROPOMÉTRICOS REFERÊNCIAS • http://www.projetodiretrizes.org.br/9_volume/triage m_e_avaliacao_do_estado_nutricional.pdf • Silva MCGB. Avaliação Subjetiva Global. In: Waitzberg DL, editor. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. São Paulo: Atheneu; 2000. p. 241-53. • ESPEN – MUST ((Malnutrition Universal Screening Tool)
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